sexta-feira, 11 de julho de 2014

A imprensa brasileira terrorista entrou em campo




Repórter Ricardo Amaral, um dos mais consagrados profissionais da imprensa brasileira, diz ter saudades do bom futebol e do bom jornalismo; no passado, a imprensa tinha sensibilidade para se solidarizar com o povo brasileiro; hoje, cega por sua agenda política, trata com rancor, escárnio e até xenofobia o fracasso da seleção brasileira na Copa

Por Ricardo Amaral 
Sou de uma geração privilegiada. Tínhamos o melhor futebol do mundo, e jornais que buscavam sintonia com a alma do país, na vitória e na derrota. Hoje não temos uma coisa nem outra. Basta comparar como os jornais brasileiros se comportaram em dois momentos de dor nacional: as derrotas da Seleção na Copa de 1982 e na de 2014.


Jornalismo e sensibilidade na capa do Jornal da Tarde em 82. Escárnio e grosseria nas capas de ontem:


Em 82, fomos consolados pela crônica de Carlos Drummond de Andrade, elevada a capa de Esportes do Jornal Brasil e ilustrada por um Chico Caruso que não existe mais. Drummond lambia paternalmente as feridas de um país atônito, e nos convocava a retomar a vida:

Ontem, na capa do UOL,rancor e xenofobia sem sentido contra a Argentina; resumo do incontido desejo de vingança contra a realização bem-sucedida da Copa no Brasil:



Minha geração conheceu o JT, o JB e Telê. Não vou chorar.
Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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A direita é prisioneira de seu próprio ódio

11 de julho de 2014 | 09:40 Autor: Fernando Brito
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Quando parte da torcida de convidados, socialites e gente em condições de pagar um bom dinheiro pelo ingresso – e todos tinham o direito de estar lá – xingaram grosseiramente a presidenta Dilma Rousseff, um impulso incontrolável fez Aécio se solidarizar com a estupidez, para depois voltar atrás, advertido pelos marqueteiros de que “pegava mal”.
Pegou, todos sabem.
Agora, parece que essa força estranha o leva à mesma atitude.
Claro que não é um problema pessoal do candidato tucano, de natureza uma pessoa afável, em condições normais.
Mas Aécio está, mais que nunca, incorporado pela mente coletiva da direita brasileira, que desde a UDN sente “saudades prévias” de um país formado por ilhas de elite e um oceano de excluídos.
O que se traduz, na prática, em ilhas de “modernidade” e um oceano de atraso, o que é, em si, a negação do papel a que o Brasil pode –  não apenas pode mas, necessariamente deve – assumir de grande nação.
Por isso, para estas mentes é impossível entender o Brasil como um ente coletivo, que pertence a todos – indistintamente – e onde, por consequência, os desafios e as conquistas pertencem a todos.
E, claro, também as derrotas.
A Copa, para eles, só era de todos quando foram badalar a conquista de sua realização, em 2007.
Depois, quando vieram as dificuldades, os problemas, os atrasos e, sobretudo, os protestos, ela passou a ser “do Governo Dilma”.
De todos era só o time do Felipão, unanimidade nacional.
Justamente quem perdeu de 7 a 1 o jogo, numa Copa, salvo detalhes, impecavelmente bem organizada.
Ninguém hesitou em “apropriar” ao governo os atrasos e preços de obras sob a responsabilidade de governos estaduais, muitos deles sob a responsabilidade de governantes do PSDB.
Mal disfarçavam, nos discursos e nos “mercados” financeiros, sua esperança num fracasso que nos desmoralizasse como país organizado e capaz.
E desta Copa, como país, saímos assim, embora muito deprimidos – sim, esta é a palavra, e não humilhação – pela derrota inédita em campo.
E nele, e apenas nele, perdemos feio, como não podemos perder por nossas qualidades.
Por isso que a direita brasileira – sim, é ela – quem tenta, da forma mais torpe, se apropriar da frustração com um resultado de jogo de futebol para transferi-la para a política, como faz agora.
Ela não se contém, porque odeia a ideia de um Brasil só, que joga, perde e ganha junto.
Como ganhamos e perdemos, no campo, todos juntos.
E como ganhamos e perdemos na vida, na imensa vida, fora do campo.
Este ódio arrasta seus porta-vozes à insanidade de se tornarem urubus pós-Copa como foram urubus pré-Copa.
O povo brasileiro não está com ódio, está triste. Muito triste.
Quem tem ódio é uma elite que não hesita tentar se apropriar da  tristeza do povo para que esqueçamos que o futuro é adiante, não para trás.
E o resultado disso, creiam, não é diferente do que teve o  ”vai tomar no c…” vip do jogo de abertura.
O Brasil do povão, embora eles creiam e façam o possível para que seja o contrário, é um país civilizado.
Apesar dos sentimentos selvagens desta gente, que é incapaz de sentir por este povo até mesmo o  que sente  um americano, o jornalista Matthew Futterman, do Wall Street Journal, reproduzido no Diário do Centro do Mundo.
“(…)não compre a história de que esta perda vai deixar alguma cicatriz indelével em um país tentando desesperadamente prosperar em uma série de áreas que não têm nada a ver com futebol. Essa ideia é um pouco humilhante para os brasileiros, que são a coleção de almas mais acolhedoras com que eu me deparei.”
É por isso que as almas mesquinhas e odiosas, Matthew, vão perder feio na disputa pelo coração dos brasileiros.
Porque têm a natureza do escorpião e morrem de seu próprio veneno.
Fonte : TIJOLAÇO
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Adilson Filho: 

Torcer contra a Argentina como quer Globo-CBF, tô fora!


Fonte: VIOMUNDO
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Torcer pela vitória de Alemanha ou Argentina é opção de cada pessoa , porém isso não pode extrapolar os limites da civilidade.
De minha parte, torço pela vitória da Argentina, para que a copa fique na América do Sul, na Pátria Grande, e em segundo lugar porque sempre fui um admirador da escola argentina, que considero , junto com a brasileira as duas maiores escolas de futebol do mundo.
A xenofobia e a raiva que a imprensa brasileira vem destilando contra os  hermanos argentinos são incompatíveis com a educação e a cultura do brasileiro.
Tudo bem que exista uma rivalidade entre brasileiros e argentinos no futebol, porém colocar essa rivalidade  no patamar em que a velha mídia vem colocando, representa até mesmo um risco para integridade física de nossos hermanos que estão em grande número no Rio de Janeiro
De minha parte essa rivalidade existe apenas no esporte, e se existe é porque os hermanos são tão talentosos quanto nós, os brasileiros.
Não temos rivalidade com adversários que sempre vencemos.
A rivalidade se dá quando existe o equilíbrio, ou quando se vence pouco o adversário.
Se os hermanos são gozadores , nós também somos.
Se a cultura dos hermanos   faz com que se achem melhores em tudo, isso, para nós, não deveria ser motivo  de raiva ou indignação, mas sim de riso, já que a realidade fala mais alto.
Eles tem todo motivo para cantar e demonstrar a alegria pela ruas do Rio de janeiro, com suas cores e bandeiras, sem que isso represente uma ofensa para a imprensa brasileira, já que o povo brasileiro, além de educado , tem outras prioridades no momento.
A imprensa brasileira quer criar um clima de guerra contra os argentinos no Rio de janeiro, jogando a população contra os hermanos, de maneira a criar conflitos que possam manchar o sucesso da organização da copa e , com isso , tirar vantagens nas eleições próximas.
Assim sendo , peço que o pouco que resta da imprensa responsável, assim como a imprensa argentina, que oriente os hermanos sobre a situação  de maneira que eles fiquem atentos e que não reajam a provocações.
O ódio com que a imprensa brasileira vem se manifestando no momento, inclusive a esportiva, se deve ao fato do sucesso que foi a organização da Copa das Copas.
Também venho estranhando a  maneira como muitos jornalistas, principalmente das organizações globo, veem utilizando, nesses dois últimos dias, expressões como 11 de setembro, bombas, terrorismo e outras expressões similares. 
A imprensa terrorista entrou em campo. 

Os jornalistas do momento

E a autocritica do jornalismo esportivo ?

O mundo em torno da bola mostrou-se, igualmente, guardadas honrosas exceções, cúmplice da derrota. O jornalismo esportivo é um caso.


Da Redação
Arquivo

Não foi apenas nos gramados que a fragilidade  do futebol brasileiro ficou evidente nesta Copa do Mundo.

O mundo em torno da bola mostrou-se, igualmente, guardadas honrosas exceções,  cúmplice da derrota.

O jornalismo esportivo é um caso.

A crônica do futebol, que já teve talentos de um Nelson Rodrigues, Mário Rodrigues Filho (*), Oldemário Toguinhó etc, rendeu-se  nos últimos anos a uma cobertura preguiçosa, feita  de tardes esportivas bocejantes e noites de mesas redondas tolas,  incapazes de ir além da reiteração descritiva melhor desempenhada pelo vídeo-tape.

Abarrotada de recursos tecnológicos, mas de uma pobreza intelectual asfixiante, foi incapaz de oferecer  ao torcedor  uma reflexão qualificada sobre o quadro clínico de uma estrutura esportiva  que  agonizava  na frente do seu nariz.

Se agora se reconhece que o futebol pentacampeão  precisa de uma revolução e que ela deve incluir forte prioridade à categoria de base, a pergunta é: quando foi que esse tema recebeu um tratamento  regular e consistente nas pautas, espaços e reportagens das longas e modorrentas jornadas esportivas?

Mesmo do ponto de vista da estético, apesar das ’14 câmeras exclusivas da Globo’, não há nada que se aproxime, nem remotamente, da beleza plástica e da sofisticação reunidas pelo cine jornalismo do Canal 100, há mais de meio século.

O que evoluiu ostensivamente foi o compadrio. Um certo  jornalismo áulico entrelaçou-se a dirigentes, jogadores e empresários de futebol. Tudo lubrificado pela subordinação do esporte à conveniência  das grades das emissoras  e das suas milionárias carteiras de anunciantes.

Foi preciso uma Copa do Mundo para que o país descobrisse, por exemplo, a precariedade de sua rede de estádios –que o governo assumiu reestruturar e o fez--  assunto do qual o jornalismo esportivo nunca cuidou seriamente.

Ao contrário do que fazia o Canal 100, cujas lentes  tinham um interesse quase antropológico pelo estádio e pelo torcedor, na Globo, por exemplo, a arquibancada  só conta quando cartazes bajulam  Galvão Bueno e sua trupe, num pacto pavloviano algo constrangedor.

Infelizmente, a superioridade alemã se evidenciou nesta Copa também aqui, na qualidade informativa .

Em maio deste ano, dois meses antes do torneio, a Deutsche Welle, uma espécie de BBC alemã (o serviço público germânico de radiofonia é o 10º maior do mundo com emissões em 30 idiomas), já produzia material analítico sobre o futebol brasileiro com riqueza de detalhe e reflexão não disponíveis por essas bandas.

Enquanto o jornalismo esportivo brasileiro se espojava em piadinhas do ‘Imagina na Copa’ou discutia  filigranas em listas de convocados,  um minucioso retrospecto sobre a evolução tática do nosso futebol era providenciado pelos  jornalistas da  ‘DW”.

 O texto parece  alertar para a saturação de um percurso, cujo desfecho seria confirmado justamente no jogo contra a equipe do seu país.

Com riqueza de detalhes, o jornalismo esportivo alemão descreve os antecedentes de um esgotamento criativo estrutural; coisa que a crônica  esportiva brasileira só passaria a enxergar melhor –e não se sabe ainda por quanto tempo--   depois que o placar do Mineirão enveredou para grandezas poucas vezes requisitadas em seu sistema luminoso.

O conjunto ilustra o quão amplo terá que ser o freio de arrumação para que a camisa canarinho volte a brilhar.

O fato de que algumas das melhores análises jornalísticas sobre nosso futebol tenham sido produzidas,  antes, por quem nos derrotaria depois da forma como se deu, encerra um alerta.

Não será suficiente trocar apenas os protagonistas  diretos do desastre; será preciso, também,  sacudir a mesmice preguiçosa dos cronistas e analistas do espetáculo.

A equipe da Deutsche Welle fez um balanço da trajetória tática do futebol brasileiro. 

Traz, por exemplo, uma premonitória reportagem  –quase um conselho antecipado para uma derrota que ocorreria meses depois--  sobre a virada no futebol alemão, com investimento maciço em categorias de base, a partir de 2004.

A guinada ocorreu, sugestivamente, depois da humilhante desclassificação do país na Eurocopa em 2000 e da perda da Copa do Mundo para o Brasil, em 2002.
Desde então, todos os times da 1ª e da 2ª divisão do país foram obrigados a ter centros de treinamento para jovens com certificação da federação.

Todos os integrantes da atual seleção alemã, repita-se, todos, exceto Klose,  passaram por esses centros de formação e revelação de talentos.

Por fim, a Deutsche Welle no Brasil  faz um  balanço do legado de Felipão e dos desafios que a derrota na semifinal deixa para o futuro do futebol brasileiro.
Fonte: CARTA MAIOR
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Juca Kfouri diz que Aécio “não está nem aí para os que reduziram o futebol a pó”
12 de julho de 2014 | 12:23 Autor: Fernando Brito
cbf
Em seu blog, Juca Kfouri, o comentarista esportivo que já havia trazido a público o constrangedor episódio em que o senador Aécio Neves teria agredido uma mulher  numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio , acusou ontem à noite, em sua coluna, o candidato tucano de combater a ideia de uma ação de Estado para moralizar o futebol brasileiro, tema do qual tratei aqui.
Eis o texto:
“Aécio Neves é amigo de José Maria Marin e o homenageou, escondido, no Mineirão.
Deu-se mal porque o que escondeu em sua página na internet, Marin mandou publicar na da CBF.
Aécio também é velho amigo de baladas de Ricardo Teixeira e acaba de dizer que o país não precisa de uma “Futebras”, coisa que ninguém propôs e que passa ao largo, por exemplo, das propostas do Bom Senso FC.
Uma agência reguladora do Esporte seria bem-vinda e é uma das questões que devem surgir neste momento em que se impõe um amplo debate sobre o futuro de nosso humilhado, depauperado e corrompido futebol.
Mas Aécio é amigo de quem o mantém do jeito que está.
Não está nem aí para os que reduziram nosso futebol a pó.”
Caneladas à parte, é fato que Aécio cultiva relações intensas com a cartolagem do futebol brasileiro, ao ponto de a Folha publicar, em 2010, a satisfação de Ricardo Teixeira, ex (ex?) presidente da CBF com a eleição do mineiro para o Senado:
“O cartola viu aumentar sua influência nas articulações políticas em Brasília após a eleição de dois de seus principais aliados e a reeleição de outros três para o Senado. Teixeira assistiu a seu amigo pessoal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB-MG) chegar ao Senado, ao lado de outro antigo aliado, o deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI). ”
Teixeira não ficaria triste, com certeza, com a chegada de seu “amigo pessoal” à presidência.
Ou será que o nosso acadêmico Merval Pereira – tão sisudo ontem ao apoiar a posição de Aécio e dizer que é preciso “reduzir a interferência política na gestão dos clubes e da CBF” – acha que “interferência política” a favor da cartolagem pode?
Até porque ficou famosa a “bancada da bola” e bola, aqui, no Rio, tem duplo sentido.
E rola solta no futebol.

Fonte: TIJOLAÇO
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Esperar autocrítica da imprensa esportiva brasileira é algo impensável.

Ultrapassada em tudo, a imprensa esportiva brasileira é um apêndice da velha imprensa e as análises e opiniões esportivas seguem a linha editorial dos grupos de mídia que desde 2003, com a chegada dos governos populares e democráticos do PT, manipulam as informações com o intuito de atacar o governo.
São raros, na velha mídia privada, os jornalistas esportivos que tem opinião própria.

No momento em que ainda se fala sobre o jogo que eliminou a seleção brasileira da copa, os grandes grupos de mídia privada concentram as "análises e opiniões" sobre o treinador da seleção brasileira e, como isso minimizando e mesmo ocultando assuntos relevantes como uma maior participação do governo federal  na estruturação e  organização do futebol brasileiro.

Preferem, os jornalistas esportivos da mídia privada, discutir de forma histérica e estéril se o treinador escalou A ou B, se não convocou D ou C, ou outras discussões totalmente inúteis que nada agregam ao que de fato se faz necessário para um avanço do futebol no país.
Chega-se ao ponto, como na rádio globo, de um jornalista reclamar da presença de argentinos na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro em que reside, Copacabana.
O jornalista anta, tomado de ignorância crônica, desconhece, ou se recusar a aceitar, que o Rio de Janeiro é uma cidade turística que durante todo o ano recebe turistas e que Copacabana é reconhecida mundialmente.
Desconhece também que os argentinos, como se referiu aos visitantes, também são turistas, de momento, de copa  e que seria impossível fazer com sucesso um evento dessa magnitude impedindo a entrada de visitantes no país.
O referido jornalista, na rádio globo, tem uma vinheta que o apresenta como ' jornalista do momento'.
Emblemático, já que o momento da imprensa esportiva brasileira, e da velha imprensa em geral, tem tudo a ver com o jornalista da rádio globo.

Depois da derrota para a Alemanha só se fala e escreve sobre a "revolução do futebol alemão".
Futebol, que a bem da verdade, nesta copa, empatou com Gana, sofreu para vencer os EUA, venceu a Argélia na prorrogação e venceu a França levando sufoco, já que segundo a crítica o melhor jogador em campo no jogo contra a França foi o goleiro alemão.
Venceu Portugal com folga e o Brasil por conta de um apagão.
O teste de fogo é a final contra a Argentina.

Nada disso é percebido pela imprensa, que chega ao ridículo de tecer longos elogios a superioridade alemã, elogiando o volume de seu repolho. a riqueza de nutrientes de sua salsicha e até mesmo o frugal yogurte, tão apreciado na Alemanha, é retratado como especial , já que é obtido de leite de  vacas em que a dignidade e altivez dos animais são preservadas. 
Um festival de asneiras e bobagens sem precedentes.

Dentro do campo de jogo, alguns times brasileiros jogam como a Alemanha, sem que isso possa ser entendido como uma revolução tática.

A famosa "revolução" germânica é repetida ad nauseun nos calorosos debates de nossa cômica imprensa.
De fato o futebol alemão passou por mudanças significativas, dentro e fora do campo de jogo, entretanto penso que o mais importante foram as modificações fora do campo, na estrutura e organização do futebol.
E é justo aí, que o Brasil necessita de uma vassourada, de uma revolução. Discutir essa vassourada implica em colocar em cena interesses dos próprios grupos de mídia, que se beneficiam e muito com a estrutura atual do nosso futebol, como é o caso das organizações globo que tem ligações íntimas e promíscuas com a CBF, auferindo lucros gigantescos com um monopólio indecente que contribui para o atraso do nosso futebol fora de campo.
                                                                                                                                             Na tv globo, os jornalistas, como o Deby e o Loyd abaixo
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh1dFqxV378D3g4NNnYJi70MDoTkTKDMwq1gJkEdrj74bYa4-a7Igi0NlBE1PuROo_JSgcNeF7c8CYlyl5YFMPMuWP-5l8tknsp-dOiSGz2M-ZjjQeQ235K8vw5e53FgsVn7v4B2SZ9ECP/s1600/galvao+x+ronaldo+deby+e+loyd.jpgsão proibidos pela direção da empresa em criticar os horários dos jogos nos campeonatos nacionais e regionais do Brasil, já que para a direção de globo, horário é assunto comercial e não esportivo.
Aliás não é apenas o horário dos jogos que é assunto comercial para globo, tudo é tratado como negócio  que na lógica comercial de globo deve proporcionar lucro máximo para a empresa, independente dos estragos que os arranjos necessários para obtenção desses lucros , possam vir a causar na estrutura do nosso futebol.
Esse debate não acontece na velha mídia, por censura dos grupos de mídia, por rabo preso da maioria dos jornalistas e também por incapacidade de entender a realidade.

No início do artigo acima, de CARTA MAIOR,  há uma citação sobre a cobertura esportiva, principalmente de mesas redondas de TV, que não conseguem ir além da reiteração descritiva melhor desempenhada pelo vídeo tape, e justo o vídeo tape, que quando de seu surgimento na TV foi chamado de burro em um momento genial de Nelson Rodrigues.
A burrice, esse poder devastador, contaminou toda a crônica esportiva.











 
 
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Um pouco sobre Copas do Mundo

ARGENTINA EM PRIMEIRO.BRASIL TERCEIRO

O jogo Argentina e Holanda termina com comovida homenagem ao Globo











A Argentina de Mascherano vai segurar esse time da Alemanha ali no meio.

O Messi vai renascer.

E  a Alemanha vai voltar a jogar como contra a Argélia e a França.

Ou seja, nada.

A Holanda chega ao sábado com um dia de descanso a menos que o Brasil , uma prorrogacão e a tensão dos penaltis.

O Brasil vai tomar vergonha na cara e demonstrar que esse time da Holanda não vai a lugar nenhum quando o Robben, como hoje, não joga nada.

Aliás, ele, o Van Parsie e o Sneijder acabaram a caminho da maca.

E olha que jogaram num ambiente frio, com garoa e boa parte do estádio contra a Argentina.

Vai ser Argentina primeiro e Brasil terceiro.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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Esse é desejo do CONVERSA AFIADA.
Também gostaria de ver o Brasil conquistar o terceiro lugar e a Argentina seu terceiro título mundial.
Se o Brasil for o terceiro colocado, será a décima vez, em 20 copas , que o Brasil fica entre os três primeiros colocados.
Essa, a vigésima copa do mundo, é a quinta realizada na América do Sul. 
As quatro realizadas foram vencidas por Uruguai (duas vezes), Argentina ( uma vez) e Brasil (uma vez). Europeus ainda não venceram por aqui.
Será a décima final de copa do mundo entre europeus e sul americanos.
Os sul americanos venceram 7 e os europeus 2. 
Os europeus já venceram 10 copas e os sul americanos 9.
Das 10 copas vencidas pelos europeus, 9 foram na Europa, sendo a exceção a vitória da Espanha, em 2010, na África.
Das 9 copas vencidas pelos sul americanos, 4 foram na América do Sul, 2 na América Central, 1 na América do Norte, 1 na Ásia e 1 na Europa.
O sul americanos vencem em todos os continentes, já os europeus....
Os uruguaios só venceram na America do Sul.
Os argentinos venceram na América do Sul e América Central.
Os europeus só venceram na Europa, com exceção da Espanha na África.
O Brasil venceu na América do Sul, na América Central, na América do Norte, na Ásia e na Europa.
De todos os campeões mundiais, somente o Brasil e Espanha não venceram em casa, sendo que a Espanha venceu apenas 1 vez e sediou o evento 1 vez e o Brasil venceu 5 e sediou 2 edições da copa.
Brasil e México sediaram a copa 2 vezes e não venceram  em nenhuma edição. Outros países que sediaram a copa 2 vezes venceram , pelo menos, 1 vez.
Pode-se concluir que os europeus não sabem ganhar fora da Europa.
Quanto a final de domingo , entre Argentina e Alemanha, a Argentina tem um melhor aproveitamento em finais , porém só sabe ganhar na América Latina.
Em todas as finais de copa do mundo, pelo menos uma seleção de países do BAIA ( Brasil, Argentina, Itália e Alemanha) se fez presente na final, com exceção para a final de 2010 que foi entre Espanha e Holanda.
Durante quatro copas consecutivas - 1982, 1986, 1990 e 1994 - as finais foram entre duas seleções do BAIA.
O Uruguai chegou a final em 2 copas . Ganhou as duas. 100% de aproveitamento.
A Inglaterra chegou a final em 1 copa.Ganhou. 100% de aproveitamento
A Espanha chegou a final em 1 copa. Ganhou. 100% de aproveitamento
O Brasil chegou a final em 7 copas . Ganhou 5 . 71% de aproveitamento
A Itália chegou a final em 6 copas. Ganhou 4 . 66% de aproveitamento
A França chegou a final em 2 copas. Ganhou 1 e perdeu 1. 50% de aproveitamento
A Argentina chegou a final em 4 copas. Ganhou 2 . 50% de aproveitamento
A Alemanha chegou a final em 7 copas,.Ganhou 3. 43 % de aproveitamento
A Holanda chegou a final em 3 copas, Perdeu todas. 0% de aproveitamento
A Hungria chegou a final em 2 copas. Perdeu todas. 0 % de aproveitamento
A antiga Tcheco eslováquia chegou a final em 2 copas. Perdeu todas. 0% de aproveitamento
A suécia chegou a final em 1 copa. Perdeu. 0 % de aproveitamento
Apenas alguns números.
O Brasil não é apenas o país com maior número de títulos, como também o que vence em qualquer continente, porém, não consegue vencer em casa. 
Especialistas atribuem a dificuldade do Brasil de vencer em casa a proximidade com a  imprensa brasileira.

Eu vou lá e resolvo




Ainda repercute nas mídia e nas redes sociais a derrota da seleção brasileira.

O brasileiro, que faz piada de tudo, também brinca com a derrota do nosso time.
Isso é bom, pois em se tratando de copa do mundo e  de seleção brasileira o brasileiro não é apenas torcedor ,ele se considera parte do time que entra em campo.

Lembro de uma crônica do João, o Saldanha,  sobre esse nosso  comportamento:.
Mais ou menos assim:

- "  a seleção brasileira jogava e , em um bar, sentado a mesa perto de uma porta um negão assistia ao jogo bebendo uma cervejas e torcendo pelo nosso time. Um jogo pegado, difícil, sofrido, até que Pelé, então o maior jogador de futebol do mundo, faz uma jogada sensacional e marca um golaço nos últimos minutos de jogo, garantindo a vitória para a seleção. O negão viu o gol, ficou quieto por alguns segundos e depois comentou,  orgulhoso e seguro:
- comigo é assim, quando a coisa tá feia eu vou lá e resolvo".

Em seu comentário ele  incorporava o próprio Pelé em campo, ele sentado a mesa em um bar fez o gol da seleção. ele  era o Pelé e todos os demais jogadores da seleção. 
Ele era a seleção brasileira, a pátria  e tudo mais. 
No futebol, em se tratando de seleção brasileira, principalmente mas não especificamente, o brasileiro se auto transfere, se auto transporta sua personalidade para o time.

Se é assim na vitória , também é assim na derrota, pois o futebol é feito de grandes vitórias e grandes tragédias. 
O excesso de alegria na vitória é o mesmo excesso de tristeza na derrota.

De uma maneira geral leva-se um tempo para perceber tudo isso e  vale até até mesmo para jogadores de futebol .
O goleiro de nossa seleção ao final do jogo contra a seleção alemã, em entrevista, aos prantos como de regra nesta copa,  disse o seguinte:
- " o futebol ao mesmo tempo em que te dá ele tira de você"
O nosso goleiro estava falando de alegria na vitória e de tristeza na derrota e, como o brasileiro tem por regra extravasar suas emoções, uma derrota  mesmo que de um time de futebol, é algo comparável a uma tragédia gigantesca e sem precedentes
.
Por outro lado, ele não deixa de brincar consigo mesmo, já que quando faz piadas sobre a derrota da seleção está rindo de si próprio. 
Isso é ótimo e além de ajudar a suportar uma frustração, revela elementos de sabedoria.

Entretanto, todo cuidado e atenção nessa hora, pois existem aqueles que desejam  se apropriar desse sentimento para tirar vantagens, principalmente por conta das eleições que se aproximam.

E é aí que entra a velha mídia, que reproduz as brincadeiras sobre a derrota, mas prioriza aquelas que ridicularizam e diminuem a auto estima do brasileiro, a ponto de um colunista do jornal o globo, de hoje, escrever que a derrota reacende o complexo de inferioridade do brasileiro. 
Isso não é verdade e ainda é falso. 
Quem deseja que o brasileiro mergulhe em pessimismo e se sinta inferior é a própria mídia, o próprio colunista, que não medem esforços, pressões nas digitais dos dedos das mãos  e frascos de tinta para associar um sentimento de frustração legítimo e específico no futebol com a situação política, econômica e social do país.

Até mesmo as manchetes dos jornais, a falação alucinada nas emissoras de rádio, e os sempre higiênicos telejornais apresentados por higiênicos  e bem vestidos jornalistas, entraram em campo nesta pós-derrota da seleção com palavras chaves em suas  manchetes e análises que não são condizentes com a realidade. 
Vejamos:
- Humilhação: em nenhum momento a seleção brasileira foi humilhada em campo. Os jogadores alemães  jogaram futebol , buscaram e fizeram gols com a assertividade e objetividade que se espera nas partidas. Não houve  por parte dos alemães passes de letra, lençóis, canetas e outros dribles com o intuito de humilhar o adversário. Pelo contrário, os alemães venceram respeitando o time brasileiro. Algo que não aconteceu quando a seleção brasileira venceu os alemães na final da copa de 2002, quando o jogador brasileiro Denilson, hoje comentarista da Band, faltando poucos minutos para o final do jogo ficou com a bola ensaiando dribles ou mesmo embaixadas, no que quase resultou em agressão de um jogador alemão. Perder um jogo, eventualmente,por qualquer placar não é  humilhante, faz parte do esporte.
- Vergonha : não há motivos para se envergonhar com uma derrota no esporte, mesmo que seja por um placar elevado, ainda mais se o perdedor  é um vencedor no mesmo esporte, no caso o Brasil é o maior vencedor de copas do mundo.
 - Vexame : não há nenhum vexame quando se perde no esporte, no caso o futebol, jogando e competindo mas não podendo, naquele momento , superar o adversário. Os jogadores brasileiros não abdicaram de jogar  e reagir.
 - Raiva : Não existe motivo para sentir raiva de um time que lutou nos jogos em que jogou, mas que não ganhou o título da competição, mas mesmo assim ficou entre os quatro primeiros colocados.

Assim sendo, caro leitor, o sentimento real do brasileiro é de tristeza pela derrota, algo normal e passageiro, já que a seleção sempre esteve longe de ser unanimidade no tocante as chances de conquistar o título.
A movimentação da velha mídia é justamente se apropriar desse sentimento de tristeza momentânea do brasileiro, confundindo-o, e aprofundando todo tipo de rebaixamento, de diminuição, da auto estima do povo.

Por isso , reforço o toque para tomar cuidado com as brincadeiras e piadas que a velha mídia reproduz,  de maneira que seu sentimento legítimo, meu caro leitor,  não seja capturado e transformado em algo que você não sente, e , a partir daí você passe a sentí-lo, mesmo não sendo seu.

Infelizmente, meu caro leitor, não deu pra gente resolver a coisa quando ela estava feia e , com isso a gente ficou meio triste.
Porém, isso é passageiro, e logo a gente tá lá de novo e se marcar bobeira, eu resolvo, porque comigo é assim.



quarta-feira, 9 de julho de 2014

A mulher sem vagina

A derrota e a disputa pelo imaginário brasileiro

O jogral conservador ganhará decibéis redobrados na tentativa de transformar a humilhação esportiva na metáfora de um Brasil corroído pelo desgoverno.

por: Saul Leblon
Marcello Casal Jr/Agência Brasil A seleção brasileira foi mastigada  até a alma pelas mandíbulas alemãs nesta 3ª feira, na disputa das semifinais da Copa do Mundo.

Depois de tomar quatro gols em seis minutos no primeiro tempo, a equipe montada por Felipe Scolari  tirou o uniforme e vestiu o manto de um zumbi coletivo.

Morta, arrastou-se  pelo gramado do Mineirão,  de onde saiu carregando o fardo de  uma goleada histórica por 7 x 1.

A derrota atinge a estrutura do futebol brasileiro.

A exemplo  do que ocorreu  na economia nos últimos trinta anos, o futebol viveu um processo de primarização.

Clubes que deveriam ser fontes de talentos, com forte investimento em categorias de base,  tornaram-se exportadores  de brotos verdes.

Ao ensaiarem seu diferencial nos gramados, garotos  já são monetizados e remetidos a clubes do exterior,  que cuidam de completar sua formação.

Alguns,  caso de  David Luiz, só para citar um exemplo,  voltam depois consagrados, quase desconhecidos aqui, para compor uma seleção que convive mais tempo no avião do que nos gramados.

Nas cadeias da globalização da bola, o Brasil se rendeu ao papel de fornecedor de matéria-prima.

A dependência financeira dos clubes em relação às cotas de transmissões esportivas dos grandes campeonatos regionais e nacionais é outro torniquete da atrofia que explodiu no Mineirão.

As redes de tevê  ficam com a parte do leão da publicidade milionária das transmissões futebolísticas –fonte de uma das maiores audiências da televisão brasileira.

Donas do caixa, redes como a Globo, fazem gato e sapato dos clubes, obrigando jogadores a uma ciranda insana de tabelas e competições que se sobrepõem em ritmo alucinante, para servirem à conveniência das grades e da receita publicitária.

É praticamente impossível sobreviver fora da ciranda e, dentro dela, impera o imediatismo: não há tempo,  nem recurso,  para investir em formação de atletas nas categorias de base.

A pressão brutal por resultados –-se  não ‘subir’  ou, pior, se  ‘cair’, o clube perde a cota da tevê--  obriga dirigentes à caça insaciável por jogadores tarimbados, em detrimento da revelação própria nos quadros juvenis.

A reiteração entre audiência e cotas premia os clubes maiores criando um círculo de ferro que condena o grosso das demais agremiações  à marginalização.

No triênio 2016/19, por exemplo, a Globo prevê pagar  R$ 4,11 bi por direitos de transmissão no Brasil. Desse total, três clubes, Corinthians, Flamengo e São Paulo ficarão com quase R$ 500 milhões.

O restante será rateado pelas agremiações  do resto do país.

No futebol inglês e no alemão, o critério é mais equânime.

Na Alemanha a verba é  dividida em cotas iguais entre todos os clubes. Na Inglaterra, 70% do total é dividido em partes iguais, ficando 30% para ‘prêmios’ por classificação e audiência.

Na Alemanha, ademais, há uma rede capilarizada de escolas de futebol, que compõe um sistema nacional  de formação de atletas, revelação de talentos, bem como preparação de técnicos e juízes.

Centros de treinamento de alto nível  focados em categorias de base, como o do São Paulo FC, são raros no Brasil, que viu morrer o celeiro do futebol de várzea sem que se pusesse nada no lugar.

Adestradas na lógica da mão para a boca, as torcidas se transformam em certificadoras dessa engrenagem sôfrega.

Não raro com o uso da violência, cobram  resultados e  contratações  milionárias  dos cartolas, que usam o álibi das uniformizadas para a rendição incondicional ao mercantilismo esportivo.

Ao contrário da equidistância que seus candidatos cobravam de Dilma ainda há pouco, quando o time de Felipão  avançava na classificação, a derrota nacional na Copa do Mundo certamente será explorada pelo conservadorismo.

A disputa pelo imaginário brasileiro ganhará decibéis redobrados a partir de agora, na tentação rastejante de  transformar  a humilhação esportiva  na metáfora de um Brasil  corroído pelo ‘desgoverno petista’.

O tiro pode sair pela culatra.

A tese não é apenas  oportunista.

Ela é errada.

O que acontece é simplesmente o oposto.

A estrutura do futebol brasileiro, na verdade, está aquém dos avanços sociais e políticos assistidos  no país nas últimas décadas.

Há um descompasso entre a sociedade e o gramado.

A caixa preta da Fifa  --reafirmada no intercurso entre cambistas e filhos de dirigentes, como se viu em episódio recente no Rio de Janeiro-- é apenas a expressão global do sistema autoritário e nada transparente dominante em várias ligas nacionais.

A do Brasil, com a CBF, é um caso superlativo.

Dominada por um punhado de coronéis da bola,  requer um corajoso  processo de oxigenação, equivalente à  reforma  preconizada por Dilma para o sistema político brasileiro.

Trata-se de democratizar os centros de decisão, bem como as legislações relativas à compra e venda de atletas, evitar sua venda precoce ao exterior,   ademais de remodelar os circuitos das competições e libertar o caixa dos clubes da tutela asfixiante das tevês, para que possam , de uma vez por todas, converterem-se, de fato, em  academias de formação e difusão esportiva.

O conjunto atinge diretamente o núcleo duro dos  interesses e valores com os quais o conservadorismo compactua  para voltar ao poder.

A quem desdenha da necessidade de um planejamento nacional em qualquer esfera –da industrialização, ao direcionamento do crédito, passando pelo controle de capitais e do câmbio--  cabe perguntar: se não temos uma política nacional para o futebol, como se pode pleitear uma seleção nacional à altura das  nossas expectativas?

Enquanto ficamos na dependência de um Neymar, o grupo  da Alemanha joga junto há 10 anos.

Pode-se manipular o imaginário da derrota na catarse das próximas horas. Mas será difícil sustentar o oportunismo  se ele for confrontado com uma visão clara e desassombrada das linhas de passagem que podem devolver ao futebol brasileiro o brilho que ele já teve um dia, e ao seu torcedor, a alegria trincada neste  sombrio oito de julho de 2014.
Fonte: CARTA MAIOR
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Mineiraço: A vitória do trabalho duro em equipe contra a “esperteza” e o marketing

publicado em 8 de julho de 2014 às 19:47
A torcida jogou junto, mas desistiu depois dos 4 a 0.

por Conceição Lemes 
Alemanha 7 x Brasil 1.
Vexame absoluto.
Foi a pior derrota do Brasil na história das Copas.
Hora de reformular o futebol brasileiro.
A função da verdade é aparecer. Hoje isso aconteceu. Sem maquiagem.
No Brasil, quando os jovens talentos despontam, ainda meninos são vendidos para o exterior.
São eles que integram a seleção brasileira. Jogadores que atuam fora do Brasil, em diferentes times, e que, de vez em quando, se reúnem para jogar juntos.
Diferentemente do que acontece com a seleção alemã, cujos integrantes estão jogando e, sobretudo, treinando — muito! — há seis anos.
Além disso, os alemães são uma equipe colaborativa, não individualista. Jogam por e para um time. E não por uma marca ou contrato. E o Brasil?
Resultado: um time bem preparado, bem treinado, ganhou o jogo de lavada.
Foi a vitória do trabalho duro em colaboração contra a “esperteza” e o individualismo histórico, atávico.
Marketing não ganha jogo. Ganha dinheiro.
Haverá vergonha  e vontade suficientes para o Brasil conquistar o terceiro lugar?
Fonte: VIOMUNDO
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 Calma, futebol é só um esporte, nada mais que isso

1) Isso é futebol. Nada mais.

2) Já estamos entre as 4 melhores seleções do mundo. Outras 28 foram EMBORA.

3) Estamos sem dois jogadores importantíssimos.

4) A Alemanha é um grande time, campeã mundial.

5) Continuamos a ser o país que hospedou a Copa das Copas.

6) Somos "brasileiros com muito orgulho e muito amor" só na vitória?

7) De novo: isso é só futebol.

Queimar bandeira (como já fizeram na Vila Madalena em São Paulo), ofender jogadores e renegar a Copa é comportamento de criança mimada.
Fonte: SQN
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Copa: Explicando o inexplicável

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:


“VERGONHA, VEXAME, HUMILHAÇÃO”. Em letras de cinco centímetros de altura, a primeira página do Globo escancara, na edição de quarta-feira (9/7), a frustração que representa a goleada sofrida pela seleção brasileira no Mineirão.

O Estado de S.Paulo resume: “HUMILHAÇÃO EM CASA”.

E a Folha de S.Paulo busca uma abordagem mais fria: “SELEÇÃO SOFRE A PIOR DERROTA DA HISTÓRIA”.

Todas as manchetes, em letras maiúsculas.

Os jornais tentam explicar o que não pode ser entendido, justamente por sua extrema simplicidade: a equipe brasileira demonstrou não ter maturidade para enfrentar uma circunstância adversa e não produziu um líder capaz de reorganizar as peças quando o conjunto não estava bem.

Veladamente, os analistas ensaiam algumas críticas ao técnico Luiz Felipe Scolari, depois de passarem o mês inteiro louvando sua suposta sagacidade, sua alardeada capacidade de aliar a malandragem do futebol com a medida eficaz de virilidade. Agora, todos concordam em que ele errou na estratégia e na tática e ficou paralisado quando seus pupilos perderam o controle.

Alguns textos cobram uma mudança radical na organização do futebol brasileiro, defendendo a retomada da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar irregularidades da Confederação Brasileira de Futebol. Admite-se que a vergonhosa atuação diante dos alemães serve como divisor de águas entre o passado de conquistas e um presente de futebol medíocre, improvisado, extremamente dependente da criatividade de apenas um jogador. Sem Neymar Jr., eliminado da Copa por causa da contusão grave sofrida na partida contra a Colômbia, a seleção brasileira se revelou um time previsível.

Mas seria diferente com ele em campo?

Os especialistas se dividem, mas a maioria acha que Neymar e o capitão Thiago Silva, ausente por ter sido punido com dois cartões amarelos, teriam evitado a derrocada emocional após o primeiro gol dos adversários. Afinal, um resultado como esse, 7 a 1, entre equipes de primeira linha do futebol mundial, não deixa margem para respostas simples: embora seja possível alinhar uma série de causas para o desastre, o que a imprensa tenta fazer é explicar o inexplicável.

O jogo da política
Paralelamente, fora das quatro linhas, a imprensa volta ao jogo sujo: o Estado de S.Paulo usa o editorial para transformar a derrota da seleção em revés político da presidente da República.

Aqui e ali, também os outros jornais fazem especulações sobre possíveis efeitos da humilhante derrota no futebol sobre a política e a economia; uma leitura cuidadosa dos textos escolhidos pelos editores mostra que a imprensa espera uma quebra na confiança demonstrada pelos brasileiros em si mesmos – fenômeno associado por analistas ao bom andamento da Copa do Mundo.

Um colunista da Folha produz uma frase que merece ser dissecada: “O mundo não acabou, mas o bom humor das últimas semanas vai se evanescer aos poucos. O país voltará a se enxergar como de fato é”.

Seria o caso de se perguntar ao profeta diletante: e o que é, de fato, o Brasil, cara-pálida? A se depreender das escolhas editoriais da Folha, o Brasil é um país pobre, depressivo, incapaz de resolver seus desafios históricos. Será isso que quer dizer o articulista? Ou, ao contrário, pode-se afirmar que o brasileiro médio já superou, a esta altura, a derrota humilhante e está enchendo as redes sociais de anedotas sobre si mesmo?

Na sombra da frustração geral, a imprensa especula sobre uma possível retomada das manifestações violentas protagonizadas por aqueles que se opunham à realização da Copa no Brasil. Mas qual seria a justificativa?

A derrota da seleção brasileira não desmancha a percepção generalizada de que o evento tem sido um sucesso. A poucos dias de seu encerramento, acumula uma série de recordes e emoções em alta intensidade – incluindo-se entre elas até mesmo o vexame da seleção nacional diante da Alemanha.

Como se afirmou aqui antes da partida contra a Colômbia, o Brasil de verdade já experimentava o sabor da vitória ao produzir uma Copa em clima de alegre receptividade. A matilha dos vira-latas e os profetas do apocalipse já saíram de suas tocas para tentar derrubar a autoestima dos brasileiros.

Sucumbir ao pessimismo seria a pior das derrotas.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Trombone alvorada weril

O comportamento da velha mídia no day after do jogo contra a seleção alemã, revela, através das manchetes de jornais e opiniões de "especialistas", o que estava represado enquanto frustração e raiva pelo sucesso da organização da Copa das Copas.

Um segmento que durante mais de um ano alimentou todo tipo de pessimismo e negativismo com relação a capacidade do país em organizar o evento,  após o jogo de ontem explodiu de raiva e satisfação, tal qual um cogumelo radioativo, liberando por todos os poros fragmentos de sentimentos e emoções  de uma couraça ainda fortemente enrijecida pelas frustrações acumuladas.
Uma vergonha, em se tratando de um setor em que se espera um mínimo de equilíbrio, maturidade e racionalidade.

As manchetes dos jornais e dos textos são mais , bem mais, assustadoras que  a derrota sofrida pela seleção canarinho. 
Uma tragédia épica.

A infelicidade no casamento, o emprego chato, o salário pequeno e o chefe insuportável,  podem ser vistos e identificados claramente nas "análises e opiniões" dos especialistas da velha mídia sobre a seleção brasileira.
Numa hora dessas, a derrota frustrante é a válvula de espace para todo tipo de irracionalidade.

Para o brasileiro, a sua seleção de futebol também cumpre o papel de um divã as avessas.

No senso comum, tais manifestações são exacerbadas e sempre acompanhadas de violentas descargas emocionais, entretanto, na velha imprensa a catarse não fica muito distante do cidadão comum.
Jornalistas se comportam como cães sem dono, famintos, jorrando babas por seus lábios trêmulos e movimentando histericamente mãos ameaçadoras.
Para essa gente, nem  uma traição da esposa amada com o vizinho feio e asqueroso mereceria tamanha indignação.
Para a velha imprensa esportiva a seleção brasileira de futebol é como a mulher amada, com  o diferencial de não possuir vagina.  
A mulher sem vagina traiu a todos e isso é inaceitável, insuportável.

Ontem a noite após o jogo, os traídos, no rádio e na TV, discutiam, abertamente, se iriam ou não dormir, tamanha a violência que sofreram. 
Envergonhados com o comportamento vexatório da mulher amada, procuram consolo e conforto na dinâmica da vida que sempre segue em frente.
A vida segue, amigo, falavam uns aos outros.
Vez por outra , palavrões reverberavam pelas ondas do rádio liberando,nem sempre de forma equilibrada, as reações e  sensações.

Espera-se que nos próximos dias, talvez já a partir de amanhã, exercícios de racionalidade possam ser lidos e ouvidos na velha mídia, já que sempre depois de catarses emocionais, o homem, e o brasileiro não é diferente nesse aspecto, procura manifestar-se através do oposto até então vivenciado.  
Quando isso acontece, também existe um exagero em demonstrar o equilíbrio que até então tinha sido devorado pelas reações mais primitivas do homem. 
No exercício próximo de equilíbrio, grandes teses tentarão mostrar para os leitores e ouvintes a densidade de pensamentos e a maturidade da  velha imprensa em encarar situações limites e desafiadoras. 
Vamos aguardar.