ECOS DA VIOLÊNCIA
Linchadores por todos os lados
Por Luciano Martins Costa em 08/05/2014 na edição 797
Nas edições de quinta-feira (8/5), os jornais seguem dando repercussão ao linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, trucidada no sábado (3/5) por uma multidão no bairro de Morrinhos, município de Guarujá, litoral paulista. O leitor encontra referências à investigação policial e declarações do criador da página do Facebook que teria espalhado o boato sobre uma suposta sequestradora de crianças, tido como o motivo do crime.Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 8/5/2014
No meio do espanto geral, uma entrevista do marido da vítima ao Globo parece uma voz deslocada dessa algaravia, por sua triste serenidade. O viúvo conta como foi o último dia com Fabiane e fala sobre a rotina da família, o drama dos surtos que ela sofria quando faltavam medicamentos para a depressão. O resto da reportagem descreve como ela foi confundida com a figura mitológica da sequestradora que estaria usando crianças para rituais de magia negra.
O contexto é o da mais absoluta miséria social, aquela que afeta o discernimento das pessoas, descrita no vocabulário marxista clássico como o ambiente do lumpemproletariado.
Dificilmente se irá encontrar essa abordagem na imprensa hegemônica, porque isso significaria penetrar nas contradições do capitalismo e nas dores que uma sociedade sofre no processo de reduzir as diferenças sociais. Por essa razão, o leitor de jornais precisaria buscar algumas fontes primárias para compreender como determinados segmentos da população podem viver na fronteira da civilização com a barbárie, em pleno século 21.
Antes, porém, convém observar que a visão de mundo obscurantista não é característica exclusiva do indivíduo miserável, sem educação formal. Essa espécie de analfabetismo político, que inibe a consciência do papel do indivíduo no contexto social, também se revela nas camadas superiores de renda e de escolaridade.
As manifestações de não-civilidade das classes privilegiadas podem ser observadas na opinião de colunistas da imprensa que estimulam o radicalismo e a intolerância. Trata-se, neste caso, de uma lumpemburguesia, tão pobre de espírito quanto os lumpemproletários.
As dores da democracia
A expressão lumpemburguesia foi criada por Andreas Gunder Frank (1929-2005), sociólogo e economista americano de origem alemã, cujas ideias, curiosamente, têm origem semelhante às que levaram o sociólogo brasileiro Fernando Henrique Cardoso a adaptar a teoria da dependência econômica à América Latina.
Frank elaborou essa derivação da expressão marxista para identificar a presença do analfabetismo político no topo da pirâmide social, ao descrever o perfil reacionário e irracional de certa classe burguesa latino-americana, que repudia sua nacionalidade e age contra os interesses de seu próprio povo.
Por que estamos derivando para esse tema? O que isso tem a ver com o assassinato brutal de Fabiane Maria de Jesus?
Porque a imprensa, objeto de nossa observação, parece justificadamente indignada com o trucidamento da dona de casa, mas não percebe o mal que produz ao tolerar os linchamentos morais que fazem a rotina de suas páginas. Ao despejar seletivamente suas rajadas contra as instituições públicas, a imprensa provoca a demonização dos poderes republicanos, criando no imaginário do lumpemburguês e do lumpemproletário uma aversão ao regime democrático e à legitimidade da ordem social.
É função da imprensa fazer a crítica pública do poder, mas também é sua obrigação fazer a defesa do regime democrático, sem o qual a própria imprensa deixa de existir. O descrédito de instituições como o Congresso Nacional, por exemplo, tem origem no desempenho de parte de seus integrantes, atados em alianças que desfazem o sentido ideológico do sistema político, mas não há como fugir à evidência de que as denúncias espetaculosas, sempre discriminadas em função desta ou daquela sigla, dão ao analfabeto político a convicção de que é tudo a mesma porcaria.
O lumpemproletário se julga dotado de uma razão pura ao promover o que considera “justiçamento”. O lumpemburguês considera justificados seus preconceitos pela visão depreciativa que a imprensa lhe apresenta diariamente de seu próprio país e seu povo.
Entre os dois focos da ignorância, a democracia brasileira sofre as dores do crescimento.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Os filhos de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade que comentam no G1
Postado em 05 mai 2014
deseduca e deforma |
“Alguém tem que matar esse cara!!! Tá na hora de invadir a casa desses políticos e matar todo mundo!!! Eu vou ficar e organizar tudo pela net. Preciso de voluntários para fazer o serviço sujo.”
Este é um comentário que um leitor do G1, da Globo, postou numa reportagem que contava que Genoino decidira recorrer ao plenário do STF contra a decisão de Joaquim Barbosa de devolvê-lo à Papuda.
É um comentário clássico do G1. Há outros parecidos. Ele não é uma aberração no universo do portal da Globo, mas a regra, a norma, o padrão. “Morre logo, Genoino!”, brada outro comentarista. Um outro diz que o vaso sanitário deveria ter caído na cabeça de Genoino.
Isso tudo oferece material para uma fascinante reflexão.
Primeiro, e antes de tudo, alguém lê os comentários dos leitores no G1? Os acionistas? Os anunciantes? Os editores? O autor do texto? O porteiro?
Alguém, enfim?
Sabe-se que, na internet, os comentários fazem parte da discussão, tanto quanto o texto que lhes dá origem.
No DCM, acompanhamos um a um. Em nosso manual de regras, está estipulado que rejeitamos coisas como insultos e incitações à violência. O motivo é simples: isso estraga o debate.
Bom site é aquele que tem boas discussões. É notável que isso seja ignorado pelo G1, a maior apista da Globo para sobreviver na Era Digital que vai matando suas mídias.
Você pode classificar os autores de comentários como o que abre este artigo como os filhos de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade. São intolerantes, raivosos, agressivos, racistas, ignorantes, desinformados, maldosos, desumanos, preconceituosos — e perfeitos para serem manipulados. É o tipo de gente que, na Idade Média, acendia os troncos de árvores para queimar pessoas e, na Alemanha de Hitler, vibrava com a violência contra as “raças impuras”.
São – repito – os filhos de Azevedo e Sheherazade.
Você percorre os comentários e logo descobre quem eles idolatram, além de seus pais espirituais. Joaquim Barbosa é intensamente admirado, por exemplo. O “menino pobre que mudou” o Brasil acabou conquistando a escória da sociedade brasileira, sua parcela mais repugnante. Trabalhou para isso, é preciso notar. Ninguém conquista o coração – se existe coração no caso – daquele grupo sem se esforçar por isso.
Outro ídolo daquele grupo é Bolsonaro, o exemplo maior de político para eles. Eduardo Campos e Marina são dois perigosos comunistas. Menos que Lula e Dilma, é verdade, mas não muito.
Um jornalismo decente se esforça por elevar seu público. Os filhos de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade foram rebaixados à degradação humana por articulistas e publicações interessados em mantê-los na mais completa escuridão mental, porque assim é fácil manobrá-los e perpetuar um Brasil campeão da desigualdade social.
No caso específico de Azevedo, faz tempo que seu blog parece um asilo de lunáticos fanatizados. Considere este comentário tão comum entre os leitores do blog de Azevedo: “Genuino guerreiro do povo brasileiro. Mostra que tu e homem … Pera ai ge ge, tu vai ficar na mesma cela com Zé…? Hum isso não vai prestar.”
Aqui, uma distinção: Azevedo sabidamente lê todos os comentários e, metodicamente, deleta os que não o saúdam porque são obra de “petralhas” — palavra que ele se orgulha de ter criado como se houvesse escrito Guerra e Paz. Isto significa que ele chancela o leitor que afirma que “não vai prestar” Genoino e Dirceu na mesma cela.
Sinal dos descaminhos da mídia, com esse tipo de conteúdo imbecilizante Azevedo vai conquistando cada vez mais espaço: fora a Veja, está presente também na Folha e na Jovem Pan. Quanto tempo até ter um programa de entrevistas na Globonews?
Uma das ironias, em tudo isso, é que o dinheiro público – via Secom – foi (e é) largamente empregado para patrocinar colunistas e publicações que vão dar no leitor do G1 que deseja invadir a casa de políticos como Genoino e matar todo mundo.
Este leitor fez sucesso entre seus pares. O G1 tem uma ferramenta pela qual você pode aplaudir ou vaiar comentários. Nenhuma pessoa o tinha vaiado no momento em que escrevo. Vinte tinham aplaudido.
Alguém lê os comentários, portanto, para voltar à pergunta que fiz lá para trás. Mas não são os acionistas, e nem os editores, e nem os anunciantes. São os leitores do G1.
Um site é o reflexo de seus leitores e de seus comentaristas.
O G1 é uma prova disso.
Fonte: DCM
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O discurso “sheherazade” do Globo
Enviado por Miguel do Rosário on 07/05/2014 – 5:04 pm
Interfono e peço para o zelador colocar os jornais no elevador, como sempre faço. Quando os recolho e os trago para casa, mal consigo reconhecê-los, porque há uma capa “promocional”, tanto no Globo quanto no Valor. Propaganda dos Correios, que está promovendo sua nova marca.
A matéria principal no Globo é o linchamento de uma moça em Guarujá, São Paulo, por um crime que ela não cometeu, após a divulgação de um falso boato pela internet.
Merval Pereira está de férias, e por aí se vê uma coisa interessante: a gente reclama da falta de bons quadros de esquerda no parlamento e nos ministérios, mas a direita também sofre com a escassez de mão-de-obra qualificada. Por exemplo: Merval viaja e eles não tem um substituto para ocupar seu lugar. O principal jornal da cidade, o mais influente do país (por pertencer à Globo, que tem a emissora de TV de maior audiência) ficará sem colunista político por semanas a fio, o que me parece incrível. A gente especula que Merval deve ganhar mais de meio milhão de reais por mês – para escrever, diariamente, um petardo antipetista sem compromisso nenhum com fatos, objetividade ou justiça. O objetivo de Merval é o mesmo do Globo: derrubar o PT. Daí vale tudo. Com patrocínio do governo federal, claro, como se vê pela “capa promocional” dos Correios, que deve ter custado alguns milhões de reais.
Não tem Merval, mas o besteirol continua.
O editorial do Globo de hoje deveria ser lido, em rede nacional, por Rachel Sheherazade, a apresentadora do SBT que defendeu, há alguns meses, um grupo de linchadores do Flamengo, bairro da zona sul do Rio.
Só que o Globo é pior, claro. Mais pérfido, mais partidário, mais direto. É um texto oleoso, confuso, que a pretexto de criticar a “barbárie”, termina chancelando-a e culpando a “desordem no poder público” e o PT.
Perto do final do texto, o Globo cita uma frase, provavelmente descontextualizada, do sociólogo José de Souza Martins, professor da USP, em que, praticamente, justifica a cultura do linchamento:
Como diz o professor em um dos seus livros: “o linchamento não é uma manifestação da desordem, mas de questionamento da desordem”.
Como é que é? Num país com emprego pleno e índices de pobreza caindo aceleradamente, pode-se falar que linchamentos são “questionamentos da desordem”?
O texto encerra culpando o PT por tudo:
O mau exemplo do PT chega a ser mais daninho, por ter conquistado o poder com a aura de extrema seriedade e honestidade. Ao trair as promessas de defesa intransigente da ética, dá grande contribuição, infelizmente, ao descrédito da população diante dos poderes constituídos.
O Globo não apenas fez um texto defendendo o linchamento; ele afirma que o linchamento que ele, Globo, estimula diariamente, contra PT e governo, tem justificativa, porque o partido teria traído “promessas de defesa intransigente da ética”. Todo o linchamento patrocinado pela Globo contra os réus do mensalão, um linchamento na forma de editoriais, charges, infográficos, reportagens sem compromisso com a verdade, omissão de contraditório, manipulação das informações, fica então assim justificado porque linchamentos são “questionamentos da desordem”.
Tudo com patrocínio dos Correios, é claro, porque ninguém é de ferro, e os Marinho também precisam comprar o leite das crianças.
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Quando o povo é sucesso, as elites brasileiras fazem de tudo, em um vale tudo, para diminuí-lo.O PT - Partido dos Trabalhadores - sofreu uma derrota injusta nas eleições presidenciais de 1989.
A história todo mundo conhece e não vou repeti-la agora.
Diante da violência que sofreu naquele início da década de 1990, o Partido dos Trabalhadores criou o que chamou de governo paralelo, ao governo eleito de Fernando Collor.
O governo paralelo, de fato, atuou apenas como fiscal, crítico e investigador das ações do governo federal.
Não se pode afirmar, com isso, que o PT tenha sido o responsável pela queda de Collor, porém teve participação em todo o processo que antecedeu o impeachment e ainda depois, ao se reafirmar como um partido defensor da ética na política, algo inexistente na vida política brasileira sempre que as elites detinham no poder.
E assim se apresentava, sempre com as bandeira da ética, da transparência e da competência , o que foi , de fato, comprovado com a primeira grande experiência petista, na gestão de Luiza Erundina a frente da prefeitura de São Paulo, no período de 1989 a 1992.
Quando da eleição e depois com o governo de Erundina, ainda no final da década de 1980 e início de 1990, ou seja, antes do impeachment de Collor, a velha mídia brasileira emitia claros sinais , através principalmente da imprensa, de que de tudo faria para desconstruir a imagem do PT, e com isso nivelar o PT com os demais partidos políticos no tocante as práticas políticas de governança.
Em outras palavras, a imprensa queria demonstrar, naquela época, que seria impossível um partido político governar uma cidade, um estado e mesmo o país, abdicando das regras existentes, principalmente o toma lá, dá cá, com as casas legislativas, as secretarias , os ministérios, cargos , etc...
A gestão de Erundina foi bem sucedida, limpa e competente, porém , a obsessão em demonstrar de que o poder não existe sem corrupção, fez com que os organismos que aprovam as contas dos governos fossem extremamente rigorosos com a gestão da petista. Algo além do cumprimento das normas estabelecidas.
O resultado foi a descoberta de uma pequena subtração de recursos públicos, algo no valor de um apartamento de dois dormitórios, de classe média , na cidade de São Paulo.
Considerando o orçamento da cidade de São Paulo e o montante de recursos movimentados pela prefeitura paulistana, a subtração encontrada é praticamente insignificante, e , torna-se quase impossível que o prefeito tenha controle de todos os atos de pessoas do governo.
Mesmo assim Erundina foi processada e obrigada a pagar o valor subtraído, algo que só foi possível com ajuda de amigos, já que a ex-prefeita tinha como patrimônio apenas sua residência, um apartamento de dois dormitórios na cidade São Paulo , de sua propriedade antes de se tornar prefeita.
Todo o rigor utilizado contra os governos do PT, governos do povo, não se observa com outros governos, de outros partidos, ligados as elites endinheiradas do país.
Mas isso foi lá pelo início da década de 1990, que ferveu , em 1992, com o impeachment de Collor.
Sabe-se que o processo do impeachment foi político e raros, raríssimos políticos tiveram coragem de dizer que não concordavam com aquele processo, pois se era para fazer uma limpeza , esta deveria acontecer em um todo.
Um deles, foi Leonel Brizola.
Como o objetivo não era uma reforma no sistema político, mas somente um processo político de impeachment de interesse naquele momento , Collor foi destituído do cargo, e o PT comemorou.
Não apenas comemorou com foi um dos poucos partidos que se recusou a fazer parte do governo de união criado pelo sucessor de Collor, Itamar Franco.
Continuava, assim, a defender seus princípios de ética e transparência, o que irritou ainda mais muitos setores das elites e do meio político, entre eles, claro a velha mídia e políticos que estiveram diretamente ligados ao governo Collor, alguns inclusive que acompanharam Collor até o dia de sua saída do Planalto, como por exemplo o então deputado Roberto Jefferson.
Vieram as eleições de 1994 e 1998, e o PT perdeu ambas.
Em 2002, já um tanto reciclado, pelo menos no discurso político, o PT vence as eleições presidenciais com Lula e , para que pudesse governar pois não fez maioria na câmara nem no senado, , foi necessário um grande arco de alianças com outros partidos, inclusive o PTB de Roberto Jefferson.
Surgiam, então, as condições e momento ideais que as elites tanto desejavam para que pudessem destruir o PT.
E não demorou muito.
No final de 2004 e início de 2005, surgiram as denúncias, lideradas por Jefferson, de que o governo do PT pagava mesadas ( daí a expressão mensalão) à outros parlamentares para aprovação de emendas de interesse do governo.
A partir daí, um copo d'água se transformou em dilúvio, já que a velha mídia se encarregou de sugerir os mais variados crimes envolvendo PT e seus quadros.
Falou-se em lavagem de dinheiro, uso de verbas públicas, dólares vindo de Cuba, formação de quadrilha e um repertório de crimes, que , como bem sabe o caro leitor, se mostraram inverídicos ao longo do processo.
Até mesmo a condenação de que foram vitimas quadros do PT, carece de provas, pois não foi verificado em nenhum momento o uso de verbas públicas na prática de mesadas, pois a prática política existente usa os recursos de caixa 2 das campanhas eleitorais para utilização durante o governo.
Se houve crime, esse foi de caixa 2, prática que o PT deseja mudar com uma reforma política com constituinte exclusiva, mas que as elites e a velha mídia não aceitam em hipótese alguma.
O caro leitor deve estar se perguntando o que esse histórico tema ver com a violência que vitimou a mulher em Guarujá, estado de São Paulo.
Tem tudo a ver.
O objetivo de destruir o PT, primeiro em 2005, não foi bem sucedido e Lula ainda conseguiu a reeleição em 2006.
Cabe lembrar, e isto se pode comprovar nos arquivos da época, que em dezembro de 2005 era comum ler e ouvir na grande mídia que Lula e o PT estavam mortos, sem nenhuma chance de reeleição.
A partir da reeleição de Lula, em 2006, a velha mídia intensificou seus ataques , não apenas a figura do ex-presidente, mas ao seu governo e ao partido dos trabalhadores.
Isso foi em um crescente até as eleições de 2010, mesmo com o baque que as elites, a velha mídia e oposição sofreram com a crise mundial que estourou em 2008, afetando seus valores e seu ideário político econômico.
O PT seguiu forte e Lula fez Dilma presidente, para mais desespero das elites , e desespero nas elites é sinônimo de tentativa de golpes de estado e violência extrema no convívio social.
Veio então, durante o governo Dilma, o julgamento das mesadas para se governar, que as elites apelidaram de mensalão do PT.
Foi uma cobertura totalmente desproporcional, enviesada, de um julgamento político, onde os condenados assim o foram sem a existência de provas e, ainda amargam prisão em regime fechado com se fossem criminosos, que não o são, de altíssima periculosidade.
Mais uma vez se criou uma farsa para destruir o PT e o governo, mas não conseguiram, já que no pós julgamento do chamado mensalão , a popularidade e os índices nas pesquisas de intenção de voto acenavam a vitória , com folgas, da presidenta Dilma, isso ainda depois dos gigantescos protestos de rua de junho de 2013, que tão logo se encerraram, mostraram uma grande queda de popularidade de todos os políticos e claro, também da presidenta.
O caro leitor que chegou até aqui nesta viagem, pode assim melhor compreender o clima de violência e irracionalidade que assola o país, pois a base de tudo está na estratégia das elites em derrubar um governo legítimo, ou mesmo tentar derrotá-los nas urnas.
Se inicia o ano de 2014, com um grande e estranho clima de ansiedade na imprensa por conta da realização da copa mundo de futebol, agora em junho e julho.
Passadas as eleições de 2002, o"escândalo" das mesadas de 2005, a tentativa de golpe nas eleições em primeiro turno em 2006, a violência em crescente na mídia durante os últimos quatro anos da primeira década deste século, a farsa midiático -jurídica do julgamento do mensalão, a manipulação dos protestos de rua com o objetivo de derrubar o governo federal, surge, em 2014, ano das eleições, um repertório de "escândalos" envolvendo empresas do governo.
Mais uma vez a velha mídia bombardeia o país com uma infinidade de informações , sem nenhuma análise critica, e sem deixar tempo para reflexão, sobre supostas irregularidades.
Como o caro e atento leitor pode perceber, ao longo destes doze anos, sempre são apresentados irregularidades, que quando investigadas não se confirmam, porém são apresentadas como verdades irrefutáveis que , como se sabe visam atacar os governos do PT.
Agora não é diferente.
Esses insucessos constantes das elites e da velha mídia, ao longo destes anos para desconstruir o PT, veem, por outro lado, incentivando na parcela obscura, ignorante e reacionária da sociedade, esse tipo de comportamento que se verifica nos comentários do G1, citado no artigo acima do DCM, e nas relações interpessoais .
A banalização da violência protagonizada pela velha mídia, em todas as suas expressões, não é fruto do acaso e nem um produto rentável indispensável.
É algo instrumentalizado para incutir na população um sentimento , ou uma compreensão, de que os valores em prática por governos sem qualificação e ética com seu elenco de corrupções e incompetência seriam os responsáveis por esse estado atual de decadência civilizacional.
Porém, com um olhar critico, com o conhecimento da realidade política e econômica do país ( que não aparece na velha mídia) e com o conhecimento da história, sabe-se, perfeitamente, quem são os verdadeiros responsáveis pelo estado líquido de barbárie em que vivemos, assim como sabe-se também , os setores da sociedade que não desejam que o país avance no processo da democracia, da transparência, da reforma política, da redução das desigualdades sociais, do combate da corrupção, da democratização dos meios de comunicação, e outros.
Esses setores são parte das elites, toda a velha imprensa e os partidos de oposição.