terça-feira, 13 de agosto de 2013

Agora é Ir Para as Ruas

MARICATO: HÁ INSTRUMENTOS LEGAIS PARA MUDAR AS CIDADES. AGORA É IR PARA AS RUAS.

'Sem reforma política não dá. Agora temos de ir para a rua.Criamos um Ministério das Cidades pra quê? Mais um espaço para ser moeda de troca? A esse arcabouço legal e institucional precisa corresponder uma correlação de forças favorável, senão é inútil. O Estatuto da Cidade é festejado no mundo inteiro e nós não conseguimos aplicá-lo. A esperança sempre tem de estar nas gerações que estão vindo, porque para quem tem a minha idade o tempo é limitado. A nossa cabeça é um patrimônio. Somos educados, aprendemos, vivemos experiências e adquirimos certa sabedoria. Há alguns anos, quando eu ia para a periferia, pensava que perderíamos uma geração, porque ninguém estava dando suporte para aquela criançada. Mas estou muito mais otimista depois que as manifestações explodiram. Porque eu acho que a direita neste país, apesar de muito agressiva, não tem condições de dar um golpe. A esquerda, sim, está em condições de se reorganizar e voltar a trabalhar de forma menos institucional e
mais preocupada com o social. Mano Brown e Emicida estão entre as lideranças mais importantes do país. Pela cultura, eles discutem tudo, especulação imobiliária e também a questão urbana. Essa efervescência me dá esperança. Um cara como Mano Brown, que não se vende para a Globo, para mim é um herói'
.(Leia nesta página a   entrevista a Rose Spina. Nesta 4ª feira, às 15 hs, no Anhangabaú, manifestação convocada pelo Passe Livre, Metroviários e CUT, contra a lambança tucana no metrô de SP)

O inimigo é o capital. 
Isso é fato, e fatos nem sempre  aparecem na velha e decadente mídia.
Na dinâmica de expansão e acumulação do capital a ética não existe, a preocupação social não existe, o fato não aparece na velha mídia aliada do capital, o jornalismo passa a ser um instrumento do processo que alimenta e se alimenta do capital, moral não existe, pobreza no mundo prolifera.
O globo, de hoje, analisa as tensões que envolvem a sociedade brasileira em momentos de protestos nas ruas. 
A insegurança se encontra no meio da pirâmide, já que a distribuição de renda não acabou com a pobreza, afirma o globo que ao que parece deseja que a pobreza acabe .
Isso é fantástico !
Sadomasoquismo ou incongruência daqueles que lutam por um mundo mais pobre, mais desigual, mais violento, onde deve sempre prevalecer a força ? 
A miséria é intolerável,  já a pobreza pode conviver com  a dignidade em um processo de reestruturação e de avanços sociais. 
A miséria deve ser eliminada, assim como tem sido feito pelos governos do PT ao longo de quase 11 anos.
Não se sai de um estado de grande miséria para o topo da pirâmide. Uma sociedade menos desigual não se atinge como um prêmio de mega-senha.
Se as tensões se encontram no meio da pirâmide, como afirma o globo certamente essas incertezas não tem como fator principal a situação do país, mas sim o cenário mundial, já que além da subida de muitos para o meio deve-se considerar que a informação e as trocas tornaram-se abundantes com a novas tecnologias de informação. 
Quem vivia no limbo, subiu e  passou a respirar, e também  descobriu que muito mais é necessário para se manter no meio, em um mundo de grandes incertezas para a maioria e  de  gigantescas riquezas, nunca antes observadas,  para poucos.
Entra então em cena o papel da velha mídia, não só a brasileira como a mundial. 
Muito se tem falado sobre o papel das novas mídias, como a mídia ninja, que tem apresentado uma cobertura direta, em tempo real, objetiva e sem maquiagens, dos protestos que acontecem nas cidades brasileiras. 
Cabe então uma pergunta:
Fazer uma cobertura jornalística de uma acontecimento,  em tempo real no local dos fatos, sem maquiagem, sem edição, e sem um filtro ideológico, é algo novo para o jornalismo ?
Afinal, não é isso que se espera de uma cobertura jornalística ? 
O que fazem os jornalistas de ninja de tão anormal, no contexto de uma cobertura jornalística de um acontecimento ? 
Nada de anormal. 
Fazem um jornalismo bruto, sem lapidações como se espera do jornalismo. 
Não vou entrar no mérito da sustentabilidade do negócio do jornalismo ninja,  com preocupações se um dia o grupo irá adquirir o jornal o globo ou mesmo sites como o Observatório da Imprensa. Caso isso venha a acontecer , não revela uma força do grupo que adquire outros , mas sim o fracasso daqueles que são vendidos e que pouco valem no contexto atual mundial, aliás como tem ocorrido com jornais que tem sido vendidos a prêço de tomate, sim o kg do tomate é de um real e quarenta centavos.
Mídias como ninja não são tão novas assim em aspectos do fazer jornalismo. 
O que vem acontecendo, desde o início da década de 1990, é que as mídias jornalísticas tradicionais envelheceram, não se atualizaram e ainda optaram por um alinhamento ideológico carnal com o capital, fazendo da informação um braço forte para que o capital turbinado pudesse sempre se reproduzir e crescer, independente se a pobreza na sociedade estivesse aumentando ou diminuindo.
Isso é fato, e fatos como esse não aparecem na velha mídia chegando-se ao ponto de considerar o fazer jornalístico como um fenômeno. 
De fato , a velha imprensa brasileira, através de seus mais densos colunistas produziu um grande fenômeno ao redescobrir o fenômeno do jornalismo como como se espera que ele seja feito.
Isso é fantástico!
Pode-se , inclusive, afirmar que trata-se de um brilhante mergulho através de uma pensamento crítico profundo, na contracorretente , sobre a própria realidade dos pensantes. 
Isso é fantástico!  
Tem-se, de fato, no cenário atual das tecnologias de informação muito barulho, mas também muita informação. 
O barulho, enquanto barulho é inócuo, porém , em muitos casos pode ser o início para a pesquisa, a análise crítica, momento em que deixa de ser barulho e se transforma em conteúdo. Se o caro e atento leitor  tiver um blogue, e seus conteúdos estiverem sendo criticados , é sinal que o leitor produz mais conteúdos do que barulho.
Em um universo midiático controlado por pequenos grupos de comunicação, como é o caso brasileiro, as redes socias tem um importante papel na troca  de informações, produção de conteúdos e mesmo  produção de barulho .
Uma vaia impede um discurso.
Assim sendo, utilizem sempre que necessário suas cornetas.
O momento atual da velha imprensa, é frágil e limitado no tocante a produção de um jornalismo crítico. Salvo a brilhante análise sobre o jornalismo Ninja, não existe jornalismo crítico na velha imprensa.
Um bom exemplo é o caso do trensalão tucano, que levou alguns longos e intermináveis dias para que surgisse em tintas, decibéis e em cabelos bem penteados. 


Uma blingagem ideológica impediu, até certo momento, e ainda impede na totalidade do conteúdo, que uma grande parcela da população tome conhecimento dos fatos. Entretanto, as cornetas das redes sociais, sempre disponíveis para os anjos e guardiões da verdade, tocam sem parar nesses dias de incertezas, perigos e oportunidades, anunciando as trapaças, nada éticas, proporcionadas pelas simpáticas aves dessa bela terra do cruzeiro.
Que sujeira ! 



O momento , como afirmei acima é de incertezas, no Brasil e no mundo onde o perigo e as oportunidades estão de mãos dadas, caminhando, com a história nas mãos.
No nosso grande Brasil estamos em um processo que não contempla pessimismos, porém o otimismo, que deve ser a tônica, deve ser realista. 
Toda a mudança que  o país necessita passa necesariamente, com uma ruptura as diversas formas de manifestação e expressão do capital. Essa agenda não interessa aos setores retrógrados, conservadores e jurássicos da sociedade, espaço onde se situa a velha imprensa , partidos de oposição e militares de pijama.
A realidade  do Brasil  e de países da América do Sul , avançou nos aspectos sociais  com diminuição da pobreza, fazendo com que as gentes de nossa América passassem a ser eles mesmos, passassem a viver. Talvez, em função da violência do capital nos últimos vinte e três anos, viver e ser você mesmo é algo fantástico, já que muitos povos do mundo, no momento, sequer conseguem, haja visto o elevado índice de suicídios em países europeus estuprados pelas políticas de austeridade.
Não precisamos de reconhecimento, queremos o bem viver, dizem todos os povos de nossa América . E para trilhar esse caminho, a América do Sul, e o Brasil vivem um momento favorável, mas para isso nada será atingido sem a luta, sem a pressão popular, sem a construção de um modelo que se não romper por definitivo com a loucura e com  a insanidade do capital, ao menos crie as condiçoes para algo bem pŕoximo do Bem Viver dos povos andinos ou mesmo um estado forte de bem estar-social.
Certamente as cornetas do lado conservador, jurássico e retrógrado já estão anunciando para os incautos, que uma guinada política econômica e social, como a sugerida nesse bloguie, e que o caro e atento leitor apoia, é um risco potencial para a possibilidade de um golpe por parte de militares. 
É a estratégia do medo, do pessimismo, por parte daqueles que de forma fantástica,em um momento de profundo mergulho, descobriram o novo no velho que deixaram de fazer.
A velha imprensa, acuada no momento e alvo de manifestações por conta de seu alinhamento com a barbárie e o crime, tentará produzir conteúdos com forte viés teatral e emocional na tentativa de impedir o avanço das forças populares e democráticas da sociedade que não mais toleram uma democracia de aparências, que exigem uma reforma política ampla com a implementação de uma democracia representativa, que desejam transformar as cidades em espaços civilizados e humanizados, que desjam a democratização dos meios de comunicação, que desejam que através dessas medidas e com a maior participação poular em assembléias e conselhos populares possa minimizar a corrupção a níveis de civilidade, que desejam um novo modelo de segurança pública que ataque o crime organizado e todas as manifestações de violência contra as pessoas, etc...
Como bem citado pela chamada da entrevista de CARTA MAIOR com a urbanista da USP,Erminia Maricato,o momento é excelente para que a sociedade consiga avançar para criação de condições de vida civilizadas em nossas cidades. 
Cabe ainda lembrar  que além dos protestos marcados para amanhã, quarta-feira , está sendo organizado um grande protesto, em várias cidades brasileiras, para o dia 30 deste mês, contra os crimes de sonegação e lavagem de dinheiro cometidos pelas organizações globo.

 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Bandidos de Alta Plumagem

PML: o propinoduto
e a blindagem tucana

O Cerra teria direito a um julgamento isento ou seria aplicada a teoria do domínio do fato ?

PSDB blindado pela mídia


O governo tucano de São Paulo fica cada vez mais enredado no caso de cartel das licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Documentos apresentados pela Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) comprovariam o pagamento de propinas a autoridades envolvidas no esquema que lesou os cofres públicos paulistas em pelo menos R$ 425 milhões.


Libertar o Estado. Libertar o Povo

Maria Lucia Fatorelli: Banqueiros capturaram o Estado brasileiro; auditoria levaria a desconto de 70% na dívida; BC mascara dados

publicado em 11 de agosto de 2013 às 17:13

por Luiz Carlos Azenha
O documento acima é oficialíssimo. Está nas páginas do Senado brasileiro. Leia a linha de número dois, sob Pago:
R$ 134 bilhões, 53 milhões, 618 mil e 451 reais.
É quanto você pagou em juros da dívida brasileira em 2012, segundo o governo (mas há controvérsias, sobre as quais você vai saber abaixo).
Agora leia a linha de número seis, sob Pago:
R$ 618 bilhões, 888 milhões, 549 mil e 837 reais.
É quanto você pagou em amortização/refinanciamento da dívida em 2012.
Uma enormidade, não?
Pois Maria Lúcia Fatorelli acredita que, se houvesse uma auditoria, o valor devido poderia ter uma redução de até 70%.
Por que? A ex-auditora da Receita Federal está certa de que existem ilegalidades e irregularidades nas cobranças da dívida brasileira.
Para benefício dos banqueiros e prejuízo dos contribuintes.
Escrevo “contribuintes” porque a dívida é paga com dinheiro de nossos impostos. Tudo o que o Tesouro brasileiro faz é pendurar a conta em nosso nome: “procura o gerente” e entrega uma montanha de papéis assumindo que “devo, não nego, pago quando puder”. Com juros, muitos juros, razão de viver dos bancos.
Aqui, uma pausa importante: a mídia corporativa não tenta explicar tudo o que você vai ler e ouvir abaixo aos leitores, ouvintes e telespectadores. Por que? Porque os bancos são grandes patrocinadores. Por outro lado, mesmo os governos não gostam de falar do assunto. Quanto mais transparência, menor margem de manobra para os acertos de bastidores. Por isso, em geral os governos fazem de conta que o assunto é muito árduo, muito difícil de entender e que você não precisa se preocupar com isso. Ou seja, deve pagar a ficar quieto.
Mas, voltemos ao que interessa…
O poder dos banqueiros sempre foi imenso. Eles definem as regras nas duas pontas: desde as condições de emissão dos papéis em que prometemos pagar até as regras da cobrança.
Faturam com as comissões sobre as transações e com os juros. Juros altos interessam aos banqueiros. Quanto maiores, mais eles recebem emprestando ao governo.
E os cidadãos? Pagam a conta através dos impostos e ficam sem os serviços públicos que o dinheiro dado aos banqueiros poderia financiar. Sem o Metrô, os hospitais e as creches que o dinheiro gasto em juros poderia financiar.
Sob o peso da dívida — grosseiramente, R$ 3 trilhões em dívida interna e U$ 400 bilhões em dívida externa — o governo privatiza. Aliás, “concede”. Entrega parte da soberania.
Entrega à iniciativa privada — cujo objetivo principal, como o dos banqueiros, é o lucro — algo que poderia fazer, possivelmente mais barato, com recursos públicos, se o dinheiro não fosse usado para pagar ou rolar a dívida e os juros.
Concede portos e aeroportos. Facilita o acesso a recursos naturais. Em outras palavras, entrega o ouro.
Maria Lucia Fatorelli é coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, uma entidade que batalha para que o Brasil faça o mesmo que o Equador fez, em 2007 e 2008. Aliás, uma experiência sobre a qual Maria Lucia pode falar de cátedra. Ela foi convidada pelo presidente equatoriano Rafael Correa a fazer parte da CAIC, a Comissão de Auditoria Integral da Dívida Pública.
Resultado final? Boa parte da dívida equatoriana era ilegal. Não havia provas, por exemplo, de que o governo tinha de fato recebido os empréstimos pelos quais estava pagando. Ao fim e ao cabo, o presidente Correia reconheceu apenas 30% da dívida. Curiosamente, 95% dos bancos credores do Equador aceitaram fazer acordo com o governo e renunciaram a qualquer ação nos tribunais internacionais.
O Brasil tem hoje uma dívida externa de cerca de U$ 440 bilhões. Uma fatia razoável é de empresas privadas, que tomam dinheiro no Exterior. Mas Maria Lucia está certa de que a fatia pública desta dívida externa, em caso de auditoria, teria um cancelamento tão grande quanto a do Equador, dado que condições similares foram aplicadas ao mesmo tempo nos dois paises por banqueiros internacionais e que, em 1992, parte da dívida dos dois países prescreveu.
Prescreveu? Prescreveu e continuamos pagando?
Para entender melhor, ouça o trecho da entrevista em que Maria Lucia fala a respeito de seu trabalho no Equador:
Durante a gravação Maria Lucia fez duas promessas.
Primeiro, nomear os bancos norte-americanos que, através do Banco Central dos Estados Unidos, o Fed, controlam a taxa de juros que nos é cobrada na dívida externa, a Prime: Citibank, Chase Manhattan, Goldman Sachs, JP Morgan e Bank of America, entre outros. Já a Associação dos Banqueiros de Londres tem peso decisivo na definição da Libor, outra taxa importante no mercado.
A auditora também prometeu o gráfico abaixo:

A coluna azul é dos gastos sociais no Equador. A coluna vermelha é a do serviço da dívida pública. Notem como ela foi invertida nos últimos anos. É óbvio, mas não custa reafirmar: menos dinheiro pagando juros é mais dinheiro disponível para gastos sociais e investimento em infraestrutura.
Maria Lucia acha factível o Brasil fazer o mesmo que o Equador: “Se o Brasil toma uma iniciativa dessas, ele encoraja outros paises a enfrentar o esquema”. O “esquema” a que ela se refere é o sistema pelo qual os banqueiros passaram a capturar fundos públicos para turbinar seu poder no mundo.
No trecho seguinte da entrevista, ela explica que a origem da dívida interna brasileira, de quase R$ 3 trilhões, se deu no Plano Real, quando para combater a inflação o governo de FHC disparou a taxa de juros para atrair dinheiro de fora.
Desde então, acusa Maria Lucia, o Tesouro brasileiro comete ilegalidade ao emitir dívida para pagar juros, o que segundo ela é inconstitucional:
Maria Lucia Fatorelli também teve participação importante na Comissão Parlamentar de Inquérito da dívida, realizada no Congresso (veja todos os detalhes aqui), que gerou denúncias enviadas ao Ministério Público Federal.
Na CPI, algumas informações importantes foram levantadas.
Por exemplo: quem são os detentores dos títulos da dívida?
“Pessoa física mesmo quase não aparece no gráfico”, diz ela.
Mais da metade da dívida está nas mãos dos banqueiros.
Ou seja, numa ponta eles incentivam o governo a gerar dívida e faturam comissões vendendo a dívida; noutra, faturam com os juros da dívida. Que bom negócio!!!

Outro detalhe impressionante diz respeito ao arranjo que existe para a venda dos títulos brasileiros.
“O Tesouro, quando emite os títulos, somente um grupo privilegiado de doze instituições financeiras pode comprar esses títulos. Se eu, você, qualquer brasileiro quiser nós vamos ter de comprar através de uma corretora, de um intermediário”, conta Maria Lucia.
São os chamados “dealers”.
“Olha como o jogo funciona. O Tesouro emite. Se os juros não estão no patamar que eles querem, eles não compram. Por isso é que são os ‘dealers’, eles é que mandam. Antes, eles já se reúnem e já repartem, de tal forma que apenas um, no máximo dois vão participar de cada leilão, para não ter concorrência! Tudo muito bem repartido. É um esquema que a gente, quando descobre essas coisas… não é possível que a finança do País tá desse jeito!”

A lista acima é a dos “dealers” a que se referiu Maria Lucia.
E como é definida a taxa Selic, a principal taxa de juros do Brasil? Antes da trigésima sexta reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, houve uma consulta a “analistas independentes”.
Você que está nos lendo e paga a conta, foi consultado?
Ah, lógico que não.
Veja quem o BC ouviu, segundo Maria Lucia:

Caraca!, exclamaria você. Os banqueiros estão em todas as pontas do negócio.
Participam da emissão da dívida, influem nas taxas de juros e recebem a taxa de juros sobre a qual influem!!!
Estes são os motivos pelos quais Maria Lucia Fatorelli acredita num grande abatimento da dívida brasileira em caso de auditoria: ilegalidades, conflito de interesses e tráfico de influência, como registrado acima.
Ela faz um resumo neste trecho da entrevista:
Maria Lucia Fatorelli suspeita que o governo federal esteja fazendo manobras contábeis ao lidar com a dívida e, no curso delas, viola o artigo 167 da Constituição, que não permite emissão de dívida para pagamento de juros.
A suspeita nasceu assim: na tabela que aparece logo abaixo, está dito na linha 2 que o Brasil pagou R$ 134 bilhões em juros da dívida em 2012. A taxa média de juros no ano passado, de acordo com o próprio Banco Central, foi de 11,72%.
Mas, aplicando a taxa ao estoque total da dívida interna e externa — cerca de R$ 3,4 trilhões no início de 2012 — o número deveria ser muito maior!
Nos cálculos de Maria Lucia, o total de juros pagos em 2012 deveria ter sido de R$ 398 bilhões.
E onde foi parar a diferença? O gato comeu R$ 264 bilhões em juros?
Na opinião da auditora, é a prova de que o governo emite títulos para pagar juros.
Com isso, parte substancial do pagamento de juros acaba na coluna “refinanciamento”.
Salta da linha 2 para a linha 6:

Maria Lucia Fatorelli insiste que isso contraria a Constituição.
“Fraude!”, insiste. No trecho da entrevista ela se refere à tabela acima:
Ao fim e ao cabo, segundo Maria Lucia, é o peso da dívida que acaba enfraquecendo o endividado Estado brasileiro.
Seria o motivo para as concessões de estradas, rodovias, portos e ferrovias anunciadas pelo governo Dilma.
Para fazer parecer que o problema não é tão grave quanto é, os cálculos do governo sobre a relação entre a dívida e o PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil, considera a chamada “dívida liquida”, ou seja, o governo desconta as reservas detidas pelo Brasil em dólares, de cerca de U$ 400 bilhões, da equação.
Da mesma forma, quando o governo calcula o pagamento de juros como parte do Orçamento, não inclui os juros que, segundo Maria Lucia Fatorelli, estão “embutidos” no refinanciamento da dívida.
Seriam truques para fazer parecer que o problema não é tão grave quanto é. Acabam mascarando o domínio dos banqueiros sobre o “sistema”.
É por isso que os dois gráficos abaixo, divulgados pela Auditoria da Dívida Cidadã na internet, causam tanta controvérsia. Os governistas acham que só deveriam ser considerados os R$ 134 bilhões oficialmente declarados como juros pagos em 2012, não R$ 753 bilhões que são a soma de juros + amortizações.


Ao concluir nossa entrevista, Maria Lucia Fatorelli diz que o crescente grau de endividamento reduz a margem de manobra do governo e o empurra para as privatizações, agora “de estruturas de estado”, não apenas de empresas lucrativas, como aconteceu no período da privataria tucana. Outro ponto controverso,  já que petistas insistem que concessões não equivalem à venda de patrimônio.

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Maria Lucia opina que o Estado brasileiro hoje serve mais aos banqueiros que aos cidadãos que pagam a conta. Outra opinião capaz de causar um acalorado debate, mas desta vez na federação dos banqueiros, a Febraban, que costuma dizer que os bancos prestam um serviço público, sem admitir que fazem isso também às custas do dinheiro público.
Fonte; VI O MUNDO




Excelente e esclarecedor artigo, não é mesmo, caro leitor ?
Como o caro e atento leitor sabe, na próxima quarta-feira, dia 14 deste mês, está marcado mais um protesto na cidade de São Paulo contra o trensalão tucano, que surrupiou a singela quantia de 450 milhões de reais de todos nós, reles mortais viventes de  fora de um seleto ninho  que durante anos esfacelou o estado brasileiro e se apropriou de gigantescas fortunas do povo.
Como escrevi em outra postagem recente, entendo a validade e a necessidade de manifestações contra os abusos e omissões de que somos vítimas por mais de 500 anos, entretanto também entendo que o foco deve ser outro.
O inimigo é o capital e deve ser contra ele que todas as manifestações devem ser dirigidas, com propostas de ações que regulem a voracidade do dinheiro e garantam a participação popular em todas as esferas da vida pública, seja nos âmbitos municipal , estadual e federal.
Se o síndico de seu condomínio aumentou o valor da taxa mensal do condomínio, vale a pena se indignar e se organizar para protestar, porém o protesto não pode ser dirigido contra o porteiro do condomínio, que acuado pelos manifestantes recebe uma orientação do síndico, que não aparece, para ceder em alguns pontos desejados pelos manifestantes.
Assim tem sido os protestos que acontecem , em sua maioria, pelas cidades do Brasil.
No Rio de janeiro, o porteiro Cabral, acuado pelas manifestações recuou e avisou que não vai mais demolir os estádios de atletismo e de natação que fazem parte do complexo do Maracanã. O motivo foi simples.
O porteiro recebeu orientação do síndico, para que adie as demolições até o final da copa de 14, para evitar protestos durante o evento, e aí sim, depois da copa, em outra conjuntura, tentar voltar no objetivo de demolir os estádios. Tudo isso foi acordado com outros porteiros do legislativo e do judiciário local e também com a portaria central de Brasília, sendo respaldo de fundo feito pela velha imprensa, que nesse momento , em função da conjuntura e usando uma expressão do Dr, Ulisses ,age como um ímem complacente, sempre que as orientações do síndico são passadas. O povo, claro, é mais uma vez enganado.
Assim sendo entendo que todas as manifestações, independente se por um transporte coletivo mais barato, se por serviços de saúde pública de qualidade, se por uma educação pública de qualidade, se pelo fim da corrupção em todos os poderes da república, deve se voltar para um leque de ações que minimizem , e em alguns setores inviabilizem, a ação do capital, de maneira que as pautas sejam atendidas  e os serviços garantam a qualidade de forma perene. Entendo ainda que para consolidar o processo desejado , torna-se imprescindível a democratização imediata dos meios de comunicação, garantido vozes a todos os setores da sociedade. Partindo dessa compreensão sugiro a seguinte pauta:
- estatização do sistema bancário;
- estatização do transporte público, da telefonia e da geração e distribuição de energia;
- controle sobre os lucros das empresas privadas diretamente envolvidas na prestação dos serviços públicos essenciais;
- reforma política  que garanta a participação do cidadão, organizado em conselhos , na definição e aplicação dos orçamentos  nas três esferas, municipal, estadual e federal,;
- criação de agendas pétreas, de estado, que não sofram interrupções e abandonos com mudanças de governos;
- fim do financiamento privado em campanhas eleitorais;
- implementação de uma democracia plena e participativa;
- reforma do judicário garantindo uma justiça para todos dos cidadãos;
- democratização dos meios de comunicação, abrindo espaço para mídias comunitárias e limitando ação de oligopólios no setor;
- auditoria da dívida;
- educação e saúde pública de qualidade em todo o pais, com destaque para homogenização das principais técnicas de educação e ensino em todo o território nacional  e preservação das especificidades regionais no ensino;
- valorização do comércio justo aderindo a ALBA, Alternativa Bolivariana das Americas;
- criação de um sistema que garanta transparência total em todos os gastos públicos, nos três poderes e nas esferas municipal, estadual e federal;
- fim do ensino religioso nas escolas públicas;
- reforma agrária voltada para a agroecologia, garantindo assistência técnica e crédito justo aos assentados, assim como opções para o beneficiamento de produtos, escoamento da produção e garantia de mercado para os produtos;
- incentivos para pesquisa e desenvolvimento da química verde, garantindo produtos industriais e de consumo ecologicamente corretos e sustentáveis .

sábado, 10 de agosto de 2013

Frankenstein na Mesa

Do Big Mac ao hambúrguer Frankenstein



Não se trata de aumentar a produção, nem de engendrar hambúrgueres nos laboratórios, nem de mais agricultura transgênica.
É preciso haver democracia na hora de produzir e distribuir os alimentos
Por Esther Vivas, no Canal Ibase. Traduzido por Camila Nobrega.
Quando pensávamos que já havíamos visto tudo no mundo dos hambúrgueres, no início desta semana a ciência anunciou o lançamento do hambúrguer de laboratório. Ou podemos também chamá-lo de hambúrguer Frankenstein, em referência ao “monstro” de Mary Shelley, em provetas. Um hambúrguer que contem tudo: sua produção não contamina, gasta pouca energia, quase não utiliza solo e, além de tudo, não contem gordura. Sua “carne” é resultado de extrair algumas células-mãe do tecido muscular do trazeiro de uma vaca. O que mais podemos pedir? Hambúrguer light. Perfeito para o verão!
Seu preço, no entanto, não é acessível para todos os bolsos. Custa apenas uns 248 mil euros. Incluí-la no Happy Meal, parece, levará algum tempo. Porém, nos dizem, com tal avanço científico, a fome no mundo se acabará. As pessoas querem comer, e querem carne, então lhes daremos, parece ser o raciocínio dos “pais” dessa engenhoca.

A questão da segurança alimentar é outra
Então, vejo duas questões: Primeira: para nos alimentarmos, é necessário comer tanta carne? Antes de produzir mais carne, independentemente de sua origem, não seria melhor fomentar outro tipo de alimentação mais saudável, respeitosa dos direitos dos animais e sustentável? Porém, quem ganha com esse tipo de comida oriunda de gado vacuno e porcino? Smithfield Foods, o maior produtor e processador mundial de carne de porco, é um dos grandes beneficiários. Em seu currículo destaca-se a violação de direitos trabalhistas, a contaminação ambiental etc. No Estado espanhol, a Smithfield Foods opera através de Campofrío.
Segunda questão: para acabar com a fome é necessário um hambúrguer de laboratório? Segundo a ONU, hoje se produz suficiente comida para alimentar 12 bilhões de pessoas, no planeta há 7 bilhões; e, apesar dessas cifras, quase uma em cada sete pessoas passa fome. Comida há, o que falta é justiça em sua distribuição. Não se trata de aumentar a produção, nem de engendrar hambúrgueres nos laboratórios, nem de mais agricultura transgênica. Trata-se, simplesmente, de que exista democracia na hora de produzir e distribuir os alimentos.
Não existem soluções “milagrosas” à crise alimentar. Os problemas políticos, como a fome, nunca serão solucionados com atalhos técnico-científicos. Não se trata de rechaçar a investigação científica. Ao contrário. Temos que fomentar uma ciência a serviço da maioria social, não subordinado aos interesses comerciais, nem econômicos; e comprometida com a melhoria das condições de vida das pessoas. Porém, da revolução verde aos Organismos Modificados geneticamente, nos prometeram acabar com a fome. A crua realidade, no entanto, assinala seu fracasso. Apesar de que, em geral, seu grande êxito se oculta: benefícios milionários para a indústria agroalimentar e biotecnológica. O hambúrguer Frankenstein não será uma exceção.

É o fim.
Imaginar a comercialização em massa de um produto artificial, em substituição ou em paralelo ao similar de origem animal de pouco valor nutritivo, como manutenção de um modelo, fetiche, hábito fabricado, e ainda afirmar que em tal produto pode estar a salvação para a fome no mundo é  o fim da picada.
A questão da fome do mundo, como descreve o artigo , não está na escassez de alimentos , mas sim na sua distribuição e nos hábitos de nutrição.
Hoje , sábado 10.08.2013, a revista semanal época, das organizações globo, apresenta matéria de capa sobre os novos alimentos, tal qual o hambúrguer de frankenstein , e ainda  aponta para tais "alimentos" como a alimentação do futuro.
A revista época, que defende a não época contemporânea de nutrição nada saudável com Coca-Cola e big mac, ainda se refere a outros alimentos  do futuro, como se tais alimentos não fossem consumidos em grande escala por diferentes povos do planeta ao logo de milênios. Refiro-me ao consumo de insetos, alguns de alto valor proteico,  muito comum em países asiáticos e em povos da América desde tempos pré-colombianos. Outros ainda, não necessariamente insetos, como os caracóis, podem ser encontrados em pinturas sobre  hábitos alimentares do Egito antigo.
Alucinados na defesa dos alimentos para astronautas em consumo futuro de larga escala, época ainda afirma, na capa nada apetitosa, que trata-se da vanguarda da pesquisa para consumo de novos alimentos que podem resolver a fome do mundo.
Vanguarda????
A verdadeira vanguarda na nutrição dos humanos não está no consumo de alimentos artificiais e transgênicos, mas sim na produção e comercialização de produtos orgânicos, alimentos vivos, ricos em energia química na ligação de seus átomos e moléculas. E mais, a vanguarda está em um consumo cada vez mais moderado de produtos de origem animal, valorizando-se cada vez mais os produtos de origem vegetal orgânicos.
Os jovens de hoje que cresceram em um ambiente de internete e redes sociais, certamente se referem a um vendedor  ambulante das ruas , como um spam humano, ou a uma biblioteca como um download  pesado, mas daí acreditar que irão se comportar como frankensteins em seus hábitos alimentares há uma distância enorme.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Feliz Cidade. Felicidade

Ontem, 08.08.2013, mais uma manifestação parou o centro da cidade do Rio de Janeiro. Como tem ocorrido nas últimas manifestações, os manifestantes pediam a saída do governador Sergio Cabral, perguntavam sobre o sumiço do pedreiro Amarildo, pediam mais verbas para a educação e saúde públicas, democratização dos meios de comunicação, desmilitarização da polícia, instalação de CPI's para o transporte público e outras pautas não menos importantes. Seguindo o roteiro de manifestações anteriores, em um determinado momento o pau comeu. Tem sido assim ao longo dos dois últimos meses. Entretanto , um cartaz  exibido por um manifestante chamou a atenção. O cartaz continha a seguinte frase:
'Guerra ao Capital'
Imediatamente me veio a lembrança  do saudoso Leonel Brizola.
Lá pelos anos de 1990, logo após a queda dos regimes comunistas , Brizola foi procurado por vários jornalistas que desejavam saber a posição da esquerda naquele momento. Sempre tranquilo, e administrando com extrema competência o silêncio após as perguntas ,Brizola foi preciso, exato, direto e profético em sua resposta. Disse ele:
' o inimigo é o capital'
O cartaz do manifestante ontem e  a declaração de Brizola em 1990 também me puxaram a lembrança sobre um belísssimo romance que fala da terceira guerra mundial.
             


A história se passa em uma cidade de um determinado país que, certo dia parou por conta de uma gigantesca manifestação de sua população. Insatisfeitos com a qualidade vida na cidade e com a precarização de serviços públicos essenciais, o povo daquela cidade vinha fazendo sucessivas manifestações onde as  exigências eram similares as que acontecem atualmente na cidade do Rio de Janeiro e em outras tantas cidades do Brasil. Durante meses, e até anos, uma parcela da população saía as ruas para pedir melhor transporte, mais verbas para  educação e saúde, mais democracia, liberdade de expressão com democratização dos meios de comunicação, fim da violência, crimes, etc.. Conseguiam, por vezes, alguns avanços ao serem ouvidos pelas autoridades, porém, passado o impacto das manifestações tudo voltava como era anteriormente, as vezes precarizando ainda mais a qualidade dos serviços alvo das manifestações. Em um momento raro , porém de profunda consciência, os diferentes grupos  e organizações que se manifestavam nas ruas criaram uma central de movimentos e passaram a discutir alternativas que de fato pudessem alterar a realidade, já que a fúria e  ganância do capital não cedia espaço e ceifava dia após dia vidas de  mais e mais pessoas. Após várias reuniões , a central de movimentos concluiu, por consenso, que o alvo das manifestações deveria ser outro, mais precisamente o capital com todas as suas formas de expressão e dominação, representado pelos poderes constituídos e por corporações. Uma gigantesca manifestação tomou conta das ruas daquela cidade, com desdobramentos e lutas por mais de vinte dias que resultaram na queda de todas as autoridades  seguindo de uma profunda reformulação nos poderes da república e na economia, onde a participação popular e comunitária delineava a nova ordem.
Um governo popular , uma justiça ao lado do povo e assembléia popular foram constituídas além de uma reformulação total nas formas e meios de produção e todas as trocas decorrentes. O início foi de grandes dificuldades, mas com o passar dos meses e mesmo anos a população daquela cidade conseguia equilibrar a qualidade  de vida com  a produção e emprego para a população. Foram anos gloriosos. A cultura local floresceu , a saúde da população foi garantida com serviços de altíssima qualidade e gratuitos, acontecendo o mesmo com  a educação e a mobilidade urbana. A expectativa de vida da população deu um salto significativo. Os índices de criminalidade  se reduziram chegando próximo do zero. Entretanto, a pequena cidade passou a ser alvo de críticas fora de seus limites, por aqueles que em seu território foram derrotados. Uma gigantesca campanha se deu nas cidades próximas contra a cidade feliz, contra a felicidade. De imediato um brutal e violento bloqueio econômico foi colocado em prática com o objetivo de asfixiar a vida econômica da cidade feliz e próspera. Foram anos de muita dificuldade , porém seus habitantes resistiram e, ao mesmo tempo, serviram de referência para as populações de outras cidades daquela região. Foram necessários alguns anos para  que os habitantes de outras cidades tomassem consciência do processo humanitário e civilizatório  que acontecia na cidade feliz, uma vez que os meios de comunicação das outras cidades não apenas omitiam o progresso na cidade feliz como manipulavam os acontecimentos com o intuito claro de demonizar uma experiência vitoriosa e civilizatória. Com a conscientização das cidades próximas, mesmo com o bloqueio informativo, novas cidades aderiram ao novo projeto civilizatório  em prática na cidade feliz, contribuindo para que um número significativo de cidades daquela região seguissem o mesmo caminho, e, ao mesmo tempo , formando uma massa crítica que em números, recursos naturais e tecnologia , poderia ficar, como de fato aconteceu, imune as novas investidas do capital para desestabilizá-los. O conglomerado regional de cidades, como ficou conhecido, passou a ser referência, naquele momento, para as cidades de todo o mundo, que, em repetição ao processo, também sofreram censura e omissão por parte dos meios de comunicação sobre os acontecimentos daquela região feliz. Foi então que , em grande escala se deflagou uma nova guerra mundial,  onde os povos , as gentes de todas as cidades saíram as ruas para a grande guerra contra o inimigo a ser derrotado, o capital. A partir daí...



O caro leitor que chegou até aqui, certamente deve querer saber mais detalhes sobre o romance e o final da grande guerra que aconteceu, Infelizmente, caso o informe, estarei  apresentando todo o desdobramento desse romance fantástico, carregado de muita a ação.
Para que o caro leitor possa melhor se situar, o livro , profético, foi escrito em 2017 e a guerra se passa em 2020.
             

 Mais ricos

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Não, é, quer dizer, sim, não, então, ahan.

Corrupção e democracia, por Merval Pereira



Merval Pereira, O Globo

Outro dia escrevi aqui na coluna, a propósito das investigações sobre a formação de um cartel de empresas estrangeiras na construção do metrô paulista, que “o pior dos mundos para a democracia seria se ficar provado o que os petistas chapa-branca já dão como certo nos blogs e noticiários oficiais: que o esquema seria uma espécie de irrigação permanente de dinheiro ilegal para as campanhas eleitorais dos tucanos desde o governo Covas”.

Foi o que bastou para que esses mesmos pseudojornalistas a serviço do governo petista distorcessem minhas palavras, atribuindo a mim a tese de que as acusações contra o PT são boas para a democracia, e as contra o PSDB seriam prejudiciais.

Para um leitor de boa-fé está claro que não tratava da corrupção em si, mas da maneira como ela fora praticada. Uma coisa são casos de corrupção de agentes políticos isolados, que acontecem em todos os países, outra bem diferente é a organização política se transformar em criminosa para garantir recursos ilegais para a manutenção do poder.


Merval, o imortal, acaba de flexibilizar a corrupção.
Define corrupção de agentes políticos isolados e a corrupção de uma organização política para manutenção do poder como diferentes modalidades de roubo.
Uma pérola ! 
Se a corrupção existe em todos os países, não é motivo para que seja flexibilizada quando acontece em nossas terras. 
A corrupção deve ser combatida em todas as formas e expressões, não como algo abstrato, fruto de retórica ,mas sim com políticas que proporcionem cada vez mais a participação da população na fiscalização e definição da aplicação dos recursos públicos.
O caso da corrupção escandalosa no estado de São Paulo não pode ser entendida como um caso isolado, praticado por agentes políticos e uma empresa estrangeira. Se entendida dessa maneira, como deseja o imortal, o estado de São Paulo é irrelevante na economia do país e a globalização não existe, conceitos estranhos para quem defende com unhas e canetas o modelo econômico mundial e ainda prega o voto distrital.
O imortal sabe, assim como o caro e atento leitor, que agentes políticos, organizações políticas e grandes empresas, inclusive a empresa jornalística onde o imortal proporciona espetáculos de contorcionismo, estão íntimamente ligadas em assuntos que estejam na órbita ou no centro do poder. 
A organizão política que o imortal se refere em seu texto acuado, certamente é o partido dos trabalhadores, o PT. A empresa estrangeira ( a globalização acabou ? )a Siemens e agentes polítcos pessoas ligadas ao PSDB. 
Ninguém em sã consciência e com sólidos valores éticos pode flexibilizar a corrupção , atribuindo peso para uma ou outra acusação de agentes envolvidos em malfeitos.
A acusação contra o partido dos Trabalhadores, o PT, em um processo explorado pela imprensa do imortal que se arrasta por longos oito anos, deveria ter apresentado de forma clara, transparente e inequívoca, o esquema de corrupção assim como os valores desviados dos cofres públicos, de maneira que os envolvidos não apenas fossem julgados e condenados e os valores devolvidos. O que se tem, no momento, são condenações, não pela totalidade dos membros da suprema corte, ancoradas em teses e narrativas opacas, onde a verdade factual jamais se fez presente de forma translúcida. Acrescente-se ao fato que os culpados, até o momento, são pessoas que comprovadamente tem um patrimõnio compatível com as funções que sempre desenvolveram na vida pública e mais, sem esgotar o assunto, o suposto esquema de que foram acusados foi comprovadamente elaborado e implementado no governo do PSDB, que dentre outras coisas é acusado de irrigar, (usando a expressão que tanto o imortal gosta ) parlamentares para se perpetuar no poder, com início na aprovação da emenda da reeleição. 
Já o escândalo que aflora nas poluídas águas que banham a capital paulista, revela a  irrigação suja de empresas de peso e uma organização política no poder do estado há 21 anos. É verossímel, em função das práticas de financiamento de campanha amplamente praticadas no país, que tal esquema tenha contribuído para a perpetuação do PSDB no poder do estado que apresenta o maior PIB do país e que, por oito anos, esteve no poder central. É também do conhecimento dos meus caros, atentos e bem informados leitores, que tais arranjos ilícitos, como o do estado de São Paulo, servem para projetos bem ambiciosos que transcendem questões de regionalidades, ainda mais se tratando da pujança do estado da federação envolvido. Com muito menos , Alagoas foi longe na conquista do poder.
Assim sendo, o texto do imortal me trás a lembrança  um prêmio que um editor do antigo Jornal do Brasil concedia à artigos que se destacavam nos aspectos do não dizer, não falar, não explicar, em um perfeito exercício de organização das palavras para o objetivo maior de uma desordem conceitual. O prêmio em questão tinha o nome, ou algo similar de :
AHSEMDJEMTOLHTPR.
Parabéns ao nobre imortal pela conquista de relevante honraria !  
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estação Carandiru

Corrupção causa insegurança aos usuários do Metrô de São Paulo

 

MPL faz panfletagem no metrô de São Paulo contra 'propinoduto tucano'

 

PSDB blindado pela mídia

 

O ESCÂNDALO DENTRO DO ESCÂNDALO: 

primeira página do jornal Folha de SP , desta 4ª feira, não traz uma única e ordinária linha sobre 15 anos de corrupção nas licitações do metrô, envolvendo três governos: Covas, Alckmin e Serra. 

'O escândalo do metrô tucano lateja como uma pedra no rim da mídia conservadora:

 machuca mais segurar ou expelir?'

 

Não é cartel de empresas, é corrupção do PSDB

   

Fontes: BRASIL DE FATO, CONVERSA AFIADA, CARTA MAIOR e VIOMUNDO

Desmoronou o PSDB.

Seria uma irresponsabilidade se a população do estado de SP concedesse mais quatro anos

ao partido nas eleições de 2014.

O país está diante de um dos maiores escândalos de roubalheira e corrupção da história do

Brasil. Algo em torno de 500 milhões de reais desviados ao longo dos anos de governo dos 

tucanos. 

O bico é grande assim como a apetite.

Os desdobramentos da roubalheira tucana fizeram com que o metrô de SP, uma obra

importantíssima para a mobilidade da maior cidade do Brasil,  avançasse em sua expansão 

a passos de cágado. A população paga o prêço da roubalheira sofrendo nos navios 

negreiros do transporte coletivo e , quando protesta, sofre violenta repressão por parte  das forças de segurança pública do estado.  

O estado contra o povo.

Naturalmente, diante dos fatos estarrecedores, a população de SP coloca em dúvida a 

segurança dos transportes sobre trilhos, inclinando-se corretamente a acreditar que  a

manutenção da malha ferroviária esteja sobre o comando da quadrilha, o que pode 

perfeitamente precarizar a qualidade, já precária, dos serviços prestados. 

O descaso com  as vidas das pessoas.

A quadrilha, que envolve o partido dos tucanos, o PSDB, e gigantes do mundo 

empresarial, como a Siemens ( empresa responsável pela tecnologia e construção da usina 

nuclear de Angra 3) são , até o momento, protegidas pela velha e decadente imprensa,

aliados políticos dos envolvidos. 

Na velha imprensa, quando o assunto é citado, fala-se em cartel, no lugar de quadrilha, e

em superfaturamento, no lugar de propina.

Ontem o jornal o globo, empresa das organizações globo também envolvidas em escândalo 

de sonegação fiscal  da ordem de 1 bilhão de reais,  trouxe em primeira página chamada de 

um artigo do imortal que se acha o tal, o Merval,  em que dizia o seguinte:

" cartel das empresas do metrô de SP entra na agenda política para 2014 e pode prejudicar o PSDB"  

O caro leitor sabe que qualquer assunto referente aos partidos políticos entra na agenda de

eleições próximas, isso desde tempos imemoriais. Logo a afirmação do imortal, foi uma 

pérola inútil, porém revela uma preocupação com o futuro do PSDB, aliado de o globo e da

velha imprensa nas últimas eleições. Pode ainda, a declaração, sinalizar uma postura de

precaução que a velha imprensa deve adotar sempre que abordar a roubalheira

escandalosa. 

A imprensa que omite a verdade para o povo.

A omissão da velha imprensa sobre a roubalheira soa tão alto aos ouvidos do povo  que  a

população brasileira enxerga com clareza os fatos.  

Não apenas os fatos que envolvem o escândalo tucano, mas também os fatos que

envolveram o caso do mensalão do governo Lula, que mereceu um decote generoso e

voluptuosas matérias na velha imprensa.

O escândalo do metrô de SP a cobertura da velha imprensa sobre o caso colocam em cena

questões de fundo que inevitávelmente desembocam na urgência de uma reforma política

ampla, de preferência com uma assembléia constituinte específica, que elimine o

financiamento  privado de campanha. Também exigem, do governo

federal , uma ação direta e objetiva sobre a democratização dos meios de comunicação.

Na próxima quarta-feira, dia 14, estão agendadas manifestações sobre o passe livre e a

mobilidade , principalmente na cidade de SP.

É o momento de também incluir na agenda das próximas  manifestações as questões

levantadas neste artigo.

Com a legião de tucanos doente e em estado terminal, o governo federal agiu corretamente

ao lançar o programa mais médicos, uma vez que  os profissinais de medicina disponíveis

disponibilizarão todos os seus esforços para salvar a espécie em extinção, como já

demonstraram em recentes manifestações seu alinhamento com a ideologia do campo

doente.