Bioceânica:
quem não quer e por que
O PiG, o Ibama, a Funai, o MP e o TCU se tornam instrumentos do interesse nacional
Quem não quer a Ferrovia Bioceânica são os Estados Unidos, porque ela será uma alternativa ao Canal americano do Panamá.
Quem não quer a Bioceânica são instituições instaladas no centro do Estado brasileiro e funcionam, na prática, como agentes do interesse americano.
Para ser mais claro.
O IBAMA e a Funai.
O TCU e o Ministério Público.
São obstáculos a qualquer tipo de progresso, de intervenção no espaço físico, para construir o progresso.
Associam-se nessa inglória tarefa o Tribunal de Contas da União, dominado pelos pefelistas da Arena.
E o Ministério Público, dominado por procuradores fanfarrões.
No Brasil, hoje, com o labirinto institucional – e não é por acaso-, um prefeito não pode deslocar um paralelepípedo de uma calçada para outra, na mesma rua, no mesmo quarteirão, sem que o Ibama, o TCU e o MP concordem.
Depois que estiver tudo resolvido, chegam os índios.
Em nome de um suposto e impreciso “desenvolvimento sustentável”.
“Desenvolvimento sustentável” é lorota de rico contra pobre.
Os EUA, a Alemanha, o Canadá, a Suécia, a Noruega, a Dinamarca, o Japão todos eles já se sustentaram e se desenvolveram.
O John Wayne já matou os índios que quis matar, derrubou as árvores que quis derrubar, construiu fabricas onde bem entendia – e os Estados Unidos ficaram prontos.
E para manter tudo como está, não querem que os pobres se desenvolvam.
Para não permitir que outros se sentem na mesa principal.
( Como fez o Obama, no acordo que o Lula e o Celso Amorim construiram com o Irã: o Brasil não podia ousar sentar na mesa principal da diplomacia mundial !)
Aí vem a lorota blablarínica, subvencionada pela Neca do Itaúúú: a sustentabilidade se sustenta com o sustentável !
Os Estados Unido tem código florestal ?
Na hora de explorar o xisto betuminoso chamam o Greenpeace para proteger o pulmão das famílias da vizinhança ?
“Desenvolvimento sustentável” é outra forma de exercício imperial , como a ressurreição da Quarta Esquadra, que os Estados Unidos instalaram em frente ao Brasil e à África, assim que o Brasil descobriu o pré-sal.
O que querem esses agentes do Império americano ?
Imobilizar o Brasil.
Congelar a infraestrutura para o Brasil não crescer e vir a competir com os Estados Unidos.
Simples.
Exemplo.
Roraima tem uma das maiores bacias de riquezas minerais do continente americano, além de terras raras.
Pode explorar ?
Não.
Roraima se tornou uma gigantesca reserva indígena.
E não deixaram que um linhão levasse luz a Roraima.
Por que ?
Porque um indio pode subir lá em cima do linhão cair no chão e se machucar.
Parece absurdo.
E o Cameron e o Procurador que boicotaram Belo Monte para preservar o avatar de um índio ?
Agora, imaginem o que farão para impedir o licenciamento ambiental da Bioceânica, de outras ferrovias, hidrovias, eclusas e portos !
Será um inferno !
O Ibama, a Funai, o TCU, o MP, as milhares de ONGs americanas que vasculham a Amazônia – e seus agentes instalados nas colonas do PiG.
Não se trata apenas de inviabilizar o escoamento da produção de grãos, frangos e suínos.
Mas, também, da fabulosa fronteira mineral do Brasil.
Quem compete com o Brasil nesse mercado de minerios em grande quantidade é a África.
Mas, com todo o respeito, o Brasil pode oferecer estabilidade política, respeito à Lei e aos contratos.
Para investir na África, é preciso se associar a um Chefe de Executivo, a um líder tribal para garantir uma concessão que pode ir para o espaço no próximo Golpe de Estado.
O Brasil não tem esse custo institucional.
É melhor, então, para os Estados Unidos, manter o minério brasileiro embaixo da terra, inexplorado.
Para evitar que o Brasil tome conta de mercados de commodities minerais.
Isso não é novidade.
Basta ler “Renato Archer – energia atômica, soberania e desenvolvimento”, de Alvaro Rocha Filho e Joao Carlos Vitor Garcia, da editora Contraponto, Rio, 2004.
Ali se testemunha a batalha de herois como o Almirante Alvaro Alberto, Archer e o Almirante Othon Silva para construir a autonomia brasileira em energia nuclear.
Os Estados Unidos tentaram infatigavelmente impedir que a autonomia se concretizasse – o que só aconteceu com Lula e Dilma, que reanimaram o programa nuclear que FHC tentou sepultar.
(FHC cometeu um crime de lesa-pátria, ao assinar o maldito Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Outro instrumento do congelamento do poder, que só interessa aos americanos…)
Os americanos, ao longo da batalha, contavam com instrumentos valiosos: os generais Juarez Tavora e Castello Branco; Augusto Frederico Schmidt, o “poeta-mercador” (como o chamava Paulo Francis, antes de aderir ao piguismo alucinado); Israel Klabin; Valentim Bouças; Roberto Marinho; Carlos Lacerda; Jarbas Passarinho; e os embaixadores (americanos) Roberto Campos, Edmundo Barbosa da Silva e Vasco Leitão Cunha.
Eles queriam que o Brasil não explorasse seu urânio e muito menos que o enriquecesse.
E, ao mesmo tempo, que o Brasil enviasse aos Estados Unidos reservas de minerais úteis à produção de energia nuclear.
Em troca de trigo.
(Os americanos tiveram que importar da Bélgica o urânio das bombas de Hirsoshima e Nagasaki.)
Como os portugueses faziam com os índios: um espelhinho de moldura dourada em troca de uma floresta de pau brasil.
Essa é a batalha da Bioceânica.
A do interesse nacional contra o interesse nacional americano.
É por isso que o Cerra, o Caiado e a Urubologa – tudo a mesma sopa ! – chamam a Bioceânica de uma miragem, uma quimera !
Porque eles se contemplam no espelhinho de moldura dourada.
E se acham lindos !
Paulo Henrique Amorim
Fonte: CONVERSA AFIADA
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De fato, toda essa legião de pessoas e instituições que tentam inviabilizar a ideia de construção da ferrovia bi oceânica, o fazem por não querer que o Brasil cresça.
Cresça ou se desenvolva ?
Isso é um outro assunto.
Por enquanto a ferrovia bi oceânica é apenas uma ideia que , ao que parece, foi aprovada pelo governo brasileiro.
Aliás, uma ótima ideia.
Após a aprovação da ideia, que em engenharia é chamada de draft, parte-se para o projeto.
Quando o governo elabora o projeto sabe exatamente por onde a ferrovia irá passar e, obviamente, todos os impactos que ocorrerão no ambiente e nos povos.
Impactos são inevitáveis, em qualquer empreendimento, e dizer que existirão impactos ambientais e sociais com o objetivo de inviabilizar o empreendimento, é uma conversa que não cola mais.
A questão que se impõe é como minimizar e compensar - no caso de povos - os impactos causados.
Já se foi o tempo que um espelho servia como moeda para em troca se levar o ouro.
Atualmente as negociações são complexas e devem envolver somente as partes afetadas.
Nada de ONG's oportunistas.
É sabido , também, que órgãos do governo, oposições e a velha mídia trabalham contra qualquer projeto de crescimento ( crescimento ou desenvolvimento ? ) que venha a ser implementado pelo governo popular e democrático do PT.
Por outro lado, uma vez tomada decisão de explorar/construir, ou de deixar os recursos no solo, compensações devem acontecer.
Se o governo brasileiro entende que não deve explorar as riquezas minerais que existem no solo do estado de Roraima, devido aos impactos ambientais e também com os povos indígenas, não há nada de errado nessa decisão.
Considerando a decisão de manter os recursos no solo, o meio ambiente agradece, com benefícios não apenas para o Brasil, mas também para a saúde do planeta.
Se tal decisão irá beneficiar o planeta, o país deve ser compensado com recursos proporcionais a riqueza que ficará no solo.
Compensado pelo planeta, através de seus organismos internacionais.
Afinal, ecologia e sustentabilidade dissociadas da realidade política e econômica, valem apenas para a academia.
Em alguns países da América do Sul essa prática de compensação já existe, em menor parte por governos e em sua maioria pela inciativa dos povos, que recebem como contra partida políticas e projetos para um desenvolvimento que gere renda para todos as comunidades e garanta o bem viver.
No Brasil, independente se o governo é do PT ou da oposição, nada disso existe, prevalecendo o pensamento binário de fazer , no porrete, ou não fazer, sem nenhum tipo de compensação.
Ao agir dessa forma, os governos do PT e os defensores do porrete, ao se olharem no espelho encontram a imagem de seus opositores.
O conceito que mais ganha força na América do Sul é o do desenvolvimento, não necessariamente com crescimento.
Os projetos de grande impacto ambiental não podem ser resolvidos no porrete.
Um outro exemplo é a rodovia que liga Porto Velho, em Rondônia, com Manaus , no Amazonas.
Uma rodovia , que já existe em estado precário, com extensão em torno de 800 Km , cortando ao meio o coração da floresta amazônica, em áreas ainda totalmente virgens e desabitadas.
O impacto de uma rodovia dessas é gigantesco, já que cumprirá o papel de espinha dorsal, de onde , pelas laterais, surgirão outras espinhas menores pela floresta adentro, tal qual uma espinha de peixe.
Tais espinhas laterais, obviamente, passarão a existir sem nenhum planejamento, inicialmente como vilas, e mais tarde como campos de monocultura e pasto.
O efeito será devastador para essa região da floresta.
Por outro lado, a rodovia é necessária para a ligação entre Porto Velho e Manaus, no tocante aos aspectos econômicos e escoamento de produção.
O que fazer então ?
Para minimizar os impactos e mesmo retardar de forma significativa o efeito espinha de peixe, o governo deveria optar por uma ferrovia, com composições de uso misto, para carga, veículos automotores e passageiros.
O trecho Porto Velho - Rio Branco, que já existe em rodovia em estado razoável pode ser mantido e, a ferrovia ligaria Rio Branco até Manaus, com menor impacto para a região , inclusive para a fauna.
A maioria dos acidentes com animais em rodovias que cortam florestas ou reservas florestais, não se dá pelo fato de animais atravessarem a pista, e sim pelo fato que em tais áreas as temperaturas durante o dia são muito quentes e as noites as vezes bem frias, fazendo com que os animais, a noite, procurem aquecimento no calor do asfalto que foi aquecido ao longo de todo o dia.
Com ferrovia nada disso acontece, pois nem mesmo uma anta vai deitar nos trilhos.
Os atropelamentos existirão, talvez em números e proporções bem menores que os números alarmantes de acidentes e atropelamentos com os animais humanos nos grandes centros urbanos.
Com a ferrovia as ocupações em espinha de peixe tornam-se bem mais difíceis, já que uma composição tem lugar fixo para paradas, que devem ser mínimas no trajeto.
A floresta agradece, os povos da floresta também. e o gado e a soja não avançam .
Assim, criando-se políticas para o desenvolvimento dos povos das regiões, aplicando o conceito de sustentabilidade real, alguns países da América do Sul, principalmente através de seus movimentos sociais vem superando o pensamento binário - fazer no porrete/ não fazer - e trilhando um caminho de desenvolvimento que contempla o bem viver que , por outro lado, abre as portas para o ecossocialismo.
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