quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O Quinto Beatle




O QUINTO BEATLE

Por Lucas Sposito
Jornalista formado pela UMESP. Escreve para VIP, Sport Witness, Corner e Old Trafford Brasil. Não sabe se quer ser Andrea Pirlo ou John Frusciante quando crescer.



DRIBLES, GOLS, BEBIDA, CARROS E MULHERES: O MAIOR ROCKSTAR QUE O FUTEBOL JÁ VIU

Arte pela arte. Dribles displicentes, jogadas individuais e uma lista de golaços. Se era esse o comportamento de George Best dentro das quatro linhas, foi também assim que o norte-irlandês ficou famoso fora delas. A habilidade nos pés tornou o garoto de Belfast em um dos maiores jogadores de futebol da história. Sua personalidade, no entanto, fez com que — cedo demais — este conto tivesse um fim.

George tinha apenas 15 anos quando foi selecionado por Bob Bishop, então olheiro do Manchester United. A mensagem de Bob para o treinador Matt Busby foi curta e grossa: “Acho que encontrei um gênio.”

“Se eu tivesse nascido feio, você nunca teria ouvido falar de Pelé.”

O jogador chegou a Manchester num período complicado: a tragédia de Munique ainda era uma nuvem negra que pairava sobre o clube, já que o United não vencia a liga inglesa desde o desastre aéreo que matou oito jogadores. Mas o norte-irlandês chegou mostrando serviço. Em suas cinco primeiras temporadas em Old Trafford, ele venceu uma FA Youth Cup, duas ligas inglesas, duas Charity Shields e uma European Cup.

Foram anos arrasadores. Chamado de “Garrincha europeu”, Best era dono de habilidades que o diferenciava totalmente do futebol britânico da época. Chegava a ser criticado por preferir o drible à objetividade, mas não ligava: levava a vida assim. Provocava os adversários, mostrava que era o melhor e, ocasionalmente, decidia o jogo. Dificilmente fazia um gol feio. Marcou golaços na semifinal e na final da European Cup — antiga Copa dos Campeões da Europa — de 1968 contra Real Madrid e Benfica. Ele foi o vencedor do Ballon d’Or naquele ano.












Bonito, famoso e carismático, ele ganhou o apelido de “quinto Beatle”, tamanho o sucesso atingido. Best chegou a namorar diversas modelos e atrizes famosas da época. Empolgado com o sucesso, chegou a construir uma casa que se tornou atração turística em Manchester: paredes de vidro, mesas de bilhar e uma piscina interna. As festas com mulheres ficaram famosas e a casa era diariamente cercada por turistas que queriam dar uma espiada no lar do craque. E foi no auge da fama que sua carreira futebolística entrou em colapso. Os problemas de Best com a bebida sempre foram públicos. Suas “fugas” com mulheres chegam a ser cômicas.

Se você me fizesse escolher entre passar por quatro jogadores e marcar um gol de trinta jardas contra o Liverpool ou ir para a cama com a Miss Universo, seria uma escolha difícil. Felizmente, eu fiz os dois.

Antes da final da European Cup vencida em 68, enquanto o time do United se concentrava, Best escapou e passou a noite com “uma garota chamada Sue”. Em 1971, George faltou a uma semana de treinos. Ele passou esse tempo com Carolyn Moor, a Miss Grã-Bretanha da época. Também em 71, foi suspenso por duas semanas por perder o trem para Stamford Bridge. Best ficou desaparecido durante aquele fim de semana, até ser encontrado no apartamento da atriz Sinéad Cusack.

“Eu gastei um monte de dinheiro em bebidas, garotas e carros velozes. O resto eu desperdicei.”

Em 1972, após cinco temporadas seguidas como artilheiro do time, George Best anunciou sua aposentadoria do futebol aos 26 anos. Como se nada houvesse acontecido, voltou a treinar na seguinte pré-temporada. Jogou por uma temporada e, em 1973, anunciou a aposentadoria novamente. Mais uma vez, voltou a treinar e jogou por mais meia temporada pelo Manchester United. Com diversos problemas extracampo, finalmente deixou o clube.

Ele passou por Jewish Guild, Dunstable Town, Stockport County, Cork Celtic, Los Angeles Aztecs, Fort Lauderdale Strikers, Hibernian, San Jose Earthquakes, Sea Bee, Hong Kong Rangers, Bournemouth, Brisbane, Osborne Park Galeb, Nuneaton Borough e Tobermore United antes de parar oficialmente.

Após uma longa luta contra a cirrose, Best morreu no dia 25 de novembro de 2005. Antes de falecer, pediu para que um fotógrafo do “News of the World” tirasse uma foto dele e publicasse com a seguinte mensagem: “Não morra como eu”.

“Em 1969 eu larguei as mulheres e o álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida.”

Até hoje, ele é considerado um dos maiores jogadores da história do Manchester United. Junto com Bobby Charlton e Dennis Law, Best faz parte da “United Trinity”, com direito a uma estátua em frente ao Old Trafford. O aeroporto de Belfast é chamado “George Best Airport”. No hospital em que morreu, uma das homenagens recebidas foi uma bola autografada com os dizeres: “Do segundo melhor jogador do mundo, Pelé”.

Fonte: Revista Corner
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Um dos maiores jogadores da história do futebol e jamais disputou uma Copa do Mundo.

Seu país, a Irlanda do Norte, não conseguiu se classificar para uma copa no período em que Best jogava.

Na foto abaixo, a capa do disco Abbey Road dos Beatles foi motivo de várias teorias de conspiração.




Vestido todo de branco, John Lennon representaria o religioso em um funeral. Em seguida, todo de preto, Ringo Star seria o papa-defunto, o dono de uma funerária. Logo após, de terno escuro, porém sem sapatos, Paul McCartney seria o defunto preparado para o caixão. E por fim, George Harrison com roupas típicas de um coveiro da época. A "mensagem" era de que Paul estava morto.

Na montagem, da foto,  abaixo, George Best, o "quinto beatle"



Na vida real, John (a esperança religiosa ) George (o trabalho duro ) e Best ( o artista ) estão mortos, enquanto o papa-defunto ( o que lucra com a morte ) e o defunto ( a morte ) seguem vivos.

Uma metáfora do mundo atual, no dia em que a canção Imagine, de Lennon, completa 45 anos e o governo do golpe no Brasil acaba com o futuro ao propor a PEC 241
 “Presente” do Temer no Dia da Criança - VIOMUNDO 12/10/2016




terça-feira, 11 de outubro de 2016

Congelado

 Sessão de congelados


Fonte: BRASIL DE FATO

Sabedoria Tática

Como deter a virada à direita

Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:

Como deter a virada à direita? Esta é a questão que as pessoas que se consideram à esquerda têm se colocado há algum tempo. Ela está sendo lançada, de diferentes maneiras, na América Latina, em boa parte da Europa, nos países árabes e islâmicos, no sul da Áfria e no sudeste da Ásia. A questão é ainha mais dramática porque, em mutos destes países, a virada segue um período em que houve uma certa guinada à esquerda.

O problema para a esquerda são as prioridades. Vivemos num mundo em que o poder geopolítico dos Estados Unidos está em constante declínio. E vivemos num tempo em que a economia-mundo está reduzindo severamente os recursos dos Estados e das pessoas, a ponto de o padrão de vida da maior parte da população do planeta estar em declínio. Estes são os constrangimentos para qualquer atividade da esquerda, e é possível fazer pouco para superá-los.

Surgem, de modo crescente, movimentos que denunciam a política tradicional e os partidos de centro. Eles pedem políticas de transformação radicalmente novas. Mas há dois tipos de movimentos assim, que poderíamos chamar de uma versão de direita e uma de esquerda. A versão de direita pode ser encontrada na campanha de Donald Trump à Casa Branca, na cruzada anti-drogas do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, no Partido da Lei e da Justiça, na Polônia, e em muitos outros. Para a esquerda, a prioridade número um é evitar que estes movimentos controlem o poder de Estado. Eles são basicamente xenofóbicos e exclusionistas. Usarão este controle do Estado para esmagar os movimentos de esquerda.

Ao mesmo tempo multiplicam-se, à esquerda, movimentos que se organizam com base em políticas radicalmente novas. Isso inclui a tentativa de Bernie Sanders para concorrer à presidência dos EUA pelo Partido Democrata; o esforço de Jeremy Corbin para que o Partido Trabalhista britânico reassuma seu apoio histórico a posições socialistas; o Syriza, na Grécia; o Podemos, na Espanha e muitos outros. Obviamente, quando tais movimentos parecem próximos a alcançar o poder de Estado, a direita (tanto a tradicional quanto a que se diz radicalmente anti-establishment) une-se para derrotá-los ou para forçá-los a modificar sua posição de modo abrupto. Foi o que aconteceu com o Syriza.

Portanto, este esforço tem limites implícitos. Os novos movimentos de esqueda acabam forçados a se comportar como outra versão de um partido social-democrata de centro-esquerda. Isso cumpre um papel. Limita, no curto prazo, os ataques aos mais pobres, reduzindo danos. Mas não ajuda na transformação social.

O objetivo de médio prazo, de estabelecer um novo sistema-mundo que seja mais democrático e igualitário, requer ação política de outro tipo. Requer organizar-se em toda parte, na base da sociedade, e construir alianças a partir de lá – mais do que a partir do poder de Estado. Este foi o segredo do fortalecimento recente dos movimentos anti-establishment de direita.

Para que prevaleça, na luta que ocupará os próximos vinte ou quarenta anos e que definirá o sistema sucessor do capitalismo existente – agora em declínio definitivo – a esquerda precisará combinar uma série de politicas. Alianças de curto prazo, para minimizar o mal que os orçamentos restritos fazem aos mais pobres. Oposição duríssima ao controle do poder de Estado pelos movimentos anti-establishment de direita. Constante organização política pela base. Isso é muito difícil e exige constante clareza de análise, opções morais sólidas sobre o tipo de outro mundo possível que queremos e sabedoria tática.

Fonte: Blog do Miro
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Hoje a seleção brasileira joga contra a Venezuela, lá na Venezuela, em jogo válido pelas eliminatórias da Copa -18, na Rússia.

Como é de conhecimento do caro leitor, o futebol nem de longe é o esporte mais popular na Venezuela, talvez ficando em terceiro...

O futebol venezuelano evoluiu nos últimos 20 anos, porém ainda está longe de ser uma força no continente.

A primeira vez que a seleção brasileira jogou contra a Venezuela foi no ano de 1969, em Caracas, pelas eliminatórias da Copa de 1970.

Naqueles tempos de chumbo, o então ingênuo futebol venezuelano não oferecia nenhuma resistência ao futebol brasileiro.

Naquele jogo de 1969, o primeiro tempo terminou empatado sem gols. O treinador da seleção brasileira esperou que todos os jogadores voltassem para o vestiário. No vestiário, esperou que todos se "acalmassem" e que terminassem de falar .
Olhou para os jogadores e disse:
' vocês são infinitamente superiores a esses caras e não conseguem sair ganhando. Voltem e tratem de ganhar o jogo'.
Disse , de forma dura, assertiva e direta.
Os jogadores voltaram para o segundo tempo e a seleção brasileira venceu por 5 X 0.
O treinador era João Saldanha, o João Sem Medo, de opções morais sólidas e sempre claro e direto.

Quanto a seleção venezuelana, os jornais locais comemoraram como um feito histórico, comparável a uma conquista, o empate sem gols no primeiro tempo daquele jogo.

sábado, 8 de outubro de 2016

Lagoa de espuma



Lagoa Rodrigo de Freitas, área nobre da cidade do Rio de Janeiro.

Na manhã de ontem amanheceu com trechos cobertos de uma espuma branca, comum no Rio Tietê em São Paulo.

Isso aconteceu menos de dois meses depois das Olimpíadas, que no local recebeu as competições de remo e canoagem.

Para alguns a espuma é poluição da pesada, já para outros é fruto de proliferação de um tipo de alga.

No entorno da Lagoa, o metro quadrado está entre os mais caros da cidade.

Além da espuma, a Lagoa também produz mortandade de peixes, que por vezes provoca um odor insuportável na região.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A chegada da triste e obscura Democracia Autoritária

EUA pagaram mais de US$ 500 milhões para produzir vídeos falsos da al-Qaeda. 



Fonte: JornalOGlobo ‏@JornalOGlobo
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O Golpe nasceu em Washington

A Rússia sabe

publicado 06/10/2016


Via Sputnik:

Senador russo: mudança de poder no Brasil não foi realizada sem intervenção externa

A mudança de poder no Brasil não pode ter passado sem intervenção externa, uma das causas foi a política soberana e independente que o país estava realizando nos últimos anos, considera o presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação, Konstantin Kosachev.

Durante um encontro com jovens representantes de círculos político-sociais e mídia dos países da Améãorica Latina e Espanha, realizada hoje (6) em Moscou, um dos representantes do Brasil expressou a opinião que a destituição de Dilma Rousseff do cargo de presidente poderia ter sido realizada com participação dos EUA, que estão interessados em receber recursos energéticos do Brasil.

"Estou pronto a compartilhar suas avaliações de que a mudança de poder no Brasil não podia ser realizada sem uma intervenção externa", disse Kosachev. Segundo ele, uma das causas foi a política soberana e independente que o país estava realizando nos últimos anos.

Ele sublinhou que ultimamente a Rússia avançou muito na cooperação bilateral com o Brasil, inclusive no quadro do BRICS.

Em 31 de agosto, o Senado do Brasil votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Em resultado de uma votação em separado, foi deliberado que ela não será impedida de ocupar cargos governamentais.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Vídeos e áudios falsos. Isso é o EUA.

No caso do golpe, parece claro que os golpistas no Brasil cumprem ordens. É a turma do 'Sim Senhor' lá do início da ditadura militar no Brasil, lembra ?

O golpe é um processo, e o 'Sim Senhor ' chegou como um rojão pelo país.

Para se proteger da turma do rojão só pedindo auxílio ao ladrão, como na canção do Julinho da Adelaide.

Nuvens negras no céu da terra do cruzeiro.

Como já descrito por outros blogues, hoje, o golpe entra na fase de corte. Entrega do pré-sal, destruição dos direitos trabalhistas, sufoco nas novas regras para aposentadoria, destruição em massa dos velhinhos aposentados e pensionistas e, por fim, mas sem esgotar os cortes, a cabeça de Lula para que seja exposta em praça pública.

A dinâmica de tais ações golpistas no Brasil tem uma escandalosa semelhança com as práticas vigentes nos EUA, onde o conceito de Justiça dá lugar ao de Vingança sempre que por lá se deseja punir adversários mesmo que tais adversários não sejam criminosos, mas tenham cometido o "crime" de impor algum tipo de derrota ao governo daquele país. Com isso, o Brasil entra atualmente na fase de implementação da Democracia Autoritária, ou Ditadura Democrática, como estamos assistindo nos dias atuais.

O operário Lula e o Brasil respeitado em todo o mundo e ainda ensaiando trilhar caminhos soberanos, foi assimilado pelo país da obesidade mórbida como uma humilhação, uma afronta, uma derrota vergonhosa que deveria ser vingada no momento adequado.

Caso Lula não peça asilo em outro país, será preso, pois a Vingança determina a criação de provas que através da Democracia Autoritária vigente justificam "claramente" a prisão.

Afinal foram gastos 500 milhões de dólares para produzir em determinado momento para determinados fins, videos falsos sobre a al-Qaeda, isso segundo notícia publicada hoje em um arauto do golpe, o jornal O Globo.

Depois de Lula, preso ou exilado, o rojão se voltará para fazer o mesmo com pessoas e sites formadoras de opinião que se manifestem contrários a Democracia Autoritária. Além disso, o bunker midiático golpista, continuará, como tem feito, a incitar uma parcela da sociedade para agir com cada vez com mais violência, contra pessoas e grupos com opiniões contrárias ao regime da Democracia Autoritária. Na Democracia Autoritária, a repressão contra pessoas de opiniões contrárias ao regime, é feita por parcela da sociedade civil, do gentio, que cumpre a função de centurião do regime, reprimindo os contrários em todos os ambientes e situações do dia-a-dia das pessoas.

Por outro lado, rebeldes de grande visibilidade serão convocados ao silêncio, que caso não cumpram, terão o mesmo destino de Lula, a prisão ou o exílio.

Os sinais estão por aí, e são inequívocos, como a mensagem  de TIJOLAÇO  sobre  Folha de SP, e o ame-o ou deixe-o:


O fascismo voltou pra ficar. 
“Brasil, ame-o ou deixe-o”

POR FERNANDO BRITO · 07/10/2016
Fonte: TIJOLAÇO

Na Democracia Autoritária a opinião é crime, e sendo uma opinião contrária ao regime também significa que o autor não ama o país.

pessoa 1 - ele chegou hoje pela manhã  no trabalho, como sempre 
                  no mesmo horário, e não falou 'bom dia' pra mim, como
                  sempre faz todos os dias com um sorriso e em voz alta, 
                  logo concluo que ele não gosta mais de mim e vai me
                  demitir.
pessoa 2 -  ele não deu bom dia porque estava  afônico, sem voz

Ou seja, criticar o regime da Democracia Autoritária, não significa falta de amor pelo país, pode ser até o contrário.

Por outro lado, entregar de bandeja bilionárias e gigantescas reservas de recursos naturais do país à empresas estrangeiras, pode significar um total desprezo com a nação, uma vez que tais recursos podem ser empregados como um motor de um projeto desenvolvimentista, que beneficiaria milhões de desgraçados brasileiros.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Resistência

Sopro de inspiração

6 DE OUTUBRO DE 2016

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Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Pedra do Sal, no Rio, é palco de uma roda de samba marcada pela resistência
06/10/2016 13h34
Anderson Baltar
do BOL, no Rio de Janeir

 Imagem: Diego Mendes/BOL

Roda de samba da Pedra do Sal reúne todas as tribos em local histórico

O grupo busca valorizar a essência do samba, por isso, as vozes não são microfonadas, apenas os instrumentos de cordas. "A intenção é trazer os cantos guturais dos tempos da escravidão. O samba sai puro, sem qualquer tipo de maquiagem", conta Pimentel.

Em meio à revitalizada região portuária do Rio de Janeiro, a poucos passos da Praça Mauá e do Boulevard Olímpico – menina dos olhos da cidade em tempos olímpicos, encontra-se uma verdadeira joia da cultura popular carioca: a Pedra do Sal. Local simbólico para a comunidade afro-brasileira que ocupou o Rio de Janeiro desde o século 17, a pedra tem esse nome por conta de ter sido um atracadouro para o comércio de sal nos tempos coloniais. Muitos anos depois, o espaço é o porto seguro para um intenso trabalho de preservação do samba e sua ancestralidade.

"Estamos aqui para lutar pela essência do samba. É uma luta política, ideológica e pedagógica, no sentido de que marcamos terreno e procuramos difundir essa tradição para as novas gerações", explica o percussionista Walmir Pimentel, um dos líderes do movimento e porta-voz da Roda de Samba da Pedra do Sal, que há dez anos ocupa o histórico endereço todas as segundas-feiras a partir das 19h. Montada em meio ao larguinho ao final da rua Argemiro Bulcão, a roda tem uma característica que a distingue de todas as outras: as vozes não são microfonadas, apenas os instrumentos de cordas. "A intenção é trazer os cantos guturais dos tempos da escravidão. O samba sai puro, sem qualquer tipo de maquiagem", afirma Pimentel.

A data da roda não foi escolhida por acaso. Segunda-feira é um dia com uma simbologia muito forte para os cultos de matrizes africanas. Na umbanda, é dia de Preto Velho. No candomblé, saúdam-se Omolu e Exu. Através dos batuques mais ancestrais, as entidades são louvadas e o local serve de ponto de encontro de sambistas, que geralmente nesse dia folgam de seus compromissos nas casas de show. O grupo, atualmente, é formado por Walmir Pimentel (percussão), Wando Azevedo (surdo), Paulo Cesar Correia (percussão), Peterson Vieira (percussão), Rogério Família (cavaco), Juninho Travassos (cavaco) e Juninho Silva (violão).

Samba para todos

Num cenário informal, os músicos se posicionam no meio do largo, em frente à Bodega do Sal, bar que teve a iniciativa de organizar o evento e até hoje fornece toda a logística. André Peterson, proprietário da Bodega, é testemunha ocular do crescimento da importância cultural da Pedra do Sal. Morador do local desde a infância, ajudava a mãe, Irene, a administrar o Alho Poró, um pequeno restaurante vizinho. Com a compra do bar, a roda, que já acontecia, ganhou mais destaque – muito antes do surgimento do projeto Porto Maravilha, que revitalizou toda a região portuária carioca. "O sucesso daqui foi imenso e começou a atrair muita gente. Tanto que, há sete anos, criamos outra roda, que acontece às sextas", conta Peterson.

Diego Mendes/BOL

Sentadas na Pedra do Sal, a paranaense Amanda (esq.) e a norte-americana Loren se divertem no intervalo da roda

Os dois eventos têm públicos diferentes. A roda de sexta-feira é mais frequentada pelo pessoal que sai do trabalho no Centro da Cidade e procura dar uma relaxada.

É o Samba de Lei, comandado pelo músico Wagninho e que já gerou importantes frutos para a nova geração de bambas cariocas. Todas as segundas-feiras, em paralelo à roda, ele oferece oficinas de percussão para mulheres no andar superior da Bodega. Desse trabalho surgiu o grupo Moça Prosa, que começa a conquistar uma legião de adeptos no circuito do samba carioca.

Já a roda de segunda-feira tem um perfil bastante eclético. Pela Pedra do Sal circula desde uma quantidade expressiva de universitários a turistas de todas as partes do Brasil e do mundo. Várias barracas são montadas no entorno e vendem bebidas e iguarias típicas de quem está acostumado a seguir os batuques pela cidade. O povo da roda tem suas próprias barracas e o proprietário da Bodega não esconde sua preocupação com todo o comércio do entorno. "Prejudica um pouco nas vendas, não nego. Mas nem por isso vamos deixar de fazer o samba acontecer", assinala Peterson.

Sentadas na pedra durante o intervalo dos músicos, a paranaense Amanda Viegas e a norte-americana Loren Lorenzo diziam estar encantadas com o ambiente. A brasileira o conheceu no ano passado, quando fez um trabalho temporário no Rio de Janeiro. Ao receber a amiga californiana de férias na cidade, fez questão de levá-la à Pedra do Sal em sua primeira saída noturna. "Eu adoro samba e me apaixonei por aqui desde a primeira vez que vim. Aqui o samba flui com toda espontaneidade, bem diferente do que vemos nas casas de shows", explica Amanda, que é fã de Arlindo Cruz e Maria Rita. Sua amiga, que vivia a primeira experiência com o samba, declarou-se completamente emocionada com o que presenciava. "Nunca tinha ouvido samba nos Estados Unidos e estou enfeitiçada. Essa música fala direto com a nossa alma", derreteu-se Loren.

Símbolo de resistência

Emoção e ancestralidade. Essa é a marca da roda da Pedra do Sal, que, se depender de seus idealizadores, nunca irá se perder, apesar da Zona Portuária carioca estar na moda. Walmir se queixa do comportamento de muitos frequentadores eventuais, que insistem em conversar perto da roda e reclamar da falta de microfones. "A gente tenta conscientizar e explicar que esse é o conceito, que nós nos sentimos bem assim. Mas eu fico extremamente chateado com esse tipo de postura. Na Olimpíada, tivemos alguns problemas, mas nós não vamos deixar de ser um ponto de resistência", enfatiza.

Diego Mendes/BOL

Sem microfone e cercados pelo público, músicos fazem "samba puro"

A resistência se manifesta também no repertório. A intenção dos músicos é fugir completamente do chamado "Top 10" das paradas para tocar canções menos badaladas. "Gostamos de trazer para o público músicas pouco conhecidas, mas que são verdadeiras joias. Não tocamos só o lado B, C ou D de Cartola, mas também de compositores menos reconhecidos, como Baiaco, Brancura ou Wilson Batista", explica Walmir. O samba-enredo também não é esquecido, porém dentro dessa mesma dinâmica. Quando a reportagem do BOL esteve no local, o grupo tocou, dentre outros, sambas pouco lembrados de escolas que estão nos grupos de Acesso, como Caprichosos de Pilares e Tupy de Braz de Pina.

Mesmo sendo diferente do habitual na maioria das rodas, a qualidade do repertório sobrepõe-se e conquista quem está em volta da roda. Os movimentos, que eram tímidos no começo, se intensificam. Por volta das 22h, o local está completamente tomado de gente, que se une em torno dos músicos e não esmorece nem com a chuva fina que insiste em cair. Bem colado à roda, o autônomo Vinicius Quintella canta todas as músicas e bate na palma da mão no ritmo da canção.

"Estou aqui todas as segundas-feiras, não perco por nada. E não é só o samba que me traz aqui. O lugar é fantástico, exala ancestralidade. A energia é única. Além do mais, vemos gente de todos os tipos por aqui. É uma mistura que demonstra exatamente o que é o Rio de Janeiro, onde todo mundo pode curtir junto, sem discriminação", afirma Vinicius, fã de Candeia, João Nogueira e Roberto Ribeiro.

É nesse ambiente, onde, no passado, as baianas faziam seus rituais religiosos e Hilário Jovino Ferreira fundou o rancho Reis de Ouro – o primeiro a sair no Carnaval, revolucionando a folia carioca -, que o samba resiste avesso aos modismos e sem fazer concessões. "O importante aqui é marcar posição. Quanto mais simples, mais nobre é o samba. Esperamos que as novas gerações sigam essas pegadas", finaliza Walmir Pimentel.

Roda de Samba da Pedra do Sal
Endereço: Rua Argemiro Bulcão - 1, Saúde (zona portuária), Rio de Janeiro (RJ)
Dia e horário: segundas-feiras, 19h
Entrada: gratuita

Fonte: BOL


Ele quer enganar a gente

Manifesto em favor do arco-íris

Querer tirar o vermelho do Brasil é querer tirar o Brasil do Brasil: palavra Brasil tem a mesma raiz de brasa. Tirar o vermelho é reduzi-lo a cinzas.
Flávio Aguiar

5 de outubro de 2016: o governo anuncia que quer tirar o Brasil do vermelho.

Não é bem assim. Porque este governo está transformando o Brasil num cheque sem fundo para os brasileiros, mas especial e sem limite para as multinacionais, as petroleiras, as financeiras.

Na verdade o que o governo quer é expulsar o vermelho do Brasil.

Não vai dar certo.

Pra começo de conversa, o governo teria de aprovar uma PEC reformando o arco-íris.

Ou proibindo de vez que o arco-íris apareça no Brasil. Mas aí ele teria de proibir também o nascente e o poente. E o planeta Marte.

O vermelho está em toda parte.

Está na camiseta do Internacional, do América, do Bangu, do Flamengo, do Remo, do São Paulo e de muitos outros times brasileiros. Não que os outros times não tenham direito a outras cores. Claro que têm. Porque o Brasil ainda é, apesar do novo governo, o Brasil de todas as cores. O Brasil do arco-íris, até do ultra-violeta e do infra-vermelho, do branco e do negro, tudo misturado.

O vermelho está em doze das bandeiras dos estados brasileiros. Até na do estado de São Paulo! E a do Espírito Santo tem uma faixa cor-de-rosa.

E ele está também nas bandeiras de inúmeros países: Portugal, França, Itália, Albânia, Croácia, Montenegro, Dinamarca, Noruega, Equador, Bolívia, México, Japão, Egito, Angola, África do Sul, Nova Zelândia… apenas para citar alguns. Até na bandeira dos Estados Unidos o vermelho aparece!

O vermelho está no rabanete e no tomate, e portanto está no molho bolonhesa e na pizza. Está em algumas das pimentas. Na fruta do café, na maçã, na romã, no morango, na framboesa, na rosa e no cravo, no hibisco e no gerânio, etc., etc., etc

O vermelho está na alma do churrasco…

O Brasil é vermelho. Querer tirar o vermelho do Brasil é querer tirar o Brasil do Brasil. Porque a palavra Brasil tem a mesma raiz de brasa, braseiro, brasear, esbraseado… Querer tirar o vermelho do Brasil é querer reduzir o Brasil a cinzas.

O vermelho está nas meias e nos paramentos dos cardeais. E também subiu à cabeça dos cardeais - os pássaros. E está na crista dos galos e das galinhas.

O vermelho é a cor exclusiva das esquerdas? Ora, ora, nos Estados Unidos os republicanos, que são normalmente mais reacionários do que os democratas, se identificam pela cor vermelha, e os democratas, que normalmente são menos reacionários do que os republicanos, pela cor azul.

O vermelho une a humanidade. Porque é a cor do sangue dos africanos, dos europeus, dos americanos, dos asiáticos, dos oceânicos, dos moradores do Ártico e dos visitantes da Antártida e também dos que moram na linha do Equador. É a cor do sangue de homens e mulheres, de crianças e idosos, de LGBTs e heterossexuais… Como se vê, o vermelho não tem preconceitos.

Se os glóbulos vermelhos parassem de se reproduzir, os seres humanos morreriam sufocados.

Acho que o governo se empolgou com sua foto, a inaugural. Aquele bando de homens de terno preto mas de alma apenas branca.

E agora está querendo tapar o Brasil arco-íris com a sua peneira.

Porque não dá para proibir apenas o vermelho.

Tem que destruir o arco-íris.

Por isto, defendamos o arco-íris. O nosso Brasil arco-íris e de tudo quanto é cor. E fica declarado que daqui por diante o 5 de outubro será o dia do arco-íris.

Fonte: CARTA MAIOR
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O governo do golpe lançou hoje essa tal campanha "vamos tirar o Brasil do vermelho"
Claramente com duplo sentido, em referência as esquerdas e com desdobramentos perigosos.
Assim como a "grávida" da foto, ele quer enganar a gente.
                      GOVERNO  TEMER                         Mulher com barriga falsa