sábado, 20 de julho de 2013

McPapa

McDonald´s será o restaurante oficial da visita do Papa Francisco ao Brasil

Acordo firmado com a organização da Jornada Mundial da Juventude prevê a entrega de um cartão especial com o qual os participantes poderão comprar lanches da rede de fast food
19/07/2013
da Redação
A visita do Papa Francisco ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude terá como restaurante oficial o McDonald´s. A rede de fast food assinou, no final do mês de junho, um acordo de exclusividade com a organização do evento, que acontece no Rio de Janeiro a partir da terça-feira (23) e espera reunir 2 milhões de pessoas.
Os participantes ganharão um cartão especial com o qual poderão comprar lanches no restaurante. O McDonald´s teria, inclusive, desenvolvido até um “combo do peregrino”, composto por um sanduíche mais acompanhamentos.
Não é novidade a parceria do McDonald´s com grandes eventos. Nas Olimpíadas de Londres, em 2012, a rede de fast food e a Coca-Cola tiveram exclusividade na comercialização de alimentos e bebidas. Na ocasião, o McDonald´s construiu o maior restaurante da rede no mundo, com capacidade para 1.500 pessoas sentadas, para receber os turistas.
O McDonald´s é patrocinador oficial dos eventos da FIFA, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, o que lhe garante exclusividade de publicidade e comercialização de alimentos.
Irregularidades
A rede de fast food, no entanto, enfrenta diversas denúncias de irregularidades trabalhistas no Brasil. Recentemente, um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para investigar o McDonald´s por suspeita de submissão de seus funcionários a condições análogas à escravidão. A PF instaurou o inquérito policial, que corre sob segredo de Justiça, após denúncia de não pagamento de salários a uma funcionária durante os oito meses em que ela trabalhou em um dos restaurantes da rede.
Além disso, em março deste ano, a Justiça do Trabalho determinou que a rede de fast food regularize a jornada de trabalho dos 42 mil funcionários das 600 lojas da Arcos Dourados, maior franquia do McDonald´s no país. A decisão atendeu a uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Pernambuco contra a jornada móvel e variável praticada pela rede de fast food. A cláusula contratual estabelecia que os trabalhadores seriam remunerados pela hora trabalhada, sem terem uma jornada diária fixa pré-determinada, ficando à disposição das necessidades da empresa.
A decisão judicial também determinou uma série de adequações trabalhistas. Entre elas, obrigou o McDonald´s a permitir que os funcionários possam levar sua própria alimentação para consumir nas dependências da empresa durante o expediente. Conforme constatado pelo MPT/PE, os trabalhadores só podiam comer os lanches fabricados pela própria rede de fast food e eram proibidos de se ausentarem das lojas da rede nos horários de refeição.

Fonte: BRASIL DE FATO
Não basta a invasão dessas redes em eventos esportivos, o divino também tem fome.
E que fome !
No caminho brasileiro do Papa Francisco, que até o momento emite sinais de aproximação com os pobres, excluídos e escravizados, uma rede de lanchonetes que escraviza seus funcionários, viola direitos trabalhistas e contribui com o que existe de mais nocivo para nutrição humana, tanto em hábitos como em nutrientes.
Tudo se transforma em oportunidade, para poucos, e falta de opções, para muitos.
Um evento esportivo, um show de rock, um evento religioso , um funeral.
O importante é que pessoas estão reunidas., e se assim estão , a exclusividade deve ser garantida, para poucos.
As baianas do acarajé da cidade de Salvador não se curvaram as violentas exigências da FIFA.
Os peregrinos que estarão reunidos para ouvir Francisco, poderão saborear um McPapa.
Em breve, quem sabe nos próximos dias, redes de lanchonete  estarão disputando a exclusividade para fornecer lanches para manifestantes nas ruas.
Tudo em acordo com as emissoras de tv que transmitem as manifestações.
Os coxinhas irão adorar.
Em um mundo decadente e opressor a ganância não tem limites.
Nem Deus escapa.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Hortelã Neoliberal

O novo bibelô da direita
Prévia da inflação para julho é de 0,07%.
Sem a 'hecatombe' do tomate, conservadorismo patina. 
Aécio desidrata.
Marina Silva é o novo bibelô da direita brasileira: a ideia de que ela possa enfrentar Dilma num 2º turno, em 2014, incentiva a badalação da ex-ministra  pelos ideólogos dos livres mercados, cuja intimidade com o 'verde', como se sabe, é densa. 
Candidatura Lula é um projeto, deles, não uma pesquisa consiste em rachar o PT e o palanque do partido em 2014. Para eles é melhor Lula candidato, desgastado pelo 'fracasso' de Dilma, do que os dois juntos, em campanha pelo Brasil.  

Fonte: CARTA MAIOR


Depois de junho o conservadorismo desabou.
Não tem mais espaço para o passado retrógrado, indecente, decadente, obsoleto.
O povo descobriu o Brasil, sem viajar pelas rodovias, sem sair de suas casas, sem assistir aos videos dos programas  do  Amaral Neto.
Na enxurrada das ruas , PSDB e DEM, e outros não menos importantes, foram para as galerias de águas passadas. 
A velha imprensa, orfã de senhores do engenho, tenta encontrar um novo nome que possa ser inflado para disputar com Dilma em 2014.
Com a identidade perdida nas ruas, e também nas águas, a oposição e a velha imprensa procuram , rapidamente, legalizar uma segunda via. 
Talvez uma terceira, ou uma quarta, ou mesmo uma quinta bem verde.
Surge o nome de Marina, com o apoio do capital perfumado, que agrada as elites que desejam varrer do poder a massa cheirosa do povo. 
É a tentativa natural do hortelã neoliberal. 
A velha imprensa, agora verde, certamente destilará falação sobre as vantagens da economia verde . 
Tony Ramos aparecerá em novo comercial de carne bovina, falando sobre o boi ecológico, a carne verde.
Jô Soares adotará o vegetarianismo e comerá florestas inteiras em suas refeições.
Um festival de bobagens e falação se iniciará na velha imprensa para justificar a opção pelo hortelã neoliberal.
Entretanto, o que cresce na população não é um nome de um novo candidato, e sim o grande número de eleitores que desejam votar em branco. 
Nesse novo quadro, que não é verde, azul, nem vermelho permanecem inalteradas as condiçoes para mais uma vitória do campo progressista nas eleições de 2014. 
A insistente e longa campanha pela demonização de políticos e da política, colocada em ptica pela velha imprensa, parece que pouco afetou o voto ideológico, gerando, inclusive, um efeito contrário ao desejado pela velha imprensa.
Segundo as últimas pesquisas, a opção de voto pelo PT lidera com folga gigantesca, em relação ao segundo partido colocado.
Sem inflação no horizonte, sem problemas de desemprego, com o povo querendo mais democracia  pouco restou para as viúvas do retrocesso.
Se o governo do PT der uma guinada de acordo com as reivindicações, não restará nada para a oposição, nem mesmo o aroma de hortelã. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Dona Baratinha e o Samba de Boni

A festa da lumpemburguesia

Por Luciano Martins Costa em 16/07/2013 na edição 755
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 16/7/2013
 
Os três principais jornais de circulação nacional requentam, nesta terça-feira (16/7), o caso dos incidentes ocorridos no final de semana durante a festa de casamento de uma herdeira do maior empresário do setor de transporte público do Rio de Janeiro, Jacob Barata.
Cada um dos diários se concentra em determinado aspecto dos fatos, que começaram com um pequeno número de manifestantes diante da Igreja do Carmo, no centro da cidade, e terminaram em agressões na calçada do hotel Copacabana Palace, onde se desenrolou a festa. Mas apenas O Globo avançou na investigação do papel da família da noiva na crise que tem origem no custo das tarifas de ônibus.
A Folha de S. Paulo se concentra em reproduzir o desastre em que se transformou o sonho de Beatriz Barata, com manifestantes gritando palavras de ordem e convidados atirando comida, objetos e dinheiro da sacada do Copa.
OEstado de S. Paulo reproduz uma fotografia retirada do Facebook, mostrando um primo da noiva lançando sobre os protestadores um aviãozinho feito com uma nota de R$ 20. O jovem Daniel Barata é acusado de ter atirado também o cinzeiro de vidro que feriu na cabeça o manifestante Ruan Nascimento, de 24 anos, morador do Complexo do Alemão.
Os dois jornais paulistas parecem ter descoberto a família Barata apenas por conta do casamento que virou caso de polícia, mas O Globo procura há mais tempo outras informações por trás do matrimônio que uniu Beatriz Barata a Francisco Feitosa Filho. As duas famílias são sócias em negócios que envolvem empresas de ônibus no Rio e em Fortaleza e os repórteres do jornal carioca vêm rastreando desde o dia 17 de maio as atividades pouco transparentes do setor.
Segundo relato do próprio Globo, já foram analisadas mais de 2 mil páginas de documentos obtidos na Prefeitura, na Câmara Municipal do Rio e no Tribunal de Contas do Município. O trabalho está longe de ser concluído, mas os dados preliminares permitem afirmar que o setor de transportes urbanos se desenvolve na obscuridade, com fraudes em licitações, falsificação de documentos, associações ilegais e acobertamento de lucros. O rumo da investigação jornalística permite acreditar que o Movimento Passe Livre tem razão ao afirmar que, sem essas chicanas, o custo das tarifas poderia chegar perto de zero.
Amigos no poder
O trabalho do Globo precisa ser estendido pelo o resto da imprensa, até se comprovar ou desmentir a possibilidade do transporte gratuito, pelos benefícios que pode trazer a ampliação da mobilidade nas grandes cidades brasileiras.
No entanto, há outro aspecto a ser observado no comportamento dos dois grupos sociais que se enfrentaram em torno do Copacabana Palace. Nem é preciso elaborar uma metáfora muito sofisticada para o incidente, uma vez que a colunista Hildegard Angel já relatou em seu blog a percepção mais óbvia dos convidados à festa – que, segundo os jornais, teria custado em torno de R$ 3 milhões: a metáfora evidente era a da queda da Bastilha.
O que se pode observar, paralelamente ao conflito entre os muito ricos que promoviam essa espécie de “baile da Ilha Fiscal” – o evento que marcou o fim da monarquia no Brasil – e a classe de renda média que protesta nas ruas contra o custo dos transportes, é a naturalidade com que os privilegiados que lucram com as carências sociais manifestam seu bem-estar.
Há uma profunda simbologia no gesto do jovem Barata que lançou aviõezinhos de dinheiro e, segundo a polícia, um cinzeiro de vidro, sobre as pessoas que protestavam contra aquela ostentação. Ele simboliza uma categoria de representação social que os estudiosos da sociedade contemporânea têm ignorado.
Trata-se do lúmpem-burguês, “esse produto passivo da putrefação das camadas mais altas da velha sociedade”, numa paráfrase da conhecida acepção marxista. Para ser ainda mais claro, basta citar outra frase, completa e no original, do mesmo autor: “No seu modo de fazer fortuna, como nos seus prazeres, a aristocracia financeira não é mais do que o renascimento do lumpemproletariado nos cumes da sociedade burguesa”.
O que vimos na sacada do Copacabana Palace foi uma expressão típica desse lumpezinado burguês que cresce à sombra da desigualdade social. Assim como os políticos que formam quadrilhas sob siglas partidárias, marqueteiros que compõem esquemas criminosos para financiar campanhas eleitorais, empresários que vivem o paraíso do capitalismo sem risco, avalizado pelo Tesouro, o indivíduo que atira aviõezinhos de dinheiro para achincalhar os cidadãos indignados não tem consciência social.
O lúmpem-burguês faz aviõezinhos com notas de R$ 20 e atira para a multidão, para demonstrar seu desapego ao dinheiro. Dinheiro que vem fácil, facilmente voa da sacada do hotel.
O lúmpem-burguês não é produtivo. Pelo contrário, ele é contraproducente. Como um avatar invertido do lumpezinato proletário, ele não desenvolveu a consciência cívica, mas não foi por falta de oportunidade. Ele escreve cartas de apoio aos editoriais da imprensa tradicional e entulha as redes sociais com seu preconceito de classe e seu reacionarismo, sonhando com a volta da ditadura. Sente-se coberto pela relação com magistrados, ministros, governantes, seus amigos no poder da República.
O lúmpem-burguês é o entulho do Estado corrompido.

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Com o transporte coletivo sendo questionado em todo o Brasil, tanto pelo alto preço das passagens quanto pela péssima qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias, eis que um grande casamento entre familiares dos barões dos transportes coletivos dos estados do Rio de Janeiro e do Ceará acontece na cidade do Rio de Janeiro no último domingo. E não foi um casamento qualquer, foi um evento de pompa com direito a presença até de um ministro do STF, que é bom lembrar que em outras ocasiões emitiu parecer em um processo envolvendo uma da famĺias envolvidas no evento.
A noiva chegou à igreja em um automóvel mercedes, luxuosíssimo, que se apurou depois pertencer a famíĺia da noiva e que ainda tinha vinte multas pendentes e não pagas. Um sucesso.
A recepção aos convidados aconteceu no Copacabana Palace, ao melhor estilo festa do oscar.
O assunto está bombando nas redes sociais e sendo comparado ao último baile da ilha fiscal, também exagerado em opulência e luxo mas que veio a revelar o início da queda do Império dias depois.
Burguesia e amigos influentes se moveram no último domingo sem um mínimo de sensibilidade, demonstrando a distância entre as partes de uma sociedade partida.
Guardando um paralelo com essas relações de poder, dinheiro e burguesia, a escola de samba Beija-Flor , da cidade de Nilópolis, escolheu como enredo para o carnaval de 2014 a figura de um  ex-funcionário da tv globo emissora que detém a exclusividade da transmissão dos desfiles. Enquanto outras escolas trarão como enredo a vida de pessoas de importância  não só nacional como mundial, como Ayrton Senna, Chico Mendes, Zico apenas para citar alguns enredos de escolas para 2014,  a escola de Nilópolis vai homenagear um diretor de operações da tv globo, também conhecido como Boni. Em desfiles passados , alguns funcionários da tv globo compraram o espaço das escolas para que fossem homengeados nos desfiles.
Esse conjunto de comportamentos por parte da burguesia revela não apenas o quão brega e desprevisível  esses grupos são para a sociedade. Entretanto, antes que saiam de cena,devem abrir a caixa preta dos transportes coletivos, pagar as multas de seus  automóveis e pagar os impostos da receita federal.

sábado, 13 de julho de 2013

Sincronicidade

900 mil pessoas sacaram R$ 152 milhões do Bolsa Família, em 12 estados, em 48 horas, num fim de semana.
A Polícia Federal concluiu que foi obra espontânea, sem origem, nem razão. Melhor chamar o Snowden...

O acaso é realmente fantástico.

Ou será que estamos diante de um fenômeno de fractal, cujo padrão foi a conversa em um bar, segundo a tv bandeirantes ?

Ou ainda ,poderia ter sido o movimento de 900 mil pessoas  um exemplo da teoria da sincronicidade ?

A teoria da geração espontânea já produziu gravidez, incêndio e  agora corrida aos bancos para sacar o bolsa família.

Como é fantástico o show da vida !

Planejar, Desenvolver, Checar, Agir

O teste da Globo passou no teste das ruas.


A partir de hoje a Globo virou alvo. E a democratização das comunicações uma pauta das ruas
12/07/2013


Renato Rovai,

De repente uma palavra surge sobre o símbolo da Globo e outra a substitui na sequência.
Mente foi a primeira. Sonega, depois.
De onde surgiu aquilo? Quem mirava o projetor com tamanha criatividade contra a toda poderosa de tantos tempos e governos?
Era uma poderosa rede articulada ou apenas dois garotos criativos?
E a música? Quem era o puxador de samba daquela bateria?
Quem era aquela menina que parodiava a música tema do carnaval global?
E a galera com raiva e rostos cobertos? Quem eram os meninos que se diziam blacks blocks?
Quem era aquela gente nova numa manifestação pela democratização da mídia?
Quem eram eles que se misturavam ao Intervozes, ao Barão de Itararé e ao pessoal do MST e o Levante Popular?
Quem eram eles que estavam ali com o Movimento Passe Livre e da Mídia Livre? Quem eram os ninjas que não eram da Pós TV?
Eles junto com o Lalo, o Sérgio Amadeu, o Miro, o João Brant e o Igor Felippe. Eles, os pichadores sem medo, e as meninas corajosas da primeira fila. Eles e elas que ignoraram a polícia e seus helicópteros.
A marcha de ontem à noite na frente à Globo marcou.
Uma TV inóspita e pouco acessível. Que fica num lugar inóspito e pouco acessível. Numa cidade, convenhamos, bastante inóspita como São Paulo. Mesmo assim éramos ao menos uns 2 mil por lá.
Aliás, daria para comparar a manifestação noturna de ontem na frente da Globo, que não tinha um único figurante, com a dos médicos na Paulista. A deles, segundo o Jornal da Globo do dia, teria 5 mil. Sendo assim, 5 mil para a de ontem também.
Passa bastão
Bastão passado. Havia muitos e muitos jovens putos, putíssimos com a TV dos Marinhos. Gente que quer ocupar a Globo. Que quer ocupar o Congresso. Que quer ocupar o Ministério das Comunicações. Que quer ir até as últimas consequências para mostrar que não aceita mais este jogo nas comunicações. Que quer derrubar o Paulo Bernardo e sua mentalidade lobista.
E tudo indica que isso vai continuar.
A partir de hoje a Globo virou alvo. E a democratização das comunicações uma pauta das ruas.
Que bom que havia muitos jovens e a boa energia do Passe Livre.
E que bom que o MST estava lá.
Há coisas novas acontecendo. E em algum momento isso haveria de acontecer. A Globo se tornaria alvo.
Do que é movimento novo. E do que supostamente é movimento tradicional.
A Globo não poderia passar ao largo de um momento histórico como este que vive o Brasil.
Era preciso um movimento global contra a Globo.
O que aconteceu ontem foi só o começo.
As redes vão amadurecer o que aconteceu nas ruas. E vão articular novas ruas.
Redes e ruas vão criar ainda muitos problemas para quem se achava acima deles, a Globo.

A visibilidade obtida com  os protestos contra a globo e a velha imprensa em geral deve ser direcionada para outras ações.
Sugiro uma ampla campanha para conseguir o número de assinaturas necessárias para o projeto de iniciativa popular  sobre a democratização dos meios de comunicação.
 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Globo Sonega

Leandro: Globo
vive dias de vidraça

E o Bernardo se ajoelha na Veja …
O Conversa Afiada reproduz artigo de Leandro Fortes, do Blog do Miro:

Globo vive dias de vidraça



Por Leandro Fortes, na revista CartaCapital:

O povo não é bobo



Acuadas pela blogosfera, embora protegidas pelas empresas de comunicação coirmãs, as Organizações Globo, quem diria, vivem dias de vidraça

Enquanto ainda alimenta a fantasia das “manifestações pacíficas” que cobriu, covardemente, do alto dos prédios das cidades, com repórteres postados como atiradores de(a) elite, a Rede Globo se vê, finalmente, diante de uma circunstância que não consegue dominar, manipular e, ao que parece, nem mesmo entender. Aliás, que jamais irá entender, porque se tornou uma instituição não apenas descolada da realidade, mas também do tempo em que vive. Ela e a maior parte dos profissionais que nela trabalham, estes que acreditam ter chegado ao topo da profissão de jornalista quando, na verdade, estão, desde muito tempo, vinculados ao que há de mais obsoleto, atrasado e cafona dentro do jornalismo nacional.

O poder da blogosfera progressista e de esquerda, que tanto incomoda, portanto, a conservadores e direitistas (partindo do pressuposto otimista de que há eventual separação entre eles), lançou-se numa organizada empreitada de apuração jornalística que fez a gigante platinada do Jardim Botânico tremer nas bases e, mais de uma vez, colocar pelo menos um dos joelhos no chão.

A partir de um superfuro do jornalista Miguel do Rosário, do site O Cafezinho, estabeleceu-se na blogosfera uma correia de transmissão informal, mas visceralmente interconectada, sobre o megaesquema de sonegação fiscal montado pelas Organizações Globo que resultou, em 2006, numa cobrança superior a 600 milhões de reais — 183 milhões de imposto devido, 157 milhões de juros e 274 milhões de multa. Foi resultado do Processo Administrativo Fiscal de número 18471.000858/2006-97, sob responsabilidade do auditor Alberto Sodré Zile. Como o auditor constatou crime contra a ordem tributária, abriu a Representação Fiscal para Fins Penais sob o número 18471.001126/2006-14.

Na sequência, outros três dos mais ativos blogueiros do País, os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Rodrigo Vianna e Fernando Brito, respectivamente, do Viomundo, O Escrevinhador e do Tijolaço, estabeleceram uma sequência formidável de fatos que deram um corpo sólido à história levantada por O Cafezinho:

1) A multa da Receita, de mais de 600 milhões de reais (1 bilhão de reais, em valores atualizados), de 2006, é referente a sonegação fiscal praticada na compra, pela TV Globo, dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Envolve, ainda, ligações com dois criminosos internacionalmente conhecidos: João Havelange, ex-presidente da FIFA, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

2) Em 2007, uma funcionária da Receita Federal, Cristina Maris Meinick Ribeiro, foi denunciada pelo Ministério Público Federal por ter dado sumiço no processo contra a Globopar, controladora das Organizações Globo, por sonegação fiscal.

3) Como não poderia deixar de ser nesses casos, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, deu sua contribuição às trevas: foi ele que relatou o habeas corpus que soltou a funcionária da Receita, depois da ação de CINCO advogados junto ao STF.

Sempre tão poderosa e segura de seus privilégios, as Organizações Globo entraram nessa briga mais ou menos como Anderson Silva diante de Chris Weidman, no octógono de Las Vegas. Acharam que estavam diante de adversários menores e insignificantes, mas, como se sabe, a soberba é o sentimento imediatamente anterior à queda.

Em apenas três semanas de contínua e criteriosa apuração da blogosfera, a Globo se perdeu em versões sem sentido e recuos de informação, admitiu a culpa da sonegação e justificou-se com um pagamento alegado, mas nunca provado. Teve, pela primeira vez desde que foi criada no ventre da ditadura militar, que se pronunciar publicamente sobre uma denúncia contra si, desgostosa de que isso tenha acontecido fora de seu espectro de dominação, a velha e reacionária mídia nacional, da qual é líder e paradigma. A poderosa vênus platinada teve que responder, primeiro, ao O Cafezinho, de Miguel do Rosário, e depois às redes sociais, ao País, enfim.

Soubemos, assim, que as Organizações Globo, que vivem de concessões públicas e verbas oficiais, ao serem confrontadas com a informação sobre o roubo do processo pela funcionária da Receita Federal, divulgaram uma nota dizendo terem tido uma “grande surpresa” ao saberem da ação criminosa perpetrada por Cristina Maris Meinick Ribeiro.

Então, está combinado assim:

1) Cristina, funcionária de carreira da Receita, enlouqueceu em uma manhã de 2006 e, do nada, apenas movida pela índole de anjo e pela vontade de ajudar a pobre Rede Globo, decidiu por conta própria roubar e desaparecer com o processo de sonegação fiscal de 600 milhões de reais da família Marinho. Depois, conseguiu pagar, sozinha, cinco advogados para arranjar um habeas corpus com o inefável Gilmar Mendes;

2) Em seguida, o Ministério Público Federal, então comandado pelo procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, denunciou Cristina Ribeiro pelo sumiço da papelada, que resultou na condenação da referida servidora a 4 anos e 11 meses de cadeia, segundo sentença da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Isso em 2007, tudo na surdina, sem que um único procurador da República tenha se preocupado a vazar um fato grave desse para a imprensa ou, no limite, para jornalistas com atuação independente na blogosfera. Nada comparável à fúria e à disposição do mesmo Antonio Fernando ao dar publicidade à denúncia do “mensalão”, notícia, desde então, incorporada à grade de programação da Globo como um coringa usado tanto em época de eleição como nos espasmos de epilepsia antipetista, aliás, recorrentes na emissora.

Talvez, de tanto viver na dimensão onírica de suas telenovelas, ou na falsa percepção que alguns dos seus sorridentes jornalistas têm do mundo real, a Rede Globo ache, de fato, que é possível fazer o contribuinte acreditar de que ela nada tem a ver com o roubo do processo da Receita Federal. Afinal, somos todos uma nação de idiotas plugados no Caldeirão do Huck, certos de que, ao morrermos, teremos nossas almas levadas ao céu pela nave espacial da Xuxa.

Ou seja, os de lá não aprenderam nada com o debate Lula x Collor, em 1989, nem com a bolinha de papel de José Serra, em 2010, duas farsas desmascaradas, cada qual a seu tempo, pela História. Não perceberam que a internet acabou com a era das fraudes de comunicação no Brasil e no mundo.

Apostam as últimas fichas na manada que reuniram em cinco décadas de monopólio de um império movido a entretenimento e alienação. Mas esse gado que foi alegremente tangido por vinhetas e macacas de auditório ganhou, com o fenômeno da rede mundial de computadores, novas porteiras e, com elas, uma perspectiva real de liberdade.

O silêncio envergonhado e vergonhoso dos tristonhos oligopólios de mídia brasileiros sobre uma notícia tão grave é, antes de tudo, revelador das nossas necessidades.

Fico imaginando qual seria a capa dos jornalões e das revistas coirmãs se fosse Lula a dever mil réis de mel coado à Receita Federal. E se descobrissem, no curso da apuração, que um militante aloprado havia lhe feito o favor de roubar o processo judicial a respeito. As massas seriam, no mínimo, conclamadas a linchar o ex-presidente e pedir as Forças Armadas nas ruas.

Por essa razão, enquanto o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, se dispõe a ir às páginas amarelas da Veja se colocar – e ao governo do PT – de joelhos perante quadrilhas ligadas a bicheiros e a esquemas de sonegação fiscal, a ação periférica da blogosfera rouba o protagonismo que antes era dessa autointitulada “grande imprensa”.

E, para tal, faz apenas o que tem que ser feito: jornalismo.



E então, caro leitor ?
O que achou ?
Saiba que ontem, dia nacional de lutas,  2000 ( duas mil) pessoas se manifestaram na frente da tv globo em São Paulo  pela democratização dos meios de comunicação.
Certamente o caro leitor não viu nada disso na velha imprensa.
Talvez tenha visto o patético Luciano Huck sendo carregado no colo depois de mais uma queda. 
Haja vidraça !!! 

Ecos dos Protestos - XV

E ontem, 11 de julho de 2013, foi o dia nacional de lutas.
E  depois, o que virá ?
No país do carnaval, dos grandes desfiles das escolas de samba, o terceiro contingente de manifestantes saiu às ruas.
O caro leitor deve estar se perguntando sobre os dois primeiros.
Então , vamos lá.

O primeiro grupo de manifestantes protesta diariamente.
Todos os dias, em todos os anos, ao longo de anos, décadas e séculos eles saem às ruas, discretamente, em carros com motoristas, ou de helicópetros, em jatinhos próprios, ou mesmo em aviões de carreira, no conteúdo do noticiário da velha imprensa, para protestar e pressionar os poderes da república de maneira que seus interesses sejam plenamente atendidos. 
Uma pressão elegante, chique, em salões luxuosos, onde trocas e favores deixam cada vez mais robustas as contas bancárias de ambos os lados.
Uma passeata, ou melhor um cortejo, ou melhor ainda um desfile de pessoas com trajes caríssimos, cortes de grife, rostos rejuvenecidos, podem ser vistos diariamente nos palácios dos governos municipais, estaduais e federal, nos parlamentos, em gabinetes diante da imagem de equilíbrio que a balança sugere, em discretas mesas de discretos resturantes, nas ruas e avenidas que o poder oferece para poucos.
São empresários, grandes empresários, lobistas, trapaceiros, gângesters, contraventores, profissionais na arte do protesto e da pressão que tem nas esferas de poder seus representantes eleitos ou não pelo povo, para o povo e com o povo.
Sempre em nome do povo seus representantes se apresentam diante da opinião pública.
Esse protesto, ou pressão, é poderoso, pois define na maioria das vezes os rumos do país, da economia, claro, sempre em nome das supostas necessidades do povo, esse ente tão carente e necessitado de ajuda diária.
Esses manifestantes são os endinheirados da sociedade, bajulados por políticos e togados sem escrúpulos e decência, adorados pela velha imprensa, figuras carimbadas das colunas sociais e fonte de inspiração de artistas decadentes, intelectuais rejeitados, e de uma parcela da classe média alta que defeca em banheiros de altíssimo luxo ao som de músicas de Ivete Sangalo ou Cláudia Leite. 
Seus protestos e manifestações não são televisionados e sequer chegam ao conhecimento da imensa maioria do povo. 

O segundo grupo de manifestantes esteve nas ruas do país recentemente, mais precisamente no mês de junho próximo passado.
É uma parcela da classe média, bem nutrida, com instrução superior, mas totalmente alienada em questões que se referem a política, economia e poder.
Raramente saem às ruas para protestar, manifestar e reivindicar.
Costumam seguir os ditames da moda em curso, em todas as suas dimensões, o que talvez ajude a explicar sua movimentação pelas ruas nesses últimos dias, já que manifestações de rua tornaram-se um fenômeno mundial.
Em sua maioria são conservadores em todas as dimensões da vida social.
Consumidores de uma cultura pop, onde predominam a imprensa e as emissoras de tv como fonte de informação e conhecimento.
Essa parcela da classe média vive  em constante conflito de existência, pois se comporta e se apresenta como se estivesse nos ceús em jatos pŕoprios e, ao mesmo tempo, rejeita suas origens e suas raízes. Ao que deseja ser e ao que não deseja lembrar, ela vive não sendo, e assim sendo, sempre é conduzida pelos interesses do primeiro grupo, já que não se considera povo.
Em sua última aparição nas ruas trouxe elementos de um fascismo líquido, que em outras épocas sempre se fez presente em seu ideário. Isso se deve em grande parte aos seus principais mentores, no caso a velha imprensa e as emissoras de tv, que foram os responsáveis diretos pela convocação às ruas desse segmento da sociedade.Com uma agenda abstrata contra a corrupção  , uma negação a política ( sem saber que nas ruas estavam fazendo política), violência contra opiniões contrárias as suas, e um nacionalismo desforme e tosco que lhes foi colado por conta de um evento que envolvia a seleção brasileira de futebol, acabaram por produzir um sentimento de mudanças que, em tese e a princípio, jamais interessou aos seus mentores e principais incentivadores de sua ida às ruas.
Como era de esperar foram continuam sendo notícia positiva na velha imprensa e nas emissoras de tv.


O terceiro grupo esteve ontem nas ruas.
É a classe da sociedade organizada em sindicatos , movimentos sociais e partidos políticos, a classe trabalhadora que luta para pelo menos impedir que o pouco que restou dos direitos trabalhistas, por conta da revolução neoliberal e da globalização que varreu o mundo do trabalho nos últimos 20 anos,  não seja dizimado pela fúria do primeiro grupo.
Não é classe média, alta, baixa, mas sim a classe trabalhadora que sempre estará na luta enquanto existirem opressores e oprimidos.
É a parcela da sociedade mais politizada, ligada a partidos políticos fortes que trouxe uma pauta de reinvidicações progressista e de avanços nas relações capital-trabalho.
Diferente do segundo grupo, podendo inclusive fazer parte dele enquanto classe média, entende que as decisões passam necessariamente pela política ( assim como entende o primeiro grupo) e somente através da luta incessante se pode conseguir os resultados desejados e, seu campo de visibilidade sempre foram as ruas das cidades.
Naturalmente são rejeitados pelo primeiro grupo e não dispõem de emissoras de tv para convocar suas manifestações, ao contrário, suas manifestações são sempre boicotadas pela velha imprensa e pelas emissoras de tv privadas, como  ocorreu ontem nos principais programas de tv e nos noticiários, ao ponto de um apreentador da tv record ( que comanda um relaity show para audiência do segundo grupo) dizer, ao vivo, em uma chamada sobre as manifestações que a manifestação do povo é aquela sem partidos políticos, em uma clara negação da política e dos partidos enquanto organizações aglutinadores dos interesses do povo.



O que se aguarda, ou se deseja, é a manifestação do quarto grupo.
Não se sabe se virá às ruas, ou melhor, se  algum dia sairá das ruas. 
São aquelas pessoas que saíram da miséria extrema nos últimos dez anos por contas das políticas de governo e , como isso, passaram , pelo menos , a poder se alimentar. Muitos são moradores de rua, sem teto, sem terra, vendedores ambulantes, prestadores de serviços em domicílios ( domésticas, encanadores, eletricistas, etc..) costureiras, moradores de favelas , moradores da periferia das grandes cidades, pessoas que fazem bicos para viver, subempregados escravizados sem quaisquer direitos trabalhistas, donos de mirco negócios em regiões carentes, índios, pobres, pessoas não sindicalizadas, raramente organizados em movimentos sociais que não tem mídia para organizar seus movimentos, e até mesmo para dar visibilidade a sua existência. Para o primeiro grupo essas pessoas não existem, já o segundo grupo os explora e escraviza enquanto necessita e o terceiro grupo tenta organizá-los.
Esse grupo, os excluídos, representa o povo, o verdadeiro povo que vive encurralado nas periferias, pendurado em barracos em favelas, dormindo nos pontos de ônibus  que se deseja o passe livre, espremido nos vagões de trens, a espera de um médico que vá ao trabalho em um hospital público em centro urbano ( o mesmo médico que não deseja que o governo traga médicos para áres remotas e carentes do país)e esperando que vida melhore pelas antenas de tv. 
Esse, o povo , ainda não se manifestou e pouco se sabe se algum dia sairá às ruas, ou das ruas.

E então, caro leitor, o que se  pode concluir diante das evidências acima ?
Pode-se afirmar, com certeza, que não existem sociedades homogêneas. As sociedades são complexas, divididas em partes, grupos, classes. Assim sendo são todas partidas e
seus diferentes grupos se organizam em partidos políticos que representam partes da sociedade.
Em uma democracia deve-se garantir a liberdade de expressão de todos os grupos, inclusive de grupos que sejam  contrários  a democracia  desde que se manifestem nos limites da ordem e do direito do outro e respeitem as regras do jogo democrático .
Isto posto uma parte da sociedade democrática não pode querer tirar a força um governo legítimo e eleito pela maioria dentro das regras estabelecidas para o jogo democrático.
Garante-se a liberdade de expressão para todos  mas também garante-se as regras do jogo.
O momento atual apresenta novas formas e espaço de se fazer política.
As redes sociais, através de seus membros, quando discutem e organizam ações de protestos não fazem nada de diferente, no que diz respeito ao conteúdo,  do que fazem os membros de partidos políticos ou de movimentos sociais reunidos em assembleia em algum local específico. Entretanto, pela característica  aglutinadora das redes sociais sem a necessidade de locomoção física dos usuários e também pelo fato da maioria  dos partidos políticos ( não só do Brasil mas em todo o mundo) estarem ainda defasados em relação as tecnologias da informação e a maximização de seu uso,  muitos usuários das redes sociais acreditam , erroneamente, que estão a fazer política independente e que não necessitam de partidos políticos. Cabe ainda lembrar, que as decisões tomadas por esses grupos "independentes" certamente se encaixam em alguma parte da sociedade e, assim sendo, se inserem em um conteúdo programático de um partido político, ,mesmo que eles não sejam os mediadores das discussões e até mesmo que não façam parte dos debates. Isto posto, pode-se vislumbrar um futuro próximo em que os partidos políticos serão extremamente atuantes nas redes sociais como foruns de encontro e debates de temas de interesse da sociedade. Isso se aplica para os partidos existentes e para partidos ainda por existir. É um caminho sem volta e em um regime democrático as partes tem o seus espaço.
Por outro lado, se verifica que uma parte da sociedade reproduz um discurso de negação da política e dos partidos políticos, mesmo que em época de eleições vote em candidatos de determinados partidos políticos.

Tal discurso pode ser atribuido , a luz das evidências, a pelo menos duas características:

a primeira diz respeito a própria virtualidade da rede que quando coloca frente a frente o discurso virtual com a ação pode produzir um choque de realidade nas pessoas revelando a distância entre o onírico e o real, a ilusão e o concreto. Um bom exemplo desse delírio onírico foi ver inúmeros manifestantes, nas ruas protestando, fazendo política em uma parte da sociedade, e ao mesmo tempo negando a política e os partidos políticos,
a segunda diz respeito a partes das sociedade que são contrárias a democracia e defendem regimes ditatorias e totalitários. Como escrevi acima não vejo nada de errado que esses grupos defendam suas teses, porém isso tem sido feito de forma dissimulada por um segmento que tem o dever de informar e esclarecer a sociedade. O caro leitor já percebeu que me refiro a velha imprensa e seu aparato midiático. Tem sido constante, ao longo de anos ,nos principais jornais, revistas, emissoras de rádio e de tv, uma campanha de negação da política e dos partidos políticos. Veículos como globo, veja, folha de SP, estado de SP, bandeirantes e outros atacam diariamente a política e os partidos políticos. Ora, quem deseja uma sociedade sem partidos políticos, deseja o totalitarismo, a ditadura, pois parte do princípio de que somente uma visão da realidade, a sua, é correta e deve prevalecer sobre as demais. Isso sempre se dá através da força. Não é de se estranhar que um grupo chamado black bloc, de pessoas de classe média alta, atue constantemente nos protestos de rua com extrema violência e práticas de terrorismo urbano, como constatou a inteligência da Polícia Militar aqui do Rio de Janeiro ao apreender material do grupo que inclui , inclusive, manuais de guerrilha e fabricação de armas de fogo.
Hoje, sábado, 13, 07, 2013, o jornal o globo, em primeira página, traça um parelelo entre a revolução francesa e os protestos aqui no Brasil. Chega a ser absurdo, pois as realidades vividas pelos povos não tem nada em comum. Para estabelecer um paralelo , globo apela para uma crise de representatividade na política e nos políticos como o traço comum entre os dois eventos "revolucionários". A crise de representatividade na política que existe no Brasil não pode ser comparada à crise que originou a revolução francesa, ao fazê-lo globo manipula atrvés de uma fraude intelectual A crise nos partidos políticos não é uma característica do Brasil, e sim mundial como pôde ser visto nas manifestações pelo mundo e, qualquer análise que se faça, não passa pela revolução francesa, mas sim por uma mudança de paradigma proporcionada pelas tecnologias de informação no fazer política ,na organização de grupos de interesse, na produção de divulgação de conteúdos informativos, no fazer jornalístico, na produção e divulgação cultural, na miscigenação das trocas culturais, dentres outros aspectos não menos relevantes. Diante dessa realidade, o que se vê em crise de representatividade também é a velha imprensa, não só no Brasil mas em todo o mundo, pois sequer sabe analisar os fenômenos em curso e ainda se posiciona em um papel de mediação que não mais existe.
Seja por aqui ou em outras partes do planeta, as pessoas não se enxergam através dos velhos veículos de mídia, fazendo destes algo totalmente irrelevante o que em parte, e em tese, explica o desaparecimento constante de muitos ao longo dos últimos anos.
Isto posto, e independente do que se pense sobre o até aqui exposto, a parte da sociedade brasileira que não deseja a democracia e vai às ruas em violência , assim o faz , em grande parte de seus membros, pelo trabalho de conscientização feito pelos velhos veículos de imprensa e de mídia ao longo dos últimos anos. Tudo isso desemboca em uma rejeição crescente na sociedade aos veículos da velha imprensa, não pelo que fazem, mas sim pelo oligopólio  que esmaga outras mídias e impede a criação de uma marco democrático parta as comunicações no Brasil.
Assim, a não regulamentação das mídias no Brasil, se caracteriza pela principal e preocupante deformação de nossa democracia, seja pela ausência de diversidade e pluralidade de mídias, seja pela agenda totalitária dos meios de comunicação dominantes na sociedade
Quanto aos partidos políticos, espero que saiam do sono profundo e acordem para a nova realidade que emerge.