sexta-feira, 15 de abril de 2016

Ladrões e Picaretas Querem Impedir a Democracia

Capa do New York Times: 
“Gang de ladrões vai julgar Dilma”
Na capa do The New York Times, o maior jornal do mundo: 
"Presidente honesta poderá ser afastada por corruptos".



Manifestantes contra o #impeachment bloqueiam cinco rodovias federais no Paraná .

#GolpeAquiNãoPassa Manifestantes pró-Dilma protestam no Campo Grande.


Integrantes do MST fecham vias em Pernambuco 

Vai ter #trancaço no Brasil inteiro! #GolpeAquiNãoPassa

Avenida Cupecê, Zona Sul de SP, fechada por movimentos sociais, contra o golpe.

Chegou a hora: 
bloquear o golpe em cada esquina, em cada rua e em cada estrada
Marginal Tietê parada! JÁ TEM LUTA

Chegou a hora: leve a sua indignação para a rua. 
É lá que ela vai ter peso.

Um documentário correrá o mundo c/ as cenas destes dias,em q a mídia uniu-se à escória, abençoada pela toga e o dinheiro contra a democracia.

Chegou a hora: leve a sua indignação para a rua. É lá que ela vai ter peso e medida.


Em qualquer país do mundo esse canalha Cunha já teria sido conduzido para a prisão!





#Lula: "Vamos derrotar o impeachment e encerrar de vez essa crise

Fonte: CARTA MAIOR
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Delator revela tabela de propina paga a Eduardo Cunha no exterior: R$ 52 milhões em 36 parcelas

publicado em 15 de abril de 2016 às 13:21
tabela da propina de cunha
Delator aponta propina de R$ 52 milhões em 36 parcelas a Eduardo Cunha
Fonte: VIOMUNDO
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Aposta no caos: os protestos de sexta são uma amostra do país se o golpe passar.

Postado em 15 Apr 2016
A Marginal Tietê na sexta, dia 15
A Marginal Tietê na sexta, dia 15
A CUT, o MST e outros movimentos sociais resolveram dar, na sexta feira, uma amostra do que será um Brasil pós golpe.
Em São Paulo, a Imigrantes, a Marginal Tietê e outras vias foram fechadas por protestos. Um grupo ocupou a Ponte das Bandeiras. O trânsito bateu recorde.
No Paraná, a BR-277 tinha pneus queimados e piquetes impedindo a passagem de veículos. A ideia do MST era fechar ao menos 20 trechos no estado.
Em Alagoas, Minas, a situação foi a mesma. Em Salvador, ao menos 2 700 ônibus urbanos não deixaram as garagens devido a um ato organizado na madrugada.
A farsa montada por um gângster para depor uma presidente eleita por 54 milhões de brasileiros parece ir chegando ao fim — mas é só o começo.
Temer, Cunha e comparsas não terão condições de “pacificar” nada. O que se avizinha, segundo a previsão do insuspeito Financial Times, entre outros, é o caos.
Um esquema montado por um congresso de ladrões está oferecendo à multidão de imbecis úteis a cabeça de alguém que não cometeu crime.
Má fé de quem sempre se safou achar que a vingança de Cunha passaria em brancas nuvens. Que os votos cassados não seriam reclamados. Que um maníaco sem pescoço que vaza áudios com discurso de posse adiantado seria aceito por quem nunca votou nele.
Um STF covarde, lento e leniente, que gasta tempo deblaterando sobre latitude e chama um réu do Supremo de Sua Excelência, será cúmplice do que vier. Cada manifestante que foi para a avenida com grupelhos fascistas gritar contra a corrupção — cada “cidadão de bem” é cúmplice do que está por vir se o golpe se consumar.
Democracias representativas não podem ser governadas por protestos, pesquisas de opinião e, principalmente, assacadas por bandidos.
Na sexta foi grande. Na segunda, se Cunha e Temer triunfarem, coisa que se desenha, vai ser maior. E, como se fala naquelas transmissões de Carnaval, não vai ter hora para terminar.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Frente Brasil Popular quer transformar a sexta-feira num exemplo de como vai ser o pós-golpe com a dupla Temer-Cunha no comando

publicado em 15 de abril de 2016 às 08:13
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Bloqueios no Centro e na Zona Sul de São Paulo
Frente contra o golpe deve “parar o país” nesta sexta-feira
A Frente Brasil Popular convocou atos e mobilizações contra o impeachment por todo o Brasil, que podem ir até o fechamento de estradas e paralisação de fábricas. “As ações serão uma demonstração do que vai acontecer no Brasil caso o impeachment prospere”
Estão marcadas para esta sexta-feira (15), por todo o país, manifestações contra o impeachment que devem ir desde assembleias e paralisações de fábricas a bloqueios de estradas e rodovias. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, as informações sobre a “Jornada Nacional de Mobilização contra o Golpe” estavam em uma circular da Frente Brasil Popular, grupo composto por mais de 60 entidades entre coletivos, movimentos sociais e sindicatos.
Em entrevista ao jornal, o coordenador da Central de Movimentos Poulares (CMP) e membro da Frente não confirmou o bloqueio de rodovias, mas disse que haverá ações tanto no campo quanto na cidade e que as ações desta sexta-feira (15) servirão como uma “demonstração do que vai acontecer no Brasil caso o impeachment prospere”.
A Frente planeja ainda mobilizações por todo o país no domingo (17), dia da votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
 Agenda de manifestações #ContraOGolpe
Não encontrou seu evento? Envie as informações para nós, por mensagem ou para o e-mail
fbpcomunicacao@gmail.com
Mais informações?
fb.com/FrenteBrasilPopular
Sexta, 15 de abril
Cidade: Boa Viagem — CE
8h – Caminhada pela cidade. Concentração da saída: Em frente à sede dos Correios, no Centro
Cidade: Chapecó — SC
15h – Um olhar juridico sobre a conjuntura política nacional – Auditório do Sitespm-CHR
Cidade: Contagem — MG
05h – Ato contra o Golpe – Praça da Aymoré, cidade industrial
Cidade: Crateús — CE
8h – Caminhada em Defesa da Democracia. Concentração na Praça da Matriz
Cidade: Cuiabá — MT
19h – Seminário Impeachment e Democracia (Câmara Municipal)
https://www.facebook.com/events/228937040829006/
Cidade: Curitiba — PR
Mobilização Nacional (mais informações durante a semana)
Cidade: Curitiba — PR
19h – Culto Ecumênico – Catedral de Curitiba
Cidade: Fortaleza — CE
15h – Cortejo pelo Centro, com concentração em frente ao Teatro José de Alencar, com Maracatus e Bandinhas, e encerramento na Praça do Ferreira
Cidade: Fortaleza — CE
16h – Intervenção Cultural nos Terminais
Cidade: Florianópolis — SC
12h – Ato em Defesa da Democracia no TICEN
https://www.facebook.com/events/124546394613395/
Cidade: Icó — CE
8h – Ato político no Largo do Theberge, em frente ao Teatro da Ribeira
Cidade: Juazeiro do Norte — CE
17h – Atos em defesa da Democracia – Praça do Giiradouro
Cidade: Goiania — GO
17h30 – Cultura em Defesa da Democracia – Praça Universitaria
Cidade: Juiz de Fora — MG
17h – Ato contra o Golpe em Defesa da Democracia (Praça da Estação)
https://www.facebook.com/events/1069539219774123
Cidade: João Pessoa — PB
14h – Ato político contra o Golpee em defesa da democracia – Lyceu Paraibano
Cidade: Mossoró — RN
18h- Debate pela Democracia – Praça do Teatro
Cidade: Pelotas — RS
17h – Marcha pela Democracia. Concentração no Largo do Mercado , em Pelotas.
Cidade: Porto Alegre — RS
7h30min – Marcha da Agricultura Familiar e Camponesa contra o Golpe.
Saída do Monumento do Laçador
Cidade: Porto Alegre — RS
Vigília da Legalidade e da Democracia (De 11 a 17 de Abril na Praça da Matriz)
https://www.facebook.com/events/197689967281602/
9h – Estudos no Acampamento da Legalidade – “As reformas necessárias: Política e da Mídia”, com Tarso Genro e Marco Wheissheimer
17h – Jornada nacional de mobilizações pela Democracia (Concentração no Acampamento)
Cidade: Porto Alegre — RS
18h – Lançamento do Livro “Anistia e Esquecimento”, de Vanessa Dorneles Schinke, no Baden Café Especiarias, na rua Jerônimo de Ornellas, 431, Porto Alegre
Cidade: Porto Alegre — RS
19h – Aula Magna com o jurista Marcelo Lavenere, ex-presidente da OAB, organizada pelo Comitê de Advogados e Advogadas pela Legalidade, no auditório Dante Barone, na ALRS
Cidade: Quixadá — CE
9h – Caravana pela Democracia, na Câmara Municipal (Tv. Tiradentes, 515)
Cidade: Recife — PE
Festival Cultural contra o golpe – Local: UFPE- Laguinho
Cidade: Recife — PE
16h – Ato político cultural com lançamento da vigília permanente pela democracia e contra o golpe. Montagem de acampamento permanente. Local: Praça do Derby
Cidade: Rio de Janeiro — RJ
14h – Ato na FIRJAN — Contra o Golpe e seus Financiadores — Rua Graça Aranha com a Rua Santa Luzia
Cidade: Salvador — BA
10h – Jornada Nacional de Paralizações – Concentração Campo Grande
https://www.facebook.com/events/250835635261220/
Cidade: Salvador — BA
19h – Ato político contra o Golpe – Rua da Paciência, 263
Cidade: Santa Rosa — RS
20h – O que está acontecendo com a democracia? Av. America, 785, Centro de Santa Rosa
Cidade: Santo André — SP
16h – Ato Político Cultural (Calçadão da Oliveira Lima – Largo da Estátua)
Cidade: São Paulo — SP
16h – Ato Público e lançamento da FBP, na Praça Eraze Martinho (Conhecida como ponte Torta), Jundiaí
Cidade: São Paulo — SP
19h – Ato/debate em Defesa da Democracia, da Legalidade e da Universidade Pública -UNIFESP
Auditório Marcos Lindenberg.Rua Botucatu 862, UNIFESP-São Paulo, SP (Próximo da estação de Metrô Santa Cruz; Hospital São Paulo)
Cidade: Teresina — PI
14h- Advogados pela Democracia, auditório da OAB
Cidade: Jacareí — SP
17h – Ato contra o Golpe – Praça do Rosario
Sabado, 16 de Abril
Cidade: Arcoverde — PE
8h – Ato e Panfletagem no CECORA (Concentração no Sindicato dos Bancários)
Cidade: Campo Grande — MS
19h – Virada pela Democracia – Local: Praça Ary Coelho
Cidade: Cuiabá — MT
13h – Plenária Estadual – Não vai ter golpe – Sintep MT
Cidade: Caucaia — CE
08h – Caminhada contra o golpe. Praça da Igreja Matriz de Caucaia
Cidade: Cruz — CE
9h – Caravana pela Democracia, no Sindicato de Rurais (Rua Bernardino, 228 – Centro)
Cidade: Fortaleza — CE
20h – Vigília na Avenida da Universidade. A via será fechada do sinal do IDT até a Praça da Bandeira.
Cidade: Goiania — GO
17h30 – Cultura em Defesa da Democracia – Praça Universitaria
Cidade: Limoeiro do Norte — CE
19h – Vigília Cultural na FAFIDAM/UECE, com artistas locais e poesia
Cidade: Mossoró — RN
19h – Ato Cultural Não Vai Ter Golpe – Praça do Teatro
Cidade: Pelotas — RS
10h – Panfletagem contra o Golpe, no Chafariz do Calçadão, em Pelotas
Cidade: Pelotas — RS
12h – Carreteiro da Democracia, no Parque Antônio Zattera, em Pelotas
Cidade: Pelotas — RS
18h – Virada Política, Artística e Cultural, em Pelotas
Cidade: Porto Alegre — RS
Vigília da Legalidade e da Democracia (De 11 a 17 de Abril na Praça da Matriz)
https://www.facebook.com/events/197689967281602/
16h – Julgamento Popular da Mídia Golpista
https://www.facebook.com/events/588175541341968/
Cidade: Porto Alegre — RS
14h – Sarau Auto de Resistência e Cortejo Cultural, na Vila Santa Rosa em Porto Alegre. Organização: Na Rua Pela Democracia e Cultura Pela Democracia
Cidade: Porto Alegre — RS
16h – Abraço ao Cais Mauá, Porto Alegre
Cidade: Porto Alegre — RS
16h – Ato, Caminhada e Batucada pela Democracia na Esplanada da Restinga, Porto Alegre
Cidade: Recife — PE
Dia todo de agitação no Derby, no acampamento.
Cidade: Rio de Janeiro — RJ
16h – Carnaval de rua pela democracia e pela defesa do Estado de Direito – Cinelandia
Cidade: Torres — RS
14h – Início da vigília pela Democracia e contra o Golpe, na Praça XV, em Torres, com coxinhaço no sábado à noite
Domingo, 17 de abril
Cidade: Aracajú — SE
16h – Festival Arte abraça Democracia (Arcos da Orla de Atalaia)
Cidade: Arcoverde — PE
8h – Ato e Panfletagem no São Cristóvão (Concentração em frente Igreja Universal)
Cidade: Belém — PA
13h – Brasil pela Democracia – Praça da leitura, bairro São Bras
Cidade: Belo Horizonte — MG
10h Praça da Estação
https://www.facebook.com/events/1733274980244255/
Cidade: Campo Grande — MS
9h – Brasil pela Democracia – Local: Praça Ary Coelho
https://www.facebook.com/events/971557379546875/
Cidade: Crato — CE
14h – Atos em defesa da Democracia – Praça Siqueira Campos
Cidade: Curitiba — PR
13h – Brasil pela Democracia – Praça Rui Barbosa
Cidade: Fortaleza — CE
9h – Transmissão, por meio de telões, da sessão de votação do impeachment
Cidade: Florianópolis — SC
13h – Brasil pela Democracia – Largo da Catedral
https://www.facebook.com/events/224978151190866/
Cidade: Goiania — GO
13h- Tenda da Democracia (transmissão da votação na camara) – Praça Universitaria
Cidade: João Pessoa — PB
14h – Praça da Paz, Bairro dos Bancários.
Cidade: Juiz de Fora — MG
10h – Acompanhamento da Votação (Praça da Estação)
Cidade: Maceió — AL
13h – Atividades Culturais até o fim da votação – Vigilia Praça Multieventos (concentração a partir das 20:00hs)
Cidade: Mossoró — RN
8h- Ocupa Praça – Praça do Teatro
Cidade: Natal — RN
8h às 22h – Cultura na Praça pela Democracia (Árvore Natal de Mirassol)
https://www.facebook.com/events/858145974311426/
Cidade: Pelotas — RS
9h – Mateada contra o Golpe, no Altar da Pátria, em Pelotas
Cidade: Pelotas — RS
12h – Coxinhaço contra o Golpe, no Parque Antônio Zattera, em Pelotas
Cidade: Pelotas — RS
14h – Vigília pela Democracia em Pelotas
Cidade: Porto Alegre — RS
Vigília da Legalidade e da Democracia (De 11 a 17 de Abril na Praça da Matriz)
https://www.facebook.com/events/197689967281602/
10h – Cortejo da Cultura até a Praça da Matriz (Concentração no Araújo Viana)
12h – Vígília e acompanhamento da votaçaõ na Praça da Matriz
Cidade: Porto Alegre — RS
12h – Coxinhaço contra o Golpe, no Morro da Conceição. Na rua Barão do Amazonas esquina com a rua João do Rio. Com Samba de Roda, MCS de Funk, Bloco Carnavalesco e Muamba
Cidade: Porto Velho — RO
8h até às 22h – Rondônia pela Democracia (Praça das 3 Caixas d’Água)
https://www.facebook.com/events/223217721371172/
Cidade: Recife — PE
9h – Ato político cultural e acompanhamento da votação – Marco Zero
Cidade: Rio de Janeiro — RJ
10h – Funk contra o Golpe – Copacabana
Cidade: Rio de Janeiro — RJ
15h – Vigilia pela Democracia e Projeção da Votação – Arcos da Lapa
Cidade: Salvador — BA
9h – Brasil pela Democracia – Farol da Barra
Cidade: São Luís — MA
09h – Brasil pela Democracia – Praça Nauro Machado
Cidade: Santa Maria — RS
14h – Sarau Auto de Resistência (Largo da Locomotiva)
Cidade: São Paulo — SP
10h – Ato e Vigilia – Não vai ter golpe! – No Vale do Anhangabaú
https://www.facebook.com/events/1139531986107913/
Cidade: Torres — RS
9h – Vigília pela Democracia e contra o Golpe, na Praça XV, em Torres, com telão para acompanhar a votação.
Cidade: Tramandaí — RS
14h – Ato e vigília pela Democracia em Tramandaí
Cidade: Vitória — ES
13h – Praça Costa Pereira
Quarta-feira, 20 de abril
Cidade: Porto Alegre — RS
10h – Painel com Paulo Henrique Amorim – Auditorio do Hotel Embaixador – R. Jeronimo Coelho, 354, Centro
http://cutrs.org.br/cut-rs-sinpro-rs-e-fetee-sul-realizam-painel-com-paulo-henrique-amorim-em-porto-alegre-no-dia-20-de-abril/ (inscrições limitadas)
Cidade: Santa Maria — RS
Sarau Auto de Resistência em Santa Maria. Organização: Na Rua Pela Democracia e Cultura Pela Democracia
Fonte: VIOMUNDO
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Ladrões e picaretas querem impedir a Democracia no Brasil.

O resultado dessa irresponsabilidade golpista já pode ser visto nas ruas, com a população rejeitando o golpe, prometendo luta diária e produzindo uma amostra, hoje, do que seria um governo ilegítimo, ilegal, imoral e criminoso.

Até o dia da votação a temperatura vai subir ainda mais, e a ebulição já é uma realidade.

Se você é contra esse crime contra a Democracia, essa violência que assusta o país e o mundo, faça a sua parte.

Feche ruas, mídias, proteste.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

O que será a nova redemocratização, pós governos golpistas ?

A deposição de governos na América Latina pela via jurídico-parlamentar

Euclides André Mance

13/04/2016

Do mesmo modo que nos anos 60 e 70 do século passado vários governos foram depostos por golpes militares na América Latina, em nossa atualidade estão sendo aperfeiçoados os mecanismos de deposição de governos pela via jurídico-parlamentar.

O golpe de estado em Honduras, que destituiu o presidente Manuel Zelaya em 2009 parece ter sido uma transição entre os dois modos de atuação, tendo sido caracterizado como golpe militar pela Onu. Porém, o que o torna idêntico ao método que passou a ser usado desde então, é o fato de ter sido formalmente operado pela via das instituições, com a participação do poder judiciário e parlamentar.

O golpe de estado no Paraguai, que destituiu Fernando Lugo em 2012, contou com a anuência desses mesmos poderes e completou a transição, com o uso da figura formal do impeachment e a deposição do presidente pelo senado em processo que durou 24 horas. O Mercosul identificou tal processo como “ruptura da ordem democrática” e o Paraguai foi suspenso do bloco por um ano, por haver desrespeitado o Compromisso Democrático no Mercosul, firmado em 1998. A Unasul, igualmente, se posicionou contra o processo e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA manifestou que o julgamento, político e sumário, afetou o Estado de Direito no país. Cabe igualmente agregar que o motivo evocado para o impeachment do presidente, o “mau desempenho” de suas funções, era inconsistente sob o aspecto material para a adoção dessa medida.

Uma análise de hegemonia, nos dois casos, nos revela que tais golpes ocorreram como desdobramento de crises políticas, assentadas no fato de que os setores progressistas conquistaram a presidência do país mas não obtiveram uma maioria parlamentar de esquerda. Assim, a correlação de forças desfavorável possibilitou a ocorrência dos golpes.

Essa mesma condição se verifica atualmente no Brasil e na Venezuela. No caso brasileiro, instaurou-se o processo de impeachment. No caso venezuelano, a oposição busca aprovar uma lei que permita realizar o referendo revogatório. Em ambos os casos, a tentativa de deposição dos governos constrói um eixo de lutas que apresenta a deposição desses governos como condição de superar a crise econômica, a recessão e a inflação.

A atitude do Mercosul em suspender o Paraguai por um ano nas decisões do bloco foi um marco histórico importante no enfrentamento dessa prática. Pois, embora aparentemente legal, o impeachment realizado, tanto por seu procedimento formal quanto por seu objeto material, violou a democracia no país. Paradoxalmente, entretanto, uma possível suspensão do Brasil no Mercosul, caso o impeachment venha a ser aprovado, contribuiria com o próprio objetivo das forças golpistas em enfraquecer o bloco.

O impeachment da presidente Dilma, sem a comprovação de crime de responsabilidade, corresponde a um golpe de Estado dessa natureza, cuja técnica foi aprimorada em relação ao Paraguai, pois em nosso país os prazos legais estão sendo cumpridos. Porém, o objeto material invocado para a destituição da presidente não corresponde ao exigido pela lei 1.079/1950 como crime de responsabilidade, o que caracteriza efetivamente como golpe o uso desse instrumento.

A técnica para realizá-lo não apenas foi aprimorada em sua forma de execução institucional, como igualmente no modo como a adesão social a esse eixo de lutas foi obtido, com o concurso das mídias de massa e da Internet, particularmente de redes sociais, repercutindo trechos de documentos sob segredo de justiça, replicados e distribuídos com a participação criminosa de atores na esfera do poder judiciário, violando a Constituição e o Código do Processo Penal.

Para enfrentar esse eixo de lutas do impeachment é necessário, entre outras coisas, explicitar as suas conexões internas, que vinculam a saída da crise à realização das medidas do Plano Temer, incluindo a supressão de direitos sociais e trabalhistas, o fim da exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal — com a aprovação do projeto de José Serra — e a possibilidade de transferência de ativos da União à iniciativa privada, isto é, a privatização desses ativos, entre os quais se incluem a Petrobras e os Correios. Todas essas medidas, se implementadas, trarão imensas perdas à sociedade brasileira, seja para os mais pobres e para a classe média da geração presente, mas igualmente para as gerações futuras.

Os olhares da América Latina se voltam angustiados para o Brasil, pois, se esse golpe de estado jurídico-parlamentar for aqui vitorioso, a mesma técnica se propagará pela região, sempre que se elejam governos progressistas, mas não se consiga eleger uma maioria de esquerda no congresso para evitar o uso fraudado desse instrumento.

Fonte: AMERICA LATINA EM MOVIMENTO
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Nos anos das décadas de 1960 e 1970, os golpes eram escancarados, pela força bruta. Diziam, os golpistas, que se tratava de uma revolução, legal, como o apoio do povo, e que as denúncias de influência dos EUA no golpe seriam teorias de conspiração de pessoas contrárias ao golpe. Isso foi dito em 1964, está nos jornais da época, que, aliás, apoiaram em massa o golpe. Os anos foram passando, e o que era chamado de revolução foi mudando, mudando, e aos poucos a população foi se conscientizando que foi um golpe. A tal revolução, que foi golpe, aconteceu igualzinho em um grande número de países da América Latina, sempre com o objetivo de acabar com a corrupção e com a ameaça comunista.

A medida que os governos golpistas exerciam o poder, a população foi ficando cada vez mais insatisfeita, pois os governos não eram para o povo,e a Democracia, para muitos, deveria voltar.

A insatisfação com os governos que atendiam apenas os interesses dos EUA foi crescendo, crescendo, em todos os países do continente., que durante o período ficaram mais pobres. Os golpistas, ou melhor, os mentores dos golpes no continente, resolveram que seria melhor afrouxar os regimes, oferecendo pedaços de Democracia aos povos latinos americanos, que já estavam nas ruas pedindo eleições livres. Chegavam, então, em todos os países as eleições livres e diretas para presidente. Como os golpistas ficaram muito tempo no poder, naturalmente estruturaram a máquina do estado para que nas eleições livres,no vários países, não acontecessem surpresas indesejáveis, tipo, vitória da esquerda.

E assim aconteceu,com vitórias da direita em quase todos os países que saiam do regime golpista. As populações desfrutavam o pedaço de Democracia que lhes foi dada, acreditando que o voto livre seria a expressão maior da Democracia. Os primeiros governos de direita, com ares civilizatórios que seduziam a população, reproduziam os interesses dos mentores dos golpes, e assim se reelegeram, já na década de 1990, quando o capitalismo, em sua versão neoliberal, caminhava como referência mundial pós queda dos regimes comunistas. O que seria o caminho do processo civilizatório para a modernidade, transformou-se em um inferno para os povos latino americanos, com o esfacelamento dos Estados, crescimentos econômicos pífios, aumento da desigualdade social, da pobreza, da miséria e da violência. Só o Brasil, no período, quebrou três vezes. No entanto, naqueles anos, já passados 30 anos do golpe de 1964, foi possível ter a certeza que de fato tratou-se de um golpe com a influência dos EUA, segundo os arquivos disponibilizados pelo Estado Americano. A insatisfação com os governos neoliberais , "modernos"e "civilizatórios" cresceu em todos os países da América Latina, o continente laboratório de tais políticas e o que mais sofreu os efeitos da devastação neoliberal.

Naturalmente, como os pedaços de Democracia disponibilizados às populações latino americanas, os governos neoliberais foram derrotados,varridos, com a chegada dos governos de esquerda na região, isso lá pelo final da década de 1990 e início da década de 2000. Os governos de esquerda, uns mais outros menos inseridos na lógica neoliberal, promoveram políticas de redução da miséria da pobreza e redução das desigualdades na região. Até mesmo o analfabetismo foi varrido de alguns países da região. Os governos de esquerda foram reeleitos e, começaram as tentativas de desestabilização de vários governos, como na tentativa separatista na Bolívia, a tentativa de assassinato do presidente do Equador, a tentativa de um golpe de estado comandado pela mídia, na Venezuela, a tentativa de derrubada de Lula em 2005 com a conversa mole de corrupção, e as diversas manobras na Argentina para derrubar os governos Kirchner. Tudo isso aconteceu, mais ou menos, em um período próximo de tempo,com influência externa e apoio de forças golpistas, de direita, dos países envolvidos. Todas as iniciativas de golpe foram derrotadas , e os governos de esquerda continuaram no poder, vencendo eleições livres, escolhidos pela maioria dos povos. A força bruta das armas não produzia mais resultados para derrubar governos da região, e foi , então, que começaram os golpes do século XXI. Primeiro Honduras, depois Paraguai e, agora, como o mesmo roteiro, tenta-se no Brasil, principal país da região, que caso venha a sofrer o golpe desencadeará uma sucessão de outros golpes com o mesmo roteiro em vários países da região governados pela esquerda. O golpe do século XXI não retira do povo o pedaço de Democracia para que as pessoas possam escolher seus representantes, no entanto, se veste de aparência jurídico-parlamentar- midiática, para em nome das leis, interpretadas de acordo com os interesses golpistas, os presidentes de esquerda, somente de esquerda, sejam retirados do exercício do cargo tendo seus mandatos abreviados. Como suporte, assim como no passado, a influência da mídia a martelar diariamente "o combate a corrupção"e , certamente, o apoio do governo dos EUA.


Se o caro leitor chegou até aqui, leu um fragmento da História política da América Latina de 1964 até o dia de hoje, 14 de abril de 2016. No entanto, a História continua, e o caro leitor poderá ler, em letras cinzas a História do que virá pela frente, o futuro.

Caso consiga consolidar o golpe no Brasil, a América Latina vivenciará um efeito dominó, em todos os países.Os governos que assumirão, no pós-golpe, irão, sem exceção, radicalizar a aplicação de políticas neoliberais ortodoxas. Assim com em 1964, dirão, hoje, que não houve golpe, que agiram dentro da lei, e que as afirmações de influências dos EUA no golpe não passam de teorias de conspiração. Uma parcela da população, assim como em 1964, ficará feliz com o golpe, com o novo governo, já que segundo a mídia dias gloriosos virão pela frente, sem corrupção.

No entanto , se verá uma perseguição, em todos os países, à pessoas e movimentos críticos e contrários aos golpistas. Movimentos sociais serão criminalizados e muitos críticos do novo governo serão presos. O governo terá controle sobre o congresso nacional, sobre o judiciário e sobre a mídia, poderes que trabalharão alinhados e aliados ao interesses do novo governo. No caso do Brasil, as investigações sobre corrupção no governo cessarão,ficando ,apenas as investigações e punições sobre membros do governo anterior. As políticas que serão aplicadas nos países da região terminarão o esfacelamento dos Estados , com a venda e privatização do que restou de empresas estatais. Os direitos e conquistas dos trabalhadores e aposentados serão duramente revistos e, alguns, serão suprimidos. O MERCOSUL, tenderá a irrelevância. No plano interno dos países, os direitos sociais serão cancelados. A saúde e a educação públicas serão sucateadas, já que deverá prevalecer a atividade privada nessas áreas.As tarifas de transporte público, energia e gás terão um aumento significativo.

Com o passar dos anos, o crescimento dos países será pífio, a pobreza aumentará na região,assim como a miséria e também a violência, tanto a praticada pela polícia como a violência do crime organizado.Os governos tentarão fragilizar os partidos de esquerda ao criminalizar ideias diferentes do governo,de forma que dificilmente os partidos e ideias de esquerda sejam vitoriosos em eleições.

Com o passar dos anos, crescerá nas populações dos países da região a percepção de que os impeachments semelhantes que ocorreram em vários países com governos de esquerda, foram, na realidade, golpes de estado que tiveram o apoio dos meios de comunicação e do governo dos EUA.

A insatisfação com o governos crescerá, e os povos entenderão que a Democracia não se resume , apenas , a escolher os representantes,e passarão a exigir uma maior participação nas decisões dos países, uma democracia participativa, de maneira que golpes com ares legais e democráticos não voltem a acontecer ,e a corrupção possa ser , de fato, combatida com a participação popular. Mais uma vez , os mentores do golpe jurídico-parlamentar-midiático, darão ao povo, mais alguns pedaços de Democracia, já que os governos que emergiram depois dos golpes estão desgastados, e se faz necessário acalmar as massas para evitar revoluções de fato.

Com um verniz participativo, a Nova Democracia trará alegria aos povos, que nas eleições elegerá governos de direita alinhados com o novo. Com o tempo os povos verão que os governos de direita...


O caro leitor que chegou até aqui, leu um pouco sobre o passado, o presente e o futuro.

O presente, hoje, dia 14 de abril de 2016, pode definir que tipo de futuro queremos.

O futuro das letras cinzas acima, ou algo realmente novo, que consiga barrar o golpe em curso e que promova uma mudança radical na política e na economia, garantindo uma Democracia plena e participativa, com a atuação do povo em todos os poderes da república.
Isso significa que barrar o golpe não é tudo. É apenas uma parte.

Parte importante para varrer o fascismo que cresce no país e para garantir os direitos conquistados pelo povo. Serão necessários uma reforma política, do judiciário e dos meios de comunicação, além, claro, de inciar uma era pós neoliberalismo, tendo os interesses e necessidades do povo no centro das atenções. O primeiro passo é reunir, a partir de agora, 14 de abril de 2016 às 12:05, todas as forças, meios , ações para barrar o golpe.


O capitalismo neoliberal é incompatível com a Democracia e com a liberdade.
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55 anos entre dois Veríssimo: jogar sal em ameaça popular

publicado em 14 de abril de 2016 às 11:02
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Fonte: VIOMUNDO