quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vagabundo, medíocre, criminoso, golpista

Rodrigo Vianna: No Brasil e na Venezuela, a guerra da desinformação

publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 18:35

Black Bloc venezuelano, na concepção de Vitor Teixeira
Fonte: VI O MUNDO
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qua, 19/02/2014 - 4:23
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Igor Fuser, Professor da Universidade Federal do ABC,
amassou a Mônica Waldvogel falando sobre a Venezuela
no Programa Entre Aspas da Globo Âníus. Imperdível!
“Ô Mônica! Me diz por que nesses últimos 15 anos
de Chavismo não houve uma única notícia positiva
sobre a Venezuela na Rede Globo de Televisão.”
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Freixo detona o jornalismo vagabundo de O Globo

publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 22:49

A exaltação de um factoide
Fonte: VI O MUNDO
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    PAPIRO - Crítica
Trombone alvorada werilVagabundo, medíocre, criminoso. golpista e sabe-se lá o que mais essa gente podre de globo está envolvida para desestabilizar o país.
Aqui ou Venezuela as táticas são as mesmas, justo contra governos populares e democráticos que ousaram a trilha do pós neoliberalismo.
Nos países da América latina, governos alinhados com os EUA não são notícia por causa de protestos ou manifestações, uma vez que caso existissem seriam violentamente reprimidos.
Há muito mais nos protestos de Brasil e Venezuela do que a simples insatisfação de alguns grupos da sociedade.
O jornalismo de globo e de toda a velha mídia é uma atentado contra a democracia e a liberdade no país
Excrescências moldadas em tipos, formas e palavras para serem reproduzidas em rotativas de esgoto.
A sociedade não mais se submete as mentiras e manipulações diárias de uma corja de marginais que pensa que pensa o país e , assim tenta moldar as consciências defecando qualquer coisa que lhe venha a boca  e que em nada se assemelha a um jornalismo, ou mesmo como dever de um jornal, como insiste pela segunda vez na semana em mais um editorial de globo , sempre destilando  um suposto equilíbrio e uma inabalável e mentirosa  razão sobre os acontecimentos.
O equilíbrio que globo diz ter nunca existiu em momento algum de sua nefasta história de jornalismo.
Globo tem lado, interesses e é disciplinado na execução das tarefas que deve realizar.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O Sofá

J.P.Cuenca: Num sofá imaginário, o debate sobre o papel da mídia

publicado em 15 de fevereiro de 2014 às 16:00

por Luiz Carlos Azenha
J.P.Cuenca, na Folha, escreveu um dos melhores artigos que li até agora sobre a morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, no Rio.
Fala da histeria e do sensacionalismo que podem resultar em leis desnecessárias — é, acrescento eu, gente oportunista pegando carona numa tragédia para acertar contas com adversários políticos, de olho nas eleições de 2014; gente que não se envergonha de usar a comoção da família para fazer avançar seus interesses.
O leitor Bonifa, num comentário que se tornou post, pergunta sobre o que teria levado as Organizações Globo e a revista Veja a enveredar por onde enveredaram na cobertura do caso.
A Globo falou em “atentado à liberdade de imprensa”.
A Veja foi atrás de uma lista de um ato não relacionado à morte do profissional da Band com doações feitas por políticos.
O “jornalismo declaratório”, denunciado por Caco Barcellos, venceu mais uma: hoje os desavisados estão certos de que as manifestações são frequentadas por quem recebe 150 reais, quando ninguém apresentou nenhuma prova de que de fato isso aconteceu.
Se Caio Souza recebeu 150 reais, deve saber de quem recebeu. Ou não? Pode ter depositado o dinheiro. Feito algum pagamento. Entregue a alguém. Para a polícia que conseguiu encontrá-lo na Bahia, facílimo de elucidar. Mas as acusações são todas genéricas, pelo menos por enquanto.
Prova? E precisa?
A Globo usou “jornalismo declaratório” contra o deputado Marcelo Freixo, do Psol, com a seguinte manchete bizarra, no G1:

Uma amiga anotou que o Jornal Nacional dedicou 15 minutos e 15 segundos à cobertura, no dia da prisão do acusado na Bahia — o que se justifica, já que a repórter da emissora acompanhou a polícia.
Essa simbiose entre o jornalismo e as autoridades não é, nem de longe, novidade.
Basta relembrar a presença do repórter Cesar Tralli com equipes da Polícia Federal em mais de uma oportunidade.
Eu mesmo, quando era repórter da Globo no Rio de Janeiro, fui escalado para viajar num jatinho do governo do Estado do Rio para cobrir a prisão do traficante Fernandinho Beira-Mar, na Colômbia, ao lado do então secretário de Segurança Josias Quintal.
Quando a cobertura interessa às autoridades, a Globo tem portas abertas.
Neste caso, é óbvio que a cobertura interessava ao governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral: primeiro, porque muitas das manifestações são contra ele; segundo, porque é eleitoralmente positivo ser ou apoiar o “candidato da ordem”; terceiro, porque ficou demonstrada a eficiência da polícia carioca, especialmente na resposta a um caso que causou comoção nacional.
Já a Globo, pela primeira vez na sua história sofre o questionamento em massa nas redes sociais. Esse questionamento muitas vezes transborda para as ruas.
Estamos no ano em que o golpe de 1964 completa 50 anos. Falta muito a dizer sobre a simbiose entre as Organizações Globo e a ditadura militar.
Questionamentos sobre o papel da Globo na ditadura remetem diretamente ao presente e ao fato inescapável de que a emissora — como, aliás, todas as emissoras e empresas jornalísticas — tem lado, faz escolhas e não paira sobre a sociedade como ente “imparcial”.
As emissoras de rádio e TV são concessões públicas e as concessões públicas devem responder àqueles que são donos do espectro eletromagnético, ou seja, a todos os brasileiros.
Essa é uma “descoberta” que um número crescente de brasileiros vem fazendo, através das redes sociais.
A Globo, especificamente,  é a campeã no recebimento de dinheiro público, via governo federal, outra descoberta recente para muitos:

Insisto: quando Rodrigo Vianna deixou a emissora, em 2006, as redes sociais ainda eram coisa de poucos no Brasil.
As críticas à Globo estavam concentradas entre jornalistas e acadêmicos.
Hoje, ganharam massa crítica.
No episódio do Rio, a emissora encontrou a oportunidade de se colocar “do lado certo” da opinião pública.
Falar em “atentado à liberdade de imprensa” confere a ela o status de defensora de algo com o qual 99,99% dos brasileiros concordam!
Porém, é bom lembrar que a Globo defende tal liberdade de forma seletiva.
Que eu saiba, a emissora não fez registro da prisão ou da busca e apreensão contra jornalistas em Minas Gerais, promovida por agentes estatais ligados a governo “amigo”, de Antonio Anastasia-Aécio Neves.
O ponto-chave da coluna de J.P.Cuenca na Folha é justamente este:

Nem a Globo, nem qualquer empresa da mídia corporativa, quer sentar no sofá do J.P. Cuenca para discutir o papel que exerce na sociedade, uma exigência de um número cada vez maior de brasileiros.
Queremos discutir a regulamentação dos capítulos da Constituição de 1988 que tratam da comunicação.
Queremos discutir a legislação antiquada que rege o setor — um emaranhado que favorece duas dúzias de famílias que ditam a agenda nacional.
Queremos discutir o Ofcom britânico, o escritório independente que regulamenta o setor das comunicações no Reino Unido e ao qual os ouvintes e telespectadores podem recorrer contra os crimes midiáticos (sim, disseminar notícia sobre uma epidemia inexistente, por exemplo, configura crime).
Porém, qualquer tentativa de debate é, em si, tratada como ameaça à liberdade de imprensa e/ou de expressão.
A mídia corporativa em geral — a Globo, em particular — não se envergonha de usar qualquer subterfúgio para fugir do sofá retórico de J.P.Cuenca.
Fonte: VI O MUNDO
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                EDITORIAL   PAPIRO

A grande imprensa é seletiva naquilo que informa. Isso é fato.
A presidente da ANJ - associação nacional de jornais - Judith Brito, funcionária da Folha de SP, declarou recentemente de forma explícita e frontal, que a imprensa brasileira faz o trabalho de partido de oposição ao  governo federal, uma vez que, ainda em sua declaração indecente, os partidos de oposição no país são muito fracos.
O globo de hoje, 17,02,14, revelando o fundo do poço em que se encontra a imprensa, chama a atenção de seus leitores para editorial em que "explica" a função de um jornal. 
Certamente nada disse sobre o papel da imprensa atribuído pela presidente da ANJ e que globo exerce  diariamente de forma visceral.
O editorial de globo, em meio aos acontecimentos e desdobramentos sobre a morte de um cinegrafista da TV bandeirantes, aparece como uma peça defensiva, uma vez que um disse me disse envolvendo ativistas serviu de matéria prima para o diário carioca concluir sobre os acusados diretos e indiretos e ainda enviar o processo para o Ministério Público. 
Sim, caro leitor, globo pensa como tal.
Acusações sem provas concretas proliferam e mesmo assim o globo adotou a versão apontada pelos principais suspeitos e envolvidos, isso até o momento.
A versão apresentada por globo e por  toda a velha imprensa criminaliza  ativistas ,políticos de partidos de esquerda e partidos de esquerda.
Guardadas as devidas proporções com outros acontecimentos, não posso deixar de lembrar a explosão da bomba do Riocentro, em 1981 no Rio de janeiro, que logo após o ato terrorista a grande imprensa atribuiu  o ato aos comunistas, para em seguida, em função da pressão da realidade, apresentar outra versão.
Há no momento um interesse claro e reacionário dos grupos de direita, onde históricamente se situa globo , em criminalizar os movimentos sociais e as manifestações populares. 
Um clima de comoção, propositalmente exacerbado pela própria mídia,  em total desrespeito aos familiares da vítima, tem por objetivo propor e aprovar a toque de caixa leis específicas para penalizar  atos de protestos, com a obscura e perigosa rubrica do terror.  Um retrocesso.
Em meio a esse verão quente, em todos os aspectos, globo de hoje também publica chamada em primeira página onde afirma que o calor no Brasil pode reduzir o PIB de 2014 para 1%. 
E o frio ? Também afeta o PIB ? De que maneira ? 
E as chuvas ou  ausência  delas, também afetam o PIB ? 
E os ventos e os raios também podem afetar o PIB ? 
E o maneco , também afeta ? 
Faça-me o favor, isso não é jornalismo , é exercício de urubologia com fins eleitorais.
É o calor de oposição, aliado de momento. 
Na falta de partidos de oposição fortes, como declarou a indecente Judith, o calor também serve.
Globo, por outra mídia, também declarou que a presidenta Dilma é a responsável pela comercialização de rojões no país. Dilma black bloc, seria ?
Em sintonia com o dever de um jornal,  globo pouco ou nada esclarece a campanha contra o  vitorioso programa 'mais médicos' que, pelo que aflora no verão escaldante, tem até a participação da embaixada dos EUA para desestabilizar o programa.
E o que dizer do amplo destaque que globo, mas não a única mídia, tem dado as suspeitas alopradas e irresponsáveis proferidas por um ministro da suprema corte do país, que, em tese, julgaria aquilo que apresenta de forma intrépida e midiática como sendo um suposto crime. 
Não é um comportamento adequado e esperado para um magistrado da suprema corte do país.
Ainda em globo, através das suaves vozes de suas apresentadoras em emissoras de rádio, há uma exploração diária de declaração do ministro de minas e energia de que a probabilidade de acontecer um desabastecimento de energia - entenda-se racionamento - é praticamente zero. 
A exploração da declaração do ministro deve-se ao fato de  que no início de janeiro, o mesmo ministro teria dito que o risco de desabastecimento não existia.. 
Logo como houve uma mudança do zero para o quase zero , foi o suficiente para globo explorar o 100 e o quase 100. 
Isso não me parece o dever de um jornal.
Ainda em toda a imprensa que deve se comportar como um partido de oposição, com disse a saliente Judith, foi possível observar ao longo do final de semana mais próximo que se foi, que o noticiário reforça e dá grande destaque para toda e qualquer falta de energia, mesmo que provocada por chuvas e ventos que derrubam árvores e afetam a rede elétrica, como tem ocorrido em São Paulo e nas cidades satélites da capital. 
O enfoque, porém, é a falta de luz que sempre aparece em destaque. 
O mesmo se verificou nas cidades  de Vitória  e Vila Velha, no Espírito Santo, ou melhor, no estado do Espírito Santo que também ficou sem luz por conta da operadora local.;
Fique atento, caro leitor, a falta de luz será notícia com direito a estardalhaço, mesmo se a causa for  a fim da vida útil da lâmpada , de canto, de sua sala.
A tentativa de manipular a questão energética do país, a tentativa de desestabilizar o programa 'mais médicos' do governo federal, a tentativa de manipular a opinião para criar leis que criminalizem os movimentos sociais,  a rapidez em apontar o dedo para os culpados pela morte de um cinegrafista, a manipulação de apresentar um suposto PIB torrado de 1% para  o ano que apenas se inicia deve-se ao fato do PIB brasileiro de 2013 ficar próximo de 2,6% enquanto a Alemanha e França patinaram no frio europeu em 0, 4 % e 0, 3 % de PIB, respectivamente.
Essas tentativa não são deveres de um jornal, como afirma o editorial de hoje de  globo.
Voltando, sem sair do lugar, para a questão das manifestações, não se tem, ainda, provas concretas de pagamento de mesadas ou ajuda de custo aos manifestantes. 
A opinião do PAPIRO, entretanto, se inclina para o fato de que ajudas financeiras tem grande probabilidade de ocorrer  para manifestantes, porém, isso não significa que os beneficiários dessa ajuda sejam pessoas ligadas a políticos e partidos políticos de esquerda..
Entende e percebe este blogue, que um processo para incitar a violência urbana está em curso na velha mídia, seja por convicções ideológicas próprias de veículos de mídia, ou mesmo por um processo organizado que tenha por objetivo criar um clima nacional que favoreça os partidos de oposição ao governo federal nas eleições próximas. 
Para tanto, até mesmo a segurança pública, em alguns estados da federação, ou é conivente com a violência ou é parte ativa dela.  
Entende ainda que esse processo não é novo, mas ganha uma dimensão maior com a proximidade das eleições de outubro.
O PAPIRO também apóia a campanha pela democratização dos meios de comunicação do país , com respectiva legislação que amplie a liberdade, a pluralidade e a diversidade  de expressões.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Mensalão dos Protestos


Michel Zaidan Filho: AI-5 padrão Fifa

publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 12:44

AI-5 padrão Fifa
por Michel Ziadan Filho*, via José Luiz Gomes da Silva, por e-mail
Quando Hitler quis dissolver o Parlamento e implantar o 3. Reich, inventou um incêndio no Reichstag.
Quando Vargas quis dar o Golpe que instaurou a ditadura do Estado Novo, no Brasil, providenciou a fraude do Plano Coehn.
Agora, pelo visto, estão atrás de um pretexto para criminalizar os movimentos sociais, proibir qualquer manifestação de protesto social (a não ser as autorizadas pela polícia, com prévia consulta) e votar uma clara lei de exceção no país.
O que mais incomoda é que esse estupro das liberdades democráticas no Brasil está sendo perpetrado com o apoio e a aquiescência da imprensa “livre” e “democrática”.
Acham os jornalistas, e as entidades que os representam (como as que representam os donos dos veículos de comunicação) que os ditadores fornecem salvo-conduto ou beneplácitos para os profissionais da imprensa, enquanto amordaçam os demais setores da oposição ao governo e ao capitalismo.
Não sabem eles que uma vez perpetrado o atentado contra o direito de livre manifestação, os próximos serão eles, quando começarem a denunciar a violência, o arbítrio da polícia contra os próprios profissionais da imprensa.
Como, aliás, já aconteceu entre nós.
Não ha regime de meia liberdade, como não há meia-virgindade, meia-gravidez. Há, é verdade, hímen complacente.
E complacência é o que está havendo da parte da imprensa (os inocentes úteis) na preparação de pequeno golpe contra o direito ao dissenso, o direito à crítica, o direito à oposição.
Não há (e nunca houve no Brasil) o menor indício de ações terroristas contra minorias étnicas, religiosas ou raciais.
Há homofobia e preconceito racial. Mas isso é crime, perfeitamente tipificado no código penal brasileiro.
Outra coisa muito distinta é contratar indivíduos ou grupos para, infiltrados nas manifestações, provocarem ações que amedrontem a opinião pública e venham justificar leis de exceção ou leis que coíbam, contrariem o legitimo direito de protestar.
Os movimentos sociais não são criminosos, amorais, genocidas ou contra os direitos humanos.
Mas há muitos “pescadores de águas turvas” (localizados em vários aparelhos) que desejam plantar provas ou indícios de que as manifestações de rua são ilegais e criminosas.
Esta tese é muito conveniente a um governo e um país que convive com uma guerra civil surda, provocada pela crise das instituições de controle social, o despreparo de sua polícia e a desigualdade social.
As elites governantes e proprietárias desse país têm que decidir o que é prioritário na agenda das políticas públicas: transferir bilhões de reais para empreiteiras, empresas privadas, hotéis, shopping centers etc. Ou cuidar do bem-estar da população brasileira.
Se optarem por usar o fundo público para o enriquecimento de uma minoria, não se surpreendam com a reação da parte sã, republicana da sociedade brasileira.
Violência só gera violência.
Protesto social só se responde com políticas públicas redistributivas, que melhorem a qualidade de vida da população e criem mais oportunidades para os mais pobres.
Combater o protesto com mais violência e arbítrio, só vai alimentar as “vinhas da ira” e provocar mais derramamento de sangue no Brasil.
*Michel Zaidan Filho, professor da Universidade Federal de Pernambuco

PS do Viomundo: O mais espantoso é ver gente de esquerda pregando o “pogrom” a intelectuais que seriam os “manipuladores” da violência nas ruas durante protestos; essa é a esquerda que não acha que as pessoas sejam capazes de ações autônomas — ainda que desastradas e eventualmente criminosas — e endossa a caça as bruxas baseada em supostos crimes “por associação”. Curiosamente, inclui gente que condenou o uso, pelo STF, da teoria do domínio do fato para condenar José Dirceu e outros petistas, mas agora quer usar a mesma teoria para perseguir adversários políticos em sindicatos, universidades e partidos políticos, como pede o jornal O Globo. Quem quebra, vandaliza, agride e mata deve responder pelos crimes que cometeu, para os quais já existem leis. Como escrevi em outro lugar, o Brasil está inventando o macartismo de esquerda.
Fonte: VI O MUNDO
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A nova era da violência

Autores intelectuais dos assassinatos já acontecidos e por vir são os whiteblocs. Devem ser combatidos com a mesma virulência com que combatem a democracia


Wanderley Guilherme dos Santos Arquivo

Professores universitários do Rio de Janeiro, de São Paulo e outras universidades falam do governo dos trabalhadores como se fosse o governo do ditador Médici, embora durante aquele período não abrissem o bico. Vetustos blogueiros, artistas sagrados como marqueteiros crônicos, jovens colunistas em busca da fama que o talento não assegura, políticos periféricos ao circuito essencial da democracia, teóricos sem obra conhecida e de gogó mafioso, estes são os mentores da violência pela violência, anárquica, mas não acéfala. Quem abençoa um suposto legítimo ódio visceral contra as instituições, expresso em lamentável, mas compreensível linguagem da violência, segundo estimam, busca seduzir literariamente os desavisados: a violência é a negação radical da linguagem. Mentores whiteblocks, igualmente infames.

A era da violência produziu a proliferação dos algozes e a democratização das vítimas. Antes, a era das máquinas trouxe a direta confrontação entre o capital e o trabalho, as manifestações de protesto dirigiam-se claramente aos capitalistas em demanda por segurança no serviço, salário, férias, descanso remunerado, regulamentação do trabalho de mulheres e crianças. Reclamos precisos e realizáveis. Politicamente exigiam o fim do voto censitário, o direito de voto das mulheres, o direito de organização, expressão e manifestação. Exigiam, em suma, inclusão econômica, social e política.

Os mentores dos algozes possuíam nome e residência conhecida. Os executores eram igualmente identificáveis: as forças da repressão, fonte da violência acobertada pela legislação que tornava ilegais as associações sindicais, as passeatas, os boicotes e as greves. As vítimas estavam à vista de todos: operários, operárias, desempregados, além de cidadãos, escritores e jornalistas solidários com a causa dos miseráveis.

Não há por que falsificar a história e negar que, ao longo do tempo, sindicatos mais fortes e oligarquizados também exerceram repressão sobre organizações rivais, bem como convocatórias grevistas impostas pela coação de operários sobre seus iguais. A era das máquinas não distribuía a violência igualitariamente, mas algozes e vítimas possuíam identidade social clara.

A atual era da violência, patrocinada por ideólogos, jornalistas, blogueiros, ativistas (nova profissão a necessitar de emprego permanente), professores, artistas, em acréscimo aos descontentes hepáticos, testemunha a agregação de múltiplos grupelhos, partidos sem futuro e fascistas genéticos aos tradicionais estimuladores da violência, os proprietários do capital. São algozes anônimos, encapuzados, escondidos nos codinomes das redes sociais, na covardia das palavras de ordem transmitidas a meia boca, no farisaísmo das negaças melífluas.
Os whiteblocs disfarçam o salário e a segurança pessoal nas pregações ao amparo do direito de expressão e de organização. Intimidam com a difamação de que os críticos desejam a criminalização dos movimentos sociais. Para que não haja dúvida: sou a favor da criminalização e da repressão às manifestações criminosas, a saber, as que agridam pessoas, depredem propriedade, especialmente públicas, e convoquem a violência para a desmoralização das instituições democráticas representativas.

As vítimas foram, por assim dizer, democratizadas. Lojas são saqueadas, vidros de bancos estilhaçados, passantes, operários, classes médias, e mesmo empregados e subempregados que a má sorte disponha no caminho da turba são ameaçados e agredidos. A benevolência do respeito à voz das ruas é conivência. Essas ruas não falam, explodem rojões. Não há diálogo possível de qualquer secretaria para os movimentos sociais com tais agrupamentos porque estes não o desejam. E, quando um quer, dois brigam.

A era da violência é obscura. Não me convencem as teorias do trabalho precário porque não cobrem todo o fenômeno, também é pobre a hipótese de uma classe ascendente economicamente com aspirações em espiral (já sustentei esta hipótese), e, sobretudo, não dou um centavo pela teoria de que almejam inclusão social. Eles dizem e repetem à exaustão que não reclamam por inclusão alguma, denunciada por seus professores como rendição à cooptação corrupta.

Os autores intelectuais dos assassinatos já acontecidos e por acontecer são os whiteblocs. Têm que ser combatidos com a mesma virulência com que combatem a democracia. Não podem levar no grito.
Fonte: CARTA MAIOR
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O jogo perigoso da desinformação

O fundo do poço

Por Luciano Martins Costa em 14/02/2014 no programa nº 2257 

O jogo perigoso da desinformação

Os três principais jornais de circulação nacional, que ainda definem a agenda institucional no País, fecham a semana com uma proeza digna de figurar na longa lista de trapalhadas da imprensa, cujo troféu mais lustroso é o caso da Escola Base.
Por uma dessas ironias da história, no dia 22 do mês que vem completam-se vinte anos do noticiário que inventou um caso de pedofilia numa escola infantil de São Paulo, e o roteiro se repete perversamente.
A morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido na cabeça por um rojão de alta potência durante manifestação no Rio de Janeiro, tem todos os ingredientes para se tornar uma versão revista e ampliada desse que foi o marco do jornalismo espetaculoso e irresponsável no Brasil.
Os ingredientes para uma grande farsa estão reunidos: os dois jovens que foram identificados como autores do homicídio são compulsoriamente representados por um advogado que ganhou dinheiro com a defesa de milicianos e - colocados no grande liquidificador da mídia -, produzem uma sucessão de declarações que, a rigor, não poderiam ser incluídas num inquérito.
E tudo que dizem - ou alguém diz que disseram - vira manchete.
Nesta sexta-feira(14/2) , o alvo do noticiário é uma lista de doadores que contribuíram para a realização de uma festa, no dia 23 de dezembro do ano passado, intitulada "Celebração da Rua - Mais Amor, Menos Capital".
O evento foi realizado na Cinelândia, no centro do Rio, com coleta de doações em benefício de moradores de rua e vítimas das enchentes (ver aqui), juntando militantes de todos os tipos, inclusive professores e ativistas contra a Copa do Mundo.
Os jornais citam vereadores, um delegado de polícia e até um juiz do Tribunal de Justiça, insinuando que eles estavam apoiando o movimento chamado Black Bloc.
Nessa corrente de declarações, suposições e especulações, a imprensa já afirmou que os atos de vandalismo que acompanham a onda de protestos no Rio de Janeiro tem o dedo do deputado Marcelo Freixo, do PSOL; depois, o Globo citou uma investigação que acusa o deputado e ex-governador do Rio Anthony Garotinho, do PR, de incentivar a violência.
Um exemplo desse jornalismo de fancaria: o título publicado no dia 9/2 pelo portal G1, do grupo Globo (ver aqui): "Estagiário de advogado diz que ativista afirmou que homem que acendeu rojão era ligado ao deputado Marcelo Freixo".
 
O fundo do poço

Nesta sexta-feira, os jornais fazem malabarismos para concentrar a denúncia no PSOL, PSTU e numa organização pouco conhecida chamada Frente Independente Popular.
A citação dessas organizações foi tirada de uma frase do auxiliar de limpeza Caio Silva de Souza, acusado de haver acendido o petardo que matou o cinegrafista.
Segundo os jornais, o jovem disse acreditar que os partidos que levam bandeiras às manifestações são os mesmos que pagam a ativistas que se dedicam a depredações e a enfrentamentos com a polícia.
Nenhuma referência às investigações sobre a participação de militantes ligados a Anthony Garotinho, ainda que tais informações tenham como fonte um inquérito oficial em vez de declarações fora de contexto.
Exatamente como no caso da Escola Base, o julgamento apressado produz desinformação: pinta-se um perfil bipolar dos dois jovens, ora como se fossem perigosos terroristas, ora como se se tratasse de duas criaturas desamparadas que foram aliciadas por forças políticas interessadas em uma espécie de "revolução bolivariana", para usar a expressão irônica da colunista Barbara Gancia, na Folha de S. Paulo (aqui).
Nas duas versões, o enredo vai compondo um painel cujo resultado parece a cada dia mais claro: a demonização da política partidária, com foco muito claro em agremiações de pouca expressão eleitoral, todas coincidentemente alinhadas à esquerda do espectro político.
Pode-se discordar de objetivos e estratégias de partidos, indivíduos e organizações que se consideram artífices de uma revolução, pode-se acusá-los de tentar compensar a falta de correligionários com bumbos e palavras de ordem, mas o jogo torna-se muito perigoso quando a imprensa, hegemonicamente, atua no sentido de criminalizar o direito à manifestação pública de opiniões sobre o que quer que seja.
Nas redes sociais, esse noticiário tendencioso e irresponsável alimenta o extremismo reacionário ao ponto de inspirar chamamentos ao crime.
Se não é o fundo do poço para a imprensa, estamos quase lá.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Parece que o efeito "dominó" novamente entrou em cena.
Mesmo que por motivos diferentes, ou mesmo iguais, as manifestações voltaram em janeiro pelo mundo.
Atualmente  Brasil, Venezuela, Bósnia e Ucrânia tem conflitos nas ruas de suas principais cidades.
No Brasil e Venezuela, mascarados que supostamente teriam recebido dinheiro para participar das manifestações, protestam contra... contra o quê mesmo ? 
Também no Brasil e na Venezuela a grande imprensa dos dois países apóia todo e qualquer ato que venha a desestabilizar os governos desses países. 
Não é um apoio explícito, direto, porém o noticiário explora  e extrai das manifestações aquilo que for útil para encurralar os governos desses países, mesmo que o útil seja apenas a declaração de um transeunte que passava pelo local do protesto e manifestou sua insatisfação contra o governo federal.
Janeiro de 2014 escolheu Brasil e Venezuela para os protestos, que se bem sucedidos acabariam por enterrar a Argentina. Bolívia e Equador, seriam , depois, alvos fáceis.
A confusão que a velha imprensa tem criado com notícias sobre os manifestantes e os supostos culpados, assim como a rapidez em apontar culpados, merece um olhar mais atento.
Ontem, na rádio band news, do grupo Bandeirantes, foi dito por um apresentador que a revista Veja, teria recebido da polícia uma lista com nomes de 100 pessoas e partidos políticos que teriam envolvimento direto com as manifestações, inclusive com o pagamento à manifestantes para participação nos "protestos".
Disse ainda que a lista ainda é fruto de investigação pela polícia.
Como é que é ?????
A polícia está investigando pessoas e partidos e fornece, talvez por amor, a lista para um revista publicar o conteúdo ?
Claro , que essa pergunta , ou esclarecimento sobre a lista, não foi comentado na emissora.
Continuando no noticiário da emissora que muda tudo de vinte em vinte minutos, o apresentador citou o nome de um  juiz de direito, de um advogado e de dois parlamentares do PSOL.
Empolgado , ainda citou o nome de um advogado que  trabalha para o Instituto de Direitos Humanos, e que tem um longa  e reconhecida história de sucesso na defesa de consumidores contra o abuso das empresas.
Claramente o alvo das acusações, em forma de notícia, eram profissionais e partidos de esquerda.
Interessante que a lista , conforme o apresentador , tem 100 nomes e somente cinco nomes foram citados.
Não se sabe, até agora, pelo menos, o critério utilizado pela emissora para apresentar os cinco nomes.
Ou se sabe ?
Ainda  na farra das notícias conflitantes, os apresentadores das emissoras de rádio estavam, ontem a noite, insuperáveis.
Na rádio globo, o apresentador que entrevistava um sambista, ouviu do mesmo um comentário sobre a morte do cinegrafista,o que levou o intrépido apresentador a afirmar que tinha suas "fontes" na polícia e estava bem bem a par do caso.
Fontes também recebem alguns reais, assim como manifestantes ?
Na rádio Tupi, o apresentador, em um programa de debates com advogados insistia na necessidade de se criar uma lei anti-terror, sem que houvesse qualquer tipo de debate para definir o que venha a ser o terror.
Na rádio CBN, a rádio que toca e troca notícias, a apresentadora, de voz suave e sedutora , informava que manifestação no centro do Rio de Janeiro, naquele momento, era contra as remoções de famílias para obras da copa do mundo.
Minutos depois na rádio Tupi, durante intervalo do debate em que o apresentador tal qual um cuco de relógio antigo repetia a todo instante a necessidade de uma lei anti-terror, entra no ar o informativo geral e os ouvintes são informados que a manifestação que acontecia naquele momento no Rio de Janeiro era contra o aumento das passagens de ônibus. Disse ainda, que os manifestantes portavam uma faixa com o dizeres:
" Imprensa terrorista"
Voltando ao debate, em que o apresentador cuco voltou a pedir a lei anti-terror, um dos debatedores colocou em cena a manifestante conhecida pelo codinome de sininho. No entendimento do debatedor Sininho também deveria ser indiciada, pois é parte integrante da , agora quadrilha que no protesto contribuiu para a morte do cinegrafista.
Sobre Sininho, sabe-se que durante uma festa  ela aparece em meio as gravações onde pode-se ouvir a música ..."hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem vier"...
Seguindo a lógica da imprensa em seus noticiários recentes, onde pessoas e parlamentares foram citados por "envolvimento" com os acusados do crime contra o cinegrafista, pode-se afirmar que Sininho teria algum envolvimento com a tv globo ?
Em meio ao cuco, ao sambista e sininho, o barulho da velha mídia é ensurdecedor, e em nada esclarece a população sobre o que está  acontecendo, ao contrário, parece que  tem o intuito de confundir.
A população deve se mobilizar e exigir uma apuração correta dos fatos com punição para todos os envolvidos , doa a quem doer.
A propósito, de onde vem o dinheiro do mensalão dos protestos?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Vinte tonalidades do rojão

1 - Nos dias próximos a virada do ano, políticos e jornalistas de oposição, em grande número, publicaram votos de que o ano de 2014 fosse repleto de manifestações populares.

2- As manifestações que vinham diminuindo já pelo final de 2013, aumentaram no mês de janeiro de 2014.

3 - A velha mídia, com a natural falta de assuntos que caracteriza o início do ano, começou a debater a possibilidade de protestos durante a realização da copa do mundo.

4 - Os programas esportivos, que até então deitavam falação sobre a justiça desportiva e a confusão do final do campeonato brasileiro de 2013, mudaram o foco e passaram a debater a possibilidade de protestos, além, claro, de uma enxurrada de opiniões, ou torcida ?, sobre atrasos irrecuperáveis no cronograma de entrega dos estádios  que serão utilizados para os jogos da copa.

5 - O prefeito do Rio de janeiro, no mês de janeiro, autorizou o aumento das passagens de ônibus  do transporte coletivo do Rio de Janeiro.

6 - Trens e metrô voltaram a apresentar problemas e acidentes no mês de janeiro, sendo que um acidente com uma composição da Supervia paralisou o sistema  ferroviário do Rio e do Grande Rio por um dia inteiro, o que causou um enorme mal estar e revolta na população.

7 - As "manifestações" voltaram a acontecer, inicialmente contra a Supervia e o sistema ferroviário.

8 - Em seguida "os manifestantes" se voltaram contra o aumento das passagens dos ônibus do Rio de Janeiro.

9 - Um rojão foi disparado durante uma "manifestação" e um cinegrafista da tv bandeirantes veio a falecer.

!0 - No final de semana seguinte ao rojão, com o cinegrafista ainda em coma, a revista época, das organizações globo, circulou com matéria de capa onde acusava o candidato ao governo do estado, Antony Garotinho, de ter ligações com o crime organizado no estado

11 - Antes de terem sido apresentados pela polícia  como os dois supostos responsáveis pela morte do cinegrafista, o jornal o globo insinuou explicitamente que um deles teria ligações com o partido PSOL e com o deputado Marcelo Freixo.

12 - Identificado o responsável pelo disparo do rojão que matou o cinegrafista, e a declaração do advogado de que partidos políticos financiam as "manifestações", o jornal  globo passou a acusar  deputado Garotinho e seu partido como suspeitos de envolvimento nas manifestações.

13- Com a declaração de que partidos estariam financiando as "manifestações", a velha mídia passou a noticiar que diretórios de partidos políticos do Rio de Janeiro estariam financiando as "manifestações. Cabe lembrar que o esquema de caixa dois do PT é chamado pela velha mídia de mensalão do PT, enquanto o mesmo esquema com o PSDB é chamado de mensalão mineiro. O uso da palavra diretório do partido não teria sido pro acaso.

14 -Alguns portais e blogues criticam a ação dos black blocs sem que nenhum deles saiba exatamente o que são e o  que querem os black blocs.

15 - o jornal o globo publica editorial criticando a violência e manifesta preocupação com a liberdade de imprensa. ????????????????????

16 - o advogado que defende os acusados pelo crime afirmou que partidos políticos financiam os protestos, porém se recusa a apresentar os nomes dos partidos e dos políticos envolvidos.

17- portais e blogues na internete apresentam uma versão, com vídeos do momento do atentado, em que uma outra pessoa, supostamente um policial a paisana, aparece com vestimenta idêntica ao suposto criminoso que foi detido.

18- em entrevista, o deputado Marcelo Freixo , do PSOL, afirma que a cidade do Rio de Janeiro está sendo controlada por interesses de grandes empresas, incluindo as organizações globo.

19 - os jornais e as emissoras de rádio e de tv da velha mídia, a cada momento lançam novas suspeitas sobre o crime, em uma  rede de informações confusas que mais ajudam a confundir do que esclarecer os fatos

20 - A cidade do Rio de Janeiro é a vitrine do país para protestos e atos de violência que possam ter desdobramentos ou repercussão no cenário nacional.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Um show de hipocrisia

Em toda a grande imprensa e até mesmo na mídia alternativa muitos gritam pela morte do cinegrafista da tv bandeirantes.
Apenas a família do cinegrafista e amigos próximos choram sua morte.
Alguns jornalistas acusam os black blocs, outros acusam o Psol, a tv globo tratou de acusar um político do PSol candidato a algum cargo nas próximas eleições, há os que acusam a extrema direita, também outros que acusam a extrema esquerda, o popularesco rasteiro do Extra estampou um CHEGA gigantesco na primeira página, jornalistas dizem que a democracia foi atingida, e até a CIA pode estar envolvida.
Tudo isso porque morreu um cinegrafista, mais um cinegrafista da mesma emissora que morreu.
No mesmo dia em que o cinegrafista foi atingido com o rojão, um vendedor ambulante ao se distanciar dos protestos que aconteciam no centro do Rio morreu atropelado.
Ninguém sabe o nome dele. 
Também não se sabe se tinha família que chora a sua morte.
Não apareceu nenhum membro da família para dizer que ele se foi.
Ele era um vendedor ambulante e no lugar do rojão ele foi atingido talvez por um ônibus.
O mesmo ônibus de tarifa cara para o povo, de serviços de péssima qualidade.
A morte do cinegrafista, que talvez tenha filmado o vendedor ambulante, serve de motivo para todo tipo de manipulação, afinal o ano é de eleições e pendurar mortos nos pescoços de candidatos pode ser útil para alguns grupos.
Oportunistas da imprensa chegaram a afirmar que teria sido um ato que fere a liberdade de expressão e de imprensa, mesmo sabendo-se que o rojão, naquele protesto,  não tinha a imprensa e o cinegrafista como alvos.
Era apenas mais um  rojão, mais uma bomba, mais uma pedra, mais um sinalizador.
Como afirma diariamente a imprensa em seu processo de banalização da violência, foi mais uma morte.
Afinal já foram tantas ao longo dos últimos meses, mais de uma dezena,  disparados por "manifestantes", manifestantes, Manifestantes, policiais, policiais manifestantes, manifestantes infiltrados, policiais infiltrados, milicianos manifestantes, policiais milicianos, atropelamentos , curiosos e até mesmo por ingênuos que foram orientados por emissora de tv a como montar um kit para protestos.
Nenhum filósofo pós -moderno da tv globo veio a público para dizer que as coisas são assim mesmo e que depois tudo se acomoda naturalmente.
Toda a imprensa pede punição exemplar para os culpados pela morte do...cinegrafista.
A mesma punição exemplar que a jornalista do SBT defendeu apoiando os justiceiros que amarraram um menino de 15 anos em um  poste e o espancaram.
A sociedade não quer justiceiros e nem punições midiáticas oportunísticas, imagino.
A sociedade quer que a justiça se faça para todos, vendedores ambulantes, cinegrafistas, banqueiros,...
Na lógica de pensamento que predomina na grande imprensa, se o cinegrafista tivesse outra profissão não teria morrido.
Sim, caro leitor, para o jornal Folha de SP, os atos de violência crescentes contra minorias - principalmente LGBT -  são culpa única  e exclusiva das minorias pelo fato de serem minorias.
Segundo a imprensa os agressores não são os culpados.
Da mesma forma o grande número de mortes com ciclistas nos grandes centros urbanos que optam pela bicicleta como transporte, deve-se aos próprios ciclistas que escolheram esse meio de transporte.
A violência do trânsito não é  culpada.
Porém o trânsito, com ônibus,  carros e bicicletas não é uma entidade extra corpórea  e se manifesta através de ...pessoas, gentes, vendedores ambulantes, cinegrafistas, banqueiros, manifestantes, policiais, milicianos, jornalistas...
Pessoas cada vez mais violentas.
Violência cada vez mais banalizada pela imprensa.
Violência como um excelente produto para a mídia auferir lucros.
O ano é de calor, de estiagem de chuvas, de água controlada, de copa do mundo ,de eleição, de rojão
Alguém tem que levar a culpa por tudo o que acontece.
E os culpados, segundo a imprensa, devem ser punidos exemplarmente, de preferência nas urnas, com rojões digitais , de maneira que os verdadeiros responsáveis pelos rojões, que usam todas as modalidades de máscaras,  possam voltar a  assumir os poderes plenamente. 
A hipocrisia da velha mídia não tem limites.

publicado em 11/02/2014

Venício e o cinismo na tevê

De quem é a culpa por esse justiciamento de um espaço público ? – PHA
O Conversa Afiada tem o imenso prazer de republicar antológico artigo do professor Venício Lima, do Observatório da Imprensa (não deixe de ler também sobre “hipocrisia” e “a resposta dos black blocs ao editorial do jn”):

A alteridade cínica da grande mídia



Por Venício A. de Lima

A Rede Globo de Televisão recomendou a seus jornalistas, inclusive os que trabalham em suas 122 (cento e vinte e duas) emissoras afiliadas, “que a Copa e a seleção brasileira são uma paixão nacional, mas que irregularidades deverão ser denunciadas e ‘pautas positivas’ deverão ser evitadas, a não ser que ‘surjam naturalmente’. Reportagens que mostram como a Copa está beneficiando grupos de pessoas, como os comerciantes vizinhos a estádios, já não estão sendo produzidas para o Jornal Nacional” (ver aqui, e aqui a resposta da Globo).

No telejornal SBT Brasil, a âncora fez aberta apologia de “justiceiros” vingadores que espancaram, despiram e acorrentaram pelo pescoço um suspeito adolescente, de 15 anos, a um poste no Flamengo, no Rio de Janeiro.

A recomendação da Globo e a posição defendida no SBT – concessionárias do serviço público de radiodifusão – teriam alguma relação com o aumento da violência urbana?

Mídia e violência

Em artigo recente, neste Observatório, comentei a “pauta negativa” do jornalismo regional em Brasília que chamei de “jornalimso do vale de lágrimas” (ver “O ‘vale de lágrimas’ é aqui“).

O que me traz de volta ao tema é, especificamente, a alteridade cínica do jornalismo do vale de lágrimas na cobertura da violência urbana. Esse tipo de jornalismo “faz de conta” de que a mídia não tem qualquer responsabilidade em relação ao que ocorre na sociedade brasileira. Ela seria apenas uma observadora privilegiada cumprindo o seu papel de tornar pública a violência e cobrar mais policiamento dos governos local e federal – como se a solução da violência fosse um problema apenas de mais ou menos policiamento.

Por várias vezes tratei dessa alteridade cínica neste Observatório, sobretudo em função das evidências acumuladas ao longo de anos de pesquisa em vários países que relacionam a violência ao conteúdo da programação da mídia, sobretudo da televisão (ver “A violência urbana e os donos da mídia“, “A responsabilidade dos donos da grande mídia“, “As lições do caso Santo André“, “A liberdade de comunicação não é absoluta“, “A mídia e a banalização da violência“ e “A lógica implacável da mercadoria“).

Ainda na década de 1990, em palestra que fez na Universidade de Brasília, Jo Groebel – professor da Universidade de Utrecht, na Holanda, e representante da Sociedade Internacional de Pesquisa sobre Agressão nas Nações Unidas – não deixou dúvidas sobre a existência de uma relação entre a predominância da violência na programação da televisão e a tendência para a agressividade de jovens e adultos. Baseado em mais de 20 anos de pesquisa ele afirmou que a televisão “faz com que as pessoas pensem que a violência é normal” e que “quanto mais desigual a estrutura da sociedade maior o impacto da violência mostrada na TV”.

Nos Estados Unidos, os “National Television Violence Studies”, financiados pela National Cable Television Association (NCTA), também realizados nos anos 1990 por um pool de grandes universidades – Califórnia, Carolina do Norte, Texas e Wisconsin –, confirmaram as conclusões de Groebel e geraram uma série de recomendações sobre o conteúdo da programação para a indústria de entretenimento.

Em 2008, foram divulgados os primeiros resultados de uma longa pesquisa realizada por professores da Rutgers University, nos EUA, que vincula violência na mídia e agressividade em jovens. No estudo, foram entrevistados 820 adolescentes do estado de Michigan. Destes, 430 eram alunos do ensino médio de comunidades rurais, suburbanas e urbanas. Outros 390 eram delinquentes juvenis detidos em instituições municipais e estaduais, distribuídos equilibradamente entre os sexos masculino e feminino. Pais ou guardiões de 720 deles também foram entrevistados, assim como os professores ou funcionários que lidavam com 717 dos jovens.

A pesquisa revelou que mesmo considerando outros fatores como talento acadêmico, exposição à violência na comunidade ou problemas emocionais, a “preferência por mídia violenta na infância e adolescência contribuiu significativamente para a previsão de violência e agressão em geral”. E conclui: “você é o que assiste”, quando se trata da população jovem (ver aqui).

Certamente outras pesquisas atualizam e confirmam esses resultados, além de incluir também o cinema e os videogames, estes últimos um fenômeno mais recente.

Será que a presença maciça da violência na programação de entretenimento da mídia eletrônica e da televisão brasileira (aberta e paga), em especial, não é um dos fatores que contribui para o aumento da violência urbana?

A mídia e a Constituição

Um dos artigos não regulamentados da Constituição de 1988, o 221, reza:

A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Será que praticando o jornalismo do vale de lágrimas, excluindo a pauta positiva e defendendo os “justiceiros” vingadores, a grande mídia brasileira está cumprindo a Constituição de 1988?

A quem cabe a fiscalização dos contratos de concessão desse serviço público?

Com a palavra o Ministério Público e o Ministério das Comunicações.
Fonte: CONVERSA AFIADA 
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publicado em 11/02/2014

Bem que o Wanderley sentiu o “odor fétido” !

Eles provocam o descrédito de legítimas instituições democráticas a pretexto de alargar a esfera de liberdade do espaço público.
O ansioso blogueiro, em lágrimas incontidas, depois de assistir aos telejornais (?) da Globo em que os apresentadores se apresentam de luto fechado, considerou apropriado republicar do Cafezinho este impecável artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos, que sentiu de longe o odor do Golpe:

Wanderley sente um odor fétido



Suaves apresentadoras perguntam se eles não vão fechar a ponte Rio-Niterói …

Publicado em 20/06/2013


O Conversa Afiada reproduz irretocável artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos para o Cafezinho

Contrabandos autoritários em boa fé alheia



por Wanderley Guilherme dos Santos

É frenética a competição pela atribuição de sentido a manifestações deste junho que já não possuem sentido unívoco algum. Da tentativa de apropriação pela mídia conservadora, que obteve sucesso em pautar as demandas e insinuar o roteiro das caminhadas, às solenes reflexões sobre o aprofundamento da participação popular e o esgotamento da democracia representativa, nada faltou para obscurecer o já espinhoso desafio de compreender o sucesso e eventuais explosões de coletividades. Até mesmo a subserviente beatificação da juventude pelos velhotes assustados com o estigma de superados, caso não adotem o corte de cabelo à moicano, compareceu. Mas em seu tempo, a bem da verdade, nenhum deles foi preservado de cometer sandices pela juventude de que desfrutavam.

É razoável atribuir ao aumento nas tarifas dos transportes coletivos a força causal que pôs em movimento as primeiras manifestações. A repressão bruta, na cidade de São Paulo, à passeata de quinta-feira, 13 de junho, forneceu uma razão suficiente para a velocidade inédita com que manifestações semelhantes se disseminassem horizontalmente em várias capitais. Ao saírem às ruas, na segunda-feira, dia 17, o que as marchas conquistaram em adesão extensa perderam em unidade reivindicatória. Do mesmo modo, a causalidade que mobilizava o povaréu tornou-se múltipla e não automaticamente coerente. A lista de reivindicações avolumou-se, fragmentando os grupos de interesse e anunciando o óbvio: é impossível atender completa e instantaneamente a todas as deficiências do país. Insistir nisso é torcer por um impasse sem negociação crível. O clima ficou grávido de sinais disparatados, com a ausência de coordenação de legitimidade reconhecida. Paraíso para todos os oportunismos, charlatanices, além dos equívocos de boa fé.

Nada a ver com os “cara pintadas” do “Fora Collor”. À época, todos foram às ruas com o mesmo e único propósito: o impedimento do presidente . Princípio causal único do movimento, indicava o que era apropriado e o que não era apropriado fazer. Não havia sentido, para o objetivo comum, promover depredações, alienar aliados ou desrespeitar adversários. Muito menos aproveitar a audiência para fazer propaganda de algum interesse faccioso. Agora, a que vem a PEC 37, por exemplo, nas manifestações sobre aumento de passagens de coletivos? – Trata-se de um aprofundamento do processo decisório, dirão alguns de meus colegas. Sim, e por conta disso lá virá a mídia conservadora sugerir que as manifestações não parem, apenas substituam as bandeiras, quem sabe sabotar as próximas licitações ferroviárias, rodoviárias e aeroviárias fundamentais para o país? Ou, ainda melhor, alterar o sistema de partilha do pré-sal e revogar a exigência de participação da Petrobrás?  As suaves apresentadoras do sistema golpista de comunicação passaram a perguntar ao repórter que cobria manifestação na cidade de Niterói se os protestos não iriam se dirigir à ponte Rio-Niterói, justo depois dos prefeitos do Rio e de Niterói revogarem o aumento nos transportes. Em qualquer democracia que se preze essa incitação à desordem não ficaria sem conseqüência.

Ao contrário de ser uma beleza de movimento sem líderes, o espontaneísmo infantil se revela um desastre na confissão de alguns de que não conseguem impedir a violência de sub-grupos. Nem por isso deixam de ser responsáveis por ela na medida em que continuarem recusando a adesão cooperativa das instituições com alvará de estabelecimento reconhecido, instituições capazes de assegurar a virtude pacífica das manifestações. É politicamente primitivo, nada vanguardista, impedir a associação de movimentos organizados e, inclusive, de partidos políticos, desde que submetidos ao objetivo central da manifestação. Em movimentos de boa fé democrática há a hora de desconfiar e a hora de convergir. Ou estão sub-repticiamente provocando o descrédito de legítimas instituições democráticas a pretexto de alargar a esfera de liberdade do espaço público?

Não são só os de boa fé e bem intencionados que se manifestam e pautam o “espontâneo” alheio. Reconheço o odor fétido dessa teoria de longe.
Fonte: CONVERSA AFIADA

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Veja golpista

Publicado em 08/02/2014

Resposta à Veja: o Brasil está acorrentado ao poste !

Fernando Brito faz a autópsia do detrito de maré baixa

O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:

Resposta à Veja: Onde está o Brasil? Acorrentado ao poste, como aquele negro. A corrente é a mídia


A revista Veja, uma espécie de toque de Midas ao inverso, que transforma em imundície tudo em que toca,  coloca em sua capa a imagem do menino negro, acorrentado a um poste por um bando de tarados do Flamengo, pergunta “Onde está o Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o Governo enxerga?”.

A Veja merece resposta.

Não para ela, que é muito mais incorrigível que o pequeno delinquente que lhe serve de carniça.

Porque ela, ao contrário dele, tem meios e modos para entender o que é civilização, enquanto ele precisa ocupar o tempo arranjando algum resto de comida para engolir, uma cola de sapateiro para cheirar em lugar do respeitável pó branco das festas da elite, e uma banca de jornal que lhe sirva de colchão de lata ou teto de zinco, se chove ou se faz sol.

A resposta à Veja é necessária para que este império de maldade e seus garbosos centuriões saibam que existe quem não lhe abaixe a cabeça e anuncie que fará tudo, tudo o que puder, enquanto a vida durar, para arrancar o Brasil das correntes com que a fina elite e seus brucutus anabolizados da mídia o amarram no poste do atraso, da submissão, da pobreza e da vil condição de uma sociedade de castas,  onde eles são a nobreza opulenta.

O Brasil, senhores de Veja, é este negrinho.

Está cheio de deformações, de cicatrizes, de desvios de conduta, de desesperança e fatalismo.

Estas marcas, nele, foram você que as fizeram, abandonando-o à sua própria sorte, vendo crescer gerações nas ruas, ignorando-os, desprezando.


Tudo estaria bem se ele estivesse lá, no gueto das favelas, tendo uma existência miserável e conformada. Ou sendo um dos muitos que, por uma força até inexplicável, conseguem se sacrificar, como seus pais se sacrificam, para ter uma pobre escola pública, um trabalho mal-pago, uns bailezinhos funk por lá mesmo,  com as devidas arrochadas da PM, os capitães de mato, negros e pardos como eles, mas a serviço dos “buana”.

Não é isso o que diz um dos “civilizados” aos quais a Veja serve de megafone, como está lá em cima?

A pobreza em que os governos que vocês apoiam, as elites que vocês representam e os interesses a que vocês servem tem, entretanto,  destes efeitos colaterais.

Porque aquele menino, como o Brasil, vê o mundo como vocês mostram, canta as músicas que vocês tocam, pensa o que vocês martelam em sua cabeça, tem os desejos que vocês glamourizam.

É foda, foda é assistir a propaganda e ver/Não dá pra ter aquilo pra você

E o que tem pra eles, mesmo um pouquinho, vocês combatem furiosamente: uma bolsa-família, um salário mínimo menos pior, uma cota para a universidade…

Populismo, dizem vocês…

Aquele menino e as mazelas de sua vida nunca tiveram de vocês o tratamento do “Rei dos Camarotes”, aquele idiota.

Ou como o “Rei dos Tribunais”, que vocês bajulam porque, politicamente, lhes é interessante explorar seu comportamento para atacar o Governo, embora ele tenha ficado quieto diante desta monstruosidade, quando gosta tanto dos holofotes para outros temas.

Aliás, quanto ele terá contribuído para a visão do “mata e esfola”, do pré-julgamento, do “não tem lei” para que eu ache bandido?

Vocês não fazem uma matéria sobre os monstros que andam em bando, encapuzados, de porrete na mão, para distribuir bordoadas no “lixo social”, lixo que o seu sistema de poder produz há séculos.

Aqueles que  tentam amenizar um pouco que seja isso é tratado como um primitivo, um arcaico, que não entendeu que só “o mercado” nos salvará.

Ou um “escravo”, como os médicos que aceitaram ir tratar dos negrinhos da periferia ou do interior, onde os coxinhas da Veja não querem ir.

O mercado do qual o menino terá – se tiver – a xêpa.

E ele tem direito a mais, porque ele brotou – feio e torto – desta terra. Não veio de fora para fazer fortuna entre nós e não ser um de nós.

O negrinho está acorrentado, Veja, e acorrentado por quem o domina.

O Brasil também, e também seu Governo que, se não se “comportar” para com os que de fato o dominam, levará mais bordoadas do que já leva, por sua insubmissão.

Acorrentado por uma cadeia mental, a mídia, uma corrente da qual vocês são um dos maiores e mais odiosos elos.

Aquele negrinho não pode ter um destino próprio, apenas o papel que lhe derem, como o Brasil não pode ter seu próprio destino, aquele que convém a vocês e não nos tira do mesmo lugar.

Esta corrente, entretanto, é podre.

Podre, podre de não se poder disfarçar o fedor que exala.

E está se esgarçando, para desespero dos que contam com ela para nos manter atados.

O “Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável”  que vocês dizem que só o Governo enxerga, de uns anos para cá, surgiu diante do povo brasileiro, depois de décadas de fatalismo de “este país é uma merda mesmo” que vocês nos inculcaram, a nós, os negrinhos.

E ele nos atrai com tanta força que não será esta corrente imunda, de elos podres, que o deterá.

Por mais que vocês se arreganhem, como fazem os impérios em decadência, por mais que se comportem, nas bancas, como aqueles facínoras de porrete,  será inútil.

Vocês já não são a única voz, embora muitos ainda os temam e procurem, inutilmente, cair nas suas boas graças com juras de vassalagem ao que vocês representam.

O mundo de vocês é o passado, é o da escravidão, é o da aristocracia que, tão boazinha, até deixa entrar alguns negrinhos na cozinha, desde que se comportem e não façam sujeira.

É o passado, porque o futuro tem uma força tão grande, tão imensa, tão inexorável que, logo, vocês penderão de um poste.

Não, fiquem calmos, não estou sugerindo enforcamentos, como foi o do Mussolini…

Apensas penderão como um elo roto de um poste velho e carcomido, que não tem mais luz e serventia.

Fonte: CONVERSA AFIADA

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

E agora, Barbosa ? Que tal um cafézinho ?

Publicado em 07/02/2014

Documentos inéditos rasgam o mensalão

Depois de desmoralizar a Globo – cadê o DARF, Ataulfo ? -, o Cafezinho faz o mesmo com o mensalão.


O Conversa Afiada reproduz importante denúncia do Miguel do Rosário:

Inédito! Os documentos que derrubam o mensalão!



A Ação Penal 470 é um festival de erros, desde a acusação da Procuradoria, que é inepta, até as sentenças, que impuseram penalidades ridiculamente exageradas e multas desproporcionais. No entanto, o erro mais grotesco, porque vai na contramão de uma quantidade incrível de documentos, é o caso Visanet.

Os romances policiais americanos tem aquele ditado: follow the money. Isso vale para tanto para encontrar um crime, como para desmascarar uma farsa. A questão central do mensalão é o suposto desvio de recursos do Banco do Brasil, sem a realização de nenhum serviço publicitário, por determinação individual de um petista.

Observem: em apenas uma frase, há três mentiras, que os documentos abaixo comprovam.

1 – O dinheiro não era do Banco do Brasil, e sim da Visanet, empresa 100% privada.
2 – Não houve desvio, os serviços foram realizados.
3 – Os pagamentos a DNA não foram feitos por determinação de um petista solitário. A decisão cabia a um gestor, que não era Henrique Pizzolato.

Agora acusam Pizzolato de cometer uma fraude, que é usar o passaporte de um irmão falecido. Fraude sim, de um homem desesperado, que não queria se submeter a maior fraude jurídica da história brasileira.

O Cafezinho publica, em primeira mão, um documento inédito, que pode causar uma reviravolta no julgamento da Ação Penal 470.

Trata-se de uma “Ata Notarial”, lavrada em cartório do Rio de Janeiro, trazendo informações e documentos oficiais que aniquilam as teses centrais da acusação da AP 470.

A Ata poderá ser traduzida e enviada à Itália, para o julgamento que se avizinha naquele país.

Além da Ata, publicamos trechos de documentos – citados e anexados na Ata  -  nos quais os erros do julgamento se sobressaem com mais evidência.

*

































Fonte: CONVERSA AFIADA

A farsa do mensalão descarrilou.
O apagão de justiça por que passa o país , tem no mensalão e nas declarações da jornalista bang bang do SBT suas expressões mais significativas.
A jornalista que deseja a volta do velho oeste americano para o Brasil critica as ausências de  justiça e segurança pública, porém apresenta como solução a barbárie.
A velha e decadente imprensa , alinhada com magistrados aloprados e ávidos por holofotes, defende o fim da corrupção e dos desvios  de dinheiro público, porém se agarra em uma farsa de um julgamento montado exclusivamente para perseguir o governo federal.
Enquanto isso, a corrupção rola solta nos governos do PSDB em São Paulo, na sonegação bilionária de impostos - como no caso das organizações globo com a Receita Federal - na sonegação de contribuições para a previdência social por parte de grandes empresas e na ação corruptora por parte de grandes corporações junto aos órgãos públicos.
Nada disso aparece como notícia ou escândalo na velha mídia e ninguém é investigado e muito menos punido.
A ação penal 470 não é apenas um festival de erros, como afirma o texto acima.
É uma construção consciente de provas e teses falsas que tem como objetivo final condenar as pessoas envolvidas.
A ação penal 470 é, antes de mais nada, a ausência da justiça, a exceção, a visão paridarizada do judiciário, a agência reguladora do judiciário.
A ação penal 470 pode ser comparada aos justiceiros que amarraram o bandido no poste, com  a diferença que os condenados não eram bandidos , não furtaram ninguém, não promoveram subtrações.
Tal qual as várias agências reguladoras que surgiram com os desgovernos  tucanos da década de 1990, a ação penal  470 se alinha perfeitamente com o estupro do princípio republicano , pavimentando o terreno para o anarquismo corporativo e do dinheiro, que em todo mundo bateu em seus próprios limites, porém ainda insiste em respirar.
As  grandes corporações, a velha mídia e a agência reguladora do judiciário, se constituem no principal bloco de oposição ao governo federal, com produção de todas as espécies de golpes, mentiras , sabotagens e ações de exceção que violam gravemente o princípio democrático.
Também , em suas expressões atuais, são o principal entrave para o avanço da democracia no país , para o efetivo combate à corrupção - já que fazem parte do grupo dos grandes criminosos e corruptos do país -.,  são o entrave para a realização de uma ampla reforma política com direito à uma assembléia constituinte específica,   entrave para o avanço de políticas e programas de governo que favoreçam o cidadão nos aspectos da saúde e da educação públicas, apenas para citar os pontos mais sensíveis e quem tem sido alvo de protestos da população nos últimos dias.
A jornalista bang bang do SBT acerta quando diz que a justiça e a segurança pública não existem no país.
A jornalista bang bang do SBT acerta quando diz que que sem justiça e sem segurança a população tem que se defender dos criminosos.
Porém, erra feio, ao identificar os criminosos e propor a solução.
Surfando em um sentimento da população sobre a  ausência de um judiciário que promova a justiça e de uma polícia que garanta a segurança pública, apresenta como solução a violência explícita contra os furtos corriqueiros em grandes centros urbanos, porém, se omite, assim como toda a velha mídia, sobre a verdadeira violência que aflige a população e, que tem nas ações do judiciário, nas ações das grandes corporações, e na própria imprensa os principais criminosos. 
Oportunista e vulgar, assim como toda a velha mídia, foi a solução da jornalista bang bang.
A mesma mídia que diáriamente satura a população, seja em emissoras de rádio ou de tv, com notícias de crimes e violência, com direito a espetacularização com a consequente banalização de práticas criminosas, onde os bandidos perigosos são ,via de regra, pessoas pobres, pretas e moradores de regiões das cidades onde o estado não se faz presente.
Ao agir dessa forma, a velha mídia , cria o perfil de supostos criminosos  e desvia o foco com  consequente desinformação, sobre os grandes criminosos do país, assim como os responsáveis pelo aumento da violência até mesmo nas relações interpessoais.
Os pequenos furtos e crimes que acontecem nos grandes centros urbanos jamais terão fim.
Porém o combate ao crime organizado, em todas as suas expressões e modalidades, se bem conduzido pode acabar , ou reduzir ao mínimo, com a corrupção, com a sonegação de impostos. e mesmo com a violência urbana.
Para que isso aconteça, a população deve ser bem informada e não servir de  massa de manobra para que veículos de mídia possam garantir alguns míseros pontos a mais em audiência. e ainda produzir falsas indignações que tem por objetivo apenas o jogo político eleitoral.
Reforma do judiciário.
Reforma política
Democratização dos meios de comunicação.
Esses são os pontos mais carentes no Brasil atual  para que possamos colocar nos trilhos a segurança pública, o combate à corrupção, o cumprimento das leis para todos e a formação de cidadãos conscientes. e  bem informados.
E aí, globo, que tal um cafézinho ?