quinta-feira, 8 de maio de 2014

O DNA da Violência

ECOS DA VIOLÊNCIA

Linchadores por todos os lados

Por Luciano Martins Costa em 08/05/2014 na edição 797
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 8/5/2014
 Nas edições de quinta-feira (8/5), os jornais seguem dando repercussão ao linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, trucidada no sábado (3/5) por uma multidão no bairro de Morrinhos, município de Guarujá, litoral paulista. O leitor encontra referências à investigação policial e declarações do criador da página do Facebook que teria espalhado o boato sobre uma suposta sequestradora de crianças, tido como o motivo do crime.
No meio do espanto geral, uma entrevista do marido da vítima ao Globo parece uma voz deslocada dessa algaravia, por sua triste serenidade. O viúvo conta como foi o último dia com Fabiane e fala sobre a rotina da família, o drama dos surtos que ela sofria quando faltavam medicamentos para a depressão. O resto da reportagem descreve como ela foi confundida com a figura mitológica da sequestradora que estaria usando crianças para rituais de magia negra.
O contexto é o da mais absoluta miséria social, aquela que afeta o discernimento das pessoas, descrita no vocabulário marxista clássico como o ambiente do lumpemproletariado.
Dificilmente se irá encontrar essa abordagem na imprensa hegemônica, porque isso significaria penetrar nas contradições do capitalismo e nas dores que uma sociedade sofre no processo de reduzir as diferenças sociais. Por essa razão, o leitor de jornais precisaria buscar algumas fontes primárias para compreender como determinados segmentos da população podem viver na fronteira da civilização com a barbárie, em pleno século 21.
Antes, porém, convém observar que a visão de mundo obscurantista não é característica exclusiva do indivíduo miserável, sem educação formal. Essa espécie de analfabetismo político, que inibe a consciência do papel do indivíduo no contexto social, também se revela nas camadas superiores de renda e de escolaridade.
As manifestações de não-civilidade das classes privilegiadas podem ser observadas na opinião de colunistas da imprensa que estimulam o radicalismo e a intolerância. Trata-se, neste caso, de uma lumpemburguesia, tão pobre de espírito quanto os lumpemproletários.
As dores da democracia
A expressão lumpemburguesia foi criada por Andreas Gunder Frank (1929-2005), sociólogo e economista americano de origem alemã, cujas ideias, curiosamente, têm origem semelhante às que levaram o sociólogo brasileiro Fernando Henrique Cardoso a adaptar a teoria da dependência econômica à América Latina.
Frank elaborou essa derivação da expressão marxista para identificar a presença do analfabetismo político no topo da pirâmide social, ao descrever o perfil reacionário e irracional de certa classe burguesa latino-americana, que repudia sua nacionalidade e age contra os interesses de seu próprio povo.
Por que estamos derivando para esse tema? O que isso tem a ver com o assassinato brutal de Fabiane Maria de Jesus?
Porque a imprensa, objeto de nossa observação, parece justificadamente indignada com o trucidamento da dona de casa, mas não percebe o mal que produz ao tolerar os linchamentos morais que fazem a rotina de suas páginas. Ao despejar seletivamente suas rajadas contra as instituições públicas, a imprensa provoca a demonização dos poderes republicanos, criando no imaginário do lumpemburguês e do lumpemproletário uma aversão ao regime democrático e à legitimidade da ordem social.
É função da imprensa fazer a crítica pública do poder, mas também é sua obrigação fazer a defesa do regime democrático, sem o qual a própria imprensa deixa de existir. O descrédito de instituições como o Congresso Nacional, por exemplo, tem origem no desempenho de parte de seus integrantes, atados em alianças que desfazem o sentido ideológico do sistema político, mas não há como fugir à evidência de que as denúncias espetaculosas, sempre discriminadas em função desta ou daquela sigla, dão ao analfabeto político a convicção de que é tudo a mesma porcaria.
O lumpemproletário se julga dotado de uma razão pura ao promover o que considera “justiçamento”. O lumpemburguês considera justificados seus preconceitos pela visão depreciativa que a imprensa lhe apresenta diariamente de seu próprio país e seu povo.
Entre os dois focos da ignorância, a democracia brasileira sofre as dores do crescimento.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Os filhos de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade que comentam no G1

Postado em 05 mai 2014

Deseduca e deforma
deseduca e deforma


“Alguém tem que matar esse cara!!! Tá na hora de invadir a casa desses políticos e matar todo mundo!!! Eu vou ficar e organizar tudo pela net. Preciso de voluntários para fazer o serviço sujo.”
Este é um comentário que um leitor do G1, da Globo, postou numa reportagem que contava que Genoino decidira recorrer ao plenário do STF contra a decisão de Joaquim Barbosa de devolvê-lo à Papuda.
É um comentário clássico do G1. Há outros parecidos. Ele não é uma aberração no universo do portal da Globo, mas a regra, a norma, o padrão. “Morre logo, Genoino!”, brada outro comentarista. Um outro diz que o vaso sanitário deveria ter caído na cabeça de Genoino.
Isso tudo oferece material para uma fascinante reflexão.
Primeiro, e antes de tudo, alguém lê os comentários dos leitores no G1? Os acionistas? Os anunciantes? Os editores? O autor do texto? O porteiro?
Alguém, enfim?
Sabe-se que, na internet, os comentários fazem parte da discussão, tanto quanto o texto que lhes dá origem.
No DCM, acompanhamos um a um. Em nosso manual de regras, está estipulado que rejeitamos coisas como insultos e incitações à violência. O motivo é simples: isso estraga o debate.
Bom site é aquele que tem boas discussões. É notável que isso seja ignorado pelo G1, a maior apista da Globo para sobreviver na Era Digital que vai matando suas mídias.
Isto é G1
Isto é G1
Você pode classificar os autores de comentários como o que abre este artigo como os filhos de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade.  São intolerantes, raivosos, agressivos, racistas, ignorantes, desinformados, maldosos, desumanos, preconceituosos — e perfeitos para serem manipulados. É o tipo de gente que, na Idade Média, acendia os troncos de árvores para queimar pessoas e, na Alemanha de Hitler, vibrava com a violência contra as “raças impuras”.
São – repito – os filhos de Azevedo e Sheherazade.
Você percorre os comentários e logo descobre quem eles idolatram, além de seus pais espirituais. Joaquim Barbosa é intensamente admirado, por exemplo. O “menino pobre que mudou” o Brasil acabou conquistando a escória da sociedade brasileira, sua parcela mais repugnante. Trabalhou para isso, é preciso notar. Ninguém conquista o coração – se existe coração no caso – daquele grupo sem se esforçar por isso.
Outro ídolo daquele grupo é Bolsonaro, o exemplo maior de político para eles. Eduardo Campos e Marina são dois perigosos comunistas. Menos que Lula e Dilma, é verdade, mas não muito.
Um jornalismo decente se esforça por elevar seu público. Os filhos de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade foram rebaixados à degradação humana por articulistas e publicações interessados em mantê-los na mais completa escuridão mental, porque assim é fácil manobrá-los e perpetuar um Brasil campeão da desigualdade social.
No caso específico de Azevedo, faz tempo que seu blog parece um asilo de lunáticos fanatizados. Considere este comentário tão comum entre os leitores do blog de Azevedo: “Genuino guerreiro do povo brasileiro. Mostra que tu e homem … Pera ai ge ge, tu vai ficar na mesma cela com Zé…? Hum isso não vai prestar.”
Aqui, uma distinção: Azevedo sabidamente lê todos os comentários e, metodicamente, deleta os que não o saúdam porque são obra de “petralhas” — palavra que ele se orgulha de ter criado como se houvesse escrito Guerra e Paz. Isto significa que ele chancela o leitor que afirma que “não vai prestar” Genoino e Dirceu na mesma cela.
Sinal dos descaminhos da mídia, com esse tipo de conteúdo imbecilizante Azevedo vai conquistando cada vez mais espaço: fora a Veja, está presente também na Folha e na Jovem Pan. Quanto tempo até ter um programa de entrevistas na Globonews?
Uma das ironias, em tudo isso, é que o dinheiro público – via Secom – foi (e é) largamente empregado para patrocinar colunistas e publicações que vão dar no leitor do G1 que deseja invadir a casa de políticos como Genoino e matar todo mundo.
Este leitor fez sucesso entre seus pares. O G1 tem uma ferramenta pela qual você pode aplaudir ou vaiar comentários. Nenhuma pessoa o tinha vaiado no momento em que escrevo. Vinte tinham aplaudido.
Alguém lê os comentários, portanto, para voltar à pergunta que fiz lá para trás. Mas não são os acionistas, e nem os editores, e nem os anunciantes. São os leitores do G1.
Um site é o reflexo de seus leitores e de seus comentaristas.
O G1 é uma prova disso.
Fonte: DCM
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O discurso “sheherazade” do Globo


Enviado por  on 07/05/2014 – 5:04 pm
Interfono e peço para o zelador colocar os jornais no elevador, como sempre faço. Quando os recolho e os trago para casa, mal consigo reconhecê-los, porque há uma capa “promocional”, tanto no Globo quanto no Valor. Propaganda dos Correios, que está promovendo sua nova marca.
A matéria principal no Globo é o linchamento de uma moça em Guarujá, São Paulo, por um crime que ela não cometeu, após a divulgação de um falso boato pela internet.
Merval Pereira está de férias, e por aí se vê uma coisa interessante: a gente reclama da falta de bons quadros de esquerda no parlamento e nos ministérios, mas a direita também sofre com a escassez de mão-de-obra qualificada. Por exemplo: Merval viaja e eles não tem um substituto para ocupar seu lugar. O principal jornal da cidade, o mais influente do país (por pertencer à Globo, que tem a emissora de TV de maior audiência) ficará sem colunista político por semanas a fio, o que me parece incrível. A gente especula que Merval deve ganhar mais de meio milhão de reais por mês – para escrever, diariamente, um petardo antipetista sem compromisso nenhum com fatos, objetividade ou justiça. O objetivo de Merval é o mesmo do Globo: derrubar o PT. Daí vale tudo. Com patrocínio do governo federal, claro, como se vê pela “capa promocional” dos Correios, que deve ter custado alguns milhões de reais.
Não tem Merval, mas o besteirol continua.
editorial do Globo de hoje deveria ser lido, em rede nacional, por Rachel Sheherazade, a apresentadora do SBT que defendeu, há alguns meses, um grupo de linchadores do Flamengo, bairro da zona sul do Rio.
Só que o Globo é pior, claro. Mais pérfido, mais partidário, mais direto. É um texto oleoso, confuso, que a pretexto de criticar a “barbárie”, termina chancelando-a e culpando a “desordem no poder público” e o PT.
Perto do final do texto, o Globo cita uma frase, provavelmente descontextualizada, do sociólogo José de Souza Martins, professor da USP, em que, praticamente, justifica a cultura do linchamento:
Como diz o professor em um dos seus livros: “o linchamento não é uma manifestação da desordem, mas de questionamento da desordem”.
Como é que é? Num país com emprego pleno e índices de pobreza caindo aceleradamente, pode-se falar que linchamentos são “questionamentos da desordem”?
O texto encerra culpando o PT por tudo:
O mau exemplo do PT chega a ser mais daninho, por ter conquistado o poder com a aura de extrema seriedade e honestidade. Ao trair as promessas de defesa intransigente da ética, dá grande contribuição, infelizmente, ao descrédito da população diante dos poderes constituídos.
O Globo não apenas fez um texto defendendo o linchamento; ele afirma que o linchamento que ele, Globo, estimula diariamente, contra PT e governo, tem justificativa, porque o partido teria traído “promessas de defesa intransigente da ética”. Todo o linchamento patrocinado pela Globo contra os réus do mensalão, um linchamento na forma de editoriais, charges, infográficos, reportagens sem compromisso com a verdade, omissão de contraditório, manipulação das informações, fica então assim justificado porque linchamentos são “questionamentos da desordem”.
Tudo com patrocínio dos Correios, é claro, porque ninguém é de ferro, e os Marinho também precisam comprar o leite das crianças.
rachel
Fonte: O CAFEZINHO
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Quando o povo é sucesso, as elites brasileiras fazem de tudo, em um vale tudo,  para diminuí-lo.
O PT - Partido dos Trabalhadores - sofreu uma derrota injusta nas eleições presidenciais de 1989.
A história todo mundo conhece e não vou repeti-la agora.
Diante da violência que sofreu  naquele início da década de 1990, o Partido dos Trabalhadores criou o que chamou de governo paralelo, ao governo eleito de Fernando Collor.
O governo paralelo, de fato, atuou apenas como fiscal, crítico e investigador das ações do governo federal. 
Não se pode afirmar, com isso, que o PT tenha sido o responsável  pela queda de Collor, porém teve participação em todo o processo que antecedeu o impeachment e ainda depois, ao se reafirmar como um partido defensor da ética na política, algo inexistente na vida política brasileira sempre que as elites detinham no poder.
E assim se apresentava, sempre com as bandeira da ética, da transparência e da competência  , o que foi , de fato, comprovado com a primeira grande experiência petista, na gestão de Luiza Erundina  a frente da prefeitura de São Paulo, no período  de 1989 a 1992.
Quando da eleição e depois com o governo de Erundina, ainda  no final da década de 1980 e início de 1990, ou seja, antes do impeachment de Collor, a velha mídia brasileira emitia claros sinais , através principalmente da imprensa, de que de tudo faria para desconstruir a imagem do PT, e com isso nivelar o PT com os demais partidos políticos no tocante as práticas políticas de governança.

Em outras palavras, a imprensa queria demonstrar, naquela época, que seria impossível um partido político governar uma cidade, um estado e mesmo o país, abdicando das regras existentes, principalmente o toma lá, dá cá, com as casas legislativas, as secretarias , os ministérios, cargos , etc...
A gestão de Erundina foi bem sucedida, limpa e competente, porém , a obsessão em demonstrar de que o poder não existe sem corrupção, fez com que os organismos que aprovam as contas dos governos fossem extremamente rigorosos com a gestão da petista. Algo além do cumprimento das normas estabelecidas.
O resultado  foi a descoberta de uma pequena subtração de recursos públicos, algo no valor de um apartamento de dois dormitórios, de classe média , na cidade de São Paulo. 
Considerando o orçamento da cidade de São Paulo e o montante de recursos movimentados pela prefeitura paulistana, a subtração encontrada é praticamente insignificante, e , torna-se quase impossível que o prefeito tenha controle de todos os atos de pessoas do governo. 
Mesmo assim  Erundina foi processada e obrigada a pagar o valor subtraído, algo que só foi possível com ajuda de amigos, já que a ex-prefeita tinha como patrimônio apenas sua residência, um apartamento de dois dormitórios na cidade São Paulo , de sua propriedade antes de se tornar prefeita.
Todo o rigor utilizado contra os governos do PT, governos do povo, não se observa com outros governos, de outros partidos, ligados as elites endinheiradas do país.
Mas isso foi lá pelo início da década de 1990, que ferveu , em 1992, com o impeachment de Collor.
Sabe-se que o processo do impeachment foi político  e raros, raríssimos políticos tiveram coragem de dizer que não concordavam com aquele processo, pois se era para fazer uma limpeza , esta deveria acontecer em um todo. 
Um deles, foi Leonel Brizola.
Como o objetivo não era uma reforma no sistema político, mas somente um processo político de impeachment de interesse naquele momento , Collor foi destituído do cargo, e o PT comemorou.
Não apenas comemorou com foi um dos poucos partidos que se recusou a fazer parte do governo de união criado pelo sucessor de Collor, Itamar Franco.
Continuava, assim, a defender seus princípios de ética e transparência, o que irritou ainda mais muitos  setores das elites e do meio político, entre eles, claro a velha mídia e políticos que estiveram diretamente ligados ao governo Collor, alguns inclusive que acompanharam Collor até o dia de sua saída do Planalto, como por exemplo o  então deputado Roberto Jefferson.
Vieram as eleições de 1994 e 1998, e o PT perdeu ambas.
Em 2002, já um tanto reciclado, pelo menos no discurso político, o PT vence as eleições presidenciais  com Lula e , para que pudesse governar pois não fez maioria na câmara nem no senado, , foi necessário um grande arco de alianças com outros partidos, inclusive o PTB de Roberto Jefferson.
Surgiam, então, as condições e momento ideais que as elites tanto desejavam para que pudessem destruir o PT.
E não demorou muito.
No final de 2004 e início de 2005, surgiram as denúncias, lideradas por Jefferson, de que o governo do PT pagava mesadas ( daí a expressão mensalão) à outros parlamentares para aprovação de emendas de interesse do governo.
A partir daí, um copo d'água se transformou em dilúvio, já que a velha mídia se encarregou de sugerir os mais variados crimes envolvendo PT e seus quadros.
Falou-se em lavagem de dinheiro, uso de verbas públicas, dólares vindo de Cuba, formação de quadrilha e um repertório de crimes, que , como bem sabe  o caro leitor, se mostraram inverídicos ao longo do processo.

Até mesmo a condenação de que  foram vitimas quadros do PT, carece de provas, pois não foi verificado em nenhum momento o uso de verbas públicas na prática de mesadas, pois a prática política existente usa os recursos de caixa 2  das campanhas eleitorais para  utilização durante o governo.
Se houve crime, esse foi de caixa  2, prática que o PT deseja mudar com uma reforma política com constituinte exclusiva, mas que as elites e a velha mídia não aceitam em hipótese alguma.

O caro leitor deve estar se perguntando o que esse histórico tema ver com a violência que vitimou a mulher em Guarujá, estado de São Paulo.
Tem tudo a ver.
O objetivo de destruir o PT, primeiro em 2005, não foi bem sucedido e Lula ainda conseguiu  a reeleição em 2006.
Cabe lembrar, e isto se pode comprovar nos arquivos da época, que em dezembro de 2005 era comum ler e ouvir na grande mídia que Lula e o PT estavam mortos, sem nenhuma chance de reeleição.
A partir da reeleição de Lula, em 2006, a velha mídia intensificou seus ataques , não apenas a figura do ex-presidente, mas ao seu governo e ao partido dos trabalhadores.
Isso foi em um crescente até as eleições de 2010, mesmo com o baque que  as elites, a velha mídia e oposição sofreram com a crise mundial que estourou em 2008, afetando seus valores e seu ideário político econômico.
O PT seguiu forte  e Lula fez Dilma presidente, para mais desespero das elites , e desespero nas elites é sinônimo de tentativa de golpes de estado e violência extrema no convívio social.
Veio então, durante o governo Dilma, o julgamento das mesadas para se governar, que as elites apelidaram de mensalão do PT.
Foi uma cobertura totalmente desproporcional, enviesada, de um julgamento político, onde os condenados assim o foram sem a existência de provas e, ainda amargam prisão em regime fechado com se fossem criminosos, que não o são, de altíssima periculosidade.
Mais uma vez se criou uma farsa para destruir o  PT e o governo, mas não conseguiram, já que no pós julgamento do chamado mensalão , a popularidade e os índices nas pesquisas de intenção de voto acenavam a vitória , com folgas, da presidenta Dilma, isso ainda depois dos gigantescos protestos de rua de junho de 2013, que tão logo se encerraram, mostraram uma grande queda de popularidade de todos os políticos e claro,  também da presidenta.
O caro leitor que chegou até aqui nesta viagem, pode assim melhor compreender o clima de violência e irracionalidade que assola o país, pois a base de tudo está na estratégia das elites em derrubar um governo legítimo, ou mesmo tentar derrotá-los nas urnas.
Se inicia o ano de 2014, com um grande e estranho clima de ansiedade na imprensa por conta da realização da copa mundo de futebol, agora em junho e julho.
Passadas as eleições de 2002, o"escândalo" das mesadas de 2005,  a tentativa de golpe nas eleições em primeiro turno em 2006, a violência em crescente na mídia durante os últimos quatro anos da primeira  década deste século,  a farsa midiático -jurídica do julgamento do mensalão,  a manipulação dos protestos de rua com o objetivo de derrubar o governo federal,  surge, em 2014, ano das eleições, um repertório de "escândalos" envolvendo empresas do governo.
Mais uma vez a velha mídia bombardeia o país com uma infinidade  de informações , sem nenhuma análise critica, e sem deixar tempo para reflexão, sobre supostas irregularidades.
Como o caro e atento leitor pode perceber,  ao longo destes doze anos, sempre são apresentados irregularidades, que quando investigadas não se confirmam, porém são apresentadas como verdades irrefutáveis  que , como se sabe visam atacar os governos do PT.
Agora não é diferente.
Esses insucessos constantes das elites e da velha mídia,  ao longo destes anos para desconstruir o PT, veem, por outro lado, incentivando na parcela obscura, ignorante e reacionária da sociedade, esse tipo de comportamento que se verifica nos comentários do G1, citado no artigo acima do DCM,  e nas relações interpessoais .
A banalização da violência protagonizada pela velha mídia, em todas as suas expressões, não é fruto do acaso e nem um produto rentável indispensável.
É algo instrumentalizado para incutir na população um sentimento , ou uma compreensão, de que os valores em prática  por governos sem qualificação e ética com seu elenco de corrupções e incompetência seriam os responsáveis por esse estado atual de decadência civilizacional.
Porém, com um olhar critico, com o conhecimento da realidade política e econômica do país ( que não aparece na velha mídia) e com o conhecimento da história, sabe-se, perfeitamente,  quem são os verdadeiros responsáveis pelo estado líquido de barbárie em que vivemos, assim como sabe-se  também , os setores da sociedade que não desejam que o país avance no processo da democracia, da transparência, da reforma política, da redução das desigualdades sociais, do combate da corrupção, da democratização dos meios de comunicação, e outros.
Esses setores são parte das elites, toda a velha imprensa e os partidos de oposição.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

13 segundos

Globo no divã: TV perde 1 em cada 5 espectadores à noite

publicada quarta-feira, 07/05/2014 às 10:34 e atualizada quarta-feira, 07/05/2014 às 11:14
Por Keila Jimenez, no blogOutro Canal
A Globo não só não consegue estancar a fuga de audiência anual, como assiste a essa queda se multiplicar no horário nobre. A emissora encerrou abril com uma perda de 22% de ibope na faixa noturna (das 18h à meia-noite) em rede nacional, com relação ao mesmo período do ano passado.
A rede costuma ter uma fuga de 10% de público ao ano. De abril de 2013 a abril de 2014, perdeu um em cada cinco espectadores no país na faixa nobre, que concentra cerca de 70% dos investimentos publicitários na TV aberta.
No mês passado, a Globo registrou à noite média de 21,9 pontos de audiência nacional, ante 28,1 pontos do mesmo período em 2013. Cada ponto equivale a 217 mil domicílios no Brasil. É a maior queda já registrada pelo canal na faixa, deflagrada por uma crise em sua dramaturgia atual. Nenhuma das três novelas no ar emplacou em audiência.
Em São Paulo, a líder perdeu no período 21% de seu público no horário, passando de 25,2 pontos, para 20 pontos. Cada ponto corresponde a 65 mil domicílios na Grande SP.
A queda mais acentuada da Globo coincide com o atual discurso da emissora, que diz se importar menos com a audiência, priorizando a qualidade de suas atrações.
Fonte: ESCREVINHADOR
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O tiro no pé da Globo com a Ger4ç4o Br45il

Luis Nassif

Tenho escrito aqui sobre essa mistura de dramaturgia, marketing e jornalismo que caracteriza os grupos de mídia. Utilizam-se recursos da propaganda, da dramaturgia e do jornalismo para uma geleia geral que compromete todas as pontas.

Quando a Globo lançou a novela sobre tráfico de crianças, o jornalismo foi acionado para uma série de matérias sensacionalistas sobre adoção.

Quando as eleições entram em jogo, o grupo age sincronizando todas as pontas, criando vilões que lembram os adversários, mocinhos que emulam os aliados.

À medida em que as informações e as discussões sobre mídia avançam pelas redes sociais, e que o conceito e o papel dos grupos de mídia viram foco de discussão, o uso reiterado dessas jogadas apenas ajuda a reforçar os argumentos dos críticos da mídia.

É como se houvesse um laboratório online, no qual práticas seculares anacrônicas pudessem ser dissecadas ao vivo e em cores.

Em tempos de concentração maior de mídia, falava-se muito na propaganda subliminar, os
merchandisings, utilizados para jogadas comerciais.

Quando entra-se no campo eleitoral, o jogo é dúbio.

Tome-se essa besteira da Globo, de associar o nome da novela ao número 45 do PSDB

O custo é alto. Uma emissora aberta, com o alcance da Globo, não pode se colocar contra mais da metade do eleitorado brasileiro, ainda mais em um momento em que ocorre uma implosão geral da audiência, fruto do avanço das tvs fechadas e da Internet. É um risco de imagem que gerações anteriores, mais sábias, não ousaram correr, mesmo quando a força do grupo era proporcionalmente muito maior.

Quando o espírito das diretas tomou conta do Brasil, a maior preocupação de Evandro Carlos de Andrade e Roberto Marinho era tirar o estigma da emissora, de ser contra a democratização

Depois que o estilo Murdock surgiu, deixou-se de lado toda a prudência e decidiu-se tomar partido de uma forma escancarada.

A ideia de associar o número de PSDB - 45 - à nova novela não representará nenhum reforço substancial à candidatura tucana. Mas, sem dúvida, será mais um argumento fortíssimo em favor dos que entendem a mídia como um partido político.
Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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Não é coincidência.
A globo pode até argumentar que algumas letras do logo de geração Brasil estão invertidas e que o 45 é apenas um acaso.
A justificativa seria aceita se a folha corrida da emissora não fosse tão extensa, no que  diz respeito a manipulações do tipo.
Em 2010, ano de eleições, a globo comemorava seus 45 anos e lançou uma campanha publicitaria com os principais nomes da emissora, que apareciam na campanha dizendo que eram 45 e queriam mais, o mesmo slogan da campanha de José Serra.
Assim que a campanha entrou no ar, a emissora foi bombardeada com uma enxurrada de críticas e até mesmo ações judiciais  onde se condenava a propaganda explícita pelo candidato do PSDB.
Por conta das críticas, a campanha publicitaria não ficou por  mais de 5 dias no ar. 
Para o leitor pouco atento, 45 é o número do PSDB.
Hoje, em 2014, com 49 anos, a emissora ficou  quatro anos mais velha, mas suas práticas e valores continuam os mesmos.
Não se trata de coincidência a aparição do número 45 na grade da emissora.
É mais uma manobra para dar o máximo de visibilidade para seu candidato nas eleições.
Há muito tempo que globo deixou de ser uma emissora de TV para se transformar em um outdoor, um panfleto político, um diretório midiático avançado de apoio as candidaturas de oposição aos governos do PT.
O resultado dessa escolha  também não é fruto do acaso:
A audiência despenca a cada  13 segundos.




PSDB. O partido da barbárie

São Paulo, PSDB do Aécio, não põe um centavo no SAMU/192

http://correio.rac.com.br/_midias/jpg/2014/01/30/samu-1816382.jpg
publicado em 15 de julho de 2010
por Conceição Lemes

Selma Correa, 67 anos, mora na Vila Mariana, bairro de classe média alta de São Paulo. Há 15 teve um infarto agudo do miocárdio. Estava sozinha em casa.
“De repente, senti uma dor violenta e persistente no peito. Meu braço esquerdo começou a formigar e eu, a suar frio. Tive tosse e vontade de vomitar. Parecia haver algo espremendo o meu tórax”, relembra. “Desconfiei de infarto, pois uma irmã havia tido. Imediatamente desci [mora no 14º andar], peguei o primeiro táxi que passou e fui para o pronto-socorro do Hospital São Paulo. Era infarto violento. Minha pressão arterial chegou a 6 por 4 [considera-se normal 12 por 8]. O médico disse que se eu tivesse esperado mais uns minutos – de casa ao hospital são dez –, não estaria mais aqui.”
Há três anos uma amiga de Selma, Elenice Cortês, que reside no mesmo bairro, começou a passar mal enquanto conversavam ao telefone. Os filhos estavam na faculdade e o marido em viagem.
“No ato, liguei para o SAMU – o 192. Em 20 minutos a equipe chegou. Mediu pressão, ouviu o coração, colocou a Elenice no soro, conversou com a central e levou-a para o pronto-socorro. Ela teve um derrame [acidente vascular cerebral, ou AVC]”, conta Selma. “Hoje, quando vejo alguém se acidentar ou passar mal na rua ou em casa, chamo na hora o SAMU.”
Selma não é exceção. Cada vez mais o 192 é acionado. De telefone celular, fixo ou orelhão, a ligação é gratuita. SAMU é a sigla do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, programa criado em 2003 pelo governo federal. O SAMU atende o usuário na residência, na via pública e no local de trabalho.
“No Brasil, havia municípios que dispunham de alguns serviços para atender emergências pré-hospitalares”, afirma o médico Clésio Mello de Castro, coordenador geral de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde. “Porém, como programa do SUS [Sistema Único de Saúde], destinado a 100% da população, esse atendimento só passou a existir há sete anos, quando o SAMU foi criado.”
“Através do telefone 192, o socorro chega onde o usuário está. A equipe presta atendimento já no local, antes de chegar nospital, no menor tempo possível, salvando vidas e diminuindo seqüelas”, explica Castro. “O programa ‘enxerga’ ainda o serviço mais próximo e adequado para levá-los em seguida para diagnóstico preciso e tratamento, quando necessário. A ambulância vai direto, ganha tempo, o que é crucial em emergências.”

AMBULÂNCIA E EQUIPE ESPECÍFICAS PARA CADA SITUAÇÃO
A ambulância é a vitrine do SAMU. É a parte mais visível, a que se vê nas ruas. São 1.521 em 1.286 municípios já atendidos pelo programa. Dependendo da área, há também motos, lanchas e helicópteros.
“Quando você disca SAMU/192, está ligando para uma central de regulação, onde, além das telefonistas, há profissionais de saúde, inclusive médicos”, esclarece Castro. “O tipo de atendimento, ambulância e equipe vai depender da gravidade do caso. Há situações em que basta uma orientação por telefone.”
É o caso de uma criança que cai na escola e faz um pequeno corte na testa. Da própria central, o médico pode orientar a professora a proteger o machucado e encaminhar com o próprio carro o aluno até o hospital.
Outro exemplo: pai liga para o SAMU para saber se a dose do remédio que a criança ingeriu está adequada. Também da central, o médico orienta-o. Isso também salva vida, pois a dose errada pode ter efeitos colaterais graves.
Já se a pessoa cai da própria altura (por exemplo, escorrega na rua ou em casa), está consciente e sem fratura exposta, o médico da central envia ambulância com suporte básico, cuja equipe vai imobilizar o doente e levá-lo ao hospital mais próximo.
A ambulância de suporte básico normalmente é composta de motorista socorrista (treinado para auxiliar no atendimento) e técnico de enfermagem. Eles dão os primeiros cuidados para que este paciente não tenha prognóstico pior.
Em casos de capotamento de veículo, com perda da consciência, ou infarto, é necessário cuidado médico especializado no local. É enviada então uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Todos os equipamentos que existem numa UTI há nesta ambulância.
“Parte das ambulâncias do SAMU é equipada com aparelho que faz eletrocardiograma, transmite-o via telefone para uma central no Hospital do Coração [HCor], que faz a leitura e devolve o resultado”, ressalta Castro. “Todo esse processo dura, em média, cinco minutos. Ele permite diagnóstico mais preciso ainda em casa. Se confirmado infarto do miocárdio, por exemplo, a equipe do SAMU já inicia a medicação antes mesmo de levar o paciente para o hospital.”
O serviço de eletrocardiograma digital à distância é uma tecnologia de ponta e visa aos usuários do SUS. É uma parceria do Ministério da Saúde com o HCcor, em São Paulo, cujo diretor-geral é o dr. Adib Jatene. A central do hospital, com 16 cardiologistas, funciona também 24 horas por dia.
“O procedimento permite agilidade, precisão e redução do tempo de atendimento, diminuindo as sequelas e mortes por doenças cardiovasculares”, afirma o professor Adib Jatene, considerado um dos grandes cirurgiões cardíacos do país. “Pode reduzir em até 20% o número de mortes por doenças do coração.”
“O SAMU atende rápido e no local em que o paciente está”, reforça Clésio Castro. “Seguramente está salvando muitas vidas.”
“Aparentemente, o atendimento do SAMU diminui o risco de óbito no local, mas ainda não há estudos de longo prazo das vítimas após a alta”, observa Gustavo Fraga, professor e coordenador de Cirurgia do Trauma da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “O SAMU faz o socorro pré-hospitalar. Mas isso não garante que as vítimas de trauma, que representam 25% dos atendimentos, sobreviverão depois e terão qualidade de vida. Para que o SAMU tenha impacto efetivo é preciso investir também e bastante nos hospitais de referência e na reabilitação. O SAMU resolve apenas um pedaço do problema. De qualquer forma, inegavelmente, é um avanço importante.”

TODOS OS ESTADOS CONTRIBUEM, EXCETO SÃO PAULO
O SAMU alcança 106 milhões de brasileiros. Região Sul: 17.221.962. Nordeste: 26.179.381Centro Oeste: 10.407.577. Sudeste: 45.371.427. E região Norte: 6.550.451.
Acre, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, Santa Catarina já têm 100% de cobertura. É provável que ainda em 2010 se torne também universal nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
“O financiamento do SAMU é tripartite: 50% vêem do governo federal, 25% do estado e outros 25% do município”, expõe Castro. “A participação dos três entes da federação dá mais sustentabilidade ao programa, facilita a sua manutenção e ampliação e possibilita atendimento adequado.”
Supondo que o custo anual seja de 50 milhões. À União cabem 25 milhões, ao estado, 12,5 milhões e aos municípios, outros 12,5milhões, divididos entre eles.
Todos os estados – inclusive os do Norte e Nordeste — participam da divisão de contas, exceto um: São Paulo, até recentemente governado pelo presidenciável José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso. São Paulo não coloca um centavo no projeto SAMU. É a opção gestora adotada pelo estado.

Portanto:
1) Todo o atendimento do SAMU em São Paulo, inclusive as ambulâncias, é custeado unicamente pelo governo federal e municípios. São 91 municípios e 32 centrais.
2) A conta dividida em dois fica então mais pesada para os municípios, que são obrigados a arcar com a parte que deveria ser do estado, aumentando os seus gastos.
3) Se São Paulo contribuísse com a porcentagem que foi pactuada, certamente a cobertura do SAMU no estado seria muito maior.
“Não temos como obrigar o estado a investir no SAMU”, atenta Castro. “Porém, é responsabilidade dele também pelo pacto tripartite. São Paulo não está cumprindo o seu papel. Esperamos que reveja a sua posição, pois facilitaria a ampliação do SAMU no estado.”
A propósito, se na sua cidade já tem o SAMU, não hesite em telefonar para o 192 nestas situações:

* Ocorrência de problemas cardiorrespiratórios
* Intoxicação
* Queimaduras graves
* Ocorrência de maus tratos
* Trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto
* Tentativas de suicídio
* Crises hipertensivas
* Quando houver acidentes/trauma com vítimas
* Afogamentos
* Choque elétrico
* Acidentes com produtos perigosos
* Transferência entre hospitais de doentes com risco de morte
Não imaginam o alívio que dá, quando se vê o SAMU chegar, pois as equipes são treinadas para lidar com emergências. Esta repórter já testemunhou isso algumas vezes. A ligação para o 192, relembramos, é gratuita. Em caso de urgência, não perca tempo. Ligue IMEDIATAMENTE para o 192. Alguns minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte ou mais seqüelas.

Falta de repasse trava Samu regional

Sem participação estadual, cidades avaliam se terão condições de manter alto custo do serviço

15/03/2014 Bruna Mozer

A falta de repasses do Estado para o custeio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é um dos fatores que impedem a expansão e integração do serviço entre cidades da região de Campinas — uma discussão que se arrasta há quatro anos. Vinhedo informou nesta semana que desistiu do projeto de regionalização do sistema por avaliar que o custo para manter o Samu é alto demais para a Prefeitura, já que o município que teria de arcar com boa parte dos gastos. Campinas, Jaguariúna, Indaiatuba e Valinhos seguem com a discussão, mas sem previsão de implantação.

Campinas é única cidade da região metropolitana que tem o Samu, mas vive uma crise com falta de profissionais suficientes e de estrutura, como revelou o Correio nas últimas semanas. Resolução do Ministério da Saúde prevê que 50% do custeio seja feito pelo governo federal, até 25% pelas prefeituras e, no mínimo, 25% pelo Estado, o que não tem ocorrido. Sem a ajuda do governo estadual, as cidades têm avaliado que o projeto pode ser inviável financeiramente.

Avaliação

A Secretaria de Estado da Saúde admite sua “ausência” no custeio, mas defende que faz investimentos em outros projetos para atendimento de emergência nas cidades paulistas (leia texto nesta página). O governo estadual avalia um pedido de financiamento apresentado pela Região Metropolitana de Campinas (RMC) para a criação do Samu regional.

Em Campinas, Prefeitura assume boa parte das despesas: do total de R$ 1,5 milhão ao mês que é usado para o custeio do Samu, cerca de R$ 300 mil são enviados pelo Ministério da Saúde e o restante (80% dos gastos) é bancado pelo governo municipal. Se o sistema fosse regionalizado, além de melhorar o atendimento nas cidades vizinhas, Campinas poderia passar do nível habilitado, como é hoje, para o qualificado aumentando o repasse federal de R$ 300 mil para R$ 500 mil ao mês — a regionalização é pré-requisito para a mudança de qualificação e aumento de verbas.

Alívio financeiro

O coordenador do Samu em Campinas, José Roberto Hansen, explica que a somente com a regionalização do atendimento, a cidade poderia passar o nível qualificado. Para ele, não seria possível ampliar de forma significativa a estrutura, mas daria um “alívio” financeiro à Prefeitura. Hansen, que há anos tem encabeçado essa discussão, defende que a ampliação do sistema para as cidades vizinhas melhoraria como um todo o serviço.

“As cidades têm interesse e precisam ter o Samu porque possuem uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).” Sem o serviço nas cidades, o Samu de Campinas é responsável por realizar o atendimento de casos mais urgentes nos municípios da região. Nos demais, a população é atendida por ambulâncias das prefeituras.


Projeto



Com a proposta de regionalização, Campinas passaria a ser uma central, com atendimento pelo 192, e passaria as demandas para cada cidade. Cada cidade manteria ambulâncias e uma estrutura do Samu, em números estabelecidos de acordo com o tamanho do município.


A Prefeitura de Vinhedo informou, por meio de assessoria de imprensa, que considera o Samu regional um importante projeto para a saúde pública, mas que o financiamento fornecido pelo Ministério da Saúde ainda é pequeno. Em seguida, a Prefeitura alegou que não concorda “com os altos custos propostos para serem assumidos pelo município sem a ajuda do governo do Estado neste processo”. A Prefeitura mantém o Resgate Municipal e avalia que, junto com a UPA, a demanda da população é suprida.

Novo projeto

A Prefeitura de Indaiatuba informou que continua acompanhando as discussões para implantar a regionalização. Segundo o Executivo, um novo projeto deverá ser apresentado até julho, para entrar em vigor em 2014. Uma reunião está agendada para a próxima semana na cidade.

Até que o projeto saia do papel, Valinhos resolveu inaugurar Serviço de Atendimento Médico de Valinhos (SAMV). Jaguariúna não se posicionou sobre o assunto.

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Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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Trombone alvorada weril

A incompetência do PSDB é alarmante.
O texto acima, o brilhante texto acima de Conceição Lemes, que o caro leitor
jamais teria conhecimento através da velha mídia, vem reforçar o conteúdo
do artigo de ontem do PAPIRO - PSDB. Incompetência, Corrupção e 
Irresponsabilidade  - sobre o caos e o retrocesso que tomaram conta 
do estado de São Paulo com os governos do PSDB.
Um total descaso com políticas e programas sociais, fazendo com que o maior
estado da federação regredisse, proporcionalmente, perante os avanços
em todo o país durante os governos do PT.
É uma temeridade a possibilidade de uma volta do PSDB ao governo federal.
Isso mesmo , caro leitor, a possibilidade já é uma temeridade, imagine 
a catástrofe que seria uma vitória do PSDB.
Diante dos fatos do artigo acima, pode-se entender claramente a opção
dos tucanos quando no governo. 
Certamente, meu caro leitor que não é endinheirado ou bilionário, você 
não é prioridade.
Todos os estados brasileiros contribuem para o excelente serviço prestado
pelo SAMU, exceto São Paulo.