POR FERNANDO BRITO · 15/07/2016
A melhor denominação dada ao que se fez na carnificina de Nice foi dada pelo Papa Francisco, condenando ” as manifestações de loucura homicida, de ódio, de terrorismo e qualquer ataque à paz“.
Porque são a loucura e o ódio que, misturados, formam o caldo de onde emergem os monstros.
Porque é isso que se trata, pois até agora, a não ser por uma generalização da provável origem tunisiana do motorista assassino do caminhão, desconhece-se qualquer ligação entre ele e qualquer grupo terrorista organizado, assim como muito pouco disso se encontrou no norte-americano descendente de afegãos que produziu, dias atrás, o massacre da boate Pulse, na Flórida.
A origem árabe diz quase nada. Há milhões de franceses de origem árabe, muitos deles tunisinos, sobretudo no Sul do país. A Tunísia foi, até 50 anos atrás, colônia francesa na África.
O que se tem até este instante é uma pessoa que agiu como quem joga um destes videogames brutais onde se sai atropelando pedestres. O arsenal de “fuzis e granadas” encontrados na caçamba do veículo, falsos ou “de brinquedo” reforça a impressão que se trata de uma louca morbidez em ser visto como parte de um grupo “terrorista”.
Chegou-se, por toda a parte, inclusive aqui – ainda que em escala menor, felizmente e por enquanto – a um grau de ódio generalizado, que faz com que sociopatas cheguem a ações deste tipo.
A necessidade de rotular e “criminalizar” pessoas por sua origem, religião, ideologia, gênero é uma compulsão desenvolvida pela mídia e pelo conservadorismo ajuda, também, a que haja o mesmo em sentido inverso. O ódio é função direta da discriminação e a discriminação é a perda de reconhecer no outro a sua mesma condição humana, em essência.
O embrutecimento social produz as figuras nefastas como a que guiou o caminhão de Nice
Fonte: TIJOLAÇO
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A pergunta que o Ocidente não se faz depois de tragédias como a de Nice.
Postado em 15 Jul 2016
por : Paulo Nogueira
O horror, o horror |
Primeiro, e acima de tudo, um pesar absoluto, incondicional pelas vítimas do atentado de ontem em Nice.
Palavras não expressam o horror representado pelo terrorismo. Vidas inocentes são destruídas estupidamente.
Tudo isto posto, e repetido, é incrível como o Ocidente foge da pergunta essencial quando ocorrem ações terroristas vinculadas ao extremismo islâmico.
(Relatos iniciais sobre o motorista de caminhão de Nice parecem dissociá-lo do fundamentalismo religioso e ligá-lo mais a um caso patológico de um homem desajustado, infeliz e pouco religioso.)
A pergunta é esta: o que leva jovens muçulmanos à radicalização extrema?
Mas todos fogem dela, porque a resposta coloca na parede as forças militares ocidentais.
O que o Ocidente liderado pelos Estados Unidos vem fazendo há muitos anos no Oriente Médio é monstruoso. É uma ação de extermínio motivada pelo petróleo e disfarçada com razões pseudocivilizatórias.
Horrores como o de Nice fazem parte do cotidiano dos países muçulmanos. Crianças, velhos, civis são alcançados regularmente pelas bombas ocidentais, disparadas por drones, os aviões sem tripulação.
A França se tornou alvo do terror do Islã porque se alinhou com os Estados Unidos na agressão aos países muçulmanos. Isso aconteceu na gestão do presidente Sarkozy e continuou depois com Hollande.
A França tinha uma atitude diferente. Não aderiu à Guerra do Iraque, por exemplo, ao contrário do Reino Unido sob Tony Blair.
A predação ocidental é uma fábrica de terroristas.
Ou você acha que jovens muçulmanos se enrolam numa bomba para matar e morrer porque acham isso divertido?
Enquanto o Ocidente não enfrentar a questão central sobre o terror islâmico, continuaremos a ver tragédias — e declarações previsíveis e vazias de líderes de países como Estados Unidos, França e Inglaterra.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
criança sem teto dorme na rua em alguma cidade do mundo ocidental. O mundo capitalista livre, justo e fraterno que terroristas fundamentalistas não toleram e atacam, matando inclusive crianças, como na foto abaixo
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