quarta-feira, 7 de junho de 2017

Escatológico

"Transei com homens, mulheres e até legumes", brinca Milton Cunha durante o Prêmio Sexy Hot.

Fonte: BOL
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No mundo atual onde vale de tudo para ser notado, quando não se tem talento  e relevância apela-se até mesmo para dizer o que entra e sai de seus corpos. Se legume entrou pelo anus, pela boca só poderia sair o que saiu.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Amigo de Aécio

Dirige com intempestividade, atravessa sinais, assim como atravessa os da cidadania; faz de SP sua freeway ,usa e se serve, o resto atropela.

Fonte: CARTA MAIOR
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Doria tem habilitação suspensa e acumula multas até nas marginais

Suamy Beydoun/AGIF/Folhapress

João Doria com agentes de trânsito durante evento de entrega de motos doadas à CET

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO 06/06/2017 02h00

Antes de acelerar pelo autódromo de Abu Dhabi a bordo de um Aston Martin, em fevereiro deste ano, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), teve o cuidado de gravar um vídeo para explicar as condições em que pilotaria.

"Eu vou fazer isso, evidentemente, dentro de toda a segurança e seguindo as normas do circuito", disse ele, mostrando, na sequência, os dedos indicador e médio na horizontal. "Acelera!", finalizou, com o lema de sua gestão.

Se estivesse no Brasil, contudo, o tucano não poderia assumir o volante do veículo e sair pelas ruas. Isso porque, naquele mesmo período, ele estava com a habilitação suspensa justamente por desrespeito às normas de trânsito.

A suspensão do direito de dirigir vigorou entre 13 de janeiro e 12 de março e se deu porque o prefeito acumulou mais de 20 pontos na carteira após uma série de infrações, a maioria delas por excesso de velocidade.

Hoje, mesmo com o prazo de punição vencido, Doria continua impedido de dirigir, já que ainda não participou do curso de reciclagem (de 30 horas) obrigatório para recuperar a sua habilitação.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o tucano afirma que não "costumava" dirigir seus veículos à época das infrações e que perdeu o prazo para indicar os condutores.

A reportagem obteve a dica sobre a suspensão da habilitação do prefeito pelo Folhaleaks, canal criado pela Folha para receber informações e documentos. A informação foi confirmada depois pela reportagem, por meio de documentos oficiais.

O prefeito está sem carteira porque foi multado cinco vezes entre novembro de 2014 e junho de 2015, sendo três por transitar com velocidade acima da permitida (até 20%), uma por manobra irregular e a outra, a mais grave delas, por avançar o sinal vermelho.

Durante a campanha eleitoral, no ano passado, Doria fez duras críticas ao que considerava uma indústria de multas de trânsito na gestão de Fernando Haddad (PT).

O tucano também prometeu, e depois cumpriu, ampliar o limite máximo de velocidade das marginais Tietê e Pinheiros. O número de acidentes com vítimas tem crescido desde essa mudança.

MAIS MULTAS


Segundo os dados oficiais obtidos pela reportagem, não é possível dizer onde foram cometidas as multas que levaram à suspensão da carteira do prefeito neste ano.

É possível afirmar, porém, que dois veículos (um Porsche Cayenne e um Audi A8) usados pelo prefeito naquela época foram multados outras cinco vezes entre junho de 2016 a abril de 2017.

Dessas irregularidades, de acordo com informações disponíveis no site da CET (companhia de trânsito ligada à prefeitura), três delas também foram por excesso de velocidade e cometidas nas marginais Tietê e Pinheiros.

À época, o limite permitido para as vias era de 50 km/h, mas os veículos de Doria foram flagrados pelos radares da prefeitura com velocidades entre 58 km/h e 65 km/h.

As multas nas marginais foram cometidas em 2016, antes de Doria assumir a prefeitura.

Também há nessa lista de infrações recentes uma por trafegar com passageiro sem o cinto de segurança (esta já em 2017) e uma outra por estacionar em local proibido.

Esta última autuação ocorreu na avenida Brigadeiro Luís Antônio, 453, em frente a um cartório eleitoral.

Os veículos estão em nome de Doria Administração de Bens e, também, de João Agripino da Costa Doria Junior (o nome de batismo do prefeito).

Nesses casos de infrações recentes, com base nos dados oficiais disponíveis, não é possível afirmar quem dirigia. O prefeito pode ter indicado um outro condutor, algo permitido pela legislação e que, assim, evitaria uma nova suspensão a ele.

O dono do veículo, após a notificação, tem 15 dias para indicá-lo, isso quando não é o responsável pela infração.

Segundo o presidente da comissão de Direito Viário da OAB-SP, Maurício Januzzi, se o proprietário perde o prazo, não há como reclamar. "Ele não é obrigado a indicar. Mas, se ele não indicar, quer dizer que ele é o motorista", afirmou o advogado, ao falar em tese sobre o tema, sem saber o teor da reportagem.

Com mais de uma multa no prontuário, o prefeito faz parte do grupo de infratores contumazes. Segundo balanço da prefeitura, 51% das infrações de 2015 foram cometidas por 5% da frota. Outros 71% não receberam nenhuma multa.

OUTRO LADO


Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo, João Doria disse que não "costumava" dirigir seus próprios veículos na época das infrações e que assumiu como seus os pontos na carteira de motorista porque perdeu os prazos para indicar os infratores.

Em nota, "sobre as multas relativas a 2015 e aos demais anos", a prefeitura diz que "o empresário João Doria" não "costumava" dirigi-los, tarefa repassada para "motoristas profissionais".

"As multas aplicadas contra os veículos acabaram assumidas por Doria porque perdeu-se o prazo de 30 dias [sendo 15 dias após a notificação] para que os nomes dos condutores fossem informados ao Detran no prazo regimental", diz a nota.

"João Doria assumiu os pontos e pagou as multas. Como houve superação do limite de pontuação [mais de 20 pontos], ele entregou sua carteira de motorista ao Detran em 13 de janeiro deste ano."

O prefeitura diz ainda na nota que, após entregar sua carteira de habilitação ao órgão estadual, o tucano cumpriu a penalidade administrativa "sem dirigir".

A assessoria diz que o prefeito chegou a agendar a reciclagem, mas, por causa de sua agenda, não conseguiu comparecer. Não há previsão de quando ele pretende participar do curso, com carga de 30 horas e que inclui legislação e direção defensiva.

A assessoria confirmou à reportagem que a carteira de Doria continua no Detran.

Questionado pela Folha, Doria não respondeu se essas multas aplicadas contra ele desde 2014 influenciaram, de alguma forma, na decisão de aumentar o limite máximo de velocidade nas marginais.

O prefeito também não informou, embora questionado, se, entre as multas aplicadas por velocidade acima do permitido entre 2014 e 2015, há alguma cometida nas marginas Pinheiros e Tietê.

Fonte: FOLHA DE SP
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Zero, nota zero

luciouberdan @luciouberdanVOX POPULI ESPONTÂNEA: 
@AecioNeves (@Rede45 ): 0%.

Vamos lá de novo: AÉCIO: 0%



Fonte: CARTA MAIOR
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Na pesquisa espontânea Aécio Neves teve 0 % de intenção de voto. Nem Luciano Huck, seu grande amigo, e Ronaldo
Fenômeno votariam no mineiro aviador.
É o fim de linha para um político que sempre enganou o povo. Enganação que teve a ajuda dos grandes meios de comunicação, como Globo, por exemplo, seu fiel escudeiro.
Nesse momento da política em transe, a população quer Lula na presidência. Disparado com 40% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro com 8%, Lula é a voz do povo, o poder que emana do povo, a vontade do povo. Por outro lado, aqueles que sempre estiveram ao lado de Aécio, hoje conspiram para derrubar Temer e através de eleições indiretas colocar Nelson Jobim, Henrique Meireles ou Fernando Henrique na presidência. Repare, caro e atento leitor, que FHC tem apenas 1% na pesquisa espontânea e Jobim e Meireles nem citados foram. Os mesmos amigos de Aécio, Globo na vanguarda do golpe dentro do golpe, ignoram o povo e tramam para golpear ainda mais a frágil democracia, colocando na presidência um lacaio dos mercados, um empregado do sistema financeiro, um abutre para devorar o que sobrar do povo brasileiro.Só, e somente só, o povo nas ruas para impedir eleições indiretas e exigir eleições diretas já.

Socialismo e capitalismo

China, Vietnam e Cuba: o socialismo de mercado pede reconhecimento

A China é a nação que mais cresce no mundo, grande parte desse desenvolvimento utilizando as 'armas' fornecidas pelo capitalismo.

Naira Hofmeister



Colocar o dedo na ferida: com essa expressão, o geógrafo Elias Jabbour, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), provocou a plateia presente no quarto encontro do seminário que debate os 100 anos da Revolução Russa, em Porto Alegre, a refletirem sobre a atualidade do projeto socialista no mundo.

“Temos que ter mais coragem para sacudir alguns princípios”, proclamou, ao introduzir o tema de sua fala – o estágio atual da revolução na China – que compunha com abordagens no mesmo sentido sobre Cuba e o Vietnam.

Caso extremo, que gera debates e até desconforto em parcela dos militantes de esquerda no mundo, a China é a nação que mais cresce no mundo, grande parte desse desenvolvimento utilizando as “armas” fornecidas pelo capitalismo, embora seja governada pelo Partido Comunista. “Vinte anos depois da queda da União Soviética, isso não é pouca coisa. O socialismo de mercado da China é a coisa mais interessante que aconteceu no mundo desde os anos 90”, asseverou.

Jabbour historiou o processo chinês até seu ponto de inflexão que deu origem à essa forma moderna de gerenciar o estado comunista. Após a revolução de 1949, as práticas eram as usuais, resumidas (no que diz respeito à economia) pelo geógrafo como um “modelo de desenvolvimento pautado pelas relações desiguais entre campo e cidade”.

Em suma: um sistema em que o excedente da produção agrícola financiava a industrialização do país – e no caso chinês, também testes com bomba nuclear e lançamento de satélites, por exemplo. Foi nos anos 70 que diante da cobrança dos camponeses o Partido Comunista determinou reformas no sistema econômico, permitindo à essa população comercializar sua produção de forma independente do Estado, “institucionalizando e até incentivando o enriquecimento privado”.

Daí em diante, o espaço do poder privado aumentou e o poder do capital também. Atualmente, há oito formas distintas de propriedade em vigor na China e 149 conglomerados empresariais estatais no país. “A partir dos anos 80 houve um avanço impetuoso do capital privado, mas o estado não diminuiu sua importância, apenas recolocou-se em outro papel”, explicou Jabbour.

Com a atração de investimentos estrangeiros – era impossível, na visão do geógrafo, desenvolver tecnologia e ter acesso à financiamento sem essa inflexão – e a privatização generalizada de estatais, o governo dedicou-se a “preparar territórios para o desenvolvimento”, tomando as rédeas da planificação e deixando o investimento a cargo do setor privado.

Num segundo momento, mais atual, já como resultado dessa política, foi possível criar um poderoso sistema financeiro estatal capaz de garantir investimentos da monta de um trilhão de dólares em plena crise do capitalismo, desencadeada a partir de 2008.

Embora tenha sido a mais enfática da noite, a constatação de Jabbour convergiu com as dos demais convidados – os cubanos Juan Pozo Álvarez, representante da embaixada do país no Brasil e o jornalista Santiago Feliú, além do presidente da Fundação Maurício Grabois no Rio Grande do Sul, o ex-deputado estadual Raul Carrion, que abordou o caso vietnamita: todos mencionaram a necessidade de autocrítica e reinvenção dos regimes socialistas ou capitalistas em vigor no mundo.

Uma linha bem semelhante à do geógrafo foi seguida por Carrion, que após percorrer com didatismo as diversas etapas da revolução no Vietnam, concluiu que “não há socialismo que distribua miséria” e que portanto é preciso incentivar formas múltiplas de propriedade, reduzindo o espaço do estado, além de flexibilizar a crença no igualitarismo, distribuindo “a cada um de acordo com seu trabalho e sua capacidade”. Carrion, entretanto, defendeu a presença estatal em setores estratégicos como a infraestrutura (telecomunicações e energia) e no sistema financeiro.

Do ponto de vista da política externa, o historiador entende ser necessária a inserção na economia mundial “de forma soberana e colaborativa”, porém aproveitando-se das ferramentas oferecidas pela globalização econômica.

O Produto Interno Bruto (PIB) vietnamita de 2010 estava 34% concentrado nas mãos do estado, mas outros 30% vinha do que ele chamou de “economia familiar”, pequenos negócios e produção rural, 19% nas mãos do capital estrangeiro, 11% do capital privado nacional e 6% foi gerado por cooperativas.

A Ilha prepara a nova cara da revolução
Com o processo de renovação em plano andamento, Cuba ainda não tem resultados como os da China para exibir e nem a presença do capital privado está distante dos índices do Vietnam, mas a Ilha mira o futuro com os olhos da juventude do presente. “A revolução tem que se parecer mais com as novas gerações do que com as que a levaram à cabo em 1959”, defendeu o primeiro-secretário da embaixada cubana no Brasil, Juan Pozo Álvarez.

É um passo difícil de ser dado, admitiu o representante caribenho, uma vez que essa nova geração sequer conheceu a realidade do país fora do socialismo, como lembrou o jornalista Santiago Ferriú: “72% da população cubana tem menos de 30 anos e não sabem o que foi o capitalismo, não precisaram conviver com o risco de demissões”, exemplificou.

Essa revisão da aplicação do socialismo na Ilha, aliás, se deu a partir da cobrança dessa juventude que “começou a perder a crença no sistema” depois do colapso da União Soviética, que levou Cuba à uma crise sem precedentes, uma vez que a economia da Ilha era majoritariamente vinculada à URSS.

“O novo socialismo é diferente do capitalismo”, sublinhou Álvares. Mas sua aplicação, em Cuba, sim se espelhará nos exemplos asiáticos, conservando entretanto, as características internas da nação.

Como não poderia deixar de ser, foi o exemplo de um dos líderes mais carismáticos da esquerda – Che Guevara – que encerrou a fala dos cubanos. Segundo Ferriú, o guerrilheiro teria deixado escrito que a “solidariedade é a ternura dos povos” e com essa frase, conclamou os presentes a se manterem firmes em suas convicções socialistas.

Fonte: CARTA MAIOR
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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Solvitur ambulando

A cura peripatética

POR MARIA BITARELLO– ON 30/05/2017CATEGORIAS: CRÓNICA, CULTURA, DESTAQUES



“Solvitur ambulando”, resolver andando. O fluxo, o caminhar. Areja, ventila, abre janelas. É antídoto à alienação, à ansiedade e a sua irmã gêmea, a letargia

Por Maria Bitarello

Desde que me mudei pra São Paulo, há mais de cinco anos, a maior dificuldade de adaptação à cidade que encontrei é a insuficiência de lugares verdes, abertos, de natureza. Mesmo sendo eu uma apreciadora cotidiana das frondosas árvores que, por razões inexplicáveis pra mim, continuam sobrevivendo com exuberância até nas partes mais concretadas da cidade. Mesmo assim. Faltam respiros em meio aos edifícios, locais não especulados imobiliariamente. Falta horizonte. Céu. Silêncio. E faço aqui de São Paulo uma metonímia, uma parte pelo todo, uma cidade representando as grandes metrópoles onde, cada uma a sua maneira regional/cultural, os desafios da vida urbana se apresentam de forma parecida.

Pela primeira vez na história da humanidade, hoje a população urbana já ultrapassa a população rural. Somos 8 bilhões de pessoas no mundo vivendo, majoritariamente, amontoadas em cidades. E eu cá do meu lado, com nada mais que a intuição e a experiência de já ter vivido em algumas megalópoles, acredito que esse tipo de existência nos apresenta, fora os desafios evidentes de convívio e decência mínima pra acomodar as diferenças, armadilhas à saúde psíquica e espiritual que não devem ser subestimadas.

Se pensarmos bem, faz muito pouco tempo, falando em termos evolutivos, que temos uma vida tão “segura” do ponto de vista de nossa sobrevivência; uma vida onde comida, água e abrigo estão ao alcance imediato. As barreiras impostas pelo capitalismo fazem dessa afirmação uma inverdade, naturalmente, mas acompanhe o raciocínio pensando menos em acesso econômico e mais em tempo e energia dedicados a essas necessidades. Somos uma espécie que andava, caçava, cultivava e que hoje só compra e aperta play. E não estou fazendo aqui um elogio ao bom selvagem, uma ode nostálgica à era pré-tecnológica. Sou muitíssimo grata à penicilina, ao flúor, à cafeteira, ao banho de água quente e ao aplicativo do Banco do Brasil. Apenas constato que, com todas as facilidades da vida contemporânea, algo primitivo em nós parece não ter mudado tão rápido assim, e o sedentarismo adquirido graças à engenhosidade de nosso cérebro nos deixou (mais) neuróticos. Talvez por não sabermos o que fazer com a energia que sobra. E devemos olhar pra isso, reparar. Pra não virar doença.

E aí entra de tudo. De dor de garganta a crise renal, mas sobretudo ansiedade, depressão, pânico, sentimentos às vezes inexplicáveis que nos assolam em números cada vez mais altos e que, acredito mesmo, poderiam ser apaziguados ou mesmo extintos se a gente fosse pro mato com mais frequência. É meio evidente que não estamos lidando bem com o confinamento em apartamentos, a cabeça voltada pra baixo olhando o celular, o fone no ouvido blindando o mundo, a ausência de contato com os processos mais primários da natureza – como a mudança de estações. Aos poucos, estamos enlouquecendo como indivíduos e como espécie.

Num estágio avançado, essas patologias que – aqui estou especulando – são geradas por estagnação energética e alienação do natural passam da ansiedade (que vejo como energia que tem até potencial criador, mas que uma vez encapsulada começa a se voltar contra seu criador, ou seja, você) à letargia. Ou seja, excesso de energia acumulada, misticamente, vira falta de energia. Por autocombustão, sei lá, uma implosão da alma. Aí o que temos são pessoas sempre cansadas, sempre desanimadas, sem entusiasmo, dormindo mal. E uma pessoa exausta não pode ser uma pessoa feliz.

Solvitur ambulando. A expressão em latim quer dizer “resolver andando”. E o “andando” aqui pode significar fluxo, não estagnação, mas também caminhar. Movimento é sossego. Eu acredito muito nessa expressão. Na cura peripatética. Andar areja, ventila, abre janelas na cabecinha pra fumaça sair. Se possível for, andar no mato. A natureza não é cerebral nem neurótica. Ela apenas é. Como é o caminhar. E isso, só isso, já coloca tudo em perspectiva. Porque nós somos parte desse tudão. Não há como se separar dele. E é precisamente a ilusão dessa separação a fonte de nossa maior aflição. Solvitur ambulando

Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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Se você deseja saber porque tanto caminho, todos os dias, a resposta está no texto acima. Caminhar é sossego, é saúde, e, principalmente é humano, pois somos seres erectos, andantes, e foi andando que o homem ocupou e povoou  planeta. Caminhar próximo a natureza é fazer parte de algo que o homem pós -moderno está se distanciado, ou seja, distanciado dele mesmo.
Caminhe e sinta-se por inteiro como algo integrado a vida, ao universo.

sábado, 3 de junho de 2017

Será a opção 4 ?

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O texto abaixo, um conto, foi publicado em 26 de novembro de 2016. Passados mais de seis meses, o homem ainda não  obteve a resposta. Ou melhor, ao que parece a mulher escolheu a opção 4. E ainda dizem que ele é ansioso.



26.11.2016
Encontros Cariocas - 6      O Homem e seu tempo



Urbanos  -  arte PAPIRO

Manhã de mais um dia, não muito diferente dos outros dias, e o homem, rigorosamente no mesmo horário, saía de casa para mais um dia de trabalho. Como de costume, igual a todos os dias, fez o mesmo percurso até a estação do metrô, onde embarcaria no trem, no mesmo vagão. E assim, em mais um dia, aconteceu. No vagão, sentado em um dos raros bancos para as dimensões do lugar, encontrou pessoas de todos os dias, em mais um dia com quase sempre as mesmas pessoas. Ao seu lado, como já ocorrera em outros dias, uma mulher, companheira de viagem, cumprimentou-o formalmente. Em algumas viagens, a mulher do lado, sem qualquer relação ao filme de François Truffaut, procurava conversar com aquele homem. Sujeito de poucas palavras, econômico em expressões, sempre estava atento a tudo que acontecia ao seu redor. Não poderia ser de outra forma, já que vivia em situação especial, como ele mesmo definiu, e, assim sendo tinha um repertório de procedimentos sempre que alguém dele se aproximava. Sua condição, especial para ele, exigia a aplicação de um grande número de filtros nas relações interpessoais, pois sua desvantagem era desproporcional. Muitas pessoas, inclusive a mulher do lado, poderiam conhecê-lo e com isso desfrutar da condição especial daquele homem; fosse por curiosidade, por reprodução quanto a um suposto conhecimento sobre a vida daquele homem, ou até mesmo como parte interessada e direcionada em fazê-lo melhor conhecido por todos que , de todas as formas, ainda, apesar do longo tempo, era tido como um mistério, o que de certa forma não era de todo errado, porém, também, não era de todo verdadeiro. O mistério, que para muitos existia, fazia parte da condição especial daquele homem, pois assim construiu seu repertório de procedimentos necessários à sua sobrevivência.

Durante todo o período em que assim esteve nessa condição, optou por não fazer amigos, não aprofundar nenhum tipo de conversa, mantendo-se no trivial social, de poucas palavras, não permitindo qualquer profundidade, ainda que nem tanto profundo. Quase sempre identificava as intenções das pessoas que dele se aproximavam, inclusive parentes próximos, vizinhos e outros, descartando -os de tal forma que com o passar do tempo tais pessoas passaram a tomar cuidados adicionais quando dele se aproximavam, comunicando apenas o que se fazia necessário.

No entanto, naquele dia no vagão, a mulher ao lado, que em outras viagens no mesmo vagão e no mesmo horário procurava esticar conversas com o homem, resolveu conversar um pouco mais do que em outros dias. O homem, que em outras ocasiões identificou assuntos e contextos sobre sua vida na conversa da mulher, procurou não avançar, ficou mais atento, mais econômico nas palavras. As conversas do metrô versavam sobre o dia-a dia da vida social, com política, problemas urbanos, de transporte e até mesmo futebol, criando um clima leve onde os dois não ultrapassavam limites que , de forma conscientes ou não , tinham sido estabelecidos. Entretanto, naquele dia, tão logo desembarcaram da estação no centro da cidade, a mulher, para surpresa do homem, lhe fez uma pergunta pessoal, algo que até então não ocorrera. Logo na saída da estação ela se virou para o homem e perguntou:

- por que você quase não fala e é tão econômico nas palavras.

O homem olhou para a mulher, pensou por um instante e pediu para que interrompessem o caminhar ali na saída da estação. Se afastaram, um pouco, do fluxo de pessoas que caminhava saindo da estação e foram para um canto. A mulher demonstrava imensa curiosidade, até mesmo uma expressão de espanto, receio, ou algo similar, mas não esboçou nenhum tipo de resistência. Parados de pé, de frente um paro o outro, o homem olhou firme nos olhos da mulher e disse:

- vê aquele bar ali em frente, disse fazendo um movimento com o rosto e sugerindo que a mulher olhasse o local.


- sim, disse a mulher revelando um misto de preocupação, ansiedade e surpresa.

- pois bem, continuou o homem, Você quer saber porque quase não falo, então você terá a oportunidade de satisfazer a sua curiosidade, hoje, no final da tarde, quando for para casa. 

A mulher, um pouco confusa com a situação, aceitou quase que levada pelo inusitado e, assim sendo, marcaram um encontro naquele dia no bar próxima a estação, para falar sobre o não falar.

No horário previamente marcado o homem chegou ao bar, puxou uma cadeira e sentou-se, de frente para a rua, pois um de seus procedimentos era não sentar em nenhum espaço público de costas para a rua, fruto de sua condição especial e para evitar surpresas. Procurava se acomodar em locais que pudessem proporcionar uma visão ampla, das pessoas, dos ambientes. Logo em seguida a mulher chegou, demonstrando tranquilidade e um sorriso pronto, algo bem diferente da reação que apresentou pela manhã.

Pediram algo para beber, um chopp para a mulher e um suco de graviola para o homem.

Respirou fundo, organizou a postura procurando ficar confortável, olhou para a mulher e disse:

- então, você quer saber porque não falo.

A mulher abriu um pouco mais os olhos e sua pupila demonstrou uma leve dilatação.

Antes que ela falasse qualquer coisa o homem continuou

-vou explicar para você, assim como já fiz em outras ocasiões, não muitas a bem da verdade, com outras pessoas que de alguma forma estiveram na mesma situação de você. Importante que você saiba, e digo importante pois é a base do conceito, que tudo aquilo que você não compreender do que vou falar para você, e caso você queira explicações adicionais, me reservo o direito de não lhe informar e de não responder nada mais.

A mulher manteve a mesma expressão de surpresa, agora com as pupilas ainda mais dilatadas.

O homem, assim, continuou. Atualmente, e já há alguns anos, levo minha vida em condições especiais. Tais condições, que me reservo o direito de não especificá-las, mesmo que você não as conheça, o que também pode acontecer, mas é raro. Como disse, e repito, tais condições deixam minha vida em situação desfavorável em relação as pessoas e até mesmo em situações de risco de morte. logo, todo cuidado que procuro ter, ainda é pouco, motivo pelo qual não aprofundo nenhum tipo de conversa ou relacionamento, seja em preto e branco, ou menos ainda em cores. Por algumas vezes, nas viagens de metrô em que trocamos palavras, os assuntos foram agradáveis e desprovidos de referências externas pré- relacionadas por supostas informações falsamente difundidas . Já em outras pude observar tais referências, expressas na forma de demostrar conhecimento ou apenas como forma de me testar. Assim sendo, a economia a que você se referiu se faz necessária. No entanto, para que você tenha uma resposta clara sobre aquilo que me questionou, , também me acho no direito de fazer uma pergunta pessoal, onde , para consolidar esta explicação, apresento quatro condições em que você pode estar situada em relação a mim ao longo desses dias em que conversamos. Você , se assim desejar, não precisa dizer em que situação se encontra. 


Organizou mais uma vez sua postura e passou a listar as condições. 

A mulher ficara ainda mais curiosa.

1 - você conhece muito bem a situação em que me encontro, e se aproxima de mim por curiosidade, para tirar um sarro, ou, na pior das hipóteses, para me conduzir a algo previamente combinado com outras pessoas;

2 - você se aproxima de mim pois , além de me conhecer se interessa por mim, meus assuntos, sem qualquer outro interesse menor.

3 - você não conhece minha situação especial, o que jamais aconteceu com pessoas que se aproximam

4 - você não precisa responder, pode ficar muda.


Pois bem, pode ficar a vontade, e se manifestar, se assim desejar.


A mulher, que já tinha bebido todo o chopp e bebia o segundo copo, olhou firme nos olhos do homem demonstrando segurança e disparou:

- você é muito seguro de si, ou demonstra ser, independente de como eu tenha chegado a essa conclusão. Quanto as situações apresentadas, a última pode ser descartada, por motivos óbvios. No entanto, as situações 1, 2 e 3 podem muito bem fazer parte da minha verdade, talvez, e é bem provável que assim seja, todas, de alguma forma, se manifestam quando conversamos, uma mais, outra menos, porém, a maneira como você apresentou a questão, caso eu especifique a resposta, vai me deixar nua, e isso não me interessa, como também não me agrada. Assim sendo , acho que estamos conversados, disse com alguma firmeza.

O homem, que ouvia e observava atentamente, depois de um pequeno silêncio, disse

- você nua deve ser algo estonteante, bem interessante.


A mulher, sem esconder a reação, demonstrou um baita susto e disparou com firmeza ainda maior:

- agora você extrapolou e está faltando com o respeito comigo. 

Demostrando um irritação, já escancarada, a mulher continuou. 

- Não esperava ouvir isso, e saiba que sempre lhe respeitei, independente de sua situação. 

Ainda mais irritada, disse. 

- Vou pagar minha despesa e vou embora. 

Fez um movimento procurando o garçon e acenou para que trouxesse a conta.

Depois de um breve silêncio, quando os olhos não se cruzaram, o homem disse;

- ouça, não tive a menor intenção em faltar com o respeito com você. Acredite. Sua beleza nua, não vem ao caso, não me interessa, mesmo que assim tenha dito. Não é essa a questão nem o foco. Disse isso, apenas para manifestar em você uma reação, como de fato aconteceu e . que de alguma forma, revelou um pouco de você, ainda que para isso tivesse que irritá-la.


A mulher, que estava irritada, manteve a irritação , porém com um misto de surpresa e curiosidade, afinal, que homem era aquele. Ouviu com atenção , e nada disse , porém ficou calma e ainda esboçou um sorriso tímido, que demonstrava sinceridade.

Pagaram a conta e ao se levantarem o homem disse:


agora podemos voltar ao metrô, como fazemos todos os dias, conversando com mais ou menos palavras, ou sem conversa, claro, dependendo de como você se comportar.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Globo caiu

Carta Maior Retweeted
George Marques
✔ @GeorgMarques


Corre em Brasília que um grande nome da Rede Globo foi grampeado em conversa comprometedora com senador Aécio Neves.


Fonte: CARTA MAIOR
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Quem será ? E o se o nome aparecer,o jornal nacional vai informar?
Globo caiu no caldeirão dos grampos, ali na rede de espionagem, mais um colado com super bonder na fita verde marinho de chegada. A regata prossegue, apesar de tubarões feridos, afoitos e histéricos em mares descobertos por Pedro, que também foi Cabral, mas não se deu mal. Escolheu um porto seguro.