domingo, 10 de novembro de 2013

Saravá, Obama.

Santayana: mundo onde viverão
seus netos não será o do Tio Sam

Se você pensa em um dia visitar Miami ou acha que seus netos vão crescer em um mundo regido pelo Tio Sam, está na hora de rever seus conceitos.



O Conversa Afiada reproduz texto de Mauro Santayana, extraído da Rede Brasil Atual:


Brics: o mundo onde viverão seus netos não será o do Tio Sam



Se você pensa em um dia visitar Miami, mandar seu filho estudar nos Estados Unidos, ou acha que seus netos vão crescer em um mundo regido pelo Tio Sam, está na hora de rever seus conceitos

por Mauro Santayana

“A civilização é um movimento, e não uma condição. Uma viagem, e não o porto de destino.” A frase, do historiador inglês Arnold J. Toynbee, define como poucas o curso da história. Raramente percebemos a história, enquanto ela ainda está acontecendo, a cada segundo, à nossa volta. O mundo se transforma, profundamente, o tempo todo. Mas as maiores mudanças são as imperceptíveis. Aquelas que quase nunca aparecem na primeira página dos jornais, normalmente tomada por manchetes que interessam a seus donos, ou por chamadas de polícia ou futebol. Esse é o caso das notícias sobre os Brics.

Quem já ouviu Pink Floyd (Another Brick in the Wall) pode confundir o termo com brick, palavra inglesa que quer dizer tijolo. Se gostar de economia, vai lembrar que essa é uma sigla inventada em 2001 por um economista do grupo Goldman Sachs.

Mas poucas pessoas têm ideia de como o Bric vai mudar o mundo e sua própria vida nos próximos anos. Antes um termo econômico, o Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está caminhando – aceleradamente, em termos históricos – para se transformar na aliança estratégica de alcance global que vai mudar a história no século 21.

O que juntou esses países? Para Jim O’Neill, criador do vocábulo, foi seu potencial econômico e de crescimento. Mas, para esses países, o que os aproxima é seu desejo de mudar o planeta. Dominados ou combatidos pelos Estados Unidos e pela Europa, no passado, eles pretendem desafiar a hegemonia anglo-saxônica e “ocidental”, e mostrar que outro mundo é possível, na diplomacia, na ciência, na economia, na política e na questão militar.

Três deles, Rússia, Índia e China, já são potências atômicas e espaciais. O Brasil e a África do Sul, embora não o sejam, têm indiscutível influência em suas respectivas regiões, e trabalham com a mesma filosofia. A construção de uma nova ordem mundial, mais digna e multipolar, em que haja menor desigualdade entre os países mais ricos e os que estão em desenvolvimento.

A união faz a força. O Brics sabe disso, e seus concorrentes, também. Por isso, os meios de comunicação “ocidentais” e seus servidores locais movem forte campanha contra o grupo, ressaltando pontos negativos e ocultando e desencorajando as perspectivas de unidade.

Mesmo assim, eles estão cada vez mais próximos. A cada ano, seus presidentes se reúnem. Na ONU, votam sempre juntos contra ataques ocidentais a países do Terceiro Mundo, como aconteceu no caso da Síria, há poucas semanas. Controlam 25% do território, 40% da população, 25% do PIB e mais de 50% das reservas internacionais do mundo. China e Brasil são, respectivamente, o primeiro e o terceiro maiores credores dos Estados Unidos.

Por crescerem mais que a Europa e os Estados Unidos, e terem mais reservas internacionais, os Brics querem maior poder no Banco Mundial e no FMI. Como isso lhes tem sido negado, estão criando, no próximo ano, o próprio banco, com capital inicial de US$ 100 bilhões.

No final de outubro, o Brasil – que já compra helicópteros militares russos, tem um programa conjunto de satélites de monitoramento com a China, vende aviões radares para a Índia e desenvolve mísseis com a Denel Sul-africana – foi convidado a juntar-se a russos e indianos no desenvolvimento e fabricação de um dos aviões mais avançados do mundo, o Sukhoi T-50, caça-bombardeiro invisível a radares, capaz de monitorar e atingir alvos múltiplos, no ar e em terra, a 400 quilômetros de distância.

Também em outubro, Brasília recebeu a visita do chanceler indiano Salman Khurshid, que, em conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, estabeleceu como meta aumentar o comércio Brasil-Índia em 50%, de US$ 10 bilhões para US$ 15 ­bilhões, até 2015.

Na área de internet, Rússia e Índia  já declararam apoio ao novo marco regulatório defendido pelo Brasil para a rede mundial. E planeja-se o Brics Cable, um cabo óptico submarino de 34 mil quilômetros que, sem passar pelos Estados Unidos ou pela Europa, ligará o Brasil à África do Sul, Índia, China e Rússia, em Vladivostok. No comércio, na cooperação para a ciê­ncia e o ensino, na transferência de tecnologia para fins pacíficos não existem limites para os Brics.

Se você pensa um dia em visitar Miami, mandar seu filho estudar nos Estados Unidos, ou acha que seus netos vão crescer em um mundo regido pelo Tio Sam, está na hora de rever seus conceitos.

Há grande chance de que a segunda língua deles seja o mandarim. De que viajem, a passeio, para Xangai, e não para a Flórida. De que usem uma moeda Brics, e não dólar. E vivam em uma era em que não existirá mais uma única grande potência, mas seis ou sete, entre elas o Brasil. Em um mundo em que a competição geopolítica se dará, principalmente, entre os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os que comporão outro organismo internacional, liderado pelo Brics. 


Fonte: CONVERSA AFIADA 

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Acabou a segunda grande guerra.
Os aliados são os vencedores.
A cultura americana começa a se espalhar pelo mundo e a mensagem do final da guerra é inequívoca:
" o que fizemos e o que somos capazes de fazer" 
Hábitos, costumes americanos invadem os países do mundo, incomodando alguns, se consolidando em muitos.
Porém, existia um muro que separava o mundo  em capitalista e comunista.
Cada lado procurava fazer e mostrar  o melhor,  o mais civilizado.
No capitalismo, a social democracia, com seu estado de bem estar social, repoduzia, em parte, conceitos e pŕaticas do outro lado, o socialista.
A propaganda era regra, e o esporte um bom palco para apresentar a supremacia de um lado sobre o outro.
Durante 44 anos se disputava a hegemonia nas pistas de atletismo, nas piscinas, na fabricação de armamentos, e até mesmo pelo espaço sideral.
Todos corriam, nos dois lados do muro, para ver quem chegava primeiro, quem era a nelhor civlização.
Em ambos os lados existiam defensores do lado oposto, alguns dissimulados, outros livres para expressar suas idéias e outros proibidos de pensar e escolher seu próprio caminho. 
Eis que o muro desaba, justo do lado comunista.
É a vitória da liberdade, afirmavam os mais entusiastas do lado capitalista.
O mundo , a partir de agora será moderno, próspero e civilizado, já que a globalização em curso fará de todas as nações  espaços de imensa  felicidade.
É o fim da História, afirmavam alguns acadêmicos.
A partir dos anos da década de 1990  a cultura ocidental tomava o mundo, com o ideal de vida americano fincando suas bandeiras por onde passava.
Países, bem poucos , é verdade, e grupos políticos que questionavam a nova ordem civilizatória, moderna, próspera e democrática, eram rotulados de delirantes, dinossouros, arautos da barbárie, lunáticos, e outras designações similares.
Os anos da década de 1990, talvez tenha sido o período de maior idiotice cultural, e no plano das idéias.
A globalização avançava com sua poderosa arma de um pensamento único, salvador, que iria reabilitar e salvar todas as criaturas do planeta que por décadas  insistiram em erros civilizatórios. 
Sem muro, sem barreiras, mas com novas ferramentas e tecnologias de comunicação e aproximação das pessoas , como a internete que ganhava musculatura mundial nos anos da década da idiotice, começava a crescer, entre os povos, o sentimento e a percepção de que a padronização das formas de vida , hábitos de consumo e de pensar, produtos de entretenimento, todos  padronizados por uma única cultura estariam criando um sentimento nas pessoas de despertencimento, de perda de suas identidades com a hegemonia de outras culturas.
A dominação que caminhava em todas as frentes, política, ideológica, cultural , assim como a proposta de seu ideal de vida, se apresentavam impossíveis para a maioria da nações, já que o centro disseminador da novidade  era responsável pelo consumo de 45 % dos recursos naturais do planeta, isso para beneficiar a felicidade de apenas 5 % da população desse mesmo planeta.
Além disso, a aproximação dos povos pela internete  contribuia para valorização da diversidade de culturas, no lugar de uma padronização hegemônica.
No campo político, a percepção do ideal modernizante, próspero, civilizatório e feliz , agora claramente impossível para todas as nações, começava a ganhar corpo e musculatura com países que passaram a buscar caminhos alternativos, mesmo que ainda dentro do sistema. 
No campo cultural, o colonizador mundial perde cada vez mais espaço , pois o valor está nas especificidades e não no padronizado.
Rejeições  ao modelo único, também se manifestram em formas violentas, onde a regressão civilizatória é a marca, ,como nos caos de racismo, xenofobia e intolerância religiosa.
Cabe ressaltar que os aspectos mais violentos da rejeição são oriundos e incentivados pelo próprio colonizador. 
A globalização em curso, não em sua face mais visível, mas nem por isso menos importante, acena para novas tomadas de consciência.
O muro caiu, mas o mundo não pode e não irá caminhar para um modelo único, e a história continua.
O conceito de liberdade, democracia e livre concorrência, tão alardeado nos tempos do muro de pé como sendo o único caminho civilizatório, se revelou, quando hegemônico e com o passar das duas últimas décadas, apenas como um instrumento de propaganda e retórica.
No mundo atual, os conceitos de liberdade, democracia e livre concorrência estão em processo de resignificação e  recontextualização, com o compartilhamento de lideranças e formação de polos econômicos, políticos e culturais.
O muro caiu, os regimes totalitários saíram de cena, e o que era apresentado como livre e democrático, se revela tão totalitário como o suposto perdedor.
As polaridades e as diversidades  de pensamento  vão se constituindo.
O ideal único fracassou.
A história continua.
Saravá.

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El mundo se libera de EEUU



Durante el más reciente episodio de la farsa de Washington que ha dejado atónito al mundo, un comentarista chino escribió que si Estados Unidos no puede ser un miembro responsable del sistema mundial, tal vez el mundo deba separarse del Estado rufián que es la potencia militar reinante, pero que pierde credibilidad en otros terrenos.
La fuente inmediata de la debacle de Washington fue el brusco viraje a la derecha que ha dado la clase política. En el pasado se ha descrito a Estados Unidos con cierto sarcasmo, pero no sin exactitud, como un Estado de un solo partido: el partido empresarial, con dos facciones llamadas republicanos y demócratas.
Ya no es así. Sigue siendo un Estado de un solo partido, pero ahora tiene una sola facción, los republicanos moderados, ahora llamados nuevos demócratas (como la coalición en el Congreso ha dado en designarse): existe una organización republicana, pero hace mucho tiempo que abandonó cualquier pretensión de ser un partido parlamentario normal. El comentarista conservador Norman Ornstein, del Instituto Estadunidense de Empresa, describe a los republicanos actuales como una insurgencia radical, ideológicamente extremista, que se burla de los hechos y de los acuerdos, y desprecia la legitimidad de su oposición política: un grave peligro para la sociedad.
El partido está en servicio permanente para los muy ricos y el sector corporativo. Como no se pueden obtener votos con esa plataforma, se ha visto obligado a movilizar sectores de la sociedad que son extremistas, según las normas mundiales. La locura es la nueva norma entre los miembros del Tea Party y un montón de otras agrupaciones informales.
El establishment republicano y sus patrocinadores empresariales habían esperado usar esos grupos como ariete en el asalto neoliberal contra la población, para privatizar, desregular y poner límites al gobierno, reteniendo a la vez aquellas partes que sirven a la riqueza, como las fuerzas armadas.
Ha tenido cierto éxito, pero ahora descubre con horror que ya no puede controlar a sus bases. De este modo, el impacto en la sociedad del país se vuelve mucho más severo. Ejemplo de ello es la reacción violenta contra la Ley de Atención Médica Accesible y el cierre virtual del gobierno.
La observación del comentarista chino no es del todo novedosa. En 1999, el analista político Samuel P. Huntington advirtió que para gran parte del mundo Estados Unidos se convertía en la superpotencia rufiana, y se le veía como la principal amenaza externa a las sociedades.
En los primeros meses del periodo presidencial de George Bush, Robert Jervis, presidente de la Asociación Estadunidense de Ciencia Política, advirtió que a los ojos de gran parte del mundo el primer Estado rufián hoy día es Estados Unidos. Tanto Huntington como Jervis advirtieron que tal curso es imprudente. Las consecuencias para Estados Unidos pueden ser dañinas.
En el número más reciente de Foreign Affairs, la revista líder del establishment, David Kaye examina un aspecto de la forma en que Washington se aparta del mundo: el rechazo de los tratados multilaterales como si fuera un deporte. Explica que algunos tratados son rechazados de plano, como cuando el Senado votó contra la Convención de los Derechos de las Personas con Discapacidades en 2012 y el Tratado Integral de Prohibición de Ensayos Nucleares en 1999.
Otros son desechados por inacción, entre ellos los referentes a temas como derechos laborales, económicos o culturales, especies en peligro, contaminación, conflictos armados, conservación de la paz, armas nucleares, derecho del mar y discriminación contra las mujeres.
El rechazo a las obligaciones internacionales, escribe Kaye, se ha vuelto tan arraigado que los gobiernos extranjeros ya no esperan la ratificación de Washington o su plena participación en las instituciones creadas por los tratados. El mundo sigue adelante, las leyes se hacen en otras partes, con participación limitada (si acaso) de Estados Unidos.
Aunque no es nueva, la práctica se ha vuelto más acentuada en años recientes, junto con la silenciosa aceptación dentro del país de la doctrina de que Estados Unidos tiene todo el derecho de actuar como Estado rufián.
Por poner un ejemplo típico, hace unas semanas fuerzas especiales de Estados Unidos raptaron a un sospechoso, Abú Anas Libi, de las calles de Trípoli, capital de Libia, y lo llevaron a un barco para interrogarlo sin permitirle tener un abogado ni respetar sus derechos. El secretario de Estado John Kerry informó a la prensa que esa acción era legal porque cumplía con las leyes estadunidenses, sin que se produjeran comentarios.
Los principios solo son valiosos si son universales. Las reacciones serían un tanto diferentes, inútil es decirlo, si fuerzas especiales cubanas secuestraran al prominente terrorista Luis Posada Carriles en Miami y lo llevaran a la isla para interrogarlo y juzgarlo conforme a las leyes cubanas.
Sólo los estados rufianes pueden cometer tales actos. Con más exactitud, el único Estado rufián que tiene el poder suficiente para actuar con impunidad, en años recientes, para realizar agresiones a su arbitrio, para sembrar el terror en grandes regiones del mundo con ataques de drones y mucho más. Y para desafiar al mundo en otras formas, por ejemplo con el persistente embargo contra Cuba pese a la oposición del mundo entero, fuera de Israel, que votó junto con su protector cuando Naciones Unidas condenó el bloqueo (188-2) en octubre pasado.
Piense el mundo lo que piense, las acciones estadunidenses son legítimas porque así lo decimos nosotros. El principio fue enunciado por el eminente estadista Dean Acheson en 1962, cuando instruyó a la Sociedad Estadunidense de Derecho Internacional de que no existe ningún impedimento legal cuando Estados Unidos responde a un desafío a su poder, posición y prestigio.
Cuba cometió un crimen cuando respondió a una invasión estadunidense y luego tuvo la audacia de sobrevivir a un asalto orquestado para llevar los terrores de la Tierra a la isla, en palabras de Arthur Schlesinger, asesor de Kennedy e historiador.
Cuando Estados Unidos logró su independencia, buscó unirse a la comunidad internacional de su tiempo. Por eso la Declaración de Independencia empieza expresando preocupación por el respeto decente por las opiniones de la humanidad.
Un elemento crucial fue la evolución de una confederación desordenada en una nación unificada, digna de celebrar tratados, según la frase de la historiadora diplomática Eliga H. Gould, que observaba las convenciones del orden europeo. Al obtener ese estatus, la nueva nación también ganó el derecho de actuar como lo deseaba en el ámbito interno. Por eso pudo proceder a librarse de su población indígena y expandir la esclavitud, institución tan odiosa que no podía ser tolerada en Inglaterra, como decretó el distinguido jurista William Murray en 1772. La avanzada ley inglesa fue un factor que impulsó a la sociedad propietaria de esclavos a ponerse fuera de su alcance.
Ser una nación digna de celebrar tratados confería, pues, múltiples ventajas: reconocimiento extranjero y la libertad de actuar sin interferencia dentro de su territorio. Y el poder hegemónico ofrece la oportunidad de volverse un Estado rufián, que desafía libremente el derecho internacional mientras enfrenta creciente resistencia en el exterior y contribuye a su propia decadencia por las heridas que se inflige a sí mismo.

Noam Chomsky es profesor emérito de lingüística y filosofía en el Instituto Tecnológico de Massachusetts en Cambridge, Mass., EEUU. Su libro más reciente es Power Systems: Conversations on Global Democratic Uprisings and the New Challenges to U.S. Empire. Interviews with David Barsamian (Conversaciones sobre levantamientos democráticos en el mundo y los nuevos desafíos al imperio de Estados Unidos).

Fuente: http://www.jornada.unam.mx/2013/11/10/index.php?section=opinion&article=018a1mun
Traducción: Jorge Anaya

Fonte: REBELION
 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O trem. A Internete. A Rua. Sistemas em Transformação



Internete é a rua, mas a rua não é a internete.
Ao lado da rua passa um trem.
Anjos e guardiões , na internete, anunciam a passagem do trem, ao lado da rua.
O trem percorre seu caminho sem parar, vinte quatro horas por dia, todos os dias, todos os anos.
Da internete avisa-se que o trem está passando.
Depois de parar em uma plataforma, onde muitas pessoas embarcam e outras desembarcam, o trem move-se lentamente para sair e continuar seu caminho.
Um grupo de pessoas , na plataforma, observa a saída do trem.
Crianças, nas janelas do trem que se move para sair, gritam que a plataforma começa a se mover.
Elas estão no trem, não percebem seu movimento, e acreditam que a plataforma se move.
Aqueles que jamais desembarcaram do trem , não o conhecem.
A internte é a rua, mas a rua não é a internete , assim como a plataforma não se move.
É preciso estar fora do trem para conheçê-lo.
É preciso estar na rua , para saber da internete.
É preciso estar na internte, para ampliifcar a rua.
Do antigo trem para a nova internete, pessoas se movem, outras movem pessoas.
O movimento é a regra.
Formas antigas cedem lugar para outras formas, mas para conhecê-las deve-se sair do trem, passear pelas ruas, navegar na internete, embarcar no trem.
O trem deve ser contido.
Grupos , nas ruas, estabelecem uma forma de interromper o caminho do trem, impedir sua passagem com barricadas, muito barulho, violência.
Grupos, na internete, estabelecem uma forma de interromper o caminho do trem, impedir sua passagem, com cyber barricadas, invadindo sistemas, pouco barulho.
Tais grupos pouco se conhecem, talvez acreditem que estejam em lados opostos, talvez por opções religiosas, talvez por questões de classe , ou, quem sabe, até mesmo estéticas.
A internte é a rua , mas a rua não é a internete.
Na internete a proposta é compartilhar, desde que algum lado prevaleça, independente do mesmo trem em que estão, mas que não o conhecem , pois jamais conseguiram enxergá-lo. 
Na rua, que não é a internete, pessoas mudas, caladas, quebram tudo que encontram pela frente.
Na internete, que não é a rua,  aliados do trem, mudos , calados, manipulam sistemas eletrônicos de controle remoto para matar pessoas a distância, quebrar tudo que estiver pela frente. 
O movimento é a regra. 
As crenças determinam as ações
As ações chamam a atenção de todos .
A negação é o resultado.
Na internete muitos conversam, poucos se veem.
Na rua, que não é a internete, poucos falam.
Muitos procuram se esconder, como se a rua fosse a internete.
No mundo em que o real e o virtual se confundem, muitos tentam entender, explicar.
Para tanto o antigo é a referência para um novo desconhecido.
Assim , a plataforma se move, a rua é a internete ,o trem cria asas,  a civilização não tolera dissidências.
A raiva desse ser contida, civilizada, bem comportada, assim como o mundo civilizado, moderno e próspero onde todos vivem, na rua, na internte, no trem, e na plataforma.
Uma mensagem, da rua, da intenete, sobre o trem, mesmo que inconsequente não é decifrada, apenas os perigos decorrentes, oportunistas que podem alterar o caminho civilizado, tornando-o ainda mais "civilizado".
O foco é no adversário,.
A raiva , da internete , da rua, real, virtual, local, mundial é desconhecida, residual.
Mensagens da internete, das ruas, somente se previamente protocoladas.
O mundo atual é civilizado, limpo, transparente, próspero e feliz.
Não comporta questionamentos, de qualquer espécie, de qualquer lugar.
O trem não pode parar.
Atos revolucionários, infantis,adultos, de esquerda, de direita., fundamentalistas, fascistas, focados, desfocados, inconsequentes, consequentes, niilistas, anárquicos, mercadológicos, conservadores, das forças armadas, nazistas, anarcopunks, religiosos e outros mais somente serão possíveis e aceitos se forem bem comportados.
Assim pensam todos os que estão no trem, da civilização, limpa, próspera, moderna e evoluída.

PS. " não sou candidato a nada,
            meu negócio é batucada,
            mas meu coração não se conforma,
            o meu peito é do contra
            e assim mete bronca,
            nesse samba plataforma."


 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Síndrome da China

Alguns fatos que todos deviam saber sobre Fukushima
Primeiro-ministro diz que situação está “sob controle”. Isto faz lembrar a história do homem que saltou de um edifício de dez andares e, à medida que ia passando por cada andar, dizia: “Até aqui, tudo bem”

Por Takashi Hirose, no Esquerda.net

No dia 7 de setembro de 2013, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse o seguinte na sessão nº 125 do Comitê Olímpico Internacional: “Pode ser que alguns tenham suspeitas no que diz respeito a Fukushima. Deixem-me assegurar-lhes que a situação está sob controle. Nunca houve nem jamais haverá qualquer dano a Tóquio”.
Os porta-vozes do governo japonês defendem a afirmação de Abe, dizendo que os níveis de radiação no oceano Pacífico ainda não ultrapassaram os limites das normas de segurança.
Isto faz lembrar a história do homem que saltou de um edifício de dez andares e, à medida que ia passando por cada andar, dizia: “Até aqui, tudo bem”.
Trata-se, recordem, do Oceano Pacífico – o maior depósito de água na Terra e, até onde sabemos, do universo. A empresa Tokyo Electric Power (TEPCO) verteu para o mar água do seu reator de Fukushima durante dois anos e meio e, até agora, o oceano Pacífico foi capaz de diluí-la sem superar os limites de segurança. Até aqui, tudo bem. Mas não há nenhuma perspetiva à vista de que a torneira vá ser fechada.
Há oito coisas que deveriam saber:

1. Numa zona verde residencial de Tóquio, a 230 quilômetros de Fukushima, descobriu-se que a terra tinha um nível de radiação de 92.335 bécquerels por metro quadrado. Esse é um nível perigoso, comparável ao que se encontrou ao redor de Chernobyl (o marco de uma catástrofe nuclear em 1986). A razão pela qual na capital se descobre tal nível de contaminação é que entre Tóquio e Fukushima não há montanhas suficientemente altas para bloquear as nuvens radioativas. Na capital, as pessoas que entendem o perigo recusam-se radicalmente a comer produtos provenientes da zona Leste do Japão.






2. No interior dos reatores nucleares Daiichi de Fukushima 1 e 3 as canalizações (pelas quais circulava a água fria) romperam-se, o que causou uma fusão. Isto significa que o combustível nuclear superaqueceu, derreteu-se e continuou a derreter qualquer coisa que aparecesse no caminho. Daí continuou para o fundo do reator e depois para o próprio solo do edifício, onde se afundou solo abaixo. Como se disse mais acima, durante dois anos e meio, os trabalhadores da TEPCO lançaram desesperadamente água no reator, mas não se sabe se a água está realmente atingindo o combustível derretido. Se houvesse um terremoto de força média, seria suficiente para destruir totalmente o já combalido edifício. De fato, nos últimos dois anos e meio os terremotos têm continuado a abalar Fukushima. (como dado adicional, precisamente enquanto esta carta era escrita, Fukushima foi castigada por outro terremoto de força média, ainda que no entanto pareça que o edifício resistiu uma vez mais. Até aqui, tudo bem). Está em estado especialmente perigoso o reator 4, no qual, numa piscina, se conserva uma grande quantidade de combustível nuclear, o que pode provocar outro desastre, dadas as circunstâncias.

3. No Japão, considera-se que o maior problema é a água fria que foi lançada sobre o reator. Os jornais e as cadeias de televisão que antes se tinham esforçado por esconder os perigos da energia nuclear, agora informam sobre eles todos os dias, e criticam Shinzo Abe pela mentira que contou ao COI. A questão é que a água altamente radioativa está se infiltrando e misturando-se com a água do subsolo, uma goteira que não se pode parar, o que significa que está escorrendo para o oceano. É uma situação impossível de controlar. Em agosto de 2013 (um mês antes do discurso de Abe ao COI) no interior do lugar onde se encontra o reator Daiichi de Fukushima, a radiação medida atingiu os 8.500 micro Sieverts por hora. Suficiente para matar qualquer um que ficasse ali durante um mês. O que torna muito difícil que os trabalhadores possam fazer alguma coisa. Em Ohkuma-machi, a cidade onde se encontra o reator nuclear Daiichi, a radiação, em julho do 2013 – dois meses antes do discurso de Abe –, chegou, segundo as medições, aos 320 micro Sieverts por hora. Este nível de radiação mataria uma pessoa em dois anos e meio. Daí que, numa área de vários quilômetros à volta, esteja a aumentar o número de cidades fantasma.

4. Por causa dos jogos olímpicos de Tóquio de 2020, deixou-se de lado um facto crucial nos relatórios para o exterior. Só se informa que a água radioativa continua a escorrer pela superfície do solo em redor do reator. No entanto, a água do subsolo também está recebendo radiação, e essa água flui para o mar e mistura-se com a água marinha através das correntes subterrâneas. É demasiado tarde para impedi-lo.

5. Se for ao mercado central de peixe perto de Tóquio e medir a radiação no ar, registará cerca de 0,05 micro Sieverts – um pouco mais do nível normal. Mas se medir a radiação perto do lugar onde se situa o instrumento que mede a radiação do peixe, o nível é duas ou três vezes maior (segundo as medições em 2013). As verduras e o peixe que provém da zona de Tóquio, mesmo as que receberam radiação, não são jogados fora. A razão é o nível de tolerância à radiação na comida estabelecido pelo governo japonês – que, caso seja superado, não pode ser posta à venda – é o mesmo que o nível tolerado nos lixos de baixa radiação. É o mesmo que dizer que no Japão, hoje em dia, ao estar contaminado o país na sua totalidade, a única opção que resta é servir à mesa lixo radioativo. A distribuição da comida radioativa também se torna um problema. A comida proveniente da zona de Fukushima era enviada para outro município e, então, voltava a ser enviada, reetiquetada, como se tivesse sido produzida nesse segundo município. Um caso concreto: a comida distribuída pelas maiores empresas alimentares, bem como a que é servida nos restaurantes caros, não passa quase nunca por um teste de radiação.



6. No Japão, a única radiação provinda dos reatores nucleares Daiichi de Fukushima que se mede é o césio radioativo. Não obstante, grandes quantidades de estrôncio 90 e de trítio estão espalhando-se por todo o Japão. A radiação do estrôncio e do trítio consiste em raios beta, e são muito difíceis de medir. Mas ambos são extremamente perigosos: o estrôncio pode causar leucemia e o trítio pode produzir desordens cromossómicas.

7. Mais perigoso ainda: dizem que para se livrar da contaminação que invadiu a vasta zona do Leste do Japão, estão raspando a camada superior da terra e a armazenando em sacos plásticos, como se fosse lixo. Grandes montanhas destes sacos plásticos, todos expostos às inclemências climáticas, amontoam-se em campos do Leste do Japão, expostas ao ataque de chuvas torrenciais e de tufões. O plástico pode rasgar-se e o seu conteúdo espalhar-se. Quando isso ocorrer, não haverá qualquer outro lugar onde os levar.

8. Dia 21 de setembro de 2013 (de novo, enquanto escrevia esta carta) o jornal Tokyo Shimbum informou que o governador de Tóquio, Naoki Inose, disse numa conferência de imprensa que o que Abe comunicou ao COI foi a sua intenção de pôr a situação sob controle.
“Não está – disse Inose – “sob controle neste momento.”.

É uma triste história, mas esta é a situação atual do Japão e de Tóquio. Eu amava a comida japonesa e esta terra, até o acidente de Fukushima. Mas agora…
Os meus melhores desejos para a sua saúde e uma longa vida.

Takashi Hirose é o autor de “The Fukushima Meltdown: The World’s First Earthquake-Tsunami-Nuclear Disaster” (2011)
Publicado originalmente em Counterpunch
Tradução para castelhano de Betsabé García Álvarez, publicada em Sin Permiso
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net
Fonte: REVISTA FÓRUM 

A situação do reator de Fukushima é bem mais grave do que se imagina, se é que se imagina alguma coisa nesse universo jornalístico onde as notícias são selecionadas única e exclusivamente para preservar interesses de governos e corporações.
As barras do elemento combustível, juntamente com o combustível nuclear, entraram em processo de fusão. 
Essa fusão atingiu o vaso de pressão, núcleo do reator, e penetrou no solo.
Estamos diante de um dos acidentes mais graves em centrais nucleares, conhecido como Síndrome da China.
A fusão do combustível nuclear exerce uma pressão para baixo, atingindo o reator, o solo , e hipotéticamente atravessa toda a terra até chegar na China, o outro lado do mundo na visão dos ocidentais.
Certamente, aleḿ dos problemas citados no artigo acima, o subsolo está com índices elevados de radiação, contaminando lençois freáticos com desdobramentos em rios ,lagos e mares, e também afetando a agricultura.
No ano de 1979, foi lançado o filme Síndrome da China. A trama se passa em uma central nuclear dos EUA, onde jornalistas tem enormes dificuldades em obter informações sobre um acidente grave em uma central nuclear. 
Curiosamente, menos de quinze dias do lançamento do filme, um acidente de grandes proporções acontecia nos EUA na central nuclear de Tree Milles Island.
Passadas mais de três décadas do acidente de Tree Milles Island, e do lançamento do filme, o cenário envolvendo informações sobre centrais nucleares geradoras de energia elétrica envolvidas em acidentes pouco se modificou, sendo que as mudanças que ocorreram visam blindar ainda mais as informações e o verdadeiro impacto dos acidentes, tendo em vista que o lobbie nuclear é parte do sistema.
No ano de 1979, o jornalismo ainda surfava no caso watergate e ainda era possível encontrar jornalistas e veículos de mídia empenhados na verdade dos fatos.
O destaque na grande mídia mundial sobre Fukushima é irrisório, tendo em vista a gravidade do acidente e dos desdobramentos futuros, já que Fukushima é o acidente que ainda não terminou e que ainda irá produzir danos por muitos anos. 
Os técnicos da operadora da central não tem a mínima idéia do que se passa no núcleo do reator que entrou em processo de fusão.
Jornalistas como os do filme Síndrome da China,  atualmente só existem na mídia alternativa.
Tóquio é sede das olimpíadas de 2020, e mesmo que exista contaminação na cidade ou nos arredores da cidade e nos alimentos, não pega bem falar muito sobre o assunto para não prejudicar os negócios.
A mídia comercial mundial, como a brasileira especificamente abaixo, tem outras prioridades:

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Os Black Blocs de Gravata

Nabil Bonduki: Mídia faz até isentos ficarem “enfurecidos” com IPTU de Haddad

publicado em 6 de novembro de 2013 às 0:14


por Luiz Carlos Azenha

Sete e meia da manhã. Saguão de um hotel em Vitória, no Espírito Santo. TV sintonizada na Band News. O apresentador destaca uma das manchetes: um promotor entrou com ação na Justiça para suspender o aumento no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo.
O promotor fala. Só ele. O texto destaca o aumento “de até 80%” no IPTU de prédios comerciais paulistanos. Aumento “do prefeito Haddad”.  O fato de que isso é até 2016 fica perdido no meio do caminho. Assim como todas as outras nuances: os isentos, o desconto para aposentados, a situação fiscal da cidade, etc. etc.
Dias antes, conversando com o vereador petista Nabil Bonduki por telefone, ele havia afirmado: a mídia, notadamente emissoras de rádio e TV — nesta, especialmente programas popularescos como um vespertino da TV Bandeirantes — “inflou” o sentimento popular, de tal forma que mesmo os que não pagam IPTU — ou os que pagam muito pouco — ficaram, na palavra do vereador, “enfurecidos”...............
Fonte: VIOMUNDO

Os neobandeirantes continuam sua caminhada.
Avançam pelas casas e residências do país em sua campanha para não pagar nenhum tipo de imposto. 
Armados de uma verborragia indignada, associada a uma teatralidade desafiadora ,clamam por apoio incondicional em suas colunas ,justo para  aqueles que serão os maiores beneficiários do aumento do IPTU , o povo, que diariamente assiste essa barbaridade conhecida  como programas de televisão.
Os neobandeirantes, que vivem na cidade de São Paulo acreditando que vivem em Milão mas que desejam ruas como as da cidade  de Paris, tentam cooptar o povo benficiário do aumento, justo o povo que eles, os neobandeirantes, odeiam e desejam vê-los espalhados, tal qual animais  em decomposição ,em valas e campos baldios da pereferia paulistana.
Os zumbis, pobres e  encurralados, subprodutos do mundo capitalista civilizado, próspero e democrático, na conjuntura atual de um estado onde decisões do governo estadual são tomadas dentro de celas de penitenciárias, esses zumbis que tem a ousadia de insistir em viver, são agora, justo agora, o alvo da verborragia de programas vespertinos de tv e também dos higiênicos, estéreis e histéricos telejornais das emissoras paulistanas.
Os neobandeirantes, defensores do capitalismo anárquico, desregulado, livre , sem tutelas, uma anomia niilista também conhecida como mercado, esses neobandeirantes são os black blocs do espectro eletromagnético, sempre prontos e disponíveis, diariamente em suas passeatas verborragicas na defesa de seus interesses, que se manifestam sutilmente em forma de telejornais, programas humorísticos e de entretenimento para o povo.
 

LEITURAS DE ‘ÉPOCA’

A imprensa Black Bloc

Por Luciano Martins Costa em 11/11/2013 na edição 771
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa de, 11/11/2013
A revista Época que circula nesta semana traz na capa a fotografia de uma mulher, de olhos verdes amendoados, vestindo casaco preto de couro e usando um capuz também preto na cabeça. É a versão fashion dos Black Blocs, numa patética aventura jornalística que cobria de ridículo a publicação semanal da editora Globo apenas algumas horas depois de chegar às bancas.
“Exclusivo: Os Black Blocs sem máscara - Época testemunhou o treinamento de ativistas que promovem protestos violentos - e revela quem são, como se organizam e quem os financia” - diz a manchete da revista.
A jovem, identificada como Daniela Ferraz, de 31 anos, faz pose de vilã, com maquilagem cuidadosamente delineada para destacar o olhar direto para a câmera. Na legenda, afirma-se que ela é “conhecida como a Pantera dos Black Blocs”. Uma sucessão de clichês como havia muito não se via numa peça da imprensa completa o arremedo de reportagem.
Já no sábado (9/11), quando a revista começou a circular, as páginas do grupo de ativistas no Facebook desmascaravam a farsa. Leonardo Morelli, controverso dirigente de uma ONG e apresentado como fonte principal da reportagem, é chamado por ativistas de “fanfarrão, irresponsável e gozador”. “Chega a ser cômico”, afirma outro comentário.
As circunstâncias do suposto treinamento que foi testemunhado pelo repórter provocam reações hilárias. A pretensa “musa” do movimento foi anunciada por militantes como futura “pin-up” de revista masculina e candidata a uma vaga no reality show Big Brother Brasil.
Leonardo Morelli, apresentado pela revista como líder dos Black Blocs e principal fonte da reportagem, é personagem conhecido no mundo anarquista desde o fim dos anos 1980, quando foi acusado de haver traído o coletivo de ativistas e infiltrado grupos punks no movimento em Campinas. Citado na reportagem como coordenador da ONG Defensoria Social, apresentava-se há dez anos como militante do ambientalismo, no papel de dirigente da ONG Grito das Águas e secretário-geral de uma entidade chamada Defensoria das Águas. A suposta liderança dos Black Blocs é a mais recente de suas múltiplas caracterizações.

Militantes de aluguel

Dani, a “Pantera dos Black Blocs”, surgiu do nada. Apresentada pela revista como uma ex-presidiária de 31 anos, condenada por dois assaltos e ainda em liberdade condicional, corre o risco de voltar para a cadeia ainda nesta semana, porque a reportagem de Época afirma que ela “armou-se de paus e pedras para atacar agências bancárias”.
A cuidadosa produção fotográfica da moça, sob o vão livre do Museu de Arte de São Paulo, arrancando a máscara negra com a mão direita, completa a receita kitsch do trabalho jornalístico.
Qual seria o propósito da revista ao correr o risco de ser ridicularizada por tentar “desvendar” um mistério que não existe?
O coletivo chamado Black Bloc é a manifestação anárquica de variados descontentamentos, muitos dos quais não têm relação com economia, política ou cultura. Pesquisadores que acompanham as ações e discursos de seus integrantes, tanto nas ruas como nas redes sociais, entendem que se trata de uma típica manifestação da velha doença infantil do libertarismo voluntarista, que pode se apresentar como radicalmente esquerdista ou com tinturas do mais ranheta reacionarismo.
Ao especular sobre supostas fontes do movimento, a revista apenas repete informações sobre financiadores da carreira de Leonardo Morelli, que esteve ligado a entidades católicas, foi militante do Partido dos Trabalhadores e aparece entre punks e anarco-sindicalistas. Aos 53 anos, é apresentado como integrante do grupo que originou a Comissão Pastoral Operária, que foi fundada entre 1970 e 1975, quando o personagem em questão tinha entre 10 e 15 anos de idade.
O grupo observado pelo repórter de Época, num sítio abandonado perto de São Paulo, enfileira reivindicações dignas daquele samba famoso: ergue bandeiras ambientais, denuncia os lixões e a contaminação de áreas da periferia, defende a desmilitarização das polícias, a liberação de biografias não autorizadas, o controle social das pesquisas científicas, combate o Marco Civil da Internet e exige as renúncias dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do Rio, Sérgio Cabral.
A libertação dos anões de jardim ainda não entrou na pauta.
Enquanto isso, o Globo denunciava, no domingo (10/11) e na segunda-feira (11), a infiltração de militantes pagos pelo PR, partido do deputado Anthony Garotinho, em manifestações do Rio.
Os Black Blocs são uma parte dessa complexidade que sai às ruas. Apenas a mais ruidosa. A reportagem de Época é uma ação típica dos Black Bocs: equivale a depredar o jornalismo.

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Democracia de Fato para Todos

Editorial

A urgência à procura de um debate FHC propõe um capitalismo sem crédito; a Folha reivindica a beleza e o glamour das ruas de Paris, sem IPTU; centuriões preconizam um choque de juros - para por ordem na casa,dizem, sem quantificar o saldo dos despejos. O campo progressista na América Latina está às voltas com o desafio de reordenar o câmbio, o que implica definir o poder de compra real dos salários no novo ciclo econômico. 
Fonte: CARTA MAIOR 
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DEBATES & DEBATEDORES

Apertem os cintos, entramos na zona de turbulência

Por Alberto Dines em 05/11/2013 na edição 771
Fonte: OBSERVATORIO DA IMPRENSA
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Altamiro Borges: Miriam Leitão e o jornalismo “independente”

publicado em 5 de novembro de 2013 às 0:17

domingo, 3 de novembro de 2013
Miriam Leitão e o “fogo amigo” no PIG
Por Altamiro Borges, em seu blog
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Parece que esta semana se descobriu que o equilíbrio é possível, ou que pelo menos é desejável.
Em CARTA MAIOR, no OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA e no GLOBO, ou seja, esquerda, centro e direita, respectivamente, o assunto passa pela  necessidade  de debates, em primeiro lugar, e que sejam maduros e equilibrados.
Seria possível ?
Sugiro ao caro leitor a leitura do editorial de CARTA MAIOR, o texto do nobre observador da  imprensa, Alberto Dines , no OBSERVATORIO  DA IMPRENSA e o texto de Miro, em seu blogue, sobre o desabafo de Mirian Leitão.
A violência em textos, análises e comentários, independente se na internete, em jornais  impressos, na tv ou nas emissoras de rádio ao que parece atingiu níveis  elevados de ignorância, o que certamente incomoda as pessoas civilizadas.
A violência em textos e discuros na velha mídia não é novidade. A UDN fez história.
Omissão, manipulação e mentiras são também formas de violência muito comuns no noticiário da velha imprensa.
Seria interessante observar alguns dados e fatos:
- o número de casos de estupro cresce assustadoramente no Brasil e no mundo;
- os crimes de racismo crescem em todo o país e também no mundo;
- os crimes residuais de toda a sociedade ganham , cada vez mais, requintes de extrema crueldade  e estupidez;
- nos últimos 25 anos tenta-se impor uma única forma de pensar e compreender  a realidade, política, econômica e social;
- o ideal de vida é apresentado, como em Veja, através da figura grotesca do 'rei dos camarotes';
- a velha imprensa brasileira, jornais, revistas  emissoras de rádio e tv, assumiram publicamente que se comportam como um partido político de direita e de oposição, talvez a palavra melhor seja negação, ao governo federal;
- em todo o mundo a grande mídia comercial se comporta como um organismo certificador das ações  e posições de governos conservadores;
- toda iniciativa de governantes e povos em criar uma alternativa ao pensamento chamado úncio, é boicotada em fatos e informações e violentamente atacada pelos veículos da velha imprensa, como no caso dos países da América Latina nesta e na última década;
- o surgimento da internete, com suas redes socias, blogues e portais de informação alternativos, minimizou, em parte, porém significativamente e substancialmente, o poder da velha mídia como mediadora única dos fatos e acontecimentos, tornando o "debate" cada vez mais acirrado e violento na disputa por corações e mentes, porém com pouca profundidade, fazendo de cada lado, com algumas exceções, trincheiras de combate pela predominância de determinados temas no campo político, econômico e social;
- as formas de violência explodem , com várias faces, em todos os cantos do mundo, fazendo com que grupos vítimas históricas dessa violência não apenas a percebam em suas novas manifestações, como também passem a desafiar seus algozes mais próximos que se apresentam como autoridade no  inferno diário desses grupos ao longo de suas histórias;
- a insitência , não apenas por aqui mas em todo o mundo, em não aceitar e até mesmo criminalizar a diversidade intelectual, é uma das formas mais brutais de violência. O maior intelectual vivo do paneta, segundo o jornal  The New York Times, é boicotado por praticamente toda a imprensa dos EUA e do planeta, principalmente por suas críticas contundentes ao mundo atual. Ele não aparece no jornal nacional;
- formas de trabalho escravo , de precarização do trabalho e das leis e  dos direitos trabalhistas proliferam em todo o mundo, em nome do negócio produtivo e lucrativo;
- na promessa de um mundo próspero e civilizado , ocorrida com o tão falado 'fim da história", passados 24 anos, observa-se um crescimento de todas as formas de autoritarismo, unilateralismo, desprezo pelos organismos internacionais, terrorismo de estado e criminalização de movimentos sociais e pessoas pelo simples fato de se oporem ao modelo;
- o tão falado e festejado mundo democrático é apenas retórica para justificar crimes e, saques e pilhagens de nações inteiras,
- o pavio está cada vez mais curto.
E então, caro leitor, seria possível um debate equilibrado entre partes , quando uma parte sequer reconhece o protagonismo da outra, seja nos campos político, econômico, social e outros ? 
Imagine, Veja, Globo, Folha, Band e outras coisas submissas  e dependentes de parceiros de negócios e limitadas crenças, envolvidas em debates de fundo sobre a realidade atual.  O mesmo se aplica aos partidos de oposição. 
O que se vê, com clareza e em cores nítidas, é apenas a surrada estratégia de denuncismo como plataforma de oposição aos grupos 'rebeldes', teimosos' que ousam desafiar a história e criar novas e civilizadas formas de vida.
Para que o equilíbrio, a serenidade, e o bom bebate seja possível, se faz necessário um ambiente semelhante.
O momento é de lutas, de novas formas de enfrentamento com o novo ciclo de lutas que se inicia.
Todo e qualquer debate com idéias préconcebidas e retrógradas deve ser rejeitado.
A democracia não é um regime de migalhas, discursos e aparências e, também , não é um pacto de silêncio.
O barulho continua.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ver e Ouvir para Aprender

Altamiro Borges: Chile e Honduras, derrota da direita?


As forças de direita podem sofrer duas fragorosas derrotadas no novo ciclo eleitoral que se inicia na "rebelde" América Latina. No Chile, a líder da oposição Michelle Bachelet desponta para vencer já no primeiro turno, marcado para 17 de novembro. Já em Honduras, os golpistas que depuseram o ex-presidente Manuel Zelaya podem ser desalojados legalmente do poder com a vitória de sua esposa, Xiomara Castro, nas eleições de 24 de novembro.

Por Altamiro Borges*, em seu blog

Para a velha e decadente mídia, as escolhas dos povos da América Latina em sua esmagadora maioria por governos progressistas e de esquerda, são apresentados como escolhas rebeldes. 

Cada vez mais irrelevante por conta da diversidade de informações e conteúdos na internete, a velha mídia patina nas nuvens, sem saber ao certo para que lado atirar.

Aguarda com ansiedade a proximidade das eleições no Brasil para tentar colocar em pŕática o caos destrutivo nas ruas da grandes cidades brasileiras e , quem sabe, com isso tentar alterar a opção consciente  e civilizada do povo pelos governos de esquerda.

Vivendo em um ambiente de derrota já por mais ou menos quinze anos em nuestra América, sem propostas concretas em seu campo de oposição, a velha mídia é a imagem às avessas das espionagens:

Ver e ouvir para aprender.  

 

 


Adolf Marinho

Tudo a Ver


Mein kampf é acabar com a internete;
Mein kampf é acabar com o Lula a Dilma e todos os petistas;
Mein kampf é trazer de volta os generais e coronéis dos tempos gloriosos da ditadura democrática;
Mein kampf é ressucitar os ideais nazistas, como ocorre hoje na Hungria com a inauguração do busto de um grande fascista;
Mein kampf é não pagar impostos