Os 50 anos da Globo
10/02/2014
Editorial da edição 624
No final de semana, 7 de fevereiro, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo dando a seguinte ordem:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato”
Atenção para a orientação
“Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
Conta
o jornalista Luis Nassif que a ordem se deveu ao fato da reportagem da
emissora ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro
Barusco, ex-gerente da Petrobras, que denunciou a existência do esquema
de corrupção ainda no governo tucano.
Tanto quanto
foi no mensalão (AP 470), cabe à Globo desinformar a população e criar
no imaginário da população que a corrupção da Petrobras é uma invenção
petista. Os tucanos, sejam os do governo de Yeda Crusius (RS), Aécio
Neves (MG), Beto Richa (PR) e os dos 20 anos do governo paulista, são
probos... para a mídia.
Quantos mandatos o governo
petista necessitará para se convencer de que o monopólio de comunicação
exercido pela Rede Globo é um atentado à democracia e é a maior
trincheira, antidemocrática, de resistência às politicas sociais e à
distribuição da riqueza produzida em nosso país?
Um
monopólio que nasceu e se consolidou graças ao apoio que deu ao golpe
militar, em 1964, destituindo um governo democraticamente eleito e
jogando o país numa ditadura militar de duas décadas.
Não
satisfeita em lamber as botas de governos ditatoriais, não poupou
esforços, nos seus 50 anos de malfada existência, a fazer a defesa de
políticas entreguistas, do interesse do império.
Um
entreguismo que está em seu DNA e que aflora, agora, com toda sua
purulência nos ataques que faz à Petrobras. Fingindo combater a
corrupção existente na empresa, uma prática entranhada desde governos
anteriores ao dos petistas, esconde seus reais objetivos: acabar com o
sistema de partilha do petróleo, esquartejar e, posteriormente,
privatizar a Petrobras. A mesma política entreguista defendida pelos
tucanos José Serra, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. Assim, o e-mail da diretora de jornalismo da Globo, acima exposto, faz parte desse conluio mídia-tucanos, cada vez mais exposto à sua nudez.
Comprovadamente
ré num processo em que sonegou milhões de reais em impostos, a Rede
Globo continua recebendo verbas milionárias dos cofres públicos, gastos
em publicidades. Recursos públicos que fortalecem uma mídia que se
especializou em criminalizar a política, em atacar incessantemente o
atual governo, em condenar adversários políticos antes mesmo de qualquer
julgamento, em promover assassinatos de reputações, em instigar os
sentimentos mais antidemocráticos, latentes nos segmentos mais
reacionários.
Um caso de sonegação que se associa a
outro crime: o processo foi furtado da Receita Federal e até hoje
permanece desconhecido quem esteve por trás da funcionária que cometeu a
ação criminosa. Sabe-se apenas que o furto, inexplicável até o momento,
beneficiou indiretamente os réus do processo.
Sendo a
família Marinho a mais rica do país, é compreensível que coloque seu
império midiático contra as iniciativas de leis que defendem a
necessidade de taxar as grandes fortunas, como ocorrem na maioria dos
países desenvolvidos. Incompreensível é que esse arroto dos Marinhos,
publicado como editorial no jornal da família, se torne a única versão a
ser publicada pela mídia brasileira.
Não satisfeita
em defender seus interesses econômicos e sua fortuna familiar, não
hesita em se contrapor às iniciativas de aperfeiçoar os mecanismos de
participação popular na politica e de fortalecimento da democracia em
nosso país. Em outro recente editorial, a família Marinho se
posicionou contra uma Assembleia Nacional Constituinte, exclusiva,
para que a sociedade possa promover as mudanças na política,
reivindicadas nas gigantescas mobilizações populares, em junho de 2013.
Ao se contrapor, utiliza como único argumento que se trata uma
iniciativa do PT para se manter no poder. Quando os tucanos compraram
votos de parlamentares para instituir a reeleição e assegurar o segundo
mandato de FHC, nenhuma linha foi escrita.
Ignora,
a Globo, propositalmente em sua incansável prática de promover um
jornalismo partidarizado, que essa inciativa pertence há centenas de
movimentos populares, sindicais, estudantis e das pastorais de igrejas.
Uma mobilização popular que em setembro do ano passado recolheu quase 8
milhões de assinaturas em defesa dessa proposta política.
Os
setores conservadores aceitam apenas reforma políticas feitas sob o
controle dos próprios parlamentares, confiando possuir a maioria no
Congresso Nacional. Por isso, usando mais uma das artimanhas do
ministro Gilmar Mendes, conseguiram impedir que o STF decidisse
favoravelmente pelo fim do financiamento privado de campanhas
eleitorais, um dos principais focos de corrupção na política.
Estranhamente,
o ministro Mendes recebeu da família Marinho o mesmo tratamento
dispensado à FHC, quando denúncias envolvendo-o foram proibidas de
serem divulgadas na revista Época.
A liberdade de
expressão já é uma conquista do povo brasileiro, consolidada na
Constituição Federal. É necessário, agora, aperfeiçoar e fortalecer
esse direito, enfrentando o monopólio da mídia empresarial/familiar e
democratizar a comunicação em nosso país. Que fiquem para trás os dias
em que os Poderes da República eram reféns da família Marinho.Fonte: BRASIL DE FATO
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Cinquenta anos de mentiras, crimes e acordos para prejudicar o país.
Sonegadores confessos de impostos, ladrões, plagiadores.
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