domingo, 2 de dezembro de 2012

O Planeta dos Macacos

O Planeta dos Macacos



O MICO – Datena negocia sequestro ao vivo, no “Brasil Urgente”

Datena negociou com sequestrador ao vivo
Obviamente, todos ficaram felizes pelo desfecho sem tragédia desse caso, mas não é função da mídia agir como negociadora de sequestro. E José Luiz Datena fez exatamente isso, na última quarta-feira (28), quando conversou ao vivo com um homem que mantinha a família em cativeiro. Há quatro anos, o próprio apresentador havia criticado atitude semelhante de Sonia Abrão. Fez mal.


 Respeitável Público !!!!

Datena não foi apenas o mico da semana, ele é o mico de todos os dias. Não apenas o apresentador da bandeirantes, mas todos os demais que seguem esse tipo de programa e que só produzem mediocridades, em altos decíbéis, pois todos falam aos gritos com o telespectador acreditando que gritar é o mesmo que conscientizar e sensibilizar. A tv brasileira é um zoológico onde os primatas são as estrelas do espetáculo. De bom, só o pica pau, que talvez por isso foi agredido pelo concorrente.

sábado, 1 de dezembro de 2012

O Humor Sem Talento

O Humor Sem Talento



A RedeTV! e a apresentadora Luciana Gimenez foram condenadas pela Justiça paulista a pagar R$ 60 mil de alegou que não deveria ser condenada porque as imagens dos policiais foram captadas de longe. Ainda de acordo com a emissora, em caso de condenação, esta não deveria se estender a apresentadora Lucianindenização a dois policiais militares que atenderam a uma ocorrência na casa do estilista Ronaldo Esper.

Pegadinha do 'Superpop" com Ronaldo Esper faz o estilista chamar a polícia (set.2007)
Os policiais atenderam ao chamado de Esper, que estava sendo impedido de entrar em sua residência por um homem que dizia tê-la comprado. Entretanto, ao chegar ao local os PMs descobriram que tudo não se passava de uma brincadeira da RedeTV!.
Em setembro de 2007, a produção do programa "Superpop" enviou um ator até a casa de Esper, localizada na região de Pinheiros, que dizia ter comprado a casa do estilista e que, por isso, ele não poderia mais nela entrar. No meio da confusão, Ronaldo Esper chamou a polícia.
A Justiça concedeu a indenização porque a emissora não pediu autorização de exibição de imagem para os policiais que mantinham sua profissão em segredo. Além disso, os PMs alegaram que passaram por humilhação e constrangimento diante da família e da corporação.
No processo, a RedeTV a Gimenez;
Mas para a 8ª Câmara de Direito Privado, a pegadinha, além de provocar a chamada de uma viatura desnecessariamente, acabou expondo os policiais e suas famílias a um risco desnecessário, o que enseja a condenação. Além disso, para os desembargadores, não só a emissora mas também a apresentadora é responsável pelo conteúdo do programa e suas consequências. 

Obs. portal uol em 01.12.12



Assim é prá chorar.



Mais uma pérola da TV brasileira na luta por míseros índices de audiência
.
Será que essas empresas não sabem o que é controle de qualidade ? Ou ainda, será que não existe revisor?  As aberrações acontecem com uma frequência impressionante, e em todas as emissoras. Será que está na moda ser anta e vulgar?
Será que o humor perdeu a mão ? Aliás o humor na tv está sofrível.

Hoje a tv globo resolveu que vai dispensar o programa  de Renato Aragão, assim como fez com Chico Anísio. Disse também que irá dispensar o programa do Casseta e Planeta. Até aí, tudo bem, pois o programa morreu com a morte de Bussunda, o único talento de fato no grupo. Os demais apenas levantam a bola para o principal, no caso Bussunda que não existe mais, finalizar .
Já Renato Aragão sustentou durante décadas um bom programa , e agora, depois de velho, jogam no lixo.

De fato , manter o vigor de programas humorístos por longos períodos é algo dificílimo, e o gênero exige renovação constante, o que não faz a tv globo, esgotando, sugando ao máximo seus quadros para depois descartar. Renato Aragão merecia um pouco mais de consideração.

Bem fez Jô Soares, que percebu o esgotamento de seus personagens e embarcou em outro gênero  em que também pode usar o humor. Entretanto, para isso , se faz necesserário uma bagagem de talento e cultura nem sempre disponível no meio. Talvez Chico Anísio pudesse ter feito o mesmo caminho de Jô, tinha bagabem para isso.
Agora surgem as pegadinhas, algumas podendo até matar uma pessoa de susto, como o caso do fantasma no elevador. E ainda, essa da Rede Tv envolvendo o trabalho de policiais militares da já sofrível segurança pública de São Paulo.  Certamente a Tv brasileira piora a cada segundo, desonrando um passado em que já fez algo de qualidade.
Será que essas emissoras estão sendo administradas por adolescentes, e não qualquer adolescentes, mas adolescentes irresponsáveis ?
Já passou da hora de um novo marco regulatório para as mídias. O que pensa o antigo compositor ?

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Poste Que Fez Xixi No Cachorro

O Poste Que Fez Xixi no Cachorro

O apresentador José Luiz Datena voltou a falar do sequestro que negociou ao vivo no "Brasil Urgente", da Band, nesta quinta-feira (29).


O programa exibiu uma reportagem sobre a repercussão do caso pela CNN, rede internacional de notícias, que acabou servindo para endossar a versão da história sustentada pela Band. Ou seja, de que o pedido para Datena intermediar o diálogo partiu da polícia.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar de São Paulo informou que vai "apurar as circunstâncias" e ressaltou que "o mais importante é preservar vidas".

O editor internacional para América Latina da CNN falou que Datena é uma "celebridade muito conhecida no Brasil" e estava ao vivo nesta quarta quando recebeu telefonema pedindo que negociasse com um homem que ameaçava a mãe e a irmã com uma faca.

O âncora do canal internacional se espantou ao saber que o brasileiro disse ter se arrependido após o encerramento da transmissão, porque suspeitava que a audiência crescera com o caso.

De fato, o "Brasil Urgente" chegou ao seu pico no Ibope no momento em que o sequestrador se entregou, encerrando o caso sem nenhuma vítima.

Datena deixou o resto do comando da atração com Marcio Campos, dizendo estar "emocionalmente abalado". 

obs. texto publicado no Folha online de 30.11.12


Realmente a Segurança Pública de São Paulo está caótica, sem direção, sem rumo.

A cidade de São Paulo e também algumas cidades do estado estão mergulhadas em uma onda sem fim de crimes e violência.  Os números de vítimas de crimes , assassinatos, roubos, roubos com morte, etc  apresentados diariamente são alarmantes.
A Faixa de Gaza é aqui, cantaria Caetano Veloso , isso se o velho compositor não resolvesse dizer que os crimes não existem e que  são apenas invensões de petistas.

A situação é muito grave e o governo federal deveria intervir em São Paulo para garantir a ordem e a civilidade, já que o governo estadual está a deriva em perfeita harmonia com todo o ideário político e econômico defendido e aplicado pelos barões de alta plumagem durante longos anos em São Paulo.

O apresentador da tv bandeirantes afirmar que recebeu um pedido da polícia para atuar como negociador de um sequestro é o mesmo que um poste fazer xixi em um cachorro. O surrealismo invadiu São Paulo em uma triste, assustadora e crônica bienal em céu aberto, revelando a falência da segurança pública.

O trabalho de negociar com bandidos  em situações de sequestro exige pessoas treinadas e capacitadas para tal, como se espera das polícias. Não é o caso do apresentador, que se utilizou do pedido policial para alavancar índices de audiência  e, com isso , colocando todos os envolvidos no sequestro em alto risco.
A obsessão por índices de audiência na tv aberta brasileira já levou o mesmo apresentador da tv bandeirantes  a se esconder em sua residência por conta de uma criminosa armação produzida por concorrente seu, em que um suposto bandido armado aparecia no vídeo ameaçando de morte o apresentador da tv bandeirantes. Tudo isso para aumentar índices de audiência.
Recentemente a apresentadora Xuxa disparou contra um concorrente seu que estaria a sua frente na audiência. O detalhe que o concorrente era um pássaro, personagem principal de uma animação. Mais uma vez um poste fez xixi no cachorro.
Cabe lembrar que acontecimento semelhante ocorreu no programa de Sônia Abrão , da rede tv, em um passado bem próximo. Um repórter da emissora, entrou ao vivo no programa de Soninha, com imagens de um sequestro com ameaça de morte. Não satisfeitos, o intrépido repórter e a apresentadora , concordaram que o repórter deveria conversar com o sequestrador para negociar uma solução pacífica, tudo isso ao vivo, em horário vespertino.  Na ocasião a trapalhada jornalística foi duramente criticada em todas as mídias e também pelos órgãos de Segurança Pública da cidade de São Paulo.

Os programas da tarde nas tv brasileiras, em sua maioria, são de péssima qualidade, sensacionalistas, explorando o crime e a barbárie, independente se são veiculados na rede tv, bandeirantes, record, e outros. Aos apresentadores desses programas espera-se que fiquem restritos, já que os programas continuam,  a apresentação das barbaridades diárias, falando suas asneiras costumeiras, e que a segurança pública não misture atribuições e cumpra com eficácia suas funções.

Quanto a tv brasileira, diante dos casos citados , ficam as perguntas :

-  ancorado em liberdade de expressão, um apresentador de um programa pode    inventar uma falsa entrevista em que um suposto bandido ameaça de morte um colega seu de profissão ? Se é ilegal tal comportamento não deveria existir punição para os envolvidos, inclusive a emissora ?

- ancorado em liberdade de expressão, pode um apresentador, ao vivo, participar como negociador em um sequestro mesmo não tendo qualificação para tal ? 

- ancorado em liberdade de expressão pode a animação de um pássaro sofrer agressões de concorrente ?

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Brasiiiiiiiiiiiiiiiiil !

Brasiiiiiiiiiiil ! 


O Brasil parou ontem por causa do anúncio do novo técnico da seleção brasileira de futebol, e para não ficar apenas ouvindo  as opiniões de nossos briosos especialistas da imprensa esportiva, resolvi também botar minhas asas para fora.

A seleção brasileira de futebol será comandada por Felipão com a coordenação técnica de Parreira.

A maioria da imprensa esportiva no Brasil, e até mesmo correspondentes em outros planetas, gritavam por mudanças e evolução no futebol brasileiro e, para  tanto, pediam o espanhol Pepe Guardiola, vitorioso no comando do Barcelona, a frente da seleção nacional. Faltando um pouco mais de um ano e meio para a realização da copa do mundo, a escolha de Guardiola seria de alto risco.

Concordo com nossos briosos e empolgados jornalistas esportivos de que o Brasiiiiiiiil precisa evoluir, pelo menos, ou principalmente, no campo de jogo.  Novos estilos e táticas já se fazem necessárias na maneira de jogar o antigo esporte bretão por aqui em nossas terras escaldantes. Entretanto, a mudança não deve partir de uma seleção nacional, mas sim dos clubes, da base de todos os clubes. Foi assim em 1974 quando a seleção holandesa de futebol encantou o mundo com seu futebol total. A base daquela maneira de jogar foi o Ajax, campeão da europa em anos anteriores a copa. Foi com a seleção espanhola campeã mundial em 2010, que seguiu o estilo Barcelona. Foi assim com as seleções brasileiras de 1958, 1962 e 1970, que seguiram o futebol arte de Santos, Botafogo e Cruzeiro. Logo o trabalho deve partir dos clubes, e Guardiola, no momento, seria muito bom para o futebol brasileiro, dirigindo um time de um clube brasileiro.

No tocante a escolha da dupla Felipão- Parreira, me parece acertada assim como tambem seria se fosse outro nome em atividade no futebol brasileiro.  Zagallo e Parreira e depois Felipão, são os responsáveis pelos  três títulos mundiais do Brasil desde 1970, como também pela colocação da seleção nacional entre os quatro primeiros colocados em mundiais, o quarto lugar em 1974, o segundo lugar em 1998, com exceção de 2006 ,já que o terceiro lugar em 1978 teve no comando Claudio Coutinho que também trabalhou em 1970 com Zagallo e Parreira. Isso é fato. São os maiores vencedores no comando da seleção brasileira, o que talvez não agrade uma grande parcela de nossa imprensa que gosta de elogiar e incensar os perdedores.

 O comando da sinistra CBF optou pela escolha de treinadores vencedores  e que possam ganhar a copa de 2014. O objetivo da CBF, deixa claro, a conquista da copa , independente de futebol arte, futebol show e renovação na maneira de jogar.

Com Felipão e Parreira teremos a volta do futebol pragmático , de eficaz esquema defensivo jogando no erro do adversário. Nenhuma inovação tática ou artística , mas que já deu dois títulos mundiais para o Brasil, garantindo lucros para muitos e preservando o emprego de muitos profissionais da imprensa.
O único que não lucra com as conquistas da seleção brasileira é o torcedor. Atualmente, inclusive, são com os impostos dele que estádios como o Maracanã, um patrimônio do povo brasileiro, estão sendo reconstruídos, para depois serem entregues a iniciativa privada
.
Quanto a renovação de nosso futebol, também toco meu trombone. Se faz necessária pois podemos jogar um futebol  bonito, competitivo, eficaz e vitorioso. Entendo, porém, que passa pelos clubes, pela formação de atletas, pela base, a mudança de filosofia e estilos.

A renovação , também , deve passar pelas mídias. Atualmente temos visto a tv globo, detentora de direitos de transmissão de todos os eventos de futebol, exigindo mais regalias no contacto com clubes e jogadores. O que mais quer a tv globo ? Fazer das preleções dos treinadores e das rodas de conversa dos jogadores antes dos jogos um reality show ? Ou será , ainda, que deseja mais espaço para que seus repórteres e jornalistas possam assistir os atletas se banhando depois dos jogos ? Se faz necessário e urgente que a exclusividade na transmissão de partidas de futebol também acabe por aqui, até mesmo para que o torcedor tenha opções de escolha e que os horários das partidas sigam uma racionalidade que não esteja condicionada aos acontecimentos e eventos retratados na avenida Brasil.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Surfando em Wall Street



 Surfando em Wall Street



Elevação do Nível do Mar

A elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global tem ocorrido 60% mais rapidamente do que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo que será publicado esta quarta-feira (28).
Atualmente, os mares subiram 3,2 mm ao ano, em média, segundo o estudo realizado por três especialistas em clima e publicado no periódico científico Environmental Research Letters.
A projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007, baseada em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano atualmente.
A nova cifra converge com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação do nível do mar de um metro até o fim do século, declarou Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, co-autor do estudo.
"Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas" a respeito, disse Foster.
"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos, e isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou.
"Para grandes cidades costeiras, como Nova York, provavelmente o principal efeito seria o que vimos com o furacão Sandy", prosseguiu.
"Toda vez que temos uma forte tempestade, você tem uma intensidade maior e isto traz um risco maior de inundações", prosseguiu.
O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007.
Este relatório alertou os governos a colocarem a mudança climática no topo de suas agendas, culminando com a fracassada Cúpula de Copenhague, em 2009, e ajudou o IPCC a conquistar o prêmio Nobel da Paz em 2008.

O novo estudo estabeleceu marcos mais elevados para a previsão do documento sobre temperatura global, destacando que havia "um consenso muito bom" do que está se observando hoje, uma tendência de aquecimento generalizada de 0,16ºC por década.
Mas destacou que a projeção do IPCC para os níveis dos mares estava muito abaixo do que os fatos têm demonstrado.
A previsão do painel para o futuro - uma elevação de até 59 cm até 2010 - "pode também estar tendenciosamente baixa", alertou, uma cautela compartilhada por outros estudos publicados nos últimos anos.
Foster disso que a elevação maior do que a projetada poderia ser atribuída ao derretimento de gelo terrestre, algo que era bem desconhecido quando o IPCC publicou seu relatório e permanece obscuro até hoje.
Outro fator seria a incerteza técnica. A projeção do IPCC tinha se baseado em informações entre 1999 e 2003, e desde então tem havido mais dados, que têm ajudado a provar a precisão de radares de satélites que medem os níveis dos mares ao fazer saltar as ondas de radar sobre a superfície do mar.
O Quinto Relatório de Avaliação do IPCC será publicado em três volumes, em setembro de 2013, março e abril de 2014.

obs. artigo retirado do JB online em 28.11.12


Efeito Estufa

experimentou a sensação de entrar em um carro que ficou muito tempo exposto ao sol? O calor que se sente é resultado do “efeito estufa” dentro do veículo. O calor entra, mas não pode sair e assim, o interior do automóvel fica aquecido. Nosso planeta está sujeito à mesma lei da física e graças aos gases de efeito estufa (que promovem a retenção do calor), podemos viver!   
A falta de vapor de água e gases de estufa e até mesmo da própria atmosfera, leva outros planetas a terem diferenças de temperatura de 200 graus Celsius das áreas expostas ao sol para as áreas de sombra. Assim, o dia é escaldante e a noite gélida, sendo a vida impossível.  

O aquecimento global possibilita extremos mais próximos e homogeneização das temperaturas, sendo condição fundamental para a manutenção da vida. O problema que se vive hoje é que, o ideal projetado de concentração de CO2 na atmosfera para a manutenção da vida é da ordem de 250 a 280 ppm (partes por milhão) - níveis verificados antes da revolução industrial. 
A revolução industrial nos ensinou, entre outras coisas, a obter energia pela queima de combustíveis fósseis e em pouco mais de cem anos a concentração de CO2e na atmosfera passou para 390 ppm. Estima-se que a partir da concentração de 450 ppm existe o risco de entrarmos em um ciclo irreversível, chamado de “feedback positivo”. Nele o aumento de temperatura impede que mares e florestas absorvam CO2 da atmosfera, consequentemente a temperatura aumenta, o que leva a dificuldade maior da natureza sequestrar o carbono e assim por diante.

O assunto é de extrema urgência. Desde o estabelecimento da UNFCCC e do Protocolo de Quioto - criados internacionalmente para combater o aquecimento global, as emissões de gases de efeito estufa não diminuíram. As previsões do IPCC são de que as emissões médias do planeta durante esse centenário, não sejam superiores a 18 GToneladas ano a ano. As emissões atuais são superiores a 40 Gtoneladas. Esse é o tamanho do desafio que os negociadores enfrentam ano a ano na Conferência das Partes
Para piorar, o efeito não é sentido uniforme ou regularmente. Ao contrário de colocar o dedo na tomada, onde facilmente aprende-se a lição, nas questões climáticas, quando se sente o choque pode não haver mais tempo para reagir. 

Fato é que o mundo não vai acabar. A decisão que devemos tomar é se queremos aprender com nossos próprios erros e agir racionalmente para aumentar nossas chances como espécie de sobreviver ou se vamos lançar à sorte nossa própria existência e continuar negando os fatos.

obs. artigo retirado do Portal IG em 28.11.12



E Agora, Michael Jackson ?  

Uma verdade inconveniente volta a circular.  O assunto sobre mudanças climáticas vem sendo discutido  há décadas e ignorado por governos e pela mídia alinhada. Os argumentos contrários, inicialmente, diziam que o planeta não estava passando por alterações no clima.  Sem sustentação, os contrários admitiram as alterações no clima mas , ainda hoje, se recusam a admitir que a interferência do homem seja a causa principal. 

O aumento da concentração de CO2 na atmosfera não é uma causa natural, ele se deve a interferência humana com seus modos e meios de extração de recursos e produção de bens. Mais uma vez foram obrigados admitir, porém argumentam que essa interferência humana pode não ser a causa para as alterações climáticas. Ciclos naturais desconhecidos, podem estar operando e causando as alterações no clima, dizem os defensores do status quo que até admitem um resfriamento do planeta e não um aquecimento. Apelar para ciclos que sequer se tem conhecimento  em detrimento de dados científicos comprovados, não me parece racional, nem científico, nem honesto.

 É certo que uma área com nove metros quadrados, dimensão de um cômodo residencial, com temperatura controlada ,quando ocupada por apenas uma pessoa  vai manter aquela temperatura inicial. Se são adicionadas mais nove pessoas no cômodo, a temperatura subirá em função do metabolismo humano. Desde o início da revolução industrial, com seus modos e meios de produção que agridem violentamente a atmosfera, o planeta deu um salto significativo em sua população, chegando hoje a 7 bilhões de pessoas, além dos animais, no cômodo Terra, que consomem, aquilo que se extrai, se processa , se fabrica, exigindo cada vez mais extração, processamento, produção e consumo.

Tudo isso não necessáriamente deveria se constituir em um problema, se fosse feito com racionalidade e critérios de sustentabilidade, uma vez que o cômodo tem espaço para abrigar toda a população confortávelmente.

 Aí se encontra o conflito. Produzir e consumir com racionalidade e sustentabilidade, inquestionávelmente não é o que acontece com o modelo vigente e, uma mudança nos padrões, não interessa aos países ricos, que desfrutam de estilo de vida incompatível para a realidade do planeta, seja no tocante as necessidades dos povos, seja também na necessidade de recursos naturais. Isso é um golpe fortísssimo para uma ideologia, um modelo econômico e estilo de vida, que se auto declarou vencedor e hegemônico  em pouco mais de duas décadas. Isso porém não significa um retorno à outras ideologias , mas deixa claro o fracasso do modelo atual. 

Infelizmente, para a maioria das pessoas, o assunto não é debatido e apresentado de forma clara e esclarecedora pelos meios de comunicação, haja visto que a maioria dos meios se coloca ao lado daqueles que não desejam alterações no modelo atual.  No Brasil a emissora de TV bandeirantes, porta voz do agronegócio, defende a tese de que não se pode afirmar que as alterações climáticas sejam fruto da ação humana. Para tanto se utiliza de "estudos" de um Físico brasileiro, que com frequencia deita falação nos telejornais da emissora. Assim sendo  a TV Bandeirantes, coloca no mesmo patamar o estudo de milhares de cientistas do IPCC com o de uma única pessoa. Seria rídiculo, se não fosse cômico e também uma fraude intelectual . 
Os demais veículos de mídia abordam o assunto das alterações climáticas, porém o fazem propositalmente com o conceito da vala comum, banalizando-o, assim como no que concerna aos assuntos relativos a  violência,  as drogas, por exemplo. Para o leitor  e telespectador fica a compreensão que " é assim mesmo", " fazer o quê ", "está aí todos os dias" , "deixa ficar", deixar rolar e vamos ver como é que fica". Ontem, na rádio cbn, do grupo globo, o apresentador fazia questão de dizer que as reuniões , agora em curso , sobre as questões climáticas, não tinham muito fôlego por causa da importância da crise financeira mundial, como se fossem dissociadas. A imprensa mundial tem sido um grande impecílio, com omissão e desinformação, para que os povos tenham uma conscienciência ativa sobre o problema em questão.

 Os artigos acima deixam bem claro que os estudos do IPCC não estavam superstimados, como afirmavam em maioria os meios de comunicação, mas sim subestimados, já que o problema é mais grave do que se supunha. O aumento dos níveis dos oceanos, em níveis superiores aos estudos apresentados, revela que o aquecimento do planeta é uma realidade. Não apenas as incertezas no processo de medição , ou o derretimento de geleiras acentuado tem  acarretado esse aumento.  O aumento da temperatura global, influencia no aumento da temperatura dos mares, expandindo as moléculas de água e , consequentemente, elevando o nível dos oceanos. Todos esses fatores contribuem para as alterações no clima. 

Já o show de Madona....


Danuza Vai ao Show de Vanuza

Danuza Vai ao Show de Vanuza



Danuza Leão, que foi esposa de Samuel Wainer, o criador do Última Hora -- principal veículo de resistência ao cerco udenista contra Vargas nos anos 50, lamenta a ascensão do consumo de massa no Brasil. Não por ter restrições ao consumo. Mas porque ficou difícil 'ser especial' nesses tempos em que 'todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais', explica na coluna que assina na Folha.

Musicais na Broadway perderam a graça, afirma, não pelo gosto duvidoso do que se oferece ali. "Por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir", lamenta-se.

"Enfrentar 12 horas de avião para chegar a Paris, entrar nas perfumarias que dão 40% de desconto, com vendedoras falando português e onde você só encontra brasileiros - não é melhor ficar por aqui mesmo?", questiona desolada diante das cancelas decaídas.

As raízes desse desencanto com o Brasil, personificado na elite caricatural assumida por Danuza, encontram uma explicação resumida no relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG)', divulgado nesta 3ª feira.

O estudo compara meia centena de indicadores econômicos e sociais de 150 países , coletados junto ao Banco Mundial, FMI, ONU e OCDE.

O Brasil emerge desse mosaico como a nação que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar do seu povo.

O PIB brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011. Mas os ganhos sociais obtidos no período se equiparam aos de um país que tivesse registrado um crescimento explosivo de 13% ao ano, diz a análise. Ou seja, para efeito de redução da pobreza as coisas se passaram como se o Brasil tivesse crescido bem mais que a China nos últimos cinco anos.

O salto na qualidade de vida da população, segundo a consultoria, decorre basicamente da prioridade implementada à distribuição de renda no período. Algo que Danuza Leão intui em meio às dificuldades crescentes para se distinguir do porteiro de seu prédio.

As diferenças entre eles naturalmente continuam abissais. Mas registraram a queda mais rápida da história brasileira nos anos Lula, quando a pobreza recuou à metade e 97% da infância foi para a escola. É o que demonstram também os dados do IBGE divulgados nesta 4ª feira: o índice de Gini que mede a desigualdade encontra-se hoje no menor nível em 30 anos. Ainda assim os 40% mais pobres tem apenas 11% do total da riqueza do país. Mas o deslocamento da seta na década Lula é um fato: entre 2001 e 2011, a renda dos 20% mais ricos -- equivalente a 24 vezes a dos 20% mais pobres,em 2001-caiu para 16,5 vezes em 2011.

Nada disso é captado no visor histórico de quem está obcecado em preservar espaços de um privilégio socialmente patológico, incorporado à rotina da classe dominante como se fora a extensão da paisagem tropical.

O desencanto inconsolável com o Brasil deixado por Lula inclui outras versões igualmente elitistas, mas de apelo não tão exclusivista.

O porteiro do prédio neste caso é a 'corrupção de massa' que o PT teria promovido, segundo os críticos, num aparelho de Estado antes depenado com elegância pelos donos do país.

Assim como o porteiro de Danuza, a corrupção no aparelho público agora comandado pelo PT também é real.

Não é o caso do que se convencionou chamar de Ação Penal 470 - ainda que a prática do caixa 2 de campanha, é disso que se trata, tenha igualmente nivelado o partido aos adversários, que todavia desfrutam da tolerância obsequiosa nos circuitos escandalizados com os forasteiros.

A atual operação Porto Seguro, a exemplo de outras desencadeadas pela Polícia Federal desde 2003, desnuda com generosa difusão midiática isso que antes era encoberto, pouco investigado e raramente punido.


Não é necessário revisitar o personagem do 'engavetador geral da
República', de bons serviços prestados à causa tucana, para contrastar o silencio de gavetas que agora são reviradas em agudos decibéis e cortantes editoriais.

Porém há nuances que a esquerda não pode mais ignorar.

A virtude que se cobra do campo progressista não é um dote imanente a porteiros que conquistaram o legítimo direito de viajar a prestação, tampouco a qualidade intrínseca de governantes eleitos pelos pobres.

Virtuosas --educativas-- devem ser as instituições, ancoradas em leis justas e indutoras da convivência solidária; no serviço público digno e transparente; na escola capaz de preparar cidadãos para o livre discernimento; nos bens comuns valorizados e desfrutados coletivamente; na informação plural e isenta etc.

Para isso, o partido que pretende mudar a sociedade tem a obrigação de associar à luta econômica o combate por ideias emancipadoras que ampliem o horizonte subjetivo para além do consumismo individualista. Do contrário sobra o vale tudo por dinheiro.

Entenda-se por vale tudo aquilo que leva um jovem ao crime por um par de tênis de marca. Ou o funcionário público subalterno que concede 'favores' em troca de um cruzeiro à Ilha Grande, com direito ao show da dupla 'Bruno e Marrone'.

O mais difícil na luta pelo desenvolvimento é produzir valores que não aqueles negociados em Bolsas. Não apenas esse, mas sobretudo esse passo a esquerda deve ao Brasil. E não parece recomendável adiá-lo ainda mais.

(*) Atualizado com os dados do IBGE em 28-11, às 12h06.

Postado por Saul Leblon às 16:44


No comício pelas Diretas Já, em 1984 na cidade do Rio de Janeiro, quando a TV globo não podia mais esconder a grande mobilização popular e passou a noticiar como uma uma grande "festa" do povo, a maioria da população se movimentou para a Candelária, local do comício. Um milhão de pessoas, talvez mais, estiveram alí, na rua, acompanhando o comício.

Como se tratava de uma "festa', segundo a TV globo,  o engajamento político foi diluído com a presença de muitos sempre prontos para os grandes eventos festivos. Danuza Leão foi uma delas. Alugou um apartamento em um hotel bem próximo ao palco montado  na Av. Presidente Vargas para assistir e se emocionar ao ouvir o Hino Nacional Brasileiro sendo cantado pelo povo, como ela declarou a uma emissora de TV. Assim como Danuza, outros descendentes do Brasil Império também ocuparam os apartamentos do hotel, certamente com muita champagne, para ouvir o Hino Nacional  Brasileiro e , quem sabe, aparecer nas precisas reportagens da TV globo. 

Os remanescentes do Brasil Imperial são assim. Rejeitam o povo, a cultura popular mas não perdem uma oportunidade de se juntarem ao povo para aparecer nas telas de TV exibindo suas jóias.

Ainda é assim no carnaval por ocasião dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. " na tela da TV no meio desse povo, a gente vai se ver na globo" diz a vinheta da TV globo sobre o carnaval em uma clara mensagem  para seus pares de sangue especial. Danuza, hoje, sente-se desmotivada e sem vontade de viajar para Nova York já que não existem mais os bailes da Ilha Fiscal, negros e pardos ganham espaço nas universidades e a classe média brasileira tem um pouco mais da metade da população brasileira. Assim sendo, com mais e mais pessoas inseridas na sociedade as diferênças que antes saltavam aos olhos, hoje são menos alarmantes. As diferenças de classes , antes tão marcadas e evidenciadas pelas viagens para o exterior, por exemplo,  não mais se constituem em poder. Restou o quê ?

Pelo visto, o desencanto de Danuza, revela a superficialidade de uma elite econômica, pobre em cultura e conhecimento, mas ainda ávida pelos holofotes em função, apenas, de suas generosas contas bancárias. Para tanto vale se deslocar para assistir Brunos & Marrones, desde que as lentes de TV registrem as ilustres presenças na platéia, em camarotes, claro.

Infelizmente, uma grande parcela da população brasileira, alienada pelo poder midiático, acredita que tem sangue azul e , devido a isso, não mede esforços em aparecer nas mídias. Para tanto, vale participar de games shows, mesmo que respondam que a capital da Bolívia é Bogotá, ou conseguir um lugar como destaque em uma escola de samba. 

Decadence avec elegance é o título de uma canção de Lobão que retrata muito bem o desencanto de Danuza e de toda uma cultura escravocrata, racista, elitista que não viu, ou não quer ver, que a República já chegou no Brasil.
Para de uma vez por todas jogar essa cultura no lixo, se faz necessário e com urgência a democratização de todos os meios de comunicação no país, de maneira que o povo brasileiro possa se reconhecer nas mídias e todas as vozes e nossa riquíssima cultura tenham espaço.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Liberdade de Expressão

 Liberdade de Expressão




Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

Apesar do trabalho desenvolvido há décadas por pessoas e/ou entidades da sociedade civil, e apesar do inegável aumento da consciência coletiva sobre a centralidade da mídia na vida cotidiana, não tem havido resposta correspondente dos poderes da República no sentido da proposta e/ou implementação de políticas públicas que promovam a universalização do direito à comunicação em nosso país.

Ao contrário. Ações que representariam avanços relativos, muitas vezes, não são cumpridas, se descaracterizam ou se transformam em inacreditáveis recuos – alguns, com apoio em decisões do Judiciário.

São muitos os exemplos. O principal deles é certamente a própria Constituição de 1988, cuja maioria dos artigos relativos à comunicação social não logrou ser regulamentada decorridos 24 anos de sua promulgação.

Outros, não menos importantes, incluem:

- O decreto que criava o serviço de retransmissão de TV institucional (RTVIs), que foi revogado dois meses depois (2005);

- O resultado do trabalho de duas comissões criadas no âmbito do governo federal para propor uma nova regulamentação para as rádios comunitárias (GT 2003 e GTI 2005), que nunca foi levado em conta;

- O primeiro decreto sobre o modelo de TV digital (2003), que foi substituído por outro apontando para a direção inversa (2006);

- O pré-projeto que transformava a Ancine em Ancinav (2004) que nunca chegou sequer a se tornar projeto, mas seus opositores foram contemplados com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual (2006) e, mais recentemente, com a polêmica Lei 12.485/2011;

- As diretrizes originais para a comunicação constantes da primeira versão do III Programa Nacional de Direitos Humanos, PNDH3 (2009) foram alteradas menos de cinco meses depois por novo decreto (2010): excluíram-se as eventuais penalidades previstas no caso de desrespeito às regras definidas; e exclui-se a proposta de elaboração de “critérios de acompanhamento editorial” para a criação de um ranking nacional de veículos de comunicação.

- A convocação e realização da 1ª Confecom – Conferência Nacional de Comunicação, que produziu mais de 600 propostas que jamais saíram do papel (2009);

- Os três decretos que finalmente geraram um anteprojeto de marco regulatório para a comunicação eletrônica (2005, 2006 e 2010) que nunca se tornou público

E por aí vai.

Temas recorrentes
Há de se registrar ainda decisões do poder Judiciário como:

1. A improcedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que sustentava a inconstitucionalidade de quatro artigos do decreto 5820/2006 (TV Digital);

2. A não regulamentação do “direito de resposta” em função da inconstitucionalidade total da antiga Lei de Imprensa;

3. O estabelecimento de uma hierarquia de liberdades que privilegia o direito das empresas sobre o direito do cidadão; e,

4. A recente criação de um Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa no Conselho Nacional de Justiça – onde terão assento as principais entidades representantes da grande mídia – com o objetivo de monitorar as ações judiciais que envolvem o que tem sido chamado de “censura judicial”. Na prática, mais uma proteção à liberdade das grandes empresas de mídia em detrimento do direito do cidadão.

Muitas dessas questões têm sido tratadas neste Observatório mais de uma vez, ao longo do tempo. Não há qualquer novidade nisso.

Os conselhos de comunicação
Há, todavia, um exemplo que merece referência especial pela constatação da incrível impotência de atores da sociedade civil – inclusive, de partidos políticos e parlamentares – além da imensa frustação que representa para aqueles que lutam pela universalização da liberdade de expressão no nosso país: os conselhos de comunicação.

A história é conhecida, mas vale um breve resumo. Ponto principal de disputa na Constituinte de 1987-88, a criação de uma agência reguladora nos moldes da FCC americana se transformou, na undécima hora, no Conselho de Comunicação Social, órgão auxiliar do Congresso Nacional (artigo 224). Regulamentado por lei em 1991, só foi instalado 11 anos depois, em 2002. Funcionou por quatro anos e ficou desativado por cerca de seis anos. Recentemente foi reinstalado de forma autoritária e sob protesto da Frentecom e do FNDC. Sua composição não traduz a ideia da Constituição de 1988, de um órgão plural com representação diversa. Há um claro predomínio de interesses empresarias.

Na primeira sessão do novo CCS, um representante da grande mídia propôs reduzir suas funções regimentais para que sua ação de assessoramento se restrinja apenas às demandas do Congresso Nacional, excluindo, por exemplo, a possibilidade de debate e encaminhamento das propostas aprovadas na 1ª Confecom.

Nos 10 estados (e no Distrito Federal) onde as Constituições e a Lei Orgânica preveem conselhos estaduais de comunicação – a exemplo do CCS –, até hoje apenas na Bahia ele foi instalado (2012) e, mesmo assim, com funcionamento precário.

Em pleno século 21, na contramão de países vizinhos e das democracias liberais consolidadas, permanecemos praticamente sem um único espaço democrático institucionalizado onde questões relativas à universalização da liberdade de expressão possam ser sequer debatidas.

No Brasil, no que se refere à regulação democrática da mídia, o ruim pode sempre piorar. E tem piorado.


(*) Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, pesquisador visitante no Departamento de Ciência Política da UFMG (2012/2013), professor de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentando) e autor de Política de Comunicações: um Balanço dos Governos Lula (2003-2010), Editora Publisher Brasil, 2012, entre outros


Mais um dia, assim como tem ocorrido em muitos dias ao longo de muitos anos, o assunto sobre a regulação da mídia volta a aparecer nas mídias autoreguladas pela democracia e  pela liberdade de expressão. Sendo considerado , até o momento, como o grande passo que o governo popular do PT ainda não foi capaz de dar o assunto , apesar do estado de inércia governamental, vai conquistando , a cada dia, a cada minuto,  um número maior de simpatizantes da causa. Com boa visibilidade somente na internete e com campanhas de mobilização popular, o assunto ainda tem muito a reverberar . Independente das campanhas e participando ativamente de todas,de minha mídia na internete, que sofre censura e perseguição por parte de grandes meios de comunicação através da ação de hackers,  volto ao tema. Já que o assunto é censurado pelas grandes emissoras de TV, pela maioria das emissoras de rádio e também pelos grandes jornais e revistas impressos, que aliás defendem a liberdade ( ?) de expressão, dependemos apenas da praça para que vozes sejam ouvidas. A liberdade de expressão é diariamente violentada pelos grandes veículos de comunicação do país, seja na censura interna no tocante aos assuntos definidos para mediação, seja na forma de divulgação de infomações e também de  entretenimento. A TV, como sendo a mídia de maior alcance, produz, pela esmagadora maioria de suas emissoras, conteúdos de péssima qualidade, onde o país é censurado no país, e as pessoas não se reconhecem nos programas das grades. O leitor atento, e eles existem,  sabe que na programação das emissoras de TV, o que se chama de grade, tudo é programa independente do formato e  conteúdo. Um jornal e uma revista vendem notícia, um filme para cinema é arte cinematográfica, na TV vende-se programa, distração, entretenimento.  Assim sendo, um telejornal, um programa de auditório, uma novela, um filme, são veiculados na linguagem televisiva como programas. Uma linguagem que atua no visual, no auditivo e no cinestésico  do receptor, logo a mais completa e poderosa em comparação com as demais, no caso o rádio e os impressos. Por ser assim, o jornalismo na TV, na maioria esmagadora das emissoras, é também um programa. Para tal, são utilizados os recursos principalmente visuais na apresentação das notícias. A aparência, a postura e a voz dos apresentadores são cuidadosamente produzidas para atender as exigências da linguagem do veículo em questão, no caso a TV. Em segundo lugar a escolha dos assuntos a serem abordados, que sempre segue orientações políticas, doutrinárias e mercantis das emissoras e , no caso brasileiro, as emissoras de TV que dominam o espaço seguem, praticamente, as mesmas escolhas. A liberdade de expressão e pluralidade de informações é escancaradamente deixada de lado. A TV  comercial não é, e não deve ser, a principal fonte de obtenção de conteúdos informativos, pois não se presta para esse fim. Os assuntos são apresentados de forma supercial, com extrema velocidade, quase que superpostos, sem quaisquer debates e muito menos ainda visões que contrariem a ideologia das emissoras. Isso se deve ao fato que o jornalismo na TV é apenas um programa a mais, programa com jornalistas ( em um passado próximo os apresentadores de telejornais eram apenas locutores, nem jornalistas eram ) que eventualmente podem até ter opiniões próprias, e mesmo externá-las, desde que não contrariem a ideologia da emissora. Nessa linha um programa de auditório, também é apenas um programa já que a platéia é cuidadosamente escolhida ( pessoas bonitas e muitas coxas na primeira fila ) e se comporta em sintonia com o apresentador , sem contraditório, sem questionamentos profundos, passando para o telespectador a falsa idéia de participação popular  e democrática. Em muitas emissoras, a platéia , inclusive, recebe alguma coisinha para participar "democráticamente". A bronca livre,  a arena com participação popular, o debate, a liberdade de expressão, não existe nos chamados "auditórios". As atrações desse programa ,principalmente artistas e cantores, também seguem a linha mercantil de fácil consumo e arte comportada  e enquadrada nos padrões das emissoras. Os apresentadores, todos simpáticos , falantes, de aparência jovem ( independente de idades bem avançadas) são , na realidade, os mestres de cerimônia do grande circo, da grande palhaçada. Um outro programa diz respeito as artes dramáticas, a dramaturgia, o humor. São as novelas e programas de humor. Usando e abusando, na maioria dos produtos, de atores , ou melhor , de caras jovens que representam a si mesmos nos papéis vividos, as tramas , na maioria, abordam a luta do bem contra o mal. Nas tramas dos últimos dez anos prá cá o bem continua vencendo , mas com uma peculiaridade; não mais vence avalors , práticas e percepções través da justiça , mas sim através da vingança com excessos de violência e crueldade. Seria uma formatação na sociedade de valores , práticas e percepções ?  Um outro programa são os filmes, que em TV, não abordam a  arte da sétima arte, mas somente a ação , coisas explodindo, projéteis para todos os gostos, e muita violência, isso na maioria das emissoras comerciais.  Em todo o universo da TV o visual predomina, devido a caracaterística da linguagem. Assim sendo , os profissionais , de diferentes programas de todas as emissoras, se encaixam nos padrões de estética, amplamente difundidos pelas próprias emissoras, para a grade, admitindo apenas algumas exceções com Marisa Orth, Luiz Fernando Guimarães e Regina Casé, por exemplo. No caso de programas humorísticos, os desvios da estética são  aceitos, já que se constintuem na única forma de expressão de muitos "artistas", o que é lamentável pois se trata de uma redução   aos esteriótipos. Assim, é necessário e urgente que o governo popular do PT, coloque na pauta de prioridades, e implemente os critérios de funcionamento das mídias no Brasil , para que possamos ter diferentes conteúdos na informação e no entretenimento e com isso , garantir a plena liberdade de expressão.