domingo, 4 de agosto de 2013

Macunaíma, um conto vivo. FHC, uma história morta.

FHC expõe o ódio
a Lula e ao Brasil

Um safado, preguiçoso que explora os que vivem no mato – que ódio, meu !           


Da pág. 16 da edição nacional do Globo (daquela empresa que não paga à Receita), artigo do Farol de Alexandria – aquele que iluminava a Antiguidade e se desfez num terremoto chamado “Lula” – tem o título “Cartas na Mesa” (originalíssimo !, aliás).

Naquele estilo besuntado de colesterol, que levou o New York Times a dispensá-lo, ele se propõe a dar um “basta à corrupção” e “a falsas manias de grandeza”.

O Tartufo esquece que governou o Brasil – “um mato” … – durante oito sombrios anos, e que presidiu a Privataria.

Depois de avisar que “saí do Brasil”- ele esteve sempre fora do Brasil, agora, na Avenue Foche – diz que Lula, “líder supremo” do “lulo-petismo”, “como Macunaima aconselhou a presidenta a fazer oposição a si mesma”.

Agora Imortal, da Academia das Letras (porque, se fosse dos Números, lá não entrava) ele se deu a recorrer à literatura.

Deu-se mal.

Porque expressou um ódio insuperável ao Lula, que o superou, e ao Brasil, que o ignora.

Perceba, amigo navegante, o despeito e o menosprezo com que ele se refere à liderança do Lula e seus liderados (os habitantes do mato …).
Fonte: CONVERSA AFIADA

FHC é um ícone.
Um ícone do núcleo duro e anacrônico da casa grande.
Um ícone dos colonizados.
Um anti Macunaíma de wall street.
Macunaíma, ou seja todos nós brasileiros:
 índios, brancos, catimbeiros, negros , fortes, invencíveis , feiticeiros.
Homens, mulheres, crianças, idosos, animais e a natureza.
Os rios , as florestas, as montanhas, os campos os lagos.
Macunaíma é a expressão de um povo que não foge à luta
Macunaíma aparece todos os dias, no céu na formação do cruzeiro.
Macunaíma enfrentou e matou a gigantesca serpente do atraso, do retrocesso, dos selvagens.
Deixou-a morta, na mata, com um nó.
O nó representa a vitória de um povo sobre os  colonizados que  hoje, emparedados com denúncias e provas concretas de corrupção e sonegação de impostos dizem que saíram ou sairão do país.
Tudo a ver, que saiam pois a gente não se liga em vocês. 
Macunaíma é o governo do povo, para o povo, com o povo, pelo povo.
Macunaíma derrotou os gigantes e toda a maldição.
Os habitantes do mato são motivo de orgulho para todos nós, pela singela razão de que na terra de Macunaíma o mato ainda está de pé, verde, exuberante.
E como é bom viver e andar no mato, estando ao mesmo tempo conectado com o mundo e podendo ler e ouvir , inclusive, as asneiras de um imortal que jamais se transformará em uma constelação.
Macunaíma é o trabalho em respeito aos ritmos da natureza, suas estações, suas manifestações.
Representa a harmonia com o mundo, sendo produtivo no momento correto, o que não ocorre com o modelo que FHC defende, onde o lucro e a acumulação, sem o trabalho, estimulam a preguiça, o hedonismo, a gula,  a luxúria, a avareza.
O anti caráter de FHC não pode ser comparado ao caráter do povo brasileiro.
FHC, podes crer, que defende  a liberação do THC,  se empapuçou de mato e viajou de raiva ao tomar conhecimento do propinoduto  que envolve seus iguais de penas.
Nas montanhas do estado de Roraima, Macunaíma, ou macunaima como chamam  seus discípulos mais próximos, está atento, protegendo todos os brasileiros.
O canto do  uirapuru avisa que o povo, na figura de Lula, venceu mais uma vez.
Nosso herói, protetor das matas onde habitam mulheres guerreiras dispostas  a mudar para melhor as condições do povo.
As amazonas  da terra de Macunaíma,  em sua festa de amores, anunciam novos tempos para a terra do cruzeiro.
O povo do mato, dos campos e  das cidades, assim como Marupiara, vivem felizes e contentes.
O saci Pererê brinca e pula, fazendo suas traquinagens pelas trilhas da mata, pelas ruas das grandes cidades, pelos campos, pelas infovias.
Não existe nenhum sistema de espionagem, vigilância que possa aprisionar os discípulos Macunaíma.


Obs. título da postagem retirado do comentário de RC, no site conversa afiada no dia 4 de agosto de 2013 às 11:36





sábado, 3 de agosto de 2013

O Cardume

             
 Mais ricos 

A fortuna do 1% mais rico do mundo cresceu 60% em 20 anos

As 300 maiores fortunas do planeta aumentam sua renda em 60% nos últimos 20 anos e acumulam mais riqueza que os mais de 3 bilhões de pobres que existem no mundo e representam 99% da população. Assim afirma o professor Jason Hickel, da escola de Economia de Londres, assessor do movimento The Rules, que luta contra a desigualdade.
Fonte: VERMELHO.ORG.BR

Junte-se o aos 99% e assim os tubarões ficam se parecendo com manjubinhas.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ratos & Ratos

Cafezinho vaza mais
documentos do Globogate

O que dirão os colonistas da plutocracia predadora ?
O Conversa Afiada reproduz denúncia do Blog O Cafezinho, de Miguel do Rosário.
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Covas, Cerra e Alckmin:
enforcados no propinoduto

Siemens apresentou documentos nos quais afirma que o governo tucano de SP soube e deu aval à formação de um cartel.


Fonte: CONVERSA AFIADA

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Semestre do Judiciário começa com Barbosa no foco por comportamento e denúncias

'Ele é arrogante e ainda não aprendeu', diz colega de tribunal. Semestre começa tenso, com preocupação sobre conduta do presidente do STF
Fonte: BRASIL DE FATO
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MPF investigou condenada por furtar processo da Globopar, mas nem tanto

Fonte: VIOMUNDO

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Velha imprensa, governos e políticos do PSDB, ministro do STF e o Ministério Público Federal. Tudo a ver, pois corrupção a gente vê por aqui.

Durante alguns meses próximos passados, a população brasileira recebeu uma enxurrada de " notícias e informações" pela velha mídia, sobre atos de corrupção nos governos do PT.

A ação penal 470, batizada pela velha imprensa de mensalão, ocupou por semanas o primeiro lugar nas listas dos assuntos mais apresentados.

Em um fato inédito no país, um julgamento no STF teve transmissão  ao vivo com cobertura pelas principais redes de tv aberta. Globo liderou  entre as emissoras que mais disponibilizaram seu tempo com o julgamento. Toda a velha imprensa assim como seu aparato mídático colocou os holofotes na dança das togas. Faustão ficou pequeno e os famosos nem tão famosos assim.

Colunistas de jornais e revistas impressas, das emissoras de rádio e de tv, produziram rios de tinta e decibéis de falação na análise do julgamento , chegando ao ponto de propor as decisões e caminhos que os ministros do STF deveriam tomar.

O brasileiro, sempre muito hábil em argumentos e julgamentos, viveu naqueles dias sua fase de senhor das leis. Dominou os fatos com extrema habilidade. O data venia invadiu botecos e bordéis. O cordial se revelou.

Políticos dos partidos de oposição, sempre atentos as oportunidades,  ocuparam os generosos microfones e espaços da velha imprensa para condenar os "terríveis desvios" cometidos pelos governos e políticos do PT. Revoltados com a indecência com a coisa pública, mostraram toda sua indignação com os fatos que durante aqueles meses foram por eles dominados.

Lá estavam,implacáveis com os desvios, globo, políticos do PSDB, o corretíssimo presidente do STF e também pocuradores sempre atentos para punir desvios com a coisa pública.

Quem não se lembra das "espetaculares edições do jornal nacional de globo ", disponibilizando quase todo o tempo do telejornal para tratar do assunto que "escandalizava" o país. Ou ainda as dezenas de crônicas e comentários de colunistas, como Merval, Jabor, Catanhede, Kramer, Garcia, Leitão e também outras espécies não menos importantes ou exóticas, condenando a "indecência" de políticos do PT. E o que dizer das palavras do procurador Gurgel ao considerar como "muito interessante" uma coincidência de datas entre o final do julgamento e as eleições municipais de outubro passado.

Diante da avassaladora cobertura do julgamento, o brasileiro, que de ingênuo e inocente não tem nada, percebeu que havia algo de estranho e resolveu colocar seu time em campo.

De imediato deu uma grande vitória aos políticos do PT nas eleições de outubro, coroando o ex-presidente Lula como o grande vencedor das eleições. Em seguida, passadas as férias de verão e o carnaval da globo, recebeu a contragosto uma imensa propaganda sobre futebol e , deu seu recado. Foi para as ruas, ainda antes dos mega protestos de junho, condenando as obras e decisões periféricas sobre o evento que estaria para se iniciar em junho. Com a chegada da Copa das Confederações no país, o brasileiro resolveu condenar tudo aquilo e muito mais, que de certa forma, tanto pediram que ele condenasse. Foi às ruas e rejeitou uma democracia de aparências, questionou o valor altísssimo das tarifas do péssimo transporte coletivo das cidades, rejeitou os políticos e a forma dominante de fazer política, rejeitou a velha imprensa pedindo a democratização dos meios de comunicação, e por fim, mas sem esgotar os protestos, rejeitou todas as formas e expressões dos poderes constituídos.

Hoje, na ante sala de agosto de 2013, temos uma nova enxurrada de denúncias sobre sonegação de impostos, corrupção de políticos e práticas nada equilibradas e centradas de pessoas que deveriam conduzir suas vidas e suas decisões profissionais pelo caminho do meio justo. Sem os rios de tinta de jornais e revistas impressas, sem os decibéis dos telejornais ou de jornais de rádio, sem o movimento de togas revoltadas com o ilícito, o que aflora em crimes e práticas nada éticas  não só escandaliza o país, como se apresenta em fatos e dados concretos, onde teorias não são necessárias para que se tenha o pleno domínio da suja realidade. E essa suja realidade tem como principais atores, aqueles que por meses a fio construiram cuidadosamente uma tese para condenar políticos , sem provas concretas,  em um claro processo político de disputa de poder onde o golpe de estado esteve sempre pairando , a espreita, nas esquinas das ruas das cidades.

Não teremos a ampla cobertura midiática , pela velha imprensa, sobre os criminosos e os crimes em destaque, como citado acima nas fotos e charges, entretanto as ruas saberão exigir a punição exemplar dos envolvidos. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Médicos & Monstros

Pobre estudar medicina é afronta para a elite”, diz médico formado em Cuba

Formados em Cuba, médicos falam da elitização dos cursos e criticam os métodos de avaliação brasileiros dos profissionais formados do exterior
31/07/2013
José Coutinho Junior
da Página do MST
A elitização do ensino de medicina no Brasil é um obstáculo para jovens de baixa renda entrarem nas universidade e se formarem. Já os problemas nas provas de revalidação do diploma dificultam o exercício da profissão em território nacional pelos brasileiros que conseguiram se formar no exterior.
“Quem estuda medicina no nosso país são os filhos das elites, em sua maioria. É uma afronta para a elite um negro, um pobre, um trabalhador rual, filho de Sem Terra estudar medicina na faculdade, principalmente pelo status conferidos por essa profissão”, afirma Augusto César, médico brasileiro formado em Cuba e militante do MST.
Estudo do Ministério da Educação (MEC) aponta que 88% dos matriculados em universidades públicas de medicina estudaram em escolas particulares no ensino fundamental e médio. Os programas do governo de acesso à universidade, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), ampliaram o acesso, mas ainda não conseguiram universalizar e democratizar a educação.
“A maioria das pessoas quem entra na universidade pública para fazer medicina tem dinheiro para fazer um bom cursinho ou estudou o tempo todo numa escola particular. Claro que há exceções, mas o ensino de medicina do nosso país é altamente elitizado”, acredita.
“A maioria das pessoas que tem acesso às escolas de medicina são de classe média e classe média-alta. Um pobre numa universidade particular não consegue se sustentar pelo alto preço das mensalidades. Sem contar que hoje temos mais universidades privadas do que públicas na área da saúde, dificultando ainda mais o acesso”, diz a médica formada em Cuba Andreia Campigotto, que também é militante do MST.
Revalidação
A necessidade dos médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros passarem por uma prova para verificar se estão capacitados a exercer a profissão é um tema frequentemente pautado pela comunidade médica brasileira.
Independentemente do curso, todos os estudantes brasileiros que realizam um curso fora do país precisam passar por uma revalidação do diploma. No entanto, há falhas nesse processo no caso da medicina.
Um dos principais problemas é que não existe um padrão para o conteúdo dessas provas. Cada universidade federal pode abrir sua prova de reconhecimento de títulos no exterior. Com isso, o conteúdo não é uniforme.
Além disso, o custo dessas avaliações é alto. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cobra uma  taxa de inscrição de R$1.172,20. Outras universidades pelo país têm preços similares.
Preconceito
“As provas são injustas, porque têm um nível de médicos especialistas, preterindo os 'generalistas', que é o nosso caso após nos graduar. Isso causa uma desaprovação considerável dos estudantes que vem de fora”, acredita Andréia.
“O que a categoria médica não divulga é que 50% dos estudantes da USP reprovaram na prova feita pelo Conselho de Medicina de São Paulo. Foi uma prova para médico generalista, muito mais fácil, que a de revalidação”, revela.
Para Andréia, há um “grande preconceito” por parte dos profissionais brasileiros em relação aos médicos formados em outros países, o que cria um entrave para a revalidação dos diplomas.
“Seria justo se os profissionais que se formam no Brasil fizessem as mesmas provas que nós, para ver se realmente se comprova uma suposta má formação de nossa parte, bem como discursa a categoria médica brasileira”, observa.
Os dois médicos defendem a realização de uma avaliação dos conhecimentos dos profissionais graduados no exterior, mas destacam que as provas atuais não cumprem esse papel, porque não são aplicados testes adequados para auferir o conhecimento.
“As provas teóricas e práticas atuais não levam em conta as complexidades. Seria muito melhor colocar esse médico para trabalhar sob um tutor e, a partir daí, se instaurar uma avaliação rigorosa e permanente. Mas isso não tem sido pensado”, pontua Augusto.
Formação
A concepção de medicina ensinada nas universidades impede também que os estudantes vejam a luta pela saúde além do tratamento de doenças.
“Nas universidades de medicina, só se vê doença. Não se fala em saúde. Como você pode lutar pela saúde se só vê doenças? Também é saúde lutar por um sistema público de saúde de qualidade”, destaca Augusto.
De acordo com o militante, a concepção de saúde deve ultrapassar uma formação técnica. “O médico deve exercer a medicina a favor da construção de um país mais saudável, sem esperar que as pessoas ou uma comunidade adoeça para depois intervir sobre ela, pois é o modo de vida que vivemos que gera as doenças do país”, defende.
Andreia quer se tornar professora de medicina para colaborar para a mudança da forma de ensinar das universidades. Ela se classificou na primeira fase do concurso para lecionar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Segundo ela, o campo da educação deve ser ocupado por aqueles que querem democratizar a educação. “Precisamos formar profissionais com um novo perfil, realmente voltados para atender o povo, para se fixar nos locais de difícil acesso, não só nos grandes centros como hoje. É um campo interessante de atuação”.

A medicina no Brasil se ocupa de drogas medicamentosas e intervenções cirúrgicas.
Os médicos brasileiros se ocupam de doenças dos pacientes.
Os laboratórios farmacêuticos lucram muito com a prescrição de drogas.
Os médicos ganham comissões  dos Laboratórios pela prescrição de determinados medicamentos.
Os planos de saúde privados são na realidade planos para cuidar de doenças de pessoas.
Os médicos avaliam doenças ao invés de pessoas.
As máfias de branco matam pacientes  em conjunto com funerárias e  com as quadrilhas de comércio de órgãos humanos .
A especialização precariza a formação médica , mas no modelo atual contribuiu para mais lucros entre todos os envolvidos.
Doenças simples em que o próprio organismo combate com eficácia tem sido reclassificadas como algo grave que necessite de medicamentos ou intervenções cirúrgicas.
As clínicas e hospitais particulares, visando maiores lucros,  não valorizam o trabalho do engenheiro biomédico na manutenção dos equipamentos hospitalares, o que coloca em risco a qualidade de diagnósticos e exames.
A transdiciplinaridade das formas de saber, importantísssimo para um médico, é ignorada na maioria dos cursos.
A excessiva especialização é um retrocesso para o conhecimento.
A maioria dos médicos vê na profissão um caminho de enriquecimento e  acumulação.
A medicina social é rejeitada pela maioria dos estudantes e médicos por conta da visão elitizada e mercadológica da medicina.
Os profissionais de medicina que trabalham em órgãos governamentais o fazem , apenas, como um investimento para aposentadoria, se utilizando de vantagens de cursos de especialização , pós graduação e doutorado, financiados ou facilitados por órgãos governamentais que irão proporcionar substancial aumento nos valores de aposentadoria.
O atendimento que os profissionais de medicina proporcionam às pessoas, em órgãos públicos, é sofrível, desumano e até mesmo violento.
O descaso e a negligência com os pacientes são uma regra.
Os erros médicos, em diagnósticos e em intervenções cirúrgicas, crescem de forma assustadora.
Uma medicina socializada, no Brasil, sofre e sofrerá enorme e violenta resistência por parte de médicos, empresas de plano de saúde, laboratórios farmacêuticos e claro, a velha imprensa.
A medicina é tratada quase que diariamente na velha imprensa, com o enfoque de novas e perigosas doenças, doenças de uma maneira geral, novas drogas lançadas por laboratórios farmacêuticos, riscos e mais riscos de se contrair doenças, novos e assustadores microorganismos letais e uma série de outras "informações" que em nada contribuem para a formação da saúde das pessoas. Chega-se ao ridículo de sugerir às pessoas que deem a descarga do vaso sanitário com a tampa do vaso fechado, pois inúmeros microorganismos podem voar pelos ares causando doenças gravísssimas. Alertam, também, para o perigo de contrair doenças em transportes coletivos com o uso das mãos em apoios onde todos se apoiam. Um noticiário de higienização, medo e desinformação que gera o oposto da saúde e que visa afastar as pessoas uma das outras.
Não é por acaso que jornais, emissoras de rádio e de tv, tem dado amplo destaque favorável as manifestações que os médicos tem feito pelas ruas de cidades brasileiras, mesmo que a população não os apoie totalmente.
Assim sendo não é de se estranhar que o eterno candidato Serra, que já foi ministro da saúde e disse que o contágio da gripe suína se dá pelos espirros dos porquinhos ( que pérola !!) apoie a manifestação dos médicos que não gostam de gente.
O governo Dilma  deu um grande passo a frente ao propor a contratação de médicos estrangeiros para atuar em áreas carentes do Brasil assim como o lançamento do programa mais médicos e mais ainda com a exigência de residência médica no SUS , na complementação dos cursos de medicina.
Enquanto médicos estão na contramão da vida, o Rio de Janeio, e agora ao que parece todo o Brasil, se perguntam onde está o pedreiro Amarildo, detido para averiguação pela polícia militar do Rio de Janeiro e desparescido desde então, ou seja 14 de julho.
Assim como a classe médica, a polícia militar tem várias conexões com práticas criminosoas, e pelo repertório de hipóteses possíveis do que teria acontecido com Amarildo, não seria inverossímel se o  seu coração ( o de Amarildo, não o seu, caro leitor ), agora, estiver batendo em outro corpo.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Aguaceiro

A opção preferencial pela crise

Por Luciano Martins Costa em 31/07/2013 na edição 757
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa de  31/7/2013
Há um debate em curso nas redes sociais sobre as escolhas editoriais dos jornais considerados de circulação nacional. No centro da questão, a diferença de tratamento dado a escândalos políticos de acordo com a filiação partidária dos protagonistas.
O núcleo duro das discussões coloca em confronto defensores do atual governo federal, liderado pelo Partido dos Trabalhadores, e os adeptos dos governos do PSDB sob o comando de Fernando Henrique Cardoso. Mas uma parte dos debatedores considera que a imprensa tradicional sempre criticou os governantes e que seu papel é o de se opor invariavelmente a quem quer que esteja no poder central.
Esse argumento não subiste, se considerarmos que, na atual circunstância, tal assertiva vale para o governo federal, mas não necessariamente para os governos estaduais. Veja-se, por exemplo, o caso do Rio de Janeiro, onde o principal diário, o Globo, mantém desde 2003 uma cobertura intensamente crítica ao poder de Brasília mas poupa, em grande medida, o governo local de Sérgio Cabral.
Há muitas razões para isso, e a principal delas parece ser o programa de “pacificação” de favelas, que começou após o assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo.
Em São Paulo, os dois principais jornais de circulação nacional, Estado e Folha, fazem escolhas semelhantes, poupando o governador Geraldo Alckmin e tratando como inimigo o governo federal.
Como se trata de questão que envolve preferências políticas e se emaranha na subjetividade da linguagem jornalística, é preciso buscar os elementos factuais que demonstrem a existência de um estado de espírito oposicionista a priori nas escolhas da mídia tradicional. Esses elementos de informação podem ser identificados mais facilmente no noticiário econômico dos jornais chamados de genéricos, ou generalistas, comparando-os com a imprensa especializada em economia e negócios.
Nas escolhas de indicadores econômicos sazonais se pode observar como os três principais diários de circulação nacional, aqueles que mais influenciam as instituições e são tidos como articuladores da agenda pública, tratam de minar a confiança da sociedade no governo federal, pintando um quadro de insucessos e catastrofismo.
Editados pelo mercado
Veja-se, por exemplo, as edições de quarta-feira (31/7) do Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo.
No Estado, a manchete do caderno “Economia & Negócios”anuncia: “Superavit primário do governo no primeiro semestre é o pior desde 2001”.
Na Folha, o caderno “Mercado”afirma que “Superavit melhora, mas fica abaixo da meta em 12 meses”.
O Globo, que dá menos importância ao noticiário econômico na maior parte da semana, informa que “Economia para pagar juros é a menor do 1º semestre desde 2010”.
Já o Valor Econômico, principal jornal especializado do país, não deu a mesma importância ao resultado parcial das contas públicas – provavelmente porque seus editores consideram que, neste trecho do ano, esse indicador pode não ser tão relevante ao ponto de merecer uma manchete.
Afora as diferenças de tom nas abordagens de cada um dos três jornais, observe-se que havia, entre os números do dia da economia nacional, alguns outros tópicos que também poderiam merecer destaque. Mas eles estão escondidos em notas curtas ou editados em posição menos destacada. Por exemplo, o Índice Geral de Preços – Mercado, medido pela Fundação Getúlio Vargas, teve uma alta de apenas 0,26% em julho, frente ao aumento de 0,75% verificado em junho.
A desaceleração dos preços se deu de forma generalizada, o que induz os analistas a prever que em agosto a inflação também não deverá ser alta. Também há registro de que a confiança do comércio subiu 0,6% neste mês, em relação a julho de 2012.
Embora o cenário geral ainda seja de pessimismo na projeção até o final do ano, a melhora do ânimo no comércio deve ser considerada, dada a notória influência nefasta que o noticiário negativo produz na disposição de investimento das empresas. De qualquer maneira, os jornais poderiam registrar que, tanto a queda da inflação como a percepção da inconsistência do pessimismo, foram previstas pelas autoridades econômicas do governo federal nos últimos dois meses.
Uma terceira notícia que concorre com o espírito catastrofista da imprensa é o resultado dos balanços das instituições financeiras: misturada aos números bilionários dos lucros dos bancos, registra-se quase envergonhadamente a queda da inadimplência da população. Em algumas análises, a disposição dos correntistas de quitar suas dívidas em vez de comprometer o orçamento com novos empréstimos é vista como um risco para os bancos. Mas o fato de o número de calotes ter se reduzido em praticamente todas as instituições financeiras não seria uma boa notícia para a economia em geral?
O que se quer demonstrar aqui é que a imprensa brasileira tem uma predileção especial pelo catastrofismo, reduzindo a exposição de indicadores positivos e forçando a imposição de um cenário de crise.
Seria uma atitude contra o governo do PT?
É possível, mas o mais provável é que a mídia tradicional se oponha, sistematicamente, contra qualquer governo que não reze por sua cartilha dogmática de submissão ao mercado.
É o mercado, essa fantasmagoria irracional, que edita os jornais.

Hoje, 31. 07. 2013, o jornal o globo apresenta , em primeira página, uma crítica  aos indicadores do IDH apresentados pelo país que surpreenderam de forma positiva todos que acompanham a publicação desses índices.
Como citado em um artigo em CONVERSA AFIADA , esses índices de IDH do Brasil estão para o país como o crescimento econômico está para a China.
São indicadores altamente expressivos.
Resultado das políticas corretas e bem sucedidas, principalmente, dos governos Lula e Dilma.
Globo procurou diminuir a importância dos índices, enquanto folha e outros impressos não deram o devido destaque.
É uma notícia, uma boa notícia para o país, porém não gera crises, ao contrário, infla a popularidade do governo Dilma, e, assim sendo, deve ser evitada e manipulada pelos principais veículos da velha e decadente imprensa.
O que fazem esses veículos da velha mídia não é jornalismo e , em muitos casos,o que fazem  assemelha-se a um terrorismo informativo.

No caminhar dos ponteiros do relógio, novas  e demolidoras denúncias vem à tona , no mar de lama em que estão mergulhadas as empresas globo.

Ferro e a fraude da Globo:

cadê o Merval, o Jabor ?

Jornal da Record informa que o MP do DF tem 90 dias para concluir investigação criminal sobre a fraude em paraíso fiscal.

Fonte: CONVERSA AFIADA

Merval e Ayres Britto: jornalista chapa branca


A fraude em paraíso fiscal, denúncia grave, não aparece nos outros veículos da velha imprensa, assim como as escandalosas 776 notificações que a tv globo recebeu da Receita Federal, e não respondeu.  Daí surge a discussão, bem colocada pelo artigo do OI, sobre o que é notícia  e  de que maneira a velha e decadente imprensa tenta interditar da população assuntos de importância para a compreensão da realidade. Uma sonegação de impostos na casa de 1 bilhão de reais como a que acontece com globo não ser discutida e debatida na sociedade, principalmente em momento de manifestações em que o tema corrupção esteve na agenda dos manifestantes, é um caso típico de omissão de assuntos relevantes . No espectro, somente a TV Record vem dando destaque ao caso, porém não se sabe se por um bom jornalismo ou por motivos de concorrência não amigável. Seja lá o que se pense sobre o assunto, pelo menos uma emissora de tv aberta mergulha no escândalo do fraude da globo.

Ainda no rastro dos escândalos que não são notícia, um é no mínimo escandaloso. Trata-se do esquema de corrupção no metrô de São Paulo que durante os governos do PSDB, desde 1995, já desviou dos cofres públicos a quantia indecente de 445 milhões de reais. O MPL - movimento do passe livre - ao tomar conhecimento da roubalheira  no segmento do transporte público em São Paulo,  fez uma análise dos recursos desviados e concluiu que a passagem em São Paulo poderia custar a quantia de  0,90 centavos, caso não existissem mágicos nos governos do PSDB paulista e paulistano.

MPL volta às ruas no dia 14 de agosto contra propinoduto tucano

Movimento Passe Livre calcula que passagem custaria R$ 0,90 se dinheiro supostamente desviado em governos do PSDB fosse aplicado no transporte
Fonte: BRASIL DE FATO

O MPL, que deu início as manifestações de junho passado, volta às ruas, agora no dia 14 de agosto, com uma agenda bem mais poderosa e convincente, principalmente  no tocante as tarifas dos transportes coletivos , não apenas de São Paulo, mas de todas as grandes cidades brasileiras, já que , em tese e diante dos fatos paulistanos, não se pode excluir que mágicos também atuem em outros estados e cidades do país. O caso do escândalo do governo de SP nas obras do Metrô, agora em cena no circuito alternativo já que a velha mídia agasalha a verdade e omite os fatos, mostra de forma clara e inequívoca que as reinvidações do MPL são relevantes  e reais, distantes da vertente utópica que alguns veículos de mídia e governo tentaram atribuir ao movimento. Bastou, apenas,  que uma caixa preta do transporte coletivo fosse parcialmente aberta para que se tenha uma idéia mais clara de que é possível, sim, tarifas de transporte coletivos com valores na casa de centavos de real.
Ainda na esfera da velha imprensa, ou poço profundo como queira o caro leitor, como será a cobertura na velha mídia das novas manifestações já que os alvos são a corrupção dos governos do PSDB paulista e paulistano, agora com provas inequívocas ? Será que Datena e genéricos irão acusar os manifestantes de vândalos e arruaceiros ? É o próximo capítulo, em duas semanas.

Ainda seguindo os ponteiros do relógio e acompanhando o que é notícia na velha mídia da crise eterna, do pior dos mundos, do fracasso sem limites, da corrupção e bandidagem que assola o país, uma notícia sobre mau jornalismo da velha mídia veio à tona, ou melhor, desceu água abaixo pelos dutos da corrupção em SP.

Justiça condena Globo por reportagem em Unidade de Conservação


A Justiça Federal no Tocantins condenou a emissora Globo Comunicação e Participações S/A e a empresa Quatro Elementos Turismo Ltda a repararem o dano causado à Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins pelo uso indevido de imagem durante a veiculação de uma reportagem exibida no programa Esporte Espetacular do dia 25 de abril de 2010, que associa a imagem da cachoeira da Fumaça à prática de rafting esportivo, prática esta, incompatível com os objetivos das estações ecológicas.


 
Fonte: VERMELHO

Mais uma vez globo fica suja na fita, e com muita água ainda.
A TV globo ignorou, ou descumpriu a legislação que não permite o uso de imagens e incentivo a prática de esporte em estações ecológicas. A Tv foi processada e condenada sendo obrigada a produzir material jornalístico informando e alertando para  a preservação de estações ecológicas.
Globo recorreu e  perdeu com a famosa, surrada , oportunista e criminosa tese de liberdade imprensa.
Chega a ser cômico, diante do debate sobre o papel da velha mídia em somente atacar o governo Dilma e ocultar fatos relevantes da população, ouvir globo defender a liberdade de imprensa como um direito absoluto, ao ponto de permitir manipular as informações, omitir fatos, mentir, criar factóides, desrespeitar a legislação do país, censurar e processar blogueiros e tentar por todos os meios disponíveis, interditar o debate sobre a democratização dos meios de comunicação.
A liberdade de imprensa de globo ,da velha imprensa e de seu velho aparato mídiatico  se resume em noticiar a realidade de acordo com a limitada, estreita e decadente cartilha do Deus Mercado.

 

 

 

terça-feira, 30 de julho de 2013

O Papa Jovem

PAPA POP & PROVOCADOR

Estado laico esquecido, religião oficial consagrada

Por Alberto Dines em 30/07/2013 na edição 757 do Observatório da Imprensa
 
Ninguém lhe roubará o título de figura mais humana, simpática e mais calorosa do mundo. Quintessência da bonomia e da lhanura. Esses galardões o papa Francisco conquistou no seu primeiro périplo internacional, aqui, no Brasil, e o manterá, esperamos, por um longo tempo.
Percebeu a bagunça na organização do evento e generosamente a atribuiu a si, acobertando involuntariamente a irresponsabilidade embutida na incúria e na incompetência dos anfitriões.
Por outro lado, a visita do sumo pontífice, embora riquíssima em matéria de provocações e estímulos de ordem moral e política, não conseguiu nos aproximar da discussão direta sobre um dos problemas centrais do mundo contemporâneo: o poder religioso e a ausência de um contrapoder democrático para contrabalançá-lo. Em outras palavras: a questão do laicismo do Estado continuará fermentando, adiada e explosiva.
Com a sua visível obsessão pela transparência, o papa Francisco tentou lembrá-la no discurso dirigido à sociedade civil, no belíssimo monumento à cultura que é o Theatro Municipal do Rio de Janeiro (sábado, 27/7). Texto surpreendente, em todos os sentidos – enfatiza a “cultura do encontro”, valoriza uma “humanização integral”, prega uma “democracia muito além da lógica da representação”, propõe um “humanismo na economia”, chega a louvar um Estado laico, “sem assumir como própria qualquer posição confessional”, porém só admite nessa igualdade os santificados por alguma crença religiosa.
E nosotros,hermano Jorge Mario Bergoglio?
Nós, agnósticos, descrentes ou não-crentes, nós os que levamos às últimas consequências a condição de pensantes, nós os que duvidamos não somos filhos de Deus? Este observador sempre imaginou que os céticos e até mesmo os ateus seriam os preferidos dos pastores de almas porque têm a coragem para questionar e adiantar-se ao rebanho.
Como democratas intransigentes e integrais, respeitamos a presença daquilo que o papa Francisco denominou “fator religioso na sociedade”, mas como humanistas, herdeiros do Renascimento e do Iluminismo – e não apenas na economia – sonhamos com algo mais abrangente, um laicismo autêntico, legítimo, capaz de valorizar aqueles que não necessitam de intermediários para aproximar-se de Deus, nem se curvam ou cultivam dogmas e tabus.
Estimativas inflacionadas
Foi um discurso rico, estimulante sob o ponto de vista filosófico e algo desafiador sob o ponto de vista político por escancarar a percepção de que o laicismo dos crentes nunca será absoluto, sempre relativizado: segrega os descrentes, não lhes oferece o mesmo espaço-cidadão.
A cobertura do discurso nas edições de domingo (28/7) só agravou a noção de que nosso país adota uma religião oficial. Apenas a Folha de S.Paulo tentou valorizar com um subtítulo o parágrafo sobre laicismo do discurso pontifical. Os demais se contentaram em reproduzir burocraticamente a íntegra. E estamos conversados.
Na segunda-feira (29), nenhum opinionista deu sequência à opinião do papa Francisco, exceto o jornalista Luís Paulo Horta, que dividiu com o também jornalista Frei Betto o recanto de opinião do caderno diário do Globo sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ, ver aqui).
A grande verdade é que nossa imprensa não é laicista, nem laica, não se ocupa/preocupa com secularismo ou a isonomia no Estado de Direito. Nunca o fez. Exceto no período 1808-1822, quando, a exemplo de Hipólito da Costa, alguns jornalistas-fundadores assumiam-se como maçons e, mais tarde, nos albores da República, quando os positivistas defendiam a rigorosa separação entre Igreja e Estado.
Hoje, a forte penetração do Opus Dei nos grandes e médios jornais brasileiros, tanto nos comandos intermediários como na cúpula das entidades corporativas, não permite nem permitirá que o debate sobre o laicismo possa prosperar e ser incorporado à agenda para o aperfeiçoamento democrático.
A prova mais recente foi a cobertura da visita do papa Francisco não apenas intensa, extensa e pouquíssimo isenta como também nada pluralista. Aliás, assumidamente devocional e engajada. Quando a mídia não assume os princípios de tolerância e respeito às diferenças, o Estado adota o mesmo comportamento e incorpora os mesmos favorecimentos.
Jornais impressos não são obrigados a ser equilibrados, mas caso pretendam uma imagem de credibilidade deveriam tentar posturas mais naturais, equidistantes. Porém a TV, sobretudo a TV aberta, é uma concessão pública, do Estado, e, como tal, não pode estar atrelada a uma religião, muito menos transmitir cultos religiosos ao vivo em versão integral.
Não foi o que aconteceu com a cobertura da homilia do papa na quinta-feira (25/7), pela GloboNews, transmitida ao vivo de Copacabana com os/as âncoras in loco, tiritando de frio, porém devidamente aquecidos pela fé religiosa.
Também a via-crúcis, encenada na mesma Copacabana, foi transmitida integralmente (sem comerciais) pela Rede Globo, em TV aberta, ao vivo, na noite de sexta-feira. O único jornalista a registrar o pecado foi Nelson de Sá, da Folha (sábado, 27/7). A Rede Globo não ofereceu explicações. E ninguém cobrou. Nem a Folha, embora o jornal tenha sido o único veículo a contestar as estimativas absurdamente inflacionadas divulgadas pelos organizadores no tocante ao número de participantes dos diferentes eventos da Jornada.
Dupla de gigantes
Ao contrário do que aconteceu na Copa das Confederações permeada por críticas e questionamentos, o noticiário geral da JMJ foi energizado pela devoção. Até mesmo as tremendas falhas de organização e logística da prefeitura do Rio foram perdoadas. No balanço final apresentado pelo prefeito Eduardo Paes na segunda-feira (29) ele se autoconferiu a nota dez e ficou por isso mesmo. Assim se constroem factoides e ilusões.
O natural entusiasmo dos jovens peregrinos e a emoção dos cariocas extasiados com a figura benevolente do pontífice foram sutilmente utilizados para maquiar a imperdoável improvisação. A ausência de acidentes ou incidentes nas colossais concentrações humanas nas areias de Copacabana não pode ser tomada como façanha das autoridades. Resultaram da índole de um povo simples, crente, fascinado pelos espetáculos, atraído por uma intensa, demorada e perfeita cruzada motivadora.
Seus autores: a dupla de gigantes da comunicação devidamente irmanados: a igreja católica e a Rede Globo.

O Papa foi além do esperado, pelo menos no discurso.
Pediu que os jovens assumam um papel de revolucionários e não se deixem manipular pelos meios de comunicação, como se a Igreja não fosse um poderoso meio de comunicação com as pessoas.
Passam-se séculos e a luta para manter e ampliar o rebanho continua a mesma. 
Condenou com veemência a corrupção sem que saibamos ao certo sobre que corrupção o Papa se referia. 
Se sobre os escândalos do Banco do Vaticano, a Privataria Tucana, a FIFA, o Sistema Financeiro Mundial...
Surpreendeu a todos em um de seus discursos ao defender a cultura do encontro, uma economia  mundial em favor do homem e não o homem em favor da economia, humanização integral, uma democracia participativa, a presença das mulheres na instituição Igreja e outros temas. 
Disse ainda que a Igreja não é uma ONG e deve sair às ruas, porém a maior parte do seu discurso citado acima vem do visionário IV Manifesto dos Rosacruzes , de 2001 ( ver  a íntegra do Manifesto em www.amorc.org.br), uma organização não governamental.
O discurso do Papa entra em rota de colisão com a medieval instituição Igreja e todos sabemos que o poder do Papa , na Igreja, não é ilimitado, ao contrário,como afirmou Bento XVI por ocasião de sua renúncia.
Que o Papa Francisco tome os devidos cuidados sempre que for dormir.
Quanto a cobertura da imprensa brasileira, mais precisamente a velha e decadente imprensa, os esforços das redações foram voltados para tentar reconquistar um tipo de audiência que vem caindo , os jovens. 
E nada melhor do que um evento voltado para os jovens e que reuniu milhões de jovens nas ruas da cidade maravilha para tentar alavancar a decadência lenta, gradual e inevitável da velha mídia.
Apesar do discurso do Papa acenar um avanço para sair do medievalismo, a Igreja continua ocupando o espaço da direita, conservador.
Já  a tv globo, como é do conhecimento do leitor atento , alinha-se com a ala ultra conservadora da Igreja como bem descreveu o artigo de A.D. no texto acima, colocando-a à direita do Papa Francisco, mais ou menos alí pelo século XI.
Logo não surpreendeu a cobertura com direito a missas ao vivo e inclusive com censura de alguns temas abordados pela Papa.
Isso é lamentável e constrangedor, pois uma concessão pública de tv deve ter um mínimo de equilíbrio em suas abordagens jornalisticas e mesmo em sua grade.
Ao agir dessa maneira, globo, pela abrangência de sua audiência,  não só agride ao público como indiretamente autoriza outras mídias a fazer o mesmo, inclusive em outras correntes religiosas, transformando o espectro eletromagnético em cultos, missas, deuses, diabos, templos, malafaias, terreiros, igrejas, encostos, tranca rua, espíritos, almas penadas, o pai, o senhor, jesus, bíblia, cabocla Jurema, saravá e axé.
Esse comportamento de globo na cobertura da visita do Papa, apesar da devoção religiosa , foi de uma indecência gigantesca e deve servir como  subsídios para o debate da inadiável democratização dos meios de comunicação no Brasil.
O telespectador, o leitor e o ouvinte não são obrigados a esse tipo de "informação" que visa , em grande parte, melhorar os índices de audiência da decadente velha mídia.
O Deus Mercado de Globo rezou forte na visita do Papa.



 
 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

As Pedras de Agripino

O cerco informativo ao governo Dilma

Por Carlos Castilho em 28/07/2013 - Observatório da Imprensa
 


O governo federal está encurralado no cenário político nacional em matéria de estratégias de comunicação e informação, numa situação que pode ter reflexos diretos na campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 2014.
A imagem pública da presidente Dilma Rousseff foi desconstruída ao longo de um processo em que a imprensa teve um papel relevante, e que começou já há bastante tempo. Trata-se de um processo onde a construção ou desconstrução da forma como o público vê um político tem mais a ver com percepções do que com evidências. É como no famoso dito de que, em política, as versões são mais importantes do que os fatos.
Dilma hoje está sendo julgada mais pela imagem que a imprensa, a oposição partidária e os desafetos presidenciais no Poder Judiciário construíram em torno da presidente do que pelos feitos de seu governo. Entre a imagem e os feitos há uma considerável diferença – e os eventuais benefícios factuais capazes de ser capitalizados por Dilma estão sendo pulverizados pelos efeitos devastadores do encurralamento comunicacional e informativo.
O governo federal está claramente na defensiva porque a estratégia comunicacional dos adversários de Dilma logrou associar sua gestão à incerteza econômica ao supervalorizar processos como a inflação, queda do PIB, declínio da atividade econômica e redução do superávit na balança comercial. São todos fenômenos muito condicionados pela situação econômica internacional, mas foram apresentados como exclusivamente domésticos para associá-los a uma imagem de má gestão.
A onda de protestos de rua, em junho, confundiu o panorama político e ameaçou tirar Dilma do clinch político-partidário. [Clinch é o jargão usado no boxe para definir uma situação em que um lutador se abraça ao adversário para impedi-lo de continuar atacando.] Ela até que tentou retomar a iniciativa com a proposta de plebiscito, da reforma política, aumento das verbas para a educação e o envio de médicos para o interior. Mas faltou ousadia para romper com o fantasma da governabilidade. Para concretizar a sua estratégia destinada a encampar o clamor das ruas, a presidente tentou ganhar apoio parlamentar – e foi aí que ela se perdeu.
Negociar com políticos e candidatos em véspera de eleições é a forma mais segura de emascular uma proposta política que altere o status quo, especialmente quando se trata de acabar com privilégios e aberrações da atividade parlamentar. Surgiu uma aliança informal entre políticos e magistrados do Supremo Tribunal Federal com o apoio corporativista dos médicos que transformou em fumaça o projeto emergencial do governo.
Para romper o cerco, a presidente tem as redes sociais na internet como provavelmente a única alternativa para desenvolver uma nova estratégia de comunicação política. Mas essa opção exige uma considerável ousadia porque implica meter-se num ambiente informativo com regras e procedimentos bem diferentes dos usados habitualmente pelos altos escalões do governo.
Uma aposta nas redes sociais virtuais permitiria ao governo prescindir da imprensa como mediadora na relação com os cidadãos. Mas para tentar essa estratégia, a presidente teria que abrir mão da busca da tal governabilidade e da barganha de ministérios com partidos políticos. Poderia governar como pediam os participantes dos protestos de rua, em junho. Seria uma jogada de altíssimo risco.
Os desafetos da presidente não têm muita intimidade com o uso dos mecanismos digitais. Deputados federais, senadores, magistrados e até mesmo a imprensa preferem os métodos tradicionais de comunicação, embora eles se distanciem cada vez mais das ferramentas virtuais adotadas pelos jovens que saíram às ruas para exigir um país diferente.
Os riscos da opção estratégica pelas redes sociais são consideráveis. Primeiro, porque o governo teria que conviver com um forte criticismo de um segmento importante da blogosfera. A internet é muito mais transparente que a imprensa convencional e isso faz com que o debate político siga caminhos bem diferentes dos usuais. A convivência com xingamentos e acusações passa a ser uma necessidade porque o objetivo é o conjunto das opiniões e não a de um indivíduo isolado.
Nem pensar em controlar os comentários porque isso seria imediatamente associado à censura, o que anula qualquer eventual efeito positivo da presença online do governo federal. Além disso, uma estratégia online do Planalto exigiria uma profunda reciclagem comunicacional da cúpula do governo, que é tão conservadora em relação à internet quanto a oposição.
A aposta é arriscadíssima, mas a presidente está na posição de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

A velha imprensa acusa, de forma inequívoca, que sente os efeitos da internete e das redes socias na formação de opinião.
Ao longo dos últimos dez anos a estratégia da imprensa em alterar conceitos e percepções não produziu os efeitos desejados no momento do voto.
Uma coisa é criar um clima altamente desfavorável para um candidato, outra coisa é esse candidato  sofrer nas urnas as consequências desse clima.
Existem muita mais coisas entre o  momento do voto e o dia a dia das pessoas que a velha imprensa possa imaginar.
Com o advento das redes sociais esse "mistério" se acentuou ainda mais , fazendo com que o trabalho político da imprensa tenha poucos resultados para o objetivo final.
No mês de agosto deve entrar em votação o marco civil da internete e todos sabem que a velha mídia, desacreditada, move suas peças para limitar a ação das redes sociais.
O governo Dilma, os governos estaduais, os governos municipais, o congresso, o judiciário , os partidos políticos e a velha imprensa disputam corações e mentes apenas na arena que sempre  ocuparam para esses embates, fazendo da disputa algo fragmentado  na opinião da maioria da população, já que não estão inseridos plenamente nas redes socias.
Se o trabalho político partidário da imprensa, ao longo de anos, tivesse sido bem sucedido, apenas a presidenta Dilma e o Partido dos Trabalhadores  teriam uma queda acentuada nas intenções de voto , popularidade e aprovação do governo após os protestos de junho. 
Não foi o que aconteceu.
Todos os partidos políticos e a maioria esmagadora dos políticos tiveram quedas na aprovação e popularidade, independente se de esquerda ou de direita. Não foi para isso que a velha imprensa trabalhou diariamente durante anos.
Tal evidência inclina o leitor atento à conclusão de que a velha imprensa pouco ou em nada contribuiu para a  queda da aprovação do governo federal.
E mais, independente das  quedas na aprovação dos governos e políticos, o atual governo do PT da Presidenta Dilama, vence todos os  demais candidatos na eleição de 14, independente dos cenários possíveis, isso segundo as pesquisas.
Diante das evidências, fica claro que a velha imprensa se debate com os fatos, coloca para o canto da sala o lixo da corrupção escandalosa que não deseja noticiar, produz realidades paralelas ao melhor estilo de ficção científica, produz barulho excessivo e de pouco conteúdo e por fim, mas sem encerrrar o repertório de mancadas, não consegue atingir seus objetivos de emplacar nas eleições candidatos com o seu DNA.
Trabalhando em bloco  para atingir seus objetivos, a velha imprensa, diante das evidências, carrega  uma deformação congênita que a impede de se inserir nos novos tempos, onde o novo emerge com vida , mas o velho ainda insiste em viver na casa grande.
A estratégia de acuar o governo do PT, produzindo um cerco informativo , se revela pouco producente, diante das variantes de produção de informação e conteúdos que o novo viabiliza. Entretanto, pode ser razoavelmente bem sucedida, se o governo federal apenas se situar na arena anacrônica da formação de opinião.
Independente de tudo isso, as pessoas continuam trocando suas informações, cada vez mais e mais, no ingênuo, anárquico, supercial e profundo espaço das redes sociais.
Todo esse debate  sobre o papel, ou papelão, da velha imprensa em produzir notícias falsas e sem evidências, me trouxe a lembrança de Agripino, um proteiro de edifício de um bairro da zona sul da cidade do Rio de janeiro.
Todos os dias, Agripino ocupava seu posto de trabalho na portaria de um pequeno edifício residencial.
Em frente ao seu local de trabalho, no lado oposto da rua, uma grande obra teve início  e levou décadas para ter fim.
Durantes as obras de construção, diariamente pedras, algumas grandes , iam parar por mais de uma vez no meio da rua, criando um risco de serem jogadas para qualquer lugar com a passagem de veículos, inclusive ônibus que circulavam por aquela rua.
Preocupado com a possibilidade de receber uma pedrada, Agripino diariamente retirava as pedras da rua jogando-as na calçada em frente a obra inacabada. As vezes fazia esse ritual três ou quatro vezes por dia. Ocorre que , por inveja de sua dedicação, acabou sendo acusado de estar atirando pedras no terreno em frente ao prédio onde trabalhava.
De fato  era visto diariamente por todos no bairrro, pegando pedras no meio da rua e colocando na calçada de origem das mesmas, mas daí a atirar pedras em alguém existe uma diferença enorme.
Agripino não se intimidou e muito menos ficou na defensiva, continuou retirando as pedras do meio da rua, até que todos da redondeza se conscientizaram de que ele estava com a razão.
A história de Agripino serve bem para o governo Dilma, que não deve ficar na defensiva em relação a velha imprensa que apenas vê agressão em boa ação, fracasso em sucesso.  Muito menos deve se justificar das notícias falsas e deve seguir fazendo aquilo que acredita ser de interesse e bem da maioria.
A redondeza, aqui definida como as redes sociais, saberá  separar o atirar pedras do retirar pedras.