quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O apocalipse é laranja

Espagne : un nuage toxique se répand dans le ciel

Le Monde.fr |  • Mis à jour le 

Une explosion a eu lieu dans une usine chimique d'Igualada, à 60 kilomètres deBarcelone, créant un nuage toxique orange pouvant provoquer des irritations. Les habitants de quatre villes catalanes étaient encouragés, jeudi matin, à rester chez eux. Cet ordre de confinement a été totalement levé dans l'après-midi.


Un nuage toxique se répand dans la ville d'Igualada en Espagne.

L'explosion, survenue peu après 9 heures, serait due à la mise en contact de composés chimiques (acide nitrique et sulfure de fer) lors de leur manipulation à l'extérieur de l'enceinte de l'entreprise, rapporte le quotidien espagnol El Pais.
D'après la direction générale de la protection civile catalane, huit personnes ont été légèrement blessées. Deux employés de l'entreprise chimique souffrant de brûlures légères ont été pris en charge médicalement après qu'ils eurent inhalé le gaz. Une troisième personne travaillant dans une usine proche a elle aussi été blessée.

« AUCUN DANGER POUR LA POPULATION »
La protection civile catalane affirme qu'il n'y a aucun danger pour la population. L'alerte est cependant maintenue dans la zone infectée. Les autorités ont recommandé aux femmes enceintes, aux personnes âgées, aux enfants de moins de 3 ans et aux personnes souffrant de difficultés respiratoires de rester chez eux. Dans la matinée, 600 enfants étaient confinés dans leurs écoles et leurs crèches. Les pompiers œuvrent pour éliminer les substances dangereuses dispersées dans l'air.

Le ministre de l'intérieur catalan, Ramon Espadaler, a demandé jeudi matin aux parents de ne pas aller chercher leurs enfants à l'école, mais il a affirmé que le nuage de fumée ne représentait pas un grand danger pour la population. Cependant, le vent étant faible, le nuage de fumée va se dissiper lentement, explique-t-il.

Fonte: Le Monde
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Calma, Kamel, não é a P-36

Acidente não foi em navio da Petrobras

Conversa Afiada reproduz comunicado à imprensa da Petrobras:


A Petrobras lamenta informar a ocorrência nesta quarta-feira, dia 11/2, por volta de 12h50, de uma explosão a bordo do navio-plataforma Cidade de São Mateus operado pela empresa BW Offshore e afretado pela Petrobras. A unidade opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo, a cerca de 120 km da costa. Do total de 74 trabalhadores embarcados, três não resistiram aos ferimentos e faleceram no local; dez sofreram ferimentos e já foram transferidos por helicóptero para atendimento médico em Vitória e outros seis estão desaparecidos.

A BW está prestando toda a assistência aos seus funcionários e familiares, com apoio da Petrobras. O acidente foi controlado a partir do imediato acionamento do Plano de Emergência com a mobilização de todos os recursos necessários. As operações da plataforma foram interrompidas. A produção da unidade era de cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.

A Petrobras notificou oficialmente a Marinha e a Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustiveis (ANP). A concessão de Camarupim é operada pela Petrobras (100%) e a de Camarupim Norte é uma parceria entre a Petrobras (65%) e a empresa Ouro Preto Energia (35%).

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Acidentes de grandes proporções acontecem.

Em instalações industriais ou mesmo em plataformas de extração de petróleo, que de certa forma não deixa de ser ,também,uma instalação industrial.

Hoje, em Barcelona, Espanha, uma explosão em indústria química lançou no ar uma nuvem tóxica, laranja - cor dos uniformes dos técnicos da Petrobras - com compostos de enxôfre , ferro e ácido nítrico. Este último é corrosivo e tóxico.

O perigo das explosões em instalações industriais é real, e uma ameaça ao meio ambiente e as pessoas.

Inevitável não lembrar de Bhopal, na Índia, Chernobyl, na Ucrania e recentemente Fukushima , no Japão, além das catástrofes por petróleo no Alaska - com o navio petroleiro Exxon Valdez - e recentemente a explosão de tubulações em uma plataforma de petróleo, da BP ,no Golfo do México.

Há que se repensar os protocolos de segurança.

Das profundezas da plutocracia

Contadora de Youssef diz que Eduardo Cunha resolveria “problema de notas”

11 de fevereiro de 2015 | 23:17 Autor: Fernando Brito
cunhapoza
A entrevista é ruim. Sofrível, se quisermos ser gentis.
Mas o fato é bombástico.
Meire Poza, contadora de Alberto Youssef, disse em entrevista à RedeTV! que um dos operadores do doleiro era o senhor Ari Ariza, que se gabava de “resolver qualquer problema” de notas fiscais com o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara.
Uma rápida pesquisa na internet revela que Ari Ariza é  Ari Teixeira de Oliveira Ariza, condenado em  2010 a pagar R$ 500 mil de multa por operações cambiais fraudulentas realizadas em 2002, num processo que envolveu a Eucatex (de Paulo Maluf), Flávio Maluf e a Corretora Bônus-Banval, aquela do padrinho de Paulo Roberto Costa, o falecido José Janene. Ah, e a UTC Engenharia, uma das metidas na “Lava Jato”.
A imprensa ignorou solenemente as declarações da contadora.
Mesmo ela tendo dito que  Ari “sempre disse que ele e o deputado Eduardo Cunha são bons amigos” e que “foi emitida uma nota no valor de mais de um milhão (em favor de Youssef). O Ari dizia que qualquer problema com a nota ele falaria com o Eduardo Cunha”
O Doutor Sérgio Moro vai pedir a prisão preventiva de Ariza?
Vai deixá-lo na carceragem da PF até ele assinar uma delação premiada contando como era colorida (de verde?) essa amizade com Eduardo Cunha?

Fonte: TIJOLAÇO
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Colonista da Fel-lha flagrado no HSBC !

Quem da “família Steinbruch” se esconde no HSBC ?

O Paulo Nogueira já manifestou sua perplexidade com o silêncio do PiG em relação ao mega-escândalo do vazamento das contas secretas na seção suíça do HSBC.

O amigo navegante sabe que o ansioso blog desse mal não padece.

Por que o PiG silencia, Paulo ?

Alguns motivos:

- o Brasil é o nono maior cliente do HSBC na Suíça;

- brasileiros lá depositaram US$ 7 bilhões;

- há 6.606 contas de brasileiros;

- e 8.667 clientes.

Viva o Brasil !

Se o PiG não faz nada, o que fará o COAF subordinado ao Ministro   Levy ?

E o Dr Moro e seus delegados aecistas e implacáveis ?

Será que tem dinheiro do Barusco lá ?

Depositado nos bons tempos do FHC.

E do amigo do Eduardo Cunha, personagem dessa inacreditável reportagem da RedeTV ?

O silêncio, caro Paulo Nogueira, talvez se explique pelo fato de um dos mais notáveis colonistas (ver no ABC do C Af) da Fel-lha, o magnífico empresário Benjamin Steinbruch pertença à família Steinbruch citada com toda a honra e destaque no Swiss Leak !

Steinbruch é aquele que arrematou a rede ferroviária do Nordeste por meia dúzia de dólares nos alegres tempos da Privataria do Príncipe.

Depois, como vice-presidente da FI EP (também no ABC do C Af), falou mal da Dilma e elogiou a Dilma…

Será que o General Assis Oliva poderá instar o Ministro Levy a bater na porta do HSBC e perguntar: quem mais, quem são os membros da família Steinbruch aí escondidos  ?

Na Argentina, está a Globo de lá, o grupo Clarin, devidamente fatiado por uma corajosa Ley de Medios.

Conversa Afiada convida o amigo navegante a fazer parte dessa divertida comunidade, a do #swissleak.

Quem sabe não descobre um amigo do peito lá ?

Em tempo: e os magnatas que compraram o jornal francês Le Monte estão uma fera, porque o jornal fez parte do consórcio, com o Guardian inglês e o La Nación argentina – que abriu o vazamento.

Em tempo2: sintomaticamente, nenhum jornal do PiG ousou entrar nessa arapuca … Quá, quá, quá !!!

Em tempo3: o Ministério da Justiça (americano, pelo amor de Deus !) vai processar os americanos que se esconderam no HSBC. Aqui, o Ministro da Justiça, como se sabe, nada vê, nada escuta, nada sabe.

Em tempo4: sobre como o HSBC comprou o Bamerindus, leia também o que o PiG não dissesobre José Eduardo Vieira e o Caixa Dois da campanha de FHC.


Veja os links:


http://www.icij.org/project/swiss-leaks/explore-swiss-leaks-data


Sobre a Globo da Argentina, o Clarín:

http://www.lanacion.com.ar/1767136-la-lista-de-empresas-argentinas-con-mas-fondos-en-el-hsbc-suizo


Sobre o Ministério da Justiça americano:

http://www.theguardian.com/news/2015/feb/10/hsbc-us-prosecutors-criminal-charges-elizabeth-warren


Sobre a pressão do dono à redaçao do Monde:

http://www.theguardian.com/media/greenslade/2015/feb/12/le-monde-owners-pierre-berge-criticism-hsbc-leak-press-freedom


Paulo Henrique Amorim


Fonte: CONVERSA AFIADA
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A medida que a operação Lava Jato vai retirando a sujeira, já se pode perceber os contornos.

Desta forma, todo o barulho feito pela velha mídia para incriminar o PT, o governo federal e a Petrobras, deixa claro que o noticiário tem sido manipulado propositalmente e que os casos de corrupção não atingem apenas políticos de um partido e sim uma constelação de políticos , como o caso citado acima do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado blindado pela  velha mídia, Eduardo Cunha.

Seria o caso de impeachment do presidente da Câmara ?


Com muito mais motivos e evidências do que citações sobre impeachment para presidenta Dilma, certamente Eduardo Cunha, uma vez comprovadas as denúncias, não apenas deve ser retirado da presidência da Câmara como pode ser alvo de um processo de cassação de seu mandato de deputado federal.


No entanto a velha mídia ainda não percebeu que a população já percebe os contornos da  operação Lava Jato, mesmo com a escassez de água, racionamento seletivo de informações e o volume morto sendo a solução para almas desesperadas.


Outro fato que merece destaque e que poderia mudar e ajudar os rumos da investigação da Polícia Federal, diz respeito ao swiss leaks, o caso bombástico de crimes de evasão de divisas e  de sonegação fiscal de algo em torno de 7.000 brasileiros, moradores de favelas high tech, endinheirados, e que estão devidamente cadastrados na lista suja do HSBC, flagrada pela inteligência digital.


Vem a tona, agora, não pelas águas do jato que lava mas sim pela precisão da isca digital, uma enorme lista de criminosos de luxo, onde até mesmo colunista do jornal Folha de SP - que certamente defende a moralidade com o dinheiro público - aparece fisgado na superfície suja dos lagos congelados ao pé dos alpes suíços.


O cruzamento dos dados da Lava Jato com as contas do Banco HSBC pode revelar muitas surpresas e golpear a hipocrisia e a manipulação do noticiário da velha mídia. 


A propósito, sobre o swiss leaks, o silêncio da velha mídia é sepulcral, tal qual uma cena de filme de terror, horror e suspense, quando o favelado endinheirado high tech se vê subitamente inserido no espectro bancário, a lista da morte, que surge das trevas do reino de Hades, a Plutocracia.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

50 tons de mentira

Os 50 anos da Globo

Comprovadamente ré num processo em que sonegou milhões de reais em impostos, a Rede Globo continua recebendo verbas milionárias dos cofres públicos, gastos em publicidades

10/02/2014

Editorial da edição 624
No final de semana, 7 de feve­reiro, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo dando a seguinte ordem:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato”
Atenção para a orientação
“Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar ne­nhum com citação ao Fernando Hen­rique”.
Conta o jornalista Luis Nassif que a ordem se deveu ao fato da reportagem da emissora ter procurado FHC pa­ra repercutir as declarações de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, que denunciou a existência do esquema de corrupção ainda no governo tucano.
Tanto quanto foi no mensalão (AP 470), cabe à Globo desinformar a po­pulação e criar no imaginário da po­pulação que a corrupção da Petrobras é uma invenção petista. Os tucanos, sejam os do governo de Yeda Cru­sius (RS), Aécio Neves (MG), Beto Ri­cha (PR) e os dos 20 anos do governo paulista, são probos... para a mídia.
Quantos mandatos o governo petista necessitará para se convencer de que o monopólio de comunicação exercido pela Rede Globo é um atentado à de­mocracia e é a maior trincheira, anti­democrática, de resistência às politicas sociais e à distribuição da riqueza pro­duzida em nosso país?
Um monopólio que nasceu e se con­solidou graças ao apoio que deu ao gol­pe militar, em 1964, destituindo um governo democraticamente eleito e jo­gando o país numa ditadura militar de duas décadas.
Não satisfeita em lamber as botas de governos ditatoriais, não poupou es­forços, nos seus 50 anos de malfada existência, a fazer a defesa de políticas entreguistas, do interesse do império.
Um entreguismo que está em seu DNA e que aflora, agora, com toda sua purulência nos ataques que faz à Pe­trobras. Fingindo combater a corrup­ção existente na empresa, uma prática entranhada desde governos anteriores ao dos petistas, esconde seus reais ob­jetivos: acabar com o sistema de par­tilha do petróleo, esquartejar e, pos­teriormente, privatizar a Petrobras. A mesma política entreguista defendida pelos tucanos José Serra, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. Assim, o e-mail da diretora de jornalismo da Globo, acima exposto, faz parte desse conluio mídia-tucanos, cada vez mais exposto à sua nudez.
Comprovadamente ré num processo em que sonegou milhões de reais em impostos, a Rede Globo continua re­cebendo verbas milionárias dos cofres públicos, gastos em publicidades. Re­cursos públicos que fortalecem uma mídia que se especializou em crimina­lizar a política, em atacar incessante­mente o atual governo, em condenar adversários políticos antes mesmo de qualquer julgamento, em promover assassinatos de reputações, em insti­gar os sentimentos mais antidemocrá­ticos, latentes nos segmentos mais re­acionários.
Um caso de sonegação que se asso­cia a outro crime: o processo foi furta­do da Receita Federal e até hoje per­manece desconhecido quem esteve por trás da funcionária que cometeu a ação criminosa. Sabe-se apenas que o furto, inexplicável até o momento, beneficiou indiretamente os réus do processo.
Sendo a família Marinho a mais rica do país, é compreensível que coloque seu império midiático contra as ini­ciativas de leis que defendem a neces­sidade de taxar as grandes fortunas, como ocorrem na maioria dos países desenvolvidos. Incompreensível é que esse arroto dos Marinhos, publicado como editorial no jornal da família, se torne a única versão a ser publicada pela mídia brasileira.
Não satisfeita em defender seus in­teresses econômicos e sua fortuna fa­miliar, não hesita em se contrapor às iniciativas de aperfeiçoar os mecanis­mos de participação popular na poli­tica e de fortalecimento da democra­cia em nosso país. Em outro recen­te editorial, a família Marinho se posi­cionou contra uma Assembleia Nacio­nal Constituinte, exclusiva, para que a sociedade possa promover as mudan­ças na política, reivindicadas nas gi­gantescas mobilizações populares, em junho de 2013. Ao se contrapor, utili­za como único argumento que se tra­ta uma iniciativa do PT para se man­ter no poder. Quando os tucanos com­praram votos de parlamentares para instituir a reeleição e assegurar o se­gundo mandato de FHC, nenhuma li­nha foi escrita.
Ignora, a Globo, propositalmente em sua incansável prática de promo­ver um jornalismo partidarizado, que essa inciativa pertence há centenas de movimentos populares, sindicais, estudantis e das pastorais de igrejas. Uma mobilização popular que em se­tembro do ano passado recolheu qua­se 8 milhões de assinaturas em defe­sa dessa proposta política.
Os setores conservadores aceitam apenas reforma políticas feitas sob o controle dos próprios parlamenta­res, confiando possuir a maioria no Congresso Nacional. Por isso, usan­do mais uma das artimanhas do mi­nistro Gilmar Mendes, conseguiram impedir que o STF decidisse favora­velmente pelo fim do financiamento privado de campanhas eleitorais, um dos principais focos de corrupção na política.
Estranhamente, o ministro Mendes recebeu da família Marinho o mesmo tratamento dispensado à FHC, quan­do denúncias envolvendo-o foram proibidas de serem divulgadas na re­vista Época.
A liberdade de expressão já é uma conquista do povo brasileiro, conso­lidada na Constituição Federal. É ne­cessário, agora, aperfeiçoar e fortale­cer esse direito, enfrentando o mono­pólio da mídia empresarial/familiar e democratizar a comunicação em nosso país. Que fiquem para trás os dias em que os Poderes da República eram reféns da família Marinho.

Fonte: BRASIL DE FATO
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Cinquenta anos de mentiras, crimes e acordos para prejudicar o país.

Sonegadores  confessos de impostos, ladrões, plagiadores.

Sem busto do chefe, veja delira sobre ciclovias em São Paulo


Sobre a matéria da Veja SP detonando as ciclovias

Postado em 09 fev 2015
HADDAD,CICLOVIA
Por Willian Cruz, fundador do site Vá de Bike.
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Eu havia me prometido não escrever nada sobre a matéria da Veja que sobe o custo médio das ciclovias para R$ 650 mil reais, mas com os comentários absurdos que tenho visto nas redes sociais, não me contive. Esse texto era para ser apenas um desabafo na minha página pessoal no Facebook, mas conforme escrevia fui buscando fontes e números e acabou saindo maior. Achei justo compartilhar minha interpretação dos fatos com todos vocês. É minha opinião pessoal, portanto você pode concordar ou não, mas pelo menos leia o que eu tenho a dizer.
A matéria da Veja sobre ciclovias foi construída para passar uma opinião. Para isso, utilizaram várias informações que já eram de conhecimento público, cortaram a parte que não lhes interessava, temperaram carregando nas tintas para dar o sabor desejado e serviram de forma a conduzir o raciocínio para o conceito no qual a matéria foi pautada: o de que o plano de ciclovias só serviria para desviar dinheiro.
Não por acaso, na sequência a Folha de São Paulo publicou uma pesquisa do Datafolha sobre a administração Haddad, reforçando até no título da matéria que menos gente tem usado a bicicleta em São Paulo. E como fizeram esse levantamento? Mediram? Fizeram uma contagem? Passaram uma tarde sentados observando? Não: perguntaram para pessoas nas ruas, talvez por telefone. Pode até ser que a metodologia tenha sido perfeita e que o universo estatístico tenha sido selecionado de maneira isenta, mas o fato é que quem pedala na cidade percebe claramente um aumento enorme de bicicletas nas ruas, principalmente nesse início de ano. Você, que pedala nas ruas, percebeu um aumento ou queda de setembro para cá?
Mas vamos a algumas considerações sobre a matéria da Veja.

Irregularidades

Se há alguma irregularidade no processo de contratação, ou na própria empresa que está tocando a obra da ciclovia da Paulista, é claro que isso deve ser apurado. Mas da maneira correta. Na matéria só há dúvidas e questionamentos, publicados com tintas de denúncia, seguindo a linha do que a edição nacional costuma fazer, expondo suposições que acabam por servir como prova incontestável para uma parcela de seus leitores. Me surpreende que a Veja São Paulo, que sempre teve posicionamento e qualidade jornalística que contrastavam com a publicação principal, tenha enveredado agora nesse caminho de difícil volta.

Demanda e importância de Paulista e Vergueiro foram ignoradas

Uma repórter da revista entrou em contato essa semana para obter ajuda com a matéria, em forma de dados e informações. Isso, diga-se de passagem, é algo completamente normal e corriqueiro. Atendo jornalistas ao telefone quase todos os dias. Ela me perguntou se a ciclovia da Paulista era importante e eu respondi que sim, expliquei os motivos, esclarecendo que fazer a ciclovia nas paralelas não seria uma boa solução e falando sobre a grande utilização da avenida por quem usa a bicicleta como transporte, mesmo sem haver ainda ciclovia.
Falei da contagem de ciclistas realizada na Paulista 5 anos atrás e falei de outras contagens, como Faria LimaEliseu, Inajar de Souza e Vergueiro. Sobre essa última, destaquei que pouco após a inauguração foi feita uma contagem que detectou 2 ciclistas por minuto no pico da tarde. E que agora, alguns meses depois, forma-se uma pequena fila de ciclistas quando o sinal fecha, relatando que semana passada mesmo havia três ciclistas à minha frente e outros dois vindo mais atrás (foto em destaque nessa matéria). Acrescentei que se eles fizessem uma breve contagem entre 18 e 19 h na altura do Paraíso, ficariam impressionados com a quantidade de ciclistas, e que esse era um dos indicadores de que a ciclovia da Paulista terá alta utilização, semelhante ou até superior à da Faria Lima.
E, de tudo isso, o que entrou na reportagem? Que a Faria Lima, a Eliseu e a Rio Pinheiros eram “os melhores trechos em funcionamento”, como sequência de um parágrafo que começa dizendo que “a maioria das faixas aparenta não ter muita utilidade prática como transporte público”. Não falaram nada sobre a Vergueiro, porque afinal é uma ciclovia do modelo novo, inserida no projeto que está sendo criticado, então a matéria não poderia falar bem. Também não citaram nem de leve a importância e o potencial de utilização da ciclovia da Paulista, porque também não vem ao caso, esse não era o objetivo da matéria.

Rio Pinheiros

A Ciclovia Rio Pinheiros foi citada como um dos “melhores trechos em funcionamento” em São Paulo, um bom exemplo de ciclovia útil para o transporte. O curioso é que não há estatísticas abertas sobre a Ciclovia Rio Pinheiros, que sofre interdições constantes, tem poucos acessos (alguns com escadarias perigosas) e reclamações sobre o risco de assaltos na pista da margem oeste. Por essas razões, tem sido muito menos utilizada para commuting do que seu verdadeiro potencial. Quem acompanha sabe. Mas é a ciclovia que foi inaugurada por José Serra, então bora lá contrapor sutilmente, mostrando como ciclovia modelo.
Ainda disseram que tem “piso bem conservado, boa sinalização e fluidez”. Se fluidez significa não precisar fazer paradas, claro que ela tem fluidez, pois não está integrada ao viário. Não é necessário parar em semáforos e cruzamentos, pois ela fica isolada, às margens do rio. Mas se você considerar como parte da fluidez a facilidade em acessá-la, fica difícil fazer essa afirmação. Muitos ciclistas a evitam, pois “fluem” bem melhor por fora dela, já que em alguns casos é necessário aumentar o trajeto em até 4 km para conseguir usar a ciclovia, em comparação com o uso da pista local da Marginal. Quanto à sinalização, não há muito o que sinalizar além do pavimento, que no trecho mais antigo já está bastante desgastado (o que não é de todo ruim, já que a tinta que foi utilizada ali escorregava demais quando molhada, cansando vários acidentes com ciclistas em dias de chuva).
Os primeiros 14 km da Ciclovia Rio Pinheiros, inaugurados em fevereiro de 2010, custaram R$ 714.285 por km, consistindo basicamente de recapeamento asfáltico de uma pista de serviço que já existia, com pintura em vermelho. Mas para a matéria da Veja, ela tem boa fluidez, piso bem conservado e boa sinalização. Divulgar o custo não ajudaria a compor o cenário da matéria, portanto deixaram de lado.

Faria Lima

O dinheiro para a expansão da Ciclovia da Faria Lima (por sinal, um projeto com pelo menos 10 anos) vem de outro lugar, da Operação Urbana Faria Lima. Os recursos são provenientes da outorga onerosa de potencial adicional de construção (CEPACs) e outras modificações à legislação de uso e ocupação do solo, concedidas aos proprietários de terrenos contidos no perímetro da Operação Urbana interessados em participar. É um dinheiro que já estava previsto, que não pode ser usado para obras fora da Operação e que engloba tanto a ciclovia como outras intervenções relacionadas, como reforma de calçadas e readequações do viário. Portanto, não deveria entrar nessa conta, foi colocada só para subir a média. E ainda por cima é uma obra que seria tocada por qualquer prefeito que fosse eleito, pois já estava em andamento.

Eliseu de Almeida

Quem conhece a região há mais tempo sabe que abaixo daquele canteiro central há o Córrego Pirajussara, por isso ele é elevado em diversos pontos, tornando a intervenção um pouco mais complexa. É preciso deixar tampas de serviço em alguns pontos da ciclovia, para que possam ser utilizadas como acesso ao córrego. Houve readequação do viário em alguns pontos, além de toda a construção do pavimento. Pouco provável que as ciclovias que serviram para calcular as médias em outros países tenham essa característica.
É correto usar um projeto com características diferenciadas no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções costumam se resumir a isolar um trecho do viário para a circulação de bicicletas, segregando no máximo com um meio-fio? Você decide.
O primeiro trecho da Ciclovia da Eliseu de Almeida, entregue em 2014, utilizou recursos provenientes de emendas de vereadores.

Custo da ciclovia da Paulista

O custo da ciclovia da Avenida Paulista é alto porque, como no caso da Faria Lima, não é só a ciclovia que está sendo implantada. Há intervenções como a reforma das calçadas na Bernardino de Campos e a passagem de fibras óticas pelo subsolo do canteiro central – que, por sinal, está sendo totalmente reconstruído. É justo colocar o valor total da obra nessa conta, pra subir assim essa média? É correto usar essa média, que inclui projetos com intervenções mais amplas do que tradicionalmente é feito em outros países, para uma comparação com médias mundiais? Decide aí e conta aqui nos comentários da página.

Estruturação da matéria

Conduzir o raciocínio não é complicado para quem tem experiência nisso. Os elogios rasgados à importância das ciclovias no início da matéria tem o objetivo de desarmar o leitor que é favorável a elas, mostrando que a matéria está do mesmo lado que ele, que a intenção é ter ciclovias sim. Uma ótima estratégia de comunicação para fazer a argumentação descer mais suave. Como vi em um comentário na minha timeline: “mas eles até elogiaram as ciclovias, não devem ter exagerado na matéria”.

Custo médio

Bem interessante o gráfico comparando o custo médio de ciclovias ao redor do mundo. Sério mesmo. Tudo bem que “apuração de um time de correspondentes no exterior” não é bem uma fonte, né, gente? Mas ok, os valores até que estão dentro do esperado. Só me pergunto por que ele não tinha aparecido até agora, quando se falava amplamente que 200 mil por km seria um completo absurdo.
A propósito, uma rápida busca por imagens de ciclovias em Berlim, a cidade que está no topo dessa lista, dá uma boa ideia de como elas são por lá: há ciclovias sobre a calçada, locais onde o ciclista circula a um palmo dos ônibus, em trechos onde não há nem tachões, só uma faixa branca, e situações de pavimento irregular e conversões esquisitas que deixariam os críticos paulistanos de cabelo em pé. E isso custando mais que o dobro da infraestrutura padrão implantada nas ruas de São Paulo.
Gostaria de ver um gráfico com o custo médio do km de avenida, ponte ou viaduto em São Paulo e no resto do mundo. Se alguém que nos lê se animar a fazer a pesquisa, apontando corretamente as fontes (em vez de “correspondentes no exterior”), publicaremos aqui.

Contra as ciclovias

Há em andamento um movimento contrário às ciclovias em São Paulo, organizado e estruturado por políticos de oposição, com apoio dos editores de jornais e revistas tradicionais. Isso fica claro quando se lê matérias como essa da Veja, como essa outra do Estadão ou mesmo as fan pages de alguns vereadores ou deputados de renome. O objetivo é claramente partidário e faz parte da disputa pelo poder, mas traz consequências diretas sobre nossas vidas e nossa integridade física – não só pelo risco de reverterem o processo de implantação, nos deixando novamente nus em meio a motoristas intolerantes, mas também pelas agressões e ameaças crescentes de motoristas a ciclistas nas ruas, que passam a nos ver como coniventes com tudo de ruim que se imputa ao partido político do prefeito, só por circularmos de bicicleta nas ruas.
O pior de uma matéria como essa é acirrar o preconceito com ciclistas na cidade, um efeito que pode, indiretamente, levar a ferimentos e mortes por intolerância no trânsito. Mas duro mesmo é ter que aguentar gente com dificuldade de interpretação (ou desonestidade argumentativa mesmo) dizendo aos quatro ventos que “o quilômetro de tinta tá custando 650 mil”. E se você contesta, é chamado de petista, com toda a conotação negativa possível, quase criminosa, como se você fosse conivente com tudo que acontece de errado no país, do mensalão à falta d’água, do escândalo da Petrobrás à crise de segurança pública, só por acreditar que as pessoas que usam a bicicleta merecem ter suas vidas protegidas por ciclovias.

Ciclovias salvam vidas

Enquanto se discute os pelos desse ovo, pessoas continuarão morrendo por falta de segurança no viário e pelo comportamento irresponsável de alguns motoristas. E o objetivo das ciclovias é justamente proteger quem se desloca de bicicleta. Nesse fim de semana, foi instalada a décima sétima Ghost Bike de São Paulo, uma bicicleta branca em memória de Noel Moreno Leite, que perdeu a vida na Av. Belmira Marin, zona sul da capital. E hoje, segunda-feira 9/2, uma moça ainda não identificada foi atropelada na Av. João Paulo I, Freguesia do Ó, Zona Norte. Em nenhum dos locais havia ciclovia.
Um exemplo bastante claro é a Av. Eliseu de Almeida. Prometida desde 2004 e mesmo com um fluxo diário de mais de 600 bicicletas (2012), a ciclovia só teve seu primeiro trecho concluído dez anos depois, em 2014. As mortes eram frequentes, como as de Lauro Neri (2012), Nemésio Ferreira Trindade (2012), José Aridelson (2013) e Maciel de Oliveira Santos (2014), e poderiam ter sido evitadas se as gestões anteriores tivessem atendido à demanda popular e às várias manifestações realizadas na avenida e junto à subprefeitura. Com o primeiro trecho pronto, em 2014, foram contados 888 ciclistas em 14h, um aumento de 53% em relação a 2012. Quase mil pessoas por dia que, agora, circulam de forma bem mais segura, sem o risco a que foram expostos Neri, Trindade, Aridelson, Santos e tantos outros anônimos todos os dias.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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O governo de Fernando Haddad na cidade de São Paulo é um sucesso.

Focado nas necessidades das pessoas , Haddad vem tomando medidas certas.

A construção de ciclovias  é apenas uma de tantas medidas bem sucedidas.

No entanto, a velha mídia , a frente com veja que até já perdeu o busto do fundador da Editora Abril no prédio da redação da revista, faz o papel, ou papelão, de desinformar a população mirando nas eleições municipais de 2016 quando deseja impedir a reeleição do atual prefeito.

Até mesmo a gravíssima crise hídrica que racha solos e mentes em São Paulo, fruto da incompetência dos sucessivos governos do PSDB no estado de São Paulo, é atribuída ao prefeito Haddad, como fez recentemente o jornal, jornal ? Folha de SP em uma matéria com chamada em primeira página.

Na última pesquisa de opinião do Datafolha, instituto do jornal, jornal ? Folha de SP, a aprovação do governo de Haddad teria caído , o que é algo estranho, assim como é estranho a velha mídia se posicionar contrária a implementação de políticas e intervenções que venham a facilitar a vida das pessoas, como no caso da mobilidade  urbana inserida na construção de faixas exclusivas para os ciclistas.

Cidades que priorizam a construção de ciclovias  e que  incentivam a locomoção segura através de bicicletas revelam -se com a evolução das cidades no sentido de resgatar , ou modificar , as prioridades colocando, dessa forma, o Homem como prioridade.

Criticar a humanização das cidades com consequente melhoria  na qualidade vida das pessoas , como faz Veja, que perdeu o busto do Civitão no prédio, e toda a velha a mídia é andar na contramão da evolução.

Resultado de imagem para busto do Civita na editora Abril 
Busto retirado pelos novos inqulinos

Realmente , a velha mídia brasileira é a expressão maior do atraso, e a retirada do busto do fundador da editora Abril é algo emblemático.

Na história , a queda de impérios se consolida quanto se derruba estátuas e bustos dos antigos governantes.

São imagens marcantes.

No caso de Veja, ao que parece , a retirada se deu por conta dos novos inquilinos do estabelecimento comercial onde a editora Abril ocupa, ainda, uma meia água e respira por aparelhos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A energia escura e o vácuo

Raimundo Bonfim e Julian Rodrigues: PT tem de sair dos tapetes de Brasília e ganhar as praças e ruas do Brasil

publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 16:29
Onda vermelha PT
Luta política  e  mobilização social

 Raimundo Bonfim   e  Julian Rodrigues, especial para o Viomundo
A última pesquisa do Datafolha quantificou o que muitos de nós já intuíamos.  Os índices de   bom/ótimo  do governo Dilma caíram de 42% para 23% .  A avaliação negativa subiu de 24% para 44%.  Mais preocupante ainda: a parcela dos eleitores que têm o PT como partido favorito caiu de 22% para 12%. Isso tudo em pouco mais de um mês.
A composição conservadora do Ministério (com Kátia Abreu e Levy como símbolos) e a opção pelo ajuste fiscal – afetando as políticas sociais –  trouxe decepção, desconforto e um distanciamento do governo do bloco político e social que se mobilizou para reeleger Dilma.
Por outro lado, a direita, a grande mídia e setores conservadores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal operam 24h por dia para desgastar o governo e criminalizar o PT. A ofensiva sobre a Petrobras é para mudar o regime de partilha para concessão, inviabilizar a estatal como operadora única do pré-sal – e, no limite, viabilizar sua privatização.
Tudo é escândalo, tudo é crise, mas o foco é só o governo e o PT, eximindo qualquer outro Partido. Uma ofensiva brutal, diuturna. Na última semana, voltaram a sinalizar com o cenário do impeachment, em um movimento liderado pelo próprio FHC.  A militância que foi às ruas está atônita com o avanço da direita e se sente traída com as primeiras medidas do governo.
Do nosso lado, a estratégia vitoriosa que nos permitiu derrotar Marina no primeiro turno e Aécio no segundo foi abandonada.  Desde a eleição, Dilma só falou com a nação na posse e na primeira reunião do novo ministério. Silêncio absoluto. Não há mais confrontação de projetos. Obviamente que com corte de gastos sociais e aumento de juros ficou mais difícil sustentar a polarização programática.
A opção pela apatia e pelo imobilismo pode levar o campo progressista à nossa maior derrota. Enquanto os conservadores não pararam a campanha eleitoral por um minuto sequer, Dilma e a maioria do PT depuseram as armas. Agimos como um lutador de boxe que acabou de ganhar um round difícil, por pontos, e, imediatamente depois  resolveu sentou-se no corner e se deixa espancar, sorrindo.
A esse cenário de crise política é preciso acrescentar as dificuldades econômicas. Com quadro internacional difícil, as medidas fiscalistas, o aumento de juros, restrição de direitos e benefícios previdenciários e mais o brutal racionamento de água em São Paulo.  2015 tende a ter crescimento zero ou levemente negativo.   Renda e emprego – o grande trunfo da nossa sustentação – podem começar a ser afetados.
É preciso reagir imediatamente à ofensiva conservadora, privatista e golpista.  Os discursos de Lula e Rui Falcão na festa de aniversário do PT sinalizaram um rumo importante. O desafio é transformar essas intenções em mobilização concreta.
O caminho é rearticular o bloco político e social que viabilizou a histórica vitória de Dilma no segundo turno. Recompor a frente de esquerda e progressista que rejeitou Aécio e votou   para aprofundar as mudanças no segundo governo Dilma. Um bloco liderado pelo movimento sindical, popular e social, como por exemplo, o Levante Popular da Juventude e Consulta Popular, PT, PSOL PCdoB, setores do PSB e PDT, artistas e intelectuais progressistas.
Como disse o Márcio Pochmann: “uma frente de esquerda com uma agenda alternativa”. A rigor, nem é uma agenda alternativa, mas o programa vitorioso nas eleições: constituinte exclusiva para reforma política, democratização da mídia, reforma agrária e urbana, mais políticas sociais, aprofundamento do modelo de desenvolvimento com distribuição de renda.
A tarefa é complexa: defender o governo Dilma contra o golpismo de direita, e, ao mesmo tempo, combater e  derrotar o ajuste fiscal proposto pelo próprio governo.  A melhor maneira de enfrentar a ofensiva conservadora é a luta política permanente e a mobilização social.  Debate ideológico e gente na rua.
O modelo de governabilidade baseado em concessões ao grande capital, baixo enfrentamento político, afastamento dos movimentos sociais e de suas bandeiras históricas, abandono da luta pela hegemonia e alianças com a centro-direita esgotou-se.  Não é mais possível continuar melhorando a vida da maioria do povo sem dar um salto político rumo às reformas estruturais.
No atual cenário de crise econômica e direita em ascensão avançar com o projeto democrático-popular demanda atingir de frente interesses econômicos, com uma reforma tributária que taxe as grandes fortunas e acelerando a reforma agrária, por exemplo.
No front político-ideológico, sem enfrentar a questão da reforma política e da regulamentação da grande mídia é impossível qualquer avanço. É claro que precisamos defender o governo, mas em especial, urge que a esquerda e os movimentos sociais disputem nas ruas a implementação do programa vitorioso. E o PT deve ser a principal força política a nos liderar nesse imperioso  embate– que deve sair dos tapetes de Brasília e ganhar as praças e ruas do País.
Julian Rodrigues, licenciado em Letras e especialista em economia do trabalho, é  ativista de Direitos Humanos e LGBT.
Raimundo Bonfim, advogado, é coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP-SP).

Fonte: VIOMUNDO
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Delação premiada “não vale” no caso dos trens do PSDB, diz STF

10 de fevereiro de 2015 | 18:46 Autor: Fernando Brito
fux
Do site Jota, especializado em cobertura do Judiciário , agora à tarde, em reportagem de Luiz Orlando Carneiro:
“Com o “voto de Minerva” do ministro Luiz Fux, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal arquivou, nesta terça-feira (10/2), o inquérito (INQ 3.815) relativo ao suposto esquema de formação de cartel em licitações do sistema do metrô de São Paulo, entre 1998 e 2008 (Caso Alstom-Simens).
O inquérito “subiu” ao STF porque tinha, entre os indiciados, o ex-deputado federal e atual suplente de senador José Aníbal (PSDB-SP) e o deputado Rodrigo Garcia (DEM-SP), no exercício do mandato.
No dia 25 de novembro último, o ministro Fux pedira vista dos autos, quando se verificou o empate de dois votos a dois (as turmas do STF têm cinco membros) no julgamento da questão de ordem levantada pelo relator do processo, ministro Marco Aurélio, sobre a continuidade das investigações que envolveram os dois políticos.
Os ministros Luís Roberto Barroso e Rosa Weber tinham votado pelo prosseguimento do inquérito, por entenderem ser cabível a promoção de novas diligências, já que – embora frágeis – havia indícios de ligação dos parlamentares com os “fatos narrados”. Além disso, consideraram haver “interesse público” no prosseguimento da apuração.”
A base das acusações era a “delação premiada” do ex-diretor  da divisão de transporte da  Siemens, Everton Rheinheimer. Em depoimento à Polícia Federal,Rheinheimer declarou que parlamentares recebiam propinas de multinacionais, entre eles os dois com foro privilegiado.
Como Rheinheimer não tinha conta no exterior, não era condenado da Justiça e não acusou ninguém do PT o que ele diz não é tão crível quanto, é claro, o que diz o “bandido profissional” (palavras de seu juiz “particular” Sérgio Moro) Alberto Youssef.
O relatório de Fux diz que, apesar da citação feita pelo ex-diretor da multinacional alemã, não havia menção direta aos parlamentares do PSDB e do DEM. E, então, “matou no peito” e desempatou a votação, extinguindo o processo.
Fonte: TIJOLAÇO

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JORNALISMO POLÍTICO

A máquina de forjar notícias

Por Luciano Martins Costa em 11/02/2015 na edição 837
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa OObservatyórioservatório, 11/2/2015

Os jornais de quarta-feira (11/2) trazem alguns exemplos de como o filtro da mídia distorce a realidade a ponto de produzir contextos obscuros e, muitas vezes, contraditórios. A explicação é bastante simples: como o interesse do produto jornalístico não é informar, mas causar determinado estado de espírito, tudo de relevante que acontece é tratado com o mesmo viés, colocado numa forma de um mesmo padrão – mas as peças resultantes não se ajustam, ou, quando se encaixam, formam um desenho que não faz sentido.
Vamos exemplificar com algumas notícias do dia.
Primeiro, o movimento do novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em seu esforço por ganhar relevância no cenário político: ao patrocinar uma votação que obriga o Executivo a honrar as emendas parlamentares, ele coloca o Parlamento em choque com as medidas que o empresariado (e a imprensa) vem defendendo – e com as quais o governo havia concordado; ao excluir o Partido dos Trabalhadores da comissão que deve planejar a reforma partidária-eleitoral, ele tira os governistas de um contexto controverso, porque sabe-se que o Congresso não quer uma reforma para valer.
Assim, o potencial de aumento das despesas públicas provocado pelo favor que o presidente da Câmara faz a seus pares cria argumentos para o Poder Executivo buscar recursos em outra fonte, como, por exemplo, na tributação de grandes fortunas, o que certamente favoreceria a popularidade da presidente da República. Ao mesmo tempo, limpa o terreno para uma reaproximação entre o governo e as lideranças sindicais. Por outro lado, sem cargos na comissão da reforma política, o PT assume o papel em que historicamente fica mais à vontade: o de oposição crítica.
Sabe-se que o deputado Cunha é basicamente um negociador, e que seus movimentos iniciais são parte da estratégia para estabelecer um patamar de poder a partir do qual poderá comandar aquela parcela do Congresso que os jornalistas chamam de “baixo clero” – que sobrevive politicamente à base de verbas obtidas com emendas ao orçamento.
O que não se sabe, mas pode-se conjecturar, é se o novo presidente da Câmara alimenta ambições maiores e que talvez esteja de olho na proposta de impeachment da presidente da República, que vem sendo estimulada pela imprensa.
Desculpas ignoradas
Outra notícia relacionada ao embate entre o Legislativo e o Palácio do Planalto dá conta de que o presidente da Câmara pretende convocar todos os ministros para darem explicações sobre seus planos de governo. O potencial de conflitos nesses encontros – que podem se transformar em interrogatórios constrangedores – colocaria em risco a aliança governista, e é preciso lembrar que a caneta dos cargos e verbas fica com o Executivo, o que poderia produzir um tiro pela culatra.
Além disso, mas sem esgotar a lista dos temas controversos trazidos à agenda pública pela imprensa, convém observar que o escândalo da Petrobras ficou subitamente ausente das manchetes. A decisão do Supremo Tribunal Federal, de arquivar o inquérito contra políticos paulistas do Partido Democratas e do PSDB no caso dos trens metropolitanos, ganha destaque e alimenta suposições de que a Justiça oferece tratamentos desiguais conforme a origem do delito.
Por mais que acredite no que lê, o cidadão pode achar suspeita a diferença entre os dois casos de corrupção. Num deles, o noticiário aponta diretamente para o núcleo político do governo federal e criminaliza a Petrobras; no outro, a imprensa criminaliza empresas supostamente corruptoras, inocenta o Metrô e a Companhia de Trens Metropolitanos e reduz tudo a um caso de cartel, fazendo de conta que o esquema funcionou por vinte anos sem a participação de políticos.
O processo iniciado com a Operação Lava Jato vai demorar muito tempo, e não há como manter o assunto nas manchetes diariamente, a não ser como exercício de campanha, com a administração seletiva de vazamentos do inquérito. Assim, a imprensa aproveita qualquer citação para requentar o assunto, criando um clima de apocalipse em relação à Petrobras.
Os jornalistas sabem que o processo ainda tem muito terreno pela frente, e quando estiver no fim, ainda será preciso determinar as responsabilidades de quem irá prover recursos para atender aos pedidos de indenização e compensações financeiras que vierem a ser atendidos pela Justiça.
A mídia tradicional ignora o histórico da corrupção e trata de amplificar qualquer suspeita sobre personagens ligados de alguma forma ao governo. O caso do geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração da estatal, é exemplar: a acusação que lhe foi feita peloJornal Nacional, da TV Globo, ganhou destaque imediato; o desmentido e o pedido de desculpas da emissora (ver aqui) foram praticamente ignorados pela mídia.
É assim que funciona.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Depois do ex-gerente Pedro Barusco, outro 

delator da Lava Jato, Augusto Ribeiro de 

Mendonça, da Setal Engenharia, confirma: 

cartel das empreiteiras começou a funcionar na 

Petrobrás nos anos 90. 

E agora? 

Globo vai impedir também a divulgação desse  

depoimento, com fez com o de Barusco, que  

admitiu receber propina desde 1997 ( desde o 

primeiro governo de Fernando Henrique 

Cardoso )?

Fonte: CARTA MAIOR
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Se de fato um processo de impeachment ganhar corpo, mobilizações  sociais irão acontecer.

Pela direita, em favor do impeachment, pela esquerda contra o impeachment, e com a maioria da população contra o golpismo antidemocrático e contra os que lutam para ficar no Poder e os querem tomar o poder de forma golpista.

Um processo de impeachment não significa a vitória da direita e pode colocar o país em uma convulsão social, onde a maioria do povo rejeitará todos sem saber o que deseja no lugar.

Existe um vácuo político em formação em meio a energia escura que paira na política brasileira.

O resultado de tudo isso ainda é uma incógnita, no entanto a direita e a velha mídia estão em um processo de incendiar o país.

Impossível imaginar que a maioria dos eleitores de Dilma saiam às ruas em defesa de um governo que resolveu implementar o programa da oposição. Das ruas, o governo Dilma terá , apenas, a defesa de uma pequena parcela de seus eleitores.
Por outro lado, a oposição resolveu partir para cima do governo, na tentativa de destituir a presidenta do cargo, alegando envolvimento com os casos de corrupção na Petrobras.

Nesse cenário, o governo Dilma perdeu o apoio de seus eleitores e vem sendo atacado ferozmente pela velha mídia e oposição.
Enquanto governo, com o programa que resolveu implementar,  caminha para o suicídio.

Se não existisse a manipulação midiática com os casos de corrupção da Petrobras, o governo Dilma seguiria como seu programa de oposição e certamente, nas eleições de 2018, Dilma não faria seu sucessor, mesmo com Lula acenando sua candidatura para as próximas eleições.
No entanto, o caso de corrupção da Petrobras existe, assim como a corrupção na estatal, e qualquer pessoa com um mínimo de informação sabe que a corrupção na Petrobras não é fruto do governo Dilma, ao contrário, vem de longa data e se acentuou nos governos de Fernando Henrique Cardoso.
O governo Dilma, assim como os governos Lula, tem o mérito de investigar casos de corrupção no governo - daí os casos de corrupção na Petrobras -  algo que o governo de Fernando Henrique Cardoso não fez.

E aí que entram a oposição e a velha mídia, manipulando o noticiário, omitindo informações, e usando a corrupção na Petrobras para desgastar o governo de Dilma, tentar destruir a Petrobras e entregar as reservas de petróleo do país para empresas estrangeiras, além , claro, de tentar um impeachment da presidenta da república.

Nesta semana foi criada  no congresso nacional uma CPI - comissão parlamentar de inquérito - para investigar os casos de corrupção na Petrobrás. 
Interessante, que a Comissão da verdade sobre os crimes da ditadura militar, quando criada, as oposições e os militares não aceitaram que  se investigasse somente os crimes durante o período da ditadura militar - 1964 até 1985 -, exigindo que o período de investigação fosse a partir  do final da década de 1940.
No entanto, a CPI da Petrobras criada no âmbito do Congresso Nacional - logo diferente da Comissão da verdade - pretende investigar apenas as denúncias de corrupção na estatal  durante o governo Dilma, tentando, desta forma, imputar aos governos do PT a responsabilidade pelos casos de corrupção na estatal, o que  não é verdadeiro.
Que fique bem claro, os esquemas de  corrupção na Petrobrás tiveram início no final dos anos da década de 1970, ainda nos governo militares, cresceram  de forma assustadora nos governos de Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990,  e engordaram nos governos de Lula e Dilma.

Convocar a população  ou eleitores de Dilma para defender seu programa de governo, parece uma ingenuidade, já que a maioria dos eleitores não votou na agenda que a presidenta resolveu implementar.
Por outro lado, as posições com os desgastados do PSDB e outros políticos , não tem a simpatia da população e vem sendo rejeitados já por mais de uma década pelo povo brasileiro, ou seja, não tem representatividade para manipular o povo em prol de seus objetivos .

Nesse quadro de desgaste dos partidos políticos e dos políticos em geral - daí a necessidade de uma reforma política como a apresentada por Dilma - a velha mídia faz o papel de um partido político, em feroz oposição aos governos do PT, se utilizando de sua bancada privilegiada de informar, para tentar conduzir o processo político no país, desinformando propositalmente a população sobre os casos de corrupção na Petrobras de maneira a pavimentar um caminho para destituir a presidenta do cargo.

Esse é o ponto , ou a ponte, para a população ir para as ruas, independente de orientação política ou mesmo simpatia pelo governo federal.
Está sendo costurada uma tentativa de golpe de estado, supostamente amparado em leis, com o objetivo de destruir o PT, destituir a presidenta do cargo e entregar as reservas de petróleo para empresas estrangeiras, com a alegação de incompetência na gestão da estatal.

Acima de simpatias por partidos políticos ou por governos, o que está em jogo é a defesa do regime democrático e do estado de Direito, que estão sendo atropelados por setores das oposições, da mídia e mesmo do judiciário.

Essa agenda  também deve incluir a defesa por uma reforma política que dentre outras coisas elimine o financiamento de campanha por empresas privadas - o globo defende , através do colunista Merval, que as empresas privadas continuem financiando políticos  - e convoque uma constituinte específica para tratar do assunto. É através de uma ampla reforma política que se espera que  os casos de corrupção sejam reduzidos a níveis civilizados nas esferas dos governos federal, estaduais e municipais.

As investigações da Polícia Federal não podem sofrer pressões ou serem utilizadas,como vem acontecendo, com vazamentos seletivos para a velha mídia. 
Também as obras e investimentos da Petrobras não podem ser interrompidos ,prejudicando empresas, trabalhadores e a economia do país.

Ainda na agenda das ruas uma ampla reforma dos meios de comunicação.

Defesa da democracia e dos resultados dos urnas;
Defesa do estado de Direito;
Reforma política com assembleia constituinte;
Reforma dos meios de comunicação.
Manutenção dos contratos, investimentos e obras da Petrobras durante as investigações.

É com essa agenda mínima que se deve construir, e logo, uma grande frente popular para ocupar as ruas, a exemplo das manifestações de junho de 2013.

Já no campo dos partidos políticos, governo e oposição são farinha do mesmo saco e se faz necessário, na ideologia e visão deste blogue, a criação de uma frente de esquerda que reúna políticos e partidos de esquerda em torno de uma visão alternativa para disputar as ruas e as próximas eleições.