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Empresários custeiam vaias a Dilma
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
A campanha empreendida contra Dilma Rousseff está custando fortunas. Essa grana toda está sendo gasta em sofisticadas peças de áudio, vídeo e imagem, espalhadas aos milhares diária e incessantemente na internet, e na logística para o ato do próximo dia 15. As vaias que a presidente recebeu em São Paulo nesta terça-feira dão uma pista sobre quem paga.
Um leitor do Piauí, por exemplo, enviou ao Blog imagens dos kits anti Dilma que estão chegando ao seu Estado aos milhares, via correio, vindos de São Paulo – o que não chega a surpreender.
Note o leitor que panfletos, adesivos para carro, camisetas, bonés etc. chegam até os mais distantes pontos do país. Há o custo de produção dos kits, o custo do frete, o custo com distribuição local etc.
Tudo isso – e muito mais – custa dinheiro.
A orquestração via Whats Appp ou Facebook também custa dinheiro. Aliás, no FB textos, vídeos, posts e memes contra a presidente são “patrocinados”, ou seja, quem os produz paga àquela rede social para “promovê-los”.
Aquelas páginas de revoltados com a vida e com Dilma, em vez de oferecer tratamento psicológico para seus frequentadores, gasta fortunas com promoção de suas postagens.
Para quem não conhece, veja, abaixo, como se consegue milhares de curtidas no FB.
Aliás, nada contra “patrocinar” conteúdo jornalístico para que seja mais lido. Muitos fazem isso, à direita e à esquerda. A maioria dos sites jornalísticos recorre a esse investimento. O problema é quem paga por isso, porque é bastante caro.
Recentemente, uma amiga cineasta me disse que a promoção de postagem que fez no FB de seu trabalho lhe custou mais de 500 reais. Agora veja quantas postagens patrocinadas têm essas páginas de “revoltados” por dia e faça a conta de quanto gastam em um mês.
De onde vem esse dinheiro? Estamos falando de milhões de reais, para uma campanha desse tamanho. Inclusive, o ato anti Dilma do próximo dia 15 terá caravanas vindo de cidades próximas às capitais. Farto material de som ou publicitários será distribuído.
Uma outra leitora envia mensagem com informações que dão uma bela ideia de quem está pagando pela festa golpista.
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Eduardo,
boa tarde.
Tenho ficado preocupada com a hostilidade contra a Dilma e o PT.
O movimento Vem Pra Rua, segundo a carta capital vem sendo financiada pelos empresários.
Alguns amigos meus disseram que seus patrões estão fazendo de tudo para convocar os funcionários para a manifestação de 15/03. O mesmo aconteceu na empresa na qual trabalho, e minha irmã disse que a mesma coisa aconteceu na empresa na qual ela trabalha.
Essa pessoa disse que a Dilma não vai continuar no poder. Os empresários estão articulados e estão coagindo os funcionários a irem às ruas contra o PT e Dilma. São e-mails do patrão com a capa da Veja circulando nos e-mails, são mensagens no celular, Whats App…
Isso vem acontecendo desde antes da eleição e foi por isso que ela [Dilma] quase perdeu, porque os patrões estão jogando tudo e coagindo os funcionários.
Coadunando-se com essa narrativa, as vaias que Dilma recebeu nesta terça-feira ao visitar o pavilhão de feiras do Anhembi, em São Paulo, aos gritos de “vaca” e “vagabuna”. Para quem não viu, o vídeo com as agressões.
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O pavilhão de exposições é velho conhecido deste blogueiro. Em sua atuação comercial, participou de inúmeras feiras. Quem vaiou foram os funcionários que preparavam os estandes para a feira. Eu mesmo já participei dessas montagens.
Quem leu na internet que trabalhadores que montavam os estandes vaiaram Dilma pode pensar que são “peões” de macacão com martelos em punho que apuparam a presidente da República, mas não foi nada disso.
Como se vê no vídeo, são profissionais de vendas e seus patrões, ou seja, pessoas da classe média paulistana que votaram em Aécio Neves.
Ao contrário do que a mídia e a oposição tentam fazer crer não é quem votou em Dilma Rousseff que a está vaiando, são os que votaram no adversário dela em 26 de outubro do ano passado.
O eleitorado de Dilma, em parte, ficou descontente com medidas de ajuste fiscal ou com nomeação de ministros oriundos “do lado de lá”. Essas pessoas, irritadas, disseram ao Datafolha, ao fim de janeiro, seu descontentamento.
Conversava na segunda-feira com um blogueiro importante que está insatisfeito e ele me disse que se fosse entrevistado pelo Datafolha no mês de janeiro, avaliaria Dilma como “regular”. Conheço eleitores dela que, no janeiro fatídico em que sua popularidade despencou, no auge da irritação chegariam a classificá-la como ruim ou péssima.
Isso não significa que essas pessoas tenham mudado de opinião, que estejam dispostas a votar no PSDB ou que tivessem coragem de chamá-la de “vadia” ou “vagabunda”. Quem faz isso é quem já não gostava dela antes de se reeleger.
Todos se lembram de como Dilma foi vaiada diversas vezes nos novos estádios de futebol e até em outras partes antes de a campanha eleitoral começar, de quem eram os xingadores e de como a mera hipótese de o PSDB voltar ao poder, pouco depois, fez com que milhões votassem na presidente apesar de estarem insatisfeitos com ela.
Para entender o fenômeno, basta pegar uma das muitas análises de rede que há por aí para verificar que a hegemonia política dos anti Dilma viscerais está longe de ser maioria. Por exemplo, a do analista Fábio Malini, via Facebook, sobre redes sociais, que é bastante interessante.
O que se depreende dessa análise é que, à diferença do que tenta fazer parecer a mídia, os anti Dilma estão longe de ser maioria e, na hora do “pega pra capar”, o centro do gráfico, que no momento está neutro, pode escolher um lado e, por seu perfil, dificilmente seria o do PSDB.
Diante do exposto, está mais do que na hora de se fazer uma investigação jornalística séria sobre os financiadores do golpismo. Esses empresários estão mesmo tão convencidos de que Dilma faz mal ao país ou existem conchavos com partidos políticos e troca de favores, por exemplo, com o governo de São Paulo?
Fonte: Blog do Miro
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Fica então confirmado tudo o que a gente tinha imaginado e escrito na blogosfera nessa semana.
Não houve nada de espontâneo.
Tudo isso que vem acontecendo é fruto de armação e muito bem orquestrada, inclusive com a generosidade de recursos financeiros para a organização.
Certamente partidos como o PSDB e setores da imprensa como o Grupo Globo, são os principais articuladores dessa armação.
Resta saber, a partir de agora, se interesses externos ao país estão financiando todo esse processo, e, se assim for, PSDB e Globo seriam os órgãos executores da trama anti democrática e , sim, golpista.
Processos semelhantes acontecem, no momento, na Argentina e na Venezuela e, juntamente com o Brasil os três processos visam minar o nacionalismo existente nesses países, como bem alertou Rodrigo Vianna em seu texto , que o caro leitor pode ler ao final desta postagem.
Como tem sido alertado por todos nós da blogosfera, o que está em processo é a criação de um estado de caos no país, onde a irracionalidade reina.
Colunista do globo, Ricardo Noblat, afirma hoje em sua coluna, em tom de crítica ao PT, que quando os ricos fazem protesto o PT diz que é golpe.
Mais uma vez a realidade é distorcida, já que o processo de golpe é bem claro e os protestos dos ricos são parte desse processo que visa o golpe e o caos.
Protestos , quando bem definidos e com agendas claras e compatíveis com a realidade, são instrumentos do processo democrático, como os protestos que acontecerão na próxima sexta-feira 13, em defesa da Petrobras ,de um projeto de desenvolvimento social do pais e em defesa da democracia.
O caos que PSDB e a velha mídia, com globo a frente, estão incitando não tem em sua agenda nenhum compromisso com a realidade, e ainda flerta com um pedido de impeachment da presidenta totalmente sem fundamentos político e jurídico.
Manipulando uma parcela da população apenas pela lado emocional, a estratégia dos partidos de oposição e da velha mídia aposta no quanto pior melhor, o que trará enormes prejuízos para o estado brasileiro e principalmente para toda a população, pois o clima que hoje já existe indica que teremos um ano , pelo menos até o final deste ano, de conflitos pesados, já que outros setores da sociedade se aproveitam das manifestações para efetuar saques, promover quebra - quebra e mesmo roubar e assaltar pessoas durantes as manifestações.
Esse grupos violentos dominarão, como dominaram, as manifestações , como aconteceu em 2013, trazendo enormes transtornos para o conjunto da população.
É importante que você, caro leitor, saiba e divulgue esses conteúdos , deixando claro para toda a sociedade quais são os reais inimigos do país e do povo e de que maneira esses inimigos estão agindo para criar o caos e assim prejudicar a vida de todo o povo brasileiro.
Se você não está satisfeito com algumas decisões do governo Dilma, procure o debate racional e, lembre-se, em, 2018, logo sai, você decide o novo presidente, assim como a maioria decidiu em 2014 pelo PT e pela presidenta Dilma.
Parece distante, não e ?
Mas é logo ali.
Aliás em 5 de fevereiro de 2016 começa o carnaval, em menos de 11 meses.
Rodrigo Vianna: Depois de eliminar nacionalismo árabe, Washington prepara o bote contra a América do Sul
publicado em 10 de março de 2015 às 12:49
DEPOIS DE DESTRUIR NACIONALISMO ÁRABE, EUA PREPARAM O BOTE NA AMÉRICA DO SUL
A lista é impressionante: Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria. Em menos de 15 anos, os quatro países se transformaram em Estados zumbis. É algo muito grave, a indicar a direção para onde aponta a política expansionista dos Estados Unidos no século XXI.
Com o fim da Guera Fria, deixaram de ter qualquer anteparo para sua estratégia de fazer tombar todos os governos que signifiquem ameaça ao controle do petróleo no Oriente Médio (ou em outras partes do planeta).
Saddam Hussein (Iraque) não era um santo. Todos sabemos. Muamar Gadafi (Líbia), tampouco. Os dois, ao lado da família Assad na Síria, faziam parte de um movimento (o nacionalismo árabe) a significar um grito de independência desses países – que, no passado, haviam estado sob domínio turco ou europeu.
Outra característica unia os três (e era a marca também do regime forte no Egito, comandado por Mubarak, que caiu na tal “primavera árabe”): conduziam estados laicos, com um discurso pautado mais pelo “orgulho nacional” do que pela religião. Eram países comandados por regimes fortes, organizados, com projetos de nações independentes. Apesar de longe, muito longe, de qualquer princípio democrático.
Em nome da democracia, os Estados Unidos varreram do mapa esses governantes. A Líbia foi retalhada, já não existe, debate-se em crise permanente com o confronto entre pelo menos 4 facções armadas. A Síria é um semi-estado, em que Assad resiste em Damasco, mas vê o Estado Islâmico (EI), de um lado, e os “rebeldes” armados pelos EUA/Europa, de outro, avançando sobre grandes porções do território. O Iraque é agora um protetorado ocidental, sem qualquer margem para se organizar de forma independente.
Vejo alguns analistas “liberais”, na imprensa brasileira, dizendo que Washington “fracassou” porque derrubou governos autoritários e, em vez de democracias, colheu o caos no Oriente Médio. Coitados. Tão ingênuos esses norte-americanos.
Ora, ora. Pode haver algo mais fácil de controlar do que populações desorganizadas, que se matam em guerras sem fim, sem a proteção de nada parecido com um Estado organizado?
O projeto dos EUA era – e é – o caos, a criação de uma grande franja que (do norte da África ao Tigre e Eufrates, chegando às montanhas do Afeganistão) debate-se no caos. É o que tenho chamado de “Estados zumbis”.
Mais recentemente, a intervenção de Washington avançou para a Ucrânia. De novo, vejo quem lamente que a intervenção não tenha levado a uma democracia ucraniana em estilo ocidental. Como se o objetivo fosse esse…
Está claro que, também na Ucrânia, o objetivo era criar um estado de caos e inoperância – que, de toda forma, é melhor do que uma Ucrânia forte, unificada, pró-Russia (essa era a ameaça antes da famosa rebelião fascista da Praça Maidan, insuflada pelos EUA, em Kiev).
A diferença é que na Ucrânia os norte-americanos encontraram resposta russa, que puxou para si a Criméia e as regiões do leste ucraniano (onde a cultura dominante e a língua são russas). “Ok, vocês podem criar o caos na sua Ucrânia; mas na nossa, não” – esse parece ter sido o recado de Putin a Obama.
Evidentemente, a derrubada dos governos em cada um desses países (do norte da África ao Afeganistão, da Ucrânia ao Tigre/Eufrates) seguiu motivações e roteiros próprios. Mas todas essas intervenções são parte de um mesmo movimento de afirmação da hegemonia dos Estados Unidos.
O poder imperial, em relativa crise econômica, se afirma pelas armas de forma impressionante, mundo afora – e isso em apenas 15 anos.
Vivemos o período das “operações especiais”, das guerras não-declaradas, das rebeliões movidas a whatsapp e vendidas como “gritos pela democracia”.
O mundo se ajoelha ao poder imperial. O nacionalismo árabe, que oferecia alguma resistência ao avanço dos EUA e seus parceiros da OTAN, foi destroçado.
Outro pólo de oposição é o que se desenha na Eurásia, com a parceria energética e logística entre russos e chineses. Por isso, Putin está sob cerco econômico, e ali – mais à frente – será jogada a partida decisiva no xadrez mundial.
Antes disso, no entanto, a política de intervenção de Washington se move para a América do Sul. Honduras e Paraguai foram ensaios, bem-sucedidos.
Venezuela, Argentina e Brasil: aqui, agora, vemos avançar o projeto de criar novos Estados zumbis. Depois do nacionalismo árabe, chegou a hora de destruir o nacionalismo latino-americano. Não é por outro motivo que “bolivarianismo” virou o anátema, o palavrão, o inimigo a ser derrotado – numa ofensiva que é política, econômica e sobretudo midiática.
Claro que todos esses país possuem problemas. Não quero dizer que todos os dilemas da América do Sul sejam responsabilidade do Império do Norte. Não. Simplesmente, Washington aproveita as contradições e fraquezas internas, em cada um desses países, para assoprar a faísca do caos.
Aqui, no Brasil, a intervenção não precisa ser diretamente militar. Basta atiçar setores sob hegemonia da cultura (e da grana) dos Estados Unidos.
Num encontro social (em São Paulo, claro), recentemente, ouvi a proposta pouco sutil: “bom mesmo é que o Obama invadisse isso aqui, e acabasse com essa bagunça”. Esse é o projeto dos paneleiros no Brasil. O fim da Nação, a anexação ao Império.
A próxima batalha – parece – será travada na Venezuela.
Maduro fustigou os Estados Unidos, mandando embora parte do pessoal da embaixada dos EUA em Caracas. Agora Washington reage e declara a Venezuela uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.
A escalada verbal favorece os setores mais duros do chavismo. Ameaça de intervenção do Império pode dar a justificativa para um governo chavista mais forte, em que o poder já não estaria com Maduro, mas com os militares chavistas. A burguesia que hoje bate panelas em Caracas talvez tenha que seguir o caminho da elite cubana, em direção a Miami. Mas haveria guerra civil. O caos. Uma Líbia, ou um Iraque, às portas do Brasil.
Com um governo muito mais moderado, o Brasil também vive em estado de pré-convulsão política. Reparem: é o Estado (e não o “petismo”) que pode se desmanchar. Petrobras, políticas sociais, a própria ideia de desenvolvimento. Tudo isso está em cheque. E não é à toa.
No Brasil, vivemos uma venezuelização de mão única: apenas um dos lados aposta no confronto total. Os paneleiros querem sangue; o governo mantem a moderação verbal. Até quando?
O cenário é de um confronto que ameça não o governo Dilma, mas a própria ideia de um Estado nacional com projeto próprio. Não é à toa que os quadros mais ajuizados da burguesia – inclusive ex-tucanos, como Bresser Prereira alinham-se contra o golpe, e em defesa do projeto nacional.
A manifestação do dia 15 é só um capítulo da guerra. A própria batalha do impeachment é parte de uma guerra muito mais ampla.
Essa guerra será dura, e pode durar muitos anos. O tempo da conciliação acabou.
PS do Rodrigo: Nos anos 80, quando se falava na participação direta dos Estados Unidos na derrubada de TODOS os governos do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai), ocorrida uma ou duas décadas antes, certos liberais uspianos sorriam, e atribuíam a afirmação a “teorias conspiratórias”; com a abertura dos arquivos em Washington, conheceu-se a verdade. Parece “teoria conspiratória” que, depois de eliminar o nacionalismo árabe, os EUA preparem-se para um ataque contra a América do Sul bolivariana?
Fonte: VIOMUNDO
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Agora é rua: o golpismo aquece as caçarolas para fritar o governo Dilma; não reagir é sancionar uma regressão que contaminará toda AL; sexta-feira, 13, na rua em defesa da democracia, da Petrobras e do desenvolvimento com justiça social.