terça-feira, 11 de junho de 2013

Imprensa. Um doente Terminal

Tranco de 2013 é repeteco do ‘choque do petróleo’

Por Alberto Dines em 11/06/2013 na edição 750
A equação jornal-papel produziu avanços extraordinários ao longo dos quatro séculos de história comum. Começou a azedar há cerca de quarenta anos, em 6 de outubro de 1973, com o quarto confronto árabe-israelense, conhecido como “Guerra do Yon Kippur”.
Antes mesmo do cessar-fogo, os países produtores de petróleo reunidos na OPEP aumentaram drasticamente o preço do barril – de 3 dólares pulou para 30. Era o “choque do petróleo” que arruinou a economia mundial e produziu a recessão de 1974.
A imprensa foi uma de suas vítimas, sobretudo nos países condenados a importar o papel-jornal de fontes distantes. Caso do Brasil: nossa produção era ínfima, o insumo vinha majoritariamente da América do Norte (EUA e Canadá), países escandinavos (Noruega, Suécia e Finlândia) e alguma coisa do Chile.
O fantasma, como sempre, veio acompanhado de um pacote alternativo com maravilhosas promessas: a TV, a mídia do futuro, tornava-se imbatível, universal. Acessível inclusive a analfabetos, formidável ferramenta de inclusão social, capaz de popularizar desumanas ditaduras.
Transmitida em sedutoras cores graças aos satélites e câmeras portáteis, transistorizadas, cobria os acontecimentos quase instantaneamente e os levava, com pequeno custo, à sala de jantar dos espectadores.
Todos os jornais – inclusive vespertinos do dia – passaram a ser de véspera. A TV era o aqui, agora. O escândalo de Watergate estourara na mídia impressa em junho de 1972, mas empolgava nos telejornais em horário nobre das redes de americanas.
Jornalismo maiúsculo
A mídia não tratava da mídia, sobretudo porque o assunto era tabu para os censores e a indústria ainda não estava organizada corporativamente: no Rio de Janeiro, funcionava um precário sindicato empresarial comandado pelo deputado Chagas Freitas (dono da próspera empresa que editava O Dia e A Notícia) encarregado de manter a interlocução entre Roberto Marinho de O Globo e Nascimento Brito, do Jornal do Brasil, que não se falavam. Este e os Mesquita mantinham intenso contato. A Folha de S.Paulo ainda não contava.
A direção do JB reagiu prontamente ao choque: determinou ao editor-chefe que estudasse um corte imediato no número de páginas, diminuição no tamanho das matérias (os jornais ainda não estavam cadernizados como agora) e a suspensão de novas contratações.
Perspectivas sombrias. Nas reuniões com o comando da empresa, o editor-chefe tentou demonstrar que seria mais racional e estratégico aumentar o preço do exemplar e das assinaturas do que desfigurar um jornal que se impunha nacionalmente justamente pelo conteúdo. O leitor do Jornal do Brasil – argumentava – tinha poder aquisitivo, suportaria um aumento. O consumidor sabe o que é bom, não se importa em pagar por isso. Além disso, uma imprensa de qualidade, inteligente, adulta, seria capaz de apressar a redemocratização do país.
O problema era O Globo: geralmente os dois concorrentes – devidamente conectados por meio de Chagas Freitas – faziam os reajustes simultaneamente. E se o jornal dos Marinho – cuja rede de TV crescia em penetração e faturamento publicitário – resolvesse não acompanhar o Jornal do Brasil no aumento do preço de capa ?
Enquanto corriam avaliações e negociações, o editor-chefe do JB escreveu um artigo para a edição de dezembro do Caderno de Jornalismo e Comunicação. O título: “A crise do papel e o papel do jornal”. Pretendia ser uma convocação para a preservação do jornalismo impresso e dos valores culturais que encarnava. O editor-chefe foi demitido (por outras razões, a justificativa oficial foi “indisciplina”), a revista deixou de circular, o texto foi perdido. A ideia central converteu-se no livro O papel do jornal.
O choque do petróleo foi absorvido, o jornalismo impresso saiu incólume e manteve a sua hegemonia intocável por outras três décadas graças à bravura de publishers forjados na tradição do jornalismo dito “romântico” (na verdade, jornalismo sem qualquer qualificativo), infelizmente substituídos pelos “executivos” capazes de comandar qualquer empresa – da fábrica de salsichas a supermercados e bancos.
Cortes na carne
A partir do início de abril de 2013, a equação jornal-papel ganhou novamente uma dramática entonação. No Brasil, ao contrário dos EUA, a ameaça não veio montada na internet. A justificativa para o banho de sangue nas principais redações foi a queda no faturamento publicitário orientado principalmente para a TV.
Pagando ainda o custo do endividamento estimulado durante o regime militar por Delfim Netto, ex-czar da economia, o Estado de S.Paulo foi obrigado a iniciar a série de sacrifícios promovendo violentos cortes no número de páginas e no seu quadro de jornalistas (ver, neste Observatório, “Quem matou o ‘Sabático’?”, “A montanha pariu um rato”, “Sem tempo para a leitura?”, “Cabeças de papel” e “Uma equação da crise”).
Os demais jornalões e revistões não perderam tempo: aproveitaram o enxugamento do rival para compactar suas edições e nivelar por baixo. Desistiram de concorrer: ao invés de investir em qualidade (como exige nas demais indústrias) a mídia preferiu desinvestir. Dois meses depois, a partir do dia 3 de junho, Folha de S.Paulo, Valor, Rede Record e Editora Abril também anunciaram fortes cortes de papel, cadernos e pessoal.
***
Perguntas que não se calam
Se a justificativa desse banho de sangue é efetivamente o direcionamento das verbas publicitárias para a TV, algumas questões precisam ser esclarecidas com urgência. Caso contrário a imprensa estará abdicando formalmente do seu papel de defensora do interesse público.
** Esta valorização da TV foi repentina?
** Os exageros da cadernização (que agora se pretende corrigir) não foram pressentidos quando os jornalões refizeram o seu visual a partir de outubro de 2004?
** Se a vilã no Brasil ainda não é a internet, por que razão vem sendo insistentemente apontada como a grande predadora da mídia impressa?
** Diminuído e constrangido por essa sucessão de agressões, como preservar intactas as vantagens competitivas do jornalismo impresso no momento em que as mídias digitais se converterem em real ameaça?
** Como explicar o desânimo e a inapetência das empresas jornalísticas “puras” (que não operam no ramo da TV) diante da suposta ameaça televisiva? Esqueceram suas vitórias anteriores (a partir de 1973)? Não percebem as limitações do meio televisivo como veículo de um jornalismo intensivo?
** As entidades corporativas da mídia impressa (ANJ e ANER) tentaram demonstrar aos anunciantes que o altíssimo custo de veiculação de um comercial associado à sua incapacidade para atingir públicos segmentados torna a televisão imprópria para uma vasta gama de produtos e serviços?
** As agências de publicidade não estão atentas às alterações do mercado, não perceberam que ao assistir passivamente à asfixia da mídia impressa também serão obrigadas a cortar e reduzir despesas?
** Considerando o caráter de vilã da mídia impressa, por que razão insistem os jornais em dar apoio maciço a atrações essencialmente televisivas – como telenovelas, reality shows, sitcoms, lutas marciais?
** Diante do fenômeno da imprensa popular nas principais cidades do país, por que razão não se procuram novos nichos para atender a um público que deseja ascender?
** Considerando a crescente preocupação dos leitores com questões locais (violência, educação, transporte) e a incapacidade dos jornalões em satisfazer essa demanda, por que não se investe mais na imprensa local e comunitária tal como sugere o megainvestidor Warren Buffet? O que é bom para os EUA deixou de ser bom para o Brasil?
** Se a educação de qualidade e a formação de quadros competentes tornou-se prioridade nacional, esse repentino esvaziamento da imprensa não representa uma ação em sentido contrário?


Pesquisa da CNT publicada hoje, 11.06.13, aponta a aprovação pessoal da Presidenta Dilma em estratosféricos 73,7%.

A última pesquisa, no ano passado, apontava a aprovação de 75,7%.

Uma variação de dois pontos percentuais, praticamente a margem de erro.

Mais ainda, essa variação acontece entre 73,7 % e 75,7% e não entre 7% e 9%, por  exemplo, que nesse caso seria uma variação expressiva.

O  sisudo Jornal Valor Econômico , como gosta de dizer o nobre observador, apresenta em sua versão online a seguinte manchete:

- " cai a aprovação pessoal da presidenta Dilma"

O exemplo acima não pretende responder as questões colocadas pelo observador em seu artigo de hoje, porém inclina todo e qualquer observador atento para a realidade náufraga dos grandes jornalões e revistões do país.

Em seu texto sobre o "tranco de 2013", em uma referência ao facão que corre solto nas redações dos jornais e revistas do país, o nobre observador não fez nenhuma referência a partidarização exacerbada dos grandes jornais e revistas,  a ponto do supostamente sisudo Valor Econômico, uma promiscuidade entre Folha de SP e Globo,manipular uma informação carregada de um caráter efêmero mutante, como são as pesquisas de opinião. 

O  jornal que se pretende ser o mais sério e confiável em seu nicho distorce uma notícia como essas , o que esperar do restante do papel disponível ?

Em uma passagem do artigo o nobre observador faz uma referência ao investimento , ou a falta desse, em qualidade pelos jornais.
E a credibilidade ?

Na análise histórica, o observador inicia sua trajetória com o conflito do Yon Kippur e a crise do petróleo da época, porém, de maneira imperdoável, ignora as grandes transformações ocorridas com o  jornalismo  a partir da década de 1990, quando a imprensa assumiu um novo papel na mediação dos assuntos de interesse, atuando, por vezes, como instituição inquisitorial em alguns casos.

Iniciava-se um perído onde toda e qualquer acusação tornava-se válida , para que depois fossem encontradas as verdades.

Independente se por papel ou pelas cores das telas de tv.

O papel da imprensa a partir de então mudava e deslocava-se , até mesmo de forma radical, na abordagem neutra e equilibrada dos fatos.

O nobre observador dirá que  esse comportamento da imprensa não é novidade a partir de 1990, porém, em muito se intensificou desde então.

Em paralelo a guinada do fazer  jornalismo emergia uma nova modalidade de produção de conteúdos com o surgimento da internete.

Independente de qualquer justificativa que se apresente, a internete, no mundo e também no Brasil,  diminuiu  a relevância dos jornalões  e revistões genéricos, transformandos-os em clippings anacrônicos e irrelevantes.

É fato que agora, às 12:57 de 11.06.13, os jornalões e revistas disponíveis nas bancas, podem ser considerados como ultrapassados, no que concerne aos fatos e notícias disponíveis nos meios digitais.

Cabe ressaltar que também os jornalões, agora, estão nos meios digitais disponibilizando novos conteúdos, como o exemplo do Valor Econômico.

É comum , na cultura dos jornalões em meio digital, disponibilizar notícias falsas e distorcidas por algum tempo, minutos, horas, para depois, então, redirecionar os fatos para uma abordagem menos predatória, isso até mesmo entre os chamados "sisudos" já que no meio digital as manchetes podem mudar a cada minuto, horas.

Em suma, para os grandes jornais e revistas genéricos que estão em vias de extinção, a internete é sub utilizada e vista como um campo de batalha , onde se pode manipular, distorcer e corrigir os fatos com uma maior agilidade.

Entretanto, com suas marcas associadas as suas origens impressas como negócio, a grande imprensa  também perde na sua participação na internete, tanto na credibilidade quanto no faturamento.

E eis que repentinamente surge, ou resurge a tv como a meca para salvação.

Obviamente esse movimento contraria todo  e qualquer movimento existente no país, que como bem citou o nobre observador  cresce em educação e consequentemente em análise crítica e qualidade.

Seria  de se esperar o mesmo movimento na imprensa, mas não é o que acontece.

No tocante ao papel, concordo com o nobre observador que os conteúdos específicos, de localidades, cidades, comunidades e mesmos áreas específicas do conhecimento, são o caminho natural para sobrevivência dos impressos.

O deslocamento para a televisão certamente  irá  aprofundar o que já existe na tv no tocante ao jornalismo, ou seja, a notícia enquanto entretenimento sem qualquer pretensão em informar, esclarecer e aprofundar os fatos de importância para a sociedade.

Na contramão ou de costas para o país a imprensa segue célere para seu destino final.
 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Mentira em Primeira Página

PAC 2 investiu 56,3% do previsto até 2014, diz governo

Agência Brasil
O ministério do Planejamento anunciou nesta segunda-feira que o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) investiu R$ 557,4 bilhões em infraestrutura logística, social e urbana até junho deste ano. Esse valor corresponde a 56,3% do total previsto até 2014.
Em termos de ação foram concluídas 54,9% do que era previsto até 2014, o que corresponde a R$ 388,7 bilhões, resultado 18,4% superior ao apresentado no último balanço de (R$ 328,2 bilhões).
No último balanço do PAC 2, no início do ano, o governo informou que 47,8% de R$ 1 trilhão previstos em investimentos para o período 2011-2014 já haviam sido feitos.
O programa de retomada de planejamento e execução de obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética é dividido em seis eixos: urbanização, fornecimento de água e eletrificação, moradia, transportes, energia e cidadania.
Fonte: Jornal do Brasil 

O jornal do Brasil reproduz uma informação do governo federal.

Hoje, no jornal o globo a matéria principal da primeira página apresenta em letras garrafais o seguinte :

" Governo investiu apenas 17% do PAC "

Globo, assim como toda a velha imprensa, produz seus próprios números e indicadores  sobre as obras de infraestrutura do país, além, claro, dos índices e indicadores da economia com um farto repertório de análises e exercícios de futurologia ao melhor estilo mãe Dinah.

A velha imprensa chegou a um estágio de "excelência"  em compilar e divulgar todos os índices e indicadores da economia do país.

Tal estágio , ao que parece pelas notícias, é bem melhor que o do próprio governo que vivencia e trabalha diariamente como esses dados.

Para conseguir esse "feito notável" a grande imprensa necessitaria de um efetivo de pessoal gigantesco e altamente qualificado.

Entretanto, a realidade atual da grande imprensa revela exatamente o contrário, já que os principais veículos de imprensa, em tamanho, é bom que se diga, vem sofrendo com queda de circulação de impressos, queda de audiência em telejornais e um grande número de demissões nas empresas do setor.
 

sábado, 8 de junho de 2013

Primatas no Shopping Center



Mais uma excelente charge dessa usina de criatividade e talento que é Bessinha.

As charges de Bessinha conseguem traduzir com perfeição os assuntos abordados.

No caso acima, nada melhor para definir o estágio atual dos partidos de oposição no Brasil com todo o seu repertório de ideias, verborragias e teses incompreensíveis, não apenas para a população mas principalmente para eles mesmos
.
Pode-se incluir no campo da oposição toda a velha imprensa e seu aparato midático.

Enquanto escrevo sobre a charge acima,  não posso deixar de mencionar o papel da propaganda na vida das pessoas.
.
De uma forma ou de ou de outra, o chargista e o publicitário procuram  retratar a realidade através de fábulas, parábolas, metáforas, alegorias que possam dar luz a aspectos marcantes e  proporcionar um entendimento imediato sobre o assunto abordado.

Quando falo de entendimento imediato, me refiro aquela compreensão que é assimilada de forma direta, independente da organização sistemática e ordenada dos tijolinhos da razão.

Entretanto, a razão  das pessoas que tomam contato com essas expressões não é abandonada, ao contrário, é processada, ou deveria ser,  imediatamente após a compreensão inicial.

Sim, caro leitor, dependendo da peça produzida, como no caso da maioria das peças publicitárias da atualidade,   a razão pode ficar comprometida pelo forte teor dos estereótipos sugeridos nas propagandas, fazendo com que desejos de vingança, manifestações de inveja prevaleçam.

Quando a frustração por não possuir o bem de consumo abordado é o carro -chefe da peça, mesmo que direta ou indiretamente, um forte desejo em adquirir o bem de consumo pode tomar conta de pessoas atingidas por tais conteúdos, contribuindo para o aumento da violência nas cidades.

O que leva um jovem a matar uma pessoa para roubar um tênis, ou um aparelho celular ?

Em primeiro lugar a frustração por não poder adquirir o bem de consumo.

Cabe ressaltar que tal frustração é incentivada pelos padrões e códigos de moda e consumo da sociedade, que são construídos de diversas maneiras , sempre , claro, com o auxílio dos meios de comunicação que ora se apropriam desses padrões e códigos e ora são os criadores .dessas modas
.
E aí nesse lugar se situa também, enquanto uma expressão de comunicação, a publicidade e todas as formas de propaganda.

Seria ideal que a publicidade e a propaganda, em todas as suas manifestações como até mesmo aquelas embutidas em expressões culturais e de entretenimento, contribuísse para e evolução e o crescimento da sociedade, despertando o que existe de melhor nas pessoas , e não o contrário , como acontece com frequência nestes tempos de profunda decadência da cultura ocidental.

O que a propaganda consegue  é uma evolução nas pessoas ao estilo da charge de Bessinha.

Assim compreendo a charge acima não apenas como o processo de decadência da oposição política no Brasil, mas sim, e principalmente, como a decadência  de todo um conjunto de valores , percepções e práticas que ainda dominam a cultura e a sociedade baseada apenas no consumo de bens, como é a sociedade atual.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Terrorismo de Estado

Espionagem dos EUA tem acesso livre aos dados dos internautas
Microsoft, Apple, Google, Facebook, Youtube e Skype são algumas das empresas envolvidas neste “Big Brother” em escala global
Publicado por Esquerda.net
Ao contrário do que acontece no escândalo conhecido esta semana com a maior empresa de comunicações via telemóvel nos EUA, a Verizon,  que dá acesso aos espiões norte-americanos ao registro das chamadas feitas e recebidas mas sem o conteúdo das conversas, o programa PRISM mostra o conteúdo dos emails e o histórico de navegação na internet.
Segundo o diário britânico Guardian, o pontapé de saída do programa PRISM foi dado em 2007, com a Microsoft (que detém o servidor de correio Hotmail) a aderir em novembro. Três meses depois foi a vez da Yahoo e, no início de 2009, a Google, proprietária do Gmail. No ano seguinte, foi a vez do Youtube, outro produto da Google e, em 2011, entraram no PRISM a empresa de videochamadas Skype e a AOL. A Apple foi a última gigante da internet a aderir, em outubro do ano passado.

(Mike Licht/Flickr)
O programa dá acesso direto aos servidores destas empresas por parte da Agência Nacional de Segurança (NSA), o que é uma alteração substancial em relação à prática legal de entrega dos dados e comunicações dos utilizadores quando são requeridas pela justiça norte-americana.
A lei de vigilância norte-americana, alterada após os atentados de 11 de setembro, permite à agência de segurança obter o conteúdo das comunicações dos clientes destas empresas que vivem fora dos EUA e dos norte-americanos que comunicam com pessoas fora do país. Na prática, segundo o documento da NSA obtido pelo Guardian com data do mês passado, os espiões têm acesso ao conteúdo dos emails e dos chats de vídeo e voz, às fotografias, vídeos e outra informação que estejam alojados nos servidores das empresas, transferência de arquivos e também à informação sobre a hora em que o utilizador entra e sai desses populares programas de comunicação online.
A proporção do escândalo é colossal: muitos milhões de cidadãos em todo o mundo podem ver as suas comunicações recolhidas pela espionagem norte-americana sem necessidade de um pedido a qualquer entidade judicial. Em vez de ficar à espera de respostas aos pedidos de mandato, que envolviam a confirmação de que todos os envolvidos estavam fora dos EUA, neste momento apenas é necessária a suspeita de que uma das partes está fora do país para avançar com o recolhimento de dados.
Os resultados estão à vista no relatório da NSA, com o número de comunicações interceptadas no Skype aumentando 248% no ano passado, 131% no Facebook e 63% na Google. O documento indica ainda que a próxima empresa a entrar será a Dropbox, que oferece alojamento para os arquivos dos utilizadores. Ao todo, a NSA admite ter produzido no ano passado mais de dois mil relatórios por mês ao abrigo do PRISM, um aumento de 27% em relação a 2011.
Para Janet Jaffer, da organização de defesa das liberdades civis ACLU, a situação revelada é “chocante”, já que a NSA faz parte do aparelho militar e tem um acesso inédito às comunicações entre civis. “Trata-se de uma militarização sem precedentes da nossa infraestrutura de comunicações”, refere Jaffer, dizendo que isso é “profundamente perturbador para quem se preocupa com a separação” entre militares  e a população civil.
Uma fonte da administração Obama reagiu às revelações do Guardian e do Washington Post, garantindo que a lei não permite a coleta dessas informações de nenhum cidadão norte-americano ou vivendo nos EUA. “A informação reunida no âmbito deste programa é das mais importantes e valiosas” e “é usada para defender o país de um grande número de ameaças”, diz, em defesa do PRISM. Quanto ao silêncio acerca deste programa criado com cobertura política, o Washington Post escreve que “os membros do Congresso que conheciam o programa estavam obrigados por juramento a não revelar a sua existência”.


Alô, alô,  pessoal da espionagem !  Aquele Abraço !

Quero dizer para vocês, em português abrasileirado, que não é necessário se preocupar comigo.

Caso queiram saber o que penso, basta ler meu blogue pelo acesso direto.

Concordo que há muito o que se preocupar no mundo atual quanto as ameaças que existem.

Por outro lado, e sempre existe um outro lado mesmo que não se perceba, quando existem ameaças  é porque existem oportunidades.

A internete e seu repertório de redes sociais pode ser entendida como uma excelente oportunidade para construção de uma  nova consciência global.

Essa consciência não passa pelas emissoras de tv privadas e também pelos grandes veículos da imprensa, seja dos EUA, seja do Brasil, ou de qualquer país.
 
Isso significa que a grande imprensa privada mundial, junto com seu aparato midático, se constituem em uma grave ameça para aos povos no tocante a uma compreensão exata e precisa da realidade que vivemos.

Em uma análise fria e precisa, ocultar, manipular e distorcer as informações, assim como foi feito para justificar a invasão e pilhagem do Iraque por vocês, é uma modalidade de terrorismo e, também , uma forma de escravizar as pessoas no tocante a formatação das consciências através de informações falsas.

Aqui no meu blogue, vocês terão a oportunidade de ler matérias que combatem toda forma de terrorismo e de violação da democracia.

Lerão, também, críticas contra um modelo econômico -político mundial que vem levando o mundo aos caos.

Lerão críticas contra o terrorismo de estado que é praticado pelos estados terroristas dos EUA e de Israel.

Quanto a paranóia hipócrita de vocês quanto ao terrorismo, devo dizer que o terrorismo sempre existiu na história e continuará a existir sempre que houver motivação para atos de terror.

E o mundo que vivemos atualmente, em uma farsa de democracia mesmo em países que se dizem democráticos como os EUA, é uma caldo para fermentar atos de terrorismo, mesmo que seja contra o próprio corpo, como fez o cidadão da Tunísia a atear fogo em seu corpo por conta das violentas limitações impostas por um sistema mundo político-econômico que o impedia de viver.

Seu ato desencadeou toda a onda da primavera árabe, assim como fez Ghandi ao colher o sal nas águas.

Outros, por outro lado, se utilizam de seus corpos como artefados para incendiar e explodir outros tantos .

Analisar o terrorismo é antes de tudo analisar suas motivações, seja o terrorismo praticado por grupos extremistas, ou por estados extremistas., como os EUA.

Enquanto um se utiliza da violência para chamar a atenção contra a violência que o impede de viver, o outro usa a violência como estratégia de dominação imperialista e opressão dos povos.

A vigilância que a espionagem de vocês tem hoje não vai resolver os problemas de atos de terrorismo, ao contrário, pode aumentar.

Talvez seja isso que interessa a vocês , ou seja, um aumento de atos de terrorismo para que vocês possam justificar mais terrorismo contra os povos.

No mundo do WWW, não existe mais um estilo de vida referência que todos os povos devem seguir.

A globalização, a verdadeira que ainda não chegou, não será pela homogeinização de povos, culturas  e  de governanças cênicas, ao contrário, será pela diversidade cultural, étnica, religiosa, em um só povo, em perfeita sintonia com as leis naturais.

Leis naturais essas que não contemplam um modelo capitalista predatório e destruidor da vida, em todas as suas formas e manifestações.

Pode-se afirmar, sem medo de errar, que o capitalismo, com seu repertório de lucro e acumulação é incompatível com a vida, com a ciência.

Essa consciência que brotra nas discussões pelas redes sociais é vista como algo incômodo pelos estados terroristas que vasculham a internete, pois se opõe ao modelo sistema mundo atual.

Modelo esse que deseja e impõe que todas as pessoas sejam iguais nos hábitos alimentares, culturais, na visão política e conômica, e mesmo na religião.

Modelo que cria e dissemina uma legião de autômatos.

A plutocracia que governa o mundo  quer um planeta para no máximo 3 bilhões de pessoas, e para isso, muito terrorismo e violência contra os povos vem sendo implementado.

Com a internete somos um só corpo, sem rosto, sem identidade, uma mente global que criará o seu próprio destino.

Tudo pode estar apenas por  um gesto.
 
A ver.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Omitir, Ocultar, Manipular, Desinformar

Em protesto global, organizações denunciam violações trabalhistas do McDonald´s

Ações acontecem nesta quinta-feira (06) e estão previstas em ao menos 33 países em todo o mundo. Em nota, empresa diz que valoriza e respeita empregados
05/06/2013



Daniel Santini,


Cartaz de convocação para o protesto global contra o McDonald´s
Organizações não-governamentais, sindicatos e associações de defesa de direitos de imigrantes organizam um protesto global, nesta quinta-feira, 6, para denunciar violações trabalhistas por parte da rede de restaurantes McDonald´s. Ações devem acontecer em pelo menos 33 países (veja o site do protesto, em inglês). A campanha foi chamada de “Não Amo Tudo Isso”, uma alusão ao slogan da empresa “Amo Muito Tudo Isso”, e foi coordenada pela associação norte-americana National Guestwork Alliance (ou Associação Nacional de Trabalhadores Imigrantes, em português).
Entre as principais reclamações das diferentes organizações que participam do protesto estão abusos trabalhistas recorrentes, violações de direitos básicos de trabalhadores imigrantes (clique aqui para ver vídeo em inglês) e práticas de restrição à livre associação sindical. O protesto global teve início com mobilização de trabalhadores imigrantes nos Estados Unidos. Em nota, a assessoria de imprensa do McDonald´s afirma que o grupo valoriza e respeita seus empregados e que eles recebem salários “competitivos”.
No Brasil, estão previstas ações em São Paulo, com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Sindicato dos Trabalhadores em Gastronomia e Hospedagem de São Paulo e Região (Sinthoresp). A empresa Arcos Dourados, maior franquia do McDonald´s no país, enfrentou problemas trabalhistas recentes. Em março, a juíza Virgínia Lúcia de Sá Bahia, da 11ª Vara do Trabalho do Recife, determinou que em todo o país a empresa parasse de adotar jornadas móveis variáveis e deixasse de proibir que cada um leve sua própria alimentação para consumir no refeitório.
A ação que originou no processo foi movida pelo procurador do Trabalho Leonardo Osório Mendonça. Para o MPT, a “jornada móvel variável não permite que o trabalhador tenha qualquer outra atividade, até mesmo porque, durante uma mesma semana de trabalho, ocorrem variações no que diz respeito ao horário de início e término do expediente”. Isso, ainda segundo o órgão, “faz com que o empregado esteja, efetivamente, muito mais tempo à disposição da empresa do que as oito horas de trabalho diárias previstas nos contratos ‘normais’ de trabalho, além de não garantir o pagamento sequer de salário-mínimo ao final do mês”. O McDonald´s, por sua vez, defende que a jornada variável é totalmente lícita, insiste que há decisões favoráveis na Justiça neste sentido e que alterações no regime estão sendo adotadas voluntariamente pela empresa tendo em vista favorecer os trabalhadores.
Mapa com as ações previstas em todo o mundo. Clique para obter mais informações no site da mobilização

Trabalho escravo
Além de apontar irregularidades trabalhistas, o Sinthoresp chegou a denunciar a empresa por exploração de trabalho escravo, o que culminou na abertura pela Polícia Federal (PF) do inquérito policial 0233/2012 em 16 de outubro de 2012. O assunto foi encaminhado para a Justiça e, em maio de 2013, retornou para mais investigações. A PF afirma que “investiga a suposta prática de crime previsto no artigo 149 do Código Penal, que trata de crime contra a organização do trabalho, crime de competência da Justiça Federal e atribuição de investigação da Polícia Federal” e que não informa detalhes sobre inquéritos em curso.
A PF ressalta que “se os fatos apurados indicarem a prática de irregularidades de ordem trabalhista – relação trabalhista empregado/empregador – tais como, falta de pagamento, péssimas condições de trabalho e afins, mas que não se enquadrarem na condição análoga à de escravo (trabalhos forçados, jornada exaustiva, condição degradante, restrição de locomoção etc.), não será da competência da Justiça Federal e sim da Justiça do Trabalho”. Ainda não há comprovação da prática por autoridades.
Desde 2009, o McDonald´s integra o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e pode ser suspenso se for comprovada a submissão de trabalhadores à escravidão. Na época, ao Comitê de Gestão do Pacto, a empresa afirmou que as alegações do Sinthoresp não têm qualquer suporte “fatídico ou legal”.


Prática de trabalho escravo em uma rede de lanchonetes que influencia uma grande parcela da população no tocante a hábitos alimentares.

Se não bastasse o envolvimento do mcdonald's em város escândalos e processos por explorar os trabalhadores da rede, cabe lembrar que os produtos vendidos pela rede são de péssima qualidade nutricional.

A propaganda diária de seus produtos tem contribuido para  alterar hábitos saudáveis de nutrição, desencadear doenças como a obesidade, e intoxicar pessoas com seus  alimentos de origem transgência contaminados com os piores agrotóxicos.
O fast food, contexto onde se situa a alimentação do mcdonald's ,nada mais é que uma extensão da excresência da cultura ocidental decadente, idiotizante e imbecilizante.

Não é por acaso que toda e qualquer notícia envolvendo o mc donald's não aparece na velha mídia , seja pelos crimes que a rede comete ou mesmo sobre um protesto mundial contra a rede de lanchonetes.

Em sendo um dos maiores anunciantes das redes de tv, as emissoras privadas omitem toda e qualquer informação que possa denegrir a imagem do palhaço subnutrido da  criminosa rede de lanchonetes.

Ocultar, omitir, mudar o foco, manipular.

Independente do assunto estar relacionado com o protesto contra o palhaço fast food, não se pode analisar a situação sem mencionar o envolvimento da velha imprensa e de seu aparato midiático.

Essa mesma velha imprensa, independente se do Brasil ou de todo o mundo, se transformou em um exército de manipulação dos fatos contribuindo para que milhões e milhões de pessoas tenham uma compreensão equivocada da realidade.

Enquanto o povo nas ruas da Turquia emite claros e inequívocos sinais de uma primavera, a imprensa daquele país ignora os fatos das manifestações de rua e, pela televisão, apresenta documentários sobre pinguins.

Enquanto proliferam notícias, nas mídias digitais, sobre a manipulação criminosa produzida pelo STF para conduzir o julgamento da ação penal 470 com o objetivo de condenar os réus pautados pela velha imprensa, nada, ou quase nada, sobre esse gravíssimo crime contra a democracia brasileira é abordado nos jornais, revistas e telejornais da velha imprensa.

Enquanto o povo brasileiro convive com uma inflação civilizada por mais de uma década, a velha imprensa se agarra a elevação sazonal do preço do tomate para disseminar o caos da inflação.

Transformada em suco, a manipulação do noticiário, não o tomate, a bola da vez agora é o feijão, depois será o arroz, depois a farinha.... O objetivo é tocar as camadas da sociedade que podem influenciar o resultado das eleições de 14.

A grande manipulação mundial da informação, tem na velha imprensa brasileira seus principais atores.

O boato do bolsa família, assunto que saiu do noticiário da velha imprensa mas que continua nas mídias digitais,  teve em seguida uma grande campanha da velha imprensa contra os programas sociais do governo, o que permite uma inclinação na percepção da realidade de que teriam sido ações orquestradas para criar um discernimento na opinião pública desfavorável ao país e ao governo bem sucedido do PT.

A grande manipulação está em curso e não é apenas no Brasil, com o tomate, o STF, a ação penal 470, a seleção de futebol, a inflação, o Brasil como o pior dos mundos, o terrorismo, etc...

Essa manipulação é mundial e parte de uma estratégia de desinformação sobre os principais temas da realidade, tanto que em todos os protestos pelo mundo, como  mais uma vez agora na primavera turca, o direito a uma informação livre, democrática e plural aparece como reinvidicação  pelos povos.

Compreender corretamente a realidade atual passa , necessariamente, pela obtenção de informações em meios descolados da velha imprensa e do seu aparato midático.

Omitir, ocultar, mudar o foco e manipular as informações que ajudam a compreender a realidade, também é uma forma de escravizar as pessoas.

Talvez a pior das modalidades de escravidão.



quarta-feira, 5 de junho de 2013

O Gordo Entendido

selecinha do Galvão:
faltou combinar com o Jô

Pra vender essa seleção, haaaaaaja manipulação na cabeça dos amigos dos Bem amigos.
O Conversa Afiada recebeu recebeu o seguinte comentário do Adilson:


Caro PHA,

Você viu essa ontem, no Bem amigos do cala a boca, Galvão ? Convidaram o Jô Soares, mas não contavam que o “gordo” tava com  língua solta.

um abraço,

Adilson

Ontem, no programa Bem amigos, Jô Soares, quebrou o protocolo e desceu a lenha no Felipão, chamando de mau educado e (indiretamente) de arrogante por, segundo ele, se achar mais inteligente que os outros.

Tudo, é claro pro “desespero” do Galvão que tentava interromper o “gordo” que teimava em dar uma de muuuui amigo..

Mas por que isso é curioso?

Justamente ontem, Lucio de Castro, da ESPN, denunciou, com detalhes sobre depoimentos de colegas que trabalharam lá,  aquilo que já é de conhecimento até do mundo mineral: A pressão nas redações da Globo para sustentar a seleção de qualquer maneira, assim como acontece politicamente; e já fora denunciado por Rodrigo Vianna e Azenha.

Dessa vez o treinador é “da casa” e pouco importa que a seleção esteja desse jeito sofrível e capenga, mas quando foi o contrário, a pressão foi inversa: desceram a lenha no Dunga até ele cair.

Resumindo: depois do golpe GLOBO-CBF-Teixeira did you accept the bribe ?, que destituiu Dunga, o Brasil, que vinha ganhando tudo, entrou na pior fase da sua história e não ganha de uma seleção forte há quase 4 anos.

Dessa vez eu quero ver o tamanho do poder de manipulação dessa organização. Não vai ser fácil não.  Na política, mesmo com o emprego em alta, o povo satisfeito e o presidente aprovado, o máximo que eles conseguem é fazer uma bolinha de papel virar um míssil na cabeça do candidato da casa.

Não acho que no futebol vai ser diferente. Pra vender essa seleção, haaaaaaja manipulação na cabeça dos amigos dos Bem amigos.


Em tempo: sem o Neymar, o Brasileirinho da Globo fica sem estrela. Já não era lá essas coisas … Como o Pato apareceu no Bem amigos, e joga (?) no banco do Corinthians, é possível que a diretoria de programação da Globo tenha escalado o Pato para ser o novo ator principal desse melancólico espetáculo, que obriga o trabalhador brasileiro a assistir jogo às dez da noite e chegar em casa, para trabalhar no dia seguinte, às duas da manhã. Falta entender por que os italianos do Milan deixaram ele sair. PHA

Clique aqui para ler “Maracanã 10 x O PiG (*)”.

E aqui para ler “o enigma Neymar, ou a Globo quebrou o futebol brasileiro”.

Ah, essa mão do Galvão ... tem livre arbítrio


Jô Soares, ao que parece, é entendido de futebol.

Não é a primeira vez que o gordo se manifesta a respeito do antigo esporte bretão.

E, pelo que se sabe, suas idéias sobre treinadores de times de futebol não evoluiram.

Quando ainda trabalhava no SBT, com o seu programa Jô Soares 11 e 1/2, certa vez o gordo entrevistou o saudoso Zezé Moreira, treinador de futebol com passagem por grandes clubes e pela seleção brasileira.

Durante a entrevista, Jô questionou Zezé sobre o fato de os treinadores de futebol se acharem mais conhecedores do assunto  do que todos os demais mortais.

Zezé não titubiou  e saiu com essa:

- Nós, treinadores de times de futebol , não sabemos nem menos nem mais   que  as demais pessoas. Faço minhas escolhas, porque diferente de você,  esta é a minha profissão e sou o treinador de futebol  do meu time.

Imediatamente Jô  abaixou a cabeça e passou a mão pelas  duas narinas, enquanto Zezé o olhava com um sorriso de quem sabe o que faz em sua profissão.
 
Essa entrevista aconteceu lá pela década de 1990.

Hoje, Jô volta com o mesmo discurso senil e mau educado sendo que o alvo é o treinador da seleção de futebol, Luis Felipe Scolari.

Mais uma vez, o velho e ultrapasado Jô, afirma que Felipão é mau educado e se acha mais inteligente que os demais em assuntos referentes a profissão de Felipão, que não é a profissão de Jô.

Discordar das escolhas de um treinador é normal, pois como disse o grande Zezé Moreira na entrevista com o gordo entendido de futebol, todo mundo acha que entende de futebol, mas apenas poucos, muito poucos, são treinadores de times de futebol, e cabe a esses últimos, somente a eles e seus assesores, a escolha de jogadores e das opções táticas para o time.

Diante dos fatos, o mau educado e o arrogante que pensa que sabe tudo muda de lugar.

Um outro exemplo, ainda com treinador da seleção brasileira aconteceu com o mesmo Felipão por ocasião da convocação dos jogadores que participariam da copa do mundo de 2002, na Ásia.

A maioria da imprensa do Rio de Janeiro fez uma barulhenta e até mesmo violenta campanha, ao estilo comentário de Jô,  para que o jogador Romário fosse convocado por Felipão.

Felipão não cedeu e não convocou Romário e, devido a pressão feita pela imprensa, quase foi agredido  fisicamente por torcedores na saída da sede da CBF, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

A seleção disputou a copa da Ásia e venceu a competição com a segunda melhor campanha de seleções brasileiras em toda a história de copas do mundo.

Ao final da copa , ninguém da imprensa, comentou sobre o epsódio da não convocação de Romário.

Ainda mais um exemplo  acerca do assunto sobre o péssimo comentário do gordo aconteceu na copa de 1994 nos EUA.

Mais uma vez, a imprensa esportiva brasileira criticava duramente e até mesmo de forma violenta, a opção tática colocada em prática no time pelo treinador da época, Carlos Alberto Parreira.

Foi um massacre.

Entretanto, algumas poucas  vozes ainda conseguiam manter um equilíbrio.

E foi na transmissão da tv bandeirantes, com Luciano do Vale e comentários de Juarez Soares, que o telespectador podia ao menos deixar o som alto.

Juarez disse durante os primeiros jogos da copa:

- eu não vou criticar a maneira como a seleção está jogando. Essa é uma opção do treinador, opção tática que pessoalmente não gosto, mas é o que está aí. Com base nesse estilo de jogar que devo avaliar o jogo e  fazer meus comentários em respeito ao telespectador.

E a seleção foi campeã com o estilo Parreira, para delírio dos críticos.

Novamente temos agora Felipão e Parreira juntos no comando técnico da seleção brasileira e a imprensa  ainda não aprendeu a trabalhar.

Pessoalmente não gosto do estilo de jogo tanto de Felipão como o de Parreira, mas é o que está aí.

Quanto ao homem Felipão, não me interessa se ele fala duro ou mole com a imprensa, assim como não me interessava se Dunga era mau humorado.

Criou-se no Brasil, principalmente pela cultura da rede globo, a prática de  que tudo tem que passar pelo espetáculo, pelos sorrisos, pela idiotice da cultura midiática, principalmente das emissoras de tv.

Com base nisso, o treinador da seleção brasileira, ao melhor estilo programa de auditório, deve sempre sorrir e concordar com toda e qualquer imbecilidade que seja proferida ( e elas são  com frequência avassaladora) pelos animadores dos programas, incluindo aí Galvão e seus comentaristas patéticos.

Analisando o encontro Galvão- Jô por outro ângulo é possível tirar algumas conclusões.

Quando funcionários da emissoras globo começam a malhar algumas pessoas públicas , é porque alguma campanha já está em curso contra essas pessoas.

A crítica de Jô não foi gratuita.

Por outro lado, todos sabem que as emissoras globo defendem e apoiam Felipão e , mais ainda, que a copa de 14 faz parte da engrenagem de sequestro da nação na construção de um discernimento da opinião pública de que tudo no Brasil vai mal, nas franjas dos caos.

Uma derrota do Brasil, dentro e fora do campo, na copa de 14 interessa em muito às empresas globo.

Também interessa as empresas globo manter a audiência em alta nas partidas da seleção brasileira.

Esse é o jogo.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Tutores para a Velha Imprensa

A inflação da carteira assinada

Por Luciano Martins Costa em 03/06/2013 na edição 748
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 3/6/2013
A série de reportagens pintando um cenário de apocalipse na economia brasileira, que marca as edições recentes dos principais jornais genéricos de circulação nacional, traz como pano de fundo uma tese perigosa: a de que a plena oferta de empregos seria uma das principais causas de aumento dos preços no Brasil.
Observe-se que a imprensa brasileira não questiona se estamos de fato imersos no perigoso jogo inflacionário, embora os aumentos de preços tenham se mostrado pontuais e randômicos, não lineares, o que indica a ocorrência de causas múltiplas e não necessariamente um processo consistente de inflação.
Há apenas dois meses, os jornais e os noticiários da televisão e do rádio martelavam a tese da inflação de alimentos; depois, com o tomate voltando ao molho com preços 75% inferiores, a imprensa passou a ressaltar o custo de produtos eletrônicos, depois das viagens aéreas e agora o vilão é o setor de serviços.
Nesse período, artigos e reportagens tentam impor a seguinte teoria: se o crescimento econômico é insatisfatório, o pleno emprego torna-se fator de inflação porque a disputa por bons funcionários aumenta o custo das empresas, o que acaba se refletindo no preço final dos produtos. Por outro lado, dizem esses teóricos, o crescimento da renda dos trabalhadores aumenta a procura, porque há mais gente com dinheiro para as compras e, apesar do aumento recente dos juros, a oferta de crédito segue em alta.
Os defensores dessa tese consideram que, para fazer a economia crescer sem inflação, é preciso manter um exército de trabalhadores sem renda, ou dispostos a ganhar pouco, para que os preços se mantenham estáveis e o Produto Interno Bruto possa crescer a níveis chineses. Para eles, a boa política econômica é aquela que preserva os “bons fundamentos da economia”, e não aquela que produz bem-estar para a maior parcela da população.
O pensador francês Edgar Morin já observou que “a economia é, ao mesmo tempo, a ciência humana mais avançada matematicamente e a mais atrasada humanamente”. No caso do Brasil, os especialistas mais apreciados pela imprensa são os que se apegam a fundamentos que se justificam mais por ideologia do que por evidências científicas, e se recusam a considerar a nova complexidade da sociedade brasileira.
Esse novo contexto social se baseia no ingresso de uma nova classe de renda no mercado, que permite a milhares de produtos e serviços alcançarem uma escala nunca antes vista. Durante alguns anos, esses novos protagonistas irão realizar alguns sonhos de consumo que acalentam desde a infância, o que certamente produz desequilíbrios nas cestas do mercado.
Que dó, que dó!
Foi assim com biscoitos recheados e iogurte, nos primeiros anos do Plano Real; foi assim com os calçados esportivos e vestuário até 2005, o que estimulou a maior frequência a shopping centers, que proliferaram por todo o país; depois vieram os carros populares, as viagens aéreas, os cruzeiros marítimos, os computadores, e, mais recentemente a TV digital, tablets e smartphones.
O enigma que os economistas devem decifrar é: quais setores do sistema produtivo precisam de uma injeção de produtividade para atender essa demanda sem aumento abusivo de preços.
O pleno emprego e o aumento da renda dos trabalhadores, ocorrendo em curto prazo num contexto de desigualdades históricas, baixa renda e trabalho informal, tendem a produzir distorções de preços, em parte, porque a economia estava organizada para os padrões estáveis de uma classe média tradicional e de pouca escala. De repente, essa classe média, que nunca passou de 15% da população brasileira, tem a companhia dos emergentes, que representam mais de 55% da população e formam um novo país de 105 milhões de consumidores.
Mas jornais e revistas são feitos para a classe média tradicional, o que justifica a reportagem de capa da revista Época desta semana. O texto é um primor de falácia jornalística: “O arrocho da classe média”, diz o título da reportagem, com a chamada de capa em tom de manifesto: “A conta sobrou pra você”.
Com uma série de exemplos de famílias com renda superior a R$ 8 mil mensais que agora precisam conter custos, Época faz coro aos lamentos da dona de casa que se vê obrigada a reduzir seus gastos com cabeleireiro, de R$ 800 por mês – e agora tem que fazer hidratação facial em sua própria casa!
Também há o exemplo dos brasileiros de classes A/B que não aguentam mais pagar o preço do vinho nos restaurantes, porque não dá para manter esse hábito essencial e ao mesmo tempo custear o médico particular. Eles são obrigados a reunir os amigos para beber em casa!
A reportagem nota, com espanto, que na última década a renda dos 10% mais pobres subiu 91,2% acima da inflação, enquanto a dos 10% mais ricos subiu apenas 16,6%.
Há outras referências, mas bastam esses exemplos do que a revista chama de “calvário” da classe média tradicional. O texto termina com um recado para seus leitores: “Eu era feliz e não sabia”.
A frase poderia ser bem outra: “É a distribuição de renda, cidadão”.



Um aluno do último período de um curso de Jornalismo , de uma faculdade renomada, entra na sala de aula já com o professor explicando a matéria do dia em uma aula de semiótica.

Logo que o aluno fecha a porta, o professor vira-se para ele, talvez irritado pelo fato do aluno ter chegado atrasado, e dispara de bate pronto a seguinte pergunta:

- quais são os estados da região centro oeste do Brasil ?

O aluno, pego de surpresa, olha para o professor, depois olha para toda a turma que o mirava aguardando a resposta.

O silêncio de alguns segundos parecia uma eternidade.


Eis que o aluno responde:

- desculpe, professor, mas não compareci na última aula.

Aos poucos, o silêncio dava lugar para algumas risadas até que toda a turma resolveu rir com vontade.

O aluno, que ainda estava com a mão na porta no movimento para trancá-la, gira a maçaneta, fecha a porta, e quando se encaminha para sentar percebe que a maçaneta saiu da porta e ficou na sua mão.

Interrompe os poucos passos que dera, olha para a maçaneta na sua mão, desloca o olhar para a turma agora aos risos, volta a olhar para o professor mostrando a maçaneta em uma expressão que sugere  uma pergunta  tipo, o que faço com isso ?

Antes de qualquer resposta ele volta-se para a porta , encaixa a maçaneta no lugar, e caminha para sentar-se.

O professor, mudo e atônito, recomeça a aula , mesmo ignorando o fato do aluno não ter respondido sua pergunta.

O exemplo acima ilustra situações bem diferentes.

Ao perguntar para um aluno sobre os estados da região centro oeste do Brasil, em uma aula de semiótica,  o professor não estava testanto se o aluno tinha assimilado conhecimentos de sua matéria, já que conhecer os estados da região centro oeste do Brasil  é assunto para crianças do ensino médio.

O professor, irritado pelo fato do aluno ter chegado atrasado e  ter interrompido sua aula, lançou a pergunta de bate pronto na tentativa de desestabilizar o aluno, proporcionar uma saia justa em assunto que qualquer criança saberia.

Já o aluno, pego de surpresa e ainda com a maçaneta da porta na mão, não teve espaço para organizar uma reflexão imediata para a resposta, e optou por dizer que faltara a última aula, o que de fato aconteceu. 

A pergunta relâmpago, associada aos estragos na porta, desestabilizou o aluno, que por sua vez ao respondê-la  com criatividade desestabilizou o professor.

Se fosse de fato um teste de conhecimento sobre a matéria do professor, tudo ficaria em branco pois a resposta certa não apareceu e toda a turma ficaria sem saber a verdade, a resposta certa sobre os estados da região centro oeste do Brasil.

O professor agiu motivado por irritação, desvirtuando o conteúdo de sua aula e em uma atitude de agredir o aluno.

O aluno, que não percebeu que a pergunta não fazia parte do conteúdo da matéria ministrada pelo professor, achou por bem dar uma enrolada no mestre dizendo que faltara a última aula ,e ainda teve a ajuda da inusitada cena da maçaneta.

Independente se a pergunta fazia parte ou não da matéria ministrada, não houve resposta conclusiva ou esclarecedora por parte do professor, de maneira que proporcionasse a toda turma o conhecimento correto.

Assim é a velha imprensa e seu aparato midiático , no tocante ao artigo acima de Luciano.

O que se lê em o globo, folha de SP, estado de SP, época, veja e também o que se vê e se escuta nos telejornais da tv, principalmente nas empresas globo e bandeirantes, no tocante aos assuntos apresentados como notícias, em nada diferem da pergunta fora de foco do professor, da resposta ensaboada do aluno, da maçaneta fora de lugar, e da informação manipulada que fica sem esclarecimento.

Enquanto o mundo está  mergulhado em uma grave crise civilizacional, já que a crise abraça a economia, o meio ambiente, o desemprego em massa, guerras, fome e miséria, o Brasil e os países da América do Sul conseguem navegar com sucesso nessas águas mortas do capitalismo demente.

Enquanto o mundo é engolido pela tragédia neoliberal, a arca de Noé sulamericana vai bem.

Ao que parece todos estão a salvos, com o país em pleno emprego redistribuindo renda e riqueza.

Entretanto, na lógica da velha imprensa esclerosada e também de seu aparato midiático senil, o emprego, a renda, a carteira de trabalho assinada, os direitos trabalhistas, os investimentos em infraestrutura, os programas sociais são retratados como problemas para o crescimento do país e , devido a isso, os governos bem sucedidos da América do Sul são alvo de críticas ferozes, oriundas de supostos professores irritados que não estão interessados em promover o conhecimento, mas sim  em revelar sua ira e seu autoritarismo, mesmo que para isso  se desvirtue o debate.

A neurastenia da velha imprensa já é patológica.

Essa irritação crônica,  que se manifesta até mesmo pelo fato do nascer do sol ou pelo brilho de uma estrela, é direcionada , agora, através de análises e notícias  falsas da realidade, para aquela parcela da população mais susceptível aos medos e, que em um passado não muito distante, deu respaldo para um dos períodos mais obscuros de nossa história, o que comprometeu o desenvolvimento e crescimento do país por décadas.

Essa neurastenia, ao que se revela pelo mundo, tem sido uma característica do capitalismo demente sempre que questionado em sua cruzada apocalíptica ou quando algum país consegue se descolar dessa lógica assassina e ser bem sucedido, como o caso do Brasil a alguns países da América do Sul.

No caso brasileiro, a inexistência de uma imprensa plural, diversificada e democrática, proporciona a velha imprensa empreender campanhas delirantes e criminosas contra o governo brasileiro, em uma tentativa de ocultar os fatos, esconder a realidade do país, espalhar pânicos e, pasme meu caro leitor, afirmar que emprego, renda e crescimento são problemas para uma inflação irrisória.

Como ainda não temos uma lei de mídias no Brasil, e até que o novo marco das comunicações seja aprovado, sugiro que o governo brasileiro, em medida de urgência, encaminhe projeto de lei ao congresso nacional propondo a figura de tutores para os veículos de imprensa da velha mídia, tendo em vista o estado doentio e deplorável em que o setor se encontra.

Cabe lembrar que nos governos Lula e Dilma, direto do centro oeste, os alunos não faltam as aulas e mais do que isso, milhares estão ganhando o direito de estudar, contribuindo para que cada vez um número maior de pessoas conheça a verdade dos fatos.