É tão agressivo o que está sendo feito com Garotinho quanto o que se fez com Caco Barcellos.
E nos dois casos o ponto de referência é a Globo.
Fonte: CARTA MAIOR
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Vamos virar o país do “escracho”? Ou já viramos?
POR FERNANDO BRITO · 18/11/2016
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_tyehI93I1jG9tWh_7thhTykiyCRdwn6AUwPlgTjK-y57MneQJSYwNSqQ_EVt2KksXggriyRYwJlTwjr15jySxgTJQ-6Eju3t01u-a1QElhhK4pJYi5zxVRFztoP32VPVOiWqRpjFehM2Msqlo=s0-d)
A Justiça brasileira está dando um tiro no pé e fazendo nosso país regredir em matéria de respeito às instituições, ao se comportar – e não importa se são alguns juízes, se o Judiciário não lhes põe freios – de maneira sensacionalista que está fazendo.
A esta altura, os observadores que acompanham a situação brasileira – e há muitos, até em razão da repercussão internacional da “temporada de caça” que aqui se abriu – devem estar horrorizados com o clima de linchamento que, pouco importa se voluntariamente ou não, está sendo criado em nosso país.
A exibição das cenas deploráveis da resistência de Anthony Garotinho em ser retirado de um hospital para um presídio e a divulgação das fotos de Sérgio Cabral tomadas para sua ficha de identificação prisional são algo que não se dá em qualquer país civilizado.
Seja qual for o julgamento pessoal que se tenha sobre eles, a lição do respeitadíssimo penalista pernambucano Aníbal Bruno, há 40 anos, segue atual:
Por mais baixo que tenha caído o indivíduo, haverá sempre, em algum recanto do seu mundo moral, um resto de dignidade […] que o Direito não deve deixar ao desamparo. Ninguém ficará ligado a uma espécie de pelourinho, onde seja exposto sem defesa ao vilipêndio de qualquer um.
Não é uma questão política, é judicial. Tanto que você não viu nada semelhante com pessoas notórias detidas em parte alguma do mundo, onde o Judiciário não se vê como promotor de espetáculos.
Aqui, a prisão preventiva virou “arroz de festa”: decreta-se com razão ou sem razões.
E o que não se vê acontecer no mundo dito civilizado, o dito mundo civilizado vê que acontece aqui.
Duvido que até gente tíbia, na alta cúpula do Judiciário, que deveria estar exercendo – e já deveria ter exercido, faz tempo – suas responsabilidades não esteja constrangida com o clima que se instalou e nos tornou o país do “escracho”.
Mas não pode reagir mais, porque agora será linchada pela mídia também, se o fizer.
Ou alguém acha que o conceito absurdo de que o STF é “um puxadinho do PT” é só da horda que invadiu a Câmara, esta semana.
A imagem do Brasil ganhou mais um fator de erosão, já não bastassem a crise econômica e o processo que levou à ascensão de Michel Temer ao poder.
Será que alguém, em sã consciência, agora pode achar que foi um erro a queixa de Lula à ONU?
Escrevam o que digo. Haverá um movimento igual e contrário , um repuxo desta onda insana que se vive.
Quem (sobre)viver verá
É a república midiática - judiciário - empresarial em ação.
A população já vem tomando consciência e resolveu agir.
Naturalmente, o povo ataca o alvo mais próximo, mais fácil, e esse alvo é a imprensa.
Infelizmente jornalistas sérios tem sido alvo, mas talvez seja esse o preço que a mídia, inicialmente, tenha a pagar.
Atacar o Judiciário é mais complexo e os empresários estão escondidos.
A imprensa está nas ruas e é alvo fácil.
A guerra está apenas começando.
POR FERNANDO BRITO · 18/11/2016
A Justiça brasileira está dando um tiro no pé e fazendo nosso país regredir em matéria de respeito às instituições, ao se comportar – e não importa se são alguns juízes, se o Judiciário não lhes põe freios – de maneira sensacionalista que está fazendo.
A esta altura, os observadores que acompanham a situação brasileira – e há muitos, até em razão da repercussão internacional da “temporada de caça” que aqui se abriu – devem estar horrorizados com o clima de linchamento que, pouco importa se voluntariamente ou não, está sendo criado em nosso país.
A exibição das cenas deploráveis da resistência de Anthony Garotinho em ser retirado de um hospital para um presídio e a divulgação das fotos de Sérgio Cabral tomadas para sua ficha de identificação prisional são algo que não se dá em qualquer país civilizado.
Seja qual for o julgamento pessoal que se tenha sobre eles, a lição do respeitadíssimo penalista pernambucano Aníbal Bruno, há 40 anos, segue atual:
Por mais baixo que tenha caído o indivíduo, haverá sempre, em algum recanto do seu mundo moral, um resto de dignidade […] que o Direito não deve deixar ao desamparo. Ninguém ficará ligado a uma espécie de pelourinho, onde seja exposto sem defesa ao vilipêndio de qualquer um.
Não é uma questão política, é judicial. Tanto que você não viu nada semelhante com pessoas notórias detidas em parte alguma do mundo, onde o Judiciário não se vê como promotor de espetáculos.
Aqui, a prisão preventiva virou “arroz de festa”: decreta-se com razão ou sem razões.
E o que não se vê acontecer no mundo dito civilizado, o dito mundo civilizado vê que acontece aqui.
Duvido que até gente tíbia, na alta cúpula do Judiciário, que deveria estar exercendo – e já deveria ter exercido, faz tempo – suas responsabilidades não esteja constrangida com o clima que se instalou e nos tornou o país do “escracho”.
Mas não pode reagir mais, porque agora será linchada pela mídia também, se o fizer.
Ou alguém acha que o conceito absurdo de que o STF é “um puxadinho do PT” é só da horda que invadiu a Câmara, esta semana.
A imagem do Brasil ganhou mais um fator de erosão, já não bastassem a crise econômica e o processo que levou à ascensão de Michel Temer ao poder.
Será que alguém, em sã consciência, agora pode achar que foi um erro a queixa de Lula à ONU?
Escrevam o que digo. Haverá um movimento igual e contrário , um repuxo desta onda insana que se vive.
Quem (sobre)viver verá
Fonte: TIJOLAÇO
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É a república midiática - judiciário - empresarial em ação.
A população já vem tomando consciência e resolveu agir.
Naturalmente, o povo ataca o alvo mais próximo, mais fácil, e esse alvo é a imprensa.
Infelizmente jornalistas sérios tem sido alvo, mas talvez seja esse o preço que a mídia, inicialmente, tenha a pagar.
Atacar o Judiciário é mais complexo e os empresários estão escondidos.
A imprensa está nas ruas e é alvo fácil.
A guerra está apenas começando.
O repuxo, ou refluxo, a que se refere Brito em seu artigo, já se faz notar.
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