terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um rolezinho na velha mídia


Em Nova York, depois de longas décadas, um prefeito de esquerda é eleito e a presidente da câmara dos vereadores é uma mulher de origem portorriquenha.

O Papa Francisco, através de declarações , vem atacando sistematicamente o capitalismo. Até mesmo ao se referir ao aborto, tema altamente sensível para a Igreja, disse que a lógica do descarte que predomina no mundo não pode valer para vidas.

Em pesquisa com 68 países os EUA foram apontados como a maior ameaça à paz mundial.

Já por aqui, os rolezinhos colocaram frente a frente a sociedade fantasiosa do consumo com a sociedade real. O mundo dos 20% com  mundo dos 80%.

Diante da realidade dos fatos, o que sustenta  ainda  o decadente mundo neoliberal é a força, com todos os desdobramentos de violência nas sociedades. Não por acaso, a maioria do mundo vê os EUA, o centro da cultura neoliberal , como a maior ameaça à paz mundial.

Enquanto isso, o globo, de hoje, 14.01.14, apresenta em primeira página chamada de matéria em que afirma que as pessoas devem esquecer conceitos como altruísmo, solidariedade e livre arbítrio. Ou seja, o globo sempre na contra mão e ainda afirma que as pessoas não são livres e não tem escolhas, ao melhor estilo do determinismo da idade média. Nesse aspecto  a cultura neoliberal se assemelha a astrologia, ou seja, não há saída , está tudo determinado pelas forças do ....mercado. O delírio de globo, mais um em meio a tantos outros , ainda tenta envolver a ciência para dar credibilidade as bobagens que a velha mídia publica diariamente.

Nesse tempo do não tempo, onde o velho insiste em não morrer e o novo ainda não nasceu, as teses de globo e da velha mídia contribuem para estimular nas pessoas o que existe de pior no comportamento social, incitando toda forma de violência  e valorizando uma cultura fascista de extrema violência. 
Os conceitos de globo se assemelham a um anarquismo onde apenas 20% da população tem direito a vida e o estado deve servir também somente aos interesses dos 20%.
Com o choque de realidades promovido pelos rolezinhos, globo e a velha mídia que abram o olho.

Vale a leitura dos textos  a seguir.

 http://nyopoliticker.files.wordpress.com/2013/10/bill-de-blasio-park-slope-getty.jpgConstrangimento capital: o incômodo prefeito de NY
As declarações do Prefeito eleito de Nova York, Bill Blasio, afirmando que vai combater as desigualdades sociais da cidade cobrando impostos mais elevados dos muito ricos para custear os gastos decorrentes do seu programa de governo, tem causado muita angústia na crônica neoliberal do nosso país. NY conta com 400 mil milionários, mas 21,2% pr cento da população está abaixo da linha da pobreza. Por Tarso Genro.
Fonte: CARTA MAIOR
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Os shopping-centers, utopia neoliberal

Quase já se pode nascer e morrer num shopping. Só faltam a maternidade e o cemitério, porque hotéis já existem.

por Emir Sader em 13/01/2014 às 14:12
Emir Sader

Na sua fase neoliberal, o capitalismo implementa, como nunca na sua história, a mercantilização de todos os espaços sociais. Se disseminam os chamados não-lugares – como os aeroportos, os hotéis, os shopping-centers -, homogeneizados pela globalização, sem espaço nem tempo, similares por todo o mundo.

Os shopping-centers representam a centralidade da esfera mercantil em detrimento da esfera pública, nos espaços urbanos. Para a esfera mercantil, o fundamental é o consumidor e o mercado. Para a esfera pública, é o cidadão e os direitos.

Os shoppings-centers representam a ofensiva avassaladora contra os espaços públicos nas cidades, são o contraponto das praças públicas. São cápsulas espaciais condicionadas pela estética do mercado, segundo a definição de Beatriz Sarlo. Um processo que igualiza a todos os shopping-centers, de São Paulo a Dubai, de Los Angeles a Buenos Aires, da Cidade do México à Cidade do Cabo.
   
A instalação de um shopping redesenha o território urbano, redefinindo, do ponto de vista de classe, as zonas onde se concentra cada classe social. O centro – onde todas as classes circulavam – se deteriora, enquanto cada classe social se atrincheira nos seus bairros, com claras distinções de classe

Os shopping, como exemplos de não-lugares, são espaços que buscam fazer com que desapareçam o tempo e o espaço – sem relógio e sem janelas - , em que desaparecem a cidade em que estão inseridos, o pais, o povo. A conexão é com as marcas globalizadas que povoam os shopping-centers de outros lugares do mundo. Desaparecem os produtos locais – gastronomia, artesanato -, substituídos pelas marcas globais, as mesmas em todos os shoppings, liquidando as diferenças, as particularidades de cada pais e de cada povo, achatando as formas de consumo e de vida.

O shopping pretende substituir à própria cidade. Termina levando ao fechamento dos cinemas tradicionais das praças publicas, substituídos pelas dezenas de salas dos shoppings, que promovem a programação homogênea das grandes cadeias de distribuição.

O shopping não pode controlar a entrada das pessoas, mas como que por milagre, só estão aí os que tem poder aquisitivo, os mendigos, os pobres, estão ausentes. Há um filtro, muitas vezes invisível, constrangedor, outras vezes explicito, para que só entrem os  consumidores.

Nos anos 1980 foi organizado um passeio de moradores de favelas no Rio de Janeiro a um shopping da zona sul da cidade. Saíram vários ônibus, com gente que nunca tinham entrado num shopping.

As senhoras, com seus filhos, sentavam-se nas lojas de sapatos e se punham a experimentar vários modelos, vários tamanhos, para ela e para todos os seus filhos, diante do olhar constrangido dos empregados, que sabiam que eles não comprariam aqueles sapatos, até pelos seus preços. Mas não podiam impedir que eles entrassem e experimentassem as mercadoras oferecidas.

Criou-se um pânico no shopping, os gerentes não sabiam o que fazer, não podiam impedir o ingresso daquelas pessoas, porque o shopping teoricamente é um espaço público, aberto, nem podiam botá-los pra fora. Tocava-se ali no nervo central do shopping – espaço público privatizado, porque mercantilizado.

O shopping-center é a utopia do neoliberalismo, um espaço em que tudo é mercadoria, tudo tem preço, tudo se vende, tudo se compra. Interessa aos shoppings os consumidores, desaparecem, junto com os espaços púbicos, os cidadãos. Os outros só interessam enquanto produtores de mercadorias. Ao shopping interessam os consumidores.

Em um shopping chique da zona sul do Rio, uma vez, uns seguranças viram um menino negro. Correram abordá-lo, sem dúvida com a disposição de botá-lo pra fora daquele templo do consumo. Quando a babá disse que ela era filho adotivo do Caetano Veloso, diante do constrangimento geral dos seguranças.

A insegurança nas cidades, o mau tempo, a contaminação, o trânsito,  encontra refúgio nessa cápsula, que nos abriga de todos os riscos. Quase já se pode nascer e morrer num shopping – só faltam a maternidade e o cemitério, porque hotéis já existem. A utopia – sem pobres, sem ruídos, sem calçadas esburacadas, sem meninos pobres vendendo chicletes nas esquinas ou pedindo esmolas, sem trombadinhas, sem flanelinhas.  O mundo do consumo, reservado para poucos, é o reino absoluto do mercado, que determina tudo, não apenas quem tem direito de acesso, mas a distribuição das lojas, os espaços obrigatórios para que se possa circular, tudo comandado pelo consumo.

Como toda utopia capitalista, reservada para poucos, porque basta o consumo de 20% da população para dar vazão às mercadorias e os serviços disponíveis e alimentar a reprodução do capital.

Mas para que essas cápsulas ideais existam, é necessário a super exploração dos trabalhadores – crianças, adultos, idosos – nas oficinas clandestinas com trabalhadores paraguaios e bolivianos em São Paulo e em Buenos Aires, em Bangladesh e na Indonésia, que produzem para que as grandes marcas exibam as roupas e os tênis luxuosos em suas esplendorosas lojas dos shoppings.

O choque entre os mundo dos shoppings e o dos espaços públicos remanescentes – praças, espaços culturais, os CEUS de São Paulo, os clubes esportivos públicos – é a luta entre a esfera mercantil e a esfera pública, entre  o mundo dos consumidores e o mundo dos cidadãos, entre o reino do mercado e a esfera da cidadania, entre o poder de consumo e o direito de todos.


É um enfrentamento que está no centro do enfrentamento entre o neoliberalismo e o posneoliberalismo, entre a forma extrema que assume o capitalismo contemporâneo e a formas de sociabilidade solidaria das sociedades que assumem a responsabilidade de construir um mundo menos desigual, mais humano.
Fonte: CARTA MAIOR
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Liberais enxergam guinada à esquerda com “vitória do PT” em Nova York

publicado em 14 de janeiro de 2014 às 1:36

Melissa entre os colegas eleitos (foto William Alatriste, NYCC)
por Luiz Carlos Azenha, em Nova York
Melissa Mark-Viverito foi eleita na semana passada a presidente da Câmara dos Vereadores de Nova York.
É a primeira vez que uma mulher de origem portorriquenha, do East Harlem, vai comandar a câmara.
Diante da penúria dos resultados da esquerda nos Estados Unidos, nas últimas duas décadas, a vitória de Melissa foi interpretada como sinal de que o prefeito recém-empossado, Bill de Blasio, fará um governo liberal puro sangue. Blasio é o primeiro democrata eleito prefeito da cidade em 20 anos.
Melissa só conquistou o cargo porque o Working Families Party, o Partido das Famílias Trabalhadoras, aliado dos democratas, colocou o peso da bancada que apoiou para trabalhar por ela.
Em Nova York, apenas 3 dos 51 vereadores recém-eleitos são republicanos.
Mas o Partido Democrata é um verdadeiro saco de gatos, onde cabe tudo.
Entra o WFP.
Nas eleições gerais, o partido tira proveito do que é chamado de “fusion vote”, uma figura da legislação eleitoral novaiorquina que permite a mais de um partido apoiar o mesmo candidato. Os votos são contados separadamente para cada partido, mas podem ser “fundidos” depois.
O WFP treina novas lideranças e eventualmente as apoia para disputar cargos públicos.
O partido conta com apoio de militantes de poderosos sindicatos de funcionários públicos de Nova York.
Ele se define como um partido social democrata clássico, na linha do Partido dos Trabalhadores brasileiro.
Prega financiamento público de campanhas, fim do resgate aos bancos de Wall Street, investimentos maciços em transporte público e o fechamento de uma brecha na lei que permite a proprietários de imóveis escapar da lei que estabiliza o valor do aluguel na cidade, dentre outras coisas.
O pessoal do WFP é bem pragmático: na campanha de Bill de Blasio, endossou uma plataforma curta, grossa, rápida e objetiva.
Sim, sim, há muitas outras promessas, mas o candidato disse que vai taxar os mais ricos e obter o dinheiro necessário para colocar todas as crianças de Nova York na escola pública a partir dos 4 anos de idade, o chamado Pre K. É uma das grandes preocupações das mães trabalhadoras da cidade.
A plataforma foi vendida como forma de combater a desigualdade: tira dos ricos para financiar a educação dos pobres.
De olho nas eleições parlamentares de 2014, os democratas já começaram a organizar a campanha em torno do mesmo tema, o combate à desigualdade, certos de que podem repetir em escala nacional o sucesso de Nova York (de Blasio se elegeu com 73% dos votos).
Enquanto isso, já se fala no impeachment do tucano Chris Christie, o falastrão que governa o estado vizinho, de New Jersey.
Até recentemente ele era visto como fortíssimo candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano em 2016.
De procurador-geral durão, que colocou muita gente na cadeia, Christie ‘amoleceu’. Passou a propor ações bipartidárias para enfrentar os problemas do estado. Disse que este seria o modelo ideal também para o país. Puro marketing para tirar proveito da ideia disseminada entre os eleitores de que os problemas da política norte-americana derivam da falta de entendimento entre republicanos e democratas. Na verdade, os dois partidos hoje são reféns do dinheiro gordo, assim como o próprio Christie.
Mas o Demóstenes Torres de New Jersey — sem ofensa a Christie — é uma farsa.
Corre risco de se tornar vítima do Pontegate.
É um episódio tão bizarro quanto revelador do baixo nível da política dos Estados Unidos. No ano passado, assessores do governador mandaram fechar várias faixas da ponte mais movimentada do mundo, a George Washington Bridge, com o objetivo de punir um prefeito democrata de uma cidade onde se origina boa parte do tráfego do lado de New Jersey.
O prefeito havia se negado a apoiar a campanha de reeleição de Christie, o que o grupo político dele considerava essencial justamente para fazer o marketing do apoio bipartidário ao governador.
Durante três dias, milhares de pessoas passaram três, quatro horas presas no trânsito da GWB, que é infernal mesmo em condições normais.
Com esse tipo de oposição tucana, não é pouco provável que Hillary Clinton se eleja presidente em 2016.
Até lá, o minúsculo WFP não terá tempo de ter impacto em escala nacional.
Mas, num país em que a política vem guinando à direita, de forma ininterrupta, desde 1982 — ou seja, por mais de trinta anos — há no ar um pequeno sinal de que o pêndulo pode ter começado a se mover para o outro lado.
Fonte: VI O MUNDO
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A ameaça do Papa “vermelho” à lógica da globalização

publicado em 12 de janeiro de 2014 às 21:25

Habemus Papam subversivo
Polêmica: No dia de Natal, o Financial Times ataca Francisco por suas críticas à desigualdade do mundo
Fonte: VI O MUNDO
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EUA: pesquisa em 68 países aponta o país como a maior ameaça à paz no mundo
No entanto, uma visão enraizada na população norte-americana acredita que o país é uma força do bem no planeta e que qualquer ação destrutiva em outros países torna-se tolerável

Por Paul Street, em ZNet | Tradução: Vinicius Gomes
De acordo com uma pesquisa mundial publicada no final de 2013, com 66 mil pessoas em 68 países, conduzida pela Worldwide Independent Network of Market Research (WINMR) e Gallup International, a população mundial enxerga os EUA como a mais significante ameaça no planeta. Os EUA foram eleitos com uma larga margem (24%), enquanto em segundo lugar ficou o Paquistão (8%), seguido da China (6%). Afeganistão, Irã, Israel e Coreia do Norte empataram no quarto lugar (4%) 
 “Um cheque em branco em seu ‘McMundo’”

Fonte: REVISTA FÓRUM
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Pig aloprado

Inimigo do décimo terceiro agora ataca o aumento do salário mínimo
publicado em 12 de janeiro de 2014 às 18:16

Os malefícios da indexação do salário mínimo
O tema é inadequado a ano eleitoral, mas o presidente de 2015 terá de propor desarmar o mecanismo, para impedir que a inflação corroa os ganhos obtidos
Editorial de O Globo em 12/01/14 
Assim que os desarranjos na política fiscal do governo Dilma ficaram mais evidentes, as agências internacionais de avaliação de riscos ajustaram os radares para um acompanhamento mais atento das contas do país. Agora, algumas nuances do perfil fiscal brasileiro frequentam relatórios dessas agências. Há pouco, a Moody’s, cuja nota de perspectiva para a solvência do Brasil caiu de “positiva” para “estável”, em setembro, alerta que a economia brasileira tem uma “flexibilidade limitada” para conter gastos.
É fato. À medida que despesas de difícil corte começaram a ser expandidas, o Orçamento entrou numa espécie de fôrma de gesso. As dificuldades para reduções de despesas por medida administrativa se devem a razões políticas — nos gastos ditos sociais — ou a obstáculo legal. Neste caso, está a folha do funcionalismo, protegida pela norma da estabilidade de emprego. A alternativa do administrador costuma ser, quando politicamente possível, deixar a inflação corroer o valor efetivo dos salários e/ou não repor vagas abertas por aposentadorias e mortes.
A Moody’s chama a atenção para a grave peculiaridade de que 80% do Orçamento estão comprometidos com salários, aposentadorias e benefícios sociais. Há estimativas menos dramáticas, mas não muito. Esta parcela nunca é superior a 70%.
A margem de ação de qualquer governo é estreita. E como, depois de 2005, estes gastos cresceram bastante, a margem de manobra de Dilma em 2014 é mesmo apertada. Para piorar a situação, há a regra de indexação do salário mínimo criada em 2011 — um retrocesso, porque o país precisa de menos mecanismos que projetem para frente a inflação do passado, e não mais.
Baseada na soma do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) com a variação do PIB de dois anos atrás, a fórmula estabeleceu um reajuste de 6,78% para o mínimo deste ano, de R$ 724 — um aumento de 6,78%, contra uma inflação de 5,9%. Além de os aumentos do salário-base não guardarem qualquer relação com os ganhos (ou perdas) de produtividade na economia, eles indexam uma miríade de benefícios previdenciários/sociais. A ponto de, hoje, cada R$ 1 a mais no SM injetar quase R$ 340 milhões adicionais na conta da despesa pública. Em termos líquidos — considerando o crescimento da arrecadação devido à subida do salário —, estima-se que o novo mínimo já estabeleceu um gasto em 2014 de R$ 14,2 bilhões, cerca de meio Bolsa Família.
Com a economia em expansão a taxas razoáveis, é até possível alguma compensação pelo lado da arrecadação tributária e previdenciária. Mas não nos últimos dois anos. Nem neste e no próximo. O tema é espinhoso em ano eleitoral. Mas a revisão desta indexação terá de ser feita pelo próximo presidente, até porque a regra vencerá em 2015 e já fez o possível na recuperação do poder de compra do SM. A questão também é impedir que a inflação corroa os ganhos obtidos. Até por isso, é importante desmontar a fórmula.
PS do Viomundo: O discurso parece mais sofisticado, mas tirando os penduricalhos repete o mantra escravista da elite brasileira, para a qual salário é inflacionário, causa doenças transmissíveis, etc.
Fonte: VI O MUNDO
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Miro: O PiG pode morrer

“A ‘guerra psicológica’, deflagrada pela imprensa, é escancarada”


O Conversa Afiada reproduz texto do Blog do Miro:
Globo, Folha e Estadão “podem” acabar!  
Por Altamiro Borges

Nos primeiros dias de 2014, a mídia tucana se superou na sua aposta catastrofista contra o governo Dilma Rousseff. Está até difícil escolher quem são os principais urubólogos deste início de ano. O Estadão de terça-feira (7) estampa o título “S&P [suspeita agência de risco dos capitalistas sem risco] diz que pode cortar nota do Brasil ainda neste ano”. Já a Folha abusou na manchete: “Alta de preços pode afetar desemprego em 2014”. O jornal O Globo garante que o país “pode” entrar em recessão neste ano de eleições presidenciais. Já que todos os veículos estão fazendo as suas previsões, lanço também a minha: “Globo, Folha e Estadão ‘podem’ acabar”, para o bem do jornalismo nativo.

A “guerra psicológica” deflagrada pela imprensa – e criticada pela presidenta Dilma sem maiores consequências, já que ela insiste em tratar o tema da regulação democrática da mídia como um simples apertar no botão do controle remoto – é escancarada. Merecia estudos na academia, caso esta estivesse disposta a enfrentar temas estratégicos para a sociedade brasileira. O pessimismo midiático, com visíveis objetivos eleitorais num ano de sucessão presidencial, é mais do que evidente. O Estadão, da oligárquica e golpista famiglia Mesquita, afirma que a agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P) pode rebaixar a nota do Brasil, “mas ainda não tem decisão sobre o assunto”.

O próprio diretor do antro rentista, hoje ridicularizado no mundo inteiro, relativiza o título terrorista do Estadão. “Não é um colapso. Se ocorrer um rebaixamento seria em um nível e o Brasil continuaria a ser classificado como ‘grau de investimento’, disse o diretor da S&P” ao jornalista do Estadão. Mesmo assim, o jornal preferiu estampar o seu título catastrofista. Outras agências de risco, como a Fitch e a Moody´s, informaram que o Brasil está bem posicionado na destrutiva economia capitalista mundial, que enfrenta a sua mais prolongada e grave crise das últimas décadas. Não adiantou! O Estadão insiste que o Brasil vai falir neste ano, de preferência na véspera da eleição presidencial.

Já a Folha, com maior tiragem e maior influência nos chamados formadores de opinião, tem preferido tratar de assuntos mais sensíveis. Agência de risco é algo muito distante da sociedade, a não ser dos rentistas que especulam no mercado financeiro. A sua manchete espalhafatosa desta semana mexe diretamente com os trabalhadores. O jornal da famiglia Frias garante que a inflação “pode afetar o desemprego em 2014”. A reportagem nas páginas internas é bem confusa. Mas o que fica é a leitura das manchetes nas bancas de jornal. O próprio texto adverte que “empresários e consultores preveem mercado de trabalho em baixa, mas recuperação global pode ajudar”. Ou seja: pode ser que sim, pode ser que não!

A Folha admite, mesmo a contragosto, que “os dados mais atualizados para 2013, até novembro, são de taxa de desemprego de 4,6%. Desde janeiro, o saldo de novos empregos (trabalhadores admitidos menos demitidos) foi de 1,547 milhão”. Mas ela garante que “a piora [na geração de emprego] deve ocorrer mesmo com as vagas temporárias que podem ser criadas na Copa e nas eleições”. No seu “pessimismo crônico”, como já reconheceu a própria ombudswoman do diário, Suzana Singer, a Folha ainda aposta que “enquanto o crescimento da renda real (descontada a inflação) foi de 3,4% na média de 2007 a 2012, no próximo ano deve ficar entre 0,7% a 1,5% nas projeções dos economistas”.

No caso do jornal O Globo, da bilionária famiglia Marinho, as manchetes recentes parecem indicar que o Brasil ruma inexoravelmente para o desfiladeiro. Os urubólogos de plantão do diário só fazem previsões catastrofistas, mesmo que a realidade insista em desmentir as suas apostas no aumento do desemprego, na explosão da inflação – vale recordar a cena ridícula do colar de tomates da apresentadora Ana Maria Braga –, no inevitável apagão de energia elétrica e, agora, no rebaixamento da nota do país na economia mundial. Como já ironizou o blogueiro Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada, o esporte favorito do jornal O Globo é “rebaixar a nota do Brasil”.

No texto “Tudo como no ano passado”, publicado nesta semana no Observatório da Imprensa, o jornalista Luciano Martins Costa critica as manchetes apocalípticas dos primeiros dias deste ano novo. Ele brinca que todas elas insistem no “pode”. “Aí, o leitor caprichoso, atacado por aquela doença infantil do esquerdismo, se pergunta: se pode acontecer o pior, mas pode também não acontecer, onde estaria a notícia? Ora, leitor, a notícia está apenas no desejo do editor, que, tentando bem interpretar o pensamento do dono do jornal, descumpre uma das normas básicas do bom jornalismo – aquela que diz o seguinte: uma coisa que “pode” acontecer não é manchete”.

Para ele, os jornalões estão desnorteados. “Se a economia brasileira está em crise, como gritam diariamente as manchetes, por que os indicadores registram mais de 1,5 milhão de novos postos de trabalho, com um aumento de 4% na criação de empregos com carteira assinada, no ano de 2013, em relação aos doze meses anteriores?”. O que os jornais fazem não é jornalismo, mas sim militância oposicionista. “Pode chover ou fazer sol, os preços podem subir ou cair, alguém pode vir a falecer, pode nevar no Sul no próximo inverno, o trânsito pode piorar no fim das férias, o mundo pode acabar hoje, e a imprensa ralando todos os dias para fazer crer que algum desses acontecimentos merece uma manchete”.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Estadão vê milhares de cubanos sob a cama

publicado em 12 de janeiro de 2014 às 21:54

Programa ‘mais cubanos’
11 de janeiro de 2014 | 2h 09
Editorial de O Estado de S.Paulo
Os números são claros como as águas do Mar do Caribe: dos 13 mil profissionais que o programa Mais Médicos pretende mobilizar até março, mais de 10 mil serão cubanos. Com isso, não resta mais nenhuma dúvida de que a anunciada intenção de atrair médicos de outras nacionalidades ou mesmo brasileiros não passou de fachada para um projeto há muito tempo acalentado pelo governo petista: importar médicos cubanos em grande escala, ajudando a financiar a ditadura cubana.
A terceira fase do Mais Médicos, recém-encerrada, ofertou 6,3 mil vagas, mas teve apenas 466 médicos estrangeiros e 422 brasileiros inscritos. Haverá uma nova etapa de inscrições, mas é improvável que a tendência de baixo interesse seja alterada até lá. Assim, para cumprir a meta, o governo terá de trazer outros 5 mil médicos de Cuba. Esse novo contingente vai se juntar aos 6,6 mil médicos que já atuam no programa – dos quais 5,4 mil são cubanos.
Como se nota, o programa Mais Médicos deveria se chamar “Mais Cubanos”, pois é disso que se trata. As condições estabelecidas pela iniciativa foram desenhadas de tal modo que o resultado seria o desinteresse de brasileiros e estrangeiros, gerando a oportunidade para trazer os médicos de Cuba – os únicos que, soldados de uma ditadura, aceitariam trabalhar em meio à precariedade do sistema de saúde no interior do País e na periferia das capitais.
Que as regiões mais pobres do Brasil necessitam de mais médicos não resta dúvida. Mas esses profissionais não resolverão o problema, nem mesmo o mitigarão, se não tiverem à sua disposição equipamentos e infraestrutura ao menos razoáveis. É por esse motivo – e pelo fato de que não teriam direito a FGTS, 13.º salário e hora extra – que os médicos brasileiros não se interessaram em aderir. O Mais Médicos é apenas um remendo – que, no entanto, nada tem de improviso, pois a intenção sempre foi trazer os médicos cubanos.
A primeira vez que o assunto veio à tona foi em maio do ano passado, quando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a intenção de importar 6 mil cubanos. Diante da reação negativa, Padilha disse que tentaria atrair médicos de Portugal e Espanha e que daria preferência a brasileiros, mas não conseguiu aplacar os críticos, pois estava claro que as normas da boa medicina estavam sendo atropeladas pelo populismo. Vieram então as manifestações de junho, e a presidente Dilma Rousseff viu nelas a oportunidade de lançar o Mais Médicos.
Seis meses antes, porém, professores brasileiros com material didático do que viria a se tornar o Mais Médicos foram a Cuba e lá transmitiram aos médicos locais noções básicas sobre o sistema público de saúde no Brasil e também rudimentos de língua portuguesa. Profissionais do primeiro lote de cubanos que chegou ao País confirmaram que haviam passado por esse treinamento.
É provável, porém, que a vinda dos cubanos estivesse sendo preparada há mais tempo ainda. Humberto Costa, ex-ministro da Saúde do governo Lula, chegou a dizer, em agosto, que “esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio” e que “boa parte desses cubanos já trabalhou em países de língua portuguesa, não tem dificuldade com a língua”.
Assim, o Mais Médicos é apenas a formalização de um projeto antigo e com objetivo claro. Os profissionais de Cuba recebem pelo seu trabalho apenas uma fração do valor pago pelo governo brasileiro – o resto fica retido, junto com os passaportes desses médicos, pela ditadura cubana. A exportação de médicos rende US$ 6 bilhões anuais para o governo dos irmãos Castro. O Brasil vai contribuir com R$ 511 milhões graças ao Mais Médicos.
O governo petista está apresentando essa iniciativa — principal ativo da campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista — como a prova de que é sensível às necessidades dos mais pobres. No entanto, além de ser uma forma de consolidar os laços ideológicos com Cuba, o Mais Médicos é a confissão do retumbante fracasso do governo na área de saúde, cujo descalabro nos iguala a países pobres, principais clientes da indústria médica cubana.
PS do Viomundo: O texto é auto-explicativo, para quem pretende entender os motivos da decadência econômica e editorial da família Mesquita. A lógica do último parágrafo é perversa. Os cubanos atendem a países pobres, isso em si é ruim e nos coloca junto com os pobres, que horror! Quando somos todos europeus, brancos, de olhos azuis e contamos com saúde de primeiro mundo graças ao financiamento público do imposto do cheque, a CPMF, que o Estadão ajudou a detonar! A sorte do PT é enfrentar esta mídia atrasada, que ainda vive na Guerra Fria, e que empurra o PSDB para a extrema-direita. Deixa o campo livre para que o PT ganhe eleição até mesmo com uma plataforma conservadora.
Fonte: VI O MUNDO
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Gráfico da inflação da GloboNews é o que se pode chamar de vandalismo jornalístico

11/01/2014 | Publicado por Renato Rovai em Mídia


Todos os inícios de ano a Globo lidera o terrorismo inflacionário. A inflação do ano que virá pode colocar o país em risco e blablablá.
Nos almoços de família, os parentes mais sensíveis às bobagens midiáticas repetem o mantra de que a situação está ruim e que o país está caminhando ladeira abaixo.
Que no final, todo o esforço feito pelo príncipe em 1994 ao debelar o dragão, vai ser jogado fora pelos aloprados do PT. Como se o Brasil de 2014 tivesse algo a ver com aquele que vivia de calças abaixadas para o FMI e que tirava os sapatos como sinal de respeito ao deus USA.
Todo começo de ano é assim, a inflação é a bola da vez.
Mas dessa vez a Globo levou o índice de ridículo ao limite ao fazer o gráfico acima. Não há proporção alguma nele. E isso é o mínimo para fazer um gráfico minimamente sério com dados informativos.
Nem na época de jornalzinho de Centro Acadêmico meus colegas mais radicais proporiam algo tão absurdo.
Prestem atenção na distância desproporcional do 5,81% do centro da meta de 4,5%. Os 4,5% são três vezes menor do que os 1,31%. Isso não é o mais grave. O 5,91% de 2013 é maior do que 6,50% e 5,82%, índices de 2010 e 2011.
O fato é que a inflação não superou o teto da meta que é de 6,5% em nenhum ano. No limite ficou no teto em 2010. E ficar em 5, 91% no ano passado não é nada grave. É parte do jogo.
Com este tipo de abordagem a Globo ultrapassa até a linha do que se pode chamar de desinformação. Isso é vandalismo jornalístico.
Duvido que a assessoria de imprensa de uma grande empresa deixasse uma sacanagem dessas sem resposta. Ia ter carta esculachando o veículo e pedindo correção. Se negasse, o veículo seria cortado da programação de publicidades da empresa.
Mas como o governo federal é ao contrário. Da mesma forma que o generoso ministro Mercadante decidiu enfiar 2,5 milhões na Abril, comprando Nova Escola, a Globo ainda vai lucrar por ter feito mais essa sacanagem.
E assim caminha a umanidade. Eu não errei não. Coloquei sem h de propósito. Porque essa humanidade não merece a palavra completa.
PS: Pesquei o gráfico acima no blogue do Ruda Ricci.
Fonte: REVISTA FÓRUM

A semana começa com o PIG totalmente aloprado.
A mentira é escancarada, seja em 50 tons ou em biografias do governo.
Não há mais disfarce, dissimulação.
O PIG pode morrer em poucos dias.
A insanidade comanda o espetáculo jornalístico.
Talvez, acreditam os otimistas, seja o efeito do calor do verão.







sábado, 11 de janeiro de 2014

Pedrinhas para os verdadeiros criminosos

Altamiro Borges: A derrota dos porta-vozes dos agiotas

publicado em 10 de janeiro de 2014 às 20:52

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Inflação na meta e os tomates na Globo

Por Altamiro Borges, em seu blog
Desconsertada e sem qualquer autocrítica, a mídia rentista divulgou nesta sexta-feira (10) que a inflação brasileira ficou “dentro da meta” no ano passado.
Durante vários meses, quase todos os dias, a imprensa alardeou que os preços dos produtos e serviços iriam explodir e que o Brasil não tinha como escapar do colapso econômico.
Num dos momentos mais patéticos desta campanha terrorista, a apresentadora Ana Maria Braga, da TV Globo, usou um ridículo colar de tomates para criticar a “explosão inflacionária”.
Agora, o IBGE registra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou em 5,91% em 2013 — abaixo do draconiano teto da meta do governo, que é de 6,5% ao ano.
Em entrevista à Agência Brasil, o ministro interino da Fazenda, Dyogo Henrique, festejou o resultado e afirmou que o índice “não surpreendeu o governo”.
Ele também explicou a pequena alta da inflação no último mês do ano passado.
“Já esperávamos que dezembro tivesse um índice um pouco mais alto por conta do aumento do preço da gasolina e também do período de férias, quando as passagens aéreas contribuíram para que o índice viesse um pouco mais alto”.
Os jornalões online, porém, preferiram dar manchete para os preços de dezembro, ao invés de destacarem o cumprimento da meta inflacionária. Isto confirma que a “guerra psicológica” prosseguirá neste ano.
O terrorismo da mídia rentista tem dois objetivos básicos.
O primeiro é político. Os urubólogos de plantão e os tais “especialistas de mercado” – nome fictício dos banqueiros – tentam criar um clima de pânico na sociedade para desgastar a presidenta Dilma Rousseff e alavancar as frágeis lideranças da velha  da nova oposição.
Daí as manchetes, de que a inflação “pode elevar o desemprego” e reduzir os salários.
O segundo intento é econômico. Boa parte da mídia nativa é ligada ao capital financeiro, muitos veículos inclusive estão endividados nos bancos.
A gritaria sobre a explosão inflacionária visa elevar os juros para manter os altos rendimentos dos rentistas, dos agiotas financeiros.
Neste esforço para manipular a sociedade, com objetivos políticos e econômicos, a mídia distorce números e faz terrorismo.
A comparação com a inflação nos governos anteriores confirma esta distorção.
Como reconhece o repórter Sílvio Guedes Crespo, do UOL, “embora a presidente Dilma seja duramente acusada de leniência com a inflação, o ritmo de aumento de preços durante o seu governo é próximo ao do período Luiz Inácio Lula da Silva e inferior ao da gestão Fernando Henrique Cardoso. A inflação foi de 6,5% em 2011, 5,84% em 2012 e5,91% em 2013, o que dá uma média anual de 6,1%. Na era Lula (2003-2010), os preços subiram 5,8% ao ano. Já na gestão FHC (1995-2002), o aumento médio foi de 9,1%”.

Fonte: VI O MUNDO

E você, caro leitor, sabe qual é a manchete de hoje, sábado 11.01.14 do jornal o globo ?  Algo mais ou menos assim:
" inflação dispara e ameaça 2014 "
O mesmo do início de 2013 que ao final do ano se mostrou errado.
Errado ou mentira proposital ?
Claro  que se trata de uma mentira orquestrada, com o patético vergonhoso do colar de tomates.
Porém, a mentira continua, afinal o ano é de eleição.
Será que a patética global colocará um colar de aparelhos de ar condicionado, já que os preços desse equipamento subiram por conta do calor ?
A velha mídia é um mentirão sem fim. 
Uma vergonha diária para o país.
Tudo é manipulação e, quando a informação é verídica sempre aparece truncada, amputada, o que acaba por gerar o oposto, a desinformação.
Manipular, truncar para confundir.
Nessa desova diária, vez por outra, ovos do retrocesso eclodem pelos cantos do país, trazendo as mais violentas e absurdas sugestões , claro, com a política, os políticos e os governos como os princiaís responsáveis pelos caos que se avizinha, ou que se deseja que um dia ele se faça presente.
A inflação tem se comportado dentro da meta dos governos  Lula Dilma, ao longo dos anos, logo toda e qualquer gritaria sobre inflação não é condizente com a realidade passada e presente, desses governos .
Qual o objetivo da gritaria ?
Terror, terror, terror, terror, terror...
Uma mídia terrorista, que faz da informação uma arma de destruição das massas, confundindo incautos e formatando delirantes
Tudo é mentira, do mensalão gopista ao tomate cósmico, do apagão elétrico ao caos nos aeroportos da copa.
Se não bastassem tantas mentiras diárias nesse livro, eis que surge um livro, uma bomba atômica que detona toda a farsa do banqueiro e seus amigos, juízes do STF, políticos de bico longo, empresas de telecomunicações e de mídia.
O livro bomba não passa na velha mídia, não é contemplado com letras garrafais nas manchetes dos jornais, não exibe seus poderosos tentáculos nas revistas semanais, não exibe colares, não , não , não.
O conteúdo do  livro bomba, assim como a bomba do presídio do Maranhão, são bombas diárias de um Brasil real que não passa na tv .
O caro leitor sabe que o que acontece no presídio da terra dos Sarneys,  acontece em maior ou menor horror em todos os presídios brasileiros, ao longo de décadas , de séculos, sem que vozes se levantem para clamar por direitos humanos, por penitenciárias que , de fato, possam recuperar os dententos.
Não pode, meu caro leitor.
Penitenciárias que recuperem detentos farão com que os detentos de lá não queiram sair, pois a realidade  do lado de fora, no mundo do crime , do governo da plutocracia, do banqueiro brilhante, do magistrado tresloucado,  da polícia que mata, essa realidade é muito pior.
O que necessitamos são governos , com políticas eficazes, que recuperem  a sociedade destroçada, para então , poder recuperar os presídios.
Não me assusta, e creio que o caro leitor concorde, que a maioria da sociedade brasileira deve ter visto com bons olhos , e mesmo com prazer, a carnificina no presídio de Pedrinhas .
A barbárie educada está no inconsciente do brasileiro. Somos cordiais.
A ONU exige que o governo brasileiro reavalie as condições das penitenciárias do Brasil, pois conheceu, apenas, o episódio de Pedrinhas.
A ONU não conhece o Brasil, ou não conhece o mundo.
As penitenciárias do Brasil, assim como a saúde publica, e educação pública a segurança pública, a mobilidade urbana, existem para demonizar adversários políticos quando conveniente e,  o estado da arte atual desses serviços públicos pode ser , ou não, útil para pautas de campanhas elitorais.
A população está fora desse jogo, jogo que não passa na velha mídia, que não se sensibiliza com o horror de Pedrinhas, ao contrário, na compreensão das elites o horror é algo desejável, se mantido a  distância, se útil enquanto limpeza social, se interessante se o governante da jurisdição do presídio  não for um aliado.
No inconsciente do brasileiro, a justiça é aquilo que se pratica em função dos interesses , do momento. As leis existem para dar apenas um véu de civilidade e  a razão, jamais é pura.
O emocional racionalizado comanda o espetáculo, com teses bem elaboradas, de grande inteligência, mas apoiadas em uma linha frágil.
O povo está fora desse jogo, seja Brasil ou no mundo.
A democracia é apenas mais um véu de liberdade e civilidade
Em alguns países do mundo a construção  e operação de estruturas paralelas pela  população já existem.
Não dá mais para conviver com Pedrinhas, barbosas , mendes, Dantas, globos, polícias, estados -empresas, mídias-empresas e outras coisas criminosas e de alta periculosidade.




sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Mundo Invertido

Os efeitos da mudança climática se aproximam de ponto irreversível

Parte do CO2 emitido permanecerá na atmosfera por pelo menos 1.000 anos. A pior previsão é que o mar suba 82 centímetros e a temperatura 4,8 graus em 2100 

 


Juana Viúdez - IPCC Arquivo

Os cientistas têm cada vez mais certeza ao afirmar que o homem é o principal responsável pela mudança climática e advertem sobre os danos causados até agora pelas emissões humanas: a elevação do nível do mar, acidificação dos mares e o derretimento glacial se manterão durante séculos se os governos não se conscientizarem de que o aquecimento é real e muito grave, embora venha se suavizando nos últimos anos e alguns já tomem medidas drásticas para combatê-lo. Embora o enfrentem com firmeza, já há efeitos com os quais conviveremos por pelo menos mil anos. Dependendo do cenário, entre 15% e 40% do CO2 emitido pode ficar na atmosfera. Segundo suas previsões, o nível do mar poderia subir entre 26 e 82 centímetros e a temperatura aumentar até 4,8 graus até o final do século. 

O Grupo Intergovernamental da mudança climática (IPCC), criado pelas Nações Unidas adiantou, nessa sexta-feira em Estocolmo (Suécia), as principais conclusões de seu último relatório, que representa uma chamada de atenção aos líderes políticos em um momento de crise no qual a luta contra o aquecimento deixou de ser prioridade.

O documento será estudado pelos governantes do mundo antes de chegar a um acordo multilateral vinculativo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 2015, que deverá começar a ser aplicado em 2020. “Ainda podemos prevenir os piores efeitos da mudança climática e deixar para nossos filhos e seus filhos um planeta decente. Mas precisamos de governos que ajam como bombeiros e não como piromaníacos”, publicou o Europa Press, citando um quadro do relatório de conselhos para políticos que não foi difundido nessa sexta-feira.

Para conseguir, os autores recomendam começar “o mais rápido possível” um caminho para a energia renovável, proteger os bosques, os oceanos e os recursos hídricos dos quais dependa a economia.

O relatório AR5, principalmente pensado para os representantes políticos, reúne as evidências científicas dos últimos seis anos. Nesta edição, da qual participaram 831 especialistas de 85 países, foi possível compreender com maior exatidão a forma como o nível do mar está subindo, o que aumentou a veracidade das previsões que se desenham em vários cenários possíveis.

O trabalho anterior, difundido em 2007, mostrou evidências suficientes de que a mudança climática é inequívoca e estabeleceu como causa provável as atividades humanas. Foi atacado na época por vários especialistas por conter erros. Entre outros, sobre a velocidade com a qual poderiam desaparecer as geleiras do Himalaia. Outro grupo o revisou depois e concluiu que as principais conclusões continuam sendo válidas.

Os investigadores tem 95% de certeza que o homem é o principal causador

Estas são algumas das previsões dessa edição do relatório:

» Nível do mar. A confiança nas previsões do crescimento do nível do mar cresceram em relação ao relatório anterior, o AR4, graças à melhora da compreensão dos componentes do nível do mar, um maior acordo dos modelos baseados em processos com observações e a inclusão do gelo nas mudanças climáticas. “À medida que o oceano esquenta, as geleiras e as capas de gelo se reduzem e o nível do mar continuará aumentando em todo planeta, mas a um ritmo mais rápido do que experimentamos nos últimos 40 anos” disse Qin Dahe, vice-presidente do grupo de trabalho número 1 do IPCC. As previsões apontam para uma subida de 26 a 82 centímetros até o ano de 2100. A margem é maior do que se estimava em 2007 (entre 18 e 59 centímetros).

» Papel do homem. O estudo diz que é muito possível, com uma probabilidade de pelo menos 95%, que as atividades humanas sejam a causa predominante do aquecimento global no século XX. Esse aspecto aumentou em relação ao último estudo, de 2007, no qual a probabilidade era situada em 90%. No de 2001, estava em 66%.

» Mudanças no clima. O aquecimento é inequívoco e, desde 1950, muitas das mudanças observadas não têm precedentes em décadas ou milênios. A atmosfera e os oceanos aqueceram, as quantidades de neve e gelo diminuíram, os níveis do mar cresceram, e as concentrações de gases de efeito estufa também. Cada uma das últimas três décadas foi sucessivamente mais quente e as ondas de calor serão mais frequentes e duradouras, a superfície da terra esteve muito mais quente que em qualquer década anterior a 1850. Entre 1880 e 2012, o aumento estimado da temperatura foi de 0,85 graus. Os cientistas acreditam que aumente, até o final do século, ao menos 1,5 graus em comparação à era pré-industrial, embora os cenários mais pessimistas indiquem aumento de 4,8 graus.

O texto deve servir aos líderes mundiais para um pacto vinculativo em 2015

» Oceanos. É “virtualmente certo” (99%) que houve aquecimento da parte superior dos oceanos, da superfície aos 700 metros de profundidade, de 1971 até 2010. O relatório considera, com alto nível de certeza, que o aquecimento oceânico é o principal fator do aumento da temperatura, já que representa mais de 90% da energia acumulada entre 1971 e 2010.

» Gelos. Nas últimas décadas, os blocos da Groenlândia e do Antártico foram perdendo massa, enquanto as geleiras continuam diminuindo.

» Carbono. As concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nítrico na atmosfera cresceram até níveis nunca vistos nos últimos 800.000 anos. Essas agrupações de C02 cresceram 40% desde os tempos pré-industriais, principalmente pelas emissões de combustíveis fósseis. Os oceanos absorveram 30% de dióxido de carbono, produzindo a acidificação dos mares.

» Irreversibilidade. Muitos aspectos da mudança climática persistirão durante séculos, ainda que as emissões de CO2 se detenham. As temperaturas permanecerão em níveis elevados durante séculos.

Relatório completo de 2013, em inglês


(*) IPCC, na sigla em inglês, Intergovernmental Panel an Climate Change
Fonte: CARTA MAIOR

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Quem tem medo da democracia ?

         O ocaso da democracia nos EUA


Qualquer governo que tenha capacidade para monitorar seus cidadãos e tenha capacidade para descartar o debate público sobre fatos é totalitário

Por Chris Hedges*, Truthdig, em “The Last Gasp of American Democracy”. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu e publicado em redecastorphoto
Se os norte-americanos não desmantelarmos imediatamente o aparelho de segurança e vigilância, não haverá jornalismo investigativo ou supervisão judicial que detenha o abuso de poder. Não haverá contraditório organizado. Não haverá pensamento independente. A crítica, por morna que seja, será tratada como ato de subversão. O aparelho de segurança amortalhará o corpo político como mofo negro, até que o mais banal e ridículo seja convertido em questão de segurança nacional.
Os EUA vivemos nossos últimos estertores como democracia. A intrusão do estado na vida de cada um e todos, e a obliteração da privacidade já são agora fatos. O desafio para todos nós – dos desafios finais, suspeito eu – é nos levantarmos ultrajados e pôr fim ao assalto aos nossos direitos à liberdade e à livre expressão. Se não o fizermos, nos veremos convertidos numa nação de cativos.
Os debates públicos sobre medidas do governo para impedir o terrorismo, o assassinato de reputação contra Edward Snowden e seus apoiadores, as garantias, pelos poderosos, de que ninguém estaria dando mau uso à quantidade massiva de dados coletados e armazenados das nossas comunicações eletrônicas não visam ao alvo alegado.
Qualquer governo que tenha capacidade para monitorar seus cidadãos; qualquer estado tenha capacidade para descartar o debate público sobre fatos; qualquer estado que tenha ferramentas suficientes para calar instantaneamente a oposição discrepante é estado totalitário.
Hoje, o estado-empresa [orig. corporate state] norte-americano pode talvez não estar usando todo esse poder. Mas o usará, se se sentir ameaçado por uma população tornada impotente pela corrupção entre os próprios cidadãos, pela incapacidade para organizar-se para agir, ou por repressão galopante. No instante em que surja um movimento popular – e algum surgirá – que realmente confronte nossos patrões na imprensa-empresa ou no estado-empresa, o venal sistema-empresa norte-americano de vigilância total será posto a trabalhar a pleno vapor.
O mal mais radical, como Hannah Arendt apontou, é o sistema político que efetivamente esmaga seus oponentes marginalizados e abusados e, pelo medo e pela obliteração da privacidade, incapacita todos os demais. O sistema norte-americano de vigilância de massa é a máquina pela qual esse mal radical será ativado.
Se os norte-americanos não desmantelarmos imediatamente o aparelho de segurança e vigilância, não haverá jornalismo investigativo ou supervisão judicial que detenha o abuso de poder. Não haverá o contraditório organizado. Não haverá pensamento independente. A crítica, por morna que seja, será tratada como atos de subversão. O aparelho de segurança amortalhará o corpo político como um mofo negro, até que o mais banal e ridículo seja convertido em questão de segurança nacional.
Conheci mal dessa qualidade, quando trabalhei como repórter no estado-Stasi(al. no orig., “Ministério da Segurança do Estado”) da Alemanha Oriental. Era seguido por homens de cabelo cortado à militar, metidos em jaquetas de couro, que eu presumia que fossem agentes do Stasi, que eram apresentados como “escudo e espada” da nação. As pessoas que eu entrevistava eram visitadas por agentes do Stasi, imediatamente depois de eu sair da casa delas. Meu telefone era “grampeado”. Alguns dos que trabalhavam comigo eram pressionados para tornar-se informantes. O medo descia como gelo duro, sobre cada conversa.
Stasi não criou massivos campos de morte e gulags. Não precisou. O Stasi, com rede de dois milhões de informantes, numa população de 17 milhões, estava em todos os cantos. Havia 102 mil funcionários da polícia secreta que trabalhavam em tempo integral para monitorar a população – um, para cada 166 alemães do leste. Os nazistas quebraram ossos; o Stasi quebrou almas. O governo da Alemanha Oriental foi pioneiro da desconstrução psicológicaque os torturadores e interrogadores nos buracos negros da CIA pelo mundo, e dentro do sistema prisional norte-americano, elevaram à mais aterrorizante perfeição.
O objetivo da vigilância total, como Arendt escreveu em Origens do Totalitarismo, não é, no fim, descobrir crimes, “mas estar a postos, quando o governo decide prender uma dada categoria da população.
E porque os e-mails, as conversas telefônicas, as pesquisas na Web e os deslocamentos geográficos são gravados e armazenados para sempre nos bancos de dados do governo dos EUA, haverá sempre “provas” em quantidade suficiente para nos encarcerar, caso o estado considere necessário. A informação espera, como um vírus mortal, nos cofres do governo, para ser usada contra nós. Não importa o quanto a informação seja trivial ou inocente. Em estados totalitários, a justiça, como a verdade, é irrelevante.
O objetivo de estados totalitários eficientes, como George Orwell compreendeu, é criar um clima no qual as pessoas não pensem em rebelar-se, um clima no qual a tortura e a matança praticadas pelo governo são usadas só contra um punhado de renegados inadministráveis. O estado totalitário obtém esse controle, Arendt escreveu, mediante o esmagamento sistemático da espontaneidade humana e, por extensão, da liberdade humana. Espalha o medo incansavelmente, para manter a população traumatizada e imobilizada. Converte os tribunais, como os corpos legislativos, em mecanismos para legalizar os crimes do estado [e os crimes das classes e grupos de força dominantes, como os crimes da imprensa-empresa (NTs)].
O estado-empresa norte-americano, no caso dos EUA, usou a lei para silenciosamente abolir a 4ª e a 5ª Emendas da Constituição, estabelecidas para nos proteger contra intrusão do governo-empresa em nossa vida privada, sem mandado judicial. A perda da representação e da proteção judicial e política, parte do coup d’état engendrado pelo estado-empresa, implica que não temos nem voz nem proteção legal contra os abusos do poder. A recente sentença judicial que apoia e legaliza a espionagem pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, emitida pelo Juiz Distrital dos EUA, William H. Pauley III, é parte de uma longa e vergonhosa lista de sentenças e decisões judiciais que repetidas vezes sacrificaram nossos mais caros direitos constitucionais, no altar da segurança nacional, desde os ataques de 11/9.
Os tribunais e corpos legislativos do estado-empresa invertem agora, rotineiramente, nossos mais básicos direitos, para justificar a pilhagem-empresa e a repressão-empresa. Declaram que doações secretas massivas para campanhas eleitorais – que é uma forma de legalizar a propina – são ações protegidas pela 1ª Emenda. Definem a empresa-lobby – mediante a qual empresas privadas fazem chover dinheiro sobre funcionários eleitos e escrevem nossas leis – como direito do povo, de agir como governo. E podemos, conforme as leis norte-americanas, ser torturados ou assassinados ou presos por tempo indefinido pelos militares; e podemos não receber o devido processo legal; e podemos ser espionados sem mandado judicial.
Cortesãos obsequiosos, servis, que se apresentam como jornalistas, santificam o poder da empresa e do estado-empresa e amplificam suas mentiras – a redeMSNBC faz isso tão caninamente quanto a rede Fox News – ao mesmo tempo em que enchem nossa cabeça com a imbecilidade das fofocas sobre “celebridades” e “notícias” que nem notícia são.
Nossas “polêmicas”, que permitem que políticos e jornalistas de futrica falem sem parar sobre questões que nem questões são, mascaram um sistema político que deixou de funcionar. História, arte, filosofia, investigação intelectual, nossas lutas sociais e individuais passadas, por justiça; o próprio mundo das ideias e da cultura, com a compreensão do que significa viver e participar numa democracia funcional, foram jogados nos buracos negros do que se deve esquecer, apagar.
O filósofo político Sheldon Wolin, em seu livro indispensável, essencial, Democracy Incorporated” [“Democracia-empresa”, sem edição no Brasil, “esgotado no fornecedor”, cf. webpage da Livraria Cultura (NTs)] chama o sistema de governo-empresa [orig. corporate governance] nos EUA, de totalitarismo invertido, que representa “a nova era de política-empresa e de desmobilização política da cidadania”.
O totalitarismo da política-empresa difere das formas clássicas do totalitarismo, que giram em torno de um líder carismático ou demagogo; sua expressão é o anonimato do estado-empresa [orig. “the anonymity of the corporate state” (NTs)]. As forças da empresa [orig. corporate forces] ativas por trás do estado-empresa inverteram o totalitarismo, para não substituir estruturas decadentes, como fazem os movimentos totalitários clássicos, por novas estruturas.
Em vez disso, fingem honrar a política eleitoral, a liberdade de manifestação e a imprensa democrática, o direito à privacidade e as garantias legais.
Mas manipulam a política eleitoral de tal modo, corrompem-na de tal modo, tão completamente – como também corrompem juízes, tribunais, a imprensa e todas as alavancas essencial do poder – que tornam impossível a genuína participação democrática das massas [isso está para acontecer também aqui no Brasil com a USURPAÇÃO pelo Poder Judiciário de prerrogativas dos Poderes Executivos e Legislativos (Nrc)].
A Constituição dos EUA não foi reescrita, mas já foi capada, nas interpretações que lhe dão juízes e corpos legislativos. E cá ficamos, com uma frágil capa democrática e um duro núcleo totalitário.
A âncora desse totalitarismo-empresa são os sistemas norte-americanos de segurança interna, que nada e ninguém supervisiona ou controla.
Nossos governantes totalitários-empresa se autoenganam, com tanta frequência quanto enganam o público. Política, para eles, é pouco mais que RP (Relações Públicas). Contam-se mentiras, não para obter algum resultado discernível de política pública, mas para proteger a imagem do governante e do governo dos EUA. Essas mentiras tornaram-se uma grotesca modalidade de patriotismo.
A capacidade do governo dos EUA, mediante vigilância total, para impedir qualquer investigação externa sobre o poder, engendra apavorante esclerose intelectual e moral, que se dissemina no interior da elite governante.
Noções absurdas, como a de implantar alguma “democracia” em Bagdá pela força, para que essa “democracia” se espalhasse pela região, ou a ideia de que os EUA poderiam aterrorizar o Islã radical no Oriente Médio para forçá-lo à submissão, já não são mantidas sob equilíbrio pela ação da realidade ou pela experiência ou por discussão social racional baseada em fatos. Dados e fatos que não se encaixem nas teorias-fantasias-alucinações das elites políticas norte-americanas, dos generais, dos gerentes do aparelho de inteligência são ignorados e ocultados para que os cidadãos não os vejam. A capacidade dos cidadãos para tomar medidas autocorretivas é frustrada, para todos os efeitos. E no final, como em todos os sistemas totalitários, os cidadãos norte-americanos tornam-se vítimas da loucura do governo norte-americano, de mentiras monstruosas, de corrupção avassaladora e do terror de estado.
O poeta romeno Paul Celan capturou a lenta ingestão de um veneno ideológico – no caso dele, o fascismo – em seu poema “Fuga da Morte” [1]:
Leite negro da madrugada nós o bebemos de noite
nós o bebemos ao meio-dia e de manhã
nós o bebemos de noite nós o bebemos bebemos
cavamos um túmulo nos ares lá não se jaz apertado
Nós, os norte-americanos, como em todos os estados totalitários emergentes, fomos mentalmente inseminados por uma amnésia histórica cuidadosamente orquestrada; uma imbecilidade induzida pelo estado-empresa norte-americano. Cada dia menos nos recordamos do que seja ser livre. E porque esquecemos, não reagimos com a ferocidade apropriada quando afinal toma-se conhecimento de que nossa liberdade nos foi roubada. As estruturas do estado-empresa têm de ser derrubadas. Seu aparato de segurança tem de ser destruído. E os que pregam e defendem o totalitarismo-empresa – incluídos aí os líderes dos dois principais partidos dos EUA, os fátuos acadêmicos norte-americanos, jornais, televisões, imprensa-empresa e jornalistas-empresa corruptos – têm de ser expulsos dos templos do poder.
Protestos em massa, nas ruas, e prolongada desobediência civil são a única esperança que nos resta aos norte-americanos. Se esse nosso levante fracassar – fracasso com o qual o estado-empresa conta – os norte-americanos estaremos escravizados.

Nota dos tradutores
(trad. Modesto Carone, do livro: “Quatro mil anos de poesia”, J. Guinsburg e Zulmira Ribeiro Tavares, Ed. Perspectiva, 1969, SP, em:
Leite negro da madrugada nós o bebemos de noite
nós o bebemos ao meio-dia e de manhã
nós o bebemos de noite nós o bebemos bebemos
cavamos um túmulo nos ares lá não se jaz apertado
Um homem mora na casa bole com cobras escreve
escreve para a Alemanha quando escurece teu cabelo de ouro Margarete
escreve e se planta diante da casa e as estrelas faíscam ele assobia para os seus Mastins
assobia para os seus judeus manda cavar um túmulo na terra
ordena-nos agora toquem para dançar
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos de manhã e ao meio-dia nós te bebemos de noite nós bebemos bebemos
Um homem mora na casa e bole com cobras escreve
escreve para a Alemanha quando escurece teu cabelo de ouro Margarete
Teu cabelo de cinzas Sulamita cavamos um túmulo nos ares lá não se jaz apertado
Ele brada cravem mais fundo na terra vocês aí cantem e toquem
agarra a arma na cinta brande-a seus olhos são azuis
cravem mais fundo as pás vocês aí continuem tocando para dançar
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos ao meio-dia e de manhã nós te bebemos de noite nós bebemos bebemos
um homem mora na casa teu cabelo de ouro Margarete
teu cabelo de cinzas Sulamita ele bole com cobras
Ele brada toquem a morte mais doce a morte é um dos mestres da Alemanha
ele brada toquem mais fundo os violinos vocês aí sobem como fumaça no ar
aí vocês têm um túmulo nas nuvens lá não se jaz apertado
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos ao meio-dia a morte é um dos mestres da Alemanha
nós te bebemos de noite e de manhã nós bebemos bebemos
a morte é um dos mestres da Alemanha seu olho é azul
acerta-te com uma bala de chumbo acerta-te em cheio
um homem mora na casa teu cabelo de ouro Margarete
ele atiça seus mastins sobre nós e sonha a morte é um dos mestres da Alemanha
eu cabelo de ouro Margarete
teu cabelo de cinzas Sulamita.
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[*] Chris Hedges, cuja coluna é publicada às segundas-feiras emTruthdig, passou quase duas décadas como correspondente internacional na América Central, no Oriente Médio, na África e nos Bálcãs. Escreveu reportagens em mais de 50 países e trabalhou paraThe Christian Science MonitorNational Public RadioThe Dallas Morning News e The New York Times, para o qual foi correspondente internacional por 15 anos.
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Fonte: REVISTA FÓRUM
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Em 14 de dezembro de 2013, PAPIRO publicou o artigo abaixo também de Revista Fórum e em seguida o comentário do blogue.
Leia os textos abaixo: 
Sonho americano? 
Conheça 10 fatos chocantes sobre os EUA
Maior população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio de maternidade, graves carências no acesso à saúde… bem-vindos ao “paraíso americano”
Por Pragmatismo Político



(Imagem: Divulgação)
Os EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades, como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países, a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo 10 fatos pouco abordados pela mídia ocidental.

1. Maior população prisional do mundo
Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.

2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo.
O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.

4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.

5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.

6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.

7. Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver nos EUA.
Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.

9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.
Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.
A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satã.

Fonte: REVISTA FÓRUM

Definitivamente não se pode chamar isso de democracia.
Menos ainda de América livre .
Predomina nos EUA a prática do salve-se quem puder, o autoritarismo e a exceção.
Interessante que em um país regido pelo darwinismo social, a maioria da população americana rejeita as teorias de  Darwin e enaltece o diabo. 
Definitivamente é uma regressão do processo civilizacional.
Tudo é baseado na propaganda, nas aparências e na quase total submissão dos meios de comunicação ao discurso oficial.
Na década passada, o ex-presidente Bush e o presidente Putim , em encontro público, tiveram o seguinte diálogo:
Bush  -  Os EUA estão exportando democracia para o mundo 
Putim -  não estou interessado no seu modelo de democracia ( rs. )
No país da propaganda, o mac lanche é feliz enquanto o refrigerante é pura emoção.
A escravidão voltou com toda força e a tão sonhada eugenia de Hitler ganha contornos reais.
Com 4,5% da população mundial, os EUA consomem, de forma irracional, 45 % dos recursos naturais do planeta. Isso para privilegiar a minoria da população do país.
Prender e encarcerar arbitrariamente pessoas virou um negócio lucrativo.
A alimentação das pessoas visa apenas o lucro das empresas, o que acaba por gerar um grande número de doenças relativas aos hábitos nutricionais.
As indústrias médica e farmacêutica, com seus conceitos e classificações de doenças, não mais permitem que qualquer pessoa possa ser considerada saudável. Tudo é doença, enquanto  que as doenças que o americam way of life produz  não são  sequer debatidas.
Esse modelo fracassado de barbárie civilizacional, ainda é amplamente difundido  aqui no Brasil como um modelo a ser seguido. 
Quem faz essa tarefa diária são os meios de comunicação privados, tv's, jornais e emissoras de rádio, que em tempos de decadência do modelo de negócio do jornalismo , preferem manter correspondentes internacionais basicamente nos EUA. Seria interessante se mudassem de lugar para a China, Rússia, por exemplo, porém isso é impossível, pois mais do que correspondentes, essas mídias são porta-vozes dos interesses americanos aqui no Brasil e também pelo mundo.
Tudo é propaganda e as notícias que o povo brasileiro recebe  através dessas mídias são cuidadosamente escolhidas para enaltecer os EUA.
Ao sucesso com Hollywood. 
Não é de se estranhar, também, que as celebridades e executivos de globo, por exemplo, tenham também residências em Miami ou Nova York. 
Barcelona, Roma e Paris são lugares muito cultos para a cultura de globo.
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09.01.14 :
É essa " democracia americana" que a velha imprensa brasileira enaltece diariamente e deseja para o Brasil.
Aos poucos, com o passar dos dias e noites, na mudança constante dos ponteiros do relógio, e mesmo com a repetição diária de mentiras na velha mídia , mais e mais pessoas vão tomando consciência do que é de fato  a democracia nos EUA e como ela é exportada e difundida para outros países.
No Brasil, a democracia-empresa é defendida pela imprensa-empresa, como as trombetas de globo a frente.
Outras mais, da imprensa-empresa, trabalham incansávelmente para que a "democracia-empresa americana" tenha amplo sucesso no Brasil. 
O totalitarismo já e uma realidade na velha imprensa-empresa brasileira, que a qualquer iniciativa, de fato democrática, de se criar um novo marco regulatório para as comunicações no país, grita que sua liberdade de expressão e a democracia estão sendo ameaçadas. 
Atualmente, em São Paulo, a imprensa-empresa , aliada de empresas e federações de empresas, em conjunto com partidos de oposição-empresa e com amplo apoio do judiciário-empresa, tentam barrar todas as iniciativas de políticas públicas verdadeiramente democráticas e civilizatórias do governo municipal que tenham por objetivo melhorar a mobilidade urbana da cidade de São Paulo, como por exemplo a criação de corredores exclusivos para ônibus que irão aliviar a vida de milhares de paulistanos.

O caro leitor deve se lembrar que a proposta do governo federal, popular e democrático do PT, em criar um plebiscito para dar início a uma reforma política e como isso avançar  com transparência e participação popular no processo democrático, foi criticada, bombardeada e rejeitada pela imprensa-empresa e partidos e de oposição-empresa. 
A copa está chegando e uma pergunta não quer calar:
Quem tem medo da verdadeira Democracia, com ampla participação popular ?