sábado, 16 de fevereiro de 2013

Na tela da tv no meio desse povo a gente escuta o samba pelo rádio



Sobre Rede Globo, Carnaval e desrespeito ao telespectador brasileiro

O tratamento mercantil dado à maior festa popular do país subestima a inteligência do público


Jornal do BrasilPor Pedro Willmersdorf



Um slogan torto. Assim pode ser definida a frase 'Globo: a gente vê por aqui'. Pelo menos quando o assunto é Carnaval o famoso slogan da emissora mais poderosa do país poderia ser adaptado para 'Globo: a gente vê mais ou menos por aqui'. Em pauta, o desfile das escolas campeãs do Carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Dona dos direitos de transmissão, a Rede Globo, tradicionalmente, cede o sábado pós-desfiles oficiais para que uma concorrente faça o serviço de levar ao telespectador brasileiro a festa das grandes vencedoras do maior espetáculo visual criado pelo homem na face da Terra. Rede Manchete, Band, SBT: por anos os amantes dos desfiles que não puderam, por algum motivo (seja geográfico ou financeiro), curtir de pertinho a alegria das melhores escolas do ano pelo menos tiveram o privilégio de saborear a euforia alheia do conforto do seu sofá. Este ano, nem isso.


Ao telespectador amante do Carnaval e sem fundos para curtir o Desfile das Campeãs na Sapucaí, resta acompanhar o 'Zorra total' na noite de sábado: Globo não cedeu direitos de transmissão da festa
Ao telespectador amante do Carnaval e sem fundos para curtir o Desfile das Campeãs na Sapucaí, resta acompanhar o 'Zorra total' na noite de sábado: Globo não cedeu direitos de transmissão da festa
Sem qualquer justificativa plausível dirigida a seu telespectador, a Rede Globo não somente cortou a cessão dos direitos de transmissão a terceiros como também não incluiu o Desfile das Campeãs em sua programação. Inviável sequer debater motivos, já que a emissora, em momento algum, se posicionou publicamente sobre a escolha de ignorar a festa final do Grupo Especial, tanto em São Paulo como Rio. E, cá entre nós, temos a total certeza que a necessidade de levar ao ar programas do quilate qualitativo de um 'Zorra total' não seria uma desculpa admirável.
O que está em pauta aqui é o completo descaso com seu telespectador, privado desta grande festa diante de interesses sombrios. O que a Rede Globo não entende é a esquizofrenia entre o discurso de seu 'padrão de qualidade' o tratamento mercantil e desprezível dado a determinados momentos da expressão cultural. O que só demonstra o total despreparo da emissora diante da construção da memória coletiva. No fim das contas, o slogan correto, caro leitor, deveria ser: 'Globo: a gente vê por aqui (o que for do nosso interesse, não do seu)'. Um erro grosseiro e excludente que subestima a inteligência do telespectador brasileiro.
Por Pedro Willmersdorf

 ATRAVESSOU

O que teria motivado a tv globo para não transmitir nem ceder os direitos de transmissão  para outra emissora ?
Todos os anos a rede globo adquire os direitos de transmissão de todos os desfiles das escolas de samba daqui do Rio de janeiro. Grupo especial,, Série A e desfiles das campeãs que acontece no sabado depois do carnaval.
Também todos os anos a rede globo cede os direitos de transmissão da atual Série A e dos desfile das campeãs para uma outra emissora  e transmite , apenas, o desfile das escolas do grupo especial.
Neste ano fez o mesmo, ou seja adquiriu o direito de transmissão de tudo, mas não vai transmitir nem ceder os direitos para a transmissão do desfile das campeãs. 
Trata-se de um evento, um grandioso evento, de celebração do elemento mais importante da cultura popular do país, o samba.
E o que faz a rede globo ?
Ignora a importância do evento e dá as costas para a nossa cultura popular.
A rede globo foi ao supermercado e comprou todo o estoque de alimentos. Jogou fora todos os alimentos e deixou a população com fome.
O que quer a rede globo ?
Transmitir a chatice de corridas de fórmula - 1 , de interresse do narrador do evento ?
O leitor atento deve estar se perguntando se não existem mecanismos legais para punir a emissora, já que o evento é inquestionávelmente de interesse público, e o público está sendo impedido de receber as imagens por tv aberta.
Qual o motivo da tv globo ?
Medo que a emissora que poderia transmitir apresentasse uma linguagem diferente para a tomada de imagens ?
Medo de comentaristas inteligentes e conhecedores do assunto que fizessem comentários diferentes dos comentários do desfile de carnaval ?
Medo de enquadramentos que não ocorreram durante o desfile de carnaval ?
Medo de apresentar as imagens que a rede globo censurou em desfiles, como o caso da escola Nenê da Vila Matilde , em São Paulo ? Talvez por isso tenha censurado ?
Medo que seus artistas e protegidos que desfilam nas escolas não tivessem a visibilidade que tiveram durante o desfile de carnaval ?
Medo que as pessoas não assistissem a zorra mediocre da zorra total ?
A resposta fica para o caro leitor debater , refletir e repercutir o assunto.
Enquanto isso me lembro do evento realizado e organizado pela FIFA, aqui no Rio de Janeiro na Marina da Glória, poucos anos atrás, em que foram apresentadas as cidades que irão sediar os jogos da copa do mundo em 14 aqui no Brasil.  O caro leitor deve se lembrar, que durante o evento, ocorreram apresentações de artistas da nossa música. Cabe lembrar que toda a parte artística foi organizada e implementada pela tv globo, assim como a geração de imagens para o Brasil e o mundo. Não apareceu o samba nem nenhuam mulata daquelas que não estão no mapa sambando. Foi tudo ao estilo mauricinho comportado jazzistico, com direito a um filme de Frank Sinatra cantando Garota de Ipanema em inglês. A maior agitação, no tocante a apresentação de artistas, ficou por conta da apresentaçãode Ivete Sangalo, mesmo assim contida e discreta, em comparação com seu estilo de se apresentar.
Pela primeira vez o público da tv aberta não terá a trasnmissão do desfile das escolas campeãs, um ótimo aperitivo para a noite de sábado. 
A passarela do samba Darcy Ribeiro, certamente estará lotada com mais de 75 mil pessoas, mas isso não é justificativa para transmitir o evento, segundo os padrões da tv globo.
Ainda antes do carnaval, quando questionada pelos motivos de não transmitir o desfiles das campeãs. a rede globo, arrogantemente, se limitou a dizer:
" a marquês de sapucaí é nossa" em uma referência ao fato de ter adquirido todos os direitos de transmissão.
Ao adquirir o direito de transmissão a rede globo tem o direito de não transmitir algo de interesse público  que ainda é vendido a rede globo para ser transmitido ao público ?
Que o povo e as autoridades tomem as medidas cabíveis.

HOMER & BONNER

Lino Bocchini: O julgamento do caso da Falha

publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 0:37

Precedente perigoso: essa charge do Angeli, publicada na Folha poucos dias após sairmos do ar, poderia ser censurada pelo Mc Donald´s, utilizando-se dos mesmíssimos argumentos que o jornal usou contra nós
13 fevereiro 2013

Justiça decide se Falha continua censurada quarta que vem. Saiba porque essa briga também é sua
Por Lino Bocchini, no Desculpe a Nossa Falha
O disputa jurídica Folha X Falha vai ser julgada em 2ª instância na próxima quarta-feira, dia 20 de fevereiro, pela 5ª turma de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. Você pode se perguntar: “Ótimo, sorte pra vocês. Mas o que essa briga da Folha com a Falha tem a ver comigo?”. Tudo. É fácil entender, por gentileza perca mais 2 minutos e leia esse texto até o final. Segundo o próprio juiz de 1ª instância, Gustavo Coube de Carvalho, trata-se de um caso sem precedentes no Brasil.
Nunca antes um grande veículo conseguiu tirar do ar judicialmente um site ou blog que o criticasse. Na ausência de jurisprudência em solo nacional, o magistrado chegou a citar casos dos EUA –onde, aliás, paródias assim são permitidas.
A alegação central da empresa da família Frias é a de que a Falha fazia “uso indevido da marca”, e que o logotipo e o nome registrado eram parecidos demais com os originais. Acontece que para toda blogosfera nacional, para organização Repórteres sem Fronteiras, pro relator da ONU para a liberdade de expressão, para o Financial Times e outros veículos internacionais de peso, pro Marcelo Tas, para deputados federais de 10 partidos, pro Gilberto Gil e até para Julian Assange, paródias e críticas como as feitas pela Falha não são motivo para censurar ninguém.
Há quase 100 anos, Barão de Itararé satirizou o jornal “A Manhã” criando a “A Manha”. De lá pra cá dezenas de outros casos, no Brasil e no exterior, foram na mesma linha –lembra da “Bundas” de Zirado, que parodiava a “Caras”? E, desde os tempos do Barão de Itararé, ninguém censurou ninguém. Mas aí vieram os barões de Limeira.
Estamos fora do ar a pedido do jornal desde outubro de 2010, com uma ameaça de multa diária de R$ 1.000 caso voltemos. O juiz que concedeu a liminar foi até “bonzinho”: o pedido original da Folha era de uma multa de R$ 10 mil por dia se continuássemos no ar com nossas críticas. Esse site, o Desculpe a Nossa Falha, não contém nada do que estava no site original. Em 1ª instância o final da censura foi negado, e agora vamos ao segundo round. A decisão final abrirá uma jurisprudência, ou seja: em casos semelhantes no futuro, os juízes devem basear sua decisão em um caso anterior semelhante já julgado em definitivo. O que for decidido na batalha Folha X Falha vai balizar decisões futuras. E é aí que mora o perigo.
O embate central é entre a versão da Folha, que pratica censura travestida de proteção à marca versus a versão da fAlha, que evoca a liberdade de expressão. Em caso de vitória do jornal, o precedente que se abre é tão grave que joga contra a própria empresa, que poderá ser processada e condenada em publicação de algumas charges ou colunas do Zé Simão, por exemplo. A própria advogada Taís Gasparian, que assina o processo de 88 páginas contra nós (irmãos Mário e Lino Bocchini), em 2009, fez outra avaliação. Ao defender José Simão contra um processo que tentava censurá-lo, escreveu: “tratar o humor como ilícito, no fim das contas, é a mesma coisa que censura”. Assinamos embaixo.
Defesa pública da censura
O julgamento da quarta que vem será interessante. Começa às 9h, e haverá sustentação oral dos advogados de cada parte. Será a primeira vez, desde o começo do processo, que algum representante da Folha vai falar, defendendo a censura publicamente. Qualquer um pode assistir, é só estar na 5ª turma do TJ-SP às 9h. A presença da imprensa também é permitida, naturalmente. E, a exemplo do julgamento do chamado Mensalão, seria muito interessante uma transmissão ao vivo –mas, para isso, algum veículo de imprensa tem que solicitar ao TJ, e o mesmo deve autorizar.
Por fim, um pedido singelo: por favor ajude-nos a divulgar o caso. Reproduza esse texto no seu blog, facebook ou twitter, ou então escreva sobre o tema com suas próprias palavras. Se animar, de repente vá acompanhar o julgamento ao vivo. Por motivos óbvios, a imprensa convencional irá ignorar o caso. Daí nosso apelo. Obrigado


fAlha x Folha = liberdade x retrocesso = democracia x censura

Censurar uma paródia inteligente e bem humorada é mais do que uma Falha democrática.
É um atentado a democracia.
Acostumados  a definir o que é notícia, sem concorrentes, a grande imprensa brasileira em conjunto com seu aparato midiático revela que não gosta de concorrentes.
Também não gosta de opinões que não estejam alinhadas em sua ideologia..
Gosta de fazer humor mas não gosta de ser alvo do humor.
A fAlha de SP foi uma das sacadas mais inteligentes da crítica bem humorada ao jornalismo partidarizado que existe no Brasil. Não só existe como domina a informação no território brasileiro.
O jornal Folha de SP partir com toda fúria prá cima de dois jovens que na internte mostram a realidade da imprensa brasileira, é revelador.
Pior , ainda, foi a Justiça acatar a denúncia da Folha de SP e censurar o blogue onde reina, e reinará para sempre apesar da decisão da justiça( em segunda instância) no dia 20 próximo,  a verdadeira liberdade de expressão e a verdade factual.
Sim, a Folha de SP pode muito bem estar associada a fAlha de SP.
Foram inúmeras as falhas, armações e mentiras publicadas pelo jornal paulistano.
Isso é fato.
O que mais enfureceu o jornal não foi o fato de ter sido chamado de mentiroso e manipulador.
Aliás toda a grande imprensa é diariamentte chamada de mentirosa, manipuladora e anti democrática nas redes sociais e portais e blogues da internete..
Ao que parece não se incomodam com isso.
O que incomodou foi a proximidade:
Folha de SP e fAlha de SP.
Aliás , uma proximidade bem real.
Ou Folha não é uma fAlha constante  ?
Tudo essa ação da Folha de SP, que apenas revela o caráter anti democrático da grande imprensa brasileira me remete a um passado próximo com um caso similar:
Estávamos na campanha para as eleições presidenciais de 1989, a primeira depois do golpe de 1964. Em sendo a primeira depois de longas décadas muita coisa aconteceu, de positivo e de negativo. Normal que tenha sido assim.
A campanha se desenrolava com um forte apelo na mídia televisiva, principalmente com o candidato que liderava as pesquisas e  tinha o apoio de toda a grande imprensa, principalmente a tv globo.
A propaganda do candidato que liderava, não poupava recursos para produzir o que tinha de melhor no universo midiático e da computação gráfica. 
Era o show dos efeitos visuais.
Até mesmo o candidato era uma composição para os telespectadores da tv.
O candidato que vinha logo atrás, já no segundo turno, se "apropriou" da estrtatégia usada pelo candidato da imprensa e lançou um slogan em sua propaganda de tv chamado Rede Povo, com direiro a sinal sonoro toda vez que a propaganda entrava no ar. 
Era uma paródia a rede globo e seu apoio excessivo ao candidato fabricado.
A proximidade estava lá:
Rede Globo  e  Rede Povo.
Foi um dos momentos marcantes e bem sacados daquele fantástico período da vida polítca no Brasil.
Ninguém processou ninguém e as campanhas nas eleições presidenciais seguintes ganharam novos contornos de limites.
É o que vivemos atualmente.
A grande imprensa, e aí se inclui a Falha de SP, oppps!. desculpe, a Folha de SP está atônita e um tanto quanto perdida com a contra infromação produzida por jornais e blogues na internete. Esses jornais e blogues, apesar de minúsculos perto do tamanho , poder e alcance da grande imprensa, tem tido uma atuação de extremo valor para a diversidade e pluralidade de conteúdos infromativos, sendo que , em algumas ocasiões  eles tem se apresentado como os principais protagonistas em desmascarar armações e mentiras produzidas pelo partido da grande imprensa.
Isso é fato.
Isso também é o novo.
Sempre que o novo chega e o velho não se move, os conflitos são inevitáveis.
O que se apresenta como interessante e ao mesmo tempo assustador é a constatação de ver a imprensa lutando para censurar conteúdos informativos que não sejam produzidos pelo grupo midiático dominante.
Logo a grande imprensa que tanto grita por liberdade de imprensa e de expressão.
Recentemente, diria mesmo que ainda com o calor de algo saído do forno, a tv globo censurou imagens do desfile das escolas de samba da cidade de São Paulo, pelo fato de uma ala da escola ( Nenê da Vila Matilde) fazer reeferência a figura da Presidenta Dilma.  A referência estava dentro do contexto do enredo e os participantes da ala tinham na fantasia uma faixa onde estava escrito, PRESIDENTA. Isso foi o suficiente para tv globo não mostrar e nem citar a existência da ala durante sua transmissão.
Cabe lembrar que a emissora apresenta todas as alas das escolas durante sua transmissão.
Isso é mais do que uma fAlha, isso é politizar todas as informações passadas ao público.
E o que dizer das aberrações informativas sobre um apocalíptico apagão de energia elétrica que estaria pronto para se consolidar no país ?
Sim, mais uma vez a grande imprensa , e lá estava a Falha de Sp, oppps! perdão mais uma vez, é a força do hábito, digo, Folha de SP fazendo coro com uma mentira  que tinha motivações políticas..
A mentira mereceu , inclusive, um pronunciamento da Presidenta em rede de rádio e tv para esclarecer os fatos e desmascarar a farsa montada pelos partidos de oposição e grande imprensa.
Isto posto, penso que a Justiça cometerá um gigantesco retrocesso democrático caso venha a condenar um expressão inteligente, bem humorada e atual, dentro do contexto de produção e trocas de informações que a sociedade dispõe e ainda dentro dos códigos de produção e compreensão do humor em nossa cultura.
Sempre que o novo chega e o velho não se move os conflitos são inevitáveis.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carne de Cavalo e a Renúncia do Papa. Tudo a ver

Carne de cavalo é encontrada em escolas e hospitais do Reino Unido

Fonte: Folha de SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Atualizado às 11h39.
Testes encontraram carne de cavalo em refeições escolares, comida de hospital e pratos de restaurantes no Reino Unido, acentuando o escândalo sobre produtos adulterados para além de produtos de supermercados.
Os resultados chegaram nesta sexta-feira, depois que autoridades de segurança sanitária obrigaram supermercados e fornecedores a testar refeições identificadas como contendo carne bovina para buscar traços de carne de cavalo.
Autoridades informaram que a carne estava presente em tortas entregues a 47 escolas no condado de Lancashire, no norte da Inglaterra.
Vários hospitais da Irlanda do Norte também receberam hambúrgueres bovinos que continham carne de cavalo, informou hoje o diretor da Organização de Serviços Comerciais (BSO, na sigla em inglês) do país, David Bingham.
O responsável pela instituição, que distribui a carne aos hospitais da Irlanda do Norte, confirmou hoje que os hambúrgueres provinham de uma empresa radicada na vizinha do sul.
"Atuamos imediatamente, assim que soubemos que poderia haver um problema de confiança retiramos o produto", assegurou Bingham.
Ao receber a notícia, a ministra da Agricultura do país, Michelle O'Neill, convocou uma reunião de emergência à qual deve comparecer o titular da pasta de Justiça e Interior, David Ford.
Fontes oficiais dão conta de que o encontro servirá para que a Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido (FSA, na sigla em inglês) informe sobre o estado das últimas investigações das autoridades sobre a questão.
Além disso, a Whitbread PLC, uma das maiores empresas de hotelaria e restaurantes do Reino Unido, informou que carne de cavalo foi encontrada em lasanhas e hambúrgueres servidos nos hotéis Premier Inn hotels e na rede de restaurantes Brewers Fayre.
PRISÕES
A polícia britânica deteve três pessoas nesta quinta-feira (14) na Inglaterra e no País de Gales por envolvimento com o escândalo da carne de cavalo encontrada em produtos etiquetados como bovinos.
Os três homens, com idades entre 42 e 63 anos, foram detidos em duas plantas de processamento industrial de carne nas localidades de Aberystwth, em Gales, e Todmoreden, no condado de West Yorkshire, ao norte da Inglaterra.
Os detidos, sob suspeita de ter cometido uma fraude, permanecem à espera de serem interrogados tanto pela polícia como pela FSA, que inspecionou ambas fábricas na terça-feira passada.
"Podemos confirmar que três pessoas suspeitas de ter violado a lei contra a fraude foram detidas", afirmou um porta-voz da polícia do condado galês de Powys, destacando que as detenções ocorreram no marco de uma "operação simultânea" com a polícia de West Yorkshire.
A FSA havia suspendido a atividade em ambas plantas depois da inspeção de terça-feira perante a suspeita que se estava utilizando carne equina para elaborar hambúrgueres etiquetados como bovinos.
O caso eclodiu após a descoberta, na semana passada, de lasanhas da marca Findus vendidas no Reino Unido contendo carne de cavalo em um produto que indicava carne bovina. O temor de que essa prática seja comum se espalhou pela Europa.

 Cavalo esperto

A partir da década de 1990 os órgãos governamentais de fiscalização, em diferentes países, vem ficando cada vez mais frágeis, ineficientes e sucateados.
Muitos , talvez a maioria, não tenham um número mínimo de funcionários para o desempenho de suas funções.
A fraude da carne de cavalo foi descoberta, mesmo assim, com organismos debilitados.
Imagine então, caro leitor, o que pode estar acontecendo com produtos de origem animal processados industrialmente.
Talvez essa descoberta seja apenas a ponta de um iceberg, onde barbaridades devem estar acontecendo sempre em nome do lucro fácil, da ganância e , principalmente, da necessidade de muitos consumidores em adquirir produtos alimentícios com preços baixos.
Com a crise civilizatória atual despejando milhares de pessoas no desemprego e até mesmo vivendo em barracas de camping e nas praças públicas, esses consumidores pouco questionam sobre a qualidade de um produto.
Vale o prêço e o peso tranquilizador proporcionado ao estômago.
Até mesmo produtos com data de validade vencida são consumidos.
Restaurantes, na linha do ganho fácil, fazem acordos com redes de supermercados para adquirir produtos industrializados com data de validade vencida . 
Bom para o restaurante que compra produtos bem baratos.
Bom para o supermercado que se livra , com lucro, de produtos vencidos.
Péssimo para o consumidor, que não sabe se aquele arroz, ou aquela massa, ou aquele cereal que faz parte de sua refeição estão no prazo de validade para consumo.
No prato do consumidor, no restaurante, os alimentos chegam decorados e convidativos.
Como não falam, e apenas a aparência é visível, não se ouvem relinches.
A cavalgada alimentícia pode ter proporções planetárias,muito além das fronteiras do velho e decadente mundo.
As terceirizações e práticas globalizadas de produção se espalham por onde for mais convidativo e lucrativo, de preferência em locais de pouca fiscalização e facilidade para explorar o trabalho escravo.
A proteção de muitos pés pelo mundo é assegurada com escravidão e sangue.
Não é diferente no segmento de produtos de origem animal processados industrialmente.
No futuro, comunidades de bairros e mesmo de pequenas cidades, criarão regras para avaliar e certificar os produtores e produtos adquiridos pelos  consumidores  dessas cidades.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Ô muié globofaia chegou....

Altamiro Borges: audiência da TV Globo está definhando



A jornalista Keila Jimenez, da coluna “Outro Canal” da Folha, publicou hoje mais uma notícia que confirma a queda de audiência da TV Globo. A emissora perdeu 20% do seu público matinal em dois anos.

Por Altamiro Borges*, em seu blog



O artigo deveria ser analisado com cuidado pela Secretaria de Comunicação (Secom) da presidenta Dilma, que continua garantindo milionários anúncios publicitários oficiais para a famiglia Marinho com base na chamada “mídia técnica”. A audiência definha, mas o governo ajuda a manter o faturamento das Organizações Globo.


Segundo Keila Jimenez, “em 2010, a média de audiência anual da TV Globo das 7h ao meio-dia foi de 8,2 pontos no Ibope. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande SP. Em 2011, esse número caiu para 7,6 pontos. Em 2012, veio o tão esperado ‘Encontro com Fátima Bernardes’. Mas a grande aposta da emissora não estancou a queda de ibope pela manhã. A atração registrou menos audiência que os desenhos que a antecediam na faixa, e a Globo encerrou o ano com média de 6,6 pontos”.

Ainda segundo a jornalista, diante da persistente queda da audiência, a direção da Rede Globo pretende fazer novas mudanças na sua programação matinal – já que as implantadas em 2012 “não surtiram o efeito desejado. Pelo contrário, fizeram a rede perder público no horário”. Um em cada cinco telespectadores abandonou a programação matinal do canal. A nova reforma, porém, também pode dar zebra. Há uma acelerada queda de audiência da TV aberta no país, decorrente da sua péssima qualidade, do crescimento da tevê por assinatura e da chamada revolução da internet.

Outras emissoras também sentem os efeitos desta nova realidade, mas de forma menos dolorosa. Em 2010, por exemplo, a TV Record registrou uma média de 5,6 pontos no Ibope na faixa da manhã; em 2012, ela baixou para 5,4; já o SBT caiu de 4,5 para 4,3% pontos de média. Os telespectadores, principalmente os mais jovens, estão fugindo das telinhas. Segundo recente estudo do Ibope, o número de televisores ligados aos domingos na Grande São Paulo despencou de 46,3%, em 2002, para 41,5%, no ano passado.

No caso da TV Globo, a situação é ainda mais dramática. Ela perdeu quase metade da sua audiência aos domingos. “Em 2002, a média diária (das 7h à meia-noite) dos domingos na Globo foi de 20,3 pontos. Em 2011, esse índice caiu para 14,6 pontos. Em 2012, foi para 12,9 pontos”, relata Keila Jimenez em outra reportagem. Para o desespero da famiglia Marinho, a rival TV Record até que se saiu melhor. Em 2002, ela marcou 4,3 pontos aos domingos; subiu para 8,9 em 2009; e ficou em 7,3 pontos no ano passado.

*Altamiro Borges é jornalista, secretário nacional de Questão da Mídia do PCdoB e presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé.


É uma queda sem fim, lenta, dolorosa.

O conceito de entretenimento mudou e a informação está disponível  na internete.

A tv globo continua no passado
.
Sua grade é ultrapassada e seu jornalismo produz  ficções sobre a realidade.

Neste carnaval produziu mais uma de suas pérolas.

Defensora incondicional das escolas de samba- circo-espetáculo- ilusionismo, foi obrigada a seguir o público da passarela do samba Darcy Ribeiro que escolheu como melhor escola a Mangueira.

E o que fez a Mangueira no desfile ?
Desfilou com uma bateria com 500 ritmistas ( o normal são 250 ) e não seguiu a "tendência" dos espetáculos de ilusionismo e ginástica que invadem as escolas de samba.
Também não utilizou o modernoso conceito de lâmpadas lead nas alegorias e fantasias, que produzem baianas multicoloridas, iluminadas, que piscam o tempo todo como as decorações do período natalino, por exemplo.
A proposta da mangueira foi simples e direta:
Meu negócio é samba.
Com essa proposta, onde os integrantes da escola cantavam, sambavam ao som da bateria a Mangueira foi uma escola de samba, de fato, sem exibições de ginástica, ilusionismos e outras coisas que  não fazem parte do universo do samba, motivo das escolas.
O público foi ao delírio, enquanto a tv globo defende o movimento contrário.

A audiência continua caindo
.
É uma queda sem fim, lenta , dolorosa
.
Para o bem da cultura popular é necessário e urgente que a tv globo seja afastada das transmissões de desfiles de escolas de samba e,  nas transmissões de futebol, que no mínimo se tenha uma outra emissora transmitindo.

A queda continua, apesar de encontros bregas pelas manhãs
.
É uma queda sem fim, lenta, dolorosa
.
Talvez o que possa melhor definir o desespero da emissora da famiglia Marinho em sua queda, seja a campanha de ataques que vem promovendo contra blogueiros da internete.

Em sua queda sem fim. lenta e dolorosa, sutilmente já sugere o assassinato de blogueiros.

É o desespero.

Ps. o próximo encontro da tv globo será com malafaia.

Perigosa cagada de cavalo





Escândalo da carne de cavalo expõe falhas da segurança alimentar na Europa

O escândalo da contaminação por carne de cavalo nasceu no Reino Unido, mas já se disseminou por vários países da União Europeia. Além da retirada de toneladas de produtos das prateleiras, está exposta uma complexa cadeia de terceirização de comida processada que se estende do Reino Unido até a Romênia. A reportagem é de Marcelo Justo, de Londres


Em novembro passado, a Autoridade de Segurança Alimentar da Irlanda coletou uma amostra de 27 bifes de hambúrguer dos supermercados mais importantes do país. Em janeiro, os exames mostraram que dez continham traços de DNA equino e 23 de porco. Hoje o escândalo se disseminou por vários países da União Europeia, provocando massivas retiradas de produtos das prateleiras e expondo uma complexa cadeia de terceirização de comida processada que se estende do Reino Unido até a Romênia.

“A partir da recessão em 2008 houve uma tentativa de baratear custos ante um público que busca produtos cada vez mais econômicos. Isso fez crescer ainda mais uma cadeia de produção já muito globalizada que torna muito mais difícil o controle de qualidade”, disse ao Financial Times Louise Manning, especialista em produção de alimentos do Royal Agricultural College de Londres.

As autoridades irlandesas descobriram que os hambúrguer com DNA equino foram produzidos em três fábricas, duas na Irlanda e uma no Reino Unido. No caso das duas empresas irlandesas a carne importada vinha da Polônia. No da lasanha vendida pela gigante sueca Findus, a carne vinha de uma empresa do noroeste da França, Comigel, que participa na cadeia de produção de comida processada para 16 países. Comigel é, por sua vez, a porta de entrada para um dos tantos labirintos da produção globalizada.

O fornecedor da Comigel era a Spanguero, uma companhia francesa subsidiária de outra, Poujol, com sede no sudoeste do país. A Poujol adquiriu a carne congelada de um intermediário cipriota que, por sua vez, havia subcontratado o fornecimento com outro intermediário na Holanda. Os provedores deste são dois matadouros da Romênia, aparentemente o último elo da cadeia.

A repercussão foi tão internacional quanto este complexo de produção. As grandes cadeias de supermercados britânicos, irlandeses e franceses retiraram de suas prateleiras os produtos em questão, a empresa sueca Findus questionou a francesa Comigel, o chanceler da França, Laurent Fabius, apontou seus canhões para a Romênia, o presidente romeno, Traian Basescu, disse que o escândalo afeta a nação em seu conjunto e a máxima autoridade de Segurança Alimentar da Romênia, Constantin Savu, tentou lavar as mãos dizendo que os dois frigoríficos estavam autorizados pela própria União Europeia, mas que ninguém podia garantir o que ocorria com a carne depois que ela era exportada.

O problema não é tanto sanitário – a carne de cavalo é considerada uma iguaria em algumas culturas -, mas sim um fantasma de toda sociedade industrial: determinar que o produto seja o que diz a etiqueta e não qualquer outra coisa. O controle de qualidade necessário para este tipo de certificação, fundamental no caso dos alimentos por causa de seu impacto na saúde, ficou gravemente abalado em países como o Reino Unido por causa dos cortes orçamentários do governo.

Segundo o prestigiado Instituto de Estudos Fiscais do Reino Unido, o orçamento britânico para saúde ambiental foi reduzido em 32% enquanto que os sindicatos afirmam que dos 800 funcionários que tinha a Agência de Controle Alimentar durante a crise da chamada “vacam louca” nos 90, restou apenas a metade. “A adulteração de alimentos é um fato que sempre ocorreu. Com a atual situação, podemos antecipar que as autoridades ficarão muito ocupadas durante bastante tempo”, disse Louise Manning ao Financial Times. Cabe acrescentar que, a menos que se reverta a situação da contratação de pessoal, a reduzida equipe de inspetores que restou deverá trabalhar dia e noite.




Alimentação Sinistra

Nessa complexa cadeia de produção e terceirização de alimentos processados todo cuidado quanto a qualidade dos produtos ainda é pouco.

Com órgãos de fiscalização cada vez mais fragilizados, e a ganância dos fabricantes cada vez mais forte, qualquer coisa pode parar na mesa do cidadão, principalmente em se tratando de alimentos industrializados, como hambúrguers e embutidos de uma maneira geral
.
Os hambúrguers e embutidos  ( salsichas, presuntos , mortadelas e similares) permitem que fabricantes inescrupulosos alterem  a qualidade do produto, adicionando outras carnes  na composição.
Em testes de qualidade de algumas marcas de salsichões já foram encontrados  no produto  asas de insetos, pedaços de papel e fragmentos de madeiras

Esses testes visavam apenas identifcar elementos que não fossem  carne animal, sem entrar no mérito se a carne era mesmo aquela indicada na etiqueta do produto.

No mundo neoliberal da ganância e do lucro , não seria de se admirar se encontrássemos, por exemplo, carne de pombo, ou de rolinha  em embutidos de frango. Ou quem sabe carne de rato ou de gato em embutidos de carne bovina.

Informações atualizadas indicam que recentemente sumiram 70 mil cavalos na Irlanda.
.
Se não bastassem essas aberrações testes de controle de qualidade já detectaram resíduos de pó de vidro em papel higiênico.

Além de ingerir uma carne esquisita, o cidadão ao defecar ainda corre o risco de desenvolver hemorróidas.   

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Semba de lá que eu sambo de cá

O carnaval “espetacular”

Meu coração socialista tem muitas saudades do futuro, mas os signos de metamorfose do carnaval ‘espetacular’ de Bruzundanga não podem ser ignorados

08/02/2013

Luiz Ricardo Leitão

Quem ainda se lembra do samba-enredo campeão do desfile de 2012 no Rio de Janeiro? Alguns foliões da Tijuca talvez o cantem na sua quadra – e mais ninguém logrará tal proeza. Contudo, a letra e a melodia de Bum bum paticumbum prugurundum seguem vivas em nossa memória musical, assim como outras joias do Império – basta lembrar a antológica Aquarela Brasileira, do genial Silas de Oliveira, que encantou a passarela em 1964.
Dos mais recentes, eu próprio só recordo a bela homenagem de Martinho da Vila a Noel Rosa, no centenário do Poeta, em 2010. Os leitores devem supor que este cronista padece de uma crise aguda de nostalgia, porém estão enganados. Meu coração socialista tem muitas saudades do futuro, mas os signos de metamorfose do carnaval ‘espetacular’ de Bruzundanga não podem ser ignorados.
Como já escrevi aqui nesta coluna, a conversão do desfile em um evento televisivo só fez realçar o peso dos elementos visuais na Sapucaí – e, de fato, a última escola a vencer impulsionada pelo samba foi o Salgueiro, em 1993 (!), com o seu Ita do Norte, cujo esfuziante refrão (Explode, coração, na maior felicidade...) até hoje agita as ruas do país.
A lógica irracional do mercado ditou, em grande parte, essa agonia do gênero. Por imposição das gravadoras, acelerou-se em muito a harmonia dos sambas, para que todos coubessem em um só disco. Com isso, a velha cadência de Mano Décio, Silas, Zé Katimba, Martinho & Cia. cedeu vez a uma batida frenética, de melodias padronizadas, em que raros refrões logram seduzir o público.
E quem se habituou a cantar os belos e alegres sambas da Ilha nos anos 70/80 (Domingo, O amanhã, O que será?, Bom, bonito e barato) só pode lamentar o que se ouve hoje, ‘colchas de retalho’ compostas por ‘firmas’ que concorrem em várias quadras – e de que logo se esquecerá em meio a tamanha pasteurização.E
A suposta “nostalgia”, pelo visto, não se restringe a este escriba. O sambista Zeca Pagodinho, de forma ainda mais clara e contundente, acaba de declarar, em entrevista, que não vai ao sambódromo em 2013: “Não tem Carnaval! Roubaram tudo. Acabaram com tudo o que é da cultura. Não sei que doideira deu nesse mundo aí.”
Mas a festa vai rolar em Xerém, no sítio de um amigo, com banda de música, decoração e as crianças todas enfeitadas, cantando Mamãe, eu quero, Índio quer apito e outros sucessos dos antigos carnavais. Assim como Zeca, o povo continua a fazer da festa sua forma de contestação. Cresce o número de foliões fantasiados, expressando seus sonhos, suas revoltas e, sobretudo, sua enorme criatividade.
Conforme escrevi em 2012, o carnaval volta a cumprir seu papel dentro de uma sociedade excludente e perversa, liberando as energias reprimidas pelo capital e desnudando a farsa do poder em Bruzundanga. É óbvio, também, que o “mercado” não subestima essa energia colossal e tenta cooptá-la por diversas vias – que o diga a Basf, empresa aliada do latifúndio, com os milhões investidos no desfile da Vila Isabel.
Certos tiros, porém, podem sair pela culatra – e a iniciativa da Campanha contra os Agrotóxicos de entregar uma carta à Vila foi mais que oportuna: “o agronegócio, que não “partilha, nem protege e muito menos abençoa a terra”, quer se apropriar da imagem dos camponeses e da agricultura familiar”.
Em realidade, o episódio só reitera o dilema das escolas em Bruzundanga: com as verbas do Estado e dos bicheiros, não logram mais fazer um carnaval espetacular. Por isso, a São Clemente exaltará as novelas da TV Globo, a Mocidade cantará o Rock in Rio (!) e a Beija-Flor, o Manga-larga Marchador... Quem dá mais, caro leitor? Só mesmo o sarcástico Noel para cantar a moral dessa história: “Quanto é que vai ganhar o leiloeiro / Que é também brasileiro / E em três lotes vendeu o Brasil inteiro?”

Luiz Ricardo Leitão é escritor e professor adjunto da UERJ. Doutor em Estudos Literários pela Universidade de La Habana, é autor de Noel Rosa – Poeta da Vila, Cronista do Brasil e de Lima Barreto – o rebelde imprescindível.

A gente vai se ver na globo. A gente quem, cara pálida ?


 E o carnaval chegou. 
Impossível não falar sobre os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Penso que o desfile ganhou uma dimensão  tão grande que deveria ser algo  que não estivesse ligado diretamente ao carnaval. Poderia , inclusive, acontecer em outra época do ano.
O carnaval e os desfiles das escolas de samba são eventos distintos. São poucos, bem poucos os foliões que brincam o carnaval com as escolas de samba. Nesse aspecto a maioria apenas assiste o espetáculo proporcionado pelas escolas. E assiste pela tv.
Conversando com um antigo folião, do tempo que se brincava o carnaval nas Sociedades, disse que iria assistir ao desfile na Passarela do Samba Darcy Ribeiro.
- assistir não tem graça, bom é brincar,  respondeu  de bate pronto e continuou. O carnaval não foi feito para se assistir. Ou se brinca ou se vai fazer outra coisa.
A visão de um carnaval onde a festa era garantida por qualquer um em qualquer lugar vem mudando com o tempo apesar do resgate dos carnavais de rua em cidades como o Rio de janeiro. Desde que os foliões se submetam as normas e regras estabelecidas pela prefeitura da cidade brinca-se o carnaval em blocos de rua. A brincadeira  precisa de ordem. Hummmm...
O ponto alto do carnaval, sem dúvida, é o desfile das escolas de samba e aí concordo com o autor do texto que uma mesmice repetitiva acontece.
No tocante aos sambas de enredo, ninguém conseguer se lembrar dos sambas do ano anterior, salvo alguma exceção na qualidade. Isso se deve, em grande parte, pelas regras estabelecidas para a competição, que engessam a elaboração dos sambas deixando pouca margem para a poesia e a criatividade. Escolas como a Unidos da Tijuca, usam grande parte da melodia de um samba vitorioso para os sambas dos anos seguintes. A Beija-Flor também caminha nesse sentido. Os sambas desse ano, por exemplo, ficam parecidos, melodicamente , com os sambas de anos anteriores, não só nessas escolas , mas em muitas. 
No carnaval deste ano destaque para os sambas da Vila Isabel e da Portela, sem dúvida de qualidade muito acima dos demais, sendo que o samba da Vila Isabel é poético na letra e na melodia, apesar do ritmo sempre aacelerado.
Um outro aspecto que não pode ser ignorado é a influência de tv globo na escolha dos enredos das escolas. Este ano teremos enredos, como disse o autor sobre Fama ( Salgueiro), Rock in Rio ( Mocidade), Novelas ( São Clemente ) onde certamente os produtos a  artistas da tv globo serão lembrados e apresentados por essas escolas.
Cabe ainda ressaltar que a escola Grande Rio  é porto seguro dos artistas para desfilar na Passarela. A maioria dos artistas é da tv globo. Isso já vem acontecendo há alguns anos e , "curiosamente" a escola Grande Rio sempre desfila, todos os anos, mesmo com sorteio para indicar a ordem dos desfiles,  em um horário por volta de meia noite. Alguns críticos  afirmam que esse horário , com garantia de celebridades para os telespectadores, é fundamental para manter a audiência da emissora, pelo menos até a entrada da madrugada.
Outro detalhe , também analisado pela crítica, é a distribuição de celebridades ligadas a  tv globo, por todas as escolas que desfilam.
A tv globo, com a invasão de seus artistas nas escolas e influência na esolha dos enredos, transformou o desfile das escolas de samba em mais um  programa de sua grade.

Desde a vitória da Vila Isabel, em 2006, quando cantou a latinidade e a integração dos povos da América, que somente enredos caretas e comportados vencem o carnaval do Rio. Ate mesmo a crítica política e social, que sempre foram comuns nos enredos das escolas está  sumindo, que o diga a Unidos de São Clemente, que se caracetrizou por enredos de forte crítica e humor, esse ano embarca nas novelas.


Já escrevi em outra ocasião que a exclusividade para uma emissora de tv transmitir os desfiles de escolas de samba é algo nocivo para as escolas e a cultura do samba, principalmente se esta exclusividade é  da tv globo.
Infelizmente o universo das escolas de samba é habitado por patronos , com grande poder de decisão nas escolas, mas  que não tem muita margem de manobra para peitar e fazer exigências que possam alterar não só a exclusividade mas também a qualidade das transmissões dos desfiles pela tv.
Exclusividade com a tv globo em um espetáculo da cultura popular do povo do Rio de janeiro significa um potencial perigo para a própria cultura em questão, sabedores que somos todos nós dos interesses e papéis assumidios pelas organizações globo na vida política e cultural do país ao longo de anos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mijados com Garfo e Faca

Unidade do McDonald's vai servir sanduíches com pratos e talheres

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DE SÃO PAULO
Uma unidade do McDonald's no subúrbio de Sidney, na Austrália, vai servir os sanduíches em pratos de louça e com talheres de metal.
Segundo o site Huffington Post, o serviço de mesa será testado por uma semana.
Divulgação
O Bic Mac pode ser servido com talheres na Austrália
O Bic Mac pode ser servido em pratos de louça na Austrália
Clientes que pedirem sanduíches como o Grand Angus e o Big Mac entre 17h e 20hs terão a opção do serviço "mais formal".
Questionados sobre a decisão, os responsáveis pela franquia, Glenn e Katia Dwarte, explicaram que, ao servir familiares com talheres e pratos, acabaram recebendo pedidos semelhantes de outros clientes.
A ideia foi apresentada para a direção geral da rede na Austrália, que autorizou o teste.
Além desta inovação, a franquia também oferece um aplicativo para celular que permite o pedido e compra do lanche antes mesmo de o cliente chegar à loja.
Segundo Katia Dwarte, funcionários do McDonald's de todo o mundo vão até a loja para ver como o aplicativo funciona.

 Selvagens em evolução

Um sanduíche  gigantesco  para se comer sem talheres me parece algo selvagem, animal.
Haja boca.
Não é de hoje que os fast foods  vendem alimentos  que a crítica sugere que deveriam ser consumidos por monstros, andróides ou outras coisas não humanas.
Aliás o mac donald's é considerado o símbolo do capítalsimo. 
Tudo a ver.
A proposta do mac donald's sempre foi de consumir rápido o "alimento" para não perder tempo de ganhar a vida.
Que vida sinistra.
Muitas pessoas adeptas desse tipo de "alimentação" chegam ao ponto de comer os sanduíches de pé.
E para essas pessoas issso é o substituto de um almoço, por exemplo.
A doce vida italiana e o respeito aos ritmos da vida dos povos ibéricos, certamente ficam horrorizados
com essa forma violenta de viver as refeições diárias e ingerir os alimentos.
Para esses povos a alimentação, um almoço por exemplo,  começa bem antes do ato de ingerir o alimento e termina algumas horas depois de  esfregar o guardanapo  na boca e sair correndo pelas ruas.
Durante a ingestão , um ritual acontece.
Na cultura do american way of life o alimento é empurrado goela abaixo, sem nehuma identidade com o ato.
"homem primata, capitalismo selvagem"
A proposta de servir os gigantescos sanduíches em pratos de louça com talheres, imagino que em uma mesa com cadeiras , faz do sanduíche algo menos selvagem, assim como a prática de ingerí-lo.
Espero que os sanduíches não estejam mijados, ou seja , com aquele desagradável odor de hidróxido de amônio.
Seria também civilizado se a rede mac donald's tivesse sanduíches vegetarianos.