segunda-feira, 7 de agosto de 2017

#uerjresiste#



Várias pessoas nas redes sociais aderiram a campanha em defesa da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - que está entregue às baratas, ou melhor, ao governo de Pezão. As baratas são mais dignas do que o governo Pezão. Para mim que estudei e me formei em Engenharia Química naquela Universidade, e ainda fiz metade do curso de Licenciatura em Química por lá, é doloroso ver um centro de excelência do ensino sendo largado, sucateado, talvez propositalmente para então ser privatizada. No entanto, não é apenas a UERJ que vem sendo atacada. A quadrilha que assaltou o país com o golpe de estado contra Dilma, deseja, claramente, transformar tudo em mercadoria. A educação pública, a saúde pública, a segurança pública, os transportes, a gestão dos recursos hídricos e quem sabe, nos próximos anos, até mesmo o ar que respiramos, instalando nas pessoas uma modalidade de chip com medidor do volume de ar que respiramos, para que no final do mês tenhamos uma conta a pagar. Tudo em nome de uma suposta modernidade civilizatória, que de fato, se revela um grande retrocesso, um caminho para a barbárie. Para justificar tais medidas, os arautos da exacerbação mercadológica se utilizam de um conjunto de bazófias sem nenhum lastro, porém, altamente sedutoras para uma parcela da população.
Por outro lado, acredito, ou me inclino a acreditar, que as pessoas que aderiram a campanha pela UERJ, assim estejam se manifestando por uma sensibilidade social - e não por idiossincrasias pessoais ou questões de foro íntimo - em defesa de serviços públicos gratuitos e de qualidade para toda a população. Além da UERJ, a Universidade Federal de Uberlândia está na fita para ser privatizada, a Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab) podem ser extintas, fechadas pelo governo do golpe. Isso significa, que os serviços, hoje públicos, serão privados, e a população terá que pagar por tais serviços. Quem não puder pagar, morre, ou que procure meios alternativos, ancestrais. Uma vez consolidada essa agenda do governo do golpe, que nada mais é do que um darwinismo social, o caos será ainda maior nas cidades brasileiras. Cabe lembrar que o darwinismo social, a lei do mais forte, não foi proposto por Darwin, ao contrário, Darwin expõe claramente que a sobrevivência se dá pelos mais hábeis. Se valesse a lei do mais forte, o planeta Terra seria habitado apenas pelo homem, o que, aliás, pode acontecer em um futuro próximo por conta dos estragos que o homem promove na fauna e na flora terrestre, acelerando a extinção de espécies. Ainda em relação aos serviços públicos, ou que deveriam ser públicos, merece destaque, negativo, claro, os transportes do Rio de Janeiro. No mês passado, com a prisão do capo dos transportes coletivos rodoviários do Rio de Janeiro, ficamos sabendo que o ex-governador Sérgio Cabral, em férias forçadas em uma colônia penal na zona norte da cidade, recebia grande quantidade em dinheiro sempre que reajustava a tarifa dos transportes coletivos rodoviários da cidade, aliás, todos privatizados. Estudos acadêmicos, mesmo oriundos da UERJ, demonstram que o carioca poderia pagar por uma viagem em transportes coletivos 1/3 do valor que paga hoje, caso o transporte coletivo não fosse privado. Atualmente na cidade do Rio de Janeiro, é público, notório e visível, o número cada vez maior de pessoas morando nas ruas. Isso deve-se ao fato do caos instalado no país, com desemprego e recessão, mas também sabe-se que muitas pessoas que necessitam de duas ou mais modalidades de transporte coletivo pra chegar ao trabalho, são obrigadas a economizar, e assim sendo, não voltam para suas casas e dormem duas ou três noites da semana de trabalho nas ruas da cidade. Esse modelo supostamente modernizante, que na realidade é algo chucro, deve ser combatido por todos os meios, de forma que o tecido social , altamente tensionado, não se destrua por completo.
Assim sendo, a UERJ, algo indelével em minha vida e que no momento tem sido abraçada por um grande número de pessoas, sirva como elemento de reflexão para uma luta mais abrangente, que inclua a defesa intransigente não apenas de uma instituição de ensino pública, mas da educação pública, da saúde pública, da segurança pública, da gestão dos recursos hídricos e transporte público, acessíveis e de qualidade para toda as pessoas.


Maravilhoso mundo novo do pós-golpe

Diversidade, desigualdade, o maravilhoso mundo novo do pós-golpe

Diversidade é o que havia na minha escola pública. O que temos hoje é desigualdade e cada um confinado ao seu gueto. Isso não é pós-moderno, é pré-antigo
Reginaldo Moraes - Brasil Debate



Quanta desigualdade pode suportar uma democracia? E quanta democracia pode suportar a desigualdade? Não, este artigo não vai enveredar por essa discussão que arrisca resumir-se na famosa charada Tostines: vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Não, aqui vai uma reflexão mais subjetiva, feita de memória, em tempos de pouca memória.

Se nunca escutou, escute Lulu Santos cantando Minha Vida. Vale pelo balanço da balada tropical, mas vale também pelas tiradas. Uma das que mais gosto: “… Aí veio a adolescência e pintou a diferença… a garota mais bonita também era a mais rica”. Pois é. Ou melhor, assim era, hoje não é. Já houve tempo em que a mesma escola abrigava a garota rica e o garoto pobre. Lembro-me disso no meu curso ginasial no começo dos anos 60. I’m sorry, periferia, isto não existe mais.

Eu morava na Vila Leopoldina. Naquele que então era um bairro operário a 40 minutos da Lapa. Hoje é uma selva de prédios metidos a besta, as fábricas e casas operárias, construídas em finais de semana, foram “reurbanizadas”, ou seja, nadificadas. Naquele tempo dizia Jesus a seus apóstolos: uns e outros vão juntos para a escola. E iam. Eu tinha colegas que moravam na elegante City Lapa, palacetes ajardinados. Alguns dirigiam (mesmo sem idade para tanto) e fumavam Marlboro importado. Calça Lee, também importada. Mas frequentavam aquela escola e jogavam futebol na mesma quadra. Eu xingava a mãe deles e vice-versa. De vez em quando, uns socos trocados marcavam a convivência de pobres e não-pobres.

De vez em quando eu emprestava a bicicleta de meu tio, que estava suando no torno da fábrica, e ia para mais a oeste, em direção ao Jardim Piratininga e Rochdale, bairros de Osasco. Era a mancha urbana se espalhando, com ruas e casas ainda mais precárias. O eixo imaginário City Lapa- Piratininga era o máximo de estratificação que podia ver.

Dizia o jingle da TV: O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa. O Bamerindus afundou, mas as rendas de poupanças sobem, os salários estancam. O edifício social continua com dois andares, mas agora não há escada entre eles e nenhum espaço de convivência comum. Viva a diversidade? Não me venham com esta. Diversidade é o que havia na minha escola pública. O que temos hoje é desigualdade e cada um confinado ao seu gueto. Isso não é pós-moderno, é pré-antigo.

A menina mais rica já não vai atormentar Lulu, ela estuda em um colégio de 3 mil reais ao mês, mora em condomínio fechado, frequenta círculos seletos de seus iguais e passa férias em Miami ou algo assim. Não é o pessoal da Praia Grande nos finais de semana. Nem do churrasco na laje. Quando essa menina vê um desses espécimes da plebe tem um sentimento distinto – medo, repulsa, asco? Pessoas que têm cachorros de raça acabam ficando com o cérebro do cachorro, diz um jornalista espanhol. Faz sentido.

A confortável teoria do sacrifício temporário
Um economista antigo dizia que era assim, tinha que ser: o desenvolvimento inicialmente aumenta as diferenças, depois a riqueza dos de cima vai pingando para os de baixo e melhorando a vida da plebe. É só no começo, dizia ele, depois melhora. Diziam-nos isso nos anos fervilhantes do desenvolvimentismo dos anos 50. Depois repetiram a coisa no milagre dos 70: primeiro o bolo cresce, depois ele se espalha e se divide… Venderam-nos os tais “ajustes estruturais” do World Bank com a mesma ladainha. E agora… Volta a fábula, com palavras flamejantes: aprimoramento do mercado de trabalho, desengessamento, liberalização e meritocracia.

Um exemplar cético do pelotão de baixo pode ruminar: é conversa para boi dormir. E de fato os bois dormem. Um ou outro, porém, pode pensar e, quem sabe, murmurar: sai dessa, vaqueiro, sei bem que nós dois vamos pro mesmo churrasco, mas você vai mastigando e eu vou mastigado.

Mais uma vez com Lulu Santos: assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade. A boiada segue. Torço para ouvir o famoso “mas um dia me montei” do Vandré. Bem ou mal, faço o que posso para que a paisagem mude, porque gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente. Talvez seja diferente, mas, depois da tal reforma trabalhista, estou sentindo no lombo uma queimadura incômoda… E vejo nele a marca, o nome de nossos senhores. Sai Lulu, entra Stanislaw Ponte Preta: E foi proclamada a escravidão.

Fonte: CARTA MAIOR
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Sábados

Encontros Cariocas - 5
Crianças & Sábados 


   

Hoje não tem escola.

Não tem aula nem bronca, não tem prova nem cola.

Hoje é dia de brincadeiras com os amigos do bairro, do condomínio.

Hoje é dia de diversão, andar de bicicleta, jogar futebol, virtual , de campo ou de salão

.Hoje é o dia que as crianças esperam, por dias, cinco dias, para fazer o que mais gostam, durante todo o dia

Hoje é sábado.

O sábado não é um dia qualquer, é o mais esperado, desejado, festejado.

É um dia de encontros, com outros, com os próprios desejos, com o ideal que se deseja.

As manhãs de sábado , aqui em Ipanema, ou em outros lugares como Saquarema, Itapema, Guararema, Diadema, são sempre manhãs de sábado.

Manhãs estendidas até a metade do dia, afinal sábado não é apenas mais um dia.

Inevitável não sair às ruas, enquanto as crianças brincam.

Momento de rever os "amigos" do bairro", que nunca cumprimentamos, mas que conhecemos por décadas.

Referências mútuas, insumos para assuntos de vidas enfadonhas

Em sociedades em que o trabalho significa apenas uma forma de ganhar a vida, as manhãs de sábado são válvulas de escape.

A maioria aguarda, por dias, cinco dias, pelo dia sem obrigações, sem bronca do chefe, sem cartão de ponto.

Caminhando por Ipanema, mas poderia ser Diadema, Itapema, Saquarema vou revendo os "amigos".

Alguns posso avistar ainda à distância, anunciando um cruzamento pelo passeio.

Logo que sou identificado , a expressão do "amigo" muda.

Olha em direção ao chão, como se estivesse verificando algo nos pés, quando na realidade busca referências internas sobre mim para que possa rearrumar o rosto, e ter a expressão correta para o cruzamento inevitável.

Ao cruzar comigo, os rostos falam no cumprimento mudo, entre "amigos" de décadas que nunca se cumprimentaram mas que dizem tudo o que pesam um do outro, sem saber que a verdade foi dita pelo susto , expresso na face, ao avistar o "amigo"

Avisto um colega com quem trabalhei em uma empresa, há alguns anos.

Estrangeiro, viveu dez anos na cidade, em Ipanema e voltou para seu país.

Certamente estava de férias.

Seu caminhar, pelo calçadão da praia, demonstrava segurança, satisfação, revelando , para ele e outros atentos, conhecimento da cidade, dos hábitos, das esquisitices das pessoas.

Fazemos o mesmo quando visitamos cidades em que já conhecemos.

Sábado é um dia fantástico,para as crianças e adultos.

É no sábado, por exemplo, que se vai comprar aquilo que se viu em um "amigo", ou "amiga", no sábado anterior e que foi motivo de longas conversas na família, entre crianças, adultos.

Na sociedade do consumo turbinado e insustentável, sábado é o dia do consumo.

Consumo de bens, a maioria dispensável, consumo de referências, necessidade de pertencimento, do bairro , da cidade de ser igual entre os "amigos" que se conhecem há décadas.

As crianças, entre amigos, brincam com seus brinquedos.

Os adultos , homens na maioria, levam seus carros para lavagem em um posto de combustível.

Sim, o sábado é o dia nacional da lavagem de carros.

Muitos ficam horas nos postos de combustível aguardando pacientemente o momento em que seus carros serão tocados por mãos estranhas, ameaçadoras, descuidadas, perigosas e, que por isso , devem ser observados atentamente até o momento final, quando o veículo, com um brilho diamantino, é devolvido para o êxtase de seus proprietários.

No meu caminhar, na manhã de sábado em Ipanema, que poderia ser em Saquarema, Diadema, Itapema, avisto um grupo , umas quatro pessoas, todos homens, parados na calçada em descontraída conversa.

Reconheço um dos participantes, com quem mantive contatos em situações profissionais.

Ao me reconhecer, sua expressão de sorriso vai diminuindo, fora flagrado em descontração, sua boca se contrai, necessário uma nova face para o encontro repentino, mesmo que mudo, apenas um cumprimento com movimentos de rostos.


Sábado é o dia do consumo.
 

Consumo que na sociedade de consumo se transformou em um valor em si.

Consumo que é estimulado para adultos e crianças.

Crianças que pedem aos pais e ganham seus brinquedos e, a medida que crescem, descartam alguns, e partem para outros.

Adultos que tem no consumo uma válvula para amenizar angústias, sofrimentos, vazios existenciais, que logo voltarão para mais consumo, pequenos momentos de felicidade, com a novidade.

Na sociedade de consumo de crescimento ilimitado, de bens descartáveis que cada vez duram menos, onde o valor do conhecimento não é um valor, o vazio existencial impera.

No momento em que a conferência da ONU discute a sustentabilidade, o modelo de consumo é insustentável para o planeta, e o consumo como valor não sustenta as pessoas, não garante felicidade.

A sustentabilidade, assim compreendida, é muito mais que a preservação dos recursos naturais do planeta.

O sábado, também, é o dia da insustentabilidade.

As crianças brincando, inevitavelmente, nos levam ao pensamento de Nietzsche;
 

" Maturidade é quando atingimos a seriedade, o comprometimento, a dedicação, a transparência, a sinceridade das crianças quando brincam"

Hoje é sábado , aqui em Ipanema, em outra cidade grande ou pequena,ou em outra localidade agitada ou serena, que pensa em momento de reflexão sobre sustentabilidade, que a vida apenas pelo consumo não vale a pena

sábado, 5 de agosto de 2017

Estácio

Mário Magalhães
✔@mariomagalhaes_


Três crias do morro de São Carlos: 
Luiz Melodia, Gonzaguinha e Carlos Lamarca. Tudo é história

Fonte: CARTA MAIOR
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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Penso, logo desligo


Terra quente

Acordo de Paris: Terra tem apenas 5% de chance de ficar dentro do limite de dois graus de aumento de temperatura

Acordo de Paris: O último trem para evitar o aquecimento climático já partiu. Mesmo que quiséssemos, não conseguiríamos respeitar o limite de dois graus

Instituto Humanitas Unisinos *


Um grupo de economistas, estatísticos e especialistas em atmosfera da Universidade de Washington começou a fazer os cálculos e publicou na Nature Climate Change as suas previsões para o ano de 2100. Mais do que dois graus: as chances de que o aumento de temperatura do planeta fique dentro desse limite são de 5%.

O objetivo da Conferência de Paris de 2015 de não superar um grau e meio tem uma probabilidade de ser irrisório: apenas 1%. A hipótese mais realista, de acordo com os cálculos dos pesquisadores, é de que o aumento se confirme em torno dos 3,2 graus.

Os esforços para aumentar as fontes renováveis estão dando efeitos, mas ainda não são suficientes. Daqui a 2100, a intensidade de dióxido de carbono (as emissões necessárias para obter um ponto de produto interno bruto) continuará caindo (em torno dos anos 2000, começou a cair na maioria dos países do mundo), mas não o suficiente. O PIBglobal subirá, de acordo com as estimativas, 1,8% ao ano, a intensidade de dióxido de carbono cairá presumivelmente 1,9%. Enquanto esses dois efeitos tenderão a se anular mutuamente, as Nações Unidas estimam que os habitantes do planeta chegarão a 11,2 bilhões em 2100.

Os dois graus são a melhor das hipóteses”, comenta Adrian Raftery, coordenador do estudo. “Para ficar dentro do objetivo, deveremos concentrar os nossos esforços em todas as frentes pelos próximos 80 anos.”

As emissões anuais de gases de efeito estufa, que atualmente são de 54 bilhões de toneladas de acordo com o UN Environment Programme, deveriam ser cortadas para 42 bilhões até 2030.

“Os objetivos de Paris – acrescenta o professor de estatística e sociologia da Universidade de Washington – são ambiciosos, mas realistas. O problema é que não serão suficientes para manter o aquecimento em até um grau e meio.”

Ainda no mesmo número, a Nature Climate Change publica um estudo que vem da Universidade do Colorado e tenta imaginar como a Terra reagiria diante de um cenário bastante improvável: a interrupção repentina, da noite para o dia, de emissões poluentes por parte do ser humano.

Em 2100, o aumento de temperatura registrado em comparação com a era pré-industrial seria igualmente de 1,3 graus. Culpa principalmente da inércia térmica dos oceanos e da longa permanência (séculos ou milênios) do dióxido de carbono na atmosfera. No ritmo da poluição atual, o ponteiro de um grau e meio será alcançado em 15 anos.

Para fechar o círculo, a revista divulga um terceiro estudo da Universidade da Carolina do Norte com o cálculo das consequências para a nossa saúde. Entre hoje e 2030, a poluição causada pelo aquecimento climática causará a morte prematura de 60 mil pessoas em todo o mundo (260 mil até 2100). Ao aquecimento, estão associados o aumento do gás ozônio no nível do solo e do particulado fino. As chuvas diminuirão, junto com o seu efeito de limpar da poluição o ar que respiramos.

O Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, enfim, foi olhar quais são as consequências das mudanças climáticas sobre o Mediterrâneo. Na revista Scientific Reports de junho, um estudo do ISMAR, o Instituto de Ciências Marinhas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, em conjunto com a Universidade de Southampton e o Instituto de Ciência e Tecnologia do Mar de Túnis, havia revelado que o Mare Nostrum está se tornando cada vez mais quente e salgado. De 2005 até hoje, esse processo começou a galopar, e, hoje, a sua rapidez é duas vezes e meia maior do que na segunda metade do século XX.

“No Mediterrâneo – explica Katrin Schroeder, pesquisadora do ISMAR e uma das autoras do estudo – a evaporação supera as precipitações e o aporte dos rios. Na parte oriental, seca e temperaturas atingiram níveis recordes em comparação com os últimos 500 anos.”

* A reportagem é de Elena Dusi, publicada por La Repubblica, 31-07-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Fonte: CARTA MAIOR
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O lobbie do mercado, das petroleiras e outros que por muitos anos teve o apoio dos grandes meios de comunicação, foi eficaz.

Por anos, principalmente na década de 1990 e de 2000, martelou-se que os estudos sobre o aquecimento global não seriam conclusivos, ou até mesmo alarmistas, e, em assim sendo, não se faziam necessárias as mudanças. O resultado disso, é um distanciamento por parte da maioria das pessoas quanto ao assunto. Enquanto as pessoas se distraem , ignoram o que está acontecendo, a situação se agrava.


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Unidade para luta, já

Mais uma pra tirada do saudoso Tim Maia

3 DE AGOSTO DE 2017 POR LUCIANA OLIVEIRA


“Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”

E…

Bancada evangélica vota em peso pra salvar o capeta

Fonte- Blog da Luciana Oliveira
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Todas as pessoas que acompanham este blog sabem de minha orientação política. É um blog de esquerda, pelo ecossocialismo.

Naturalmente, defende que Temer seja deposto e em seguida sejam convocadas eleições livres e diretas.No entanto, todos sabem que Temer deixando a presidência não teremos eleições diretas, e sim indiretas, onde os grupos que lutam pelo poder certamente elegeriam alguém para acelerar o trabalho que Temer vem fazendo.

Seria ainda pior para o campo progressista. Por outro lado a permanência de Temer é imoral, assim como é imoral a liberdade de Romero Jucá, Aécio, e outros. Assim como é imoral e mesmo criminoso a quadrilha que assaltou e governa o país. O que fazer , deve se perguntar o caro leitor. As esquerdas, fragmentadas, nada ou muito pouco podem fazer para mudar esse quadro. A solução estaria nas ruas, com o povo, no entanto que vozes atualmente poderiam aglutinar as pessoas para reverter esse quadro, deve também se perguntar o leitor.O capeta é o sistema capitalista neoliberal e é contra esse sistema, contra esse modelo que se deve lutar. O congresso nacional nada se pode esperar, independente se a bancada é evangélica, da bala, do boi, ou outras. O sistema representativo se esgotou e nada , ou quase nada, se coloca na agenda de lutas por mudanças reais que venham a valorizar a totalidade da população brasileira.A mudança é de fundo, e só irá acontecer quando a maioria da população começar a sentir na pele os efeitos das reformas desse governo, ou de um outro caso Temer saísse da presidência. Assim sendo, por incrível que possa parecer, a permanência de Temer, já desgastado com a população, pode ser melhor para a organização de luta do que a entrada de mais um representante da oligarquia, que certamente alimentaria em grande parcela da população esperanças, anda que irreais, mas suficientes para inviabilizar movimentos de mudança.Temer permanecendo no poder pode ser útil, e parece que blogs de esquerda não enxergam, preocupando-se com uma árvore e não enxergando a floresta. Parte da esquerda também é burra.

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O mito da apatia e a urgência dos nossos dias
O vapor político que se acumula na fornalha da incerteza, das privações e do asco aguarda um sinal crível para se traduzir em ação política

Fonte: CARTA MAIOR