segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ver e Ouvir para Aprender

Altamiro Borges: Chile e Honduras, derrota da direita?


As forças de direita podem sofrer duas fragorosas derrotadas no novo ciclo eleitoral que se inicia na "rebelde" América Latina. No Chile, a líder da oposição Michelle Bachelet desponta para vencer já no primeiro turno, marcado para 17 de novembro. Já em Honduras, os golpistas que depuseram o ex-presidente Manuel Zelaya podem ser desalojados legalmente do poder com a vitória de sua esposa, Xiomara Castro, nas eleições de 24 de novembro.

Por Altamiro Borges*, em seu blog

Para a velha e decadente mídia, as escolhas dos povos da América Latina em sua esmagadora maioria por governos progressistas e de esquerda, são apresentados como escolhas rebeldes. 

Cada vez mais irrelevante por conta da diversidade de informações e conteúdos na internete, a velha mídia patina nas nuvens, sem saber ao certo para que lado atirar.

Aguarda com ansiedade a proximidade das eleições no Brasil para tentar colocar em pŕática o caos destrutivo nas ruas da grandes cidades brasileiras e , quem sabe, com isso tentar alterar a opção consciente  e civilizada do povo pelos governos de esquerda.

Vivendo em um ambiente de derrota já por mais ou menos quinze anos em nuestra América, sem propostas concretas em seu campo de oposição, a velha mídia é a imagem às avessas das espionagens:

Ver e ouvir para aprender.  

 

 


Adolf Marinho

Tudo a Ver


Mein kampf é acabar com a internete;
Mein kampf é acabar com o Lula a Dilma e todos os petistas;
Mein kampf é trazer de volta os generais e coronéis dos tempos gloriosos da ditadura democrática;
Mein kampf é ressucitar os ideais nazistas, como ocorre hoje na Hungria com a inauguração do busto de um grande fascista;
Mein kampf é não pagar impostos

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Saci na Copa

Viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014!

autor: Mouzar Benedito, mineiro de Nova Resende, é geógrafo, jornalista e também sócio fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci).


 
Parece óbvia a pergunta, a Fifa, todos sabemos, já escolheu o tatu-bola que, coitado, recebeu um nome pra lá de infeliz, Fuleco. Ele está escolhido e pronto, não é?
Não, não é. O Fuleco é mascote da Fifa. Não vi até hoje o coitado ser tratado como mascote pelo povo. E o povo tem razão: não fomos nós que o escolhemos. Seus aparecimentos nos gramados são burocráticos e sem graça, sem aplausos, sem ganhar a simpatia de ninguém.
O Fuleco é mascote dos bastidores, da manipulação de grana, dos burocratas.

Tenho ouvido muita gente declarando apoio ao Saci para ser mascote. Mas mascote do povo, não da Fifa.
Deixemos que o Fuleco compareça aos estádios junto com estrangeiros e com brasileiros que têm grana pra ir lá. Nos bares, em casa, nas reuniões de amigos para assistir aos jogos, o Saci há de ser o escolhido e comemorado.
Nós o havíamos indicado, com um monte de justificativas. Relembro algumas:
- Ele é de origem indígena, tornou-se negro e “ganhou” o gorrinho mágico presente em muitos mitos europeus, então é uma espécie de síntese da formação do povo brasileiro, que é uma mistura desses três grandes povos, além dos orientais que vieram pra cá quando a figura do Saci já estava pronta.
- Ele é negro, como a maioria dos nossos jogadores de futebol, e essa negritude, num país que não superou o racismo, é importante como símbolo de uma luta por igualdade. É também perneta, o que representa outra bandeira de luta nestes tempos que se fala tanto de inclusão. Além disso é e pobre, não tem nem roupa, e mora no mato. Com três motivos para ser “infeliz”, ele é gozador, brincalhão, aprontador, divertido. Enfim, um brasileiro autêntico, dos bons.
- Ele é um ser libertário. Uma das lendas sobre a perda de uma das pernas do Saci é que quando se tornou negro ele foi escravizado por um fazendeiro e era mantido à noite, na senzala, preso a um tronco por uma perna, com grilhões. Uma noite, ele cortou a perna presa e fugiu: preferia ser um perneta livre do que um escravo de duas pernas.
- Hoje em dia fala-se tanto em ecologia, proteção e recuperação do meio ambiente… E aí está o Saci de novo, como protetor da floresta.
- Ele é popular, conhecido de todos os brasileiros, e existem desenhos dele feitos por um montão de gente, e até as crianças o desenham e se divertem com ele. Aí está um motivo para ele não ser o escolhido da Fifa: não dá lucro aos mercenários do esporte. Inventaram uma mascote (nada contra o tatu-bola) e registraram três nomes como marcas pertencentes à Fifa para depois anunciar a escolha e pôs os três nomes em votação pela internet, os três horrorosos. Nem ao menos tiveram a dignidade de deixá-lo com seu próprio nome, tatu-bola. Virou Fuleco.
- O Saci faz parte da nossa cultura popular e, se fosse “eleito”, seria assumido pela população, ao contrário do tal Fuleco, pra quem todo mundo torce o nariz.
Então, repito, vamos torcer para que se realize no Brasil uma bela Copa do Mundo, apesar da submissão do país à Fifa, e que a seleção brasileira jogue bonito e vença. Mas protestando contra a corrupção, contra os desmandos da Fifa, contra a mercantilização do esporte e contra tudo de ruim, todas as tramoias que tentam nos enfiar goela abaixo. E festejando o que tem de bom: a alegria do futebol bem jogado e bonito, a nossa riquíssima cultura, o nosso jeito de ser e viver.
O Fuleco estará nos estádios superfaturados da Copa? Pois bem, nas ruas, nas praças que queremos que continuem sendo do povo, festejaremos com o Saci. Que cada um o desenhe, pinte, faça escultura dele com sua arte e sua criatividade, não tem que ser “um” Saci oficial, imposto. Muitos cartunistas devem oferecer criações bem-humoradas do Saci Mascote, para serem usadas por quem quiser. Mas quem não quiser nenhuma delas pode desenhar, pintar ou esculpir seu próprio Saci, o Saci do seu grupo, da sua turma.
Os Sacis são democráticos. Ninguém vai pagar royalties em nome dele.
Enfim, viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Não nos submeteremos a nenhum império. Que a Fifa vá reinar em outras plagas!
Fonte: REVISTA FORUM

Taí uma excelente idéia.
Fico imaginando o país inteiro, durante a copa do mundo, com mácaras do Saci, gorro e tudo que diz respeito ao nosso símbolo.
A FIFA não poderá impedir que os torcedores de todos os cantos  usem os símbolos do Saci, nas ruas e nos estádios.
Pode até impedir que jogadores coloquem o gorro no momento de comemoração de gols. Se isso acontecer os jogadores podem comemorar pulando em uma perna.
Isso vale para jogadores de todas as seleções que estarão aqui na Copa do mundo do futebol da FIFA.
Cebe lembrar que o símbolo escolhido pela FIFA para mascote da copa, o tal do Fuleco, um tatu bola, recebeu esse nome para que não tivesse um nome igual a uma outra coisa qualquer e com isso  não associar concorrência.
Gulosa essa FIFA.
O tal Fuleco, em suas primeiras aparições em espaços públicos de algumas cidades brasileiras com o patrocínio da coca-cola, sofreu rejeição da população e os bonecos gigantescos do tatu da FIFA foram atacados por descendentes legítimos do Saci.
A campamha pelo Saci como mascote alternativo e ao mesmo tempo o mascote de fato, deve ser organizada desde já.
É interessante que seja criado um comitê para arrecadar fundos para produzir e divulgar todo o material promocional.
Já posso ver em praças e ruas de grandes cidades brasileiras gigantescos bonecos do Saci bebendo uma cachaça bem brasileira ou até mesmo uma água de coco.
Camiseteas, gorros , adesivos, mácaras espalhadas pelo país.
Não tenho dúvida que se a campanha for bem organizada e conduzida o Saci não só ganhará a simpatia de todos os brasileiros como de todo o mundo.
Sua história é ótima e simpática.
Seria , e acretido que será de fato, uma boa forma de protestar contra as idiotices da FIFA.
Um protesto pacífico, inteligente e que ganhando o mundo por conta da visibilidade da copa, levará o Saci para todos os cantos do planeta e, com ele a exportação de um produto de nossa industria cultural que pode se tranformar em revistas, filmes de animação e tudo mais relativo a nossa cultura, já que Saci tem outros amigos, também bem interessantes,  no mato onde vive.
Cabe ainda lembar, em reforço  ao Saci como mascote, que nosso cientista Miguel Nicolellis pretende dar o pontapé inicial da competição com uma pessoa portadora de necessidade espéciais utilizando  um produto de seu brilhante  trabalho no campo das neurociências, um exoesqueleto que fará com que a pessoa possa se movimentar.
Certamente a FIFA irá pular de raiva com essa idéia, porém o Saci já pula, e de alegria.
Aliás, a idéia de Saci como mascote de fato é algo bem do caráter do Saci.
Vamos levar a alegria e a boa molecagem do Saci para as ruas.
O PAPIRO não só apoia a idéia como se coloca  a disposição para divulgar todos os passos e eventos relativos a  apoteose do Saci.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Seleção ou Morte

"Diego Costa só pensou nele", critica Felipe Andreoli

Jornalista e humorista do CQC lamentou a postura do atacante brasileiro que preferiu defender a Espanha.

Fonte: TERRA

Quando a gente pensa que a velha mídia esgotou seu repertório de asneiras, eis que sempre aparece alguém para dizer, em alto e bom som de voz com imagem, mais uma besteira.
A asneira da vez vem do fascista programa CQC da Band, aliás programa sempre presente na lista de barbaridades. 
O jogador de futebol, Diego Costa, nascido no interior do estado de Sergipe deixou o país com 17 anos de idade para tentar a sorte no futebol europeu.
Certamente quando saiu do Brasil, ninguém conhecia o rapaz, ninguém perguntou o motivo de sua saída, ninguem ofereceu alguma ajuda para que ele permanecesse no Brasil.
Quantos jovens existem por aí tentando a sorte como jogador de futebol?
Dessa multidão de jovens, apenas poucos, bem poucos, conseguem o sucesso de Diego Costa.
Pelo mundo inteiro há uma legião de jogadores de futebol brasileiros, todos desconhecidos aqui no Brasil.
Alguns bem sucedidos e naturalizados nos países onde atuam que acabam ficando por lá e jamais retornam ao país.
Diego Costa saiu do Brasil em um pau de arara aéreo, para tentar a sorte.
Venceu , e é grato àqueles que o acolheram, desejando assim naturalizar-se espanhol e jogar pela seleção da Espanha.
Seu sucesso em gramados europeus chamou a atenção do treinador da seleção brasileira que resolveu convocá-lo para um amistoso.
O atleta rejeitou o convite, naturalmente, e o assunto invadiu a idiotice da velha imprensa, ou a velha imprensa idiota, dá no mesmo, que viu na decisão do atleta um ato de anti patriotismo, uma traição a pátria, uma rejeição ante um chamado à luta de vida ou morte que será travada no próximo ano nos lindos verdes campos gramados da terra do cruzeiro. 
Brasiiiiiiiiiiiiiiiiilllll ! 
Gritam, ao som de elevados decibéis no espectro eletro acústico, os fanáticos adeptos da confraria de Galvão Bueno e outras coisas deploráveis que abundam e inundam o espaço informativo do esporte.
No mundo globalizado, como previu João Saldanha de forma brilhante lá pela final dos anos da década de 1980, as competições mais importantes do futebol serão aquelas entre clubes, e não entre seleções nacionais.
O conceito de seleção nacional vai se diluindo com  o tempo na medida em  que os jogadores sequer atuam em seus países de origem, isso principalmente em países que não tem ainda os recuros e organização das principais praças de futebol do planeta.
É claro  que em países com um povo de auto estima baixa, o sucesso de um atleta esportivo ou mesmo de uma equipe nacional, pode se transformar em ato de heroísmo com direito a momentos de intenso júbilo entre os nativos, com condecorações, festividades para toda a população e dias de imenso êxtase.
Não que tenhamos superado essa fase de vira-latas, mas o país, já por bom tempo,  ocupa um lugar de destaque no cenário mundial, e a população não precisa de heróis para se sentir valorizada. 
Deve, sim,  aprender a valorizar e cultuar seus compatriotas luminares, sem que se sinta ofendida pelo sucesso de outros. 
Isto posto, o jornalista do CQC engana-se quando afirma contaminado por inveja, que Diego Costa teria pensado apenas nele ao rejeitar o pedido de Felipão. 
Não, meu caro. 
Diego Costa pensou nele, pensou em seus familiares da distante  cidade de Lagarto  e certamente deve também ter pensado na idiotice da imprensa esportiva brasileira.  
Sua decisão é normal e não é a primeira. 
Muitos outros jogadores se recusaram a jogar pela seleção brasileira sem a questão da nacionalidade mutante. 
Engraçado que esta mesma imprensa, recentemente, mais precisamente há três anos atrás, pedia , insistentemente que o jogador argentino do Fluminense  , na época, Dario Conca, se naturalizasse brasileiro para jogar pela seleção.
Assim sendo, meu caro jornalista esportivo humorista, o que já é um pleonasmo, Diego Costa não pensou apenas nele . 
Você, sim, pensou apenas em você e com um agravante de ter pensado como vira-lata pouco evoluído.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Uma Escuridão Luminosa

Espelhos são inaugurados e cidade na Noruega vibra com luz solar no inverno

A estação ainda não começou no hemisfério norte, mas a população de Rjukan, cidade encravada nas montanhas, comemora a novidade.

Fonte: TERRA

Lá pela década de 1980 ou 1990, não me recordo exatamente, a Rússia fez um teste enviando  um gigantesco espelho ao espaço com o objetivo de  direcionar a luz solar para determinadas regiões do país no período de inverno.

A experiência foi bem sucedida mas recebeu uma enxurrada de críticas da comunidade científica.

Alterar os ciclos da natureza, com mais ou menos incidência de luz solar, significa alterar todo o equilíbrio das formas de vida nas regiões. A título de exemplo, um fenômeno natural como o eclipse do sol faz com que as aves de vida diurna se recolham no momento do eclipse acreditando que a noite chega.

A fauna e a flora sofreriam grandes mudanças, com  interferência na vida de animais e vegetais, alterando o período de reprodução e mesmo de migração de animais.  

Estranho que a Noruega, um país pioneiro nas questões ambientais comemore tal feito.

Cabe ainda lembrar que se grandes áreas próximas dos pólos tivessem seu equilíbrio modificado com mais ou menos luz solar, também o ciclo de águas poderia sofrer com as repentinas alterações.

O aprovietamento da luz solar no espaço, poderia ser útil para produzir energia elétrica e enviá-la, através de sinais, para determinadas regiões onde as fontes de produção de energia são mínimas.   

Enquanto a ciência avança para uma compreensão da realidade que compreenda a totalidade, iniciativas de cunho fragmentado ainda são comemoradas. 

 

 

 


terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Campanha


 
 
E assim caminha a oposição, entre o profano e o sagrado.

Energia Limpa

Retirada de combustível do reator 4 de Fukushima ameaça criar cenário apocalíptico

Em novembro, a TEPCO começa a remover os bastões de combustível, que têm emissão de radiação equivalente a 14 mil bombas como as foram jogadas em Hiroshima


Por Andrea Germanos, para o Commom Dreams EBC
Uma operação com consequências potencialmente “apocalípticas” deve começar em cerca de duas semanas – “em torno de 8 de novembro” – no reator 4 de Fukushima, que está danificado e vazando. É aí que a operadora da usina, a TEPCO, vai tentar remover 1.300 bastões de combustível gastos de um depósito completamente estragado no andar superior da usina. Os bastões têm radiação equivalente a 14 mil bombas como as que foram jogadas em Hiroshima.

Apesar de o prédio do reator 4 em si não ter sofrido um colapso, ele passou por uma explosão de hidrogênio, e está indo de mal a pior, e a chance de aguentar mais um abalo sísmico é zero.

O Japan Times explicou:

“Para remover os bastões, a TEPCO colocou um guindaste de 273 toneladas por cima do prédio, que será operado remotamente, de uma sala separada. [...] os bastões gastos vão ser retirados das armações em que eles estão armazenados um a um e inseridos em uma pesada câmara de aço, com as peças ainda submersas debaixo da água. Quando essa câmara for retirada da água e depositada no chão, será transportada até outra piscina em um prédio intacto para armazenamento.

Em circunstâncias normais, uma operação como essa demoraria três meses. Mas a TEPCO esperar completar essa antes do início do ano fiscal de 2014.”

Um coro de vozes têm soado como um alarme contra o plano – nunca algo assim já foi feito – de remover manualmente 400 toneladas de combustível gasto da TEPCO, que tem sido responsabilizada por problema atrás de problema na danificada usina nuclear.

Arnie Gunderson, engenheiro nuclear veterano dos EUA e diretor da Fairewinds Energy Education, alertou, nesse verão, que “eles terão dificuldade na remoção de um número significativo dos bastões”, e disse que “daí se pular direto para a conclusão de que vai dar tudo certo é um belo salto no escuro”. Paul Gunter, diretor do Reactor Oversight Project, também deu o alarme, afirmando ao Commom Dreams que “dadas as incertezas sobre as condições objetivas e a disposição de centenas de toneladas de partes, vai ser como um perigosíssimo jogo de pega varetas radioativo”. Gunter fez a seguinte analogia sobre o perigoso processo de remover os bastões de combustível gastos:

“Se você pensar na armação nuclear como um maço de cigarros, se você puxar um cigarro direto, ele sai – mas essas armações sofreram danos. Agora, quando eles forem puxar o cigarro direto para cima, ele vai provavelmente quebrar e soltar Césio e outros gases, Xenônio e Criptônio, no ar. Suspeito que quando chegar novembro, dezembro, janeiro, vamos ouvir que o prédio foi evacuado, que eles quebraram um dos bastões, que os bastões estão liberando gases. [...]

Suspeito que vamos ter mais liberações no ar à medida que eles tiram o combustível. Se eles puxarem rápido demais, quebram o bastão. Acho que as armações foram retorcidas, o combustível superaqueceu – a piscina ferveu – e o efeito é que provavelmente, boa parte do combustível vai ficar lá por muito tempo.”

O Japan Times acrescentou:

“A remoção dos bastões costuma ser feita por computador, que sabe a localização de cada uma das peças com precisão milimétrica. O trabalho às cegas em um ambiente altamente radioativo faz com que haja um risco de o guindaste danificar um dos bastões – um acidente que deixaria ainda mais miserável a região de Tohoku.”

Como explicou Harvey Wasserman, ativista contra atividade nuclear de longa data:
“Os bastões gastos de combustível precisar ser mantidos resfriados o tempo todo. Se eles forem expostos ao ar, seu revestimento de liga de Zircônio vai pegar fogo, os bastões vão se queimar e grandes quantidades de radiação serão liberadas. Se os bastões encostarem um no outro, ou se eles se desfizerem numa pilha grande o suficiente, pode haver uma explosão.”

RT ainda acrescenta que, na pior das hipóteses: “a piscina pode desabar no chão, derrubando os bastões uns sobre os outros, o que poderia provocar uma explosão muitas vezes pior do que a que aconteceu em março de 2011.”

Wasserman diz que o plano é tão arriscado que merecia uma intervenção global, um pedido do qual Gunter compartilha, afirmando que “a perigosa tarefa não deveria ficar nas mãos da TEPCO, deveria envolver a supervisão e o gerenciamento de especialistas internacionais independentes”.

Wasserman disse ao Commom Dreams que:

“A retirada dos bastões de energia da unidade 4 de Fukushima pode bem ser a missão mais perigosa da engenharia até hoje. Tudo indica que a TEPCO é incapaz de fazer isso sozinha, ou de informar de maneira confiável à comunidade internacional o que está acontecendo. Não há razões para se acreditar que o governo japonês também faria isso. Esse é um trabalho para ser feito pelos melhores engenheiros e cientistas do mundo, com acesso a todos os recursos que poderiam ser necessários

A potencial liberação de radiação em um caso desses pode ser descrita como apocalíptica. Só o Césio equivale a 14 mil bombas como as que foram jogadas sobre Hiroshima. Se algo der errado, a radiação poderia forçar que todos os seres humanos no local sejam evacuados, e poderia provocar a falha dos equipamentos eletrônicos. A humanidade seria forçada a assistir sem poder fazer nada enquanto bilhões de curies de radiação mortal são jogadas no ar e no mar.”

Por mais ousado que possa parecer o alerta de Wasserman, ele encontra ressonância na pesquisadora de fallout de radiação Christina Consolo, que disse ao RT que na pior das hipóteses o cenário é de apocalipse. O alerta de Gunter também foi ousado.

“O tempo é curto enquanto nos preocupamos que outro terremoto pode danificar ainda mais o complexo do reator e o depósito do resíduos nucleares”, continuou ele. “Isso poderia literalmente reinflamar o acidente nuclear a céu aberto e incendiar até alcançar proporções hemisféricas”, disse Gunter.

Wasserman diz que, dada a gravidade da situação, os olhos do mundo deveriam estar voltados para Fukushima.

“Essa é uma questão que transcende ser antinuclear. O destino da Terra está em jogo aqui, e o mundo todo deve acompanhar cada movimento daquele local a partir de agora. Com 11 mil bastões de energia espalhados pelo local, e com um fluxo constante de água contaminada envenenando o oceano, é a nossa sobrevivência que está em jogo.”

Fonte: CARTA MAIOR

A probabilidade de algum bastão estar quebrado ou retorcido é alta, o que durante a retirada pode ocasionar o tal acidente apocalíptico.
Devido a complexidade da operação e a inexistência de algo similar anteriormente, um estudo mais profundo envolvendo toda comunidade científica deveria ocorrer, mesmo sabendo-se que o tempo corre contra Fukushima, já que um novo tremor de terra , tufão ou tsumani,teriam consequências ainda mais catastróficas.
Enquanto nada disso acontece e Fukushima coloca em risco potencial grandes áreas do planeta, os EUA continuam em sua obsessão contra  um programa nuclear do Irã que poderia causar danos irreversíveis à humanidade por conta de suposta  fabricação de armas nucleares de destruição em massa.
No racionalidade vigente, seletivos perigos potenciais e futuros  são amplamente debatidos enquanto os perigos reais e que estão acontecendo são ignorados.
A destruição em larga escala é real, a curtíssimo prazo, e está também alí, no Japão, mergulhada nas piscinas dos reatores que utilizam de forma pacífica a  energia nuclear para gerar racionalmente eletricidade.
No mundo racional e civilizado os grandes problemas são ignorados pela grande mídia, ou merecem um destaque humilde nos higiêncios e estéreis noticiários de tv e em seus pares impressos.
O mesmo se aplica as alterações climáticas, que na grande mídia, quando citado, aparece como algo controverso, até mesmo quando a realidade aliada  ao tempo expõe o fracasso da união Européia em atingir as metas de redução das emissões de CO2.
Fukushima continua contaminando áreas do Japão  e pode, a qualquer instante, se transformar em uma little boy às avessas, com um efeito ainda mais devastador, o que não deixa de ser uma trágica ironia.
Chernobyl, Goiania, Fukushima. Todas mataram e continuam produzindo vítimas, sem que um amplo debate sobre o uso da energia nuclear ocorra.