sexta-feira, 31 de maio de 2013

Lai de Mídia Democrática

Conspiração e Sabotagens contra a Pátria

CONSPIRAÇÃO CONTRA A PÁTRIA

O Jornal do Brasil mantém a confiança na chefia do estado Democrático

 fonte : Jornal do Brasil


A União Europeia desmantela-se: o fim do estado de bem-estar, o corte nos orçamentos sociais, a desconfiança entre os países associados, a indignação dos cidadãos e a incapacidade dos governantes em controlar politicamente a crise, que tem a sua expressão maior no desemprego e na pauperização de povos. Se não forem adotadas medidas corajosas contra os grandes bancos, podemos esperar o caos planetário, que a irresponsabilidade arquiteta.
A China, exposta como modelo de crescimento, é o caso mais desolador de crescente desigualdade social no mundo, com a ostentação de seus bilionários em uma região industrializada e centenas de milhões de pessoas na miséria no resto do país. Isso sem falar nas condições semiescravas de seus trabalhadores – já denunciadas como sendo inerentes ao “Sistema Asiático de Produção”. Os Estados Unidos, pátria do capitalismo liberal e neoliberal, foram obrigados a intervir pesadamente no mercado financeiro a fim de salvar e reestruturar bancos e agências de seguro, além de evitar a falência da General Motors.
Neste mundo sombrio, o Brasil se destaca com sua política social. Está eliminando, passo a passo , a pobreza absoluta, ampliando a formação universitária de jovens de origem modesta, abrindo novas fronteiras agrícolas e obtendo os menores níveis de desemprego de sua história.
Não obstante esses êxitos nacionais, o governo está sob ataque histérico dos grandes meios político-financeiros. Na falta de motivo, o pretexto agora é a inflação. Ora, todas as fontes demonstram que a inflação do governo anterior a Lula foi muito maior que nos últimos 10 anos.
O Jornal do Brasil, fiel a sua tradição secular, mantém a confiança na chefia do Estado Democrático e denúncia, como de lesa-pátria, porque sabota a economia, a campanha orquestrada contra o Governo – que lembra outros momentos de nossa história, alguns deles com desfecho trágico e o sofrimento de toda a nação.


Extermínio de ornitorrincos no Brasil

Fonte: CARTA MAIOR

As coisas funcionam assim:

Um domingo a Veja denuncia que o governo teria pronto um plano para eliminar todos os ornitorrincos do território nacional.

À noite, o Fantástico, com uma reportagem cheia de detalhes, dando a impressão que já a tinha preparada, rogando aos espectadores para que façam algo para parar o extermínio. E, enquanto soa uma música dramática de fundo, diz que não façam por cada um de nós, mas pelos ornitorrincos.

No dia seguinte, a Folha intitula: "Feroz investida do governo contra os ornitorrincos". "Ameaça de extinção"

Na terça, o Jô coloca a pergunta: Vão desaparecer os ornitorrincos? Como os brasileiros não reagem frente à extinção dos ornitorrincos?

Miriam Porcão fala da escassez dos ornitorrincos, com seus reflexos na inflação e na pressão para novo aumento da taxa de juros.

FHC escreve sobre a indiferença do Lula e a incompetência gerencial do governo para proteger a vida de um animal que marcou tão profundamente a identidade nacional como o ornitorrinco.

Aécio diz que está disposto a por em prática um choque de gestão, similar ao que realizou em Minas, onde a reprodução dos ornitorrincos está assegurada.

Marina diz que a ameaça de extinção dos ornitorrincos é parte essencial do plano do governo da Dilma de extinção do meio ambiente. Que assim que terminar de conseguir as assinaturas para ser candidata, vai apelar a organismos internacionais a que intervenham no Brasil para evitar a extinção dos ornitorrincos.

Marcelo Freixo denuncia que são milícias pagas pelo governo os que estão executando, fria e sistematicamente, os ornitorrincos.

Em editorial, o Estadão afirma que o extermínio dos ornitorrincos faz parte do plano de extinção da imprensa livre no Brasil e que convocará reunião extraordinária da SIP para discutir o tema.

Um repórter do Jornal Nacional aborda o ministro da Agricultura, perguntando os motivos pelos quais o governo decidiu terminar com os ornitorrincos, ao que o ministro, depois de olhar o microfone, para saber se é do CQC, respondeu: Mas se aqui não há ornitorrincos! O repórter comenta para a câmera: No governo não querem admitir a existência do plano de extermínio dos ornitorrincos, que já está sendo posto em prática.

Começam a circular mensagens na internet, que dizem: "Hoje todos somos ornitorrincos" e "Se tocam em um ornitorrinco, tocam a todos nós".

Heloisa Helena declara que os ornitorrincos são só o princípio e que o governo não tem limites na sua atuação criminosa, os coalas e os ursos pandas que se cuidem.

Uma ONG com sede em Washington lança uma campanha com o lema: "Fjght against Brazilian dictatorship!! Save the ornitorrincs!!"

O Globo, Folha e o Estadão com a mesma manchete: Sugestivo silêncio da presidente confirma culpabilidade.

Colunista do UOL diz que, de fonte segura, lhe disseram que o governo, diante da péssima repercussão do seu plano de exterminar os ornitorrincos, decidiu retroceder.

Todos os jornais editorializam, no final da semana, que os ornitorrincos do Brasil estão salvos, graças à heroica campanha da imprensa livre.

(Este artigo é a simples tradução e adaptação dos nomes para personagens locais, de um texto que corre nas redes da Argentina. As coisas funcionam assim lá e aqui)


A opinião do JORNAL DO BRASIL é um fato marcante.

Coloca em cena toda uma discussão que já acontece  por anos nos sites e blogues de esquerda, que diariamente veem denunciando  a engrenagem  da oposição e da veha mídia, para desestabilizar o país e , se possível, derrubar o governo Dilma.

Com a proximidade das eleições de 14, mesmo que distantes para a maioria da população, a velha imprensa acelera o discurso de caos com uma clara intenção de impedir mais uma eleição dos governos vitoriosos do PT.

Desinformando os fatos sobre a realidade mundial imersa em uma crise sem precedência na história e, ainda,  omitindo a estratégia bem sucedida dos governos populares e democráticos do PT em meio a crise, a velha imprensa e a oposição jogam suas fichas e as migalhas de detrito  que sobraram de suas credibilidades para sedimentar na opinião pública  conceitos errôneos, equivocados  e inexistentes sobre a situação do país.

O JORNAL DO BRASIL que no passado já prestou relevantes serviços em nome da ordem democrática, como no caso da tentativa de golpe dos militares e da rede globo contra a eleição de Leonel Brizola para Governador do Estado do Rio de Janeiro em 1982, descola-se da estratégia de sabotagem em curso, e , mesmo inserido em um contexto conservador, lança um grito de alerta.

Diariamente a velha imprensa, em ordem unida, produz manchetes, notícias e análises, que apresentam o país e o governo Dilma como inoperantes e fracos, quando , na realidade, o pais consegue ser um dos poucos no mundo a resistir a crise e ser bem sucedido em suas polítcas em curso.

Em CARTA MAIOR, o texto de Emir Sader, apresenta a farsa da imprensa e a maneira como a velha mídia produz  e dissemina informações falsas, como provavelmente aconteceu com os boatos do Bolsa Família.

O governo federal, pode   e deve se utilizar dos meios de comunicação, de preferência em horário nobre, para esclarecer a população sobre a realidade bem sucedida do país e desmascarar as mentiras da imprensa.

Na internete, esse exercício é diário nos sites e blogues democráticos e certamente irá se intensificar com a proximidade das eleições como trincheira de informação fidedigna e de qualidade.

Que o JORNAL DO BRASIL resgate sua história e se coloque ao lado da ordem democrática.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Passado, Presente e Futuro

O QUE SERÁ DA IMPRENSA

Quem sobrevive ao futuro

Por Luciano Martins Costa em 29/05/2013 na edição 748
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 29/5/2013
Uma nota publicada pela Folha de S.Paulo na edição de quarta-feira (29/5) informa que a venda de computadores pessoais deve diminuir 7,8% neste ano em todo o mundo, uma queda maior do que a esperada pela empresa de pesquisas IDC, que acompanha o desenvolvimento da tecnologia digital. No texto original, distribuído na véspera, a empresa registra que os computadores de mesa e mesmo os portáteis tipo laptop estão sendo substituídos muito rapidamente pelos tablets, cujas vendas devem crescer 58,7% em relação ao ano passado, chegando a 229,3 milhões de novas unidades até o final de 2013.
Os dados apontam a consolidação de um novo paradigma no setor de informações e comunicação, com a predominância de equipamentos com múltiplas funções e completo acesso à internet em qualquer lugar e em pleno movimento. A novidade é a aceleração desse processo, que indica a preferência por aparelhos com telas de até 8 polegadas, cerca de 20 centímetros, que devem dominar o mercado até 2017. Um dos principais estímulos a essa tendência é a adoção de tablets na educação, que impulsiona a multiplicação dos aparelhos em larga escala e pressiona os preços para baixo.
É aqui que a questão tecnológica se cruza com a observação da imprensa. O ponto central é: como a imprensa tradicional vê as mudanças tecnológicas e as rupturas provocadas por elas no ambiente social. Para resumir a ópera, o que se pode afirmar é que as empresas tradicionais de mídia sempre trataram essas tecnologias como risco, não como oportunidade.
No Brasil, com exceção do Grupo Folha, que edita a Folha de S.Paulo, todas as demais organizações relutam a admitir que, em algum momento, aquilo que chamamos de jornal possa vir a desaparecer. Embora os números não sejam públicos, sabe-se que o complexo de serviços digitais chamado UOL jáse consolidou como a cabeça do grupo empresarial, e a Folha de S. Paulo sobrevive como uma marca de transição.
Para os brasileiros que se alfabetizaram nos anos 1990, chamados de nativos digitais, a Folha é uma referência do passado, assim como outras denominações da mídia física, como os jornais o Estado de S.Paulo, o Globo, e revistas como Veja e Época. Mesmo o presidente do conselho de administração do Grupo Abril, Roberto Civita, recentemente falecido, se dizia conformado com a ideia do fim da versão impressa de Veja.
A ilusão do controle
No entanto, aceitação não significa adequação, e a atitude predominante entre os controladores da mídia tradicional tem sido apenas de observar e aceitar ou não o desenvolvimento da tecnologia que, essencialmente, coloca em xeque o conceito clássico de mídia e mediação.
O artigo publicado na quarta-feira por Rodrigo Mesquita, na seção de opinião do Estado de S.Paulo, tem exatamente esse sentido: o de afirmar que redes sociais sempre existiram e que o mundo sempre irá precisar de quem organize as informações para o cidadão. A ideia central de seu artigo é que o antigo papel do mediador muda de nome: agora o jornalista será o “curador” que irá monitorar os fatos do mundo contemporâneo, “mais fragmentado, complexo e rico”, dando-lhes contexto e perspectiva. Ao afirmar que “nada mudou” nessa relação, o autor apenas repete o mantra mágico que tem reduzido as chances de sobrevivência do jornal.
No mundo real, as redes sociais que têm como suporte a tecnologia digital são muito diferentes do sistema de comunidades em que a indústria da imprensa construiu seu papel histórico. Os princípios organizadores da cultura nesse novo contexto se caracterizam, entre outros elementos, por uma relação de reciprocidade entre as partes e o todo, o que torna problemática a presença de uma autoridade mediadora. Mesmo o conceito de cultura, antes uma “cultura de elite”, se dilui e se configura como movimento e dinâmica de trocas sociais.
O autor do artigo publicado no Estado tem suas razões, sonha com a hipótese de que o jornal seja como “a Ágora da pólis” no mundo contemporâneo, e está defendendo seu patrimônio. Por outro lado, a observação crítica da imprensa não significa uma torcida pelo desaparecimento da mídia, mas um exercício de reflexão independente que ajude a entender essa transição para uma realidade ainda mal compreendida.
A questão central é: como os pensadores da mídia tradicional encaram o futuro. A diferença básica entre os formuladores da visão de um mundo futuro, como o visionário empreendedor Steve Jobs, criador da Apple, e os gestores da mídia tradicional, é que estes tentam adivinhar o futuro e aqueles, como Jobs, tratam de construí-lo.
Há uma diferença crucial entre a perspectiva das mudanças e uma atitude prospectiva, que interfere nas mudanças. Abandonar a ilusão do controle sobre a crescente autonomia dos indivíduos seria um bom começo. Ainda que tardio.


Nas lembranças da velha e ultrapassada mídia o presente se transforma em um problema.

O futuro passa a ser assustador, e deve ser contido.
 
Na excelente análise de Luciano, que se encontra anos -luz a frente de seu homônimo da velha e ultrapassada globo, vários temas são abordados na questão presente e futuro:

a cultura, a imprensa, as mídias, as artes, o entretenimento, dentre outros que necessariamente formam uma teia interdependente da realidade atual ,e como tal, não podem ser entendidos em separado.

Como bem descreveu o autor, essa realidade atual sempre que apresentada pela velha mídia aparece como algo  que nada tem de novo, transformador.
 .
Para os tink thanks da direita encastelada no passado a televisão é o ponto central do entretenimento, o pannis circense para um público adorador de uma arte superficial, descartável, onde a reflexão do espectador consiste em sorrisos quase sempre atrapalhados pelas formas caóticas dos grãos de milho, pós aquecimento ,que entopem suas bocas.

No artigo do jornal o estado de SP , citado pelo autor, a afirmação de que as redes socias sempre existiram  é verdadeira.

O diferencial,como sempre, está na qualidade , no passado , no presente, na televisão e nos tablets, na revista O Cruzeiro e na revista Fórum, em Tom Jobim e em Amado Batista, no mimeógrafo e na internete, na farinha de mandioca e no sanduiche amorfo, no mediador de opinião e na opinião livre compartilhada, etc...

O que a velha imprensa não consegue entender, ou omite em suas superciais reflexões, é que o presente não necessariamente é uma eliminação total do passado , ou mesmo sua manutenção.

Já o futuro será sempre o próximo passo, somente para aqueles que ousam caminhar.

Na visão estagnada  do caminhar da velha imprensa, o presente é aquilo que atende aos interesses mais retrógrados do passado mesmo que em uma embalagem atual, mas em  constante rejeição as novas formas de arte, cultura, entretenimento e até mesmo , do conhecimento científico.

Isso é um comportamento histórico do conservadorismo , local onde sempre se situaram os grandes meios de comunicação.

No momento atual, mais precisamente nos últimos 25 anos, assistimos, participamos e construimos uma nova modalidade de redes sociais, onde a internete tem um papel central na disseminação de informações, das artes, no entretenimento, na cultura.

No campo da imprensa a internete substitui o velho jornal impresso por um nova estética digital e, ainda modifica o conceito de notícia, pois a função de mediador fica diluída nas redes sociais ativas em tempo real.

Ativas e em tempo real, assim são as redes sociais do presente e do futuro, bem diferentes daquelas do passado que necessitavam de um mediador para organizar as informações.

A notícia e a  informação passam a ser aquilo que a maioria compartilha, deseja, independente de mediadores que cada vez mais são vistos com ressalvas e mesmo  rejeitados totalmente.

O suposto  novo papel de curador de notícias,em substituição ao mediador,  como sugere o artigo do estado de SP, já existe nas redes sociais, não por profissioanais da imprensa mas pela própria dinâmica das redes e de suas formas de manifestação.

Há um descolamento natural, por parte dos usuários da internete, da figura dos antigos e ultrapassados mediadores.

A participação ativa, em todas as esferas da vida social, está presente em todas as manifestações dos povos.

Vivemos em uma sociedade em rede ainda dominada por estruturas hierárquicas ultrapassadas que fazem de tudo um tudo para não alterar o satatus quo.

O novo consumidor da teia ( informação, notícia, arte, entretenimento, cultura), não espera e também não necessita de um curador da velha imprensa.

Neste cenário, onde sofá  para assistir tv fica no passado, a televisão, o computador, o rádio estarão, cada vez mais,  disponíveis durante todo o dia, todos os dias do ano, para as pessoas em qualquer hora, em qualquer lugar.

O antigo jornal passa a ser um exercício diário, que se atualiza a cada minuto, aliás como sempre foi, mas com o diferencial de estar disponível a cada atualização.

O impresso do dia seguinte não oferece o novo, salvo por coberturas de grandes acontecimentos, que mesmo assim, ganham mais destaque nas mídias digitais.

O impresso morreu, e deve se reinventar desde o  início, do zero,   buscando espaços e nichos específicos para sobrevivência.

O passado, o presente e o futuro por vezes  se apresentam juntos ( a característica mais marcante de uma nova compreensão da realidade, na ciência, nas artes, na cultura, etc..) o que nem sempre é compreensível para os setores limitados da velha imprensa.

Um bom exemplo foi a decisão do governo colombiano de implementar uma reforma agrária integral no país, em um processo de negociação com a guerrilha colombiana das FARC's. 

Cabe lembrar que tal reforma, como citou Leblon ontem em CARTA MAIOR, foi proposta por Jango em 1963, a mesma reforma é rejeitada pelo conservadorismo  apoiado pela imprensa desde o início da década de 1990, e é apresentada atualmente, em 2013, como solução de vanguarda para um país da Pátria Grande.

Cabe ainda lembrar que a velha imprensa e o conservadorismo de direita, são aliados e alinhados com os governos de direita da Colômbia, sempre enaltecendo seus feitos e rejeitando o visonário processo de integração da América do Sul.

Passado, presente e futuro, unidos em um só momento o que permite uma análise profunda com desdobramentos na forma de organização social, na economia, na democracia.

Muito conteúdo para uma velha imprensa atrelada em dogmas e conceitos ultrapassados, já que pouco tem  sido noticiado nos grandes meios de comunicação.

No campo do entretenimento o que se apresenta , dominante, é uma arte embalada, descartável, seja na música ou em outras manifestações, onde a idiotice e o erotismo comandam o "conteúdo".

Tudo é visual e performático.

A cultura deve ser restrita a uma  academia, retrógrada, tal qual a imprensa.


As arenas multiuso proliferam em todo o mundo, em um desenho do futuro de distração e alienação para o povo , não muito diferente dos espetáculos com leões do passado.

A indústria do entretenimento impõe o "conteúdo" e em países como Brasil, em que um oligopólio dos meios de comunicação ainda existe, resta ao espectador ainda no sofá apreciar e consumir esses produtos.

Na teia a realidade é bem diferente, pois é possível viajar em todas as manifestações artísticas, em qualquer lugar do planeta e, o melhor, o consumidor é quem escolhe.

A melhor e maior biblioteca está ao alcance das mãos , assim como museus, filmes, conteúdos científicos.

Na nova realidade o desenho tem um contorno tecnológico enquanto o pensamento ocupa o centro.

Na heurística pensamentosfera, mesmo com os riscos associados, novos conceitos e conteúdos de vanguarda proliferam.

De fato, é muito dífícl para setores retrógrados incorporar os novos conhecimentos.

O passado, o presente e o futuro , juntos no agora em uma tendência clara de participação dos povos em todas as esferas do poder , do conhecimento, das artes, da cultura, tal qual o novo caminho que vem sendo trilhado pela ciência onde a interdisciplinaridade do saber comanda o espetáculo.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Venenos Na Mesa

Piada do dia:

Todas as fotos e textos abaixo foram copiadas dos jornais o globo, folha de SP, estado de SP e também da revista veja.
ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha!



Hungria destrói todas as plantações da Monsanto

A Hungria deu uma machadada no tronco infectado da gigante Monsanto e as suas modificações genéticas destruindo quase 500 hectares de culturas de milho plantadas  com sementes geneticamente modificadas.

 

Monsanto perde processo criminal contra movimentos sociais

A decisão do TJ demonstra o reconhecimento da legitimidade dos sujeitos coletivos de direitos em meio ao processo de democratização da sociedade brasileira

 

Marcha Mundial contra a Monsanto denuncia perigos dos transgênicos

Milhões de manifestantes pararam as ruas de diversas cidades em todo o mundo para protestar contra as práticas da maior transnacional fabricante de sementes transgênicas

Hungria destrói plantações com sementes transgênicas da Monsanto

Na semana passada, foram queimados cerca de 500 hectares de lavouras de milho – cada hectare equivale a um campo de futebol



Laranja da Morte











Guantânamo

Na década de 1970 o filme Laranja Mecânica chocou o mundo com uma abordagem crítica sobre a violência.

Ainda na décade de 1970 a seleção de futebol da Holanda encantou o mundo e ficou conhecida como a laranja mecância pelo seu belo futebol.

Hoje mais um espanto com os presos de guantámano, vestidos com roupas laranjas, encapuzados, em cortejo assustador para mais algumas horas de tortura.

Na cidade do Rio de Janeiro, um exército de homens e mulheres vestem-se com roupas da cor laranja para recolher o lixo das ruas.

Segundo estudos comprovados, os refrigerantes de sabor laranja são altamente cancerígenos.

Tá na rede

Alô Polícia Federal, segue mapeamento da ação na Internet contra o Bolsa Família

28/05/2013 | Publicado por Renato Rovai em Geral


A Interagentes é uma empresa especializada em análise de redes que trabalha em parceria com a Publisher Brasil, editora responsável pela Fórum. Seu responsável técnico é o sociólogo Tiago Pimentel, que acaba de me enviar um relatório produzido a partir da análise que realizou dos termos relacionados ao Bolsa Família, nos dias em que houve a boataria que levou milhares de pessoas às agências da CEF. A análise do Tiago corrobora a tese de que houve uma ação offline antes da história ganhar a rede. Segue o relatório da Interagentes com o incremento de algumas observações realizadas por este blogueiro.

Atividade suspeita na rede

Desde a quarta-feira (15) circulava no Twitter uma mensagem curta e enigmática: ‘Bolsa família começa sexta’. A mensagem, que dizia apenas isso, foi postada por um perfil que vamos denominar aqui de líder e foi retuitado por 14 outros perfis que pareciam pertencer a uma rede de perfis falsos destinados a retuitar todas as mensagens do perfil líder, cujos indícios apontam ser  da Paraíba. Curiosamente, a Paraiba é o mesmo Estado que, dias depois, voltaria a aparecer em nossa pesquisa como o primeiro a espalhar os boatos do fim do Programa Bolsa Família.
Os perfis dessa rede não estão sendo revelados porque a suspeita não comprova o crime e também por zelo à investigação que a Polícia Federal deve estar realizando, mas caso haja interesse de agentes públicos sobre o que foi apurado, a Interagentes se compromete e entregar os resultados deste trabalho.
A mensagem original do perfil líder foi postada na quarta-feira (15)às 18:39:40, portanto três dias antes do início da grande movimentação nas agências da Caixa Econômica Federal. Ainda mais intrigante é que depois dos boatos o perfil líder foi deletado do Twitter e reapareceu no último dia 25 com o número 1 acrescentado ao seu nome e iniciou a rearticulação da sua rede fake. Só para recordar, na quarta-feira, o perfil líder anunciou: “bolsa família começa na sexta”. E a boataria começou na sexta, mas não pela internet.

Alguns dados gerais

As buscas retornaram um total de 81.452 ítens, sendo 58.118 resultados do Twitter e 23.334 resultados do Facebook. Os dados da pesquisa corroboram as informacões de saques feitos nas agências divulgadas pela Caixa Econômica Federal. Segundo a CEF, o aumento no ritmo de saques só começou por volta das 13h do sábado (18/5). Os resultados da análise da disseminacão do boato nas redes confirmam os dados da Caixa.
Até as 13h do sábado (18/5), a média era de 74,9 mensagens por hora. Entre às 13h e a meia-noite esta média sobe para 196 mensagens por hora. O pico é por volta das 22h, com 744 mensagens/hora.
O boato aparece no monitoramento por volta das 8h do sábado (18) em uma postagem feita a partir do município de Cajazeiras, na Paraíba. Ainda que as primeiras mencões apareçam no início da manhã, a sua presença na rede passa a ser mais significativa a partir das 13h, com disseminacão especialmente a partir do município do Rio de Janeiro.
Citações ao Bolsa Família – Facebook – (por hora)

Citações ao Bolsa Família – Facebook
Citações ao Bolsa Família – Twitter – (por hora)

Citações ao Bolsa Família – Twitter
Ainda que nos dias precedentes mensagens suspeitas tenham aparecido e que ecos do boato tenham se feito sentir nas redes, a análise geral dos dados sugere que as redes não foram o lugar privilegiado da disseminação. A maior movimentacão se deu por conta dos comentários sobre a grande concentração de pessoas nas agências da Caixa Econômica Federal e nas casas Lotéricas. O que mais se espalhou nas redes não foi o boato, mas a repercussão dos seus efeitos nas ruas.
Ao longo dos dias seguintes a repercussão do caso levou a picos cada vez maiores. No domingo (20) na faixa das 20h às 21h registrou-se o ponto máximo na frequência de mensagens/hora: 3.707 postagens. Neste horário grandes veículos de comunicação tratavam do tema.
A repercussão do boato do fim do Bolsa Família
Após os relatos de tumultos nas agências da CEF houve uma rápida difusão de “memes” sobre o caso. Na segunda-feira (20) a página do Anonymous Brasil no Facebook postou um meme que conta com mais de 71.000 compartilhamentos. Um dia depois a página ‘Movimento Contra a Corrupção’ posta o mesmo meme e alcança outros 35.334 compartilhamentos. Ainda na terça-feira (21) a página ‘Controlados, não’ também posta o mesmo meme e alcança ainda outros 17.198 compartilhamentos.

originalmente postada pela página Anonymous Brasil, esta imagem ultrapassou
os 123.500 compartilhamentos
Outro meme de destaque no período foi postado pela página ‘Rede Esgoto de Televisão’ e, até o fechamento desta pesquisa contava com 47.649 compartilhamentos.

apenas a partir da página ‘Rede Esgoto de Televisão’ esta imagem ultrapassou
os 47.600 compartilhamentos
Ainda em destaque, a charge postada pela página ‘A Verdade Nua & Crua’ contava com 45.775 compartilhamentos.

apenas a partir da página ‘A Verdade Nua & Crua’ esta charge ultrapassou os 45.750 compartilhamentos


O caro leitor tem excelentes informações sobre o terrorismo do bolsa família,com a matéria acima do blog do Rovai.

Curiosamente, hoje, no jornal o globo, a manchete principal da primeira página "informa" que o terrorismo começou dentro do próprio governo Dilma, na Caixa Econômica Federal, através de ações de um um funcionário sub, do sub, do sub, como diz 
o jornal.

De acordo com o conteúdo da matéria acima, o terrorismo se intensificou na sexta-feira e no sábado, e foi no sábado que o jornal o globo estampou em primeira página , em letras garrafais, uma manchete elogiando o programa bolsa família.

De todas os veículos da grande e velha imprensa, o globo  está empenhado em noticiar o caso do terrorismo assim como em definir , se possível de imediato, os culpados.

Ao que fica claro pelos dados apresentados a ação foi pensada e orquestrada, com o  objetivo de criar um caos.

Indubitavelmente trata-se de um ato terrorista, em que setores da velha imprensa tentam apresentar como ato do governo federal.

Esse comportamento da velha imprensa tem sido muito estranho, talvez porque saibam sobre a autoria do atentado, ou, quem sabe, estejam diretamente envolvidos com o terrorismo.

Há algo de muito podre no ar das redações e nos ninhos da oposição e o governo federal deve tomar mediadas corretivas para evitar problemas maiores em um futuro bem pŕoximo.


domingo, 26 de maio de 2013

O Planeta dos Primatas

Economia verde e financeirização da natureza

Transformar a atmosfera, o oxigênio, os rios, os oceanos, as florestas, os subsolos em mercadorias já é movimento bastante problemático. Permanecer aceitando que os rumos desse tipo de atividade sejam determinados apenas pelo ritmo da especulação financeira é colocar uma verdadeira pá de cal na já exígua credibilidade do conceito de economia verde.

Fonte: CARTA MAIOR




Às vésperas de completarmos um ano da organização da tão badalada “Rio + 20”, realizada em meados de junho de 2012, muito pouco temos a comemorar no campo das mudanças efetivas no modelo que determina, de forma hegemônica, as relações econômicas no mundo globalizado.

O clima de grandes expectativas criadas em torno do evento, que deveria propiciar um balanço de 2 décadas após a realização da Conferência da ONU de 1992, foi por demais otimista. Estava claro que tal animação não correspondia à realidade da crise econômica internacional e da quase impossibilidade de que os países mais importantes do mundo avançassem alguns milímetros na direção de um sistema menos comprometedor do futuro da Humanidade.

“Rio + 20” e a economia verde

A polêmica toda se deu em torno da avaliação de supostos avanços ou recuos que poderiam estar contidos nos termos da declaração final do encontro. O famoso documento “O futuro que queremos” sintetizava os limites da costura possível entre as proposições das delegações oficiais e das representações das associações e entidades da sociedade civil organizada. Ora, como toda peça resultante de evento de natureza multilateral, o documento procurava expressar algum grau de consenso, a ser obtido entre as representações diplomáticas participantes, a respeito dos temas em questão. Assim, o fato de incorporar o conceito de “economia verde” foi muito criticado por correntes vinculadas ao movimento ambientalista, ao passo que o fato do termo sempre estar acompanhado da expressão “no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” era saudado por outros grupos como sinalização de um avanço importante.

O fato concreto é que a Rio + 20 deu-se num contexto de dominação política, social e econômica dos valores associados a um modelo que privilegia a exploração descontrolada e desregulada dos recursos naturais e da força de trabalho, na perspectiva da geração e da apropriação privada dos lucros de tais empreendimentos. Some-se a esse quadro a crença de que a solução do ainda tão idolatrado “mercado” seja sempre o mecanismo mais “eficiente” para a busca das soluções de equilíbrio entre os diversos fatores e atores envolvidos no complexo jogo de interesses do mundo globalizado.

Toda e qualquer avaliação mais realista e dotada de bom senso deveria levar em consideração os limites de tal conjuntura. Infelizmente, havia - como ainda continua a haver - pouco espaço para avanços expressivos no campo dos consensos diplomáticos. Afinal, nem mesmo os Estados Unidos aceitaram assinar o já antigo Protocolo de Kyoto (já referendado por mais de 170 países), a respeito de um compromisso para redução da emissão de gases comprometedores do efeito estufa. De outra parte, é necessário recordar que a maioria dos países se volta atualmente para a China, na esperança de que o ritmo de crescimento do gigante asiático seja o elemento de salvação para a recuperação da economia internacional.

As diferentes interpretações da economia verde

O termo “economia verde” vem sendo utilizado há mais tempo em vários circuitos: ambientalista, empresarial, governamental, organismos multilaterais, meios de comunicação, entre outros. Como toda novidade que ainda não foi devidamente digerida e serve para cobrir um nível de ansiedade social a respeito de tema que não apresenta soluções fáceis a curto prazo, ele ocupa o vácuo e preenche a carência. Assim a expressão é muitas vezes apresentada com uma verdadeira panacéia para todos os malefícios que o capitalismo tem proporcionado para o meio ambiente em escala planetária. No entanto, os problemas associados ao processo de degradação ambiental são muito mais complexos do que aparentam numa abordagem superficial. Não basta apenas adjetivar a dinâmica econômica de “verde” para que tudo se resolva, como num passe de mágica.

Exatamente por isso ainda existem diversas acepções do conceito circulando pelos circuitos que tratam do tema. De um lado, permanecem algumas interpretações ainda bem intencionadas no campo dos que estão sinceramente preocupados com a deterioração do sistema ambiental. De outro lado, porém, estão aquelas proposições que estão mais preocupadas em oferecer uma alternativa estratégica de sobrevivência para as grandes corporações multinacionais. Assim, a economia verde se amplia no largo espectro que vai desde os ambientalistas mais ingênuos até aqueles que defendem os interesses do grande capital em seu permanente processo de acumulação e reprodução.

Mecanismos de financiamento: do Protocolo de Kyoto aos dias de hoje

A realidade do sistema capitalista apresenta uma característica essencial: sua tendência a universalizar o conjunto dos processos sociais e transformá-los em relações mercantis. Com isso, o sistema econômico nos tempos mais modernos passou a incorporar a dimensão do “meio-ambiente” também como mecanismo de acumulação e de dinamização do mercado. As primeiras tentativas concentraram-se no espaço da emissão de gases do efeito estufa (GEE). Tendo por base as alternativas previstas no Protocolo de Kyoto, começaram a aparecer os “créditos de carbono”, que se converteram aos poucos em mecanismo de transação no interior do mercado financeiro. De acordo com as normas previstas, as empresas que diminuíssem sua quantidade de emissão de GEE teriam direito a lançar tais títulos de crédito de carbono. Estas novas modalidades de papéis passaram a ter seus preços cotados e negociados no mercado. Segundo os padrões atuais, um crédito de carbono seria equivalente à redução da emissão de 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2). Portanto, em tese, a cotação de crédito de carbono deveria ser correspondente ao custo monetário do investimento necessário para obter tal redução de gases poluentes.

A intenção subjacente é que estaria em marcha um mecanismo para estimular, inclusive em termos de ganhos econômicos, a substituição de processos de produção considerados “sujos” por novos sistemas produtivos “limpos”. Esse tipo de ação passou a ficar conhecido como “mecanismo de desenvolvimento limpo” (MDL) e deveria contar com apoio da ONU para fins de regulação e fiscalização, com o objetivo de evitar que os títulos de crédito de carbono pudessem ser fonte de ações fraudulentas e sem nenhum tipo descontrole. O aumento da quantidade de títulos emitidos e a ampliação da escala de sua negociação terminaram por consolidar um verdadeiro mercado, com uma série de produtos financeiros associados. Os créditos de carbono passaram a ser cotados nas Bolsas de Mercadorias, com preços no mercado diário, no mercado futuro e demais características do mercado financeiro em geral. Em conseqüência, a exemplo do que ocorre com outros títulos similares, eles estão também bastante sujeitos a muita especulação.

A partir dessa experiência inicial, novos títulos de natureza financeira foram sendo incorporados pelas empresas multinacionais, mas ainda não contam com mecanismos de controle ou regulamentação. Trata-se dos papéis de “redução de emissão por desmatamento e degradação evitados” (REED), por meio do qual os conglomerados e seus empreendimentos de larga escala buscam obter retornos financeiros a partir de iniciativas que podem reduzir o ritmo de destruição ambiental. É o caso da diminuição de áreas de floresta ou de regiões com atividades de extração mineral. Os mercados financeiros podem facilitar a realização dos negócios e a obtenção de recursos para os projetos, pois todo o processo ocorre por meio de emissões de títulos que têm um valor definido e que são transacionados nos balcões de negócios em todas as principais praças do mundo. No entanto, o problema é que esses papéis – em tese, associados a atividades de “economia verde” - são operados também com base na especulação, a exemplo dos demais títulos financeiros. Ou seja, trata-se um nicho voltado para o meio-ambiente, mas sem quase nenhum lastro no setor real da economia.

Os riscos da financeirização sem regulação

Em termos mais gerais, o processo de financeirização pode ser compreendido como uma etapa de aprofundamento do processo de mercantilização. Assim, em uma primeira fase, observa-se a transformação generalizada dos recursos naturais, bens, serviços e relações sociais em mercadorias. Tudo passa a ser sintetizado e tratado sob a forma de preços e quantidades, tudo passa a ser analisado segundo a ótica da oferta e da demanda. A mercantilização em larga escala abre novas oportunidades à produção nos moldes capitalistas, ampliando os espaços para os mecanismos de acumulação de capital.

Em um momento posterior, não apenas a transformação em mercadorias se consolida pelo conjunto de setores e áreas da economia e da sociedade, mas também os instrumentos financeiros associados a elas se espraiam pelos mercados. Um dos aspectos que fascina e intriga no processo de financeirização é sua dupla face. De um lado, a capacidade de criar as condições de geração de recursos para as atividades onde esteja envolvido.

De outro lado, a sua capacidade de se tornar autônomo em relação ao próprio objeto que foi a razão de seu surgimento. E assim, ele ganha vida independente nos circuitos e searas dos mercados financeiros primários, secundários, terciários e por aí vai. Nos mercados especulativos espalhados pelo mundo, por exemplo, as cotações dos papéis de carbono caíram mais de 90% entre as vésperas da crise de 2008 e os dias de hoje. Ou seja, um movimento no circuito financeiro que tem muito pouco a ver com a realidade concreta dos setores da economia verde.

A resistência dos interesses do financismo em aceitar critérios mais sérios de regulamentação, fiscalização e controle das operações dos mercados de títulos converte-se em um grande obstáculo. As catástrofes observadas a partir da crise financeira não foram suficiente para tanto. Uma das causas foi, sem dúvida, o exagerado grau de financeirização e o descontrole sobre os mercados especulativos. Assim, a insistência na ilusória “liberdade de ação das forças dos mercados” termina por comprometer qualquer busca mais responsável para criação de mecanismos de financiamento de uma economia verde, que seja sustentável em termos econômicos, sociais e ambientais.

Transformar a atmosfera, o oxigênio, o gás carbônico, os rios, os oceanos, as florestas, os subsolos, enfim a natureza, em mercadorias já é movimento bastante problemático. Permanecer aceitando que os rumos de empreendimentos nesse tipo de atividade sejam determinados apenas pelo ritmo da especulação na esfera puramente financeira é colocar uma verdadeira pá de cal na já exígua credibilidade do conceito de economia verde.


Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Desde tempos remotos que o homem destrói o ambiente. 

Com algumas exceções de civilizações, o único animal a destruir a vida , é o homem.

Também é o único pensante, tido como o mais evoluído.

O caminho para a compreensão da natureza e do equilíbrio ambiental tem se revelado ineficaz quando a sistemas políticos, economia e até mesmo com a ciência, mesmo que nas fronteiras do conhecimento científico a natureza tenha uma outra compreensão, bem diferente da compreensão dominante. 

Os povos que viveram em proximidade de harmonia com o ambiente tinham na natureza uma concepção espiritual e, a partir dessa concepção, desenvolviam os sistemas políticos, econômicos e sociais.

Hoje em dia, participar de uma campanha para coleta de assinaturas pelo desmatamento zero na Amazônia, por exemplo, , e é necessário para salvar a floresta e a vida do planeta, mas, ao mesmo tempo, considerando a engrenagem econômica real, pode significar prejuízos para o país.

A questão ecológica não pode ser pontual e o mercado é ateu.

As antigas civilizações que desapareceram devido a problemas de esgotamento de recursos naturais , ou mesmo de ignorância em relação ao meio ambiente, não serviram de referência para a civilização atual.

São tratadas como casos pontuais e , na lógica pensante atual, ninguém acredita que possa acontecer comigo, por exemplo.

Entretanto, a questão chave é que hoje a civilização global é a antiga civilização da Ilha de Páscoa.

Se no passado as civilizações desapareciam e o restante do mundo não tomava conhecimento , ou quando tomava isso se dava anos e anos depois, atualmente é a própria civilização planetária que pode ser extinta.

Não apenas pelo esgotamento de recursos, mas sim, e principalmente, pela forma totalmente equivocada de extração e utilização dos recursos naturais e, também, pelas formas delirantes e erradas de organização social.

Em meio a  esse surto civilizacional em que vivemos atuam os partidos políticos chamados verdes e muitas ong"s em "defesa" do meio ambiente.

Maquiando praças, ruas e avenidas ou criando parques os partidos verdes se apresentam, assim, como defensores da vida.

No lado das ong's, são criados programas específicos para salvar as tartarugas, pererecas e, na flora, o ipê amarelo.

A plutocracia não só gosta de todas essas iniciativas verdes, como participa de muitas através de doações e financiamentos , pois sabe que a questão de fundo não é abordada e uma aparência supostamente verde no sistema e desejável para cooptar incautos.

Assim surgiu a balela da economia verde.

Não é a solução, pelo contrário, alimenta o satus quo com maquiagem ambientalmente correta através de um discurso de sutentabilidade.

A título de exemplo, um dos maiores defensores da sustentabilidade no país é um dos donos das organizações globo ( filho do falecido Roberto Marinho), justamente as empresas de comunicação e jornalismo que mais trabalham para desinformar, manipular e distorcer as informações relativas as questões ambientais.

Sem informação de qualidade, sem pluralidade  e diversidade de meios de comunicação, não se pode construir uma sociedade democrática, livre.

A ecologia e a sustentabilidade também passam pela informação.

A solução para a crise civilizacional atual certamente chegará em algum momento.

Momento que ao que tudo indica não será tranquilo, pelo contrário, caminha para um efeito devastador da vida no planeta.

Quem sabe então, depois da tragédia consolidada, uma nova consciência possa surgir na terra,  afinal, o homem é o único animal que pensa.

A grande tragédia poderá gerar um reflexo condicionado na humanidade e então despertar o pensamento e a razão nos humanos, criando as condições para construir civilizações em harmonia com a vida.