terça-feira, 12 de julho de 2016

O golpe e a entrega do petróleo

Pré-sal será mais da metade do petróleo do Brasil

É o que o Cerra prometeu à Chevron



publicado 12/07/2016

No Tijolaço:

Os dados da Petrobras divulgados hoje e relativos ao mês de junho, comparados aos divulgados semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, referentes a maio, permitem estimar que a produção do pré-sal deve ter saltado de 37% para 40% do óleo produzido no país.

O pré-sal passou, segundo informa a Petrobras, de 1,146 milhão de barris de óleo-equivalente (petróleo + gás natural) para 1,24 milhão, crescimento de 8% em um mês.

Isso representa quase 42% do petróleo e gás produzidos pela Petrobras no Brasil (descontada a produção dos poços no exterior) que respondem, por sua vez, por 94% da produção nacional.

No segundo semestre, novos poços entrarão em produção na área central do campo de Lula, com a ligação ao navio-plataforma Cidade de Saquarema, que começa a operar ainda este mês, com a sucessiva inteligação de poços sendo feita ao longo dos próximos meses, até atingir sua capacidade de 150 mil barris diários e a do Cidade de Caraguatatuba, que liga em agosto o seu primeiro poço na área de Lapa – que entra em exploração comercial, com um sistema com capacidade para até 100 mil barris diários.

Isso significa que, no último trimestre de 2016, o pré-sal ultrapassará a marca de metade do óleo produzido no país.

E a um custo ínfimo de produção, que já ficou abaixo, no primeiro trimestre de 2016, de 8 dólares por barril.

É o que vão surrupiar ao Brasil


Fonte: CONVERSA AFIADA

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Brasil caminha a todo o vapor para o passado

11 de julho de 2016 às 17h0

A todo vapor em direção ao passado…

por Ignacio Godinho Delgado*, especial para o Viomundo
Ignacio Godinho Delgado é Professor Titular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nas áreas de História e Ciência Política, e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Doutorou-se em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1999, e foi Visiting Senior Fellow na London School of Economics and Political Science (LSE), entre 2011 e 2012.

Duas notícias que vieram à luz na semana passada indicam bem para onde caminhamos nestes tempos temerários.

Uma delas foi o pronunciamento do presidente da CNI defendendo a total desregulamentação da jornada de trabalho no Brasil. Outra, a informação de que segue veloz a mudança no marco regulatório do Pré-Sal na Câmara dos Deputados.

Nos dois casos, uma firme mirada no retrovisor. O retorno à condição colonial, natural para um interinato que se comporta como um verdadeiro governo de ocupação nacional.

Avessas à inovação, parcelas consideráveis do empresariado brasileiro ainda sonham com a utopia reacionária de fazer do rebaixamento do custo do trabalho um diferencial competitivo para as empresas nacionais.

Escapa-lhes que o tempo do trabalho barato nas trajetórias de desenvolvimento dos países ocorre durante os períodos de transição rural-urbana, quando enormes contingentes de pessoas deixam o campo em direção à cidade, estimulando o investimento e a demanda, dados os níveis salariais reduzidos e o ingresso de um número elevado de novos consumidores na economia monetária, ainda que pobres.

Por seu turno, o impulso que a urbanização provoca nas obras de infraestrutura, mesmo que precárias, acentua ainda mais o ritmo do crescimento econômico. Encerrada esta etapa, naquilo que tem sido chamado de “armadilha da renda média”, as taxas de crescimento declinam e o dinamismo econômico deverá ser buscado na inovação, estimulada pelo crescimento dos salários.

A CNI quer voltar ao passado. Espera manter o país em condição de eterna subalternidade, elevando a produtividade e a competitividade das empresas com o rebaixamento do custo do trabalho, através da erosão de direitos. Como no Brasil já se concluiu a transição rural-urbana (ao contrário da China e da Índia, por exemplo), tal regressão é inimaginável sem certo componente autoritário na ordem política. Sinais fortes de barbárie no horizonte temerário….

A mudança no marco regulatório do Pré-Sal representa a mais odiosa abdicação do uso de recursos naturais do país em favor de uma perspectiva estratégica de desenvolvimento.

A política do Pré-Sal de Lula combina quatro elementos chave: a Petrobrás na condição de operadora única, a política de conteúdo nacional nas compras da empresa, o sistema de partilha e uma política de investimentos dirigida também ao desenvolvimento de novas fontes de energia. Com ela, o país pode encaminhar o encerramento da “era do petróleo” abrindo uma “janela de oportunidade” para se colocar em etapas mais elevadas do desenvolvimento tecnológico, especialmente na área energética.

Na condição de operadora única do Pré-Sal a Petrobrás tem domínio sobre o ritmo dos investimentos, evitando inversões excessivas em momentos de deterioração dos preços do petróleo, ao mesmo tempo em que o sistema de partilha assegura rendimentos mais elevados para o Estado brasileiro em cada investimento realizado.

Por fim, a política de conteúdo nacional estimula o desenvolvimento de empresas nacionais na cadeia do petróleo e gás, bem como a diversificação dos investimentos da Petrobrás tem permitido o desenvolvimento de inversões e pesquisas em atividades como a bioenergia e a energia eólica. Isso para não falar nos recursos que são garantidos para a educação e a saúde.

O que acontecerá com mudança no marco regulatório do Pré-Sal?

Com o sistema de concessão dissolve-se a articulação entre os investimentos no Pré-Sal e o desenvolvimento das empresas nacionais na cadeia de petróleo e gás, acentua-se a competição predatória entre as concessionárias, gerando uma euforia fugaz, especialmente para os estados produtores, com o comprometimento do sentido estratégico da exploração do petróleo.

Ao se encerrar a exploração do Pré-Sal, seu legado será reduzido e a transição a um novo patamar de desenvolvimento far-se-á sem a consolidação de empresas brasileiras, comprometendo o alcance de posições centrais do país nas novas tecnologias associadas à renovação da matriz energética em que vai se assentar a economia capitalista.

Ganhos fugazes e passos firmes na recolonização do Brasil. É assim que se escreverá a história da tragédia nacional nestes tempos temerários.

Fonte: VIOMUNDO
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Brasil será país fora da Opep com maior aumento da produção em 2017

País também responderá por maior parte da demanda por petróleo na América Latina

O Brasil deve ser o país com maior aumento da produção de petróleo fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 2017, diz relatório mensal da organização divulgado na manhã desta terça-feira (12). A Opep aponta para o planejamento da Petrobras de adicionar sete novas plataformas na base de Santos, incluindo três no campo Lula, duas em Búzios, uma no de Lapa e outra no "gigante" campo de Libra. Isto deve assegurar uma alta de 260 mil barris de petróleo por dia (bpd), o que deve garantir para o Brasil uma média de 3,37 milhões de barris por dia ao final de 2017.

Logo atrás do Brasil, na ordem de contribuição para a alta da oferta, a Opep aponta para o Canadá, com mais 150 mil barris por dia; pequenos produtores africanos, com 60 mil barris por dia; Congo, com acréscimo de 30 mil barris por dia; e Malasia, com 30 mil bpd.

Opep aponta que novas plataformas da Petrobras devem garantir 3,37 mi de barris por dia ao Brasil

A média de produção nos países fora da Opep, contudo, deve ficar no negativo. De acordo com o relatório, a oferta pode cair 110 mil barris diários no próximo ano, para média de 55,92 milhões de por dia. Enquanto Brasil, Canadá, pequenos produtores africanos, Congo e Malásia estão entre os maiores motores de crescimento, México, Estados Unidos, Noruega, Colômbia, China, Cazaquistão e Rússia são as principais razões para a queda.

Brasil será destaque em demanda por petróleo na América Latina

Em relação à demanda, o Brasil também é destaque no relatório. A Opep projeta que a demanda na América Latina deve melhorar ligeiramente em 2017, comparado com os níveis de 2016, com uma alta de 70 mil barris por dia, a partir de melhores projeções econômicas e margens mais baixas de comparação. O Brasil deve responder por mais de 50% deste crescimento, projeta a Opep.

Em termos de produto, o óleo diesel e a gasolina devem ter os maiores potenciais de crescimento para atender ao setor industrial e de transporte na América Latina.

Petrobras anuncia que 10º grande sistema de produção no pré-sal entra em operação

A Petrobras iniciou na sexta-feira (8/7) a produção de petróleo e gás do projeto Lula Central, décimo grande sistema definitivo de produção operando no pré-sal. A estabilização da produção em torno de 30 mil barris por dia (bpd) foi realizada ontem (11/7).

Localizado no pré-sal da Bacia de Santos, no Campo de Lula, costa do Rio de Janeiro, o sistema está interligado ao FPSO Cidade de Saquarema através do poço produtor 8-LL-81D-RJS. A unidade tem capacidade para produzir diariamente 150 mil barris de petróleo e comprimir até 6 milhões m³/dia de gás, estando ancorada em área com lâmina d'água de 2.120 metros de profundidade. O escopo completo do projeto Lula Central inclui 18 poços, sendo nove produtores, quatro injetores WAG (água ou gás) e cinco injetores de água.

Este sistema é o segundo a iniciar operação apenas este ano no pré-sal da Bacia de Santos, em um momento em que a produção de petróleo nessa camada geológica nas Bacias de Santos e Campos já responde por cerca de 40% do total que operamos no Brasil e superou, no dia 8 de maio, o patamar diário de 1 milhão de barris de petróleo por dia (bpd).

A entrada de novos sistemas e a manutenção do desempenho dos sistemas que já operam a plena capacidade, aliados ao crescimento da produção dos sistemas mais recentes vêm contribuindo para os excelentes resultados alcançados no pré-sal.

Alta produtividade do pré-sal

Esse desempenho é fruto, dentre outros fatores, da produtividade dos poços interligados no pré-sal da Bacia de Santos. O volume expressivo produzido por poço nessa região, em torno de 25 mil bpd, está muito acima da média da indústria. Dos dez poços com maior produção no Brasil, nove estão localizados nessa área. O mais produtivo está localizado no campo de Lula, com uma vazão média diária de 36 mil barris de petróleo. Essa alta produtividade resulta em uma redução contínua do custo de extração, que atingiu um valor inferior a US$ 8 por barril no primeiro trimestre deste ano. Um resultado bastante significativo, se comparado com a média da indústria.

Além disso, a alta produtividade dos reservatórios tem exigido menor número de poços por sistema de produção que, aliada à melhoria da eficácia na construção dos poços, tem permitido uma forte redução nos investimentos dos projetos em implantação, aumentando a rentabilidade deles. O tempo médio para construção de um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos, por exemplo, caiu 71% entre 2010 e 2016, passando de 310 dias em 2010 para 89 dias nos cinco primeiros meses de 2016.

Todos esses índices têm ajudado a consolidar a Bacia de Santos como um importante polo produtor da companhia, já respondendo por mais de 70% da produção da camada pré-sal. Somente no campo de Lula, o primeiro a produzir no polo pré-sal daquela bacia, cinco grandes sistemas estão em operação, apenas dez anos após sua descoberta. São eles: Piloto de Lula (FPSO Cidade de Angra dos Reis), Piloto de Lula Nordeste (FPSO Cidade de Paraty), Lula/Área de Iracema Sul (FPSO Cidade de Mangaratiba), Lula/Área de Iracema Norte (FPSO Cidade de Itaguaí) e Lula Alto (FPSO Cidade de Maricá).

Produzem ainda no pré-sal da Bacia de Santos os sistemas Piloto de Sapinhoá (FPSO Cidade de São Paulo) e Sapinhoá Norte (FPSO Cidade de Ilhabela). No pré-sal da Bacia de Campos, também estão em operação o FPSO Cidade de Anchieta e a P-58, ambos no Parque das Baleias. Está previsto, ainda para o terceiro trimestre deste ano, o início da produção do 11º sistema de produção de grande porte do pré-sal no campo de Lapa, na Bacia de Santos, com a ligação do FPSO Cidade de Caraguatatuba.

A área de Lula Central está localizada na concessão BM-S-11, da qual somos operadores (65%), em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (25%) – e com a Petrogal Brasil (10%).

Os campos de Sapinhoá e Lapa são integrantes da concessão BM-S-9, da qual também somos operadores (45%), em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (30%) - e com a Repsol Sinopec Brasil (25%).

Cidade de Saquarema

O FPSO Cidade de Saquarema, interligado ao sistema de produção de Lula Central, deixou o estaleiro Brasa, em Niterói, no dia 22 de maio, rumo à locação atual, a aproximadamente 300 km da costa do Rio de Janeiro. A embarcação foi convertida a partir de um navio petroleiro do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier) no estaleiro CXG, na China, e teve nove módulos fabricados no Brasil, três na EBSE e seis no Brasa, onde também foram concluídas as operações de içamento e integração destes módulos à planta de processamento.

Dados do FPSO Cidade de Saquarema:

· Processamento de petróleo: 150 mil barris/dia;

· Tratamento e compressão de gás: 6 milhões m³/dia;

· Tratamento de água de injeção: 200 mil barris/dia;

· Capacidade de armazenamento: 1,6 milhão de barris de óleo;

· Profundidade de água: 2.120 metros;

· Comprimento total: 346,5 metros;

· Boca (largura): 58 metros;

· Pontal (altura): 32,6 metros


Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Nuremberg para Bush e Blair

Um Nuremberg para Bush e Tony Blair

Por Robert Fisk, no The Independent | Tradução Vila Vudu

Robert Fisk é um premiado jornalista inglês, correspondente no Oriente Médio do jornal britânico The Independent. Fisk vive em Beirute há mais de 25 anos. Considerado como um dos maiores especialistas nos conflitos do Oriente Médio, Fisk contribuiu para divulgar internacionalmente os massacres na guerra civil argelina e nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, no Líbano; os assassinatos promovidos por Saddam Hussein, as represálias israelenses durante a Intifada palestina e as atividades ilegais do governo dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque. Fisk também entrevistou Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al-Qaeda (em 1993, no Sudão, em 1996 e em 1997, no Afeganistão)

– ON 11/07/2016 CATEGORIAS: DESTAQUES, GEOPOLÍTICA, MUNDO

Ao analisar Relatório Chilcot, um dos grandes repórteres no Oriente Médio relata: governos da Grã-Bretanha e EUA continuam devastando a região e manipulando opinião pública de seus países
Acho que um julgamento em Nuremberg seria melhor local para analisar as minúcias dos crimes Blair-Bush que todos os britânicos cometemos ao ir à guerra no Oriente Médio. Causamos a morte de mais de meio milhão de pessoas, a maioria das quais muçulmanos, tão completamente inocentes quanto Blair foi culpado. Uma corte semelhante à de Nuremberg poderia concentrar-se mais detidamente no caso das massas árabes vítimas de nossa odiosa expedição criminosa, que na culpa hedionda e na “profunda lástima” – palavras dele, claro – do ex-primeiro-ministro, Lord Blair.
Claro, Blair mentiu quanto à inteligência sobre armas de destruição em massa antes de ir à guerra; mentiu depois novamente quanto aos alertas do Foreign Office sobre o caos que tomaria conta do Iraque; e hoje Blair novamente mente, insistindo que o Relatório Chilcot o teria inocentado, quando, isso sim, o relatório faz exatamente o contrário.
Mas um estudo aprofundado do relatório, em vez do resumo edulcorado que querem nos meter goela abaixo nas últimas horas, pode produzir linhas do relatório que são muito mais perturbadoras que as conclusões da versão simplificada, mais curta e fácil de regurgitar, que foi passada aos veículos da mídia. Além disso, nossa concentração sobre o iníquo Blair e suas mentiras, embora seja resposta compreensível a Chilcot, oferece preocupante versão da mendacidade que ainda hoje acomete todos os políticos, nossos primeiros-ministros e líderes de partido, e a atitude insultante que todos eles assumem na relação com os que eles dizem representar.
Ouvir as primeiras notícias sobre o épico trabalho de literatura deSir John Chilcot justamente quando viajava pela Síria, foi para mim uma experiência perturbadora. Não só porque a praga da crueldade terrorista avança para fora a partir de Raqqa foi (e não importa que tipo de nonsense Blair diga e repita) resultado direto do inferno iraquiano; mas também porque, em dezembro passado, nosso próprio atual, embora desacreditado, primeiro-ministro usou mais mentiras e falsidades Blairistas para persuadir os deputados do Parlamento a bombardear alvos do Estado Islâmico (ISIS) na Síria.
Lembram as sandices sobre os 70 mil rebeldes “moderados” que precisavam de nossa ajuda, apesar de nem existirem e de terem sido fabulados pela mesma Comissão Conjunta de Inteligência na qual Blair confiou integralmente para sua aventura criminosa?
E quando os membros do Parlamento questionaram essa conversa oca, foram desmoralizados pelo general Gordon Messenger, vice-chefe do gabinete da Defesa, que disse que, por razões de segurança as tais unidades rebeldes não podiam ter seus nomes divulgados – por mais que todos conheçamos a identidade dessa ralé de crias da CIA e da incapacidade delas para lutar contra seja o que for. O muito apropriadamente chamado Messenger [ing. “mensageiro”] manteve a fantasia de David Cameron e foi devidamente promovido; como John Scarlett, diretor da Comissão Conjunta de Inteligência (JIC) que forneceu a Tony Blair toda aquela “inteligência” vagabunda, foi adiante condecorado.
E assim os britânicos fomos à guerra contra o ISIS na Síria – exceto, claro, quando o ISIS atacasse o governo de Assad, caso em que não fazíamos coisa alguma, apesar de todos os ultrajados discursos de Hilary Benn sobre fascismo pré-guerra. Condenaremos Blair, o desgraçado, mas não pense que alguma coisa mudou nos seis anos queSir John levou para escrever seu tomo de proporções bíblicas.
E aí está o problema. Quando Blair pode dizer, como disse no momento em que o Relatório Chilcot foi publicado, que [o relatório] “deveria ter evitado acusações [sic] de má fé, mentiras e calúnias” – sem que o povo se levante nas ruas contra a má fé, as mentiras e calúnias do próprio Blair – nesse caso pode-se ter certeza que seus sucessores continuarão a ludibriar o povo mais e mais vezes, sem parar. Afinal, qual a diferença entre as Armas de Destruição em Massa (ADMs) iraquianas que não existem; os ‘alertas’ de 45 minutos, todos falsos; 70 mil “moderados” sírios inexistentes e o fim (inventado) do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha (NHS) se o país deixasse a União Europeia?
Há muitas versões – e citações erradas – do que disse aquele mais cínico dos propagandistas nazistas, Joseph (“quanto maior a mentira, melhor”) Goebbels, mas é impossível não se sentir tocado por algumas das observações dele. “O segredo essencial da liderança britânica não depende de qualquer inteligência especial” – escreveu Goebbels em 1941. “Depende, isso sim, de notável, impenetrável estupidez. Os britânicos seguem o princípio de que suas mentiras têm de ser sempre mentira gigantesca; e a mentira vale para sempre, ninguém jamais se desmente. Os britânicos mantêm as mentiras deles, mesmo ao risco de se mostrarem ridículos.”
O mais assustador dessas palavras não é aquele tempo de guerra passada de que falava Goebbels, nem a evidência de que Churchill (alvo real do comentário do alemão) realmente mentiu. Dada a luta contra o nazismo – e apesar do que disse Churchill, que a verdade, em tempo de guerra, tem de ser protegida por uma escolta de mentiras –, os britânicos mantiveram uma habilidade virtuosa no conflito 1939-45 de dizer a verdade, até quando uma pitada de enganação Blairista teria bastado para encobrir as derrotas britânicas. Não. O mais assustador é que as palavras de Goebbels aplicam-se muito dolorosamente aos políticos britânicos de hoje.
Quem dos nossos conhecidos, depois do relatório, insiste em manter as próprias grandes mentiras, ao risco de se mostrar ridículo? Temo horrivelmente que homens pequenos que se metem a andar com salto alto – que realmente acham que seriam Churchill e levam o país à guerra – estão mentindo as mesmas mentiras das quais seus ancestrais políticos foram, em grande parte, inocentes. Talvez a chave para compreender tudo isso esteja no argumento de Sir John, para quem Blair confiou demais nas próprias “crenças” – seja lá o que se oculte nessa palavra perigosa – e na opinião de outros.
Blair assume a responsabilidade
Por isso pode nos dizer – e disse-me, a mim, enquanto eu chegava pelo deserto sírio à cidade de Palmyra e até onde chegaram as práticas vis dos autores do desastre iraquiano que Blair ajudou a criar – que “não creio [que a remoção de Saddam Hussein] seja a causa do terrorismo que vemos hoje no Oriente Médio ou noutros pontos do mundo”. Toda essa duplicidade, é claro, é para ser parte do “debate total” que Blair agora ameaça, como resultado do relatório Chilcot.
Blair diz que dará – Deus nos livre e guarde! – “todas as lições que creio que futuro líderes devem aprender de minha experiência”. Mas Blair não precisa nos entediar outra vez com suas mentiras. Elas já foram incorporadas por Dave “70 mil moderados” Cameron e os caras do Brexit que agora se autodestroem cercados das próprias mentiras que contam – e que podem afinal conseguir precisamente tudo que Goebbels sempre quis para esse país: o fim do Reino Unido.
Nesse contexto, o relatório Chilcot nem é tanto um maciço trabalho de investigação dos pecados que nos levaram para a guerra em 2003, mas apenas outro capítulo na história da inabilidade dos britânicos para controlar um mundo no qual relações públicas de políticos britânicos ameaçam o próprio povo, com desprezo; matam seus próprios soldados; e massacram centenas de milhares de estrangeiros, sem qualquer remorso real.

Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Temer quer matar

Temer quer matar os sites progressistas

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O que realmente incomoda na decisão de Temer de vetar publicidade federal nos sites independentes como o DCM é o grau de hipocrisia e descaro de seus argumentos.

Dizer que estes sites, classificados como “políticos”, não têm “interesse público” é tratar a sociedade como um amontoado de imbecis.

Se Temer ousou até romper unilateralmente contratos publicitários com tais sites, uma coisa horrível que a direita vivia dizendo que Lula faria assim que eleito, devia ao menos ter a coragem, a hombridade, a decência de dizer as razões reais.

Elas podem ser resumidas nisso: os sites atingidos são progressistas. Defendem uma visão de mundo nada parecida com a pregada pela mídia tradicional, da Veja à Globo, da Folha ao Estadão. Querem uma sociedade menos injusta, menos manchada por extremos de opulência e de miséria.

Estes sites representem uma parcela expressiva dos brasileiros. Apenas o DCM tem 4 milhões de visitantes únicos por mês. As visualizações estão na casa dos 15 milhões mensais. Em meses mais quentes, já passaram de 20 milhões.

Outros sites são igualmente expressivos, como o Conversa Afiada de Paulo Henrique Amoim, o GGN de Luís Nassif, o 247 de Leonardo Attuch, a Fórum de Renato Rovai, o Tijolaço de Fernando Brito, a Carta Maior de Joaquim Palhares e o Cafezinho de Miguel do Rosário.

Somados, os principais sites progressistas têm cerca de 40 milhões de acessos mensais e 20 milhões de visitantes únicos. É um público que rejeita visceralmente Globo, Abril, Folha, Estado e coisas do gênero.

E é um público que consome - é objeto de atenção, portanto, dos anunciantes, estatais ou não.

Dizer que os sites progressistas são destituídos de interesse público é um insulto a milhões de brasileiros que os leem em busca de algo que não encontram na mídia convencional.

O que Temer está fazendo é tentando, a serviço da plutocracia, suprimir a difusão de ideias que não sejam as que agradam ao chamado 1%.

Há mentiras abjetas neste debate.

Uma delas, propagada pelos comentaristas fâmulos da mídia corporativa, é que são “sites petistas”. Se a Justiça brasileira funcionasse, este tipo de calúnia custaria caro a seus autores.

O DCM, para ficar num caso, jamais teve vínculo nenhum com o PT. Nasceu de um projeto que concebi em Londres, ao entender que havia espaço para um site “escandinavo” no Brasil - um veículo para mostrar que não há motivos para sermos um país tão socialmente injusto. A missão do DCM foi concebida nas sucessivas visitas que fiz à Escandinávia em minha longa temporada de correspondente na Europa.

Chamar os sites progressistas de sites petistas é uma tentativa espúria de desqualificá-los.

A questão da publicidade estatal na era Temer fica ainda mais dramática diante das notícias de que os sites evangélicos poderão receber dinheiro de Brasília.

Sites evangélicos são de interesse público, segundo esta lógica. Mas sites progressistas não. É um argumento que simplesmente não se sustenta.

Lembre-se, sempre, que as corporações jornalísticas sempre foram beneficiadas por bilhões de reais em propaganda federal - uma mamata inominável em que lamentavelmente nem Lula e nem Dilma mexeram.

Verifique a escala das coisas. Apenas a Globo - falamos só da tevê, não das demais mídias dos Marinhos - vem recebendo 600 milhões de reais por ano de publicidade do governo federal.

Todos os sites progressistas em conjunto receberiam 11 milhões de reais em 2016 - se Temer não rompesse unilateralmente os contratos. É uma miséria, uma insignificância - uma cifra 60 vezes menor que a fatia da TV Globo com suas audiências que despencam a cada dia.

A vontade da plutocracia é exterminar os sites progressistas. Isso não vai acontecer - porque o mercado os quer vivos. Eles têm audiência, e isso se traduz em receitas cada vez maiores de uma coisa chamada publicidade programática.

A publicidade programática é um mecanismo cada vez mais usada por grandes anunciantes: eles compram audiência, e isto os sites progressistas têm em quantidade cada vez maior.

A publicidade programática é capaz de, por si só, financiar os sites progressistas.

Temer sonha nos matar a todos. Mas fracassará também nisso - inapelavelmente.

Fonte: Blog do Miro
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Era apenas um disfunção na região glútea

Nos EUA e no Brasil, o paradoxo de um povo armado que pede paz.

Postado em 11 Jul 2016
por : Mauro Donato

Memorial em homenagem às vítimas do tiroteio em Dallas

As mais recentes mortes de negros pelas armas de policiais americanos suscitou os protestos que geraram um desdobramento trágico em Dallas: munido de vingança, Micah Johnson matou 5 PMs. A coisa tomou volume, os protestos aumentaram, assim como a repressão policial. Mais de uma centena de presos na sexta-feira, outros 200 no sábado. Uma espiral preocupante, de final imprevisível, mas de origem mais que sabida.

Quando os policiais abordaram e depois imobilizaram Alton Sterling em um posto de gasolina, ao constatarem a presença de um revólver, um deles gritou “Arma!!” e em seguida atirou várias vezes contra o homem. Qual o espanto do policial ao encontrar uma arma na cintura de um civil americano? Isso lá é tão normal quanto portar um lenço. Aliás, nos dias de hoje certamente é mais fácil encontrar uma pistola do que um lenço. Já Philando Castile, que foi parado numa blitz, alertou prévia e prudentemente ao policial: “Estou armado, mas irei apenas pegar os documentos”. Ao colocar a mão no bolso levou 4 tiros e morreu na frente da namorada e sua filha.

É aí que reside o problema. De todos os casos em que negros foram mortos pela polícia este ano nos Estados Unidos, apenas 13% não estavam armados. Os EUA são o país número 1 do mundo em termos de posse de armas per capita (há mais de uma para cada um). Saber que o cidadão está armado não predispõe o policial a agir com menos ‘cordialidade’?

Ele já vai para a abordagem com a adrenalina nas alturas e pensando no risco altíssimo que está correndo mesmo que seja numa situação rotineira como uma blitz por uma lanterna de carro quebrada, como foi o caso de Philando Castile ou de uma queixa pela presença de um camelô vendendo CDs, situação de Alton Sterling. Daí, quando duas pessoas armadas se encontram, vive-se um clima de duelo de faroeste. Sobrevive quem saca mais rápido.

Na exacerbação dos ânimos diante dos acontecimentos, o componente racismo não pode ser desconsiderado. ‘Black lives matter’ é o grito que deve ser dado mais forte, mas as condições para que tudo isso ocorra se devem ao fato de todos estarem armados. Brancos e negros. Ainda na sexta-feira sob choque dos ataques, a secretária da Justiça, Loretta Lynch, pediu ao povo americano que não permita que mortes se transformem em algo normal. Ora, armas servem para isso, o que esperavam?

O quadro americano transforma o país no paradoxo de uma população armada até os dentes que deseja paz. Como armas não têm essa finalidade, não irão alcançar nunca, por óbvio. E essa mensagem precisa ser muito bem escutada e observada aqui abaixo da linha do equador. Afinal de contas, mesmo com seus casos escabrosos, a polícia americana é muito menos assassina que a brasileira. Enquanto a estadunidense matou 491 pessoas no primeiro semestre deste ano (país todo), só no Rio de Janeiro foram 645 cadáveres. A polícia paulista também mata mais que todas as polícias americanas juntas há muito tempo. Já imaginou se a revolta dos negros americanos contagiasse?

Mas voltemos ao tema pistoleiro. Mesmo com sua população armada, os Estados Unidos tiveram 11 mil mortes por arma de fogo em 2013. O Brasil ‘desarmado’ teve 42.416, quase 4 vezes mais. Se com uma disparidade como essa soa cinismo o pedido da secretária da Justiça americana, o que diríamos caso a revogação do estatuto do desarmamento vigore, como é da vontade de uma parcela desmiolada da população, cafajestemente representada pela bancada da bala?

Em 2005, um referendo popular demonstrou que a população brasileira não concorda com a venda de armas de fogo e de munição em todo o território nacional. E mesmo assim estamos entre os 11 países com mais mortes por este método em uma lista de 90 nações. Estamos à frente de muitos países em guerra, ‘oficialmente’ falando. Mas políticos mal intencionados e parasitas do dinheiro da indústria armamentista tentam reverter isso. Deles, não se pode esperar nada. Quem precisa olhar para os EUA e analisar se é isso que queremos somos nós mesmos, caso não queiramos futuramente ouvir um apelo patético como o da senhora Loretta Lynch.


Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Dicas da ABIN para identificar suspeitos de terrorismo nas Olimpíadas lembram ‘erro’ da polícia londrina com Jean Charles
10 DE JULHO DE 2016

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A página da ABIN no Facebook informa que qualquer pessoa “pode comunicar diretamente à ABIN situações que pareçam suspeitas, pelo e-mail prevencaoaoterrorismo@abin.gov.br “
Como orientação pra identificar terroristas, pede atenção a pessoas que usarem “bolsas e mochilas destoantes da circunstância e do clima” ou agirem de forma estranha, demonstrando nervosismo.
Foi por uma análise superficial de perfil como essa que a polícia londrina matou o brasileiro Jean Charles de Menezes na estação de metrô Stockwell.
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Ele foi morto com nove tiros, após ser confundido com o terrorista etíope Hussain Osman, que morava no mesmo bloco de apartamentos.
Jean foi fuzilado com uma mochila nas costas enquanto corria, assustado com a operação policial.
A orientação curta, mas que amplia a justificativa pra polícia brasileira agir duro contra pessoas suspeitas pelos motivos elencados pela ABIN é preocupante.
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou pra letalidade da ação policial no país num relatório que denunciou cinco mortes a cada dia, totalizando apenas em 2015 cerca de 2 mil incidentes. Denunciou desproporcionalidade e motivação por afrodescendência.
Que mochila combina com a Olimpíada? E caso haja um tumulto, quem ficar nervoso passa a ser suspeito de terrorismo?
Se dois correrem de forma suspeita com uma mochila nas costas, um negro e um branco, qual será o alvo?

Dicas da ABIN pra identificar suspeitos de terrorismo provocam piadas na internet

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Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Essas dicas são um perigo.

Aqui na cidade maravilha, sede dos jogos olímpicos, é comum ver a maioria das pessoas portando bolsas e mochilas, independente do lugar, evento, etc...

Por outro lado, acho muito estranho, e suspeito, que em um calor de 40°C, pessoas usem terno completo, muitas vezes na cor preta, com bolsas , mochilas e ainda com andar agitado e expressões tensas. Destoam totalmente do clima. Seriam terroristas ?

Quanto ao nervosismo, e mesmo tensão, parecem comum na maioria das pessoas que vivem por aqui. Um simples congestionamento de trânsito em uma via expressa da cidade, faz com que as pessoas envolvidas entrem em pânico, que logo evolui para paranoia, fazendo com que muitas pessoas abandonem seus veículos para fugir de um suposto arrastão. Um motociclista com garupa, logo pode ser identificado como assalto. Se ambos forem pretos, o assalto é tido como certo.

Agir de forma estranha é algo muito relativo, principalmente em um período onde a cidade terá pessoas do mundo inteiro, com costumes e hábitos diferentes. Cabe ainda lembrar, que muitas pessoas que visitarão a cidade olímpica tem sido orientadas para que usem roupas que cubram todo o corpo, com o objetivo de evitar os ataques mortais de um exército de mosquitos transmissores da zika e de um monte de outras doenças.

Na cidade maravilha olímpica são em grande número os casos de erros cometidos pelas forças de segurança contra pessoas inocentes. Certa vez um cidadão que trabalhava na laje da casa, em uma comunidade, foi alvejado e morto pela polícia. O cidadão portava uma furadeira elétrica e fazia um furo na parede da casa. A furadeira foi confundida pelos policias como sendo uma arma. Dias atrás, um adolescente foi morto com um saco de pipoca nas mãos. A polícia pensou tratar-se de saco com cocaína. Esses erros são frequentes e em grande número, e infelizmente, já fazem história. Lá pelos anos da década de 1960, uma senhora desembarcou no então aeroporto do Galeão, hoje Tom Jobim. A distinta senhora, próximo de seus sessenta anos, caminhava com alguma dificuldade, até mesmo mancando, e exibia uma protuberância, um tanto elevada, no lado direito do corpo próximo das nádegas. Seu andar, suas roupas largas, sua expressão séria, levantaram suspeitas da polícia no aeroporto que resolveu abordar a cidadã. Ao ser abordada pela polícia ficou nervosa e descontrolada. Os policiais, mais desconfiados  com os gritos , imobilizaram e jogaram a senhora ao chão. Depois de muitos gritos e muita confusão descobriram que a tal protuberância não passava de um disfunção na região glútea. Esse caso, verdadeiro, teve grande repercussão na época.

Logo , todo cuidado é pouco.

Quando a única coisa que se tem na mão é um martelo, tudo se parece com prego.

sábado, 9 de julho de 2016

Neoliberalismo e o Planeta prometido

Rumo a uma Era da Desintegração?

Síria: na cidade devastada de Aleppo, crianças examinam a carcaça de uma avião abatido
Síria: na cidade devastada de Aleppo, crianças examinam a carcaça de uma avião abatido
No Oriente Médio, Estados independentes desmoronam. Guerras, políticas neoliberais e desigualdade extrema aceleram o processo. Mas e se o fenômeno tornar-se global?
Por Patrick Cockburn | Tradução: Cauê Seignemartin Ameni e Inês Castilho
Vivemos numa era de desintegração. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que no Oriente Médio e na África. De lado a lado da vasta faixa de território entre o Paquistão e a Nigéria, há pelo menos sete guerras acontecendo – no Afeganistão, Iraque, Síria, Iêmen, Líbia, Somália e Sudão do Sul. Esses conflitos são extraordinariamente destrutivos. Despedaçam os países onde estão ocorrendo, a ponto que é de se duvidar se algum dia poderão recuperar-se. Cidades como Aleppo, na Síria; Ramadi, no Iraque; Taiz, no Iêmen; e Benghazi, na Líbia, foram reduzidas a ruínas, em parte ou totalmente. Há também pelo menos três outras sérias conflagrações: no sudeste da Turquia, onde as guerrilhas curdas estão combatendo o exército turco; na península do Sinai, no Egito, onde atua uma guerrilha pouco divulgada, porém feroz; e no nordeste da Nigéria e países vizinhos, onde o Boko Haram continua a fazer ataques assassinos.
Todos têm algumas coisas em comum: são intermináveis, e parecem nunca produzir vencedores ou perdedores definitivos. (O Afeganistão está em guerra desde 1979 e a Somália, desde 1991). Envolvem a destruição ou o desmembramento de nações unificadas, sua divisão de facto entre movimentos de massa da população e insurreições – bemdivulgados no caso da Síria e do Iraque, e menos em lugares como o Sudão do Sul, onde mais de 2,4 milhões de pessoas foram deslocadas nos últimos anos.
Some-se a isso mais uma semelhança, não menos crucial, embora óbvia: na maioria desses países, nos quais o Islã é a religião dominante, movimentos salafistas extremistas, entre eles o Estado Islâmico (ISIS), a Al-Qaeda e o Talibã, são essencialmente os únicos canais disponíveis para protestos e rebeliões. No momento, substituíram inteiramente os movimentos socialistas e nacionalistas que predominaram no século 20. Os últimos anos viram um significativo retorno à identidade religiosa, étnica e tribal, por movimentos que buscam estabelecer seu próprio território exclusivo pela perseguição e expulsão de minorias.
No processo, e sob pressão de intervenção militar externa, uma vasta região do planeta parece estar sendo cindida. Há muito pouco entendimento desses processos em Washington. Um bom exemplo disso foi o recente protesto de 51 diplomatas do departamento de Estado, contrários à política do presidente Barack Obama para a Síria e a sugestão de que sejam lançados ataques aéreos contra as forças do regime sírio, acreditando que o presidente Bashar al-Assad iria assim cooperar com um cessar fogo. A abordagem dos diplomatas mantém-se tipicamente simplória, num conflito extremamente complexo, ao acreditar que o bombardeio de áreas civis e outros atos impiedosos do governo sírio são a “causa raiz da instabilidade que continua a sufocar a Síria e a região mais ampla”.
É como se a mente desses diplomatas estivesse ainda na era da Guera Fria, como se eles ainda estivessem lutando contra a União Soviética e seus aliados. Contra todas as evidências dos últimos cinco anos, assume-se que uma oposição síria moderada, que mal sobrevive, seria beneficiada pela queda de Assad. Falta entender que a oposição armada na Síria é inteiramente dominada pelos clones do Estado Islâmico e da al-Qaeda.
Embora admita-se amplamente, hoje, que a invasão do Iraque em 2003 foi um erro (mesmo por aqueles que a apoiaram à época), não se aprenderam as verdadeiras lições. Por que todas as intervenções militares, diretas ou indiretas, dos EUA e seus aliados no Oriente Médio, no último quarto de século, apenas exacerbaram a violência e aceleraram a falência do Estado?
Extinção em massa de estados independentes
O Estado Islâmico (ISIS), que acaba de comemorar seu segundo aniversário, é o resultado grotesco desta era de caos e conflitos. A simples existência dessa seita hedionda é um sintoma do profundo deslocamento sofrido pelas sociedades de toda a região, governada por elites corruptas e desacreditadas. O crescimento do ISIS – e o de vários clones do estilo Talibã e Al-Qaeda – é uma medida da fraqueza de seus opositores.
O exército e forças de segurança do Iraque, por exemplo, tinham 350 mil soldados e 660 mil policiais, segundo os registros, em junho de 2014, quando alguns poucos milhares de combatentes do Estado Islâmico capturaram Mossul, segunda maior cidade do país, que ainda dominam. Hoje, o exército iraquiano, os serviços de segurança e cerca de 20 mil paramilitares xiitas, apoiados pelo poder de fogo maciço dos Estados Unidos e forças aéreas aliadas, abriram caminho a bala até a cidade de Faluja, cerca de 60 quilômetros a oeste de Bagdá, contra a resistência de não mais que 900 combatentes do ISIS. No Afeganistão, o ressurgimento do Talibã, supostamente derrotado em definitivo em 2001, aconteceu menos em razão da popularidade do movimento do que pelo descaso com que os afegãos viam o governo corrupto de Cabul.
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Os estados-nação estão depauperados ou desmoronando em todos os lugares, enquanto líderes autoritários lutam pela sobrevivência frente a crescentes pressões, externas e internas. Esse não é, de modo algum, o modo como se esperava que se desse o desenvolvimento da região. Os países que escaparam do domínio colonial na segunda metade do século 20, com o passar do tempo, deveriam tornar-se mais e não menos unificados.
Entre 1950 e 1975, líderes nacionalistas assumiram o poder em grande parte do mundo anteriormente colonizado. Prometeram alcançar autodeterminação nacional criando estados independentes poderosos, por meio da concentração de todos os recursos políticos, militares e econômicos disponíveis. Em vez disso, no decorrer das décadas muitos desses regimes transformaram-se em estados policiais controlados por um pequeno número de famílias surpreendentemente ricas, e uma camarilha de empresários dependentes de suas conexões com líderes como Hosni Mubarak, no Egito, ou Bashar al-Assad, na Síria.
Nos últimos anos, esses países foram também abertos ao furacão do neoliberalismo, que destruiu qualquer contrato social rudimentar que existia entre os governantes e os governados. Veja a Síria. Lá, vilas e cidades rurais que em algum momento apoiaram o regime do partido Baath da família al-Assad, porque proporcionou empregos e manteve baixos os preços dos produtos básicos, foram depois de 2000 abandonados às forças do mercado, distorcidas em favor daqueles que estão no poder. Esses lugares foram a espinha dorsal da rebelião pós 2011. Ao mesmo tempo, instituições como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que tanto fez para aumentar a riqueza e o poder dos produtores de petróleo da região nos anos 1970, perderam a capacidade de agir unificadamente.
A questão do momento é: por que uma “extinção em massa” de estados independentes está acontecendo no Oriente Médio, no Norte da África e região? Os políticos e a mídia ocidentais referem-se frequentemente a esses países como “estados fracassados”. O sentido que esse termo implica é que o processo é autodestrutivo. Mas vários estados agora rotulados de fracassados, como a Líbia, reduziram-se a isso somente depois que movimentos de oposição, apoiados pelo Ocidente, tomaram o poder com o apoio e a intervenção militar de Washington e da OTAN, e mostraram-se muito fracos para impor seus próprios governos centrais e o monopólio da violência no território nacional.
O processo começou, em vários sentidos, com a intervenção no Iraque pela coalizão liderada pelos EUA, em 2003, que levou à queda de Saddam Hussein, ao fechamento do Partido Baath e à dissolução de seu exército. Qualquer que sejam seus erros, Saddam e o autocrático governante da Líbia, Muammar Gaddafi, foram claramente demonizados e acusados pelas diferenças étnicas, sectárias e regionais dos países que governavam — forças estas que foram, na verdade, liberadas de modo cruel depois de suas mortes.
Há, contudo, uma pergunta que não quer calar: por que a oposição à autocracia e à intervenção do Ocidente assumiu a forma islâmica, e por que os movimentos islâmicos que acabaram por dominar a resistência armada no Iraque e na Síria, em particular, toram tão violentos, regressivos e sectários? Colocado de outra forma, como poderiam esses grupos encontrar tantas pessoas querendo morrer por suas causas, enquanto seus opositores encontraram tão poucas? Quando os grupos de combate do ISIS estavam varrendo o norte do Iraque, no verão de 2014, soldados que haviam jogado fora suas armas e uniformes, e desertaram daquelas cidades do norte do país, justificaram sua revoada dizendo com desdém: “Morrer pelo [então primeiro ministro Nouri] al-Maliki? Jamais!”
Uma explicação usual para o crescimento dos movimentos de resistência islâmica é que a oposição socialista, secular e nacionalista foi esmagada pelas forças de segurança dos velhos regimes, ao contrário dos islâmicos. Em países como a Líbia e a Síria, contudo, os islâmicos também foram perseguidos com selvageria, e apesar disso dominaram a oposição. Mesmo assim, embora esses movimentos religiosos tenham sido suficientemente fortes para opor-se aos governos, eles geralmente não se mostraram fortes o suficiente para substituí-los.
Muito fracos para vencer, muito fortes para perder
Embora haja, claramente, muitas razões para a desintegração atual dos estados, e elas sejam de alguma forma diferentes de lugar para lugar, uma coisa é certa: o fenômeno está se tornando uma regra em vastas regiões do planeta.
Se você está procurando as causas da falência do estado nos dias que correm, deve sem dúvida começar pelo fim da Guerra Fria, um quarto de século atrás. Uma vez encerrada, nem os EUA, nem a nova Rússia que emergiu da implosão da União Soviética tinham interesse significativo em continuar apoiando “estados fracassados”, como fizeram durante tanto tempo, por medo de que o superpoder rival e seus aliados locais pudessem, então, tomar o poder. Antes, líderes nacionais de regiões como o Oriente Médio eram capazes de manter seus países com certa independência, equilibrando-se entre Moscou e Washington. Com a dissolução da União Soviética, isso não foi mais possível.
Além disso, na esteira do colapso da União Soviética, o triunfo da economia neoliberal de livre mercado somou a esse mix um elemento crítico. O neoliberalismo iria se mostrar muito mais desestabilizador do que parecia à época.
Veja a Síria, de novo. A expansão do livre mercado, num país onde não havia nem legitimidade democrática, nem o domínio da lei, significou acima de tudo uma coisa: plutocratas ligados às famílias que governavam as nações tomaram para si tudo o que parecia potencialmente lucrativo. No processo, tornaram-se assustadoramente ricos, enquanto os habitantes empobrecidos das vilas, das cidades e das favelas urbanas, que antes contavam com o estado para conseguir emprego e comida barata, sofreram. Ninguém deveria surpreender-se pelo fato de que esses lugares tenham se tornado redutos das rebeliões sírias, depois de 2011. Na capital, Damasco, à medida em que se expandia o reino do neoliberalismo, até mesmo os membros menos importantes do mukhabarat, a polícia secreta, passaram a viver com apenas 200 a 300 dólares mensais, enquanto o estado tornava-se uma máquina de ladrões.
Esse tipo de saque e leilão do patrimônio nacional espalhou-se por toda a região nestes anos. O novo governo egípcio, comandado pelo general Abdel Fattah al-Sisi, impiedoso em relação a qualquer sinal de dissidência interna, foi emblemático. Em um país que tinha sido referência para regimes nacionalistas em todo mundo, ele não hesitou, em abril deste ano, em abrir mão de duas ilhas no Mar Vermelho para Arábia Saudita, de cujo financiamento e “ajuda” seu regime é dependente. (Para a surpresa de todos, o Tribunal Superior do Egito suspendeu recentemente a decisão de Sisi).
Esse gesto, profundamente impopular entre egípcios cada vez mais pobres, foi o símbolo de uma mudança mais vasta  no equilíbrio do poder no Oriente Médio. Os estados mais poderosos da região – Egito, Síria e Iraque – eram regimes seculares nacionalistas, e foram um contrapeso genuino às monarquias da Arábia Saudita e do Golfo Pérsico. No momento em que o poder destas ditaduras seculares enfraqueceu, a influência das monarquias fundamentalistas sunitas só aumentou. Se em 2011 vimos a rebelião e revolução espalharem-se por todo Oriente Médio, com o breve florescimento da Primavera Árabe, também vimos a contrarrevolução ressurgir, financiada pelas milionárias petromonarquias do Golfo, que nunca tolerariam uma mudança para um regime democrático secular na Síria ou Líbia.
Adiciona-se a isso novos processos em curso que fragilizaram estes estados: a produção e venda de recursos naturais – petróleo, gás e minério – e a cleptomania que o acompanha. Esses países sofrem frequentemente com algo que se tornou conhecido como “a maldição dos recursos”: estados cada vez mais dependentes das receitas advindas da venda dos recursos naturais – o suficiente para fornecer para toda população, teoricamente, um patamar razoável de vida digna – tornando-se ditaduras grotescamente corruptas. Nelas, iates dos bilionários locais, com conexões cruciais para os regimes, vivem cercados por favelas com esgoto a céu aberto. Nesses países, a política tende a concentrar-se entre as elites, batalhando e manobrando para roubar as receitas do Estado e desviá-la o mais rápido possível para fora do país.
Este tem sindo o padrão da vida econômica e política em grande parte da África subsariana, de Angola à Nigéria. No Oriente Médio e África do Norte, no entanto, existe um sistema diferente, em geral mal entendido mundo afora. Há similarmente grandes desigualdades no Iraque ou na Arábia Saudita, com elites cleptocráticas semelhantes. Entretanto, eles governam seus estados com parte significativa da população, patrocinando oferta de trabalhos no setor público em troca da passividade política ou apoio a seus regimes cleptocráticos.
O Iraque tem uma população de 33 milhões de pessoas. No momento, nada menos que 7 milhões estão na folha de pagamento do governo, graças a salários e pensões que custam US$ 4 bilhões por mês. Esta forma rude de distribuir as receitas do petróleo à população sempre foi denunciada como corrupta pelos comentaristas e economistas ocidentais. Eles, por sua vez, geralmente recomendam o corte desses trabalhos, mas isso significaria que toda a receita advinda dos recursos naturais, em vez de uma parte, seria roubada pela elite. Isso, de fato, é cada vez mais o caso nessas terras, onde o preço do petróleo despenca e até mesmo a realeza saudita começa a cortar o suporte estatal para a população.
Por algum tempo, acreditou-se que o neoliberalismo seria o caminho para democracias seculares e economias de livre mercado. Na prática, tem sido tudo, menos isso. Ao contrário: junto com a maldição dos recursos naturais, e as repetidas intervenções militares de Washington e seus aliados, as economias do “livre” mercado desestabilizaram profundamente o Oriente Médio. Encorajado por Washington e Bruxelas [sede da União Europeia], o neoliberalismo do século 21 tem feito sociedade desiguais ainda mais desiguais e ajudado transformar regimes já corruptos em máquinas de saques. Esta é também, obviamente, a fórmula para o sucesso do Estado Islâmico ou qualquer alternativa radical para o status quo. Tais movimentos encontram facilmente apoio em regiões empobrecidas e negligenciadas, como o leste da Síria ou o leste da Líbia.
Note, contudo, que este processo de desestabilização não é uma peculiaridade do Oriente Médio e Norte da África. Estamos certamente na era da desestabilização, um fenômeno que está crescendo globalmente, espalhando-se para os Bálcãs e Leste Europeu (com a União Europeia cada vez menos capaz de influenciar os acontecimentos na região). Não se fala mais de integração europeia, mas de como prevenir a completa dissolução da União Europeia na esteira do supetão dado pelo Brexit na Inglaterra.
As razões pelas quais uma estreita maioria dos britânicos votou no Brexit tem paralelos com o Oriente Médio. As politicas econômicas de livre mercado perseguidas pelos governos, desde que Margaret Thatcher foi primeira-ministra, aprofundaram o fosso entre ricos e pobres e entre cidades ricas e boa parte do resto do país. A Grã-Bretanha pode estar indo bem, mas milhões de britânicos não compartilham da mesma prosperidade. O referendo sobre permanecer como membro da União Europeia, opção quase universalmente defendida pelo establishment britânico, tornou-se o catalisador para o protesto contra o status quo. A fúria dos que votaram a favor da saída tem muito em comum com a dos apoiadores do Donald Trump nos Estados Unidos.
Os EUA continuam a ser uma superpotência, mas já não são tão forte como antes. Eles, também, estão sentindo a tensão deste momento global, em que eles e seus aliados locais são suficientemente poderosos para imaginar que podem se livrar dos regimes de que não gostam — mesmo sem ter sucesso, como na Síria, ou tendo sucesso, mas sem poder substituir o que eles destruíram, como na Líbia. Um político iraquiano disse uma vez que o problema em seu país é que os partidos e movimentos eram “muito fracos para ganhar, mas muitos fortes para perder”. Este é cada vez mais o padrão de toda a região e está se espalhando para outros lugares. Isto traz consigo uma possibilidade de um ciclo interminável de guerras indecisas e uma era de instabilidade que já começou.
Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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Com as sociedades em ruptura, a era da desintegração é uma realidade.

A etapa da globalização atual pode ser compreendida, apenas, como globalização financeira. Enriquece os mais ricos, deixa os não-ricos pobres e deixa os pobres miseráveis. Ao mesmo tempo, nas sociedades, cresce o nacionalismo, a xenofobia, o racismo, as disputas separatistas e as disputas religiosas. Isso em todo o mundo.Um tremendo retrocesso.

Os conflitos racistas nos EUA, esta semana, poderiam ser um filme de sessenta ou setenta anos atrás, mas não, são a realidade atual, nos EUA, Brasil, Europa, etc...

A democracia enquanto um valor universal, conforme alardeado pelo ocidente no início da década de 1990, hoje é apenas figura de retórica, uma vez que a plutocracia e cleptocracia sequestraram os Estados em todo o mundo. A impunidade reina para os ricos. As forças de segurança pública agem acima da lei, contra pobres, pretos, pardos, putas, pedintes, pensantes, palhaços, pirados, porra loucas, pessoas paradas na pedra do porto, povo... Porra, pensar é proibido. Prudência para não ser preso, caro leitor.

Para o capitalismo do século XXI, o inimigo é o povo, que deve ser exterminado não apenas através de guerras, mas, principalmente, por suas próprias escolhas. Se não ficou milionário,você é o culpado, logo deve desaparecer para que os vencedores possam desfrutar do planeta.

Na era do retrocesso, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias - CNI - brasileira, pede, como medida governamental modernizante nesses tempos modernos, o aumento da jornada de trabalho para 80 horas semanais. Uma verdadeira viagem ao passado, ao início da revolução industrial. Disse ainda, o presidente da CNI, que o aumento da jornada para 80 horas estaria espelhado na França, que, recentemente, sugeriu o mesmo. Esqueceu-se de dizer, já que usou a proposta do governo socialista francês, que na França o pau está quebrando diariamente nas ruas por conta da proposta modernizante do governo francês.

Enquanto o retrocesso avança em direção ao início da revolução industrial, os efeitos dessa revolução no planeta, no meio ambiente e na vida, são devastadores. No entanto, os assuntos referentes ao drama ambiental planetário, somente aparecem nos grandes meios de comunicação por ocasião de grandes fóruns internacionais sobre o tema, quando chefes de estado e de governo se reúnem e aprovam metas e medidas que nunca são cumpridas. Terminado os fóruns, o assunto vai gradativamente desparecendo do noticiário, deixando a forte impressão para a sociedade distraída que tais assuntos pertencem ao futuro, não merecendo preocupações e, menos ainda, ocupação ativa no presente. O drama ecológico-ambiental planetário começou a ser encarado de frente, com medidas eficazes, no início da década de 1970. Nos EUA, o maior avanço aconteceu durante o governo de Nixon, indicando o caminho natural a ser seguido em novas formas de produção, distribuição e consumo de bens, com impacto positivo na mudança de estilo de vida da população e na economia. Até mesmo a Casa Branca foi equipada com painéis solares para geração de energia elétrica. Com a chegada de Margareth Tatcher no poder, do Reino então Unido, e de Ronald Reagan na presidência dos EUA, todas as propostas e programas orientados para uma economia sustentável foram descartados e, até mesmo os painéis solares foram retirados do telhado da Casa Branca. Como alternativa ao modelo de um desenvolvimento sustentável começou a ser implantado o neoliberalismo, um caminho diametralmente oposto que, quarenta anos após seu início, jogou as sociedades e o planeta na situação caótica em que se encontra nos dias atuais.

As guerras, o racismo, a cultura do estupro, a misoginia, os movimentos separatistas, a xenofobia, as disputas religiosas, a democracia de fachada, a perseguição aos dissidentes do regime mundial, a censura, a manipulação e a omissão de informações, são instrumentos incentivados pelo neoliberalismo para atingir seu objetivo maior: Um mundo para poucos, somente para os ricos

Assim sendo, é desejável para o neoliberalismo que 2/3 da população mundial desapareça do planeta, para que então os escolhidos possam desfrutar do planeta prometido.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Princesa Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon. Socorrro !!!!

Socorro! Chamem a Princesa Isabel! CNI quer jornada de 80 horas semanais

POR FERNANDO BRITO · 08/07/2016

Depois de um encontro com o presidente em exercício, Michel Temer, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade ficou tão animado que resolveu propor uma jornada de trabalho de “apenas” 80 horas semanais para o trabalhador brasileiro.

-“Vimos agora o governo francês, sem enviar ao Congresso Nacional, tomar decisões com relação às questões trabalhistas. No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 passou, para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho.

Não é conversam minha, não, Está no site da EBC que, cumprindo o seu dever de se ajustar ao que diz a grande mídia, mudou o título que reproduzi acima por outro, menos chocante.

Uma jornada de 80 horas, para ficar mais fácil de entender seriam 14:30 horas nos dias de semana e mais 7:30 aos sábados, “meio-expediente”

O camarada entra às 7 da manhã e sai às 9:30 da noite, se segunda a sexta, isso se não tirar hora do almoço ou do jantar.

Com mais uma hora (no barato) para ir e outra para voltar, sai de casa às seis e chega 22:30h.

Que beleza!

A escravidão acabou há mais de um século, mas o pensamento escravocrata está por aí…

Escravocrata e mentiroso, porque é evidente que a França não adotou as 80 horas semanais e as mudanças na legislação, que é de 35 horas semanais, tem de passar no Legislativo e por conta disso os franceses estão quebrando o pau por lá há dois meses.

Agora, com Temer no Governo, esta gente está alvoroçada… Claro que não vão ter peito de propor 80 horas, mas vão achar um jeito de deixar que a jornada possa ser livremente negociada entre patrões e empregados.

Com tanta animação, dá para achar que os tais 13% de popularidade que deram a Temer na pesquisa encomendada pela CNI já são meio esquisitos…

Lerê, Lerê…

Fonte: TIJOLAÇO
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PAPIRO comenta manchetes - 08.07.2016

'Governos autoritários começam cerceando a liberdade de expressão'
Eliminados os sites progressistas e a comunicação pública, haveria uma situação praticamente totalitária, na qual existiria apenas uma voz.



Fonte: CARTA MAIOR
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O PAPIRO está sofrendo ataques que tem por objetivo impedir a publicação de artigos de outros sites e blogues e, consequentemente os comentários deste blogue sobre tais artigos, como o caro leitor está habituado a ler por aqui.

Esses ataques tem se intensificado nas últimas semanas, como agora, por exemplo.


Assim sendo, sem poder copiar os artigos dos outros blogues, copiamos as manchetes, como o caro leitor pode ler a seguir.




1 - Rio (76%) quer votar! ( Fonte: CONVERSA AFIADA )

76% da população do Rio de Janeiro quer votar. Isso significa que Temer não tem legitimidade.

O percentual é elevado e significativo, mesmo com Globo e toda a velha mídia interditando, omitindo, eclipsando, fazendo mágica, sobre o assunto.


O Rio aguarda, em plenos pulmões, a presença de Temer na abertura das Olimpíadas na cidade maravilha rebelde.

2 - Requião: Dilma vai derrotar o                              impeachment! ( Fonte: CONVERSA AFIADA )

O senador Requião tem afirmado, com frequência, que o impeachment será derrotado no Senado. Se de fato acontecer pode-se prever um futuro político brilhante para os senadores que não se curvarem ao golpe, uma vez que a maioria da população brasileira é contrária ao golpe e não quer Temer na presidência.

3 - Silvio Costa: “Governo Temer é corrupto;          nunca vi ministério tão criminoso; 90% de          vocês aqui não têm moral para atacar                  ninguém”; assista ao vídeo (  FONTE: VIOMUNO)

Em defesa de Dilma, no plenário O post Silvio Costa: “Governo Temer é corrupto; nunca vi ministério tão criminoso; 90% de vocês aqui não têm moral para atacar ninguém”; assista ao vídeo apareceu primeiro em Viomundo

Corrupto, autoritário, violento, golpista, sujo, careta e do lar das trevas. Um governo amoral e principalmente imoral, que , em hipótese alguma, pode continuar. 
Temer tem que sair.
Se tem que, logo deve sair.
Se deve, o povo precisa retirá-lo de lá imediatamente.


4 - O desfecho de Temer será ainda pior do que      o de Cunha.   Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO )
Independente se pela decisão do Senado, ou pelas denúncias oriundas das delações, o desfecho de Temer será sombrio.
Não existe futuro para Temer, que deverá se contentar em ver a luz do sol apenas em filmes.


5 - O recado de Dallas para a polícia racista do      Brasil. ( Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO  MUNDO )

Após mais duas mortes brutais cometidas pela polícia contra negros, a revolta explodiu. De novo. Philando Castile foi parado em uma blitz e alvejado dentro de seu próprio carro, à queima-roupa por um policial. Sua namorada transmitiu a tragédia via streaming no Facebook.

O que aconteceu em Dallas dificilmente acontece no Brasil.
Por aqui, quando acontecer, e um dia acontecerá,  será ser bem pior.