Viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014!
autor: Mouzar Benedito, mineiro de Nova Resende, é geógrafo, jornalista e também sócio fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci).
Parece óbvia a pergunta, a Fifa, todos sabemos, já escolheu o tatu-bola que, coitado, recebeu um nome pra lá de infeliz, Fuleco. Ele está escolhido e pronto, não é?
Não, não é. O Fuleco é mascote da Fifa. Não vi até hoje o coitado ser tratado como mascote pelo povo. E o povo tem razão: não fomos nós que o escolhemos. Seus aparecimentos nos gramados são burocráticos e sem graça, sem aplausos, sem ganhar a simpatia de ninguém.
O Fuleco é mascote dos bastidores, da manipulação de grana, dos burocratas.
Tenho ouvido muita gente declarando apoio ao Saci para ser mascote. Mas mascote do povo, não da Fifa.
Deixemos que o Fuleco compareça aos estádios junto com estrangeiros e
com brasileiros que têm grana pra ir lá. Nos bares, em casa, nas
reuniões de amigos para assistir aos jogos, o Saci há de ser o escolhido
e comemorado.
Nós o havíamos indicado, com um monte de justificativas. Relembro algumas:
- Ele é de origem indígena, tornou-se negro e “ganhou” o gorrinho
mágico presente em muitos mitos europeus, então é uma espécie de síntese
da formação do povo brasileiro, que é uma mistura desses três grandes
povos, além dos orientais que vieram pra cá quando a figura do Saci já
estava pronta.
- Ele é negro, como a maioria dos nossos jogadores de futebol, e essa
negritude, num país que não superou o racismo, é importante como
símbolo de uma luta por igualdade. É também perneta, o que representa
outra bandeira de luta nestes tempos que se fala tanto de inclusão. Além
disso é e pobre, não tem nem roupa, e mora no mato. Com três motivos
para ser “infeliz”, ele é gozador, brincalhão, aprontador, divertido.
Enfim, um brasileiro autêntico, dos bons.
- Ele é um ser libertário. Uma das lendas sobre a perda de uma das
pernas do Saci é que quando se tornou negro ele foi escravizado por um
fazendeiro e era mantido à noite, na senzala, preso a um tronco por uma
perna, com grilhões. Uma noite, ele cortou a perna presa e fugiu:
preferia ser um perneta livre do que um escravo de duas pernas.
- Hoje em dia fala-se tanto em ecologia, proteção e recuperação do
meio ambiente… E aí está o Saci de novo, como protetor da floresta.
- Ele é popular, conhecido de todos os brasileiros, e existem
desenhos dele feitos por um montão de gente, e até as crianças o
desenham e se divertem com ele. Aí está um motivo para ele não ser o
escolhido da Fifa: não dá lucro aos mercenários do esporte. Inventaram
uma mascote (nada contra o tatu-bola) e registraram três nomes como
marcas pertencentes à Fifa para depois anunciar a escolha e pôs os três
nomes em votação pela internet, os três horrorosos. Nem ao menos tiveram
a dignidade de deixá-lo com seu próprio nome, tatu-bola. Virou Fuleco.
- O Saci faz parte da nossa cultura popular e, se fosse “eleito”,
seria assumido pela população, ao contrário do tal Fuleco, pra quem todo
mundo torce o nariz.
Então, repito, vamos torcer para que se realize no Brasil uma bela
Copa do Mundo, apesar da submissão do país à Fifa, e que a seleção
brasileira jogue bonito e vença. Mas protestando contra a corrupção,
contra os desmandos da Fifa, contra a mercantilização do esporte e
contra tudo de ruim, todas as tramoias que tentam nos enfiar goela
abaixo. E festejando o que tem de bom: a alegria do futebol bem jogado e
bonito, a nossa riquíssima cultura, o nosso jeito de ser e viver.
O Fuleco estará nos estádios superfaturados da Copa? Pois bem, nas
ruas, nas praças que queremos que continuem sendo do povo, festejaremos
com o Saci. Que cada um o desenhe, pinte, faça escultura dele com sua
arte e sua criatividade, não tem que ser “um” Saci oficial, imposto.
Muitos cartunistas devem oferecer criações bem-humoradas do Saci
Mascote, para serem usadas por quem quiser. Mas quem não quiser nenhuma
delas pode desenhar, pintar ou esculpir seu próprio Saci, o Saci do seu
grupo, da sua turma.
Os Sacis são democráticos. Ninguém vai pagar royalties em nome dele.
Enfim, viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Não nos submeteremos a nenhum império. Que a Fifa vá reinar em outras plagas!Fonte: REVISTA FORUM
Taí uma excelente idéia.
Fico imaginando o país inteiro, durante a copa do mundo, com mácaras do Saci, gorro e tudo que diz respeito ao nosso símbolo.
A FIFA não poderá impedir que os torcedores de todos os cantos usem os símbolos do Saci, nas ruas e nos estádios.
Pode até impedir que jogadores coloquem o gorro no momento de comemoração de gols. Se isso acontecer os jogadores podem comemorar pulando em uma perna.
Isso vale para jogadores de todas as seleções que estarão aqui na Copa do mundo do futebol da FIFA.
Cebe lembrar que o símbolo escolhido pela FIFA para mascote da copa, o tal do Fuleco, um tatu bola, recebeu esse nome para que não tivesse um nome igual a uma outra coisa qualquer e com isso não associar concorrência.
Gulosa essa FIFA.
O tal Fuleco, em suas primeiras aparições em espaços públicos de algumas cidades brasileiras com o patrocínio da coca-cola, sofreu rejeição da população e os bonecos gigantescos do tatu da FIFA foram atacados por descendentes legítimos do Saci.
A campamha pelo Saci como mascote alternativo e ao mesmo tempo o mascote de fato, deve ser organizada desde já.
É interessante que seja criado um comitê para arrecadar fundos para produzir e divulgar todo o material promocional.
Já posso ver em praças e ruas de grandes cidades brasileiras gigantescos bonecos do Saci bebendo uma cachaça bem brasileira ou até mesmo uma água de coco.
Camiseteas, gorros , adesivos, mácaras espalhadas pelo país.
Não tenho dúvida que se a campanha for bem organizada e conduzida o Saci não só ganhará a simpatia de todos os brasileiros como de todo o mundo.
Sua história é ótima e simpática.
Seria , e acretido que será de fato, uma boa forma de protestar contra as idiotices da FIFA.
Um protesto pacífico, inteligente e que ganhando o mundo por conta da visibilidade da copa, levará o Saci para todos os cantos do planeta e, com ele a exportação de um produto de nossa industria cultural que pode se tranformar em revistas, filmes de animação e tudo mais relativo a nossa cultura, já que Saci tem outros amigos, também bem interessantes, no mato onde vive.
Cabe ainda lembar, em reforço ao Saci como mascote, que nosso cientista Miguel Nicolellis pretende dar o pontapé inicial da competição com uma pessoa portadora de necessidade espéciais utilizando um produto de seu brilhante trabalho no campo das neurociências, um exoesqueleto que fará com que a pessoa possa se movimentar.
Certamente a FIFA irá pular de raiva com essa idéia, porém o Saci já pula, e de alegria.
Aliás, a idéia de Saci como mascote de fato é algo bem do caráter do Saci.
Vamos levar a alegria e a boa molecagem do Saci para as ruas.
O PAPIRO não só apoia a idéia como se coloca a disposição para divulgar todos os passos e eventos relativos a apoteose do Saci.
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