sexta-feira, 24 de maio de 2013

Deuses em Conflito

Cobertura rala, redações alienadas

Por Luciano Martins Costa em 24/05/2013 na edição 747
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 24/5/2013
O Globo reproduz, na edição de sexta-feira (24/5), resumo de artigo publicado no dia 15/5 na versão digital da revista britânica The Lancet, que os clichês da imprensa chamam de "a Bíblia da medicina". O texto informa que o programa Bolsa Família reduziu a mortalidade de crianças de zero a cinco anos de idade no Brasil, no período de 2004 a 2009.
O artigo, assinado pelos pesquisadores Davide Rasella, Rosana Aquino, Carlos Santos, Rômulo Paes-Souza e Maurício Barreto, está disponível em inglês, gratuitamente, no no site da publicação da publicação, para leitores registrados. Segundo o estudo, o programa social de transferência condicional de renda contribuiu com 17% na redução da mortalidade infantil em todo o Brasil.
Nos 2.800 municípios com maior número de beneficiários, os pesquisadores constataram que houve uma queda de 19,4% no número de óbitos, e uma das conclusões é de que a transferência de renda para a população miserável tem contribuição decisiva para melhorar a expectativa de vida da população em geral, particularmente por diminuir o total de mortes relacionadas à pobreza, como desnutrição e diarreia, além dos casos de problemas respiratórios.
Os pesquisadores consideram que o efeito positivo foi mais forte porque o governo não apenas manteve o programa como aumentou a área de cobertura no período estudado. Com maior visibilidade, as condições de vida da população mais pobre puderam ser melhoradas com outras iniciativas, como a inserção das famílias em programas oficiais de vacinação, acompanhamento pré-natal e outras medidas preventivas.
O artigo também observa que, mesmo um subsídio de baixo valor, como é o caso do Bolsa Família, produz efeitos significativos porque representa um reforço substancial, proporcionalmente à renda das famílias mais vulneráveis. Por outro lado, os pesquisadores consideram que foi possível produzir um estudo consistente pela grande disponibilidade de informações de qualidade adequada em muitos municípios atendidos pelo Bolsa Família. Além disso, concluem que a exigência de que os beneficiários do programa levem as crianças regularmente aos postos de saúde e as gestantes façam o acompanhamento pré-natal, como condições para receber a ajuda financeira, teve um efeito educativo de largo espectro sobre as famílias mais pobres.
De olhos vendados
O artigo foi publicado na revista científica há mais de uma semana. O Globo foi o único dos grandes jornais a dar algum espaço para o assunto, que foi tema de seminário em Brasília na quinta-feira (23/5). De modo geral, a imprensa tem evitado confrontar os resultados de certas políticas públicas adotadas a partir de 2003, como o Bolsa Família, a diplomacia menos dependente dos Estados Unidos, o fortalecimento dos bancos estatais como estratégia para estimular a concorrência no sistema financeiro, pela oferta de crédito, e outras mudanças que fazem a diferença entre o modelo adotado após o Plano Real e as políticas implementadas na última década.
Mesmo considerando que a mortalidade infantil começou a cair mais fortemente há quinze anos, o que faz justiça a medidas tomadas ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, os jornais não parecem interessados em analisar as políticas sociais. Nem mesmo para reconhecer o trabalho desenvolvido pela falecida ex-primeira dama Ruth Cardoso, que deu uma contribuição fundamental para a compreensão dos efeitos econômicos e políticos de programas sociais: seu livro intitulado Comunidade Solidária: fortalecendo a sociedade, promovendo o desenvolvimento, publicado em 2002, é tido como inspirador de alguns dos autores do Bolsa Família.
Além disso, têm acontecido desde 2006 importantes seminários anuais sobre os resultados econômicos das políticas de distribuição condicional de renda, muitos deles promovidos por um instituto cultural ligado a um dos grandes bancos privados do país, com sucessivas demonstrações de que a orientação social da economia reduz desigualdades e produz mais riqueza do que o modelo inspirado na absoluta liberdade do mercado.
Curiosamente, é o Valor Econômico, principal jornal especializado em economia e negócios, que tem dado mais destaque a essa questão. A imprensa generalista hegemônica segue achando que o Bolsa Família é uma herança das políticas clientelistas tradicionais – sendo que esse cordão umbilical já havia sido cortado por Ruth Cardoso ao oficializar o papel das organizações não-governamentais no desenvolvimento econômico-social.
Agarradas a dogmas do mercado, as redações se alienam da realidade.

O caro leitor, mais uma vez, tem um exemplo concreto de como a nossa grande imprensa apresenta os fatos.

Dizer que as redações dos grandes jornais e também dos telejornais não conhecem a realidade, não é verdade.

Eles não apenas conhecem como manipulam.

E aí que sempre de uma maneira bem didática, os textos do Observatório da imprensa iluminam o debate.

Esse oligopólio dos meios de comunicação, como bem escreveu o autor do texto, vive lastreado por dogmas, seja na religião seja na economia.

O resultado, o caro leitor já sabe, é uma fuga ante o real como tentativa de salvação dos deuses, seja na religião, seja na economia.

O deus mercado, tão adorado pela mídia dominante, é incompatível com o deus das religiões dessa mesma mídia.

Uma esquizofrenia total que desemboca em um contorcionismo informativo delirante, isso quando essa mídia se propõe a explicar alguma coisa.

Na maioria das vezes , o que se observa a olho nu, é um eclipse de informações.

O fenômeno vem se repetindo com frequência nesses tempos de novas tecnologias da informação e de alterações climáticas e ambientais.

Mais uma vez, como tem ocorrido em outras vezes, ao longo de alguns anos, e por quase uma década, a imprensa adoradora de deuses e dogmas com suas proto informações, em nada contribui na compreensão da realidade do país da terra do cruzeiro e também do mundo.

Inevitavelmente voltamos ao tema da regulamentação dos meios de comunicação do país. de maneira que, com um novo marco para o setor, a população possa desfrutar de uma gama de opções de conteúdos informativos e de entretenimento, independente de deuses e livre da esquizofrenia dominante do setor.

Assim sendo, venho lembrar ao caro amigo leitor  que a campanha de iniciativa popular para democratização dos meios de comunicação está nas ruas do país colhendo o números de assinaturas necessárias para que o projeto de lei seja encaminhado diretamente para votação no congresso nacional.

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Vá ser poeta, dotô !






Vai ser poeta, meu filho!...


Jornal do BrasilWander Lourenço*




No poema O menino que carregava água na peneira, de Manoel de Barros, o eu-lírico observa que a mãe reparou nos despropósitos, cismas e esquisitices das atitudes do filho até perceber que ele aprendera a lidar com as palavras e seus prodígios; e, com ternura, lhe diz: “– Você vai ser poeta!” Em tempos de banalização da poesia, porém, desconfio que o sujeito contemporâneo, quando não se adapta ao emprego, estudo ou casamento, por uma espécie de inspiração divina, desvairadamente se habilita a rascunhar odes, elegias e sonetos.
Ao se julgar um Manuel Bandeira, Gabriela Mistral, Pessoa, Drummond, João Cabral ou Cecília Meireles, sem se dar conta acaba por azucrinar a paciência de um pobre cristão, que se torna pouco afeito à lira de Orfeu, justo por não se entusiasmar com a deturpação da arte de Camões, Neruda e Vinicius de Moraes. É poesia de procedência duvidosa made in Brazil, como o leite malhado do Rio Grande do Sul.  Se o leitor ainda não parou para observar, peço que atente para alguns casos típicos de trovadores a varejo, espalhados pelos botequins ou saraus a recitar ao cidadão que, constrangido, ainda é obrigado a adquirir um livro ou folheto artesanal.
Sem sombra de dúvida, a poesia é a “profissão” do momento, uma vez que brotam poetas como mato, embora, com exceção de Manoel de Barros, Ferreira Gullar, Ivan Junqueira e Carlos Nejar, daria para se contar nos dedos da mão direita o número de bardos detentores de originalidade e talento. De outra feita, a safra é tão significativa em gênero, número e grau (etílico homérico!), que penso em aconselhar o governo federal que os exporte para o Oriente Médio, EUA ou China, a fim de que se aumente o tal bendito pibinho da presidenta Dilma Rousseff. Deus que os perdoe, mas há quem sugira que se organize um Concurso Nacional de Poesia, com a seguinte premiação: Primeiro lugar, um passe do pastor Marcos Pereira; ao segundo colocado, um tour de ônibus pela cidade do Rio de Janeiro. Ao terceiro lugar, uma bicicleta.
São os tempos pós-modernos que produzem poesia tipo C em toneladas, sem controle de qualidade e estoque, mas com prazo de fabricação, validade e entrega (delivery ou self service?), assegurados pelo direito do consumidor. Na contemporaneidade lírica, para ser admirado pelo espectador ou leitor, é fato que bastaria ao poeta, para reconhecimento público e editorial, dar sete cambalhotas e dois saltos mortais; plantar três bananeiras sem perder o fio da meada do recital; se atirar ao chão a simular espasmos de epilepsia ou coisa parecida; e mostrar seios ou bunda à farta para delírio da plateia, sob o slogan em néon ou laser: uma imagem vale por mil vocábulos. Mas, afinal, o poema é feito da visceral e sagrada Palavra posta em versos ou de pirotecnia acrobática provinda da caraminhola da Deborah Colker e do Circo de Soleil?
Posteriormente, o performer dana-se a discursar a não poder mais a favor da inconstitucionalidade do aumento da maioridade penal, a denunciar o absurdo da legalização do plantio de cana-de-açúcar na Amazônia, a clamar pelo cúmulo dos desperdícios tupiniquins das obras faraônicas para a Copa do Mundo e Olimpíadas ou a esbravejar diante da queda de braço entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Poesia que é bom, necas!... Aliás, por que pensar em estética estilística ou versificação, já que obra dever ser escancarada, livre, leve e solta para orgasmo coletivo e catarse alheia, fincados no âmago de cada declamação apoteótica ou apocalíptica, conforme a cosmologia ou o Big-Bang da explosão bíblica: “No princípio era o Verbo...”.
Para fácil identificação, eis o perfil social deste indivíduo que se matriculou em sete cursos universitários, e, por ser autodidata anarquista e livre pensador, não se encontrou em nenhum percurso acadêmico; se aventurou em treze ofícios e, por ser alternativo e transgressor, não conseguiu se adaptar ao trabalho regular com horário e carteira assinada; casou-se quatorze vezes, divorciou-se, e mora com a mãe do poema em epígrafe, até se deparar com a alma gêmea de sua musa amada. E como a vida imita a arte, a venerável senhora lhe aconselharia: “– Vai ser poeta, meu filho, e vê se não enche o saco do bode velho do Dionísio!...”.
*Wander Lourenço de Oliveira, doutor em letras pela UFF, é escritor e professor universitário. Seus livros mais recentes são ‘O enigma Diadorim’ (Nitpress) e ‘Antologia teatral’ (Ed. Macabéa). - wanderlourenco@uol.com.br


Muito bom!

O caro leitor, sempre atento, percebeu que a partir de agora, segundo a observação do  autor, um doutor em letras e escritor, temos um perfil, ou quiça um texto base, dos neopoetas brasileiros.

Sim, caro leitor, o perfil, ou quiça esboço esforçado, fala de um novo poeta que surge em grandes quantidades, tal qual os cupins em fuga desesperados com o fogo na colméia.

São os neopoetas, pois todos, ou a maioria, manifestam-se sobre questões do cotidiano , seja no campo político , seja no campo social.

Independente da crítica do autor, bem formulada no tocante a concepção acadêmica que por sua vez nem  sempre dialoga com a realidade social, o poeta nada faz do que extrair da realidade o óbvio esquecido, ignorado, ocultado pela cegueira da cultura de massa supercial vigente em tempos de exaltação a imagem.

"a silutea caminhava pela noite escura , com a luz trêmula da lamparina"

um trecho de uma poesia , de um grande poeta iraquiano, que revela nada mais que o óbvio, o cotidiano, o invisível para a maioria das pessoas.

O poeta é esse sujeito, que independente de sua profissão de diplomata, engenheiro, professor , ou mesmo escritor e poeta, relata aquilo que todos veem , diariamente, mas não enxergam, eternamente.

" da janela de minha casa observava a menina, na casa do outro lado da rua, se lambuzando com chocolate"

Uma passagem do poema Tabacaria , de Fernando Pessoa.

Comer o chocolate, sentada na porta da casa , talvez seja algo que a maioria não perceba e, menos ainda, dê algum sentido.

Somente os poetas podem fazẽ-lo, e mais, dar vida e sentido as coisa mais simples.

O autor, com um discurso que tangencia o político, tangência similiar a passagem de alguém por uma grande bunda em um trem lotado ,já que o autor se manifestou sobre as proliferações de bundas na poesia performática, o que não necessariamente significa que o acadêmico tenha  uma inclinação pelas regiões glúteas, apenas uma constatação, se coloca no mesmo lugar dos poetas que se utilizam de questões sociais e políticas em suas performances.

Os trovadores a varejo, citados pelo autor, via de regra são manifestações da periferia dos grandes centros urbanos e, essas pessoas, poetas, se utilizam do seu dia  a dia, de suas aflições, da vivência em suas comunidades, do esquecimento por parte das autoridades, da opressão história que vivenciam para externar suas percepções da realidade que, inevitavelmente não podem estar dissociadas da luta pela vida, pela sobrevivência.

Esses , imagino, e o caro e atento leitor também , que seriam os trovadores a varejo, os que brotam como mato, segundo a crítica do autor.

Esse movimento, sim, considero como um movimento, pode ser comparado ao movimento da poesia marginal, surgido nos anos da década de 1960 e 1970, onde um forte conteúdo político, social estava associado a uma estética estilística livre.

Talvez isso incomode o autor, acadêmico, de orientação política de direita como se percebe nas entrelinhas do texto, e atento observador de bundas , peitos, e acrobacias, talvez marcadas por imagens bíblicas que a mamãe o obrigou a ver.

A poesia, talvez o autor não saiba, está presente nas vida de grandes homens, que  durante suas vidas , se dedicaram de forma brilhante as suas profissões, fosse no campo da arquitetura, o poeta Niemeyer, da física, os poetas Einsten ( também músico) e David Bohn, na psicologia, Karl Jung,  apenas para citar alguns.

A poesia, entendo , deve ser livre, sem amarras, sem preconceitos, sem esteriótipos e, mais ainda, deve ser incentivada, assim como o ensino da Filosofia e das Ciências Sociais, em todas as instituições de ensino da rede pública, desde cedo, bem cedo, sem que a mamaẽ precise dizer para o filho que ele deve ser  poeta, pois a poesia , em essẽncia, assim como os artes de uma maneira geral, são indispensáveis para o sucesso de qualquer pessoa, em qualquer profissão, inclusive no ensino das letras.

Vá ser poeta, dotô !  

terça-feira, 21 de maio de 2013

Grande Imprensa. Essa Protuberância Inconveniente

A pauta das fofocas

Por Luciano Martins Costa em 21/05/2013 na edição 747
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 21/5/2013
De cada sete manchetes dos grandes jornais brasileiros ao longo de cada semana, nos últimos dois meses, cinco foram tiradas de declarações. As outras duas se referem a eventos incontornáveis como acidentes e crimes graves, decisões políticas ou judiciais ou, mais raramente, tratam de questões levantadas por institutos de pesquisa. Há poucos registros, nesse período, de reportagens produzidas por meio da investigação jornalística que tenham chegado ao topo das primeiras páginas.
O que isso significa?
Primeiro, pode-se afirmar que o jornalismo apresentado aos leitores dos diários se transformou numa crônica do processo dialético do poder, do qual a imprensa destaca aquilo que lhe parece mais interessante ou conveniente.
Em segundo lugar, deve-se registrar que o jornalismo baseado em frases tende a se afastar da suposta objetividade, que é o fundamento de seu valor social: o jornalismo declaratório é uma confissão de que o interesse dos jornais já não está ancorado no mito da objetividade, mas no propósito do convencimento.
Dos três grandes jornais considerados de circulação nacional, apenas o Globo escapa, eventualmente, desse modelo observado. No caso do jornal carioca, o olhar mais localizado tende a produzir mais notícias “puras”, geralmente tiradas de acontecimentos que interessam ao público do Rio de Janeiro. No entanto, quando tratam de questões nacionais, principalmente sobre política, todos os jornais escapam pelo caminho fácil de colher, selecionar e destacar declarações.
Curiosamente, tais declarações repetem um viés comum, produzindo ondas de notícias que são, na verdade, não-notícias.
Assim acontece com a suposta intenção do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de vir a se candidatar a presidente da República em 2014. Da mesma forma, têm destaque assegurado quaisquer construções verbais produzidas pelo senador Aécio Neves (PSDB), cuja candidatura ao mesmo cargo é tida como certa. Com a mesma atenção os jornais acompanham manifestações da presidente da República e do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.
Mas tudo são frases, apenas frases.
Barbosa falou, Barbosa disse
Vamos contornar, na medida do possível, o conteúdo preferencialmente destacado pela imprensa em cada uma dessas manifestações, deixando um pouco de lado as declarações e analisando o grau de objetividade da notícia em estado “puro”.
Apanhando um acontecimento destacado pelos jornais nesta semana, sobre duas mortes ocorridas durante a Virada Cultural em São Paulo, pode-se observar que, no primeiro momento, a repercussão dos casos de violência foi inteiramente dirigida pela imprensa para supostas responsabilidades da Prefeitura da capital. Essa abordagem, mais escancarada na Folha de S.Paulo mas também assumida pelo Estado de S.Paulo, ganhou rapidamente destaque em jornais de outras regiões.
Porém, já na terça-feira (21/5), os jornais reconhecem que as causas da violência podem ser múltiplas e não ter relação com os locais escolhidos para os espetáculos ou o tipo de organização adotado pela Prefeitura. O foco passou a ser uma suposta leniência dos policiais destacados para a prevenção de conflitos e assaltos, porque eles estariam descontentes com atrasos no pagamento do chamado “bico oficial” – trabalho extra da Polícia Militar para eventos de outras instituições públicas.
A violência é parte da realidade de São Paulo em qualquer contexto. A imprensa publica regularmente estatísticas demonstrando o aumento dos casos de latrocínio, estupro e outras formas de criminalidade extrema na capital paulista nos últimos dezoito meses.
As duas mortes ocorridas nas grandes aglomerações produzidas no fim de semana devem ser avaliadas em comparação com o contexto geral dos registros de ocorrências dos fins de semana, sem Virada Cultural. Mas isso faz parte de um jornalismo com intenções de objetividade, o que, definitivamente, não é o caso da imprensa brasileira.
Voltemos, então, ao jornalismo declaratório, terreno onde a imprensa nacional trafega com mais naturalidade.
O que temos de destaque nesta semana? Mais uma declaração polêmica do presidente do STF, Joaquim Barbosa. Ele disse, em palestra para universitários, que os partidos políticos brasileiros são “de mentirinha” e que o Congresso Nacional é refém do Executivo. Temos, então, uma agenda para a semana, e ela não é construída em torno de fatos, projetos, políticas públicas ou dados econômicos: a pauta essencial da imprensa é feita de fofocas.

A fofoca é a notícia.

Estamos vivendo a era do jornalismo celebridade, seja na política, na economia e até mesmo em questões ambientais, onde um simples tornado se transforma em um espetáculo midiático.

A chuva é uma celebridade.

A seca também.

No jornalismo da fofoca, o gozo vem do sarro.

Tudo é precoce, rápido, volátil.

O tempo para a reflexão deu lugar ao entretenimento, ao show, aos novos atores que acreditam estar interpretando outras vidas quando, de fato, interpretam eles mesmos
.

O público, embriagado, mergulha em alucinações cênicas enquadradas transformando a ficção em realidade.

A moda é ser vulgar, superficial, bem ao estilo lixo da grade midiática.

Os demônios são vistos, diariamente, em grande número, prontos para destruir os incautos, inocentes.

Novas e gigantescas barreiras são erguidas para impedir ao avanço do mal.

O inimigo pode estar ao seu lado, e pior, possuído por forças malignas.

A grande imprensa e seu aparato midiático, em um oligopólio indecente e protuberante, conduz a massa em um processo de transformação do cognitivo coletivo que irá rejeitar todo e qualquer argumento que estabeleça o contraditório.

O estreitamento é o norte, a violência é desejável, e a informação é subtraída.

Deus não permite avanços, inovações e conhecimentos que possam libertar as pessoas de seus maiores algozes, ou seja, delas mesmas.

Nesse cenário, real e fictício, pois a realidade é aquilo que se deseja que ela seja, a fofoca é a notícia e a notícia que não é fofoca é a cirurgia que reduziu o gigantesco grelo da celebridade.

O grelo notícia ofusca a informação de qualidade, impede a disseminação de conhecimentos e espanta a todos pelo espaço que ocupa nas mídias.
Na mídia greluda não há mais espaço para novos conteúdos, o grelo é avassalador.
O grelo dominante cria boatos, inocula preconceitos e, de braços dados com a burguesia, avança sobre os programas governamentais de distribuição de renda e redução da pobreza.
Sempre atento e de plantão vinte e quatro horas no dia, a exuberância longilínea procura nas declarações de personalidades da república a pauta para o noticiário.
.
Fulano disse isso e aquilo, denuncia nosso observador do real para as redações ávidas por novas fofocas.
O boato terrorista sobre o bem sucedido programa de distribuição de renda, inclusão social, redução da miséria, aumento do consumo interno tem um alvo bem definido.
Cabe lembar que a ONU considerou o programa bolsa família como uma das melhores iniciativas de distribuição de renda no mundo atual e referendou a sua utilização em outros países.
Uma vitória para o povo brasileiro e para os governos populares e democráticos do PT.
Diante da realidade, que não é ficção, os setores ultraconservadores do país, aí incluídos  a grande imprensa e seu aparato midiático, se veem impotentes em alterar os caminhos da democracia popular e, assim sendo, passaram a utilizar expedientes de terrorismo para desestabilizar o governo federal.


Iniclamente ocultando e manipulando as informações mesmo assim não alcançaram êxito em seus objetivos, já que uma nova realidade com as tecnologias da informação e internete, mesmo que minúsculas em comparando com o aparato midiático, produz conteúdos informativos de qualidade que desmascaram a grande imprensa.


Derrotados no debate de idéias passaram a lançar mão  de práticas violentas, onde as novas tecnologias da informação , através das redes sociais, se encaixam em seus objetivos  de desestabilização da ordem democrática.

Mexendo com o imaginário da população em assuntos sensíveis como alimentação e sobrevivência, protagonizaram um dos atos de extrema crueldade com o povo, o mesmo povo que de forma inocente  e por falta de opções de mídias no país, principalmente emissoras de tv e rádios, mantém uma boa audiência , e por conseguinte um bom faturamento, para as principais mídias televisivas do país.

Esse cenário atual, que é real e não passa no lixo da dramaturgia das tv's e muito menos na palhaçada supostamente civilizada e  de credibilidade dos telejornais , passa a ser preocupante e, assim sendo, exige medidas imediatas do governo federal para evitar problemas maiores já que o alvo para os ultraconservadores da direita é a retomada do poder nas eleições de 14.

No campo popular,  as ações para alcançar o número de assinaturas para o projeto popular de democratização dos meios de comunicação devem ganhar um impulso ainda maior para que no menor tempo possível o projeto de lei seja encaminhado ao congresso nacional.

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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Terrorismo

 Bolsa Família e os sabotadores

publicado em 19 de maio de 2013 às 21:40

Houve corrida aos caixas em várias partes do Brasil
domingo, 19 de maio de 2013
Bolsa Família e os sabotadores
Por Altamiro Borges, em seu blog
Segundo a Agência Brasil, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou neste domingo que a Polícia Federal abra inquérito para apurar a origem do boato sobre a suspensão do Programa Bolsa Família. “A informação falsa de que só seria possível sacar o benefício até ontem (18) levou muitas pessoas às agências da Caixa Econômica Federal e dos Correios. A Presidência da República detectou a informação em estados como a Paraíba, o Amazonas, o Maranhão e o Rio de Janeiro. O boato se espalhou pelas redes sociais e há beneficiários perguntando se o Bolsa Família será suspenso ou cancelado”, descreve a matéria.
A Caixa Econômica Federal e o Ministério do Desenvolvimento Social também divulgaram notas negando mudanças no calendário de pagamento e reafirmando a manutenção das regras do programa. “O Ministério do Desenvolvimento Social informa que não há qualquer veracidade nos boatos relativos à suspensão ou interrupção dos pagamentos do Programa Bolsa Família. O MDS reafirma a continuidade do Bolsa Família, assegura que o calendário de pagamentos divulgado anteriormente está mantido e que não há qualquer possibilidade de alteração nas regras”. Já a nota da Caixa Econômica Federal informa que “o pagamento do Programa Bolsa Família ocorre normalmente de acordo com calendário estipulado pelo governo federal”.
O boato sofre a suspensão do programa Bolsa Família é criminoso e poderia até ter gerado confrontos mais violentos em várias cidades do país. Neste sentido, a apuracão da Polícia Federal e de outros órgãos sobre a origem desta sabotagem deve ser rigorosa e rápida. Não é segredo que há muita gente no país contra os programas de transferência de renda do governo federal. Na mídia venal, por exemplo, são comuns os comentários elitistas e preconceituosos contra o Bolsa Família — apelidado de bolsa-esmola. A direita nativa encara este programa como a principal causa da perda da sua representatividade partidária.

Um boato gerou um caos no país.

Curiosamente, no sábado passado, dia 18, o jornal o globo apresentava como manchete de primeira página, em letras garrafais, que o número "excessivo" de ministérios do governo Dilma, 39 no total, cobriria vários programas do bolsa família.

De certa forma o diário carioca da famíglia Marinho defendia o programa bolsa família através da crítica, sempre superficial e partidarizada, ao número de ministérios.

No dia seguinte, o domingo, explode uma onda de boatos sobre o bolsa família.

Morde e assopra é uma característica , um modus operandi, da grande imprensa golpista em sua cruzada conservadora e terrorista contra os governos populares, democráticos e bem sucedidos do PT.

Antes da agressão, um elogio.

Antes do tiro, um sorriso.

A coincidência, que pode ter ou não um significado, não autoriza acusar o sistema globo de ter plantado e incitado o boato, entretanto, diante das últimas derrotas que a direita ultraconservadora e reacionária vem sofrendo, os acontecimentos de domingo inclinam o atento leitor a refletir sobre o caso e , até mesmo, admitir  um ato de terrorismo.

A Polícia Federal, ao que se apresenta pós "boato", resolveu investigar pois também segue uma linha de possível ato de terror.

O caro leitor já deve ter notado que escrevi acontecimentos, no plural.

Sim, na virada cultural, na cidade de São Paulo, campo de obsessão e última trincheira da direita golpista, uma onda estranha de violência aconteceu também no domingo.

Hoje, em um reduto dessa direita, o grupo bandeirantes, o âncora de um programa jornalístico da rádio band news minimizou o "boato", afirmando que uma ingênua conversa de botequim poderia ter originado a "informação" e daí gerado o caos através da disseminação nas redes sociais.

Noel Rosa e Vadico, em décadas passadas, já conheciam em  profundidade o universo dos botecos cariocas, porém jamais poderiam imaginar o poder das palavras proferidas nos encontros ao redor das simpáticas mesas de mármore.

De alguma forma, aquela tal malandragem já não existe mais nas cadeiras de madeira e nas mesas redondas de mármore, alvo constante de panos úmidos de dedicados profissionais.

O antigo malandro folgado pode ser o terrorista.

O terror teria chegado aos botecos, o que se conclui que  a"ingenuidade" dos encontros, sempre retratados pela burguesia como superficiais e de pouco conteúdo, ganha agora novos contornos, novos atores com objetivos bem definidos e nada inocentes.

Tudo isso no mesmo bar, nas conversas preconceituosamente  ainda ditas como superciais.

O caro leitor já notou que sempre que a direita conservadora se apressa em apresentar uma justificativa para um determinado evento, é porque existe algo de podre no ar.

Desta vez sobrou para as conversas do bom e velho boteco.

Ou teria sido no bistrô da burguesia que o ato de terror foi elaborado e plantado, e, para justificar, especular que ingênuos conversando em um botequim teria sido a fonte do boato ?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Apocalipse Neoliberal

Eduardo Guimarães: JN transforma notícia boa em desgraça

publicado em 16 de maio de 2013 às 16:47

Por que fracassará o terrorismo econômico do PSDB e da mídia
por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
No mesmo dia do mês passado em que o país recebeu uma excelente notícia sobre a sua economia, o Jornal Nacional a transformou em notícia ruim de forma a não destoar do noticiário maníaco-depressivo com que a mídia de oposição ao governo federal vem tentando convencer o país de que estamos à beira da ruína econômica.
Em 25 de abril último, o site da Presidência da República anunciava que o Desemprego no Brasil em março fora “O menor da série histórica iniciada há 12 anos”, segundo IBGE. A notícia foi publicada às 16:02 hs. Às 21:12 hs., porém, o site do Jornal Nacional reproduzia manchete que fora vocalizada minutos antes pelo âncora Willian Bonner: “Taxa de desemprego no Brasil sobe para 5,7% em março”.
O cidadão que só se informou sobre o assunto através do principal telejornal da Globo certamente ficou achando que a situação do emprego piorou no país, sobretudo se só assistiu à “escalada” (o que seja, o anúncio das principais notícias do dia) que o casal de apresentadores do informativo Global apresenta no início de cada edição.
Mesmo que o telespectador do JN tenha assistido à curta notícia sobre o desemprego que Bonner veiculou pouco depois e não apenas à manchete durante a “escalada”, se não entender de economia deve ter ficado com a impressão de que a notícia era ruim.
Veja, abaixo, a íntegra do texto que Bonner recitou.
“A taxa de desemprego subiu para 5,7% em março. Mesmo assim, o resultado foi o melhor para o mês desde 2002, quando o IBGE passou a utilizar a metodologia de pesquisa atual. Número de pessoas empregadas no país ficou estável. Mas, em São Paulo, houve queda de 1,3%, devido, principalmente, a demissões na indústria”
A notícia, como foi dada pelo JN, induz o público a erro. A notícia era – e continua sendo – excelente. Desde que o IBGE começou a apurar o desemprego no Brasil com nova metodologia – o que ocorreu em 2002 –, março de 2013 teve a taxa mais baixa em relação a todos os outros meses de março desses 12 anos.
Realmente o desemprego em março subiu em relação a fevereiro – foi de 5,7% no mês passado e de 5,6% no mês anterior. Contudo, relevar na “escalada” do telejornal uma alta de 0,1 ponto de um mês para outro é uma evidente manipulação da notícia.
Mas o pior é que, apesar de Bonner ter informado, muito rapidamente, que 5,7% foi a menor taxa de desemprego para um mês de março, ele fechou a notícia com um dado irrelevante sobre a redução do emprego em São Paulo.
Ora, por que o desemprego de São Paulo? E o dos Estados em que caiu acima da média nacional, por que não citar? Como se vê, é uma mera escolha que a redação do JN fez ao contrapor duas “más” notícias a uma boa.
Essa tática já fora usada no mês anterior. Na mesma época do mês de março, a Globo também veiculou que o desemprego “subiu” em fevereiro, quando, na verdade, aquele mês também teve a menor taxa para um fevereiro desde 2002, sempre segundo o IBGE.
O terrorismo com que Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja e seus satélites tentam piorar a percepção da sociedade sobre a situação econômica do país valendo-se de artifícios desonestos como esse supracitado é tão escandaloso e tem um viés político-eleitoral tão claro que na edição da Folha de quinta-feira 16 de maio o dito “decano do colunismo político nacional”, Janio de Freitas, perdeu a paciência.
Apesar de alguns blogs já terem reproduzido essa coluna de Janio, antes de prosseguir na análise reproduzo-a também (abaixo) não só para quem não leu em outra parte, mas para ilustrar o absurdo de uma campanha literalmente terrorista e mentirosa com que esse setor da mídia tenta influir na política brasileira em favor dos partidos de oposição a ela aliados.
FOLHA DE SÃO PAULO
16 de maio de 2013
Janio de Freitas
O terrorismo do noticiário econômico martela; não sei dizer se o governo está aturdido com isso
Liguei o rádio no carro. Entrou de sola: “é crucial e não é bom!”. Um susto. O que seria assim dramático? A caminho do almoço, o susto devorou o apetite. Claro, era mais um dado da realidade terrível que o Brasil vive. As vendas no comércio de varejo, no primeiro trimestre ou lá quando seja, caíram a barbaridade de 0,1%.
O comércio vendeu, no período, menos R$ 0,10 em cada R$ 100. Pois é, crucial e nada bom.
Os preços, como o seu e o meu bolso sabem, vêm subindo à vontade há tempos, o que fez com que o comércio precisasse vender muito menos produtos para completar cada R$ 99,90 do que, na comparação com o passado, precisara para vender R$ 100. Mas, na hora, não tive tempo de salvar o apetite com esse raciocínio, porque à primeira desgraça emendava-se a notícia de outra. A queda desanimadora nas vendas para o Dia das Mães, comparadas com 2012: queda de 1%.
É preciso lembrar o quanto os consumidores encararam em aumentos de preços de um ano para cá? O comércio brasileiro está lucrando formidavelmente, com o maior poder aquisitivo das classes C, D e E, aplicado na compra dos tênis aos eletrodomésticos, dos móveis às motos, quando não aos carros.
O terrorismo do noticiário e dos comentários econômicos martela o dia todo. Não sei dizer se o governo está aturdido com isso, como parece das tão repetidas quanto inconvincentes tranquilizações do ministro Guido Mantega. Ou se comete o erro, por soberba ou por ingenuidade, de enfrentar a campanha que está, sim, fazendo opinião.
Daí que me permito duas sugestões, se v. quer elementos para formar sua própria opinião. O primeiro é a leitura, disponível no site da Folha (folha.com/no1278158), de um artigo muito importante, publicado no caderno “Mercado” de terça-feira. Seu autor é Bráulio Borges, mais um economista que escreve em português (um dia chegaremos à primeira dúzia).
Em “Pós-crise de 2008, debate mundial começa a reavaliar velhas ideias’”, Borges mostra que as cabeças mais relevantes da “ciência econômica” estão derrubando as teses de política econômica ainda predominantes e adotadas pelos economistas e outros contra as linhas básicas da política econômica no Brasil.
A outra sugestão é para que v. comece bem as quartas-feiras. Se lhe ficam ainda reservas vindas de longe, releve-as e leia os artigos em que Delfim Netto tem dito muito do que precisa ser dito para fazermos ideia de onde e como estamos, de fato. Descontados, pois, terrorismos e eleitorismos. Ou, no caso, são a mesma coisa?
E como crucial vem de cruz, não se esqueça: enquanto o papa Francisco não chega, reze pelos nossos comerciantes, para que recuperem suas perdas.
Janio acha que a campanha terrorista praticada pelo jornal para o qual escreve e pelo resto desse setor da imprensa de forma a ajudar a oposição nas eleições do ano que vem “Está, sim, fazendo opinião”, ou seja, está convencendo a sociedade de que o país vai muito mal, obrigado.
Além disso, o “decano do colunismo político nacional” também afirma que essa desinformação estaria tendo sucesso por “Soberba ou por ingenuidade” do governo Dilma Rousseff.
Concordo com Janio quando se queixa do imobilismo do governo diante de uma campanha imoral de desinformação que está sendo martelada sem parar pelas empresas de comunicação já mencionadas. Contudo, tenho minhas dúvidas de que tal campanha esteja funcionando.
Além da quase inacreditável boa situação do emprego no Brasil em um mundo em que o desemprego campeia e convulsiona sobretudo os países mais desenvolvidos e ricos, a renda das famílias e sobretudo dos trabalhadores não para de crescer.
Um dado até mais importante do que o nível de emprego crescente é o crescimento do rendimento médio do trabalho apurado pelo IBGE nas seis regiões metropolitanas em que o instituto atua – Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
A Pesquisa Mensal de Emprego – PME do IBGE revela que o rendimento médio do trabalhador deu um salto do ano passado para cá. De fevereiro de 2012 para fevereiro de 2013, os salários efetivamente recebidos (o valor líquido que chegou às mãos e bolsos do trabalhador) continuaram crescendo.
Entre 2012 e 2013, os empregados dos setores público e privado tiveram, em média, seus rendimentos aumentados de R$ 1.703,80 para R$ 1.840,20, o que representa um crescimento salarial de 8% (!).
A tese do governo Dilma, com a qual concordo em parte, é a de que o que o brasileiro sente no bolso anularia o que a mídia lhe diz sobre sua situação.
Apesar de o Jornal Nacional e o resto da mídia oposicionista pintarem um país em ruínas, hoje há emprego para quem quiser trabalhar e os salários não param de subir, apesar de quedas sazonais serem apresentadas como “Tendência de interrupção do processo de valorização monetária da mão-de-obra no país”.
Entende-se a aflição de Janio de Freitas. É duro para um sacerdote do bom jornalismo como ele ver seu ofício ser cotidianamente estuprado por empresários de comunicação que há muito abandonaram a missão de informar, convertendo seus veículos em agências de propaganda político-ideológica.
Todavia, terrorismo macroeconômico e midiático não é novidade no Brasil. Foi praticado antes contra o governo Lula e em condições até mais favoráveis para os terroristas midiáticos
A atual crise econômica internacional estourou em 2008, quando os EUA deixaram o banco dos irmãos Lehman quebrar. O desemprego no Brasil, então, chegou a subir por dois ou três meses. A investida midiática foi pior, mas não funcionou porque faz tempo que os brasileiros deixaram de acreditar no Jornal Nacional e cia. Ltda.


Horror ! Horror ! Horror!

Assim o coronel Walter Kurtz, personagem de Marlon Brando no filme Appocalipse Now, definia a guerra do Vietnã e sua opção em meio a babárie em que se encontrava.

Terror ! Terror! Terror !

Assim a grande imprensa brasileira, seu aparato midiático e os partidos de oposição aos governos democráticos e populares do PT,  vem se comportando  na tentativa suicida de  manipular, distorcer e omitir os fatos relevantes para a população
.
Ignorância! Ignorância! Ignorância !

Assim é , ainda, o estado da arte de uma significativa parcela fascista da classe média alta brasileira, mantenedora do terror, terror, terror.

Violência! Violência! Violência!

É o desejo maior da Ignorância para assaltar o poder.
Desejo alimentado diariamente pelo Terror, terror, terror, através de preconceitos de classe e  de exaltação da cultura fútil consumista da Ignorância.

Resistência! Resistência! Resistência

É o caminho diário, árduo, dos defensores da democracia e do estado de direito que alimentam, diariamente com infornações relevantes e fidedignas pela internete,  uma parcela consciente da população.

Informação! Informação! Informação!

São os gritos diários  de homens e mulheres, trabalhadores, cidadãos, por conteúdos densos  de esclarecimento, cultura e análise crítica, acerca dos assuntos de importância que são apresentados voláteis, etéreos, fluidos nos grandes meios de comunicação e informação.

Democracia! Democracia! Democracia!

É o grito diário das ruas digitais contra o assalto e a investida da pultocracia ( representada pelo terror, ignorância e violência )  em seu projeto fascista e totalitarista para o país e para  o mundo.

Horror! Horror! Horror!

Situação atual emergente e preocupánte nas cidades brasileiras quanto a escalada da Violência, violência, violência no tocante a crimes bárbaros ( estupros, latrocínios, racismo, etc..) em crueldade, assim nas telas de tv como nas ruas.
Os cadáveres expostos, pendurados em árvores, recepcionam o visistante  em meio a dança das autoridades locais, que assistem, em extase, o decepar da cabeça de uma vaca.


 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Seja Realista. Exija o Impossível

Maio de 68: 45 anos depois
Não conhecemos alternativas globais e as que se ensaiaram fracassaram, mas temos que introduzir uma lógica diferente ao capitalismo para conseguir o máximo de felicidade coletiva e de autonomia pessoal. Como já viam bem os jovens de Maio de 68, o que nos oferece o sistema é um engano: uma satisfação aparente através do consumo.

Luis Roca Jusmet - Rebelión


Quando acabou o Maio de 68? Foi o que perguntaram a Daniel Blanchard, agudo observador e participante em ditos acontecimentos. Em Junho de 68, afirmou. A resposta tinha algo de brincadeira e algo de verdade: a energia se perdeu em grande parte quando acabou a mobilização.

Sabemos que foi o sintoma de uma transformação a longo prazo. O primeiro aspecto que reivindicavam era o fim das instituições hierárquicas. A sociedade era muito autoritária em todos os âmbitos da vida cotidiana, da família (patriarcal) até a política (o Presidente de Gaulle ou seu revés, o PC francês) passando, é claro, pelas instituições educativas. Podemos perguntar-nos agora se nestes quarenta e cinco anos ganhamos algo neste sentido. A resposta é ambígua, ambivalente.

Jacques Lacan dizia que passamos do Discurso do Amo ao Discurso Universitário. Já não são poderes autoritários, personalizados, patriarcais. São poderes tecnocráticos, de especialistas e gestores, de avaliadores anônimos. Gilles Deleuze falava da passagem da sociedade disciplinar à sociedade de controle. Michael Foucault foi quem trabalhou mais, embora tenha morrido a meio caminho. Entendeu que as sociedades disciplinares que havia estudado em seu célebre texto Vigiar e Punir estavam se transformando em formas de governos que exerciam o poder indiretamente. Nikolás Rose o desenvolveu mais em seus estudos sobre neoliberalismo social. Vargas Llosa, que é um liberal conservador, dizia que o Maio de 68 tinha provocado a crise de valores e autoridade que vivemos. É verdade. O patriarcado caiu e com ele a autoridade, tal como nos mostrava o psicossociólogo Gerard Mendel em sua excelente análise histórica da autoridade. Quando cai o patriarcado na sociedade moderna, a autoridade em todos os âmbitos cambaleia. A sociedade é hoje mais liberal em todos os aspectos, isto é o que se ganhou: direitos da mulher, das crianças, dos homossexuais, das minorias raciais e étnicas...

O outro aspecto que reivindicavam era a felicidade, a alegria. Contra as paixões tristes, contra o mal-estar, contra a infelicidade. Aqueles jovens viam (víamos) que a forma de vida de nossos pais, que a geração que herdávamos não era uma sociedade de pessoas felizes. E que o consumo como expectativa só gerava insatisfação. A felicidade, já o sabemos, é uma cosa muito complexa e que só pode ser medida em termos subjetivos (objetivá-la é um dos aspectos da biopolítica, que também nos diz como ser felizes). Mas aquelas pessoas não pareciam muito felizes e queríamos outra vida, tentá-la de outra forma. Talvez tivesse algo de ingenuidade porque, como dizia o velho e sábio Freud, a civilização comporta repressão e, portanto, mal-estar e ninguém está disposto a negar as vantagens de um mundo civilizado. Mas ainda aceitando isto podíamos aspirar certo grau de felicidade e não nos conformar em sermos vítimas de costumes e de uma maneira de viver com a qual não nos identificávamos. Podemos nos perguntar também se quarenta e cinco anos depois, nas chamadas sociedades avançadas, somos mais felizes. E eu também diria que não. A sociedade cada vez parece produzir mais infelicidade e a depressão tem características de praga social, acrescentada a outras como a anorexia, os vícios... Parece cumprir-se a fatal profecia de Nietzsche, quando dizia que o que chegaria se não éramos capazes de transformar os valores, era o niilismo do último homem. Aqui Nietzsche afirmava uma questão central que era que, para viver intensamente, para querer viver, temos que aceitar a dor e a morte. E não aceitamos nem uma coisa nem a outra, pelo qual nos transformamos, cada vez mais, em indivíduos que o único que querem é não sofrer e negar a própria finitude, a própria morte. E o preço é viver no mínimo e guiados por uma sociedade que cada vez nos oferece mais serviços para ser um rebanho que tem a vida cada vez mais regulamentada e que vai dos objetos tecnológicos até o turismo de massas, que por outra parte criam cada vez novas e maiores obrigações para todos os que compomos, queiramos ou não, este rebanho.

Podemos pensar então que o que vale a pena recolher daquele movimento é a luta pela autonomia e a luta pela felicidade. Isto, queiramos ou não, não é apenas incompatível com o autoritarismo ou com os costumes repressivos, uma vez que, como bem nos lembra Zizek, agora o imperativo é que temos que gozar. Com o que é realmente incompatível é com o capitalismo. Já sei que não conhecemos alternativas globais e as que se ensaiaram fracassaram, mas temos que introduzir uma lógica diferente a ele para conseguir o máximo de felicidade coletiva e o máximo de autonomia pessoal. Como já viam bem os jovens de Maio de 68, com suas consignas anticapitalistas, o que nos oferece o sistema é um engano: uma satisfação aparente através do consumo que não é felicidade e um individualismo que não é autonomia real.

Em todo caso, vale a pena não esquecer e procurar algo melhor do que o que temos. Estes valores dos quais falo, não esqueçamos, sim são mostras do Progresso, que não é outra coisa que o que ganhamos coletivamente em felicidade e em liberdade. É incompatível com o capitalismo.

Nestes momentos de crise, tentemos recuperar algo desta luta pela autonomia e pela felicidade que não passe por querer recuperar o consumismo.

Não esqueçamos tampouco que, como dizia Claude Lefort, também vinculado ao movimento, que as duas saídas ao vazio de poder das sociedades tradicionais são a democracia e o totalitarismo. São as duas opções que hoje podemos ver mais claras na crise que vivemos, do Estado oligárquico liberal que nos geriu todos esses anos.

Não esqueçamos também, que o capitalismo sobreviveu perfeitamente a esta crise de autoridade. Tudo que é sólido se desvanece, dizia Marx, referindo-se ao capitalismo. Equivocaram-se os que diziam que a crise da família patriarcal autoritária seria o fim do capitalismo. O capitalismo sobrevive com casais gays, com mulheres emancipadas e muito mais. É a lógica do aumento incessante do capital e da mercantilização generalizada o que o define. E se adapta muito bem às mudanças sociais. Não será isto o que o matará.

Tradução: Liborio Júnior

Fonte: CARTA MAIOR



Uma aula para Lobão


 Fonte :Jornal do Brasil  Wander Lourenço*

No bojo das transformações políticas referendadas pela Semana de Arte Moderna, quatro décadas após Machado de Assis proclamar a independência literária do país às margens do Ipiranga comMemórias póstumas de Brás Cubas, os impropérios atávicos deste rebelde e prodigioso discípulo de Antônio Carlos Jobim e Caetano Veloso, arrebatam-me a citar o compositor Heitor Villa- Lobos e a suaBachiana n. 5. Em se tratando de elaboração de cunho musical, é imprescindível afirmar que a combinação antropófaga entre a obra erudita de Bach e o esboço de brasilidade retratado pela composição brasileira deságuam no cerne do conceito modernista idealizado por Manuel Bandeira, Oswald e Mário de Andrade. Inclusive, foi o próprio Bandeira quem levou pelas mãos o autor deMacunaíma ao boêmio reduto do Estácio para conhecer o processo de criação do harmônico canibalismo representado pelo samba de Ismael Silva e Noel Rosa. Anos mais tarde, a Pauliceia Desvairada se identificaria com a tangência do alaúde de Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini.
A absurda dificuldade de compreensão do insurrecto e arlequinal Lobão, no entanto, faz-me recordar um entrevero protagonizado por Ariano Suassuna e Chico Science. O mestre paraibano, profundo pesquisador da cultura popular nordestina, implicara com as experiências rítmicas aventadas por Chico Ciência, conforme o alcunhara, pelo viés de indigesto estrangeirismo a se iniciar por um movimento intitulado Mangue beach, que se arvorava a misturar a mitológica guitarra elétrica de Jimi Hendrix com a sanfona, o triângulo e a zabumba de Luís Gonzaga ou Capiba, através de folclórico rock in roll, frevo, música eletrônica e maracatu atômico de Mautner. Ao que lhe responder, o músico com invulgar sapiência, que ele, Chico Science, era apenas um discípulo que se inspirou no mestre da Farsa da boa preguiça, quando Suassuna propôs um rendez-vous de Baco entre a literatura de cordel e a dramaturgia de Plauto, Terêncio, Gil Vicente, Racine, Shakespeare e Maquiavel, entre o prosaico percurso picaresco de João Grilo e Chicó, o auto medieval e a comédiadell’arte.
É preciso explicar ao anjo rebelado da burguesia que a genialidade de Heitor Villa-Lobos (quiçá, plural de Lobão?) se posiciona no cerne de uma original manifestação de hibridismo cultural, que precederá o affair tropical, idealizado pela confessional Vida bandida, entre a bateria da Mangueira e o Brock dos anos 80, consiste meramente em reproduzir a estética modernista de cunho antropófago capitaneada por Mário de Andrade, assim como a bossa nova de Jhonny Alf, Vinicius de Moraes, Tom, Bôscoli, Lira, Menescal e João Gilberto, a Tropicália do macunaímico Jorge Ben, Gilberto Gil, Caetano, Torquato Neto, Capinam, Mutantes e Tom Zé, a Jovem Guarda de Roberto e Erasmo Carlos e da metamorfose sem rótulo de Raulzito Seixas, Novos Baianos e, enfim, Sérgio Sampaio, que, ao botar o seu bloco na rua, poderia substituir o mote, há quem diga pela indagação de Noel Rosa a Wilson Batista, ao entoar o antológico “Quem é você que não sabe o que diz?”.
* Wander Lourenço de Oliveira, doutor em letras pela UFF, é escritor e professor universitário. Seus livros mais recentes são ‘O enigma Diadorim’ (Nitpress) e ‘Antologia teatral’ (Ed. Macabéa). -wanderlourenco@uol.com.br



O caro leitor tem dois belos textos para saborear e refletir.

De alguma forma, tavez até muitas, os textos de hoje tem algo em comum.

Em essência ambos abordam questões  de metamorfoses, rompimentos e criações de estéticas dissidentes ao satatus quo.

Maio de 1968 ( seja realista. exija o impossível )  , independente de seus 45 anos que não  necessáriamente é uma data redonda, tem sido abordado , e atacado, com frequência neste início de século XXI.

Lembro de uma frase do ex-presidente francês, Nicolás Sarkosy, que ao assumir o cargo de presidente, em uma de suas primeiras declarações, afirmou que seria o fim de 68.

Qual o por quê de tanta obsessão se nada , na ocasião , foi mencionado sobre o histórico maio francês ?

O mesmo agora, e sempre, tem sido observado com críticas, sempre oriundas do satus quo e até mesmo por rebeldes burgueses cooptados para tal finalidade,  sobre sementes que deram fruto com os movimentos e transformações  sociais  gerados nos anos da década de 1960.

Esses setores retrógrados, e ainda dominantes,  insistem em divulgar por todos os meios que vivemos ainda como nossos avós em sociedades  conservadoras.

Tudo isso vem sendo feito e divulgado, ad nauseum,  sem que se faça nenhum movimento nas sociedades na direção de defender ou reafirmar os valores de 68.

Estranho, não é, caro leitor ?

Para o leitor atento, fica claro que um fantasma de transformações sociais habita os salões da burguesia mac feliz, principalmente nas noites neoliberais já que nem sempre se vê mágica no escuro.

A busca da felicidade, ou o despertar daquilo que sempre existiu, deve ser algo externo as pessoas, pois o satus quo não comporta a multidisciplinaridade, quer seja em uma estética antropófaga ou científica.

Na realidade conservadora a suposta felicidade é mensurável, e tem enderêço onde se pode adquirir.

Entretanto, na realidade emergente a fome de múltiplas conexões e misturas apontam um novo caminho, quer seja na ciência, nas artes, na política, nas relações sociais.

O consumo é agora, e é consciente.

O todo é bem maior que a soma da esquerda, com a  direita e com o centro.

Talvez isso explique o lulismo.
 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Comando PIG


 

Depois de comando vermelho, terceiro comando e amigos dos amigos, uma nova organização criminosa aparece organizada em todo o território nacional , inclusive com ramificações em outros países da América do Sul.

É o comando PIG espalhando terror através de seus jornais, revistas , emissoras de tv , portais, blogues e sites.

Flagrados na tentativa de explodir o Brasil e ferrenhos defensores de doações do patrimônio do povo à empresários ( Maracanã, petróleo, hidroelétricas , etc...),o comando PIG tem sido apontado como o principal suspeito de forjar supostos  problemas na estrutura do estádio de futebol Engenhão.

O principal objetivo da suposta ação terrorista é fazer com que o clube Botafogo, que atualmente administra o estádio, abandone a administração para que os empresários ligados ao comando PIG possam , então, assumir mais um patrimônio do povo brasileiro.

Uma célula do comando PIG, mais precisamente o telejornal terrorista RJ TV, da tv globo, está empenhado na defesa da privatização do Maracanã, o que irá beneficiar grupos  ligados ao comando.

Cabe lembar ao caro leitor, que a privatização do Maraca será por  35 anos, e que a empresa vencedora pagará, ao estado do RJ, algo próximo de 6 milhões de reais por ano, além dos custos de manutenção do estádio.

O leitor sabe que já foram gastos mais de 1 bilhão de reais nas obras do Maraca, dinheiro público.

A empresa que vencer a privatização, pagará, em 35 anos, pelo "aluguel" do estádio, algo em torno de 20% do custo da reforma.

Segundo informações da  ID -Inteligência Digital -, organização que monitora as ações do comando PIG, os supostos problemas do Engenhão seriam para retirar o Botafogo da administração do estádio.