Conselheiro de Marina planejou o confisco da poupança por Collor
André Lara Resende assumiu papel de operador de mercado na campanha da candidata à Presidência da República pelo PSB
A candidata à Presidência da
República pelo PSB, Marina Silva, possui um aliado controverso em sua
campanha. Em agosto, uniu-se ao time da pessebista, como operador de
mercado, o economista André Lara Resende. Ele apoiou o Plano Brasil
Novo, conhecido como Plano Collor, em 1990. Anos depois, em 1998, foi
demitido do cargo de presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), por envolvimento no escândalo dos grampos
telefônicos, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso.
O Plano Collor foi responsável, dentre outras
medidas, pela retenção de 80% da poupança de cada brasileiro no Banco
Central, com a promessa de devolução em 18 meses. A experiência inédita e
extrema na economia brasileira foi adotada em 16 de março de 1990, um
dia após a eleição do ex-presidente Fernando Collor de Mello. A
justificativa usada pelos favoráveis ao confisco era a de acabar com a
inflação que, à época, estava registrada em cerca de 2.000% ao ano.
O anúncio da
medida foi feito pelo então ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de
Mello. Além do confisco das poupanças, salários e preços foram
congelados, houve abertura comercial, com redução de tarifas para
importação, demissão em massa de servidores públicos, aumento de tarifas
públicas e privatizações.
A medida funcionou a princípio. A inflação
pelo IGP-M (Índice Geral de Preços– Mercado) chegou ao final daquele ano
em 1.699,87% e a 458,38%, em 1991. No entanto, foi em 1992 que a
inflação voltou a subir, chegando a marca de 1.174,67%. Por meio do
Plano Collor, foi instituída também uma nova moeda, o cruzeiro, que
substituiu o cruzado novo.
O economista Lara Resende também foi uma das
peças fundamentais no episódio que ficou conhecido como um dos maiores
escândalos ocorridos no governo do ex-presidente FHC, o escândalo dos
grampos do BNDES.
O ano era 1998. Na época, o BNDES, presidido por Resende, coordenou o leilão do Sistema Telebrás,
junto ao Ministério das Comunicações. Como resultado, o sistema foi
privatizado por meio de 12 leilões – venda que gerou ao governo a
arrecadação de R$ 22 bilhões.
Entretanto, ainda em 1998, o jornal Folha de São Paulo revelou
uma ação ilegal realizada durante o procedimento: o periódico havia
recebido 46 fitas com ligações telefônicas gravadas ilegalmente nas
dependências do banco, em sua maioria.
Nos grampos, o então ministro das
Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Lara Resende planejavam
pressionar a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil
(PREVI) para beneficiar, no leilão, o consórcio comandado pela empresa
Stet e pelo Banco Opportunity (do qual um dos donos era Pérsio Arida,
amigo de Lara Resende e de Mendonça de Barros).
De acordo com a Folha de São Paulo, FHC
chegou a autorizar Lara Resende a usar o seu nome para pressionar a
PREVI a privilegiar o consórcio. Abaixo, um trecho da conversa em que
Resende afirma que usaria o ex-presidente para esta finalidade,
divulgado pela Folha de São Paulo:
Lara Resende - Então, nós
vamos ter uma reunião aqui, estive falando com o Luiz Carlos, tem uma
reunião hoje aqui às 6h30. Vem aqui aquele pessoal do Banco do Brasil, o
Luiz Carlos etc. Agora, se precisarmos de uma certa pressão…
FHC - …Não tenha dúvida.
Lara Resende - A ideia é que podemos usá-lo aí para isso.
FHC - Não tenha dúvida.
Lara Resende - Tá bom.
O plano foi por água abaixo, pois a
empresa Tele Norte Leste venceu o leilão. Após a divulgação do
escândalo, André Lara Resende perdeu o cargo no BNDES, mas foi absolvido
em 1999 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) porque, mesmo com as
gravações indicando a ilegalidade das negociações realizadas por ele,
não houve prejuízo para a União.
Ele também e foi inocentado pela Justiça
Federal, por falta de provas – uma vez que as escutas foram gravadas
ilegalmente e não poderiam ser usadas no processo.
Fonte: PT
Isso é o que Marina chama de novo.
Cuidado com a sua poupança
O país não pode embarcar em aventuras.
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