segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mensalão, Reco-reco e Brasiiiiiil

Rio de Janeiro - 15    Mensalão, Reco-reco e Brasiiiiiiiil







Política

O julgamento do chamado mensalão, que começa em agosto, foi o carro abre-alas, com direito a todo tipo de alegoria, das revistas semanais. Com exceção de Carta Capital, que trouxe um supremo envolvido em travessuras financeiras - assunto ignorado pela comissão de frente midiática golpista - as baterias do partido político da imprensa  tocaram em unísssono pelo grande julgamento, o maior do śeculo. Nas capas os artesãos das imagens  não pouparam esforços para que as cores tivessem excelentes definições, os personagens apresentados retratassem as figuras  de uma história sinistra e as expressões cuidadosamente desenhadas dessem ao leitor uma exata , porém falsa, compreensão do enredo. O trabalho foi cuidadosamente elaborado ao longo de anos nos barracões, ou quem sabe porões , da grande imprensa golpista e, o período compreendido entre a semana que se inicia e meados do mês de setembro, a grande  e golpista imprensa desfilará toda a sua sorte, ou quem sabe a sua sobrevivência, na preservação de seu ideário e de sua manutenção no grupo fantasioso do conservadorismo.


Samba

Apesar do silêncio na grande mídia, o mundo do carnaval, um setor da economia que movimenta anualmente milhões de reais com geração de empregos , capacitação de profissionais, turismo, produção artística, etc... movimenta-se na reorganização de suas estruturas político - administrativas visando os desfiles das escolas de samba dos diferentes grupos. Novas associações foram criadas e fundidas com o objetivo de dar mais visibilidade , na arena maior, do carnaval carioca. A contratação de novos profissionais assim como a aquisição de equipamentos aquece o setor nesse período de organização e planejamento para a elaboração do carnaval .Um grande movimento acontece na colocação de novas rainhas para as baterias das escolas, um posto onde a escolha, na maioria das vezes, segue motivações políticas ou financeiras. Um bom exemplo foi a demissão da rainha da bateria da escola Grande Rio. Mulher de um diretor da emissora detentora dos direitos de transmissão do desfile das escolas, foi duramente criticada por seu perfil anoréxico, incompatível plasticamente para o posto. Insatisfeitos com a repercussão, a tv globo, através do programa fantástico de ontem, apresentou matéria com o intuito de sedimentar na opinião pública que os recursos governamentais destinados ao carnaval são desviados para outros fins, tentando, dessa maneira, aprisionar as escolas de samba com favores de endinheirados para fazer valer suas esquisitices. Vale lembrar que escolas com dificuldades financeiras acabam aceitando propostas para "homenagear" determinadas pessoas, a maioria sem nenhuma relevância para ser enredo,  em troca de um pagamento para fazer o carnaval. Outro aspecto que deve ser discutido amplamente diz respeito aos direitos de transmissão dos desfiles. A percepção da maioria das pessoas do meio, é de que se faz necessário  que outra, ou outras emissoras de tv, também possam transmitir os desfiles. O padrão global, assim chamado pela tv globo para suas transmissões e produções, não reflete a realidade dos desfiles. Deseja-se o padrão real.


Esporte

Na semana  que passou teve  início os jogos olímpicos de Londres, vulgarmente chamado de olimpíadas. A bem da verdade não existe mais nada de olímpico nos jogos. Atletas em busca de visibilidade e independência financeira, grandes interesses comercias envolvendo os jogos e muita sujeira na briga por melhores índices de audiência nas tvs brasileiras. A rede Record, detentora dos direitos de transmissão disponibiliza , em tv aberta, uma grande variedade  de competições independente da participação de atletas brasileiros. Isso já é positivo, já que em eventos da tv globo, somente as competições com atletas brasileiros ganhavam destaque na tv aberta, tudo , claro, com a dose imbecil, infantilizante e idiota de torcida pelo Brasiiiiiiiiil. A cobertura da imprensa, tanto no rádio, impressos e tv, procura desmotivar o ouvinte, leitor e telespectador, respectivamente, de maneira a afastá-lo das telas da Record. Comentários do tipo; " caro ouvinte, hoje o Brasil não tem mais  chance de subir em pódio" isso as 11 horas da manhã. ou ainda; " o primeiro dia do Brasil nas olimpíadas foi excelente, já hoje, o segundo dia , está uma coisa horrorosa. Lá vem o Brasil descendo a ladeira " ou ainda. " na ginástica só se vê tombo do Brasil ". Outro: " o futebol apresentado pelas seleções é muito fraco. Dessa maneira até a equipe do Brasil, que não  tem esquema e joga toda improvisada, pode ganhar a medalha de ouro " O sofrimento : " a dupla de volei de praia do Brasil sofreu para ganhar a partida " E a que perdeu,sofreu menos, ficou feliz  ? . Tudo isso, claro, em função de uma briga por audiência, independentemente do que acontece nos jogos. A cobertura da Record vai bem, até agora, e os comentaristas, com raras exceções, sabem o que falam.
 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Comunicação e Linguagem na Mídia

Comunicação e Linguagem na Mídia



"O cenário atual aponta para infinitas possibilidades porém com grandes incertezas, devido aos inúmeros percalços que o caminho oferece nestes tempos de ajustes e definições. As análises, sempre coerentes e precisas,apontam os dilemas da humanidade em mais um período histórico, onde forças opostas travam disputas ferrenhas com o objetivo de fazer prevalecer suas posições. As transformações não seguem uma lógica linear de  acomodação e se apresentam em saltos, por vezes incompreensíveis para o cidadão comum que mesmo dispondo de uma gama diversificada de opiniões ainda não teceu, adequadamente, uma nova, porém antiga, concepção de análise e internalização dos fatos correntes. O caminho tem sido bem trilhado e as orientações para consolidação são, em sua esmagadora maioria, conduzida por luminares do conhecimento, o que transmite tranquilidade e segurança, apesar dos intensos debates que sempre visam o melhor para todos. O empenho é total, diário, e requer um comprometimento visceral, celular, para que as posições não sejam perdidas, os espaços conquistados bem protegidos com a consequente construção de edificações que possam garantir a permanência do ideário. Todo arsenal crítico, de imediato, não pode encontrar repouso no terreno específico devendo ser alvo de análise profunda tendo em conta todas as ferramentas disponíveis para tal. Cabe sempre lembrar que as instituições envolvidas não devem medir esforços para fornecer todo material, humano e técnico, para os grupos de análise, suprindo, assim, eventuais deficiências que possam vir a ocorrer durante o período em questão, no contexto deste artigo. A precisão, assim como a exatidão, são condições fundamentais na cristalização de uma credibilidade forte, transparente, consistente, que devem ser o principal pilar das forças de consolidação que trablham em prol do bem estar da humanidade. Toda e qualquer externalidade deve passar por uma avaliação criteriosa, procurando elmentos de afinidade com o centro condutor, em primeiro lugar, e eliminando aquelas orientações que possam desestabilizar o sistema, principalmente aquelas orientaçõs e conceitos de caráter meramente subjetivo e, que em muitas ocasiões , ganham corpo na estrutural conceitual, desvirtuando os caminhos, confundindo percepções e colocando em risco as instituições  e toda gama de recursos empenhados. Assim, esperamos de nossos parceiros a atenção total, assim como de nossso fiés seguidores a contribuição constante, incansável, para que as disposições aqui bem definidas possam lograr êxito garantindo a segurança de todos". 

O texto acima  pode indicar uma parte de  como a grande imprensa trabalha na construção de suas análises, e informações para o cidadão. O texto não diz absolutamente nada, não especifica o assunto e muito menos contextualiza. Retirando algumas poucas palavras , e acrescentando outras específicas, pode ser utilizado para análise sobre qualquer assunto, desde economia, passando por ciência, religião , política, etc. O texto segue o princípio da hipnose ericsoniana, nome atribuido ao seu criador, Milton Ericson. Trabalhando com generalizações, e utilizando palavras chaves, no caso a especificação do assunto, conduz o leitor/ouvinte/telespectador a compreensão própria do assunto, sem especificar, contextualizar ou definir. As palavras chaves de especificação, juntamente com palavras de indução levam o receptor a crer  que se trata de algo profundo e consistente. A técnica é usada no trabalho psicoterapêutico com grande sucesso , porém, quando utilizada pelos meios de comunicação, se transforma em uma poderosa ferramenta de manipulação e aprisonamento das consciências. O  oposto a esta técnica é a ferramenta da meta linguagem, que através de desafios questionadores , visa especificar o conteúdo, Por exemplo: " o cenário atual aponta para infinitas possibilidade... Que cenário, especificamente ?  " porém, grandes incertezas, devido aos inúmeros percalços que o caminho oferece... Incerteza em relação a quê ? Que percalços, cite alguns ? Que caminho ? É o único ?  " as análises, sempre coerentes e precisas... Que análises ? Feitas por quem ? Coerentes e precisas comparadas com quê ? " o caminho tem sido bem trilhado e as orientações para acomodação... Que caminho ? Trilhado por quem, especificamente ? Que orientações ? Quem as forneceu ? O que deve ser acomodado ? " toda e qualquer externalidade deve passar por uma avaliação criteriosa procurando elementos de afinidade com o centro condutor... Quem avalia ? Que centro condutor ? Ele conduz o quê ou quem ?  E por aí, vai. Todo o texto acima pode ser desafiado pelos padrões da meta linguagem, procurando, sempre especificar, quantificar, definir e contextualizar. Entretanto ainda são poucos que percebem as sutilezas da comunicação midiática para buscar o conteúdo adequado. Associado ao texto, as mídias também se utilizam de outros instrumentos para consolidação de suas informações. Em se tratando de mídias impressas, jornais, revistas, livros, etc... a análise é a mais simples de ser executada pois exclui os elementos visuais e sonoros da comunicação, ferramentas ainda mais poderosas na construção de conceitos pois prevalecem como principais filtros de recepção na maioria das pessoas. Assim sendo, o foco principal recai na televisão e rádio. O rádio trabalha , obviamente com o texto falado e a voz. O ouvinte recebe a informação somente pelos canais auditivos, pela voz do emissor, o que por um lado revela toda a estrutura emocional do emissor, assim como os elementos cênicos sempre, no caso da mídia em questão, associado ao sensacionalismo. O rádio elimina o principal filtro de recepção, que é o visual, mas para um ouvinte atento é póssível perceber as diferentes variações no tom de voz ao se proferir determinadas palavras que servem com fortalecedoras de conceitos que se deseja passar. A desconstrução do conteúdo, em relação a mídia impressa, ganha uma dificuldade a mais, porém,  ainda assim , é fácil de ser percebida pelos ouvintes atentos. Torna-se , ainda mais fácil, perceber a sinceridade das intervenções dos emissores no tocante aos assuntos abordados, principalmente quando manifestações de emoções ( sorrisos, irritações, tristeza, sensacionalsmo )se misturam ao discurso proferido pelos radialistas, revelando, na maioria das vezes, uma compreensão, para o ouvinte atento, contrária ao conteúdo proferido pelo emissor. A terceira, e mais poderosa fonte, é a televisão. A tv trabalha, com o texto , o som e o visual, propiciando ao emissor de conteúdo uma enorme gama de recursos não verbais que também são considerados ferramentas de hipnose no contexto do conteúdo ericsoniano. Para a maioria das pessoas, ao se posicionar na frente de um aparelho de tv, suas capacidades de recepção auditivas e de leitura ( quando são apresentados textos, mesmo que pequenos) são minimizadas pelo filtro predominantemente visual. Não por acaso, a maioria esmagadora dos conteúdos informativos de tv, segue um padrão de apresentação bem definido, no tocante aos apresentadores, aparência, vestimenta, variações no tom de voz e aspectos de comunicação não verbalizados, como sorrisos, expressões de apreensão, sensacionalismo, movimento de braços e mãos adequadamente escolhidos e colocadas em cada notícia. Pode-se assim concluir, que os telejornais, e também outros programas de tv, são apresentados por pessoas que representam papéis para um fim específico, no caso a passagem de informações, o que caracteriza, pela direção ideológia das emissoras, como apenas um programa a mais na grade de cada emissora, não sendo necessáriamente a divulgação de um conteúdo jornalístico, mesmo que sugerido para esse fim. No tocante a aparência, os apresentadores compoẽm um personagem sério, íntegro e de boa aparência. O terno, para os homens , garante a seriedade na condução dos negócios, imprescindpivel para apresentação de notícias. A maioria não usa barba ou bigode e os cabelos são lisos, mesmo que para isso sejam alisados  como fez o apresentador Marcio Correa da tv globo. Aos repórteres de campo, por vezes em situações onde se revelam intrépidos, um relaxamento cuidadoso no visual é permitido. Pessoas gordas não apresentam telejornais,talvez por passar uma idéia cômica das notícias, assim como portadores de deficiências são excluidos das apresentações. A calvice também não é bem vista para apresentadores, salvo para aqueles que anteriormente tinham cabelos e perderam com o tempo , sendo acompanhados pelos telespectadores. O uso de óculos também deve ser evitado para não passar ao telespectador uma ideía de deficiência, devendo os apresentadores utilizar lentes de contato, fato que já causou enorme problema e constrangimento para uma apresentadora da tv globo quando sua lente caiu ficando impossibiltada de ler o texto oculto ao telspectador. As mulheres nos telejornais, em sua maioria, são bonitas, magras, e com os cabelos, lisos, na altura dos ombros, seguindo um padrão geral. A amabilidade feminina, no caso da tv globo especificamente, é reprimida nas apresentadoras de telejornais que , na maioria, passam uma   imagem de firmeza e segurança na divulgação das notícias. O padrão não é necessáriamente seguido por outras emissoras, sendo que no caso da tv bandeirantes o estilo mulherzinha é bem valorizado em todos os programas da rede. A análise não inclui a Tv Brasil e a TVT, sendo que esta última é a única que foge do padrão geral, e com relativo sucesso , apresentando bons conteúdos informativos para o telespctador. A TV brasil peca, em algumas situações, principalmente aquelas no tocante ao padrão de apresentação se igualando as demais, porém é forte no tocante a credibilidade.  Esta análise não pretende aprofundar o tema da comunicação, porém reforça a tese da importância da televisão na formatação das consciências, o que não seria um problema, se o espectro eletromagnético fosse democraticamente distribuído.

terça-feira, 24 de julho de 2012

O Fim do Mundo na Imprensa

O Fim do Mundo na Imprensa






A grande imprensa, de tanto mentir, não sabe mais o que é verdade ou mentira daquilo que produz. Com a água subindo cada vez mais e já entrando pela janela, a mídia brasileira insiste que a água não existe.  A análise de todos os assuntos em destaque no noticiário recebe um filtro ideológico na tentativa de impedir o esclarecimento da realidade. Na semana que passou, mais uma vez uma pessoa, nos EUA, entrou em um estabelecimento repleto de pessoas e saiu atirando, matando uma dúzia e ferindo outras tantas. O fato se repete com freqüência não sendo, assim como deseja a imprensa, um ponto fora da curva, um ato de um desequilibrado. Na análise da rádio cbn, e também nas emissoras de tv no horário para as donas de casa, psicólogos traçavam o perfil do atirador como um louco, psicopata, cabendo a ele, e somente a ele, a responsabilidade pelas mortes, excluindo qualquer comentário  sobre um comportamento que se repete e que ganha contornos de uma patologia social. A título de exemplo, meu caro leitor, imagine a fabricação de uma peça qualquer, com dimensão de 100cm, e tolerância de + ou - 1 cm. Isso significa que uma peça com 101 cm ou 99 cm é aceita para o uso. Para confirmar que a produção seriada esteja dentro dos limites de tolerância,  peças são retiradas e medidas segundo um intervalo bem definido. Ao medir as peças o operador verifica os seguintes dados; 100,3 cm, 100,6 cm, 100,7cm, 100,9 cm. Uma tendência que em pouco tempo  o processo produzirá peças fora dos limites de tolerância. É o momento de parar e fazer ajustes na máquina. Assim é o que acontece com os atiradores que se multiplicam para matar pessoas. Há algo de errado no processo, não foi apenas uma peça que acusou 102cm, mas uma tendência do processo sair do controle. Isso significa que o atirador é louco, inserido em uma sociedade, o processo, desajustada, fora de controle. Esse aspecto não é analisado pela grande imprensa. Em uma sociedade onde o culto a violência é uma constante, onde a maioria da população compra com facilidade arma de fogo, onde aviões não tripulados são usados pelo estado para matar pessoas indefesas e inocentes, onde a indústria cultural tem na violência sua maior fonte de renda, algo não vai bem. Ao omitir a realidade e análise dos fatos a grande imprensa tenta preservar sua ideologia, seus valores e suas estratégias de controle  sobre a população. E assim se repete em todos os demais assuntos em destaque . O desemprego que assola a Europa e os EUA é abordado pela imprensa como normal, fruto de ajustes necessários para o bom andamento da economia, que com certeza produzirá a felicidade desejada a todos.  Os sérios e graves problemas ambientais, confirmados pela comunidade científica, são apontados pela grande imprensa como exageros de apologistas do fim dos tempos, interessados em subverter a saudável ordem capitalista para reintroduzir o comunismo. Ainda em se tratando das questões ambientais. a grande imprensa acusa os ecologistas de propagar a idéia de fim do mundo. É estranho, pois o que se discute no meio acadêmico é exatamente o oposto, a preservação do planeta de maneira a evitar o processo destrutivo em curso. E aí entra mais um cinismo descarado da imprensa. O assunto fim do mundo está, constantemente ,em todos os veículos de mídia e também na indústria cultural.  É um assunto que vende , pois mexe com o imaginário coletivo em temas sensíveis às pessoas como a morte. Saber que a morte será para todos de uma só vez, de forma inexorável, é algo bem aceito e de interesse do homem,egoísta por natureza, que tem dificuldades de aceitar o fim da existência. A grande imprensa, cínicamente, sabe disso e explora o tema para auferir lucros, porém, atribuindo aos ambientalistas a propagação do medo. O clímax da mentira, porém, foi na manipulação das condições do clima na cidade do Rio de Janeiro. A tv globo, apresentou para seus incautos telespectadores o tempo na cidade com uma umidade relativa do ar em 27%, alertando, com ares de pânico, para o consumo urgente de água. Seria uma informação útil, se fosse verdadeira. Naquele momento a umidade relativa do ar na cidade estava em 88%, bem diferente da  perigossíssima secura  da globo. O motivo é simples, atender , em primeiro lugar, os interesses de seus principais patrocinadores, no caso transnacionais envasadores de água mineral, que neste período do ano, tem queda acentuada nas vendas de seus produtos por conta de temperaturas mais baixas. O tempo, ora, o tempo é apenas um meio, um detalhe. Na próxima semana entra em cena o julgamento da armação chamada mensalão. Armação que teve a participação da grande imprensa no objetivo de derrubar o então presidente Lula. Como de costume, os comentários na imprensa, sobre o mensalão, excluem a formação da quadrilha midiática, os reais bandidos e, apontam para a condenação sumária de Lula e seu partido. Além de criminosos, a imprensa também é cômica.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Magias e Ossadas


Magias e Ossadas



A semana começou com a repercussão da entrevista de Rosane Collor, primeira dama no governo Collor. Alardeada como a revelação bombástica, que poderia mudar até mesmo os rumos da ciência ou a mesmo a órbita terrestre, a entrevista foi mais um factóide produzido pela tv globo para , dentre outros objetivos, aumentar a audiência de um programa medíocre que agoniza. Está em jogo, também, uma possível intimidação ao ex-presidente Collor que como membro da CPI de Carlos Cachoeira, vem dando sinais claros que deseja a participação da imprensa, no caso por enquanto somente e revista veja, nos depoimentos da CPI. Como é de conhecimento público, mesmo que ocultado pela grande imprensa, a imprensa é parte da quadrilha de Cachoeira o que também pode revelar sua participação , agora com provas, na tentativa de deposição de Lula por ocasião do suposto esquema do mensalão. Para isso a tv globo não mediu esforços e acabou produzindo uma palhaçada do outro mundo, sem conteúdo, com direito a citações sobre magia negra e disparos  de preconceitos racistas e religiosos. Seria de bom tom que a tv globo apresentasse ao seu delirante público um programa sobre magia branca, já, que para a tv dos marinhos, a negra existe. Esse tipo de reportagem é um atentado a qualquer prática de um jornalismo sadio, pois nutre a ignorância, o preconceito e ainda, agride religiões de afro descedentes. Se não bastasse a idiotice de domingo na tv, um jornal dos marinhos, que atende pelo nome de extra, ainda comparou  Rosane Collor com Carminha, uma personagem de novela atual. Tudo isso em primeira  página, com letras generosas. Não é estranho, pois, que com uma frequência maior, o assunto da decadência da grande imprensa ocupe os principais portais, blogues e sites da internete. A sensação que se tem, isso para os cidadãos mais atentos, é de que a grande imprensa vive momentos  de  rejeição da realidade, não apenas no contexto nacional como no regional. Contrariada com sucessivas derrotas em seu projeto político-ideológico-econômico e, ainda com a proximidade das eleições municipais que podem aliviar sua agonia, a imprensa mergulha, mais uma vez, na lama do preconceito e da ignorância, assim como o fez no ano de 2010 por ocasião das eleições para presidência da república.

Um outro assunto, que não foi muito notado mas causou um grande barulho e incomodou muita genta da tv globo, foi a demissão sumária da apresentadora da tv globo, Ana Furtado, do cargo de rainha de bateria da escola de samba Grande Rio. A rainha demitida já vinha sendo  alvo de muitas críticas por parte da imprensa especializada no mundo do samba e das escolas de samba. Apontada como tendo um perfil inadequado para o cargo, por conta até  mesmo da exposição de seus ossos, a apresentadora global foi duramente criticada por ocasião do último desfile das escolas de samba. Ossadas e curvas generosas a parte, a questão deve ser avaliada com mais profundidade. Certamente para ocupar o cargo de rainha de bateria, algumas pessoas endinheiradas não se furtam em pagar às escolas de samba para ocupar postos de destaque durante os desfiles, que é bom lembrar são transmitidos pela tv globo que também influencia na escolha dos enredos de algumas escolas. A escolas de samba, em sua maioria, tem dificuldades em angariar recursos e patrocinadores para cobrir os custos , cada vez mais elevados, de manutenção de uma estrutura ao longo de todo o ano. Assim sendo acabam se rendendo as migalhas oferecidas por celebridades, que , em alguns casos, já pagaram às escolas para serem homenageadas como enredos. A situação piora, pois a tv globo, detentora das direitos de transmissão, impede que as escolas de samba tenham patrocinadores e que possam ostentar as marcas desses patrocinadores nos equipamentos , adereços, alegorias e roupas dos integrantes, assim como ocorre no futebol, nas corridas de automóvel, etc.. A tv globo alega, que tais marcas iriam prejudicar seus anunciantes. E no futebol e na fórmula um, elas prejudicam ? Se as escolas fossem liberadas para ter patrocinadores, por ex, patrocinador de bateria, da ala de baianas, etc, teriam mais recursos e não necessitariam de abrir espaço para algumas pessoas que tem apenas o objetivo de aparecer numa festa em que elas não tem a menor identidade e, como é de conhecimento,ainda rejeitam a cultura popular. Com patrocinadores as escolas ganharão mais fôlego, tenderão a se distanciar do dinheiro sujo, e consolidarão com mais força a cultura popular. Isso interessa a colonizadora globo ?



Nossa imprensa esportiva...

Vem aí as olimpíadas de Londres. Não vai faltar assunto sobre a nossa alegre, empolgada e animada imprensa esportiva. No futebol, Galvão não vai narrar nenhum jogo, o que já é um alívio para o telespectador. A seleção de futebol promete e tem tudo para conseguir a tão sonhada medalha olímpica e justo na edição que a globo fica de fora. A ver.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Encontros Cariocas - 5 Crianças & Sábados

   Crianças & Sábados





Hoje não tem escola. Não tem aula nem bronca, não tem prova nem cola. Hoje é dia de brincadeiras com os amigos do bairro, do condomínio. Hoje é dia de diversão, andar de bicicleta, jogar futebol, virtual , de campo ou de salão. Hoje é o dia que as crianças esperam, por dias, cinco dias, para fazer o que mais gostam, durante todo o dia. Hoje é sábado. O sábado não é um dia qualquer, é o mais esperado, desejado, festejado. É um dia de encontros, com outros, com os próprios desejos, com o ideal que se deseja. As manhãs de sábado , aqui em Ipanema, ou em outros lugares como Saquarema, Itapema, Guararema, Diadema, são sempre manhãs de sábado. Manhãs estendidas até a metade do dia, afinal sábado não é apenas mais um dia. Inevitável não sair às ruas, enquanto as crianças brincam. Momento de rever os "amigos" do bairro, que nunca cumprimentamos, mas que conhecemos por décadas. Referências mútuas, insumos para assuntos de vidas enfadonhas. Em sociedades em que o trabalho  significa, apenas, uma forma de ganhar a vida, as manhãs de sábado são válvulas de escape. A maioria aguarda, por dias, cinco dias, pelo dia sem obrigações, sem bronca do chefe, sem cartão de ponto. Caminhando por Ipanema, mas poderia ser Diadema, Itapema,  Saquarema vou revendo os amigos. Alguns posso avistar ainda a distância, anunciando um cruzamento pelo passeio. Logo que sou identificado , a expressão do amigo muda. Olha em direção ao chão, como se estivesse verificando algo nos pés, quando na realidade busca referências internas sobre mim para que possa rearrumar o rosto, e ter a expressão correta para o cruzamento inevitável. Ao cruzar comigo, os rostos falam no cumprimento mudo, entre amigos de décadas que nunca se cumprimentaram mas que dizem tudo o que pesam um do outro, sem saber que a verdade foi dita pelo susto , expresso na face, ao avistar o amigo. Avisto um colega com quem trabalhei em uma empresa, há alguns anos. Estrangeiro, viveu dez anos na cidade, em Ipanema e voltou para seu país. Certamente estava de férias. Seu caminhar, pelo calçadão da praia,  demonstrava segurança, satisfação, revelando , para ele  e outros atentos, conhecimento da cidade, dos hábitos, das esquisitices das pessoas. Fazemos o mesmo quando visitamos cidades em que já conhecemos. Sábado é um dia fantástico,para as crianças e adultos. É no sábado, por exemplo, que se vai comprar aquilo que se viu em um amigo, ou amiga, no sábado anterior e que foi motivo de longas conversas na família, entre crianças, adultos. Na sociedade do consumo turbinado e insustentável, sábado é o dia do consumo. Consumo de bens, a maioria dispensável, consumo de referências, necessidade de pertencimento, do bairro , da cidade de ser igual entre os amigos que se conhecem há décadas. As crianças, entre amigos, brincam com seus brinquedos. Os adultos , homens na maioria, levam seus carros para lavagem em um posto de combustível. Sim, o sábado é o dia nacional da lavagem de carros. Muitos ficam horas nos postos de combustível aguardando pacientemente o momento em que seus carros  serão tocados por mãos estranhas, ameaçadoras, descuidadas, perigosas e, que por isso , devem ser observados atentamente até o momento final, quando o veículo, com um brilho diamantino, é devolvido para o êxtase de seus proprietários. No meu caminhar, na manhã de sábado em Ipanema, que poderia ser em Saquarema, Diadema, Itapema, avisto um grupo , umas quatro pessoas, todos homens, parados na calçada em descontraída conversa. Reconheço um dos participantes, com quem mantive contatos em situações profissionais. Ao me reconhecer, sua expressão de sorriso vai diminuindo, fora flagrado em descontração,  sua boca se contrai, necessário uma nova face para o encontro repentino, mesmo que mudo,  apenas um cumprimento com movimentos de rostos. Sábado é o dia do consumo. Consumo  que na sociedade de consumo se transformou em um valor em si. Consumo que é estimulado para adultos e crianças. Crianças que pedem aos pais e ganham seus brinquedos e, a medida que crescem, descartam alguns, e partem para outros. Adultos que tem no consumo  uma válvula para amenizar angústias, sofrimentos, vazios existenciais, que logo voltarão para mais consumo, pequenos momentos de felicidade, com a novidade. Na sociedade de consumo de crescimento ilimitado, de bens descartáveis que cada vez duram menos, onde o valor do conhecimento não é um valor, o vazio impera. No momento em que a conferência da ONU discute a sustentabilidade, o modelo de consumo é insustentável para o planeta, e o consumo como valor não sustenta as pessoas, não garante felicidade. A sustentabilidade, assim compreendida, é muito mais que a preservação dos recursos naturais do planeta. O sábado, também, é o dia da insustentabilidade. As crianças brincando, inevitavelmente, nos levam ao pensamento de Nietzsche; " Maturidade é quando atingimos a seriedade, o comprometimento, a dedicação, a transparência, a sinceridade  das crianças quando brincam" Hoje é sábado , aqui em Ipanema, em outra cidade grande ou pequena,ou em outra localidade agitada ou serena, que pensa em momento de reflexão sobre sustentabilidade, que a vida apenas pelo consumo  não vale a pena.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Onça Parda



Notícias da Semana



Uma onça parda, sim elas ainda existem, foi atropelada em uma rodovia do estado de SP. A onça, ou melhor a foto dela, permanece já pelo terceiro dia como notícia em um portal da internete.
Uma atriz da tv globo foi notícia ao apresentar uma foto de um dos pés, de seu filho que acabara de nascer.. O pé também foi notícia, e em foto ampliada.
Também é notícia a declaração, com direito a foto da declarante, que o beijo do Neymar, aquele melhor que o Messi segundo a globo, é muito bom.
O novo carrão do jogador Fred é notícia de primeira página.
É notícia, já pelo segundo dia, que um fã beijou as pernas da mulher melão.
Uma declaração bombástica do comandante em chefe do jornal nacional para ingênuos,da tv globo, em foto onde aparece vestido com uma camisa ( com patrocinador e tudo) do São Paulo F.C., revela sua preferência por uma novela, da emissora onde trabalha,claro, que o tem deixado perplexo.
O corpo ,tratado como um corpão pelo jornal, de uma participante do reality show da emissora do reino de Deus, é notícia em primeira página.
Também é notícia, com grande destaque nos jornais, a declaração da apresentadora  do programa Bem Estar, matinal da tv globo em crise de identidade e assombrado pela concorrência  interna que se avizinha, que deseja ser a nova apresentadora do Fantástico.
É notícia a antipatia do povo da cidade  de São Paulo pela apresentadora  do jornal Hoje da tv globo.
O craque Neto foi notícia, ontem, no jornal da Bandeirantes,emissora onde trabalha,  por ter dito que o Palmeiras, que jogava contra o Grêmio, poderia fazer um gol no contra ataque , caso não levasse um primeiro. Foi tratado pelo jornal como visionário e brilhante.
Uma caixa de isopor, contendo fragmentos de crânio, deixada em um avenida movimentada do Rio de Janeiro, certamente por estudantes de medicina, foi notícia nos telejornais locais com direito a grande destaque.
A Rio +20 tem sido notícia nos principais telejornais  e jornais da grande imprensa como sendo o momento de educar as criancinhas do Brasil na questão ambiental.
Em clima de Rio+20 a grande imprensa faz o jogo da torcida. O jornal o globo, de ontem trouxe em primeira página foto onde aparecem uma plataforma da Petrobrás e um navio ecológio do Greenpeace, com os seguintes dizeres: O verde e o fóssil.
Foi notícia de grande destaque, ontem, em emissora de rádio do Rio de Janeiro,a descoberta feita por uma professora de um revólver dentro da mochila de um menino de  2 anos.
O ônibus de transporte coletivo que subiu na calçada, atropelou e matou diversas pessoas no Rio de janeiro é notícia principal já por três dias na maioria dos jornais da cidade. Jornais que pedem o nome do motorista, talvez para "julgamento" e linchamento, mas se esquecem que esses fatos são corriqueiros assim como não mergulham na análise dos problemas da mobilidade urbana.
É notícia, apenas em um jornal da internete, a cruzada da prefeitura da cidade de São Paulo para fechar centros de cultura na cidade.
Os protestos por instalação de uma comissão da verdade na Universidade de São Paulo, não são notícia na grande mídia.
O jornal local da bandeirantes , do Rio de Janeiro, continua noticinado, quase que diariamente, o número de mortos pela dengue na cidade do Rio de Janeiro.
A CPI para investigar a privataria tucana, já aprovada no congresso nacional mas ainda não instalada, é ignorada pela grande imprensa.
O conflito na Síria é tratado na grande imprensa como obra de um genocida ditador que deseja permanecer no poder. Nada se diz, nada se escreve, que por trás dos conflitos está a  máquina de guerra da OTAN, fomentando rebeliões na tentativa de pavimentar o terreno para uma possível invasão.
A notícia sobre a cura do cancer de Lula, ou não apareceu na grande imprensa ou apareceu como se o presidente tivesse sido internado mais uma vez para tratar da doença.
Os ministros e funcionários do governo Dilma, demitidos por conta de denúncias falsas produzidas pela imprensa e a quadrilha cachoeira, foram considerados inocentes. A grande imprensa , para demití-los e atacar o governo Dilma, fez enorme estardalhaço, mantendo o assunto em notícia diariamente. Agora, comprovada a inocência da maioria, a imprensa apenas publica uma nota sobre o assunto, isso quando publica.
A grande imprensa aderiu , por conta da Rio +20, a defesa da chamada Economia Verde, sem explicar para seus ingênuos leitores o que isso significa, ou seja, a economia atual maquiada em verde.
Com exceção do site Observatório da Imprensa, nenhum veículo ou jornalista da grande imprensa se interessou em investigar e aprofundar nas denúncias contidas no livro Memória de Uma Guerra Suja.
Um ativista moçambicano foi impedido de entrar no Brasil para participar da Rio +20.  Ele iria participar de um painel onde apresentaria evidências sobre os crimes cometidos pela Cia Vale do Rio Doce, em Moçambique. O jornal Brasil de Fato deu destaque em primeira página.
Alguns portais na internete, da grande imprensa, dão destaque para a abertura de novas vagas de trabalho, como atendente, na rede de lanchonetes mc'donald's.  Na imprensa alternativa, a mesma rede é notícia por pagar aos funcionários salários inferiores ao salário mínimo, caracterizando como trabalho escravo.
O slogan da campanha pela regulamentação da imprensa " REGULAMENTA, DIlMA foi ignorado pela grande imprensa.
A maioria das mortes de soldados americanos no Afeganistão aconteceu por suicídio. A notícia teve destaque somente na imprensa alternativa.
Com tantos assuntos na pauta a grande imprensa nada informa. Envolvida na quadrilha de cachoeira, citada como colaboradora de uma guerra suja, defensora do ideário e do partido que resultou na privataria tucana, avessa a avanços na questão ambiental, obcecada em blindar toda tentativa de discussão de regulamentação dos meios de comunicação, o momento é realmente, desconfortável para a imprensa. Melhor é noticiar foto de um pézinho.



Nossa imprensa esportiva...



Nossa alegre, empolgada e animada imprensa esportiva vive dias de grande ansiedade. A proximidade dos jogos olímpicos e o acontecimento da Eurocopa, mobilizam nossos intrépidos jornalistas para que o público tenha todas as informações possíveis , e até mesmo impossíveis, sobre tudo que acontece nas competições. Com uma agenda lotada de eventos não faltam análises e comentários em profundidade. Na cobertura da Eurocopa, o narrador e o comentarista, apresentaram para os telespectadores os países vencedores da competição desde a primeira edição em 1960, vencida pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS. Com a Rússia participando da edição atual, tanto o comentarista como o narrador afirmaram que a Russia foi a campeã de 1960. Entretanto não atribuiram a Ucrania, também participante desta edição o título de 1960.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rio de Janeiro - 13 Para Não Dizer Que Não Falei de Futebol

Rio de Janeiro - 13    Para Não Dizer Que Não Falei de Futebol




No início desta postagem, uma pressão atormenta o autor. Com o tempo bastante reduzido para tratar assuntos que exigem tempo  livre, o cursor do monitor , exigindo uma nova palavra a ser digitada, revela o tempo que passa, a palavra que ainda não veio, o texto que se faz necessário. O diálogo com o monitor, ao som das teclas sendo manuseadas, aprofunda o tempo, silencia a palavra, clama pelo texto. A criação se faz, pela dúvida, angústia, pelo tempo , pelo pulsar do cursor, pelo diálogo com a máquina, que nada mais é que um diálogo com o autor, com texto que não vem, com o tempo que vai. A angústia da palavra perfeita , pedida incesantemente pelo pulsar do cursor, é o sofrimento da criação. O marcador de tempo, ao lado direito no canto baixo, do monitor é implacável.  Nesses tempos, em que os olhos do mundo se voltam para o Rio de janeiro, o tempo é curto para as necessidades dos homens, do planeta , da vida. A conferência sobre o meio ambiente, a Rio +20, trata do nosso tempo, do tempo futuro, do tempo perdido, do tempo da terra, do tempo da vida. Certamente seria o assunto a ser abordado , com as mudanças climáticas que alteram o tempo nas cidades, o nível dos oceanos, os humores dos animais. Vinte anos se passaram da Rio 92, duas décadas, um bom tempo, para que medidas fossem tomadas, já naquela ocasião numa corrida contra o tempo, para aliviar o sofrimento da Terra, dos animais , dos vegetais. Agendas foram estabelecidas, protocolos foram firmados, medidas concretas, porém, não foram tomadas. Os vinte anos que se passaram, não foram anos em que se priorizassem a luz, a vida, os animais, as pessoas . A primeira década, e ao mesmo tempo a última do século XX, foi a década das trevas, do reinado neoliberal, da tortura a democracia, da homogeneização da ignorância, da exclusão de todas as formas de vida. Não foi um tempo, em que a Terra estivesse no centro de todas as preocupações, pelo contrário, o que se discutia, o que se via, o que se lamentava, era a obsessiva ocupação de todos os espaços, a exploração voraz de todos os recursos naturais, o exôdo cada vez maior de populações afetadas, um gigantesco contingente de pessoas sendo jogado na míseria. Tudo em nome em em privilégio de poucos, para poucos. As formas e métodos de extração e produção  não permitem que todos possam usufruir do tempo presente, construindo uma civilização para o tempo futuro, onde somente poucos, bem poucos, possam viver. O crescimento ilimitado, a generosidade infinita do planeta, já apresentam sinais inequívocos, desde o tempo da Rio 92, que o modelo atual é um fracasso total, talvez o maior de todos os tempos no contexto de um consenso civilizacional em escala global. Assim sendo, ainda na expectativa do meu tempo, para encontrar um assunto a ser abordado nesse artigo, torna-se inevitável a escancarada interdependência entre  todos os grandes temas  do momento na imprensa brasileira. O garimpo em busca da  verdade, em que memórias de uma guerra suja,  sobre o tenebroso período da ditadura militar, certamente irá clarear o comportamento sobre a violência no tempo presente. Também trará luz, sobre as cahoeiras de corrupção que inundam a vida do país. Corrupção que aflora pelas denúncias de livros sobre  privatarias, que ainda não foram investigadas. Privatarias, que nasceram no período das trevas, em que a terra não foi ouvida. Privatizações estranhas, que evoluiram para mesadas, que evoluiram para tentativas de golpes de estado, onde a imprensa , ainda no tempo presente, deseja ocupar o lugar da alta corte, e julgar e condenar seus adversários políticos. Política que agoniza com as atuais formas de representação da democracia, representativa, mas que , no tempo presente, não representa os interesses dos povos , da vida da terra. Política sequestrada por não políticos, para benefício de poucos apostadores, em uma economia irreal. Economia que não suporta os atuais meios de extração e produção de bens, beneficiando apostadores, corruptos, não políticos, torturadores que , de forma cínica e mentirosa, característica do tempo presente, dizem estar a serviço da humanidade do planeta. Planeta, que grita por um modelo sustentável, que é o assunto da Rio + 20, onde corruptos, torturadores, mentirosos, não políticos, exploradores, assassinos, estarão discutindo o presente, o futuro. Assim , nossa imprensa, em um cardápio variado de assuntos, no tempo presente, não demonstra clareza na abordagem dos temas. Ignora uma CPI  que já foi criada e que ainda não foi instalada. Não se sente a vontade com a comissão da verdade. Ignora as memórias de uma guerra suja. Apela para uma grande mesada  que não aconteceu, ou , se aconteceu, foi com seus parceiros políticos. Trata a questão ambinetal com sendo assunto para o futuro, assim como fez na Eco 92, em 1992. Prefere fofoca , onde ministro desiquilibrado está no foco. São inúmeros os assuntos, mas o tempo é curto. O cursor é implacável. O relógio um carrasco. Assim, teremos nos próximos dias, desse tempo de dúvidas, uma imprensa confundindo os leitores, acusando governos democratas em processo de reeleição, em ditadores. Ocultando os assuntos, fragmentando os contextos, infantilizando o noticiário ambiental. Como a pauta, repleta de assuntos, não atende aos interesses da grande imprensa, é bem provável, nestes tempos de mentira, que novos factóides apareçam para desviar a atenção dos desatentos leitores, telespectadores e ouvintes da grande imprensa. Entretanto nem tudo está perdido, o Vasco é líder do campeonato brasileiro de futebol.