quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Plásticos à belle meunière. Vai ?


Oceanos terão mais plásticos 


do que peixes em 2050



O uso maciço de plásticos é tamanho que os oceanos abrigarão mais detritos plásticos do que peixes em 2050 - informou nesta terça-feira o Fórum Econômico Mundial de Davos.

"O sistema atual de produção, utilização e descarte de plásticos tem efeitos negativos importantes: de 80 a 120 bilhões de dólares de embalagens plásticas são perdidos anualmente. E além do custo financeiro, sem nada em troca, os oceanos terão mais plástico do que peixes (em peso) até 2050", informa um comunicado.

O fórum de Davos, cujas reuniões de trabalho começam na quarta-feira, revela um estudo realizado com a fundação da navegadora Ellen MacArthur e a consultoria McKinsey.

Segundo o documento, a proporção de toneladas de plástico-toneladas de peixes era de uma para cinco em 2014, será de uma para três em 2025 e vai ultrapassar uma para uma em 2050.

O fórum estima necessária "uma refundação total das embalagens e dos plásticos em geral" e a busca por alternativas ao petróleo como material de base para sua produção - pois caso nada mude, o plástico representará 20% da produção petroleira em 2050.

Por causa dos sacos de plástico de uso único, "95% do valor das embalagens de plástico, estimado entre 80 e 120 bilhões por ano, se perde", lamenta o WEF, pedindo o estabelecimento de canais de reciclagem verdadeiros e reutilização.

"Os modelos de produção e consumo lineares são cada vez mais questionados (...) e isso é especialmente verdadeiro para os setores onde existem grandes volumes de baixo valor como as embalagens de plástico", apontou em declaração a navegadora Ellen MacArthur, também solicitando a criação de uma economia circular, reutilizando os materiais.

Vários países estão tentando limitar o uso de sacos plásticos. Na França, por exemplo, os sacos de plástico de uso único devem ser proibidos em março.

No Reino Unido, a legislação impõe que os consumidores paguem pelos sacos plásticos, a fim de tentar reduzir sua utilização.
Fonte; BOL
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Não é ficção: humanidade só sobrevive fora da Terra

Quem afirma é o notável Stephen Hawking, em série de palestras para a BBC. Cientista acredita, porém, que ser humano será capaz de se espalhar no Cosmo

O DIA
Rio - No filme ‘Interestelar’, de Christopher Nolan, em um futuro não muito distante, uma Terra praticamente infértil agoniza com tempestades de areia e uma população minguante, que nem de longe lembra os sete bilhões de agora. Uma ‘anomalia’ surge perto de Saturno: é um ‘buraco de minhoca’ que liga a outra parte do Cosmo, para onde vai missão capitaneada por Matthew McConaughey e Anne Hathaway, a fim de encontrar um novo lar para a humanidade. Para Stephen Hawking, este terá de ser o destino dos humanos se não quiserem desaparecer junto com o planeta.
Hawking alertou que guerras nucleares, o aquecimento global, vírus e robôs podem acabar com a Terra
Foto: Reprodução / Facebook

Hawking gravou série de palestras para a BBC, sobre suas pesquisas relativas aos buracos negros. Em resposta à plateia, o cientista garantiu que a humanidade sobrevive se conseguir estabelecer colônias no espaço. “Apesar de a possibilidade ocorrer um desastre na Terra pareça agora muito baixo, será quase uma certeza nos próximos mil ou dez mil anos”, apontou o britânico.

MISSÃO PARA 100 ANOS
No entanto, ele explicou que, para então, os humanos “terão se expandido pelo universo” e chegarão “a outras estrelas”. Hawking deixou claro que colônias autossuficientes no espaço não serão factíveis neste século.
Entre os riscos que poderiam pôr o mundo em perigo estão uma possível guerra nuclear, o aquecimento global e os vírus de engenheira genética, além do avanço rápido e forte da inteligência artificial.
O astrofísico se definiu como uma pessoa “otimista” ao acreditar que é possível que os humanos possam reconhecer a tempo os perigos da ciência e da tecnologia para “controlá-los”. Hawking também aconselhou a nova geração de jovens cientistas a ajudar a entender como estes descobrimentos mudarão o mundo.

Fonte: O DIA
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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Encrenca

Encrenca internacional na última chapada

Os 'players' do agronegócio mundial têm comprado terras que grileiros tomaram de comunidades rurais, e tudo isso apoiados por políticos e bancos públicos.        


Najar Tubino
EBC
Terra plana, cobertas de vegetação do cerrado, que no Brasil pagam o preço da expansão do agronegócio transgênico e agroquímico. A última chapada está no sul do Piauí e desde a década de 1990 sofre a ação de grileiros, roubando terras públicas – devolutas -, depois repassadas para os grandes “players” do setor. No final do ano passado, os municípios de Gilbués, Bom Jesus, Santa Filomena, entre outros, tiveram uma exposição internacional, quando o jornal The New YorkTimes reproduziu uma denúncia do GRAIN, sobre a compra de terras pelo fundo dos professores universitários dos Estados Unidos TIAA-Cref – Teachers Insurance and Annuity Association – College Retirement Equities Fund – do paulista Euclides de Carli, conhecido como o maior grileiro do sul do Piauí e Maranhão. O TIAA-CREF dispõe de US$866 bilhões para investimentos, e atua no negócio de terras através de outra empresa, a TIAA-CREF Global Agriculture HoldCo. O último fundo da TIAA Agriculture fechou em agosto de 2015 com US$ 3 bilhões para investir.

É óbvio que os fundos não querem lucros de 3% que é o máximo que conseguem no Hemisfério Norte. Eles querem 15 a 25% em cinco anos, que normalmente é o prazo para o pagamento de rendimento aos cotistas. Para desgraça das comunidades da chapada do Piauí, assim como já aconteceu na região de Balsas no Maranhão, onde o processo iniciou nos anos 1980, a expansão da soja, do milho e do algodão transgênicos significa a expulsão dos moradores. A grilagem é igual em qualquer parte do planeta: chegam, cercam a área, expulsam os moradores, colocam jagunços de guarda e se necessário matam quem denuncia.

Negócios da Radar-Cosan e TIAA-CREF

A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos – WWW.social.org.br – apresentou em novembro do ano passado um relatório de 58 páginas intitulado “A Radar S/A e a especulação de Terras no Brasil”. A Radar é uma empresa criada pela Cosan em 2008, ao mesmo tempo em que a holding de Rubens Ometto criava uma joint venture com a Shell, para os negócios de açúcar e etanol, com o nome de Raízen. A Radar com 18,9% da Cosan tinha como sócio a Mansilla Participações S/A, que vem a ser uma empresa da TIAA Agriculture. Ometto continua com o controle das fazendas. O negócio começou com US$400 milhões. Em dois anos a Radar era proprietária de 151.468 ha, sendo 72.911 ha em SP, 37.654 ha no Maranhão e 29.482 ha no Mato Grosso, mais outras fazendas na Bahia, Goiás e Piauí.

A aplicação dos fundos no agronegócio brasileiros iniciou antes da crise financeira, quando várias empresas começaram a captar dinheiro nas bolsas mundo afora. Também ocorreu uma concentração de operações no setor canavieiro e seu ramo industrial, quando as grandes do mundo assumiram empresas de capital brasileiro. A Louis Dreyfus, francesa, foi a maior delas, seguida pela Bunge, dos Estados Unidos. Em 2012, a Cosam fez um aporte de R$550 milhões e assumiu a maior parcela da Radar – 37,7%. E passou a integrar o portfólio da Cosan. Antes disso, as empresas criaram a Tellus S/A para captar debêntures em bolsas, a fim de comprar determinadas fazendas. Como numa novela mexicana de quinta categoria, a TIAA criou a Terra Viva Brasil Participações e a Nova Gaia. Tudo isso para esconder o jogo sujo do mercado. São empresas onde os donos são os mesmos, que captam dinheiro no mercado, compram terras, depois arrendam ou colocam à venda. Depois de determinado porte, vendem fatias das empresas criadas, tudo de acordo com a especulação financeira mundial.

Impunidade dos grileiros

Euclides de Carli era o dono de uma colonizadora. Ele é daquele tipo racista que conta ao mundo que a agricultura sulista é a mais moderna e tecnológica, e que as comunidades rurais estão na idade da pedra e não produzem nada. O pesquisador Roberto de Sousa Miranda, da Universidade Federal de Campina Grande conta os métodos jagunceiros do dito cujo na sua tese “Ecologia Política da Soja e Processos de Territorialização no sul do Maranhão”.  Um caso conhecido de assassinato de um agricultor – José Antônio Lopes em 2011- foi relatado ao Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gersino da Silva Filho, em 2012. O deputado estadual Manoel Ribeiro, do PTB também divulgou uma extensa lista de crimes de Euclides de Carli – 26 processos na Comarca de Balsas.

Em 2013, a Justiça Federal entrou com um processo por crime da ordem tributária, mas em 2015, a Polícia Federal e o MPF começaram a desenredar outra ponta dos negócios do grileiro. Através de saques em dinheiro de mais de R$18 milhões da empresa RM Imóveis, de Rovílio Mascarello, empresário de Cascavel, com fazendas espalhadas pelo cerrado, a investigação detectou um saque de mais de oito milhões na agência do Banco do Brasil de Teresina de Joacir Alves, corretor de terras e parceiro de Euclides de Carli. Este movimentou mais de R$15 milhões através de saques em dinheiro.

Empréstimos milionários e documentos fraudulentos

A questão é que a ocupação da última chapada foi feito como no resto da fronteira agrícola do país – a ferro e sangue. A Justiça não funciona nos confins do Brasil, e quando atua é em favor dos poderosos. Hoje, todo o ABCD do agronegócio – ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus – está presente na região. A mata do cerrada foi detonada. A vida vegetal e animal idem. Não sei qual o problema é maior: o rio Parnaíba faz a divisa do Piauí com o Maranhão. Seus afluentes, como o rio das Balsas, Uruçuí são atingidos pela perda da mata ciliar e do envenenamento por agrotóxicos. As fontes de água, em longo prazo, correm o risco de secar. O cerrado que é a fonte de água é saqueado da pior forma possível. O pesquisador Roberto Miranda aponta mais de 14 mil km2 em quatro anos que desapareceram com sua cobertura vegetal entre os anos 2004 e 2008, no sul do Maranhão.

Em agosto do ano passado uma caravana da OAB do Piauí percorreu o sul do estado, onde são detectadas irregularidades em dois milhões de hectares, incluindo investigação do Conselho Nacional de Justiça, porque os documentos de propriedade são forjados em cartórios das cidades como Gibões, Santa Filomena e Bom Jesus. O que os advogados constataram é uma situação de descaso com a justiça, paralisada há 30 anos, com as mesmas estruturas, sem juízes titulares em seis municípios onde os conflitos agrários explodiram. Uma declaração do juiz Heliomar Rios, da Vara Agrária ao jornal 180, do Piauí:

“-Muitos registros irregulares são usados para obter empréstimos nos bancos. O que mais vemos são empréstimos absurdos, seja com o BNDES, com o Banco do Nordeste ou o Banco do Brasil. Além disso, esses imóveis estão sendo usados como garantia em execuções milionárias. Às vezes, imóveis que só existem no papel. Existem registros públicos em cartórios vindo das Cartas de Sesmarias, nunca tinha visto isso, coisa de mais de dois séculos. Destas Cartas de Sesmarias renderam 110 mil hectares, e por incrível que pareça, segurou uma grande empresa de aviação com uma dívida de R$75 milhões, junto ao INSS”.

Destruir o cerrado no semiárido é insanidade

Na investigação contra Rovílio Mascarello, denunciada pelo jornal Centro-Oeste Popular e o portal Brasil Notícias, de Cuiabá, uma senhora chamada Francelina Alves, de Barreiras (PI) tinha uma fazenda de 100 mil hectares, vendida para Mascarello. O título original era de 55 ha, mas houve uma averbação em 1964 com mais 99.945 ha, com assinatura do escrevente Ademar Fernandes da Silva, que depois atestou a venda. O detalhe: Ademar começou a trabalhar no cartório na década de 1980. A Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça do Piauí considerou a compra uma fraude grosseira de documento público.

Depois de tudo isso, chegam os “players” do agronegócio, como a Radar, e compram as fazendas que os grileiros tomaram de áreas devolutas ocupadas por décadas por comunidades rurais. Caso registrado pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, nas debêntures registradas pela Tellus para comprar as fazendas Sagitário e Marimbondo, em Alto Parnaíba. Depois arrendaram a Fazenda Sagitário para a SLC – Schneider e Logmann produz soja, milho e algodão em mais de 240 mil ha em vários estados. E também tem uma empresa, a Landau, junto com um fundo inglês, que compra terras, arrenda e vende.

Toda a fronteira agrícola tem o apoio de políticos estaduais, federais e municipais, além de crédito subsidiado dos bancos públicos. Existe um problema muito maior na última Chapada. Ela está inserida no semiárido brasileiro, uma região que sofre com as mudanças climáticas e várias áreas já estão enfrentando problemas de desertificação. Destruir o cerrado, a recarga dos rios, envenenar as águas e expulsar comunidades, matar agricultores familiares, posseiros e trabalhadores rurais não está na conta do agronegócio bilionário. Quanto custa isso?
 
Fonte: CARTA MAIOR
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Um mundo admirável, próspero, civilizado, equilibrado, justo governado por criminosos

Desigualdade no mundo aumenta de forma dramática, segundo a Oxfam
Paraísos fiscais contribuem para que o patrimônio de cerca de 70 milhões dos superendinheirados supere o dos outros 7 bilhões de habitantes do planeta.

La Jornada

Oligarcas, sheikes petroleiros e herdeiros de bilhões e bilhões de dólares. As 62 pessoas mais ricas do mundo, possuem exatamente a mesma quantidade de riqueza que a metade mais pobre da população global, segundo o estudo “Uma economia a serviço do 1%”, da organização humanitária Oxfam.

Há um ano, esse patrimônio estava nas mãos das 80 pessoas mais ricas do planeta. Os benefícios políticos fizeram com que quatro multimilionários do México pudessem aumentar de forma importante as suas riquezas – um aumento que foi equivalente a 2% do produto interno bruto do país em 2002, e que em 2014 subiu para 9%. Isso levou que mais de 50 milhões de habitantes ficassem em níveis considerados de pobreza.
Uma parte significativa das fortunas desses quatro indivíduos deriva de setores que foram privatizados, concessionados e/ou regulados pelo setor público durante os últimos governos mexicanos.

A Oxfam denunciou que essa situação gera um sistema regido pelo amiguismo, na qual certos setores são privilegiados e protegidos, com consequências econômicas e sociais graves, que fomentam a exclusão. Segundo a organização, as pessoas mais ricas devem deixar de defender a ideia equivocada de que suas fortunas estão beneficiando a todos.
Segundo o relatório “Desigualdade extrema no México, concentração de poder econômico e político”, que a acumulação de riqueza em poucas mãos gera sociedades mais injustas e violentas, além de limitar as políticas de redução da pobreza.

O documento também agrega que, entre 2002 e 2015, as quatro principais fortunas do México se multiplicaram por cinco. Essa tendência de acumulação de riqueza em poucas mãos é global, e provoca sociedades mais desiguais e violentas, nas que a combinação de falta de investimentos em políticas sociais, sistema tributário regressivo e regulação deficiente de setores estratégicos é um obstáculo às possibilidades dos mais vulneráveis que buscam uma vida digna e melhores oportunidades, segundo diagnóstico de Consuelo López Zuriaga, diretora da Oxfam México.

A Oxfam afirma, no estudo que começa a ser divulgado nesta segunda-feira (18/1), que a desigualdade social cresce de maneira dramática em quase todos os lugares do mundo.

De acordo com os autores, algumas das causas são que aplicação de impostos aos grandes capitais a aos lucros das grandes empresas são totalmente insuficientes, assim como a fiscalização a esses benefícios são transferidos a paraísos fiscais.

Esse 1% da população mundial tem um patrimônio maior que o de todo o resto do mundo, aponta o texto, citando dados do Informe sobre a riqueza 2015, do banco Credit Suisse. Em outras palavras, o patrimônio de 70 milhões de super ricos é superior ao dos demais 7 bilhões de habitantes da Terra.

Só nos últimos cinco anos, o patrimônio dos 62 mais ricos (dos quais 53 são homens), aumentou 44%, a 1,76 bilhões de dólares (1,61 bilhões de euros). Ao mesmo tempo, o patrimônio reunido da metade mais pobre da população se reduziu em quase um bilhão de dólares. Uma queda de 41%, apesar de que, no mesmo período a população mundial aumentou em 400 milhões de pessoas, pelo que indica a organização humanitária em seu informe sobre o desenvolvimento social, apresentado todos os anos, nas vésperas da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

A Oxfam pediu aos aproximadamente 2,5 mil políticos, diretores empresariais e cientistas de mais de 100 países – todos os participantes do encontro que acontecerá entre 20 e 23 de janeiro, na cidade suíça de Davos –, que utilizem sua influência para defender um sistema que diminua a brecha entre ricos e pobres, revertendo o crescimento dos últimos anos.

Regras para os ricos

“Vivemos num mundo cujas regras estão feitas para beneficiar os super ricos”, afirma Tobías Hauschild, membro da Oxfam Alemanha. Segundo ele, esse sistema torna mais difícil a luta contra a pobreza e as enfermidades. “O que se necessita é um sistema econômico e financeiro que beneficie a todos”.

Esse sistema, segundo o texto da Oxfam, deve impedir que as grandes companhias fujam de suas responsabilidades. Nove de cada 10 grandes empresas têm filiais em ao menos um paraíso fiscal, assegura a investigação.

A Oxfam considera essencial que os impostos sobre os benefícios se pague unicamente no país onde estes são gerados. Ademais, a organização insiste que a responsabilidade dos políticos é a de acabar com os paraísos fiscais, que permitem aos super ricos ocultar seu gigantesco capital.

Criar um sistema tributário internacional justo também é necessário, sustenta a Oxfam, assim como obrigar as empresas a informar publicamente os benefícios obtidos em todos os países onde atuam, e os impostos pagos. A organização humanitária exige que os estados ponham fim à competição para oferecer impostos mais baixos, e que tornem seus incentivos fiscais transparentes.

“Devemos encarar os governos, as empresas e as elites econômicas presentes em Davos, para que se comprometam a por um fim nessa era dos paraísos fiscais, que alimentam as desigualdades mundiais e impedem que centenas de milhões de pessoas sair da pobreza”, afirmou Winnie Byanyima, diretora-geral da Oxfam Internacional, que estará no encontro suíço.

Tradução: Victor Farinelli

Fonte: CARTA MAIOR
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Talvez já se possa falar em fascismo

Riqueza de 1% da população supera a de 99% em 2015, mostra Oxfam



Para mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade

Fonte: BRASIL DE FATO
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HSBC, Zelotes e os anunciantes da mídia

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Em 29 de dezembro de 2015, portanto há 19 dias, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão da Câmara que acompanha a Operação Zelotes, reuniu-se com o delegado Rogério Galloro, diretor-geral substituto da Polícia Federal, e fez vários questionamentos, entre os quais:

* Por que estão paradas as investigações que apuravam desvios de R$ 20 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) da Receita Federal? As investigações apontaram que os conselheiros do Carf recebiam propina para anular multas de grandes empresas com a Receita Federal.

* Por que denúncias contra grandes sonegadores envolvidos no escândalo do Carf, como Bradesco, Santander, Mitsubishi, Gerdau, Grupo RBS, que eram o objetivo inicial da Operação Zelotes, nunca apareceram?

* Por que a Polícia Federal mudou o foco da Lava Jato e abriu uma investigação paralela para apurar a compra de medidas provisórias no governo federal?


Fonte: Blog do Miro
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Paulo Pimenta: Travaram a investigação da Zelotes e do HSBC para não atrapalhar aliança entre a PF, o MPF e a mídia; grandes anunciantes são poupados

Fonte: VIOMUNDO
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FÓRUM 21 e Frente Brasil Popular:
A quem serve o Banco Central?
Unânimes contra a elevação dos juros, intelectuais e lideranças da sociedade civil divulgam uma nota em repúdio ao aumento da taxa SELIC.


FÓRUM 21 e Frente Brasil Popular

            
Representantes do Fórum 21 reuniram-se em Assembleia Geral, na última sexta-feira (18.01), em São Paulo, para debater e aprovar o estatuto da entidade, a ONG Fórum 21: ideias para o avanço social. Durante o encontro, também foi discutido o aumento da taxa de juros SELIC, programado para os próximos dias, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Em repúdio à elevação dos juros, intelectuais, professores universitários, jornalistas, lideranças da sociedade civil, sindicalistas e militantes políticos que compõem o Fórum 21 e a Frente Brasil Popular divulgam, nesta segunda-feira (18.01), uma nota denunciando a irresponsabilidade do Banco Central e as consequências nefastas da elevação dos juros ao país.

%u20B“Isso nada contribui para reduzir a inflação, mas é um poderoso mecanismo de transferência de renda da parcela mais pobre e mais produtiva para a parcela mais rica e menos produtiva da população”, aponta a nota. Segundo as entidades, “uma nova rodada de aumento da taxa de juros significa que o Banco Central almeja abertamente uma contração maior da demanda, mais desemprego e mais redução do salário real médio”.

O Fórum 21 e a Frente Brasil Popular também questionam o que pretende o Banco Central: “produzir a maior recessão da história brasileira e uma trajetória explosiva da dívida pública, gerando mais desvalorização cambial e mais pressão inflacionária? A quem isso pode interessar? ”

Fonte: CARTA MAIOR
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Por que o Moro opera em rede nacional? A Vara não é de Curitiba?

Rábula de Maringá

Moro corrompe a teoria do domínio do fato. Não é o primeiro...

Evandro L. Silva

Julgador não pode ser o investigador

Nabor Bulhões

Fonte: CONVERSA AFIADA
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O populismo judicial de Mário Sérgio Conti



sergiomoro2
por Luís Nassif, no GGN
Desde os anos 90, com o fim da ditadura, criou-se no país uma visão primária e maniqueísta de direitos civis. Como há diferenças óbvias entre o excesso de direitos dos influentes e a falta de direitos dos despossuídos, ambos precisam ter o mesmo tratamento. Como é impossível, no quadro processual, e do próprio modelo jurídico das democracias de mercado, dar ao pobre o mesmo tratamento do rico, que sejam igualados na falta de direitos.
Trata-se de um primarismo acachapante, uma ignorância ampla em relação a princípios básicos de direito. É desconhecimento de conceitos que, desde o Iluminismo, passaram a diferenciar sociedades civilizadas das comunidades bárbaras.


Fonte: O CAFEZINHO
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Criminosos de colarinho branco recebem anistia ampla. Nem um pio da mídia

publicado em 18 de janeiro de 2016 às 13:29
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Angélica Aparecida Souza Barbosa, que passou 128 dias presa em São Paulo por tentar furtar um pote de manteiga de R$ 3,20
Para Alessandro Fonseca, sócio do escritório Mattos Filho, a segurança jurídica é um de seus principais aspectos do projeto porque os contribuintes que aderirem não poderão ser processados por crimes como sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e descaminho. Da Folha
As classes dominantes continuam zombando da igualdade. Sempre querem ser mais iguais que os outros. Adoram e não abrem mão dos privilégios. O Iluminismo, que retrata o tempo da modernidade, ainda não chegou ao Brasil. Crimes das classes dominadas, ao contrário, são resolvidos (inescapavelmente) com a prisão. E não precisa o marginalizado (o apartheidizado) fazer muita coisa não. Sua vulnerabilidade é extrema. Não é dessa maneira que vamos construir uma nação. De Luiz Flávio Gomes, advogado


Fonte: VIOMUNDO
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Seca na Etiópia é uma ameaça tão séria para crianças quanto a guerra na Síria, alerta ONG

18 janeiro, 2016 - 10:33 — Simone

Segundo dados da ONU, a pior seca na nação africana em 30 anos impacta na vida de 400 mil crianças, que estão sofrendo de 'severa desnutrição aguda'.


Fonte: BRASIL DE FATO
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Rio Doce: ''O impacto ainda está acontecendo''

Em entrevista, pesquisador afirma que impacto na cabeceira do Rio é muito grande e provavelmente vai demorar muitos anos para recuperá-la.




Riqueza de 1% da população supera a de 99% em 2015, diz a primeira manchete acima.

Por vários anos, talvez já se possa falar em década, o assunto da concentração de riqueza vem sendo debatido nas mídias alternativas.

Na velha mídia não há interesse em debater o assunto, ao contrário , tal tema é omitido e quando abordado é apresentado como algo normal, inevitável, karma natural do processo capitalista e da democracia.

Já por alguns meses, talvez já se possa falar em um ano, ou mais, a Operação Zelotes e o caso HSBC surgiram no noticiário, para , logo em seguida, desaparecerem quase por completo.

Nas mídias alternativas se debateu o assunto, com dados e provas sobre as trapaças de grandes empresas, inclusive de mídia, empresários e figurões da vida política nacional

Na velha mídia, que tanto defende a democracia principalmente quando se vê diante de manifestações e ações com características de desobediência civil, nada , ou quase nada, é apresentado sobre o assunto.

Prioriza-se na velha mídia a operação lava jato, aliás, sem parar um dia, e omite-se as trapaças de empresas aliadas da mídia ou mesmo da própria mídia.

Nada democrático para esses grupos que tanto defendem a democracia.

Seguindo na estrada da "democracia", mais uma vez, como tem acontecido em outras ocasiões, políticas de austeridade são enaltecidas pela velha mídia.

Austeridade para os pobres, que ficam mais pobres, e caminho livre e "democrático" para os ricos, que ficam mais ricos.

Tudo em nome da "democracia" e do karma neoliberal, intocáveis.

Já o juiz Sergio Moro e a sua operação Lava jato, o ganha pão da velha mídia, além do futebol, fazem o que bem entendem da "democracia".

Velha mídia e o todo poderoso magistrado , criam novas formas e modalidades dos processos da democracia e do direito, em um espetáculo jurídico - midiático, patrocinado por empresas envolvidas em escândalos de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.

Toda a operação comandada pelo juiz Moro e pela velha mídia, tem sido motivo de longos e extensos textos e debates nas mídias alternativas.

Talvez por mais de um ano, talvez, mesmo, já se possa falar em mais de doze meses.

E eis que arrebenta a barragem da Samarco , e o Brasil vivencia o maior desastre ambiental de sua história.

Não é de hoje que as mídias alternativas vem alertando para o agravamento das questões ambientais.

Na velha mídia, o assunto mudança climática e ambientalismo, é tratado, quando abordado, de forma infantil, ou algo que não é problema de ninguém, ou ainda, algo futurista.

Já por alguns anos, talvez já se possa falar em mais de dez décadas, que o assunto das questões ambientais e das mudanças climáticas vem sendo abordado nas mídias alternativas.

E então, caro e atento leitor, me pergunto se em todos os assuntos tratados até aqui a Democracia - Democracia com D maiúsculo e de verdade - tem sido respeitada.

Os direitos das pessoas tem sido respeitados e assegurados, também pergunto.

As respostas são fáceis.

A democracia mundial, tão enaltecida como o caminho vitorioso do capitalismo a partir da década de 1990, é apenas uma figura de retórica, já que na pratica, no dia a dia das pessoas, o que prevalece é o crescimento mundial de um novo tipo de autoritarismo, um fascismo, que tem sequestrado os governos e as instituições.

Uma nova expressão de crime organizado, talvez a mais cruel de todas, já que em nome da democracia os direitos das pessoas, do planeta e da vida são violentados diariamente.

Assim sendo, o combate contra essas violações não pode acontecer dentro dos limites da Democracia, sendo natural que movimentos sociais tenham , cada vez mais, adotado práticas de desobediência civil em suas ações.

Estamos entrando na fase da arte da guerra, da criatividade, nas manifestações contra o crime organizado que domina o Brasil e o mundo.

Talvez já se possa falar em fascismo dominando o mundo ?

Antonio Luiz Costa:
Saída à esquerda ou fascismo
publicado em 19 de janeiro de 2016 às 12:08

Munchau vê saída à esquerda

Encruzilhada do capital

Financial Times: a extrema-esquerda está certa

Como nos anos 1930, algum tipo de ruptura é inevitável e se não for para a esquerda, pode ser na direção do fascismo ou do fundamentalismo

por Antonio Luiz M. C. Costa — 26/11/2014, CartaCapital

Quando um editor e colunista de primeira linha de um jornal financeiro mundialmente respeitado dá razão à extrema-esquerda, é hora de parar, ler e pensar. Referimo-nos a Wolfgang Münchau, editor associado do Financial Times, no qual mantém uma coluna semanal sobre a economia europeia. O título desta, na edição do domingo, 23 de novembro foi: “a esquerda radical está certa sobre a dívida europeia”.

Refere-se, em especial, ao partido espanhol Podemos, ao grego Syriza e ao alemão Die Linke (“A Esquerda”), as duas primeiras formações novas criadas a partir de núcleos de origem no trotskismo e no movimento “antiglobalização” e o terceiro um descendente direto do Partido Comunista da antiga Alemanha Oriental. E explica: o consenso internacional dos analistas econômicos, não necessariamente de esquerda, é que a Zona do Euro precisa de reestruturação da dívida e investimentos no setor público, mas partidos como esses são os únicos nos quais se pode votar para defender esse programa. Social-democratas e socialistas, uma vez no governo, aceitaram a agenda conservadora de Angela Merkel em todos os seus pontos essenciais.

A coluna analisa com mais detalhe o Podemos, o mais jovem desses partidos e “o que chega mais perto de oferecer um enfoque consistente para uma política econômica pós-crise”. O programa exposto pelo economista Nacho Álvarez, um dos membros da cúpula do partido, baseia-se em renegociação das taxas de juros, períodos de graça, reescalonamento e anulação parcial da dívida, à maneira de alguns países sul-americanos. Ao contrário do “Movimento 5 Estrelas italiano”, cujo objetivo declarado é tirar o país do euro, o Podemos “não é a favor de sair do euro, nem de fazer mais sacrifícios por ele”.

Para Münchau, é uma posição equilibrada, por mais que se queira tachá-la de bolivariana. “A tragédia da Zona do Euro é o senso de resignação com que os partidos do centro-esquerda e centro-direita estão deixando a Europa deslizar para o equivalente econômico de um inverno nuclear. É uma tragédia particular que partidos da ultra-esquerda sejam os únicos a apoiar políticas sensatas como a reestruturação da dívida”.

No atual estado de coisas, o absurdo está em pensar que a dívida é sustentável e o problema se resolverá por si só, como se fosse possível ignorar que o continente caminha para uma longa estagnação que, mais cedo ou mais tarde, tornará impossível cumprir esses compromissos financeiros e pode levar à desintegração política e econômica.

A começar dos anos 1980, se não desde o maio de 1968, tornou-se uma obsessão por parte dos agentes do poder financeiro e político não permitir que movimentos políticos e sociais proponham alternativas reais sem serem ridicularizados. Qualquer tentativa de mudar o mundo deve ser percebida como fantasia ociosa. TINA, “There is no alternative”, era o lema favorito de Margaret Thatcher e desde então o consenso dominante da mídia e da política não fazem mais do que repeti-lo em diferentes formulações.

Acontece que o rumo ao qual conduz o pensamento único no qual se embutiu a ideia de que os interesses do sistema financeiro são supremos e sagrados começa a se tornar visivelmente inviável. É evidentemente insustentável a longo prazo por razões ecológicas, mas antes disso cai na pura impossibilidade de contábil e política de pagar as dívidas públicas e privadas e poupar as instituições financeiras das consequências de seus próprios erros, enquanto se mantém uma grande parte da população desempregada e ameaçada de perder suas moradias e os serviços sociais dos quais depende para sobreviver com dignidade. Como nos anos 1930, algum tipo de ruptura é inevitável e se não for para a esquerda, pode ser na direção do fascismo ou do fundamentalismo.

Fonte: VIOMUNDO

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Para avançar é preciso lutar

Essa juventude não está entendendo nada…


Por Renato Rovai janeiro 16, 2016 12:42
Essa juventude não está entendendo nada…
É assim. Sempre foi assim. Mas também podia ser algo como: “na minha época…”.
Quando alguém começa a frase com um na minha época sobram arrepios. Em geral, o que virá depois é algo idealizado do que não se viveu. É mentira embalada em moralismo barato.
O essa juventude não está entendendo nada faz parte deste contexto.
Imagino que a galera que foi pras ruas em 68 ouviu isso. Que os que eram estudantes em 1977 e peitaram a ditadura cansaram de ouvir isso. E lembro-me bem dos que fundaram o PT sendo chamados de irresponsáveis pela turma do partidão e do PMDB por dividir a oposição em 82. Segundo eles, o partido era obra do Golbery.
Pois é, pois é. Tempo, tempo, tempo que talvez seja o segredo desta vida.
Alguns petistas e supostamente gente madura que se diz de esquerda e que já ouviu isso quando jovem agora se junta ao discurso de que essa juventude não está entendendo nada para ajudar a massacrar o MPL e os que estão dizendo que transporte deveria ser um direito público. Que a tarifa não deveria ser tão cara.
Não se trata de concordar com todas as pautas e todos os métodos de luta do MPL, mas no mínimo de tentar entender que existe algo novo, um movimento que tem conseguido catalizar energias para discutir direitos.
Trata-se de imaginar que ali estão se formando novas lideranças que podem oxigenar espaços de participação. E trata-se de reconhecer que esses movimentos tem conseguido mobilizar jovens.
Ou as ocupações de escolas por secundaristas que levaram o governador Alckmin a recuar no seu projeto de fechar escolas e fizeram seu secretário de Educação entregar o cargo porque apostou no confronto com os estudantes não foi uma vitória desta moçada? Ou o recuo no aumento da passagem em 2013 também não foi uma vitória deles?
Não há país que tenha evoluído na conquista de direitos sem que em algum momento seus cidadãos não tenham tido que forçar a porta. Não é por dádiva que se amplia a cidadania.
Mas ao mesmo tempo, sempre o velho se enfrenta com o novo.
E o conflito de gerações no mesmo campo é algo comum. Boa parte dos que envelhecem não conseguem entender as novas formas de luta e de atuação daqueles que estão chegando. E que percebem que não conseguirão nada se fizerem tudo do mesmo jeito.
Você acha que o MPL comete erros? E você e o seu movimento, não?
Você acha que há gente oportunista no meio dos que estão nas ruas? Certo, certo e nunca foi assim, né?
Você acha a proposta deles oportunista é irresponsável? Talvez você não lembre, mas era isso que muitos falavam (pasmem!) em 84 quando se organizou o primeiro comício das Diretas num 25 de janeiro.
Um dia, amigos, a sociedade vai entender que é melhor cobrar um pouco mais de imposto para que todo cidadão possa andar de graça de transporte público. Porque ou será isso ou o caos da imobilidade.
E aí, esses jovens talvez já estejam maduros. E alguns deles (ou talvez muitos) podem vir a criticar a irresponsabilidade dos filhos dos outros que estarão lutando por uma outra ousadia. Ou mesmo por uma utopia.
Que assim seja.
Que venha a juventude que lute. E que ela continue não entendendo nada.
Só assim  as coisas acontecem.

Fonte: Blog do Rovai
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Brilhante.

Se fala e escreve muito sobre as manifestações do MPL, mas poucos conseguem dizer algo útil.

Rovai foi ao ponto.

O velho sempre vê o novo, o diferente, como algo errado, e mesmo por vezes perigoso.

Cristalizados em seus conceitos, que provavelmente outrora foram questionados, os velhos, e eles são maioria em idade e em ideias, tremem de medo pelo novo.

Mudar é algo que coloca a maioria das pessoas em pânico, já que o novo é desconhecido, logo gera insegurança.

Assim sendo, qualquer ideia , movimento, que ultrapasse os limites do arcabouço de ideias definido como dominante,  é imediatamente bombardeado, questionado.

A velha mídia, o túmulo da modernidade, o sarcófago onde  habita o pior dos conservadorismos se apressa em rotular e bombardear novas formas de expressão, como no caso do MPL.

O movimento tem sido acusado diariamente nos telejornais rochosos de violar os conceitos básicos do regime democrático, o que em parte pode ser verdade, no entanto, o que é democracia nos dias atuais, pergunta-se.

Tarifas de transporte público caras e serviços de qualidade ruim, são uma violência contra a população, e , principalmente, uma violação dos princípios democráticos estabelecidos na constituição.

A democracia tem sido, diariamente ao longo de anos, violentada e desrespeitada por aqueles que acusam o MPL de ser anti- democrático.

Qualquer mudança e qualquer evolução não se dão por  ideias cristalizadas, mas sim por novas ideias, novas formas de expressão e, principalmente, de luta.

Isso não significa uma defesa ou uma condenação a atuação do MPL, mas apenas uma constatação da realidade.

Novas ideias não são resolvidas com velhas ideias cristalizadas.

Não se consegue avançar sem luta.
 



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Ditadura midiático-judicial

Principais advogados do país denunciam ditadura midiático-judicial

leviata2
Mais de uma centena de advogados assinam uma dura carta-denúncia contra os abusos da Lava Jato.
Se o conteúdo está correto, a forma me parece absolutamente equivocada.
Os advogados foram ingênuos, embora seja incrível atribuir ingenuidade aos maiores causídicos do país.
Eles pagaram a publicação da carta nos três principais jornais do país, ou seja, exatamente no núcleo duro do golpe midiático-judicial.
Era tudo que os jornais queriam: os mesmos três jornais embolsaram o pagamento pela publicação da carta, publicaram a carta, e em seguida já começaram a desconstruí-la e a ridicularizá-la.
O motivo é óbvio.
A carta repete o que o Cafezinho - e todos os blogs progressistas - denuncia há vários anos, e o que a ciência política já detectou há muito tempo em outros países: a formação de um bloco político midiático-judicial de cunho autoritário e antidemocrático.
No caso do Brasil, esse bloco é particularmente perigoso e antidemocrático, porque temos o ministério público mais conservador, mais fechado, mais antipoular e mais poderoso do mundo. E temos a mídia mais concentrada, mais conservadora e mais autoritária do mundo. Esses dois atores, juntos, formam um bloco protofascista com poder de intimidar qualquer magistrado.
Ninguém resista à sua pressão: vide a incapacidade, mesmo entre os ministros do STF mais combativos, mais independentes, como o presidente do STF, Ricardo Lewandoswki, de enfrentar a mídia e Sergio Moro e conceder habeas corpus a executivos que não representam, após todo esse tempo atrás das grades, mais obstáculo nenhum às investigações, quanto mais perigo à ordem pública.
A concentração da mídia, como se vê, causa problemas em todos os níveis da democracia: prejudica a cultura, a economia, a comunicação social, os direitos humanos.
Espera-se que um dia surjam políticos dotados de coragem, por um lado, e capacidade intelectual, de outro, para fazer esse embate necessário e urgente contra esse novo leviatã.
***
Leia abaixo a carta e a lista dos advogados que a assinaram:
“No plano do desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados, a Lava Jato já ocupa um lugar de destaque na história do país. Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática. O desrespeito à presunção de inocência, ao direito de defesa, à garantia da imparcialidade da jurisdição e ao princípio do juiz natural, o desvirtuamento do uso da prisão provisória, o vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas, a sonegação de documentos às defesas dos acusados, a execração pública dos réus e o desrespeito às prerrogativas da advocacia, dentre outros graves vícios, estão se consolidando como marca da Lava Jato, com consequências nefastas para o presente e o futuro da justiça criminal brasileira. O que se tem visto nos últimos tempos é uma espécie de inquisição (ou neoinquisição), em que já se sabe, antes mesmo de começarem os processos, qual será o seu resultado, servindo as etapas processuais que se seguem entre a denúncia e a sentença apenas para cumprir ‘indesejáveis’ formalidades.
Nesta última semana, a reportagem de capa de uma das revistas semanais brasileiras não deixa dúvida quanto à gravidade do que aqui se passa. Numa atitude inconstitucional, ignominiosa e tipicamente sensacionalista, fotografias de alguns dos réus (extraídas indevidamente de seus prontuários na Unidade Prisional em que aguardam julgamento) foram estampadas de forma vil e espetaculosa, com o claro intento de promover-lhes o enxovalhamento e instigar a execração pública. Trata-se, sem dúvida, de mais uma manifestação da estratégia de uso irresponsável e inconsequente da mídia, não para informar, como deveria ser, mas para prejudicar o direito de defesa, criando uma imagem desfavorável dos acusados em prejuízo da presunção da inocência e da imparcialidade que haveria de imperar em seus julgamentos – o que tem marcado, desde o começo das investigações, o comportamento perverso e desvirtuado estabelecido entre os órgãos de persecução e alguns setores da imprensa.
Ainda que parcela significativa da população não se dê conta disso, esta estratégia de massacre midiático passou a fazer parte de um verdadeiro plano de comunicação, desenvolvido em conjunto e em paralelo às acusações formais, e que tem por espúrios objetivos incutir na coletividade a crença de que os acusados são culpados (mesmo antes deles serem julgados) e pressionar instâncias do Poder Judiciário a manter injustas e desnecessárias medidas restritivas de direitos e prisões provisórias, engrenagem fundamental do programa de coerção estatal à celebração de acordos de delação premiada.
Está é uma prática absurda e que não pode ser tolerada numa sociedade que se pretenda democrática, sendo preciso reagir e denunciar tudo isso, dando vazão ao sentimento de indignação que toma conta de quem tem testemunhado esse conjunto de acontecimentos. A operação Lava Jato se transformou numa Justiça à parte. Uma especiosa Justiça que se orienta pela tônica de que os fins justificam os meios, o que representa um retrocesso histórico de vários séculos, com a supressão de garantias e direitos duramente conquistados, sem os quais o que sobra é um simulacro de processo; enfim, uma tentativa de justiçamento, como não se via nem mesmo na época da ditadura.
Magistrados das altas Cortes do país estão sendo atacados ou colocados sob suspeita para não decidirem favoravelmente aos acusados em recursos e habeas corpus ou porque decidiram ou votaram (de acordo com seus convencimentos e consciências) pelo restabelecimento da liberdade de acusados no âmbito da Operação Lava Jato, a ponto de se ter suscitado, em desagravo, a manifestação de apoio e solidariedade de entidades associativas de juízes contra esses abusos, preocupadas em garantir a higidez da jurisdição. Isto é gravíssimo e, além de representar uma tentativa de supressão da independência judicial, revela que aos acusados não está sendo assegurado o direito a um justo processo.
É de todo inaceitável, numa Justiça que se pretenda democrática, que a prisão provisória seja indisfarçavelmente utilizada para forçar a celebração de acordos de delação premiada, como, aliás, já defenderam publicamente alguns Procuradores que atuam no caso. Num dia os réus estão encarcerados por força de decisões que afirmam a imprescindibilidade de suas prisões, dado que suas liberdades representariam gravíssimo risco à ordem pública; no dia seguinte, fazem acordo de delação premiada e são postos em liberdade, como se num passe de mágica toda essa imprescindibilidade da prisão desaparecesse. No mínimo, a prática evidencia o quão artificiais e puramente retóricos são os fundamentos utilizados nos decretos de prisão. É grave o atentado à Constituição e ao Estado de Direito e é inadmissível que Poder Judiciário não se oponha a esse artifício.
É inconcebível que os processos sejam conduzidos por magistrado que atua com parcialidade, comportando-se de maneira mais acusadora do que a própria acusação. Não há processo justo quando o juiz da causa já externa seu convencimento acerca da culpabilidade dos réus em decretos de prisão expedidos antes ainda do início das ações penais. Ademais, a sobreposição de decretos de prisão (para embaraçar o exame de legalidade pelas Cortes Superiores e, consequentemente, para dificultar a soltura dos réus) e mesmo a resistência ou insurgência de um magistrado quanto ao cumprimento de decisões de outras instâncias, igualmente revelam uma atuação judicial arbitrária e absolutista, de todo incompatível com o papel que se espera ver desempenhado por um juiz, na vigência de um Estado de Direito.
Por tudo isso, os advogados, professores, juristas e integrantes da comunidade jurídica que subscrevem esta carta vêm manifestar publicamente indignação e repúdio ao regime de supressão episódica de direitos e garantias que está contaminando o sistema de justiça do país. Não podemos nos calar diante do que vem acontecendo neste caso. É fundamental que nos insurjamos contra estes abusos. O Estado de Direito está sob ameaça e a atuação do Poder Judiciário não pode ser influenciada pela publicidade opressiva que tem sido lançada em desfavor dos acusados e que lhes retira, como consequência, o direito a um julgamento justo e imparcial – direito inalienável de todo e qualquer cidadão e base fundamental da democracia. Urge uma postura rigorosa de respeito e observância às leis e à Constituição brasileira.”
Alexandre Aroeira Salles
Alexandre Lopes
Alexandre Wunderlich
André de Luizi Correia
André Karam Trindade
André Machado Maya
Antonio Carlos de Almeida Castro
Antonio Claudio Mariz de Oliveira
Antonio Pedro Melchior
Antônio Sérgio A. de Moraes Pitombo
Antonio Tovo
Antonio Vieira
Ary Bergher
Augusto de Arruda Botelho
Augusto Jobim do Amaral
Aury Lopes Jr.
Bartira Macedo de Miranda Santos
Bruno Aurélio
Camila Vargas do Amaral
Camile Eltz de Lima
Celso Antônio Bandeira de Mello
Cezar Roberto Bitencourt
Cleber Lopes de Oliveira
Daniela Portugal
David Rechulski
Denis Sampaio
Djefferson Amadeus
Dora Cavalcanti
Eduardo Carnelós
Eduardo de Moraes
Eduardo Sanz
Edward de Carvalho
Felipe Martins Pinto
Fernando da Costa Tourinho neto
Fernando Santana
Flavia Rahal
Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto
Francisco Ortigão
Gabriela Zancaner
Guilherme Henrique Magaldi Netto
Guilherme San Juan
Guilherme Ziliani Carnelós
Gustavo Alberine Pereira
Gustavo Badaró
Hortênsia M. V. Medina
Ilídio Moura
Jacinto Nelson de Miranda Coutinho
Jader Marques
João Geraldo Piquet Carneiro
João Porto Silvério Júnior
José Carlos Porciúncula
Julia Sandroni
Kleber Luiz Zanchim
Lenio Luiz Streck
Leonardo Avelar Guimarães
Leonardo Canabrava Turra
Leonardo Vilela
Letícia Lins e Silva
Liliane de Carvalho Gabriel
Lourival Vieira
Luiz Carlos Bettiol
Luiz Guilherme Arcaro Conci
Luiz Henrique Merlin
Luiz Tarcisio T. Ferreira
Maira Salomi
Marcelo Turbay Freiria
Marco Aurélio Nunes da Silveira
Marcos Ebehardt
Marcos Paulo Veríssimo
Mariana Madera
Marina Cerqueira
Maurício Dieter
Maurício Portugal Ribeiro
Maurício Zockun
Miguel Tedesco Wedy
Nabor Bulhões
Nélio Machado
Nestor Eduardo Araruna Santiago
Nilson Naves
Paulo Emílio Catta Preta
Pedro Estevam Serrano
Pedro Ivo Velloso
Pedro Machado de Almeida Castro
Rafael Nunes da Silveira
Rafael Rucherman
Rafael Valim
Raphael Mattos
Renato de Moraes
Roberta Cristina Ribeiro de Castro Queiroz
Roberto Garcia
Roberto Podval
Roberto Telhada
Rogerio Maia Garcia
Salah H. Khaled Jr.
Sergio Ferraz
Técio Lins e Silva
Thigo M. Minagé
Thiago Neuwert
Tiago Lins e Silva
Ticiano Figueiredo
Tito Amaral de Andrade
Victoria de Sulocki
Weida Zancaner
Fonte: O CAFEZINHO

Curta PAPIRO - 15.01.2016


 
  Curtas


1 - Quase

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA

2 - Foi até manchete

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA




3 - PIG. Barrigas em série

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA


4 - Tiranossauro e Pterossauro
patoserra
Fonte: TIJOLAÇO



5 - Apoio de longa data
Serra: Candidato preferido dos golpistas

                                



















Fonte: BRASIL DE FATO