quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Muitas emoções


Caminhada de lutas unifica o “Fora Temer” na abertura dos Jogos Olímpicos

Na sexta-feira (5), frentes realizam ato unificado em Copacabana, durante a abertura do megaevento
Redação
São Paulo , 04 de Agosto de 2016 às 10:44

“Caminhada de Lutas” foi convocada pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e a Frente de Esquerda / Divulgação

Durante a abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, organizações populares convocam um ato unificado contra o governo Temer, a retirada de direitos dos trabalhadores e os despejos e aumento da violência estatal durante os custosos preparativos do megaevento.

A “Caminhada de Lutas” foi convocada pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e a Frente de Esquerda e acontece na próxima sexta-feira (5), às 11h, mesmo horário da abertura oficial dos jogos, em frente ao Copacabana Palace, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

“A caminhada é parte de um processo de mobilização que acontece em todo o país”, explicou Joaquin Piñero, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo o dirigente, esta é a primeira vez que as três frentes de luta se juntam num ato unificado. “Todos os movimentos populares e a esquerda, juntos, num ato de grande unidade, aproveitando o início dos jogos, para denunciar o golpe frente ao mundo. Isso é importante, porque sabemos que durante o mês de agosto o Senado vai votar se a Dilma continua afastada de seu cargo ou se retorna. Então, para nós, é importante uma mobilização forte, agora que o Senado tem que tomar essa decisão”, disse.

“Estaremos nas ruas para dizer que o golpe não passará”, afirma Barbara Fontes, militante do Levante Popular da Juventude. Para ela, “o governo Temer é o governo da burguesia, nacional e internacional, que quer retirar os diretos que o povo conquistou com muita luta. Não vamos permitir que esses direitos sejam tirados”, destaca Barbara.

“O principal objetivo é dizer a todo o mundo que os brasileiros não queremos o governo Temer. Estaremos nas ruas todos os dias até que o governo Temer acabar. Não vamos permitir um golpe, como os outros que já passaram no Brasil e no resto da America Latina”, completou a militante do Levante Popular.

Sob as bandeiras e hashtag #‎ForaTemer, ‪#‎NemUmDireitoaMenos, #‎ContraaCalamidadeOlímpica, a ação unificada busca somar forças e amplificar a repercussão do processo de resistência e luta no Brasil.

Fonte: BRASIL DE FATO
________________________________________________________________
'The Guardian': Rio recebe tocha com tiroteio entre traficantes e protestos contra Jogos

Polícia utilizou balas de borracha para conter protestos e feriu menina de 10 anos


O jornal britânico The Guardian publicou nesta quinta-feira (4) uma matéria sobre a chegada da tocha olímpica a cidade sede das Olimpíadas que aconteceu ás 9:15 hs da manhã ao mesmo tempo em que 450 policiais enfrentavam um grande tiroteio na comunidade do alemão, região bem próxima ao aeroporto internacional onde estava acontecendo uma operação para prender traficantes de droga.

A reportagem fala que o prefeito Eduardo Paes foi forçado a desviar de uma grande manifestação contra as Olimpíadas, onde a polícia usou spray de pimenta e balas de borracha para limpar o caminho. Três pessoas foram feridas por balas de borracha, incluindo uma menina de 10 anos de idade. A polícia também utilizou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para tirar os manifestantes do caminho da tocha olímpica em um subúrbio do Rio do Janeiro na quarta-feira (3). Soldados armados patrulharam estradas e algumas regiões da cidade.
 The Guardian Rio 2016: Olympic torch skirts riots and drug gang clashes in host city
O prefeito Eduardo Paes foi forçado a desviar de uma grande manifestação contra as Olimpíadas, onde a polícia usou spray de pimenta e balas de borracha para limpar o caminho
O Prefeito Eduardo Paes foi forçado a desviar de uma grande manifestação contra as Olimpíadas, onde a polícia usou spray de pimenta e balas de borracha para limpar o caminho
O Guardian acrescenta que o confronto, que veio um dia depois de protestos anti-governo e olimpíadas em cidades próximas e vários dias de violência na região Norte do Brasil, aumentam a tensão social no país. O maior evento esportivo do mundo vem ao Brasil em meio a pior recessão do país e o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que se encontra afastada.

O Guardian diz que os moradores do Rio de janeiro estão passando horas no trânsito, enfrentando engarrafamentos absurdos por conta das ruas fechadas para passagem da tocha, comitivas, chefes de Estado e etc...

A comissão organizadora da Rio 2016 disse que ainda estão disponíveis 1,3 milhões de ingressos para assistir os jogos, finaliza o The Guardian.

Fonte:  JORNAL DO BRASIL
______________________________________________________________
Afastamento de Dilma é hipocrisia como jamais houve no Brasil; do primeiro ato à conclusão de Anastasia, encenação visível
04 de agosto de 2016 às 11h14

Afastamento de Dilma é hipocrisia como jamais houve no Brasil


Quem não aceita ver golpe partidário na construção do impeachment de Dilma Rousseff pode ainda admitir, para não se oferecer a qualificações intelectual ou politicamente pejorativas, que o afastamento da presidente se faz em um estado de hipocrisia como jamais houve por aqui.

O golpe de 64 dizia-se “em defesa da democracia”, é verdade. Mas o cinismo da alegação não resistia à evidência dos tanques na rua, às perseguições e prisões nem aos crimes constitucionais (todos os militares do golpe haviam jurado fidelidade à Constituição que acabavam de trair: sem exceção, perjuros impunes).

Todos os golpes tentados ou consumados antes, incluída a Proclamação da República, tiveram na formação aquele mesmo roteiro, com diferença de graus. A força das armas desmoralizava a hipocrisia das palavras.

Os militares, hoje, não são mais que uma lembrança do que foi a maior força política do país ao longo de todo o século 20.
Ao passo em que a política afunda na degeneração progressiva, nos últimos 20 anos os militares evoluíram para a funcionalidade o mais civilizada possível no militarismo ocidental. A aliança de civis e militares no golpismo foi desfeita. A hipocrisia do lado civil não tem mais quem a encubra, ficou visível e indisfarçável.
Há apenas cinco dias, Michel Temer fez uma conceituação do impeachment de Dilma Rousseff.
A iludida elegância das suas mesóclises e outras rosquinhas faltou desta vez (ah, que delícia seria ouvir Temer e Gilmar Mendes no mesoclítico jantar que tiveram), mas valeu a espontaneidade traidora. Disse ele que o impeachment de Dilma Rousseff é uma questão “política, não de avaliação jurídica deles”, senadores.
Assim tem sido, de fato. Desde antes de instaurados na Câmara os procedimentos a respeito: a própria decisão de iniciá-los, devida à figura única de Eduardo Cunha, foi política, ainda que por impulso pessoal.
Todo o processo do impeachment é, portanto, farsante. Como está subentendido no que diz o principal conspirador e maior beneficiado com o afastamento de Dilma.
Porque só seria processo autêntico e legítimo o que se ocupasse de avaliação jurídica, a partir da Constituição, de fatos comprovados. Por isso mesmo refere-se a irregularidades, crimes, responsabilidade. E é conduzido pelo presidente, não de um partido ou de uma Casa do Congresso, mas do Supremo Tribunal Federal.
As 441 folhas do relatório do senador Antonio Anastasia não precisariam de mais de uma, com uma só palavra, para expor a sua conclusão política: culpada. O caráter político é que explica a inutilidade, para o senador aecista e seu calhamaço, das perícias técnicas e pareceres jurídicos (inclusive do Ministério Público) que desmentem as acusações usadas para o impeachment.
Do primeiro ato à conclusão de Anastasia, e até o final, o processo político de impeachment é uma grande encenação. Uma hipocrisia política de dimensões gigantescas, que mantém o Brasil em regressão descomunal, com perdas só recompostas, se o forem, em muito tempo –as econômicas, porque as humanas, jamais.


E ninguém pagará por isso. Muito ao contrário.



Fonte: VIOMUNDO
________________________________________________
Fora Temer” cria o primeiro caso de copinho censurado…

POR FERNANDO BRITO · 04/08/2016


Do site Noticias ao Minuto, agora há pouco:

Após grande repercussão nas redes sociais com divulgação de vídeos e fotos, agora funcionários da Starbucks no Rio e em SP têm dito a clientes que não podem mais pedir que eles escrevam “Fora Temer” nos copos de bebidas. Na cafeteria da marca, os atendentes anotam o nome escolhido pelo comprador nos recipientes de café e chá para facilitar a retirada do produto.

De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, do jornal ‘Folha de S. Paulo’, diversos clientes vinham dizendo a frase no lugar de seus nomes, o que levava os balconistas a gritarem “Fora Temer” no meio do estabelecimento para chamá-los.

Muitos dos clientes que criavam a situação com os funcionários, depois publicavam as imagens nas redes sociais.

A Starbucks diz que é uma marca apartidária e que “orienta os colaboradores a manter o mesmo posicionamento”.
Fonte: TIJOLAÇO
_________________________________________________________________

No caminho da tocha na cidade maravilha olímpica tem acontecido de tudo. Assaltos, tiros, sequestro de ônibus, furtos, protestos contra o golpe, crianças baleadas pela polícia, cenas de nudez e, a tocha.

Enquanto isso , na vila olímpica os furtos proliferam, com várias delegações que já tiveram seus pertences roubados.

Em um clima de indiferença, ansiedade, tensão, alegria e preocupação, o carioca assiste o fogo olímpico percorrendo as ruas da cidade e, ao mesmo tempo, torce para que não se transforme em fogo fátuo.

Nesse clima misturado, apesar da ostensiva campanha da grande mídia em apresentar um Rio de Janeiro encantado, pode acontecer de tudo, ou nada.

Nos telejornais higiênicos da grande mídia os protestos são omitidos e a censura já rola solta no país do golpe.

Amanhã, dia da cerimônia de abertura estão agendados grandes protestos contra o governo golpista de Michael Temer, no Rio de Janeiro como em outras cidades pelo país.

Os protestos devem acontecer, principalmente na cidade maravilha olímpica, durante todo o período de realização dos jogos.

Em um momento em que a Democracia brasileira sangra, ferida de morte por causa do violento golpe de estado em curso, acontecem os jogos olímpicos justo na cidade anárquica do Rio de Janeiro.


São muitas emoções, não é Roberto ?

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Freud explica

Agressão à Letícia Sabatella atinge a democracia pelas costas


Letícia Sabatella, seu nome é democracia. Caberá a todos que amam a democracia e que respeitam o Estado democrático de direito defendê-la.


Leonardo Isaac Yarochewsky

“Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria”

Na noite deste domingo, 31 de julho, a atriz curitibana Letícia Sabatella foi ofendida e agredida em Curitiba. Não, não é um capítulo de novela, também não é um filme ou uma peça de teatro. É a realidade nua e crua. É o autoritarismo e o fascismo assaltando a democracia. O ataque à Letícia é uma afronta a todos nós, nós que defendemos a democracia, a legalidade, os direitos fundamentais, as garantias constitucionais e o Estado democrático de direito. 


Com bem observou Nasser Allan, advogado da atriz, Letícia foi vítima da intolerância e do ódio. A atriz Letícia Sabatella, que se manifestou publicamente contra o impeachment da Presidenta da República Dilma Rousseff, foi ofendida com palavras de baixo calão, além de ser constrangida quando passava próximo aos manifestantes em favor do impedimento de Dilma e em apoio a Operação Lava Jato, conduzida pelo juiz Federal de Curitiba Sérgio Moro.

Lamentavelmente, não tem sido raro pessoas serem agredidas e ofendidas em nome do ódio e da intolerância que alimentam o fascismo. Políticos, artistas e todos que estão comprometidos com a defesa da legalidade democrática e contrários ao golpe parlamentar, independente de partidos políticos, estão sujeitos aos ataques daqueles que não sabem conviver com as diferenças e a democracia.

Como bem disse Rubens Casara - na apresentação do livro da filósofa Márcia Tiburi - “o fascismo possui inegavelmente uma ideologia de negação. Nega-se tudo (as diferenças, as qualidades dos opositores, as conquistas históricas, a luta de classe etc.), principalmente, o conhecimento e, em consequência, o diálogo capaz de superar a ausência do saber. O fascismo é cinza e monótono, enquanto a democracia é multicolorida e em constante movimento. A ideologia fascista, porém, deve ser levada a sério, pois, além de nublar a percepção da realidade, produz efeitos concretos contrários ao projeto constitucional de vida digna para todos”.

A sociedade precisa entender que o ataque do último domingo à cidadã Letícia Sabatella atinge a neófita democracia brasileira. Democracia que tem como objetivo a libertação dos indivíduos das coações do autoritarismo. Democracia material que busca excluir, eliminando definitivamente, as desigualdades econômicas e sociais. A democracia social – material e não apenas formal - que visa estabelecer entre os indivíduos uma igualdade de fato que sua liberdade teórica é importante para assegurar. “Democracia pluralista, porque respeita a pluralidade de ideias, culturas e etnias e pressupõe assim o diálogo entre opiniões e pensamentos divergentes e possibilidade de convivência de formas de organização e interesses diferentes da sociedade”.

Não é de hoje que a sociedade brasileira está polarizada e dividida. Como bem observa Wilson Ramos Filho, “houve uma bruta, enorme, estupenda politização da sociedade brasileira que passou a discutir política o tempo todo, nos salões de beleza e nas barbearias, nos bares de esquina e nos restaurantes mais sofisticados, nas salas de aula nas escolas públicas e privadas, nas faculdades e em milhares de grupos de Telegram, de WhatsApp, no Facebook, nas listas de e-mail”.

Contudo, o problema não é discutir, quando a discussão é respeitosa, desprovida de ofensas e agressões não há problema. Quando o respeito ao direito do outro e as diferenças não são ameaças, o diálogo é saudável. O problema está no autoritarismo, no ódio, no radicalismo. Como oberva Márcia Tiburi, “o autoritarismo da vida cotidiana é o conjunto de gestos tão fáceis de realizar quanto difíceis de entender. E ainda mais difíceis de conter. Em nossa época, crescem manifestações de preconceito racial, étnico, religioso e sexual, que pensávamos superadas. À direita e à esquerda, a partir de todos os credos, de todas as defesas que deveriam ser as mais justas e generosas”.

Letícia Sabatella, seu nome é democracia. Caberá a todos que amam a democracia e que respeitam o Estado democrático de direito defendê-la, defendê-la como o poeta Vinícius de Moraes manda defender o grande amor – plagiando o poetinha - defendê-la se sagrando cavalheiro e sendo de sua dama (democracia) por inteiro — seja lá como for. Fazendo do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postando-se de fora com uma espada — para viver um grande amor e, para sempre, defender a democracia.

Leonardo Isaac Yarochewsky
Advogado Criminalista e Professor de Direito Penal da PUC-Minas


Fonte: CARTA MAIOR
___________________________________________


São chocantes as imagens em que manifestantes pró-golpe hostilizam a atriz.

Chamam a atenção o ódio, a negação, claramente presentes nas expressões dos manifestantes.

Um emaranhado de sentimentos - menores, a bem da verdade - reprimidos por décadas, que , agora, com a proximidade do golpe, explodem em uma irracionalidade animal que por poucas vezes se viu na história da república.

Qual o motivo, ou motivos, que detonam essa catarse irracional, muitos se perguntam e outros tantos tentam entender.

Imagine, caro leitor, se a maioria da população brasileira resolvesse atacar - ao final da ditadura -, de diferentes e agressivas maneiras, os apoiadores da ditadura militar que causaram tanto sofrimento à população brasileira por 21 anos. Certamente, caso acontecesse, não sobraria um só fio de cabelo dos ditadores para ser enterrado. Os ditadores teriam o destino semelhante ao de Jean Baptiste Grenouille, personagem principal de Patrick Suskind no romance O Perfume. Seriam trucidados vivos pelo ódio das pessoas, enquanto que Jean Baptiste teve o mesmo fim, mas pelo perfume de amor que exalava. Ódio e amor estão em um mesmo eixo, em extremidades opostas, e provocam reações por vezes semelhantes nas pessoas.

No entanto nada disso aconteceu. A ditadura militar de 21 anos, que teve amplo apoio das elites e de grande parcela da classe média brasileira, caiu, a maioria do povo festejou a queda e nenhum ditador ou apoiador do regime foi detido, julgado e muito menos preso. De alguma forma, a população pensou;

Amigos presos, amigos sumindo assim, pra nunca mais
Nas recordações retratos de um mal em sí
Melhor é deixar pra trás
Não, não chores mais... não, não chores mais (Bis)


Se agiu de forma certa ou errada ao não punir os criminosos, não é objetivo deste texto.

De certo, e real, é que o povo não teve um comportamento com as elites que apoiaram a ditadura, semelhante ao comportamento que essas mesmas elites tem hoje com um governo do povo e com pessoas que apoiam um projeto popular, nacionalista e democrático.

Chama ainda mais a atenção o fato de que nos governos populares e democráticos do PT todos os segmentos da sociedade brasileira foram beneficiados, assistidos e cresceram, uns mais , outros menos, mas todos cresceram. Foram governos para todos.

Como explicar, então, as manifestações de ódio, em forma de festejos carregados de ressentimentos, pela possível saída do PT do governo depois de pouco mais de 13 anos no governo?

Talvez, e certamente, não exista uma razão única que explique , no entanto alguns aspectos estarão sempre presentes em futuras análises profundas sobre o assunto, quando o tempo propiciar o distanciamento que elimina paixões e supérfluos.

Dentre esses aspectos pétreos estará a valorização da cultura e do conhecimento, marcas indeléveis dos governos populares e democráticos do PT, e que tanto incomodam as elites e parcela de uma classe média inculta, desinformada e, que mesmo com os generosos recursos que dispõem, não desfrutam a felicidade.

As expressões dos manifestantes atacando Letícia, escancaram o ódio pela cultura, pelo conhecimento, pelos saberes populares.

Para essas pessoas o que os governos do PT proporcionaram nos aspectos da cultura e do conhecimento os fere na alma, expõe suas fragilidades,e , assim sendo, a possível queda pelo golpe do governo Dilma detona uma avalanche de ódio, que nada mais é do que uma profunda frustração dessa gente em não ser aquilo que gostariam de ser.

O legado é sangue

“Legado das Olimpíadas para o povo pobre é sangue”, diz mãe que perdeu filho




Johnatha de Oliveira Lima, de 19 anos, foi assassinado por PMs da UPP com um tiro nas costas em 2014
Redação Revista Fórum, 
Desde 2009, ano em que a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, aproximadamente 2.600 pessoas foram assassinadas por agentes do estado.  - Créditos: Reprodução/Facebook
Desde 2009, ano em que a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, aproximadamente 2.600 pessoas foram assassinadas por agentes do estado. / Reprodução/Facebook

Se na Grécia Antiga as Olimpíadas eram uma ocasião em que todas as guerras eram suspensas e os inimigos toleravam uns aos outros em nome de uma chamada “trégua olímpica”, no Brasil a desejada paz e tranquilidade do Rio de Janeiro, cidade escolhida para ser o palco das competições, foi feita com assassinatos em massa e violações de direitos contra a população pobre da periferia.
Desde 2009, ano em que a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, aproximadamente 2.600 pessoas foram assassinadas por agentes do estado. A estimativa foi feita pela Anistia Internacional com base em números do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP).
“Apesar da promessa de legado de uma cidade segura para sediar os Jogos Olímpicos, as mortes decorrentes de operações policiais tem crescido progressivamente nos últimos anos no Rio. E também assistimos, durante a repressão aos protestos, pessoas gravemente feridas por balas de borracha, bombas de efeito moral e até mesmo armas de fogo usadas pelas forças policiais”, afirmou Atila Roque, Diretor Executivo da Anistia Internacional Brasil, em abril deste ano.
Um desses casos é o jovem Johnatha de Oliveira Lima, de 19 anos, que foi assassinado por PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) com um tiro nas costas em maio de 2014.  Sua mãe, a pedagoga Ana Paula Oliveira, alerta para a ocupação da UPP na favela de Manguinhos, na zona oeste da cidade, onde seu filho foi assassinado.
“A UPP chegou aqui em outubro de 2012 e logo em março de 2013 fez a primeira vitima, um menino de 16 anos. Em outubro do mesmo ano ela fez sua segunda vítima, um jovem de 18 anos que foi espancado até a morte por policiais. O Johnatha foi a terceira vítima da UPP”, conta Ana Paula.
O filho dela estava indo levar um pavê na casa de sua avó quando no caminho de volta passou por uma rua onde ocorria um protesto de moradores contra a truculência dos policiais militares da UPP local. Os PMs reagiram a pedras jogadas pelos manifestantes com disparos de armas de fogo e um deles acabou atingindo o jovem que não estava envolvido na manifestação, de acordo com testemunhas que presenciaram o momento.
“Os policiais começaram a fazer disparos para o alto para dispersar a confusão, só que um policial disparou em direção as pessoas que estavam correndo para se proteger e acabou atingindo o Jhonatha. Depois eu vim a saber que esse policial já respondia por triplo homicídio e por duas tentativas de homicídio na baixada fluminense”, conta Ana Paula.
Sobre o fato de Jhonatha ser apenas um em 2.600 pessoas que foram mortas por policiais, Ana Paula lamenta a falta de comoção da sociedade para assassinato de jovens da periferia. “Quando morre esse número alarmante de jovens, de pessoas sendo assassinadas pelo estado, não só nas favelas, mas nas periferias, a gente não vê comoção, a gente não vê as autoridades utilizando os meios de comunicação para mostrar sua indignação. Pelo contrário, a gente só vê dizer que vai ter mais policiamento e que eles vão colocar mais carros blindados dentro das favelas”, lamenta.
Sobre o legado que os Jogos vão trazer para a cidade, Ana Paula disse que o governo tenta vender o Rio de Janeiro como uma cidade linda, mas para que isso aconteça, segundo ela, é preciso que o Estado “extermine e encarcere” os pobres.
“O legado que vai ficar para nós que somos pobres é um legado de dor, de lágrimas e de sangue. Infelizmente porque o aumento de efetivo policial dentro das favelas para mim significa mais encarceramento, mais violação de direitos e mais mortes”, disse.
Ana Paula se juntou a mais duas outras mães da favela de Manguinhos e fundou o movimento “Mães de Manguinhos”,  que luta contra a violência policial não só na comunidade, mas em toda baixada fluminense. O grupo organiza protestos e dá apoio a mães que tiveram seus filhos assassinados pela polícia. Ana Paula conta que semana passada estava com uma mãe cujo filho morreu com um tiro na testa disparado por um policial no Morro do Borel, no Rio de Janeiro.
Fonte: BRASIL DE FATO
______________________________________________________
Nas Olimpíadas, cuidado, Temer… Ela é bela, não é recatada, usa um sabre e tem horror a golpistas
POR FERNANDO BRITO · 01/08/2016

Muito curiosa a nota do Valor, agora há pouco, que não resisto a partilhar.

A esgrimista Alejandra Benitez Romero vai desfilar na abertura de sua quarta Olimpíada e manda avisar que não vai dar “tchauzinho” para o presidente interino Michel Temer na tribuna de honra.

“Lamento porque pensava que ia passar pelo estádio e iria saudar a Dilma, como presidente da República. Mas agora há um golpista. Eu não vou saudá-lo, por exemplo, porque é um golpista. Não sei se todos os venezuelanos vão, mas eu não vou. Passarei diretamente porque ele é um golpista, e os golpistas são antidemocráticos. Eu sou pela democracia e e pela justiça. Queria ver a Dilma, e não vou saudá-lo”, afirmou.

Benitez é ex-ministra do Esporte de Nicolás Maduro e foi deputada chavista na Assembléia venezuelana. Medalhista de prata panamericana na modalidade sabre, ela não tem medo de polêmica com as fotos sensuais para as quais posou para a revista dominical do diário Últimas Notícias, em 2008.

Ela diz ao jornal que acompanha o retrocesso brasileiro:

“É terrível o que vemos. Um golpe de estado que estão legalizando. Eu, como mulher, acredito que também foi um ato machista, algo patriarcal, contra a mulher. Na política, o homem acredita que deve se impor ante a mulher, e que ela não tem méritos por estar lá”, disse, quando questionada sobre o processo de impeachment instaurando contra Dilma Rousseff. “Me incomoda. Dói, afeta, sim. Porque sou política, sou mulher e sou de esquerda. Aconteceu comigo também. No mundo dos dirigentes esportivos eles creem que os homens devem ter domínio absoluto e as mulheres só servem para acompanhá-los. Eu sigo na política, trabalhando no meu trabalho social, no partido socialista”,completou.

Além das estocadas, ela diz ao Valor que vem às Olimpíadas também para “defender suas posições como “política, mulher e de esquerda”

Melhor o “tio” Temer não fazer graça com a moça.

PS. Serra, você também se comporte. Aí o caso não não é de vinho, não.

Fonte: TIJOLAÇO
___________________________________________________________

sábado, 30 de julho de 2016

Cangurus em pânico

Anda complicada a vida da delegação australiana.
Alguém jogou uma ponta de cigarro em uma lata de lixo, a fumaça se fez, o alarme contra incêndio entrou em funcionamento e, por pouco, a vila poderia desfrutar de um churrasco de canguru.

Depois do susto, o corpo de bombeiros disponibilizou um bombeiro de plantão em cada andar do prédio.
Se foi uma ponta de cigarro que causou o pânico, qual a razão para se ter um soldado do corpo de bombeiros em cada andar ? Vigiar a galera que gosta de fazer uma fumaça ? Isso não seria uma tarefa dos próprios membros da delegação ?
Verdade que desde a chegada da delegação australiana na vila, as mancadas se sucedem.
A reclamação dos australianos sobre o estado em que encontraram os apartamentos foi justa.
A resposta do prefeito foi desastrosa.
No encontro que selou a paz entre prefeito e australianos, cada lado deu de presente para o outro um bichinho de pelúcia. Os australianos receberam um mascote dos jogos, enquanto o prefeito ganhou um mascote de canguru com luvas de boxe. Desnecessárias as luvas.
Em entrevista aos jornalistas, a chefe da delegação australiana falou sobre uma cartilha que elaborou e entregou para todos os membros da delegação, alertando para algumas regras de segurança para circular na cidade maravilha olímpica. Os cuidados na cartilha procedem, no entanto, ao final da entrevista, disse que além de participar dos jogos deseja voltar para a terra dos cangurus com todos os membros da delegação vivos. Um cometário pesado e desnecessário.
Em seguida , o princípio de incêndio.
A delegação australiana deveria aproveitar e curtir o que a cidade e os jogos tem e podem oferecer de melhor, com cuidados normais, mas sem histerismo.
Ainda sobre os jogos, cabe informar que a vila tem 31 prédios com 17 andares cada e a delegação argentina está no prédio 24.
Será que foi proposital ?

Curtas - 30.07.2016

Ciro: “Se o Lula for vítima de uma prisão arbitrária, a gente sequestra ele e entrega numa embaixada”

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
____________________________________________________________

Paulo Sérgio Pinheiro: “Perseguição a Lula ameaça estado de direito no Brasil”

Fonte: VIOMUNDO
______________________________________________________________
O mundo sabe que Lula botou Moro na vitrine
Ação de Lula na ONU tem repercussão mundial

O Moro e o Merval! Quá, quá quá
publicado 30/07/2016


Fonte: CONVERSA AFIADA
_________________________________________________________________
A gilmarização reproduz discípulos como hamsters: juiz que fez Lula réu é o mesmo que alivia para fraudadores da Zelotes.



Fonte: CARTA MAIOR
__________________________________________________________
Tijolaço: Inacreditável! Juiz admite que não apreciou defesa de Lula
Juiz que recebeu denúncia contra Lula deixa claro que não ouviu a defesa

30 de julho de 2016 Carlos Eduardo

Fonte: O CAFEZINHO
________________________________________________________________


sexta-feira, 29 de julho de 2016

Eliminar 100% dos vermes

A destruição estrutural do país pelo golpe e Moro exigirá um plano de reconstrução equivalente ao de um pós-guerra, com forte indução estatal.

Para retomar o desenvolvimento após a destruição estrutural do país promovida pelo golpe & Moro será obrigatório romper com o neoliberalismo.

A grande obra do golpe: promover o desmonte de estatais e empresas brasileiras para tornar irreversível o entreguismo.

'(Moro mantem) suspeitos presos por tempo indeterminado, até que façam delação, sem acesso a um tribunal a não ser o dele próprio' (Lula a ONU).

Geoffrey Robertson, advogado de Lula junto à ONU, já defendeu Salman Rushdie e Assange e atuou como acusador contra o ditador Augusto Pinochet.

Geoffrey Robertson, advogado de Lula junto à ONU, é especialista em direitos humanos. Ficou 4 meses no Brasil estudando o que Moro fez com Lula.

'O mesmo juiz (Moro) que invade sua privacidade pode prendê-lo e se tornar a pessoa que irá julgá-lo, sem um júri'(advogado Geoffrey Robertson).

Fonte: CARTA MAIOR
______________________________
Moro seria destituído se vazasse na Europa
Inaceitável ter defendido julgamento no PiG

publicado 28/07/2016


Geoffrey Robertson disse, em resposta a PHA, que a prática continuada de vazar parcialmente delações para o PiG levaria à sumária destituição de Moro.

Fonte: CONVERSA AFIADA
__________________________________________
Lula fez muito bem em denunciar Moro ao mundo.
Postado em 28 Jul 2016
por : Paulo Nogueira


Juiz partidário

Num mundo menos imperfeito, Lula jamais teria que recorrer a um tribunal internacional para se defender de acusações que lhe são feitas no Brasil.

Mas este mundo em que vivemos é muito imperfeito — e isto quer dizer que Lula agiu muito bem em bater nas portas da Comissão de Direitos Humanos da ONU.

No centro do apelo de Lula está o que todos sabem, embora poucos falem: Moro é um juiz parcial, tendencioso, inconfiável.

É um juiz da plutocracia, um homem que não faz cerimônia nenhuma em aparecer ao lado de homens como os irmãos Marinhos em celebrações.

É evidente que ele vai condenar Lula, quaisquer que sejam as circunstâncias, se puder. Condenar e prender.

Os fatos não contarão nada, assim como no julgamento de Dilma pelo Senado.

Moro é um juiz da linha de Gilmar Mendes. Você consegue ver Gilmar julgando qualquer causa relativa ao PT que não seja com uma tonitruante condenação?

É uma medida extrema a de Lula, mas tempos excepcionais demandam ações igualmente excepcionais, para lembrar a grande frase do rebelde britânico Guy Fawkes.

Fingir que Moro e a Lava Jato são neutros só serve à plutocracia e a ambos, Moro e Lava Jato.

Um dos erros graves de Dilma e do PT não foi, lá para trás, ter reagido à altura quando se caracterizaram os abusos da Lava Jato. Não tardou que ficasse claro que o objetivo de Moro era extirpar Lula, Dilma e o PT — e não a corrupção.

Dilma, Lula e o PT sempre contemporizaram com a farsa de Moro e da Lava Jato, dentro de uma estratégia fracassada de republicanismo suicida.

Coube a Lula, ainda que com atraso, dizer verdades sobre Moro, primeiro no plano interno e agora no cenário internacional.

As pessoas lá fora desconhecem o que se passa no Brasil. O jornalista americano Glenn Greenwald disse nunca ter visto uma mídia como a brasileira. Ele só viu o horror por viver aqui. O advogado australiano contratado por Lula foi na mesma linha: disse ser inconcebível, em sua terra, um juiz como Moro.

Vivemos uma guerra movida pela plutocracia. O jornalismo que se pratica nas corporações é de guerra. A justiça que se faz nos tribunais mais elevados é de guerra.

Que essa guerra seja, ao menos, reconhecida e denunciada por suas vítimas.

O recurso de Lula está impregnado de um forte componente simbólico. A direita brasileira tradicionalmente aumenta a violência contra a democracia quando não há resposta a seus ataques.

Lula respondeu. Jogou em escala mundial luzes sobre o caráter de Moro e da Lava Jato.

Moro vai ter que ser mais cuidadoso com seus passos, para não dar completa razão a Lula.

Ele será observado pelo mundo, uma situação nova e desconfortável para quem jamais recebeu nenhum tipo de fiscalização no Brasil e por isso pôde cometer abusos em série

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
_________________________________________________________________

Defesa de Lula denuncia abusos de Moro e Lava Jato ao Comitê de Direitos Humanos da ONU; a íntegra da petição

28 de julho de 2016 às 20h02
onu3
Cristiano Zanin e Geoffrey Robertson na sede do Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Foto: Ricardo Stuckert
Defesa de Lula denuncia abusos da Lava Jato ao Comitê de Direitos Humanos da ONU
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram nesta quinta-feira (28), uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da ONU em Genebra, por violação da Convenção Internacional de Direitos Políticos e Civis e abuso de poder pelo juiz Sérgio Moro e procuradores federais da Operação Lava-Jato contra Lula.
A defesa de Lula esclarece que o ex-presidente não se opõe a ser investigado, mas busca justiça com a devida imparcialidade, e que as autoridades brasileiras obedeçam o que diz a lei no curso das investigações e processos.
Na ação, os advogados pedem ao Comitê que se pronuncie diante do fato do juiz Sérgio Moro ter violado o direito de Lula à privacidade, de não ser preso arbitrariamente e o direito à presunção da inocência.
As evidências de violação e abusos do juiz e dos procuradores do Paraná apresentadas ao Comitê são:
. a condução coercitiva do dia 4 de março de 2016, completamente fora do previsto na legislação brasileira;
. o vazamento de dados confidenciais para a imprensa;
. a divulgação de gravações, inclusive obtidas de forma illegal;
. o recurso abusivo a prisões temporárias e preventivas para a obtenção de acordos de delação premiado.
Os advogados também relacionaram exemplos concretos de parcialidade por parte de Sérgio Moro e promotores contra Lula.
A ação cita precedentes de outras decisões da Comissão de Direitos Humanos da ONU e outras cortes internacionais que mostram que, de acordo com a lei internacional, Moro, por sua evidente falta de imparcialidade, e por já ter cometido uma série de ações ilegais contra Lula, perdeu de forma irreparável as condições julgar o caso. É necessário um juiz imparcial e independente caso aja uma denúncia e seja necessário julgar Lula.
O Brasil assinou em 2009 o protocolo de adesão ao Comitê. A ação foi preparada pelo escritório Teixeira & Martins com a assistência do ex-juiz da corte de apelações da ONU, o advogado australiano Geoffrey Robertson (Queen’s Council). O comitê é composto de 18 juristas de diferentes países (entre eles França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Argentina e Estados Unidos).
JUIZ ACUSADOR
Moro construiu para si mesmo a imagem de um “juiz acusador” disposto a usar a publicidade e a imprensa para atacar a imagem das pessoas que julga. A petição demonstra como tais práticas violam Convenções Internacionais. O governo brasileiro terá seis meses para contestar essas alegações ou para admitir os problemas apontados e alterar a legislação. Pode ser requerido o sorteio de outro juiz para o caso.
Cristiano Zanin, advogado de Lula, afirmou: “Ações contra a corrupção, em especial corrupção política, são de importância vital para a democracia. Mas devem ser efetivas e dentro da lei para serem dignas de orgulho, e não arbitrárias e ilegais, o que acabará, em pouco tempo, causando vergonha a um país. O perigo do Juiz Moro é que suas ações injustas e ilegais serão contra-produtivas, e causarão danos ao combate à corrupção no longo prazo. Procuramos o Comitê da ONU para que sirva de um guia em relação aos direitos fundamentais que nossa Constituição exige de juízes e promotores.”
Geoffrey Robertson, do escritório Doughty Street Chambers, considera que “Lula, trouxe seu caso para a ONU porque não é possível haver justiça no Brasil dentro de um sistema como esse. Telefones grampeados, como de sua família e advogados, e áudios vazados para deleite de uma mídia politicamente hostil. O mesmo juiz que invade sua privacidade pode prendê-lo a qualquer momento e daí automaticamente se torna quem irá julgá-lo, decidindo se ele é culpado ou inocente sem um júri.
Nenhum juiz na Inglaterra ou na Europa poderia agir dessa forma, ao mesmo tempo como promotor e juiz. Esta é uma grave falha do sistema penal brasileiro. ”
Robertson também aponta o problema das detenções feitas sem julgamento. “O juiz tem o poder de deter o suspeito indefinidamente até obter uma confissão e uma delação premiada. Claro que isso leva a condenações equivocadas baseadas nas confissões que o suspeito tem que fazer porque quer sair da prisão.”
Fonte: VIOMUNDO
_______________________________________________
Lula: Comportamento da mídia e da PF indicam estado de exceção
O ex-presidente lamentou a política externa contrária à aproximação com a África, América Latina e Brics, praticada pelo governo golpista de Temer

POLÍTICAFoto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Postado por Agência PT, em 29 de julho de 2016 às 13:16:58

Em entrevista a Wellignton Calasans, correspondente do blog Cafezinho e de rádios africanas em Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvadenunciou o “estado de exceção” em que o Brasil mergulhou e lamentou o golpe travestido de impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.

“Nós temos um comportamento autoritário da imprensa brasileira, um comportamento equivocado de setores do MP, nós temos um estado de exceção com o comportamento da própria Polícia Federal. Eu diria uma situação que envergonha o Brasil no mundo, porque o Brasil não está nem respeitando internamente a Constituição nem está respeitando a democracia”.

Lula observou ainda que a democracia brasileira é “muito nova” e que a “elite brasileira não sabe viver democraticamente numa sociedade em que ela não governe”.

O ex-presidente também se mostrou preocupado com o afastamento promovido pelo governo golpista de Michel Temer da política diplomática iniciada no seu governo e estendida para o governo Dilma Rousseff de aproximação com o continente africano.

“É com uma certa tristeza que eu assisto de vez em quando o discurso de gente do governo golpista que é preciso diminuir a ação do Brasil com a África, com a América do Sul e que o Brasil precisa fortalecer sua relação com a Europa e com os Estados Unidos, como se em algum momento nós tivéssemos tentado diminuir nossa relação com os Estados Unidos e com a Europa”.

Lula ponderou que o fortalecimento dos BRICS nunca foi uma estratégia para se afastar diplomaticamente das nações ricas, mas uma maneira de robustecer os países em desenvolvimento e trazer mais estabilidade econômica e política ao mundo.

“É importante lembrar que eu disse que se a gente quisesse resolver o problema da crise econômica que estava surgindo (e se agravou com a queda do Leman Brothers), a gente tinha que incluir os países pobres no comércio internacional. Se a gente fechar o mercado, a gente não vai poder resolver o problema da economia. Os pobres serão a solução para a crise econômica que estamos vivendo. Vamos incentivar, vamos financiar o desenvolvimento dos países mais pobres”.

Perseguição da mídia
Para o ex-presidente Lula, ainda é possível reverter o golpe no Senado para que a presidenta Dilma retome o seu mandato. Ele criticou a postura do governo ilegítimo de Michel Temer, que vem desmontando políticas públicas importantes para o povo brasileiro e ameaçando direitos arduamente conquistados.

“O Temer não se comporta como um presidente interino, ele se comporta como se já fosse presidente, como se já tivesse consagrado o golpe, como se já tivesse aprovado o impeachment e ainda não foi aprovado”.

Sobre a perseguição praticada contra ele e contra o Partido dos Trabalhadores por setores da mídia conservadora, o presidente lamentou que não reconheçam o legado de inclusão social promovido pelo seu governo.

“A imprensa brasileira nunca me tratou bem. Desde que eu surgi no movimento sindical, em 1975. Depois não aceitou nunca o PT e não aceitou as minhas candidaturas. Ela tolerava minhas candidaturas, até que eu ganhei as eleições. O que é indescritível é que eles sabem que, na história do Brasil, eu fui o presidente que mais fez inclusão social na história desse país, eles sabem o que aconteceu com o povo pobre.

Para o presidente, as ofensivas da mídia e do judiciário têm o claro objetivo de impedi-lo de se candidatar à Presidência em 2018.

“Estão tentando todo e qualquer tipo de acusação contra mim. Já faz dois anos e pouco que eles estão fazendo isso e até agora não conseguiram nada, mas continuam falando. E a imprensa toda sabe que isso faz parte de um jogo de tentar criar qualquer impedimento para que eu seja candidato à presidência em 2018”.

Por fim, mostrando consciência da importância do seu papel como uma das principais lideranças políticas do País, afirmou: “Pode ficar certo que se eu tiver que voltar, eu voltarei muito melhor do que eu fui”.
Fonte: PT
______________________________________________________________
AMB teme que Comitê de Direitos Humanos da ONU declare que não só Moro, mas vários magistrados não zelaram pela legalidade

29 DE JULHO DE 2016 POR LUCIANA OLIVEIRA


Era só o que faltava pra evidenciar ainda mais a posição imparcial que o judiciário ocupa neste episódio dramático de ruptura democrática.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiu repudiou a atitude do ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, em buscar socorro junto ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a imparcialidade e o abuso de poder do juiz Sérgio Moro.

A AMB, diz a nota “vê com perplexidade as diversas tentativas de paralisar o trabalho da Justiça brasileira.”
O que causa realmente espanto é que a entidade ignora que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, reconheceu que o juiz exorbitou de sua competência anulando parte dos grampos feitos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que envolveram a presidente afastada Dilma Rousseff.

“A violação da competência do Supremo Tribunal se deu no mesmo momento em que o juízo reclamado [Sergio Moro], ao se deparar com possível envolvimento de autoridade detentora de foro na prática de crime, deixou de encaminhar a este Supremo Tribunal Federal o procedimento investigatório para análise do conteúdo interceptado. E, o que é ainda mais grave, procedeu a juízo de valor sobre referências e condutas de ocupantes de cargos [com foro privilegiado]. Mais ainda: determinou, incontinenti, o levantamento do sigilo das conversas interceptadas, sem adotar as cautelas previstas no ordenamento normativo de regência, assumindo, com isso, o risco de comprometer seriamente o resultado válido da investigação”, atacou Teori.

A AMB ignora que o próprio Juiz Moro pediu desculpas pelo que fez para flagrantemente atrair apoio popular sem a mínima preocupação em tumultuar o processo e corromper o direito do investigado.
“Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo e da r. decisão de V.Ex.ª, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários”, disse.

O que a AMB tem é medo de cair no descrédito, caso o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) ateste que Sérgio Moro agiu com imparcialidade e o abuso de poder. No auge dos protestos, em várias capitais, magistrados se transformaram em militantes pró-impeachment, pois participaram de atos em conjunto com movimentos partidários.

Em algumas cidades, até outdoor patrocinaram em apoio à conduta do juiz, reconhecida no STF como inadequada e prejudicial.


Só que apesar de reconhecer que o juiz usurpou a competência do Supremo ao quebrar o sigilo das conversas e que “Foi também precoce e, pelo menos parcialmente equivocada, a decisão que adiantou juízo de validade das interceptações, colhidas, em parte importante, sem abrigo judicial, quando já havia determinação de interrupção das escutas”, Teori remeteu os processos contra Lula para 13ª Vara federal de Curitiba.

Na nota de repúdio, a AMB sustenta que “O Brasil possui órgãos constituídos de controle interno e externo para acompanhar o trabalho desempenhado pela magistratura. É inadmissível a utilização de quaisquer outros meios, que não os legais e constitucionalmente estabelecidos, para tentar inibir o trabalho de agentes públicos no desempenho de suas funções.”

Sério?

Das 14 reclamações disciplinares movidas contra o juiz Sérgio Moro, todas foram arquivadas, inclusive as que questionaram a legalidade da divulgação de escutas telefônicas, a condução coercitiva de Lula, a suposta usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal (STF) e o tratamento desigual de investigados.
A AMB não manifestou perplexidade por nada disso e teme que uma decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) desmoralize a postura omissa do CNJ e de todos os magistrados que apoiaram o modus operandi de Sérgio Moro.

Lula agiu corretamente na defesa de seus direitos e causa perplexidade que a AMB também ignore a validade desse socorro.

E que seja com juízes que atuam sem qualquer outra motivação que não seja a defesa da legalidade.

Fonte: Blog da Luciana Oliveira
______________________________________________________________


Com a violenta perseguição que vem sofrendo, e sem poder se defender no país, Lula fez bem em recorrer à Corte de direitos Humanos da ONU.

Um estado de exceção vai tomando conta do país, e algo deve ser feito para , em primeiro lugar barrar esse movimento e, em seguida restabelecer a ordem democrática.

Na segunda etapa, caso Dilma consiga barrar o impeachment golpista no Senado, uma punição severa aos golpistas não pode ser descartada.

Não tenho simpatias pelo atual governo turco, mas a prisão de golpistas e o fechamento de algumas mídias que conspiraram contra o governo do presidente turco, pode servir de inspiração para o governo brasileiro, caso o golpe seja contido na votação do Senado.

Uma limpeza na mídia e no Judiciário serão necessárias.

Importante usar produtos de limpeza que eliminem 100% dos vermes.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Globo agasalha a tocha e omite a verdade

Globo esconde protesto (e engole a tocha)

Quem fechou os estaleiros foi o Moro!
CompartilharImprimir
publicado 28/07/2016

Reprodução: Twitter @augustoemil

Dois trechos do revezamento da tocha olímpica em Angra dos Reis, no sul do estado do Rio de Janeiro, tiveram de ser cancelados. A tocha foi recebida com protestos no bairro de Japuíba e no centro da cidade.

A reportagem do Bom Dia Brasil de hoje cedo (28/07) sobre o acontecido, entretanto, faz a tocha de vítima: não fala a razão das manifestações, não mostra os cartazes, não tem sequer uma entrevista com um participante do ato. Não dá voz ao povo, como é de praxe.


Reprodução: Globo.com. Clique para assistir ao vídeo.

O que a reportagem omitiu foi que essa manifestação foi convocada em protesto contra o fechamento de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), contra a suspensão de várias linhas de ônibus na cidade e também por conta do atraso no pagamento dos salários dos servidores públicos.

"O povo não está revoltado com a tocha, mas sim com o governo que nada fez em quatro anos mas maquiou a cidade em três dias", disse o morador Sidney Pinheiro, no Twitter.

Angra dos Reis também vive uma crise de emprego, após as demissões no estaleiro Brasfels e a suspensão das obras da usina nuclear de Angra 3 - os dois projetos são investigados na Operação Lava Jato.

Os manifestantes tentaram impedir a passagem do revezamento, cercando o ônibus da comitiva e montando barricadas nas ruas. Grupos também gritaram palavras de ordem contra a prefeitura da cidade e contra os governos Dornelles e Temer. Há relatos de que a tocha chegou a ser apagada.

O Batalhão de Choque da Polícia Militar respondeu aos manifestantes com bombas de gás e balas de borracha. A Polícia Rodoviária e a Força Nacional também foram acionadas.

Segundo a assessoria de imprensa do revezamento da tocha, ninguém ficou ferido. Já os manifestantes afirmam que, além dos atingidos pelas balas de borracha, ao menos uma criança foi levada para o Hospital Geral de Japuíba.

O evento foi interrompido e a tocha foi levada para um hotel da cidade.

Fonte: CONVERSA AFIADA
____________________________________________________________




E os protestos contra a tocha, continuam.

Pela famosíssima Paraty, da barbecue room e da reflecting pool, a tocha, no Rio de Janeiro entrou.

Tão logo entrou, o pau quebrou.

Logo ali, depois de Paraty, na cidade nuclear de Angra dos Reis, o fogo da tocha incendiou a população local, promoveu uma fissão social.

O tempo fechou, o fogo se apagou, gente que se machucou, e , dentro de um coletivo rodoviário, a tocha se refugiou.

A tocha não terá trégua em um Rio de Janeiro que tem, até, leitos hospitalares da rede pública excluídos da população nativa para atender os ideais olímpicos de paz e confraternização.

A população de Angra dos Reis sofre com o aumento do desemprego na construção naval, motivado, em grande parte, pelos ideais golpistas e entreguistas presentes na chama da operação lava jato. Construção naval que o governo Lula recuperou, o juiz Moro afundou, e, nas mesmas águas da Angra dos Reis, a reação em cadeia da população local ,o fogo da tocha apagou.

Na velha mídia, em Globo, precisamente, os jornalistas agasalharam a tocha e, como de praxe, produziram uma outra realidade.

A chama olímpica está , apenas, chegando ao Rio de Janeiro.