CPI contra a corrupção? É o pré-sal, estúpido!
publicada quarta-feira, 16/04/2014 às 00:14 e atualizada quarta-feira, 16/04/2014 às 00:14
Da Federação Única dos Trabalhadores-FUP
A cerrada campanha com que a mídia partidarizada vem sangrando a Petrobrás nas últimas semanas segue incólume, sem as devidas reações por parte dos gestores da empresa. Além das disputas eleitorais que movem a oposição, sabemos que o arsenal de ataques contra a Petrobrás tem por trás interesses muito maiores: acabar com o regime de partilha que fez da estatal a operadora única do maior campo de petróleo da atualidade. “É o pré-sal, estúpido!”, como diria o marqueteiro de Bill Clinton, que nas eleições norte-americanas de 1992, resumiu a vitória dos democratas com uma frase ácida que tornou-se célebre em todo o mundo: “É a economia, estúpido!”.
A última edição da revista Veja não deixa dúvidas sobre as reais intenções da campanha que tenta desmoralizar a gestão estatal da Petrobrás, visando sua privatização. “Como o PT está afundando a Petrobras” é a matéria de capa da revista, cuja linha editorial é claramente tucana. Detalhe: o presidente da editora Abril, Fábio Barbosa, foi conselheiro da Petrobrás entre 2003 e 2011 e um dos que mais defendeu na época a compra da refinaria de Pasadena.
O senador Aécio Neves (PSDB/MG), o principal articulador da campanha contra a Petrobrás, também reafirmou aos empresários paulistanos suas intenções em relação à empresa: “Acredito que as concessões são a melhor forma de atrair investimentos”, declarou no dia 31 de março durante um almoço no Grupo de Líderes Empresariais.
Provável candidato tucano à Presidência da República, Aécio já havia defendido o regime de concessão para o pré-sal em outubro do ano passado, após o leilão de Libra. “A Petrobras não terá condições, sei lá, sequer de participar com os 40% devidos desse leilão de agora, como poderá pensar em participar daqui a dois anos, se fosse necessário, estratégico para o Brasil fazer outros leilões?”, discursou na época no Plenário do Senado.
FHC é outro tucano que voltou a defender publicamente as privatizações do seu governo. Em artigo recente, ele conclama a oposição a “tomar à unha o pião dos escândalos da Petrobras”, “reafirmando a urgência de mudar os critérios de governança das estatais”.
É por essas e outras que precisamos alertar a sociedade e o povo brasileiro para as reais intenções dos setores conservadores que atacam a Petrobrás, inclusive por dentro da empresa, tentando retomar a agenda neoliberal que nos anos 90 sucateou e privatizou parte considerável da estatal. A Petrobrás é e continuará sendo estratégica para o desenvolvimento do país. Não podemos permitir que sangrem um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. Defender a Petrobrás é defender o Brasil!
Fonte : ESCREVINHADOR
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Um, do Nordeste, é suspeito de receber propina na garagem de casa.
Outro, do Sudeste, de tomar empréstimo de um operador de empreitagens.
Do Norte inscreveu-se um que é do ramo do Carlinhos Cachoeira – e faz deste, em Goiás, um Congregado Mariano.
A fina flor da Ética – por falar nisso, clique aqui para ler “Dilma vai vetar ‘contrabando’ de Cunha para os Planos de Saúde.
Estavam todos ali movidos por interesses de curto prazo: aparecer no jornal nacional, cuja audiência desaba; arranjar uns votos para o Aécio, que rasgou a fantasia e vai entregar o pré-sal à Chevron; e instalar uma CPI para derrubar a Dilma.
Claro que, naquele melancólico desfile, destacaram-se os destemidos senadores do PT – com exceção de Alcides Diniz, do Acre -, que defenderam o Governo Dilma com menos entusiasmo com que defenderiam o Daniel Dantas.
(O ansioso blogueiro não assistiu à participação da Senadora Gleisi Hoffmann, mais corajosa que todos os do sexo masculino, naquela turma flácida.)
Mas, no subterrâneo, está um objetivo muito mais amplo, de geopolítica eleitoral, diria aquele colonista (*) do PiG (**), que um amigo do Mino Carta chama de “Cromangnoli”.
É não deixar o PT governar o Brasil quando o dinheiro do pré-sal começar a entrar na Educação e na Saúde.
Não se trata apenas de entregar o pré-sal à Chevron, como querem o Cerra, o genro e, pelo jeito, o Aécio.
É mais amplo e tem alcance maior.
A hegemonia trabalhista pode solidificar-se por um largo período, ainda, quando os investimentos maciços em Educação e Saúde amadurecerem.
Lula tomou a Petrobrax do Príncipe da Privataria, ao estabelecer o regime de partilha – “o que eles querem é acabar com a partilha”, disse ele aos blogueiros; refundou a Indústria Naval com a Dilma; e vai dar o salto, o salto do Deng na China: o da Educação e da Tecnologia, com o dinheiro do pré-sal.
É por isso que eles querem desmanchar a Petrobras.
Desacreditar a Dilma.
Voltar ao regime de concessão.
É mais do que entreguismo.
É impedir que um governo trabalhista mexa na estrutura geológica do Brasil, lá no fundo mais fundo que o pré-sal.
A estrutura da Educação.
Ainda mais que será por causa desse maldito metalúrgico, um Nunca Dantes qualquer !, que não tem título universitário, não fala inglês, e fez 14 universidades – e o Sociólogo, nenhuma.
(O Deng não falava inglês. O Mao também não.)
O dinheiro do pré-sal vai dar nova dimensão às reformas trabalhistas.
Com a vitória da Dilma em outubro, esse projeto se fortalece.
E o que será da Oposição ?
Ela não vai acabar, claro.
Mas, terá que arranjar outra barriga de aluguel.
A serventia do PSDB de São Paulo se terá concluído – ainda mais se perder em São Paulo e em Minas …
Os conservadores e a Globo vão ter que bater em outra porta.
Provavelmente a do Dudu.
Se o Dudu vencer em Pernambuco.
E se Mamãe deixar.
A cerrada campanha com que a mídia partidarizada vem sangrando a Petrobrás nas últimas semanas segue incólume, sem as devidas reações por parte dos gestores da empresa. Além das disputas eleitorais que movem a oposição, sabemos que o arsenal de ataques contra a Petrobrás tem por trás interesses muito maiores: acabar com o regime de partilha que fez da estatal a operadora única do maior campo de petróleo da atualidade. “É o pré-sal, estúpido!”, como diria o marqueteiro de Bill Clinton, que nas eleições norte-americanas de 1992, resumiu a vitória dos democratas com uma frase ácida que tornou-se célebre em todo o mundo: “É a economia, estúpido!”.
A última edição da revista Veja não deixa dúvidas sobre as reais intenções da campanha que tenta desmoralizar a gestão estatal da Petrobrás, visando sua privatização. “Como o PT está afundando a Petrobras” é a matéria de capa da revista, cuja linha editorial é claramente tucana. Detalhe: o presidente da editora Abril, Fábio Barbosa, foi conselheiro da Petrobrás entre 2003 e 2011 e um dos que mais defendeu na época a compra da refinaria de Pasadena.
O senador Aécio Neves (PSDB/MG), o principal articulador da campanha contra a Petrobrás, também reafirmou aos empresários paulistanos suas intenções em relação à empresa: “Acredito que as concessões são a melhor forma de atrair investimentos”, declarou no dia 31 de março durante um almoço no Grupo de Líderes Empresariais.
Provável candidato tucano à Presidência da República, Aécio já havia defendido o regime de concessão para o pré-sal em outubro do ano passado, após o leilão de Libra. “A Petrobras não terá condições, sei lá, sequer de participar com os 40% devidos desse leilão de agora, como poderá pensar em participar daqui a dois anos, se fosse necessário, estratégico para o Brasil fazer outros leilões?”, discursou na época no Plenário do Senado.
FHC é outro tucano que voltou a defender publicamente as privatizações do seu governo. Em artigo recente, ele conclama a oposição a “tomar à unha o pião dos escândalos da Petrobras”, “reafirmando a urgência de mudar os critérios de governança das estatais”.
É por essas e outras que precisamos alertar a sociedade e o povo brasileiro para as reais intenções dos setores conservadores que atacam a Petrobrás, inclusive por dentro da empresa, tentando retomar a agenda neoliberal que nos anos 90 sucateou e privatizou parte considerável da estatal. A Petrobrás é e continuará sendo estratégica para o desenvolvimento do país. Não podemos permitir que sangrem um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. Defender a Petrobrás é defender o Brasil!
Fonte : ESCREVINHADOR
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O pré-sal do PT é uma revolução. Daí, a CPI
Até o Cromangnoli entende que vai precisar de outra barriga de aluguel.
O ansioso blogueiro comoveu-se às
lágrimas ao assistir a participação de ínclitos membros da Oposição na
audiência da presidente Graça Foster, no Senado – clique aqui para ler “À luz do tempo”, a Tele Montecarlo também foi um bom negócio”. Um, do Nordeste, é suspeito de receber propina na garagem de casa.
Outro, do Sudeste, de tomar empréstimo de um operador de empreitagens.
Do Norte inscreveu-se um que é do ramo do Carlinhos Cachoeira – e faz deste, em Goiás, um Congregado Mariano.
A fina flor da Ética – por falar nisso, clique aqui para ler “Dilma vai vetar ‘contrabando’ de Cunha para os Planos de Saúde.
Estavam todos ali movidos por interesses de curto prazo: aparecer no jornal nacional, cuja audiência desaba; arranjar uns votos para o Aécio, que rasgou a fantasia e vai entregar o pré-sal à Chevron; e instalar uma CPI para derrubar a Dilma.
Claro que, naquele melancólico desfile, destacaram-se os destemidos senadores do PT – com exceção de Alcides Diniz, do Acre -, que defenderam o Governo Dilma com menos entusiasmo com que defenderiam o Daniel Dantas.
(O ansioso blogueiro não assistiu à participação da Senadora Gleisi Hoffmann, mais corajosa que todos os do sexo masculino, naquela turma flácida.)
Mas, no subterrâneo, está um objetivo muito mais amplo, de geopolítica eleitoral, diria aquele colonista (*) do PiG (**), que um amigo do Mino Carta chama de “Cromangnoli”.
É não deixar o PT governar o Brasil quando o dinheiro do pré-sal começar a entrar na Educação e na Saúde.
Não se trata apenas de entregar o pré-sal à Chevron, como querem o Cerra, o genro e, pelo jeito, o Aécio.
É mais amplo e tem alcance maior.
A hegemonia trabalhista pode solidificar-se por um largo período, ainda, quando os investimentos maciços em Educação e Saúde amadurecerem.
Lula tomou a Petrobrax do Príncipe da Privataria, ao estabelecer o regime de partilha – “o que eles querem é acabar com a partilha”, disse ele aos blogueiros; refundou a Indústria Naval com a Dilma; e vai dar o salto, o salto do Deng na China: o da Educação e da Tecnologia, com o dinheiro do pré-sal.
É por isso que eles querem desmanchar a Petrobras.
Desacreditar a Dilma.
Voltar ao regime de concessão.
É mais do que entreguismo.
É impedir que um governo trabalhista mexa na estrutura geológica do Brasil, lá no fundo mais fundo que o pré-sal.
A estrutura da Educação.
Ainda mais que será por causa desse maldito metalúrgico, um Nunca Dantes qualquer !, que não tem título universitário, não fala inglês, e fez 14 universidades – e o Sociólogo, nenhuma.
(O Deng não falava inglês. O Mao também não.)
O dinheiro do pré-sal vai dar nova dimensão às reformas trabalhistas.
Com a vitória da Dilma em outubro, esse projeto se fortalece.
E o que será da Oposição ?
Ela não vai acabar, claro.
Mas, terá que arranjar outra barriga de aluguel.
A serventia do PSDB de São Paulo se terá concluído – ainda mais se perder em São Paulo e em Minas …
Os conservadores e a Globo vão ter que bater em outra porta.
Provavelmente a do Dudu.
Se o Dudu vencer em Pernambuco.
E se Mamãe deixar.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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O politicídio contra o PT
O politicídio contra o PT
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:
A ideia de que só existe uma coisa a fazer em termos de política econômica - ‘a coisa certa’ - é um daqueles mantras com os quais o conservadorismo elide as escolhas e conflitos inerentes à luta pelo desenvolvimento.
O ardil para desautorizar a discussão do que importa - desenvolvimento para quem, desenvolvimento para o quê e desenvolvimento como? - passa pela desqualificação moral do adversário.
A criminalização do agente contamina sua agenda.
O escritor e jornalista Bernardo Kucinski –autor do premiado ‘K’, romance apontado como uma das grandes vozes do ciclo ditatorial brasileiro-- resgata o termo ‘politicídio’ para expressar o espanto com o que se passa no país.
Politicídio, grosso modo, é o extermínio de uma comunidade política.
Kucinski enxerga uma mobilização em marcha para exterminar o PT da sociedade brasileira, a começar pela sua presença no imaginário da população.
A aspiração não é nova nas fileiras conservadoras. Em 2005, já se preconizava livrar o país ‘ dessa raça pelos próximos trinta anos’.
Jorge Bornhausen, autor da frase, reúne credenciais e determinação para levar adiante seu intento. Hoje ele os exercita na articulação da campanha de Eduardo Campos e Marina Silva.
A verdadeira novidade é a forma passiva como um pedaço da própria intelectualidade progressista passou a reagir diante dessa renovada determinação de exterminar o PT da vida política nacional.
Doze anos de presença do partido no aparelho de Estado, sem maioria no Congresso, por conta do estilhaçamento intrínseco ao sistema político , explicam um pedaço do desencanto.
O ex-ministro Franklin Martins, em entrevista nesta página, resumiu em uma frase a raiz da desilusão: ‘o PT elege o presidente da República há três eleições e não elege 20% dos deputados federais (...) Se não se resolver isso, teremos uma crise permanente e o discurso de que o Brasil não tem mesmo jeito só se fortalecerá’.
Coube a Maria Inês Nassif, em coluna também nesta página (‘Como um parlamentar adquire poder de chantagem?) debulhar o mecanismo através do qual o sistema de financiamento de campanha alimenta a chantagem do Congresso contra o Executivo e delega a “pessoas com tão pouco senso público credenciais para nomear ministros ou diretores de estatais”.
O politicídio contra o PT faz o resto ao descarregar nos erros do partido –que não são poucos-- a tragédia da democracia brasileira.
Uma inestimável contribuição à chacina foi providenciada pelas togas do STF ao sancionarem uma leitura rasa, indigente, das distorções implícitas à construção de maiorias parlamentares na esfera federal.
Espetar no coração do ex-ministro José Dirceu a indevida paternidade --‘chefe de quadrilha’-- pela teia que restringe a soberania do voto é o ponto alto da asfixia do esclarecimento pelo politicídio contra o PT.
O passo seguinte do roteiro conservador é estender a desqualificação do partido aos resultados do governo Dilma na economia.
A transfusão é indispensável para emprestar aromas de pertinência –‘fazer a coisa certa’-- ao lacto purga que o PSDB tem para oferecer às urnas de outubro: retomar aquilo que iniciou nos anos 90, o desmonte completo do Estado brasileiro.
A prostração de uma parte da intelectualidade progressista diante dessa manobra subtrai da sociedade uma de suas importantes sirenes de alerta quando a tempestade congestiona o horizonte.
Por trás das ideias, melhor dizendo, à frente delas, caminham os interesses.
Cortar a ‘gastança’, por exemplo, é a marca-fantasia que reveste a intenção de destroçar o pouco da capacidade de fazer política pública restaurada na última década.
Subjacente à panacéia do contracionismo-expansionista (destruir o Estado para a abrir espaço ao crescimento privado) existe um peculato histórico.
É justamente ele que está na origem de boa parte dos impasses enfrentados pelo desenvolvimento brasileiro nos dias que correm.
O principal déficit do país não é propriamente de natureza fiscal, como querem os contracionistas, mas um déficit de capacidade de coordenação do Estado sobre os mercados.
As empresas estatais, cujos projetos e orçamentos, permitiram durante décadas manter a taxa de investimento nacional acima dos 22%, em media, contra algo em torno de 18% atualmente, perderam o papel que desempenharam até a crise da dívida externa nos anos 80, como ferramenta indutora da economia.
Nos anos 90, o governo do PSDB promoveu sua liquidação.
Sem elas não há política keynesiana capaz de tanger o mercado a sair da morbidez rentista para o campo aberto do investimento produtivo.
Sobretudo, não há estabilidade de horizonte econômico que garanta a continuidade dos investimentos de longo prazo, aqueles que atravessam e modulam os picos de bonança e os ciclos de baixa.
O que sobra são espasmos e apelos bem intencionados, fornidos de concessões de crédito e renúncias fiscais, frequentemente respondidos de forma decepcionante por uma classe dominante que se comporta, toda ela, como capital estrangeiro dissociado do país.
Não há contradição em se ter equilíbrio em gastos correntes e uma carteira pesada de investimentos públicos, como faz a Petrobrás, que deve investir quase US$ 237 bilhões até 2017.
A cota de contribuição da estatal para mitigar as pressões inflacionárias decorrentes de choques externos --vender gasolina e diesel 20% abaixo do preço importado—não a impediu de fechar 2013 como a petroleira que mais investe no mundo: mais de US$ 40 bilhões/ano, o dobro da média mundial do setor, o que a tornou campeã mundial no decisivo quesito da prospecção de novas reservas.
O conjunto explica o interesse conservador em destruir esse incomodo paradigma de eficiência estatal, antes que ele faça do pré-sal uma alavanca industrializante demolidora das teses dos livres mercados.
À falta de novas Petrobras –elas não nascem em gabinetes, mas nas ruas-- a coerência macroeconômica do desenvolvimento terá que ser buscada em um aprofundamento da democracia participativa no país.
A chegada do PT ao governo em plena era da supremacia das finanças desreguladas, deixou ao partido a tarefa de fazer da justiça social a nova fronteira da soberania no século XXI.
Essa compreensão renovada da âncora do desenvolvimento orientou prioridades, destinou crédito, criou demandas, gerou aspirações e alimenta as expectativas de uma fatia da população que compõe 53% do mercado de consumo do país.
Ficou muito difícil governar o Brasil em confronto com esse novo protagonista.
Daí o empenho em desqualificar seu criador.
E em desacreditar suas políticas e lideranças diante da criatura.
É o politicídio em marcha.
Se a construção de uma democracia social for entendida pelo PT –e pelos intelectuais progressistas que ora se dissociam de sua sorte-- como a derradeira chance de renovar o desenvolvimento e a sociedade, ficará muito difícil para o conservadorismo levar a cabo o politicídio.
A menos que queira transformá-lo em um democídio: um governo contra toda a nação.
A ideia de que só existe uma coisa a fazer em termos de política econômica - ‘a coisa certa’ - é um daqueles mantras com os quais o conservadorismo elide as escolhas e conflitos inerentes à luta pelo desenvolvimento.
O ardil para desautorizar a discussão do que importa - desenvolvimento para quem, desenvolvimento para o quê e desenvolvimento como? - passa pela desqualificação moral do adversário.
A criminalização do agente contamina sua agenda.
O escritor e jornalista Bernardo Kucinski –autor do premiado ‘K’, romance apontado como uma das grandes vozes do ciclo ditatorial brasileiro-- resgata o termo ‘politicídio’ para expressar o espanto com o que se passa no país.
Politicídio, grosso modo, é o extermínio de uma comunidade política.
Kucinski enxerga uma mobilização em marcha para exterminar o PT da sociedade brasileira, a começar pela sua presença no imaginário da população.
A aspiração não é nova nas fileiras conservadoras. Em 2005, já se preconizava livrar o país ‘ dessa raça pelos próximos trinta anos’.
Jorge Bornhausen, autor da frase, reúne credenciais e determinação para levar adiante seu intento. Hoje ele os exercita na articulação da campanha de Eduardo Campos e Marina Silva.
A verdadeira novidade é a forma passiva como um pedaço da própria intelectualidade progressista passou a reagir diante dessa renovada determinação de exterminar o PT da vida política nacional.
Doze anos de presença do partido no aparelho de Estado, sem maioria no Congresso, por conta do estilhaçamento intrínseco ao sistema político , explicam um pedaço do desencanto.
O ex-ministro Franklin Martins, em entrevista nesta página, resumiu em uma frase a raiz da desilusão: ‘o PT elege o presidente da República há três eleições e não elege 20% dos deputados federais (...) Se não se resolver isso, teremos uma crise permanente e o discurso de que o Brasil não tem mesmo jeito só se fortalecerá’.
Coube a Maria Inês Nassif, em coluna também nesta página (‘Como um parlamentar adquire poder de chantagem?) debulhar o mecanismo através do qual o sistema de financiamento de campanha alimenta a chantagem do Congresso contra o Executivo e delega a “pessoas com tão pouco senso público credenciais para nomear ministros ou diretores de estatais”.
O politicídio contra o PT faz o resto ao descarregar nos erros do partido –que não são poucos-- a tragédia da democracia brasileira.
Uma inestimável contribuição à chacina foi providenciada pelas togas do STF ao sancionarem uma leitura rasa, indigente, das distorções implícitas à construção de maiorias parlamentares na esfera federal.
Espetar no coração do ex-ministro José Dirceu a indevida paternidade --‘chefe de quadrilha’-- pela teia que restringe a soberania do voto é o ponto alto da asfixia do esclarecimento pelo politicídio contra o PT.
O passo seguinte do roteiro conservador é estender a desqualificação do partido aos resultados do governo Dilma na economia.
A transfusão é indispensável para emprestar aromas de pertinência –‘fazer a coisa certa’-- ao lacto purga que o PSDB tem para oferecer às urnas de outubro: retomar aquilo que iniciou nos anos 90, o desmonte completo do Estado brasileiro.
A prostração de uma parte da intelectualidade progressista diante dessa manobra subtrai da sociedade uma de suas importantes sirenes de alerta quando a tempestade congestiona o horizonte.
Por trás das ideias, melhor dizendo, à frente delas, caminham os interesses.
Cortar a ‘gastança’, por exemplo, é a marca-fantasia que reveste a intenção de destroçar o pouco da capacidade de fazer política pública restaurada na última década.
Subjacente à panacéia do contracionismo-expansionista (destruir o Estado para a abrir espaço ao crescimento privado) existe um peculato histórico.
É justamente ele que está na origem de boa parte dos impasses enfrentados pelo desenvolvimento brasileiro nos dias que correm.
O principal déficit do país não é propriamente de natureza fiscal, como querem os contracionistas, mas um déficit de capacidade de coordenação do Estado sobre os mercados.
As empresas estatais, cujos projetos e orçamentos, permitiram durante décadas manter a taxa de investimento nacional acima dos 22%, em media, contra algo em torno de 18% atualmente, perderam o papel que desempenharam até a crise da dívida externa nos anos 80, como ferramenta indutora da economia.
Nos anos 90, o governo do PSDB promoveu sua liquidação.
Sem elas não há política keynesiana capaz de tanger o mercado a sair da morbidez rentista para o campo aberto do investimento produtivo.
Sobretudo, não há estabilidade de horizonte econômico que garanta a continuidade dos investimentos de longo prazo, aqueles que atravessam e modulam os picos de bonança e os ciclos de baixa.
O que sobra são espasmos e apelos bem intencionados, fornidos de concessões de crédito e renúncias fiscais, frequentemente respondidos de forma decepcionante por uma classe dominante que se comporta, toda ela, como capital estrangeiro dissociado do país.
Não há contradição em se ter equilíbrio em gastos correntes e uma carteira pesada de investimentos públicos, como faz a Petrobrás, que deve investir quase US$ 237 bilhões até 2017.
A cota de contribuição da estatal para mitigar as pressões inflacionárias decorrentes de choques externos --vender gasolina e diesel 20% abaixo do preço importado—não a impediu de fechar 2013 como a petroleira que mais investe no mundo: mais de US$ 40 bilhões/ano, o dobro da média mundial do setor, o que a tornou campeã mundial no decisivo quesito da prospecção de novas reservas.
O conjunto explica o interesse conservador em destruir esse incomodo paradigma de eficiência estatal, antes que ele faça do pré-sal uma alavanca industrializante demolidora das teses dos livres mercados.
À falta de novas Petrobras –elas não nascem em gabinetes, mas nas ruas-- a coerência macroeconômica do desenvolvimento terá que ser buscada em um aprofundamento da democracia participativa no país.
A chegada do PT ao governo em plena era da supremacia das finanças desreguladas, deixou ao partido a tarefa de fazer da justiça social a nova fronteira da soberania no século XXI.
Essa compreensão renovada da âncora do desenvolvimento orientou prioridades, destinou crédito, criou demandas, gerou aspirações e alimenta as expectativas de uma fatia da população que compõe 53% do mercado de consumo do país.
Ficou muito difícil governar o Brasil em confronto com esse novo protagonista.
Daí o empenho em desqualificar seu criador.
E em desacreditar suas políticas e lideranças diante da criatura.
É o politicídio em marcha.
Se a construção de uma democracia social for entendida pelo PT –e pelos intelectuais progressistas que ora se dissociam de sua sorte-- como a derradeira chance de renovar o desenvolvimento e a sociedade, ficará muito difícil para o conservadorismo levar a cabo o politicídio.
A menos que queira transformá-lo em um democídio: um governo contra toda a nação.
Fonte: BLOG DO MIRO
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Algumas capas da revista veja
Assim como aconteceu em 2005, e principalmente nas eleições de 2006, o foco principal é atacar o partido ,no caso o PT .
Seus quadros vem a reboque dos ataques.
É o que vem acontecendo agora, demonstrar a incompetência do PT.
Em bloco, oposição e velha mídia repetem um mantra repleto de profundas superficialidades .
Na mída de globo, veja, folha, band e Sherazade, o que predomina é um falatório alucinante, que pouco informa, mas que repete em palavras evocativas o PT,, seus principais quadros e a Petrobras, o principal objeto de desejo da oposição visível e principálmente da oposição invisível.
Em paralelo, a propaganda eleitoral do PSDB derrama nas telas de TV um pré candidato a presidência da república , Aécio Neves,com expressão ansiosa e apressada, quase saindo pela tela de TV, mas que certamente está desfrutando de uma oportunidade tão esperada para conversar com o eleitor e apresentar suas propostas de governo.
E que propostas apresentou Aécio neste entrudo oposicionista de abril, certamente deve estar se perguntando o caro leitor.
Objetivamente, Aécio, descabelado, nada apresentou de relevante.
Procurou apenas atacar o PT, seguindo o enredo elaborado pela velha mídia.
Partindo de um conceito equivocado e fictício, Aécio, o descabelado, diz que com ele o Brasil e a Petrobras tem jeito, sem dizer absolutamente nada sobre o que significa o jeito dos tucanos de governar
Ora, o caro e atento leitor sabe que os governos do PSDB, quando na presidência da república, foram um fracasso para o pais e para o povo brasileiro, marcando um período, os anos da década de 1990, como uma grande e escura noite de predomínio da agenda neoliberal.
Qualquer comparação dos indicadores econômicos e socias com os governos do PT, faz com que o livro do PSDB não passe da página dois.
O que se vê é apenas retórica, que também tem como foco a privatização da Petrobras, defendida pelo PSDB , em benefício de interesses estrangeiros nocivos ao projeto de desenvolvimento do país.
charge do PAPIRO - O Politicídio
Algumas capas da revista veja
Assim como aconteceu em 2005, e principalmente nas eleições de 2006, o foco principal é atacar o partido ,no caso o PT .
Seus quadros vem a reboque dos ataques.
É o que vem acontecendo agora, demonstrar a incompetência do PT.
Em bloco, oposição e velha mídia repetem um mantra repleto de profundas superficialidades .
Na mída de globo, veja, folha, band e Sherazade, o que predomina é um falatório alucinante, que pouco informa, mas que repete em palavras evocativas o PT,, seus principais quadros e a Petrobras, o principal objeto de desejo da oposição visível e principálmente da oposição invisível.
Em paralelo, a propaganda eleitoral do PSDB derrama nas telas de TV um pré candidato a presidência da república , Aécio Neves,com expressão ansiosa e apressada, quase saindo pela tela de TV, mas que certamente está desfrutando de uma oportunidade tão esperada para conversar com o eleitor e apresentar suas propostas de governo.
E que propostas apresentou Aécio neste entrudo oposicionista de abril, certamente deve estar se perguntando o caro leitor.
Objetivamente, Aécio, descabelado, nada apresentou de relevante.
Procurou apenas atacar o PT, seguindo o enredo elaborado pela velha mídia.
Partindo de um conceito equivocado e fictício, Aécio, o descabelado, diz que com ele o Brasil e a Petrobras tem jeito, sem dizer absolutamente nada sobre o que significa o jeito dos tucanos de governar
Ora, o caro e atento leitor sabe que os governos do PSDB, quando na presidência da república, foram um fracasso para o pais e para o povo brasileiro, marcando um período, os anos da década de 1990, como uma grande e escura noite de predomínio da agenda neoliberal.
Qualquer comparação dos indicadores econômicos e socias com os governos do PT, faz com que o livro do PSDB não passe da página dois.
O que se vê é apenas retórica, que também tem como foco a privatização da Petrobras, defendida pelo PSDB , em benefício de interesses estrangeiros nocivos ao projeto de desenvolvimento do país.
charge do PAPIRO - O Politicídio