terça-feira, 19 de julho de 2016

A globalização entrou em modo esgotamento

A globalização entrou em modo esgotamento

Não se pode pedir à graxa que detenha a engrenagem. Cunha, Temer, Serra são lubrificações constitutivas do colapso global entre nós.

por: Saul Leblon


O mudo ruge.

Como o vulcão prestes a explodir, sinais de alerta irrompem no noticiário de diferentes pontos do planeta

A violência e o espaçamento típicos das saturações não deixam muita margem a dúvidas.

Placas tectônicas aceleram a rota de colisão; rolos de fumaça e estremecimentos da crosta prenunciam a erupção do magma da história.

Brexit, Trump, Dallas, Nice, Turquia, Luisiana, Berlim...

Os últimos vinte e dois dias foram exemplares: a globalização neoliberal entrou no modo esgotamento.

Cada vez mais, os ‘colaterais’ da supremacia dos mercados se exprimem em rupturas, vítimas e conflitos que se acumulam no congestionado espaço das manchetes fumegantes.

A larga contabilidade da morte anestesia, mas a aleatoriedade das geografias e dos atores encerra uma regularidade reveladora.

Vive-se um tempo em que a descoordenação antes de ser o imprevisto é a norma deliberada.

Escavada e burilada, ela compõe o altar da religião sem meca nem ofício ou santo, exceto a eternidade do fluxo contínuo, ubíquo, indiviso: a circulação do capital e da mercadoria.

São elas as únicas liberdades de fato soberanas impulsionadas pelo neoliberalismo globalizado, desde os anos 70 do século passado.

Perímetros de soberania nacional foram progressivamente calafetados pelo agigantamento da gigantesca massa de forças assim potencializadas.

Espaços de mediação nos quais esse ectoplasma pudesse ser transmudado em inclusão, igualdade, estabilidade e civilização foram aplastados.

A atrofia descredenciou Estados e governos.

Em seguida desossou partidos e projetos históricos.

Desmoralizou a democracia representativa, desdenhando da urna e das escolhas e agendas do voto majoritário.

Por fim, desqualificou a própria política como fórum de mediação dos conflitos da sociedade e do desenvolvimento.

Um cemitério de administrações zumbis e de Estados ornamentais (para a sociedade) emergiu vigiado pela engrenagem dos fundos sem rosto, dos capitais sem pátria, do dinheiro chantagista.

A pedra angular de toda a vacuidade, para recorrer a um oxímoro destes tempos paradoxais, é a liberação da conta de capitais.

A partir dela, a lógica neoliberal promove o sequestro ou a rendição obsequiosa dos instrumentos endógenos de comando da sociedade sobre o seu desenvolvimento.

A opressão todavia surfa em um poder de sedução gigantesco.

Quem há de ser contra a liberdade de trocas, de pessoas e de recursos estendida a todo o planeta?

Não se trata de retórica.

O crescimento do comércio global nas últimas décadas suplantou de longe a taxa média do PIB mundial.

Transformou-se na grande e irresistível cenoura de adesão ao mainstream do laissez faire, laissez passer repaginado e mundializado.

Enquanto o PIB mundial cresceu em média 3,1%, entre 1985 e 2011, a taxa anual de crescimento do comércio internacional foi de 5,6%. (OMC, 2013).

Entre os países do G-20, apenas Indonésia e África do Sul registraram diminuição do índice de internacionalização comercial nesse período.

Em tese, o dinamismo das exportações eleva o nível de internacionalização das economias nacionais.

Oxigena cadeias de produção.

Revoluciona padrões de tecnologia, consumo e produtividade.

Faz mais.

Em 2009, pela primeira vez, o comércio mundial de bens intermediários (insumos industriais e serviços) atingiu valor superior ao das exportações de bens finais (51% e 49%, respectivamente).

Mas aqui a panaceia teoricamente boa para todos já revela suas trincas no movimento real da história.

A participação das empresas multinacionais no comércio internacional disparou nas últimas décadas.

Segundo a Unctad, exportações globais totalizaram aproximadamente US$ 19 trilhões em 2010.

Megacorporações globais responderam por 80% desse total, US$ 15 trilhões.

Só o comércio intrafirmas foi responsável por aproximadamente 33% das transações.

A bordo dessa esquadra de bandeiras poderosas, o volume do comércio internacional de bens e serviços cresceu, em média, 7,3% ao ano, entre 2002/2007.

Muito acima do desempenho do PIB, com aumento médio de 4,2 no período.

A dominância das manufaturas e serviços na composição dos fluxos, favorecida pela derrubada das tarifas e de legislações protecionistas, fez o valor das exportações mundiais desses itens crescer 264% entre 1990 2008.

De US$ 4,3 trilhões para U$15,3 trilhões.

Os circuitos de produção e consumo extravasaram as fronteiras tradicionais na nova planta manufatureira globalizada, fortemente concentrada nas mãos de grandes corporações.

O poder de interferência e indução dos Estados e das urnas nas políticas nacionais de desenvolvimento sofreria desde então apreciável processo corrosivo.

Mais complicado que isso.

Embora notável, a fermentação do comércio mundial desde a década de 1980 ficou ainda muito aquém do poder ordenador concentrado nas mãos do verdadeiro motor sistêmico da globalização neoliberal.

Os fluxos financeiros internacionais.

Eles equivalem hoje a cerca de 40 vezes o valor das trocas comerciais.

Não há poder econômico ou político que se ombreie a isso até o momento.

Trata-se de um poder imperial ubíquo.

É ele que pavimenta as rotas, alarga portas, arromba trancas, subordina nações, adestra governos, submete agendas, domestica partidos, abastarda programas, desmoraliza lideranças, derruba recalcitrantes, dita ajustes, fiscaliza austeridades, calibra arrochos.

Instaura, enfim, a endogamia funcional entre o interesse financeiro e o domínio comercial dos mares e dos continentes.

Em quarenta anos de supremacia da desregulação econômica não surgiram instituições dotadas de poder e abrangência capaz de contraditar a lógica concentradora e excludente para coloca-la a serviço da civilização e do bem-estar social dos povos e nações.

O efeito dominó, ao contrário, derrubou, mastigou e cuspiu tudo o que parecia sólido ou prometia sê-lo.

No chão mole viceja o sentimento de frustração que se confirma no rastro de Estados rendidos e de sobras humanas dessa lapidação épica.

Desfilam aí os desempregados, os desterrados, os deslocados, os desesperados, os descrentes, os desvalidos, os despossuídos, os devorados, os desacorçoados.

‘Loosers’ de todas as origens.

Expelidos pela liquefação de nações e valores das revoluções burguesas do século XIX, e dos ideais socialistas, libertários e igualitários do século XX, compõem o gigantesco orfanato da desesperança e, cada vez mais, como se vê, do desespero.

A Europa tem hoje 8 milhões de imigrantes sem papeis; 120 milhões de pobres e 27 milhões de desempregados.

Nos EUA, antes ainda da crise de 2008, 90% dos lares viram sua renda deslizar em plano inclinado. Apenas 1% das famílias ascendeu ao paraíso prometido pela retórica neoliberal do estado mínimo com benefício máximo, atingindo faixa de ingressos superior a meio milhão de dólares/ano.

Mais de 20% dos menores norte-americanos vivem atualmente em condições de pobreza.

Na sociedade afluente a única coisa que de fato flui é a desigualdade, que em cem anos nunca foi tão aguda quanto agora.

Pela primeira vez, cristaliza-se no mundo rico o mesmo sentimento das periferias nas nações pobres: uma geração de jovens tem a correta percepção de que dificilmente repetirá a faixa de renda dos pais, se é que conseguirá viver com a sua própria um dia.

O conjunto fortalece o diagnóstico obscurantista que projeta a causa da pobreza nacional na presença ‘invasiva’ da pobreza de idioma estrangeiro.

Não precisa muito para dar a ignição a movimentos extremista xenófobos e populistas, que por sua vez liberam a demência terrorista.

Não necessariamente nessa ordem, mas com essa octanagem explosiva.

O noticiário conservador mimetiza a desordem ajudando a construí-la.

Ao sonegar os antecedentes da tormenta, estica-se o elástico da gigantesca armadilha histórica em que vivemos.

Uma etapa irreversível do desenvolvimento das forças produtivas entrou em colapso sem dispor de uma arregimentação política capaz de promovera sua mutação a serviço da civilização humana.

A nova Bastilha global de interdições e chantagens aguarda o seu 14 de julho.

Na sala de espera a história encena o enredo do caos.

Esse que congestiona as manchetes e escaladas noticiosas diuturnamente.

O caos é a desautorização virulenta da essência da democracia.

A queda da Bastilha em 14 de julho de 1789 reinventou o futuro da sociedade humana.

E o fez, no dizer instigante do filósofo Jacques Rancière, ao suprimir as distinções entre a filiação divina, ou fiduciária, do rei e da realeza, de um lado, e a vala comum dos mortais, de outro.

Nasceu dessa ruptura um conceito ainda hoje rechaçado pela riqueza.

A ideia de que a igualdade não pode ser um alvo remoto, mas deve ser um ponto de partida.

A construção de um futuro comum requer a igualdade dos atores desde o presente.

Onde: no âmbito de uma democracia efetiva, em que o poder emane do povo, para o povo, pelo povo.

A guilhotina, de um lado --mas também os Direitos do Homem e do Cidadão, proclamados cerca de um mês depois da derrubada das Bastilha, em 26 de agosto de 1789-- cuidaria de lavrar essa equivalência em cabeças e nas cabeças.

É tudo o que a globalização nega esfericamente à sociedade e à política hoje.

De forma violenta ela suprime a igualdade no presente e sonega aos povos os meios para sonhar com ela no futuro .

O fim da história como o fim da utopia.

Mas a equação da eternidade não fecha.

A zona do euro enfrenta seu oitavo ano entre a deflação e a recessão.

A Itália tem desemprego recorde.

Alemanha e França assistem a uma espiral de xenofobia.

Grécia tem 59% da juventude fora do mercado.

Portugal encara uns 500 mil desempregados.

A Espanha devastou sua rede de proteção social em oito anos de concessões à austeridade e ainda deve mais um corte de dez bilhões de euros, avisa a troika...

Assim por diante.

Foi preciso que um economista moderado, Thomas Piketty, coligisse uma enciclopédia estatística do avanço rentista sobre a riqueza global para que o tema da desigualdade merecesse algum espaço –fugaz, diga-se— no debate econômico e midiático do nosso tempo.

A ocultação da criatura pretende esconder o colapso do criador.

A essência da desordem neoliberal que se evidencia em contradições nos seus próprios termos.

Crise de superprodução de capitais especulativos, associada a juros negativos (o Brasil é uma excrescência da regra), sobras humanas com anemia da demanda e excesso de capacidade ociosa.

É sobre essa base de placas tectônicas em movimento, a emitir sinais de uma explosão próxima, que o Brasil se depara com a delicada transição de um ciclo econômico.

A sociedade precisa repactuar as bases de seu desenvolvimento.

Mas um golpe de Estado em curso não apenas ignora os sinais de fumaça ao redor: ele é um item constitutivo das manifestações mórbidas em espiral ascendente.

Não se pode pedir à graxa que detenha a engrenagem.

Cunha, Temer, Serra, assemelhados e homólogos na mídia são lubrificações constitutivas do colapso global no plano local.

Asim como a eutanásia do rentista, a derrota desse círculo de besuntadores do mercado requer circunstâncias indutoras bem mais contundentes do que simplesmente denunciar a sua natureza.

A derrubada da Bastilha hoje consiste em dotar a democracia de um poder regulador dos capitais e do investimento para que possa exercer seu papel: ser uma força antagônica às tendências regressivas, abraçadas , entre outros, pela agenda de arrocho do golpe brasileiro.

A consciência desse confronto é um dado fundamental para renovar a ação política em nosso tempo.

Quando a economia se avoca um templo sagrado, dotado de leis próprias, revestida de esférica coerência endógena, avessa às ruas e às urnas, o que sobra à democracia se não romper?

Os que, como Serra, incitavam o governo Lula a jogar o país ao mar na crise de 2008 agora retrucam que o custo de não tê-lo afogado na hora certa acarretou ‘custos insustentáveis’.

Que precisam ser extirpados do orçamento.

Prescreve-se um caldo de afogamento no capítulo dos direitos sociais da Carta Cidadã.

Na prática, o teto de gastos preconizado fará regredir a fatia dos pobres na receita futura.

A noção da igualdade como ponto de partida modelador do desenvolvimento está com a cabeça na guilhotina da restauração da Bastilha brasileira.

As escolhas intrínsecas a uma repactuação do desenvolvimento no século XXI não são singelas.

Nada que se harmonize do dia para a noite.

É crucial, assim, pactuar linhas de passagem feitas de metas, ganhos, perdas, salvaguardas e prazos.

Mas há um requisito para isso ter algum peso num tempo que estrebucha e ameaça levar as nações junto: tirar a economia do altar sagrado da ortodoxia e expô-la a uma repactuação democrática que mobilize toda a cidadania.

Fonte: CARTA MAIOR
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Cascata, Cascatinha, Patati e Patatá



Dilma não cometeu crime, mas Cascata e Cascatinha pretendem seguir com a farsa


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Com que cara o senador tucano Antônio Anastasia vai sustentar o parecer favorável ao impeachment?
Faltam dias para que a maioria simples dos senadores decidiam se existe materialidade de autoria da presidente ou se arquivam o processo.
Ele sugeriu que Dilma fosse punida com a perda do mandato pelo que ele e seu aliado fizeram como governadores de Minas Gerais.
Tanto Cascata quanto Cascatinha, ou ‘meu garoto, meu pai pai’, ou Aécio e Anastasia, pedalaram e muito. Na verdade impuseram um período permanente de ciclismo fiscal.
Como ciclistas profissionais sabem desde sempre, portanto, que Dilma não cometeu crime de responsabilidade que autorize a perda do mandato.
Seguiram e seguem com a farsa pra tomar na marra o poder que seu partido não conquistou através do voto.
Ovulando desde a eleição de 2014, Aécio tenta de tudo, porque sabe que dificilmente vai parir o tão sonhado mandato presidencial. Até ele perdeu as contas das vezes em que foi citado na Operação Lava Jato.
Mas, como Anastasia vai sustentar a farsa do relatório em que pede o impeachment de Dilma com os fatos novos que a grande mídia abafou?
Os peritos do Senado concluíram que as pedaladas de Dilma não constituem crime de responsabilidade e quanto ao atraso no repasse do Tesouro ao Banco do Brasil, “não foi identificado ato comissivo que tenha contribuído direta ou indiretamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos”.
Não bastasse isso, o MPF não viu crime comum em pedalada, nem atrasos como operações de crédito e pediu pra arquivar a investigação.
“Em ambos casos, há um simples inadimplemento contratual quando o pagamento não ocorre na data devida, não se tratando de operação de crédito. Entender de modo diverso transformaria qualquer relação obrigacional da União em operação de crédito, dependente de autorização legal, de modo que o sistema resultaria engessado”, reiterou.
Então…
Até quando a farsa?
Cadê a massa que usou como argumento a mera recomendação de reprovação das contas da presidente de 2014 para fazer coro ao impeachment?
Até quando o barulho do silêncio das panelas?

Neoliberalismo resolve se vingar de Nicolau Copérnico

A onda mundial de ódio

POR FERNANDO BRITO · 19/07/2016


É impressionante como as homepages dos portais de notícias trazem cinco, dez, vinte chamadas relativas à brutalidade.

Terror na França, pena de morte na Turquia, assassinatos raciais nos EUA, agorinha um homem com um machado fazendo 21 feridos em um trem na Alemanha…

O “Estado Islâmico” pode ser um horror, uma aberração fanática, mas a onda de ódio que se espalha sobre o mundo – aqui, inclusive – vai muito além de uma mera manifestação de um grupo de fundamentalistas.

Porque o fundamentalismo não é só islâmico e está por toda a parte na era da intolerância que se construiu.

Ontem, o El País, publicou uma reportagem sobre a intolerância na Polônia, uma país onde nada menos que 92% da população declara-se católica:

Você pode começar o dia na Polônia sendo um patriota ou um traidor de acordo com o seu café da manhã e pelo seu meio de transporte ao sair de casa. Se comer salsichas e pegar o carro, tudo bem. Se optar pelos cereais e a bicicleta, péssimo. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Witold Waszczykowski, sua missão é acabar com “a Europa apodrecida de vegetarianos e ciclistas”. Acrescentou a mistura de raças e culturas e as energias limpas. Preservar a identidade nacional polonesa, entendida como os valores da tradição cristã, é uma prioridade do Executivo ultraconservador do Lei e Justiça (PiS), presidido por Beata Szydlo e dirigido politicamente por Jaroslaw Kaczynski, o líder do partido. Trata-se do primeiro partido da história moderna da Polônia a conquistar a maioria absoluta, nas últimas eleições de outubro. Nessa cruzada é essencial controlar a imprensa para separar os poloneses “bons” dos “maus”.

E nós, aqui?

Será que não estamos assistindo “cruzadas” entre brasileiros “bons” e “maus”?

Não é este o discurso que se ensaia há dois anos ou mais?

O maniqueísmo é a pedra angular do fascismo e da brutalidade.

Tudo o que é diferente de mim – ou do que me fazem acreditar que sou – deve ser exterminado.

Este quase pré-histórico sentimento tribal vai brotando por toda a parte, transformando a política, que é a arte de conviver, em algo sórdido.

A sociedade passa a ser vista como “confessional”, onde a adesão a valores inquestionáveis determina o “direito” de viver e se expressar.

Não é preciso mais que uma visita aos comentários nos portais da grande imprensa para se defrontar com o “morram!”.

Vai ficando como verdade a profecia de Joseph Pulitzer, sempre citada pelo Nassif, de que “com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.

Se as forças do fascismo fossem apenas um Bolsonaro, ficariam contidas nos patamares da sociopatia.

O problema é quanto e quando elas servem aos interesses da manutenção do status-quo.

A cruzada nacional pela moralidade está aí, vitoriosa sobre as ruínas de um país paralisado, representada por homens das velhas elites parlamentares, corruptos como sempre e poderosos como não se via há 15 anos.

A primeira etapa do neoliberalismo quis levar-nos à era do “pensamento único”.

Agora, leva-nos à era do ódio a tudo que represente a velha máxima da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

Dela, só querem mesmo a guilhotina.

Fonte: TIJOLAÇO
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CONSUMIR MAIS FRUTAS E VERDURAS TRAZ FELICIDADE, DIZ ESTUDO


Por Patricia Machado.

Inúmeros estudos já comprovaram os benefícios que o consumo de frutas e vegetais pode proporcionar à saúde a longo prazo. No entanto, um novo estudo publicado no periódico American Journal of Public Health descobriu que esses alimentos são capazes de promover a sensação de felicidade e satisfação com a vida.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e da Universidade de Queensland, na Austrália. Eles contaram com a ajuda de 12.385 australianos adultos durante a fase de pesquisa de campo.

Os voluntários anotaram em um diário a sua rotina alimentar, além de descreverem as suas impressões em relação à sua saúde física e mental. O projeto queria descobrir quais eram os benefícios das frutas e vegetais para pessoas que não comiam os alimentos e passaram a consumir oito porções diárias dos mesmos.

Ao analisar o diário dos voluntários e comparar as descrições com os índices de saúde das pessoas, os cientistas concluíram que o aumento do consumo diário de frutas e vegetais é capaz de promover a sensação de felicidade e satisfação.

Para conseguir ilustrar a sensação de felicidade, os pesquisadores disseram que ela é equivalente ao bem-estar gerado quando uma pessoa desempregada consegue arrumar um emprego.

“A motivação das pessoas para comer frutas e verduras é baixa porque você não vê um resultado a curto prazo. No entanto, os benefícios desses alimentos para a promoção da felicidade podem ser observados em pouco tempo”, explicou Andrew Oswald, pesquisador da Universidade de Warwick, ao Huffington Post

Fonte: IG
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2016 e continuam sacaneando as mulheres

18 DE JULHO DE 2016 POR LUCIANA OLIVEIRA



Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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A onda de ódio toma conta do mundo, e ao que parece chegou para ficar, pelo menos por alguns anos.

O ódio não aceita bicicletas, ciclovias, vegetarianismo, energias limpas, mulheres, LGBT, pobres, pretos, indígenas, cultura, debates...

No mundo atual confrontar ideias, de forma civilizada, está se tornando algo raro.

O fundamentalismo dita as regras, independente se em nome de Deus ou de Alah.

O mundo caminha célere para a era medieval, justo em um momento da História em que a revolução copernicana vive seu crepúsculo. Talvez o governo polonês, conforme o texto acima, esteja querendo se vingar de Nicolau Copérnico, polonês religioso que adiou a divulgação de suas descobertas até próximo de sua morte para não contrariar os dogmas e conceitos vigentes no mundo. A tarefa ficou para Galileu, que como todos sabem, bateu de frente, arrumou muita encrenca, porém,venceu.

Em um momento da História em que a revolução copernicana já começa a se despedir para dar lugar a revolução ecológica - ecologia em todas as dimensões da vida -, o mundo resolve punir e se vingar de Copérnico e voltar para o início da era medieval.

Se de fato a cultura do ódio for o futuro da humanidade e do planeta, humanidade e planeta não terão futuro.

A cultura do ódio se caracteriza por negar, com veemência, quaisquer ideias que não estejam alinhadas com o pensamento estreito dominante. Por outro lado, tal cultura de ódio e negação revela um medo incontrolável em assumir como corretas e verdadeiras o arcabouço de ideias oriundas da revolução emergente, a revolução ecológica. Com o apoio visceral das grandes mídias pelo mundo, a cultura do ódio ganhou força e, atualmente, começa a dominar a cena mundial. Os povos, contaminados pelo medo e pela descrença - efeito da formatação de consciências promovida pela mídia mundial - encontram nos arautos do medievalismo o caminho de uma suposta salvação, e, quem sabe, até mesmo a absolvição no dia do juízo final.

A negação, a força, o ódio, o autoritarismo, a tentativa de calar vozes contrárias. são expressões de um Poder que não tem mais argumentos para negar o novo, e , assim sendo, tenta se manter vivo e dominante em um lugar que não mais lhe pertence.

Em se tratando de curso e tempo histórico, essa Poder ainda vai durar alguns anos, para que então ou seja substituído pelo novo, ou destrua toda a vida.

Como disse Carl Sagan, astrônomo, astrofísico, escritor, o momento atual da humanidade é de dor e de sofrimento, que podem ser oriundos do parto de uma nova civilização, ou da desgraça da destruição de todas as formas de vida.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Recordar é viver, PAPIRO acabou com você


Já que rola uma conversa na velha reality show mídia sobre poesia, literatura, cultura, política golpista e similares, O PAPIRO, sempre atento aos movimentos, coloca o bloco na rua e contribui, de forma humilde, como de costume, com os textos abaixo relacionados, inclusive a primeira postagem deste blog em 01.03.2012.


Aniversário 01.03.2012

Primeiro de março. Estácio de Sá fundou a cidade. São Sebastião foi escolhido como santo padroeiro. São Jorge como santo protetor. Malandro de gravata passa por trabalhador. Rouba direto, sem nenhum pudor. O Cristo, no alto do morro, recebe todos de braços abertos, menos os moradores dos morros. O trenzinho leva ao corcovado. O bondinho ao pão de açúcar. Os trens suburbanos ao inferno. Aqui se encontra a estética do caos. O belo e o feio, o bom e o mau, o rico e o pobre, o vivo e o morto.




Para Não Dizer Que Não Falei de Futebol - 13.06.2012

No início desta postagem, uma pressão atormenta o autor. Com o tempo bastante reduzido para tratar assuntos que exigem tempo livre, o cursor do monitor , exigindo uma nova palavra a ser digitada, revela o tempo que passa, a palavra que ainda não veio, o texto que se faz necessário. O diálogo com o monitor, ao som das teclas sendo manuseadas, aprofunda o tempo, silencia a palavra, clama pelo texto. A criação se faz, pela dúvida, angústia, pelo tempo , pelo pulsar do cursor, pelo diálogo com a máquina, que nada mais é que um diálogo com o autor, com texto que não vem, com o tempo que vai. A angústia da palavra perfeita , pedida incessantemente pelo pulsar do cursor, é o sofrimento da criação. O marcador de tempo, ao lado direito no canto baixo, do monitor é implacável. Nesses tempos, em que os olhos do mundo se voltam para o Rio de janeiro, o tempo é curto para as necessidades dos homens, do planeta , da vida. A conferência sobre o meio ambiente, a Rio +20, trata do nosso tempo, do tempo futuro, do tempo perdido, do tempo da terra, do tempo da vida. Certamente seria o assunto a ser abordado , com as mudanças climáticas que alteram o tempo nas cidades, o nível dos oceanos, os humores dos animais. Vinte anos se passaram da Rio 92, duas décadas, um bom tempo, para que medidas fossem tomadas, já naquela ocasião numa corrida contra o tempo, para aliviar o sofrimento da Terra, dos animais , dos vegetais. Agendas foram estabelecidas, protocolos foram firmados, medidas concretas, porém, não foram tomadas. Os vinte anos que se passaram, não foram anos em que se priorizassem a luz, a vida, os animais, as pessoas . A primeira década, e ao mesmo tempo a última do século XX, foi a década das trevas, do reinado neoliberal, da tortura `a democracia, da homogeneização da ignorância, da exclusão de todas as formas de vida. Não foi um tempo, em que a Terra estivesse no centro de todas as preocupações, pelo contrário, o que se discutia, o que se via, o que se lamentava, era a obsessiva ocupação de todos os espaços, a exploração voraz de todos os recursos naturais, êxodo cada vez maior de populações afetadas, um gigantesco contingente de pessoas sendo jogado na miséria. Tudo em nome de um privilégio de poucos, para poucos. As formas e métodos de extração e produção não permitem que todos possam usufruir do tempo presente, construindo uma civilização para o tempo futuro, onde somente poucos, bem poucos, possam viver. O crescimento ilimitado, a generosidade infinita do planeta, já apresentam sinais inequívocos, desde o tempo da Rio 92, que o modelo atual é um fracasso total, talvez o maior de todos os tempos no contexto de um consenso civilizacional em escala global. Assim sendo, ainda na expectativa do meu tempo, para encontrar um assunto a ser abordado nesse artigo, torna-se inevitável a escancarada interdependência entre todos os grandes temas do momento na imprensa brasileira. O garimpo em busca da verdade, em que memórias de uma guerra suja, sobre o tenebroso período da ditadura militar, certamente irá clarear o comportamento sobre a violência no tempo presente. Também trará luz, sobre as cachoeiras de corrupção que inundam a vida do país. Corrupção que aflora pelas denúncias de livros sobre privatarias, que ainda não foram investigadas. Privatarias, que nasceram no período das trevas, em que a terra não foi ouvida. Privatizações estranhas, que evoluíram para mesadas, que evoluíram para tentativas de golpes de estado, onde a imprensa , ainda no tempo presente, deseja ocupar o lugar da alta corte, e julgar e condenar seus adversários políticos. Política que agoniza com as atuais formas de representação da democracia, representativa, mas que , no tempo presente, não representa os interesses dos povos , da vida da terra. Política sequestrada por não políticos, para benefício de poucos apostadores, em uma economia irreal. Economia que não suporta os atuais meios de extração e produção de bens, beneficiando apostadores, corruptos, não políticos, torturadores que , de forma cínica e mentirosa, característica do tempo presente, dizem estar a serviço da humanidade do planeta. Planeta, que grita por um modelo sustentável, que é o assunto da Rio + 20, onde corruptos, torturadores, mentirosos, não políticos, exploradores, assassinos, estarão discutindo o presente, o futuro. Assim , nossa imprensa, em um cardápio variado de assuntos, no tempo presente, não demonstra clareza na abordagem dos temas. Ignora uma CPI que já foi criada e que ainda não foi instalada. Não se sente a vontade com a comissão da verdade. Ignora as memórias de uma guerra suja. Apela para uma grande mesada que não aconteceu, ou , se aconteceu, foi com seus parceiros políticos. Trata a questão ambiental com sendo assunto para o futuro, assim como fez na Eco 92, em 1992. Prefere fofoca , onde ministro desequilibrado está no foco. São inúmeros os assuntos, mas o tempo é curto. O cursor é implacável. O relógio um carrasco. Assim, teremos nos próximos dias, desse tempo de dúvidas, uma imprensa confundindo os leitores, acusando governos democratas em processo de reeleição, em ditadores. Ocultando os assuntos, fragmentando os contextos, infantilizando o noticiário ambiental. Como a pauta, repleta de assuntos, não atende aos interesses da grande imprensa, é bem provável, nestes tempos de mentira, que novos factóides apareçam para desviar a atenção dos desatentos leitores, telespectadores e ouvintes da grande imprensa. Entretanto nem tudo está perdido, o Vasco é líder do campeonato brasileiro de futebol.






O Som das Tintas - 03.09.2012
Não dá para aguentar. Até na água o menino vai tropeçar. É muita confusão, sem direção, e contradição. Até parece novela de televisão. Vai escrever, tem gente que não vai ler, acha tolice, coisa de insano .Melhor é não criar confusão. Já estamos no final do ano e bom mesmo é assistir ao programa do luciano. Eita rima sem pé nem cabeça, não sei se pelo final do ano ou o insano luciano. Diga pro menino pra não escrever, podem não gostar, e com isso vão tentar execrar, pois a realidade que ele trata no que escreve toda a sociedade vai tocar. Bom é novela, de bons costumes, ético que há décadas já faz a televisão idiota do futuro. Profético. Palavrão e erotismo no texto nem pensar, é ciosa do diabo. Mulher nua na tv, aí sim, principalmente se estiver mostrando o rabo. Contradição, incongruência, confusão política, talvez seja coisa de herança, genética, cultural, financeira que acaba confundindo a cabeça das pessoas , na novela , que produz realidades concretas, novos filósofos, emergentes pensadores acéfalos prontos para construir falsos conceitos sobre conceitos verdadeiros. A realidade é um detalhe, assim com o gol , a ficção e a desconstrução devem trabalhar para confundir, idiotizar, alimentar a falsa ideia de perda de uma hegemonia cultural que, de fato explode nas periferias em crescimento da verdadeira cultura, específica, e por assim ser, universal. Já deu, ninguém aguenta mais. O personagem da ficção tenta se impor sobre a realidade. O clone Henry agoniza enquanto a realidade se impõe, sem tolices, sem falsos críticos, sem falsas análises, nas avenidas do Brasil verdadeiro, real, mestiço, rico. Cheia de charme nossa cultura, que não é pura, que mesmo com a colonização idiota infantil, resiste, permanece, cresce, dura. Diga pro menino pra ele parar de escrever, pois o pessoal da tv vai tudo ler e distorcer, e ainda dizer que ele nada sabe escrever, muito menos ler, pois literatura é pra letrado que sabe fazer, tem o que dizer e , com esse dom , propiciar transformações na sociedade que possam de fato florescer. Sem cultura , sem conhecimento ninguém escreve e ao tentar fazê-lo vai expor suas ideias, nas tintas corridas, nas sonoridades verbais, de forma consciente , talvez pelo inconsciente, para que conscientes distorções possam ser conduzidas por plantonistas escalados para tal, que por sua vez , conscientes daquilo que devem fazer, e limitados pelo espectro ideológico doutrinário, revelam o inconsciente de suas ações , posições, desejos e realidades. Diga pro menino parar de escrever. A realidade que ele desenha nos textos, com seus quadros escritos, sua sonoridade esculpida, suas formas cênicas, não corresponde ao realismo charmoso do Brasil em passarela, que a tv apresenta diariamente, na tela, pelo entretenimento ou jornalismo, em uma permanente e edificada aquarela. Seus quadros, textos, esculturas, afrontam a realidade idealizada, desejável, madura que em nenhum lugar , momento ou tempo se fez presente, real . Diga pro menino que a vida não é fantasia, não é mandar beijinho para as câmeras de tv, que o passado não volta, que o futuro ainda não chegou, que o melhor é o presente, aqui ,sempre, agora, como a última letra Z da última palavra digitada. É bom pra ele, em uma avaliação sobre o que é bom ou não e que não é feita por ele, que ele pare de escrever sobre coisas reais vividas ou não por ele. A vida dos moços da tv, da cultura que o menino não conhece, não comporta citações sobre a realidade. A realidade não é para ser debatida, pois fere os princípios básicos da sociedade do espetáculo, cheia de charme, glamourosa, brilhante, culta, madura que diariamente pode ser vista nas passarelas do Brasil da tv, em cores vivas, em sonoridades densas, repleta de oportunidades para o povo feliz.

sábado, 16 de julho de 2016

A arte marginal resiste

“Delação Premiada”: MC Carol, e não Chico ou Caetano, faz a trilha sonora do momento político do Brasil


Postado em 15 Jul 2016
por : Kiko Nogueira

Carolina de Oliveira Lourenço

Nem Chico, nem muito menos Caetano, nenhuma banda de rock, Seu Jorge de jeito nenhum.

Quem faz a trilha sonora do momento político do Brasil é MC Carol. A funkeira de Niteroi lançou na sexta, dia 15, o rap “Delação Premiada”. A letra fala o seguinte:


Sete da manhã

Muito tiro de meiota

Mataram uma criança indo pra escola

Na televisão

A verdade não importa

É negro, favelado, então tava de pistola

Cadê o Amarildo?

Ninguém vai esquecer

Vocês não solucionaram a morte do DG

Afastamento da polícia é o único resultado

Não existe justiça

Se assassino tá fardado

Três dias de tortura

Numa sala cheia de rato

É assim que eles tratam o bandido, favelado

Bandido rico e poderoso

Tem sala separada

Tratamento VIP e delação premiada
Sucesso instantâneo. O nome dela passou o dia nos trending topics do Twitter. A música tem algo que o rock nacional perdeu há algumas décadas: urgência.

Carol é autora, entre outras, de “Não Foi Cabral”, sua versão do descobrimento do Brasil com índios mortos por portugueses, e “Meu Namorado é o Maior Otário”, em que detona o pobre rapaz (“Ele lava minhas calcinhas, se ele fica cheio de marra eu mando ele pra cozinha”).

É engajada e talentosa, mas o maior risco que corre é o de ser adotada por intelectuais que a queiram transformar em símbolo de qualquer coisa. Sua força está no talento intuitivo de colocar as palavras certas umas depois das outras, de cantá-las com convicção, de passar um recado e de olhar à sua volta.

Não é pouco. Qualquer tentativa de enquadrá-la não dará certo. Ela se declara “feminista”, mas reclama que o namorado cuida de suas roupas de baixo. E aí?

Carolina de Oliveira Lourenço disse o óbvio numa entrevista ao El Pais em que lhe perguntaram sobre suas “contradições”: “Nem tudo o que eu canto eu vivo. A maioria das coisas que eu canto é coisa que as pessoas querem ouvir, ou que acontece na minha comunidade”.

Em “Delação Premiada”, o paralelo entre a violência policial e a vida boa dos delatores da operação comandada por Sérgio Moro é fruto de sua inteligência em ler notícias e interpretá-las. A poesia é dura porque tem que ser.

A faixa é muito bem produzida. A voz grave bate no peito. Não é para ajudar a dormir. Para sorte de sua arte, o rap/funk/hip hop ainda é encarado como marginal pelo chamado establishment. É coisa de bandido. Daí boa parte da bem vinda agressividade.

O rock era assim antes de ficar senil. No instante em que o som de Carol for aceito e estiver no “Esquenta” (ainda existe?), pode ser o começo do fim.

Ela não toca no clube do seu primo quarentão obeso que foi para a frente da Fiesp, mas toca na festa do seu filho (na do meu, inclusive). Ela não vai tocar na Olimpíada.

Aliás, sabe quem vai se apresentar na cerimônia de abertura dos Jogos, diante da presença magnânima do interino? Caetano Veloso. E Gilberto Gil. Mas isso são outros quinhentos dólares.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO

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Essa é pra molhar cuecas e calcinhas por tanto riso


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Erdogan dá recado a golpistas: “há um governo eleito aqui” porra!

Fonte: Blog da Luciana de Oliveira
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Após tentativa de golpe, Turquia afasta 2,7 mil juízes.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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_Roberto Requião
Erdorgan resiste a golpe e diz que Turquia não é um país Sul americano. Precisa comentar?

Dilma Rousseff
O presidente Erdogan (@trpresidency) foi eleito pelo povo da Turquia.

Vitória da resistência popular na Turquia questiona a passividade com que os progressistas aceitam o ritual de 'legalização' do golpe aqui.

Esquerda defendeu a democracia nas ruas de Istambul e Ancara, mesmo em conflito com o governo de Erdogan. Bom exemplo.

Parece que o judiciário na Turquia, a exemplo do que ocorre em outras latitudes, tinha assento no bonde golpista.

Quando a rua faz história, como na Turquia, avulta a humilhação do golpete que no Brasil uniu a mídia, a escória e a plutocracia contra o povo.

Lições da história: resistência popular e liderança política derrotam golpe sangrento na Turquia. População para tanques na rua

Fonte: CARTA MAIOR
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A maior lição do golpe na Turquia para os brasileiros.
Postado em 16 Jul 2016
por : Paulo Nogueira



Povo nas ruas na Turquia em resposta ao golpe militar

O povo na rua derruba até golpe militar.

Esta é a principal lição dos acontecimentos das últimas horas na Turquia.

Temer tem tido vida mansa. Esta é a verdade. Ele e os golpistas.

Outro ponto interessante é a comparação entre o que está ocorrendo no Brasil e o que está ocorrendo na Turquia.

Alguns, mais apressados, disseram que aquilo sim é golpe.

Ora, ora, ora.

Golpe é golpe. Pode ser militar, pode ser parlamentar, pode ser muitas outras coisas. Consiste em destruir a democracia. Em obliterar votos. Isso pode ser feito com tanques ou, como ocorreu no Brasil, com deputados como Eduardo Cunha.

É como assassinato.

Existem assassinatos a tiros, a facadas, por asfixia, por veneno, por estrangulamento. Qualquer que seja o método, assassinato é assassinato.

Por fim, ficou bizarra a situação do governo Temer diante do golpe na Turquia. Como Temer poderia, por exemplo, pedir respeito à democracia na Turquia, como tantos líderes mundiais, se não a respeitou no Brasil?

O Brasil, graças a Temer e sequazes, ficou na companhia da Turquia entre os países que afrontaram a democracia em 2016.

Listemos alguns personagens que contribuíram fortemente para tanto: os donos das empresas jornalísticas, Aécio, FHC, vários ministros do STF.

Mas o principal é, repito: a Turquia mostrou que povo nas ruas derrota até golpe militar.

Isso provavelmente vai reanimar os brasileiros que não se conformam com o golpe. E já deve estar enchendo de inquietação os golpistas.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Sobre caminhões e psicopatas


Encurralado (1971)

Postado por Juvenatrix no dia 24/06/2013

O desfecho de toda essa paranoia frenética é, assim como todo o filme, igualmente sensacional, com ótimas doses de tensão, suspense e ação!


Clássico de Spielberg em início de carreira



Encurralado
Original:Duel
Ano:1971•País:EUA
Direção:Steven Spielberg
Roteiro:Richard Matheson
Produção:George Eckstein
Elenco:Dennis Weaver, Jacqueline Scott, Eddie Firestone, Lou Frizzell, Gene Dynarski, Lucille Benson, Tim Herbert, Charles Seel, Shirley O'Hara, Alexander Lockwood



Quando as luzes dos faróis de um caminhão tornam-se os olhos de um psicopata

Quando pensamos em road movies com elementos de horror e suspense, o primeiro filme que vem à mente é Encurralado (Duel, 1971), especialmente produzido para a televisão, dirigido porSteven Spielberg em início de carreira, a partir de um roteiro do especialista Richard Matheson, e estrelado por Dennis Weaver (1924 / 2006), no papel de um caixeiro viajante atormentado e perseguido por um enorme caminhão conduzido por um psicopata, conforme anuncia muito bem uma das taglines promocionais do filme (reproduzida no início desse texto). Encurralado serviu de base para uma série de filmes seguintes explorando o tema de uma máquina assassina sobre rodas como O Carro Assassino (The Car, 1977), sobre um carro possuído pelo demônio, o episódio A Benção (The Benediction) da antologia Pesadelos Diabólicos (Nightmares, 1983), sobre uma pick-up preta igualmente possuída pelo diabo, além de Perseguição (Joy Ride, 2001) e Velozes e Mortais (Highwaymen, 2003), com Jim Caviezel, entre outros.

Encurralado é um verdadeiro duelo (daí o nome original) carregado de tensão entre o comerciante em viagem de negócios David Mann (Weaver), e o motorista de um caminhão tanque cujo rosto nunca aparece (interpretado pelo dublê Carey Loftin), sendo mostradas apenas as suas botas e o braço esquerdo. Mann está dirigindo tranqüilamente o seu carro, um Plymouth vermelho, pelas estradas desertas, quentes e poeirentas da California, e nunca imaginaria que uma simples ultrapassagem por um escuro e sujo caminhão de transporte de combustível (que estava vazio) iria desencadear uma perigosa série de conseqüências graves envolvendo sua vida e de terceiros inocentes que cruzassem seu caminho. Pois o motorista do caminhão, uma máquina de poluição do ar soltando muita fumaça através de seu potente motor, sentiu-se inexplicavelmente ofendido e decidiu partir para uma briga na estrada, utilizando seu caminhão como uma arma letal em suas mãos, iniciando um perigoso jogo psicológico macabro com o inicialmente pacato motorista do carro, que apenas queria seguir sua viagem normalmente.



O confronto foi progressivamente aumentando o clima de tensão, com direito a perseguições em alta velocidade, com picos de 150 Km/h, num percurso cheio de curvas evidenciando um sentimento sufocante do comerciante em tentar se livrar da ameaça motorizada de uma máquina assassina guiada por um psicopata que quer matá-lo por causa de um simples atrito na estrada, culminando após uma série de eventos alucinantes num desfecho trágico para o duelo.

O filme é um dos primeiros trabalhos do agora consagrado e famoso cineasta Steven Spielberg, mostrando já no início dos anos 70 o seu incrível talento como diretor, ajudado pela excepcional história de Richard Matheson, enfatizando um tipo de paranoia que pode existir nas estradas e afetar qualquer pessoa. O roteiro é simples e totalmente ambientado numa estrada e arredores, com poucos personagens, mostrando basicamente o duelo entre um carro despretensioso e um caminhão imponente, mas carregado com um clima de tensão, suspense e ação, em doses dignas dos maiores trabalhos posteriores de Spielberg realizados com orçamentos milionários.

Steven Spielberg é americano de Cincinnati, Ohio, nascido em 18/12/1946. Entre seus trabalhos no cinema dentro do gênero fantástico podemos citar Tubarão (1975), Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977), E.T. – O Extraterrestre (1982), Poltergeist, o Fenômeno (1982, de forma não creditada, já que oficialmente a direção foi de Tobe Hooper), um episódio da antologia No Limite da Realidade (1983), O Parque dos Dinossauros (1993), O Mundo Perdido (1997), A.I. – Inteligência Artificial (2001), Minority Report – A Nova Lei (2002), Guerra dos Mundos (2005), uma refilmagem do clássico de 1953 e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008).



O escritor Richard Matheson é americano de New Jersey, nascido em 1926, e falecido no dia 24 de junho de 2013. Entre seus livros famosos estão Eu Sou a Lenda e O Incrível Homem Que Encolheu, que se transformaram nos filmes de sucesso Mortos Que Matam (1964) e A Última Esperança Sobre a Terra (1971), no caso do primeiro livro, e o clássico de FC homônimo de 1957, baseado no segundo livro. Entre seus trabalhos consagrados como roteirista estão filmes como O Solar Maldito (1960), A Mansão do Terror (1961), Muralhas do Pavor (1962), O Corvo (1963),Robur, o Conquistador do Mundo (1961), Farsa Trágica (1964), As Bodas de Satã (1968), A Casa da Noite Eterna e Drácula, ambos de 1973, sem contar sua participação em várias séries de televisão, como Além da Imaginação da década de 1960.

Encurralado foi lançado em DVD no Brasil pela Universal, e traz como materiais extras os documentários produzidos em 2001 Conversa com o Diretor Steven Spielberg (Duel – A Conversation With Steven Spielberg), de 35 minutos, Steven Spielberg e a Televisão (Steven Spielberg and the Small Screen) e Richard Matheson Escrevendo Duel (Richard Matheson – The Writing of Duel), ambos com 10 minutos, além de um trailer e galeria de fotos e posters. Os depoimentos nos documentários revelam curiosidades interessantes de bastidores como o fato do caminhão receber a importância de um verdadeiro protagonista, sendo submetido a uma sessão de maquiagem para parecer velho, sujo, oleoso e imponente. As filmagens foram feitas em apenas 12 ou 13 dias, um desafio que nem Spielberg consegue explicar como foi atingido. E a versão inicial tem apenas 70 minutos, sendo estendida depois para uma hora e meia para o lançamento do filme na Europa, acrescentando-se algumas cenas adicionais.

Entre as várias seqüências interessantes de Encurralado, um dos ápices certamente foi quando após uma perseguição violenta na estrada, o comerciante Mann sai da pista perigosamente em alta velocidade em direção a uma lanchonete, e bate o carro numa cerca de madeira, quebrando parte dela. Por sorte, ele apenas torce levemente o pescoço e decide então entrar no bar para se refrescar no banheiro. Quando volta, descobre que o caminhão está parado no estacionamento também e a partir daí se inicia um tenso jogo psicológico com Mann imaginando quem poderia ser o motorista psicótico entre as várias pessoas que estavam na lanchonete para almoçarem. Ele fica observando um a um, tentando reconhecer as botas, num suspense crescente. Realmente é complicado você saber que alguém que quer matá-lo está no mesmo ambiente que você e não poder reconhecer quem é o sujeito insano.

O filme todo é enfocado segundo a perspectiva do motorista do carro, que é a vítima desde o início do duelo, mostrando seus pensamentos de indignação, revolta e medo perante uma situação inusitada, onde ele se sente encurralado na estrada por um caminhão assassino, e tudo por causa de um pequeno e banal desentendimento numa ultrapassagem despretensiosa.


É interessante notar que assim como no posterior Um Dia de Fúria (Falling Down, 1993), comMichael Douglas enfrentando uma série de problemas do caos urbano, Encurralado também evidencia a incrível somatória de eventos desastrosos num típico dia ruim para o viajante David Mann, pois além de ser perseguido sem motivo por um caminhão, ele ainda teve que enfrentar outras situações desfavoráveis. Primeiro ao tentar ajudar um ônibus com defeito mecânico, empurrando-o com seu carro na esperança de conseguir ligar o motor, e apenas conseguindo como resultado o seu pára-choque enroscado na traseira do ônibus. Depois foi a vez de seu carro apresentar aquecimento no motor por causa do desgaste da mangueira do radiador (alertado por um frentista momentos antes), e perder potência justamente na hora em que ele mais precisava da ação do carro, ao tentar fugir de seu perseguidor na subida de uma grande serra, onde o pesado caminhão perde significativamente o seu rendimento.

O desfecho de toda essa paranoia frenética é, assim como todo o filme, igualmente sensacional, e a sugestão que fica é assistir o filme para saber qual foi o resultado do duelo…

Fonte: BOCA DO INFERNO
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Encurralado, lançado em 1971, traça o perfil de um psicopata que usa o caminhão que dirige como uma arma.

Na época, o filme produziu grande impacto na crítica e ainda faturou um prêmio de cinema fantástico.

Assim como Easy Rider, um também road movie de 1969, Encurralado aborda a violência extrema, absurda e mesmo sem sentido a que pessoas são acometidas.

Infelizmente, o que naqueles anos de 1970 era apenas uma ficção chocante, hoje é uma realidade nas sociedades do mundo civilizado, democrático e próspero.

Psicopatas proliferam nas sociedades ,e o que era uma exceção, chocante, perturbadora, hoje é lugar comum, em todas as dimensões da vida e das relações interpessoais.

Filmes como Encurralado, Easy Rider, Laranja Mecânica, Fahrenheit 451, Rollerball, todos, mais ou menos do mesmo período dos anos 60 e 70, são, de alguma forma, proféticos e dizem muito sobre o caótico e decadente mundo atual.