quarta-feira, 27 de julho de 2016

O ódio aos blogs

Folha, manchete: 'expurgos contra a mídia na Turquia'. OK. 
E aqui? Devassa na EBC, asfixia da mídia alternativa, expurgos na Cultura. Tudo bem?

Fonte: CARTA MAIOR
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Ódio aos blogs e retorno à Ditadura – Mídia pós-golpe não aceita ser contrariada, transforma notícia em ficção e regride mais de 30 anos
27 de julho de 2016 Bajonas Teixeira

Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, colunista de política do Cafezinho

A chamada “grande mídia brasileira”, que está cada dia menor, usa a força de seu imenso aparato empresarial para manipular notícias e informações e transformar os fatos em pura ficção. E não é a ficção de Marcel Proust nem a de Thomas Mann, mas a das novelas insípidas da Globo.

O único senão que resta contra o totalitarismo da mídia é a má vontade dos blogs. Sem eles, sem a contradição e sem a exposição da mídia golpista ao ridículo, o mundo seria perfeito. Por isso, o sentimento de ódio e os ataques frequentes que a grande mídia dirige aos blogs.

Vive num mundo de fantasia quem acredita que a mídia não vai transformar seu ódio em guerra de extermínio contra os blogs. Por enquanto, assistimos a uma guerra de desgaste, de atrito, mas isso não vai durar para sempre.

Ainda que a mentira não seja fato novo na mídia, a falta de compromisso com a verdade ultimamente chegou à quintessência do desplante. Retornamos ao período pré-Nova República, aquela época (1984) em que a Globo anunciava no Jornal Nacional que o comício pelas Diretas Já na Praça da Sé, que reuniu 300 mil pessoas, era um evento de comemoração dos 430 anos da cidade de São Paulo.

A Folha de São Paulo, por sua vez, esquecendo sua tentativa de passar uma borracha no passado sinistro e se penitenciar de sua colaboração com a Ditadura, mea culpa que a levou a dar início a um projeto de jornalismo imparcial e equilibrado há 40 anos – mas que não durou tanto, é claro – mergulha novamente em práticas manipulatórias abaixo da linha da decência jornalística.

Enfim, a mídia brasileira regride voltando ao status quo ante, ou seja, à situação pré-Nova República, o que significa tornar-se, nada mais nada menos, que uma mídia de Ditadura. É o que temos hoje.

Um exemplo bem recente, e muito comentado, foi o da manipulação de dados de pesquisa do DataFolha sobre o apoio do eleitorado à figura de Michel Temer. Esse fato, que denuncia a total irresponsabilidade da mídia, agindo como se seus interesses justificassem qualquer distorção, já foi bastante discutido e me contento em remeter o leitor ao segundo artigo de Glenn Greenwald sobre o assunto.

Já que não podemos citar todos, porque são muitos, vejamos quatro exemplos da atual virada da mídia:

Para colaborar no esforço da Globo de promover um clima de ameaça terrorista, reforçando a iniciativa do governo Temer, através do seu ministro de Justiça, de prender um grupo de simpatizantes úteis na véspera das Olimpíadas, o ex-atleta e comentarista Tande recitou o script ditado pela emissora. No quadro que dividiu com Hortência, ex-rainha do basquete, Tande confidenciou que um dos momentos que marcou a sua história foi o atentado nas Olimpíadas de Munique, quando um comando palestino invadiu as instalações, sequestrou e matou diversos atletas israelenses (1972).

É provável que esse trágico acontecimento tenha sido lembrado pela produção do programa depois do episódio ocorrido no dia 22 na mesma Munique, quando um atirador matou 9 antes de cometer suicídio. De fato, são situações nefastas que nunca deveriam ter ocorrido. Involuntariamente, porém, ao fazer sua declaração, que tudo leva a crer nem foi imaginada por ele, o ex-jogador trouxe uma nota cômica. O fato é que o episódio aconteceu em setembro de 1972 e Tande nasceu em março de 1970. Portanto, ele tinha pouco mais de dois anos na ocasião.

É pouco provável que o pequeno Tande, embora a precocidade não possa ser descartada, desse alguma atenção à política internacional naquele período. Não fosse o crescente distanciamento do público (que nem notou) dos critérios de realidade, esse teria seria eleito um dos grandes micos da mídia nos últimos tempos. A cegueira do público (de direita e de esquerda) mostra a atual hipnose coletiva com a aproximação do evento.

Na mesma linha, a home do G1, embalando a atmosfera de terror, deu em letras garrafais a fuga de dois suspeitos de terrorismo para o exterior (22/07). Poderia haver prova mais contundente de que a ameaça terrorista era real do que dois envolvidos fugindo?




O link, contudo, aponta para uma matéria da rádio CBN em que não se encontra uma gota de verdade. Sem qualquer fonte, a matéria afirma com toda segurança informações que logo depois vão ser desmentidas, e cuja única função foi atuar como um factoide coadjuvante para criar a sensação de plausibilidade para as prisões arbitrárias (Vale ler o texto e depois ouvir o áudio, que chega a fazer acusações à mulher de um dos presos envolvendo-a na trama como a pessoa que teria dado o sinal para a fuga dos dois terroristas):



Outro episódio interessante, na mesma linha, apareceu na home da Folha-UOL, na qual se estampou uma chamada destinada, ao que parece, a amenizar as críticas que estão vindo à tona (junto com água, fios elétricos, esgoto, e outras impurezas da política brasileira) com os primeiros hospedes que chegam à Vila Olímpica.

O número de problemas de acabamento e defeitos registrados é tão grande que choca as delegações que se aventuram. No afã de amaciar para o governo Temer, uma chamada insistentemente grudada na home do UOL ontem (27/07) nos informava que haveria coisa pior pelo mundo:

Embora não seja coisa agradável de ouvir quando alguém tenta disfarçar a imundície de uma residência, ou de uma Vila, com a alegada menção ao suposto desleixo (“situação pior”) do vizinho, o fato é que até isso na matéria é falso. Lendo a matéria, constatamos que o halterofilista brasileiro Fernando Reis, em entrevista na terça-feira (26) na Vila Olímpica, disse coisa diferente:

“Já competi em inúmeros eventos nos Estados Unidos e na Europa e nem sempre as condições são as melhores”, emendou, em entrevista na tarde desta terça na Vila.

Uma coisa é ter visto “coisa pior”, outra muito diferente é dizer que “nem sempre as condições são as melhores”. Mas o mais interessante é que o título da matéria insiste em não ser fiel ao que o atleta disse: Atleta brasileiro defende Vila e diz que já competiu em condições piores no exterior. Essa insensibilidade à contradição, ou esse desprezo pela verdade, parece agir na crença de que a mídia tornou-se tão forte, que os títulos viraram palavras mágicas, bastando pronunciá-los para criar um real que se encaixaria perfeitamente no desejo dos patrões.

E não foi isso que a mídia fez no período que antecedeu ao golpe? A mídia dizia “fiat lux”, e fazia-se a luz. Pedia chuva, e chovia. A realidade, formada pela multidão de zumbis, se tornou cada vez mais dócil e amestrada. Não é à-toa, portanto, que o ódio aos blogs cresce diariamente na grande mídia. Eles são o grande obstáculo ao fascínio e à mágica da mídia.

Enfim, parece que chegamos a uma nova situação, em que a mídia está convencida de que bastam suas palavras para que a realidade brote, ofertando suas flores e frutos, não precisando senão que um apresentador, um repórter ou jornalista, as pronuncie. Estamos vivendo a era não do Anti-Cristo, mas do Anti-Nietzsche, já que em vez do crepúsculo dos deuses presenciamos a ascensão de uma nova divindade, a Mídia.

A Mídia divinizada logo ressuscitará os antigos códigos canônicos, aqueles que justificaram as atrocidades da Inquisição, e cobrará do judiciário a imolação dos novos infiéis, os blogs. Como a Globo, do alto do seu poder, tentou bloquear o aumento do Judiciário dizendo que era esquizofrenia temerária, pode ser que o assunto não prospere. É aguardar para ver.

Bajonas Teixeira de Brito Júnior – doutor em filosofia, autor dos livros Lógica do disparate, Método e delírio e Lógica dos fantasmas, e professor do departamento de comunicação social da UFES

Fonte: O CAFEZINHO
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O novo é a contracultura. Ecologia, Humanismo e Espiritualidade

“Nossa luta não é só por democracia, mas por outra civilização”, diz Mujica

Para o senador e ex-presidente do Uruguai, a mudança cultural deve ser o motor das novas gerações.


De Curitiba (PR), 
“Fomos transformados em uma máquina de consumismo. A acumulação capitalista necessita que compremos, compremos e gastemos e gastemos. Vendem mentiras até que te tiram o último dinheiro. Essa é a nossa cultura e a única saída é a contracultura”, afirmou o ex-presidente do Uruguai - Créditos: Henry Milleo
“Fomos transformados em uma máquina de consumismo. A acumulação capitalista necessita que compremos, compremos e gastemos e gastemos. Vendem mentiras até que te tiram o último dinheiro. Essa é a nossa cultura e a única saída é a contracultura”, afirmou o ex-presidente do Uruguai / Henry Milleo

Para o senador e ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o atual contexto político do Brasil e da América Latina, com o avanço das forças de direita, não pode ser visto com desânimo. “Nós aprendemos muito mais com as derrotas do que com as vitórias. É preciso levantar e começar de novo”, declarou Mujica durante o Seminário Democracia na América Latina, que reuniu milhares de pessoas nesta quarta-feira (27) em Curitiba.
Segundo o senador, a democracia está em risco no mundo inteiro devido a duas questões centrais: a concentração da massa financeira nas mãos dos ricos e a crescente desigualdade na Terra. “Nunca o homem teve tantos recursos e meios científicos e técnicos para erradicar a fome e a miséria dos povos", disse o ex-presidente, enfatizando que o grande problema não é ecológico, mas político. “Temos 80 senhores que possuem o mesmo que outros 3 bilhões de habitantes”.
O ex-presidente destacou que, antes de mais nada, é preciso mudar a cultura. “Sem mudar a cultura não muda nada”, sentenciou. Como cultura, entende-se, a mentalidade de vida. Deixar o consumismo de lado, promovendo principalmente a vida e a felicidade humana como centro da sociedade. 
Mujica opinou ainda que o crescimento econômico só se justifica se ocorrer para o desenvolvimento da felicidade humana. “Fomos transformados em uma máquina de consumismo. A acumulação capitalista necessita que compremos, compremos e gastemos e gastemos. Vendem mentiras até que te tiram o último dinheiro. Essa é a nossa cultura e a única saída é a contracultura”, afirmou.

Democracia em foco

Organizado pelo laboratório de Culturas Digitais, projeto do Setor de Educação da UFPR, o evento ocorreu com o objetivo de fomentar o debate sobre a ameaça aos regimes democráticos na América Latina, a partir do atual contexto de golpe institucional no Brasil.
Sobre esse assunto, na opinião de Pepe Mujica, é necessário pensar um outro modelo de democracia. “A democracia do futuro não pode ser a democracia de gente sob medida, de campanhas e propaganda para satisfação do mercado. Aquela vende um candidato político como se fosse pasta de dente. Se a política é isso estamos fritos”, criticou.
“A democracia é uma luta permanente, não é o conformismo. E o nosso papel é lutar por um mundo melhor. O que vale é a vida”, finalizou.

Foto: Leandro Taques
Convidados 
Participaram da mesa, junto com Mujica, a integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná e Secretária de Direitos Humanos da ABGLT, Heliana Hemeterio dos Santos; o Doutor em História pela FFLCH-USP, Gilberto Maringoni; a Mestre em Educação pela UFPR e professora da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), Lívia Morales; e a pesquisadora na área de políticas educacionais e movimentos sociais da UFPR, Andrea Caldas.
Durante sua exposição, Gilberto Maringoni criticou incisivamente a política de Estado mínimo proposta pelo governo interino de Michel Temer. De acordo com ele, as propostas de cortes orçamentários nos programas sociais representam uma opção política. ˜É o livre mercado e ele só tem uma alternativa: o ajuste fiscal e reduzir direitos sociais. Não tem saída porque estamos sem dinheiro”, disse ele, reproduzindo o discurso majoritário do atual Governo Federal.
Hemeterio questionou a efetividade da construção democrática em um país no qual, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto. “A democracia latino-americana não inclui o povo negro. Não podemos falar de democracia a partir do nosso umbigo, sem incluir as mulheres negras, as mulheres lésbicas, as mulheres pobres", avaliou. 
A professora Livia Morales, da UNILA, destacou a necessidade de respeitarmos e valorizarmos as diversidades. “A política é o lugar da diferença. Quem gosta de tudo igual ao mesmo tempo é fascista. Precisamos aprender a lidar com as diferenças, conversar com as pessoas”, afirmou.
As falas foram recheadas de palmas e gritos por “fora Temer” e “fora Beto Richa”.

Foto: Leandro Taques

Tecnologia e participação social
Apesar de não ser aberto para perguntas, o seminário utilizou a tecnologia para fomentar o debate. Por meio da ferramenta “Delibera”, construída pelo Laboratório de Culturas Digitais, os participantes puderam enviar perguntar e votar nas mais interessantes.
O esforço de desenvolver ferramentas e metodologias de participação é um dos principais focos do projeto. Segundo o coordenador executivo do Laboratório, João Paulo Mehl, as pessoas precisam se apropriar do conhecimento gerado e também gerar conhecimento. Ele reforça que a tecnologia não dever ser tratada apenas sob o ponto de vista do especialista, mas de todos, desde os povos indígenas, aos programadores, designers e quilombolas.
Nesse sentido, a tecnologia utilizada e desenvolvida pelo Laboratório, por meio dos softwares livres, é aberta para ser revista, aprimorada e replicada por qualquer pessoa. Um dos exemplos de utilização da plataforma “Delibera” se dá no Conselho Nacional de Política Cultural, onde a ferramenta permite dar transparência e elaborar metodologias de decisões coletivas para o aprimoramento e fortalecimento de políticas publicas e programas.
Para Mujica, as tecnologias “não têm moral”. Portanto, caberá aos homens e mulheres da nova geração fazer o bom uso delas. “A evolução tecnológica, gostemos ou não, irá mudar a dinâmica social”, lembrou, afirmando que a interação proporcionada pelos meios digitais promove outro tipo de integração, que pode fazer com que a democracia no futuro seja muito mais desenvolvida do que a atual democracia representativa.
Fonte: BRASIL DE FATO
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O Tijolaço não entra na onda da “vira-latice” olímpica

POR FERNANDO BRITO · 27/07/2016
Para você encontrar meu nível de simpatia pelo prefeito Eduardo Paes, vai ter de pedir uma destas sondas de petróleo e cavar bem fundo. Não é zero, é abaixo de zero.

Mas não vou entrar nessa da mídia de ficar fazendo parecer que tudo é um caos, porque não é verdade.

Há falhas – várias, em vários graus -, há insensibilidade social mo caso de remoções, roubalheiras devem ter sido feitas – e não falo do público só, mas do privado.

Mas é próprio da elite midiática brasileira andar com uma lupa amplificando nossas deficiências.

Os apartamentos da Vila Olímpica – aliás, feitos pela iniciativa privada – não são nenhum pardieiro e, se não fosse a estupidez – perdão, não vejo como fugir da palavra – escrota do Prefeito com a historinha do canguru, não era nada que 48 h de eletricistas, bombeiros hidráulico e gasistas não resolvessem.

Eduardo Paes, cujo caráter já ficou evidente no seu comportamento em relação a Dilma Rousseff – que, com Lula, são os responsáveis por grande parte das obras de mobilidade e revitalização que o Rio recebeu – ,é um personagem que não vai passar da eliminatória de outubro na Rio 2016 eleitoral.

Mas o Rio não é este personagem e nosso país não é o caos que apregoam.

O El País mostra, hoje, que confusões de última hora foram comuns em Londres, Atlanta e Sochi, na Olimpíada de Inverno, na Rússia, há dois anos. “Dá pra se hospedar na Vila Olímpica, não há nada traumático“, dizem os atletas da delegação espanhola.

O fracasso das Olimpíadas pode ser político – a ausência de metade dos chefes de Estado que se previa, por conta do impeachment – e pelo clima de apreensão pela onda de violência mundial, na qual nossas autoridades fizeram questão de embarcar, em troca de mídia.

Esportivo não é – até porque nessa aí 7 a 1 não nos trespassa a alma – como foi o único fracasso da Copa, há dois anos atrás, com uma campanha de que tudo seria um caos. Ou alguém se esqueceu do “imagina na Copa”.

O resto é a louvação do “sport business”, interessadíssimos em explorar comercialmente a atração da competição e, com isso, promover os esportistas a uma espécie de subcelebridades.

O mundo do esporte – aliás, o mundo e a vida real – passa muito bem sem isso.

Recomendo a todos a leitura da matéria do Globo Esporte, da qual reproduzo um trecho abaixo, sobre a frugalidade com que se hospedam e comem os atletas cubanos de luta olímpica, que estão entre os favoritos da modalidade.

É o que a inculcação dos valores da classe média que pensa ser elite não consegue assimilar: é possível o bom viver com simplicidade. Não é ser escravo, é ser livre. Escravidão é aquela que coloca as pessoas, como dizia Noel Rosa, tendo dinheiro sem comprar a alegria.

E viver eternamente sendo escravo desta gente que cultiva a hipocrisia.



Vida em hostel, almoço em bar: astroscubanos desfrutam Rio sem glamour




Um grupo de homens altos, fortes e que andam sempre uniformizados tem chamado a atenção da vizinhança de um agitado hostel na Tijuca, bairro residencial da Zona Norte do Rio. É lá que a seleção cubana, dos multicampeões Mijain López, Ismael Borrero e Yasmany Lugo, escolheu para ficar nas duas primeiras semanas do período final de preparação para a Olimpíada. A rotina dos atletas tem sido treinar em dois períodos na Confederação Brasileira de Wrestling (CBW) e descansar nas horas vagas. As grandes refeições (almoço e jantar) têm sido feitas em um conhecido bar e restaurante especializado em petiscos no mesmo bairro.A escolha do hostel como QG da seleção cubana de luta olímpica se deveu à proximidade com o centro de treinamento da CBW, que fica a cerca de 2 km. O translado para os treinos tem sido feito através de uma van, alugada pela federação cubana. Inaugurado em 2013, o hostel – que fica a dez minutos a pé do Maracanã – vem sendo a casa de alguns atletas de luta olímpica nos últimos anos, os quais se hospedam no local para se deslocarem com facilidade para a CBW. Habitué do hostel, a lutadora goiana Keila Calaça, que é suplente da seleção feminina, foi quem indicou o local aos cubanos, que não têm do que reclamar nestes primeiros dias de estadia.– Cubanos e brasileiros são muito parecidos. No hostel e nas ruas todos nos cumprimentam. No restaurante, muitos param para tirar foto com a gente. Essa energia tem sido espetacular. Quando estamos aqui é como se estivéssemos na nossa segunda casa. O clima também ajuda muito, porque não é tão diferente de Cuba. Temos passado dias muito proveitosos, pois, como temos gasto pouco tempo para deslocamento, estamos aproveitando ao máximo o nosso tempo de treino – afirmou o chefe da delegação cubana, Raúl Trujillo.Todo o primeiro sábado do mês, o local recebe uma concorrida roda de samba. A direção do hostel prepara uma festa de despedida para os cubanos no último fim de semana da delegação no local. A seleção de Cuba fica no hostel até o dia 2 de agosto. A partir de então, os atletas se mudarão para um hotel de grande estrutura, possivelmente na Zona Oeste. A luta olímpica da Rio 2016 começa no dia 14 e vai até o dia 21. A competição será na Arena Carioca 2, na Barra da Tijuca

Fonte: TIJOLAÇO

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Golpe Elitista, Midiático e Misógino ignora a vontade popular

O fascismo neoliberal e a falsa democracia.

POR JARI DA ROCHA, COLABORAÇÃO PARA O TIJOLAÇO · 27/07/2016

Nossa perplexidade diante da tomada fascista do Brasil, depois de anos de um governo progressista – com todos os defeitos que lhe são inerentes, e no mundo, a partir do avanço da extrema-direita e, também, com as demonstrações de ódio e xenofobia em vários países, nos impede de reagir.

Essa paralisia, típica de choques (golpes), terá sua duração enquanto não entendermos o processo que está engolindo o que até então chamávamos de democracia, termo esse cooptado pelas novas práticas fascistas.

Em meio a essa (nossa) visão embaçada, um elemento, que sempre esteve presente e que fomos incapazes de neutralizar, sequer tocá-lo, se destaca: o capital global.

A figura eleita como forma de ‘tomada de consciência do povo brasileiro”, o gigante que despertara, não é a personificação de um povo que resolveu tomar as rédeas de seu próprio destino vestindo verde e amarelo.

Esse gigante, um monstro enorme com milhões de cabeças, era movido, na verdade, pelo que faz mover o mundo: um deus.

O deus dinheiro que vem nos engolir por dívidas, culpas e por mau comportamento. Subjaz aí, a ideia de que os devedores são culpados por seus pecados de insucesso capital.

Se quer o peixe (nada mais bíblico) aprenda a pescar, mesmo que ninguém lhe queira ensinar. E, por favor, não fale em fome numa hora dessas.

A lógica dos golpes de estado, dos estados de exceção e do autoritarismo que se impõe é pregada, ironicamente, através da palavra LIBERDADE como uma espécie de “operador cristão” da nova governamentalidade neoliberal.

(Curioso observar que o interino Temer usou a palavra ‘confiança’ ao usurpar o governo de Dilma Rousseff)

Assim, possivelmente, possamos entender o porquê da insistente disputa do uso do termo impeachment e sua aura de ‘democracia’.

Os golpes contra governos progressistas, que insistem com o ‘famigerado’ estado do bem estar social, são essencialmente golpes econômicos, mas que se apropriam da fôrma ‘democracia’ para, através da mídia (e sua liberdade de expressão) e da justiça (e sua igualdade para todos) definirem as disputas do campo político sob o disfarce – fascista – da democracia.

São, na verdade, partidos políticos reacionários empenhados e absolutamente comprometidos com as formas “religiosas” do capitalismo.

Por esta razão, já não é mais preciso tanques para impor um golpe de Estado.

Nesses períodos de recrudescimento das liberdades coletivas e individuais é sempre recomendável lembrar Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio.” E acrescentaria: sempre, mas sob novo disfarce.

E o que houve, então, com esse fascismo que julgávamos extinto desde a 2a. Guerra? Ele se transformou?

Em entrevista ao Instituto Humanitas da Unisinos (Universidade do Vale do Rio do Sinos) o filósofo Rodrigo Karmy Bolton, doutor em Filosofia pela Universidade do Chile, define o fascismo como um humanismo:

O fascismo, diríamos, é um humanismo. Para o fascismo, trata-se de salvar a ‘raça’ que será a última propriamente ‘humana’ que sobreviveu à invasão parasitária dos ‘outros’ (muçulmanos, judeus, índios, negros etc.).

Um regime que não reconhece a lei, porém sua exceção permanente, não conhece a técnica, senão como imperialismo; não sabe do outro mais do que como inimigo; não conhece o exército, senão como aparato policial; converte o silêncio em seu aliado mais forte, combinado com uma estetização completa da vida social; reduz a noção de progresso à extensão de suas rodovias e vislumbra o passado apenas como um mito que, tendo sido esquecido por muito tempo, é reeditado em e como presente.

Leia a entrevista completa de Karmy no site do IHU, que afirma que “o fascismo vive em nossos corpos” e o neoliberalismo, que funciona como um dispositivo, é uma “doutrina aristocrática, pois privilegia os melhores. Um aristocratismo econômico, e não político…”

Fonte: TIJOLAÇO

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Michel 6% Temer acaba de bater o recorde histórico de rejeição.

Postado em 26 Jul 2016
por : Paulo Nogueira

Fiasco instantâneo

Michel. Michel Temer. Mas pode chamá-lo de Michel 6% Temer.

O resultado da pesquisa Ipsos divulgada hoje é categórico: Temer é um fiasco. Um monumental fiasco.

Apenas 6% dos brasileiros aprovam o interino. Isto é metade do que Dilma tinha em sua etapa final na presidência, sob bombardeio ininterrupto da mídia e da Lava Jato.

Quer dizer: não é metade. É menos que metade. Dilma tinha quase 14% de aprovação.

Pronto. Isto é Michel 6% Temer. A mídia o protege descaradamente, a Lava Jato sumiu de circulação, a cobertura de corrupção de jornais e revistas virou nada: mesmo assim, Temer é amplamente rejeitado pelos brasileiros.

Num mundo menos imperfeito, os 6% seriam manchete dos jornais, e ocupariam vários minutos do JN.

Mas este nosso mundo é extremamente imperfeito, e então a mídia silencia. Mas isto não elimina os 6%.

É o pior índice de aprovação desde que este tipo de coisa passou a ser pesquisada. Collor, na véspera de seu impeachment, era aprovado por 9% das pessoas. Desnecessário dizer que nenhum jornal notou isso. Notariam se fosse um petista. Gritariam, melhor.

O Brasil, em suma, não quer Temer.

A plutocracia subestimou os brasileiros, este é o ponto. Achou que podia ludibriá-los. Os golpistas inventaram um pretexto que se revelou uma farsa cínica, as pedaladas.

Quando se tornou consenso que não houve pedaladas, a plutocracia alegou que isso não importava. Dilma seria afastada fosse inocente ou fosse culpada.

O golpe ficou inteiramente avacalhado. Não é justo com o Paraguai chamá-lo de golpe paraguaio.

É típico de um país ridículo montar um julgamento de meses cujo resultado se conhece de antemão porque os juízes são políticos sem nenhuma qualificação ética e moral.

O resultado disso é Michel 6% Temer.

É certo

Isso só vai piorar, caso o impeachment se concretize. Parece ter-se consolidado, com os fatos escabrosos em torno do golpe, a ideia de que Temer é o vilão e Dilma a vítima da história.

A Ipsos mostrou que diminuiu 13 pontos porcentuais o número de brasileiros que apoiam o impeachment de Dilma. De 61% passou a 48%.

Um vice decorativo não se transforma em estadista porque os Marinhos, os Frias e os Civitas querem.

Michel 6% Temer está aí para provar.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Filho Marketing

Tão logo a verdade sobre os resultados das pesquisas foi restabelecida, com a pesquisa apresentada pelo Ipsos, Temer resolveu fazer uma ação de marketing na tentativa de alavancar sua péssima aprovação pelo povo brasileiro.

Convocou a imprensa para registrar o momento em que conduz seu bisneto, ops!, filho, à escola, obviamente acompanhado da filha, ops!, esposa, sempre discreta e recatada.

Um factóide vulgar, rasteiro, que até mesmo revela um certo desespero, pressa, em tentar fazer algo para mudar a imagem.

A população brasileira não quer Temer na presidência e a imensa maioria acredita que o país está no caminho errado. Tudo isso é mais do que suficiente para estancar o golpe e colocar o país nos trilhos da democracia, convocando a população, em eleições livres e diretas, para escolher, ainda este ano, o presidente que governará até o final de 2018.


Midiático e Elitista

Enquanto a realidade se impõe com fatos e dados concretos, a velha mídia, através de artigo no jornal Estado de SP, afirma que a opção da maioria da população pode ser um equívoco, já que eleições podem trazer uma vitória do lulopetismo.

Ora, eleições podem trazer vitória para qualquer candidato, de qualquer ideologia, e a escolha é do povo, soberana. Certo, aos olhos da maioria da população, é que uma agenda como a que está sendo implementada pelo governo do golpe, não teria a menor chance de ser vitoriosa em eleições livres e democráticas.

A afirmação da velha mídia revela o caráter partidário dos meios de comunicação, a opção pelo golpe, a perseguição aos governos que promovem distribuição de renda e, ainda um ar elitista, ao dizer o que é certo ou errado para a população.

Misógino

Enquanto a velha mídia confirma o caráter elitista e midiático do golpe em curso, o ministro interino de relações exteriores, o conhecidíssmo religioso devoto de Nossa Senhora da Aparecida, José Chirico Serra, paga um mico internacional, um vexame, agora no México, ao destilar, mais uma vez, preconceito contra a presença de mulheres na política.


Senadores robóticos

O golpe se revela a cada dia, até mesmo no Senado, onde senadores diante de tantas evidências de que se trata de um golpe, insistem, de maneira robótica, em argumentos favoráveis ao impeachment golpista de uma presidenta honesta, eleita em eleições livres e democráticas com 54 milhões de votos.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Conheço meu lugar

Estudo lista países com as pessoas mais altas (e baixas) do mundo

Brasileiros cresceram 10 cm em um século, mas estão em 68º no ranking global


POR O GLOBO
26/07/2016 8:47 / atualizado 26/07/2016 9:56


O brasileiro tem altura média de 173,6 centímetros, com aumento de 10,4 centímetros em um século - Felipe Dana / AP

RIO — Como consequência de melhorias na alimentação, higiene e saúde pública, homens e mulheres “cresceram” durante o último século. De acordo com estudo que comparou a altura média das pessoas de 200 países, entre 1914 e 2014, as brasileiras ganharam em média 10,7 centímetros, alcançando 160,9 centímetros, no 71º lugar na lista. Entre os brasileiros, o ganho na altura média foi de 10,4 centímetros, para 173,6 centímetros, ocupando a 68ª posição

Os homens iranianos foram os que mais cresceram no período, ganhando 16,5 centímetros. Entre as mulheres, as sul-coreanas ganharam 20 centímetros na altura média. Os homens mais altos do mundo, na média, são os holandeses, que saíram da 12ª posição em 1914 para o topo da lista, com 182,5 centímetros. Entre as mulheres, as nascidas na Letônia lideram o ranking, com altura média de 169,8 centímetros.

O Timor-Leste tem os homens mais baixos do mundo, e a Guatelama tem as mulheres com a menor altura média do planeta.

Segundo James Bentham, pesquisador do Imperial College, de Londres, e coautor do estudo, a tendência global de crescimento está ligada, primeiramente, a melhorias na nutrição, higiene e medicina. A genética, explica o pesquisador, tem grande influência no indivíduo, mas entre uma população, essa influência é diminuída. O estudo analisou dados de 18,6 milhões de pessoas, aos 18 anos, com informações disponíveis em 1.472 estudos populacionais.

— A maioria das populações teria crescimento similar se tivesse as mesmas condições — afirmou Bentham, ao “Guardian”.

Elio Riboli, coautor também do Imperial College, destaca que alturas maiores estão associadas com maior expectativa de vida:

— Isso está relacionado ao menor risco de morte por doenças cardiovasculares entre os mais altos — disse, destacando que as pessoas mais altas, na média, também possuem salários maiores e melhores níveis educacionais.

Os resultados do estudo, publicado na revista “eLife”, mostram ainda que, na média, os homens são mais altos que as mulheres em todos os países do mundo.

Apesar de o aumento da altura ter sido percebido em todos os países analisados, a variação foi maior em países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

— As partes do mundo onde as pessoas não se tornaram particularmente altas ao longo de 100 anos de análise são o Sul da Ásia (como Índia, Paquistão e Bangladesh) e a África Subsaariana. Nessas áreas, o crescimento ficou entre 1 e 6 centímetros — disse Bentham, à BBC.

Na África do Sul, os homens cresceram em média apenas 1,4 centímetros no século, e no Paquistão, 1,2 centímetros. As mulheres filipinas cresceram apenas 1,7 centímetros e, na Nigéria, apenas 2 centímetros. Os homens mais baixos do mundo estão no Timor-Leste, com altura média de 159,8 centímetros, enquanto as mulheres mais baixas estão na Guatemala, com 149,4 centímetros.

Fonte: O GLOBO
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Preta Gil desabafa sobre mensagens preconceituosas em rede social

jul 26, 2016

Foto: Reprodução/Facebook

Preta Gil desabafou em seu perfil no Facebook, nesta segunda-feira (26), após ter sido vítima de mensagens preconceituosas em sua própria página. A cantora vai registrar o caso na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).

Confira um trecho de seu desabafo:

” Ontem fui atacada com diversas mensagens de ódio em minha pagina no Facebook; uns atacaram minha cor, meu trabalho, meu corpo, outros tentando fazer piadas de péssimo gosto apenas para tentar me diminuir ou magoar, eles assinaram todos os posts com uma # agiram em bando, são organizados e cruéis. Saibam esse tipo de ataque só me fortalece, eu conheço o meu valor !!! São “pessoas” que usam imagens de cachorro, mordaças, mascaras, personagens em quadrinhos, vilões, monstros de filme, crianças, fotos nitidamente forjadas para que o dono do perfil não seja reconhecido.”
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Fonte: MANCHETE ONLINE
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Deu no Globo. Deu na Folha, também.

O jonalzinho Hoje, da TV Globo, de hoje, deu amplo destaque a pesquisa.

Globo e Folha consideram o brasileiro "baixinho" já que a média de altura do homem brasileiro é de 1,74 cm. Eles gostam de grandes.

Interessante que os orientais, como japoneses, chineses e coreanos, são de estatura baixa, magros, porém saudáveis, muito inteligentes e evoluídos. Ainda tem uma das maiores expectativa de vida do planeta, como no caso dos japoneses, na casa de 90 anos.

E o que dizer dos "baixinhos" vietnamitas que derrotaram o exército dos EUA na guerra do Vietnam ?

A matéria de Globo vem no embalo de uma série de preconceitos alimentados pela turma de globo nas redes sociais, principalmente contra os nordestinos brasileiros, em tempos de olimpíada onde a força, em algumas modalidades esportivas, ganha cada vez mais relevância, até mesmo em detrimento da técnica. Vale lembrar que na década de 1960, quando a força e a estatura dos atletas não tinham tanto relevância em alguns esportes, como o volei, por exemplo, as japonesas, de estatura baixa, eram imbatíveis, já que tinham uma técnica bem apurada. Assim como nas sociedades do mundo atual, a idiotice se associa a cultura e passa ser considerada como cultura, a força se associa a técnica no esporte, cada vez mais.

Essa valorização da força mereceu um excelente artigo, recentemente, do ex-jogador de futebol e tricampeão mundial, Tostão. Segundo Tostão, os jogadores de futebol tem sido obrigados a correr cada vez mais, o que tem acarretado mais lesões, e , de alguma forma, empobrecendo a técnica.

Tostão, Pelé, Romário, Zico, todos de estatura mediana.

Quanto ao nordeste, ver, abaixo, a bela canção do cearense Belchior:

Conheço o Meu Lugar

O que é que pode fazer o homem comum
Neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar
A vida comovida
Inteiramente livre e triunfante?

O que é que eu posso fazer
Com a minha juventude
Quando a máxima saúde hoje
É pretender usar a voz?

O que é que eu posso fazer
Um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
Que sob a luz da lua
Os tratam como gente - é claro! - aos pontapés

Era uma vez um homem e o seu tempo
Botas de sangue nas roupas de lorca
Olho de frente a cara do presente e sei
Que vou ouvir a mesma história porca
Não há motivo para festa: Ora esta!
Eu não sei rir à toa!

Fique você com a mente positiva
Que eu quero é a voz ativa (ela é que é uma boa!)
Pois sou uma pessoa.
Esta é minha canoa: Eu nela embarco.
Eu sou pessoa!
A palavra "pessoa" hoje não soa bem
Pouco me importa!

Não! Você não me impediu de ser feliz!
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Ninguém é gente!
Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!

Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!

Você sabe bem: Conheço o meu lugar

Diga não ao golpe

A vocação suicida da elite

POR FERNANDO BRITO · 26/07/2016


A natureza colonial de nossa elite, antes de significar a adesão à metrópole, implica a renúncia à ideia de ter um destino próprio. Ela não se vê e não se quer como parte – privilegiada que seja – de uma nação, para o que é necessário compreender pertencer a um povo.

Num rabisco sociológico, não tem sentimentos de pertença – de ligação natural, de mesmo heterogênea, fazer parte de uma coletividade nacional. O prior, ainda seguindo este esboço, é que esta elite serve como referência para um grupo imensamente – e ponha imensamente num país com o grau de urbanização e o tamanho do Brasil – que a elas imita, porque a ele quer e crê pertencer.

Duro, mas preciso, o artigo da jornalista Eleonora de Lucena, na Folha de hoje, é um retrato agudo do comportamento desta elite, que não é apenas suicida, porque mata, ou tenta matar ao longo da história, a vocação do Brasil para ser uma das grandes – e certamente a de mais “biodiversidade” humana – nações deste planeta.

Escracho

Eleonora de Lucena*, na Folha

A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país.

Não é a primeira vez. No século 19, ficou atolada na escravidão, adiando avanços. No século 20, tentou uma contrarrevolução, em 1932, para deter Getúlio Vargas. Derrotada, percebeu mais tarde que havia ganho com as políticas nacionais que impulsionaram a industrialização.

Mesmo assim, articulou golpes. Embalada pela Guerra Fria, aliou-se a estrangeiros, parcelas de militares e a uma classe média mergulhada no obscurantismo. Curtiu o desenvolvimentismo dos militares. Depois, quando o modelo ruiu, entendeu que democracia e inclusão social geram lucros.

Em vários momentos, conseguiu vislumbrar as vantagens de atuar num país com dinamismo e mercado interno vigoroso. Roberto Simonsen foi o expoente de uma era em que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) não se apequenava.

Os últimos anos de crescimento e ascensão social mostraram ser possível ganhar quando os pobres entram em cena e o país flerta com o desenvolvimento. Foram tempos de grande rentabilidade. A política de juros altos, excrescência mundial, manteve as benesses do rentismo.

Quando, em 2012, foi feito um ensaio tímido para mexer nisso, houve gritaria. O grupo dos beneficiários da bolsa juros partiu para o ataque. O Planalto recuou e se rendeu à lógica do mercado financeiro.

Foi a senha para os defensores do neoliberalismo, aqui e lá fora, reorganizarem forças para preparar a reocupação do território. Encontraram a esquerda dividida, acomodada e na defensiva por causa dos escândalos. Apesar disso, a direita perdeu de novo no voto.

Conseguiu, todavia, atrair o centro, catalisando o medo que a recessão espalhou pela sociedade. Quando a maré virou, pelos erros do governo e pela persistência de oito anos da crise capitalista, os empresários pularam do barco governista, que os acolhera com subsídios, incentivos, desonerações. Os que poderiam ficar foram alvos da sanha curitibana. Acuada, nenhuma voz burguesa defendeu o governo.

O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Privatizações, cortes profundos em educação e saúde, desmanche de conquistas trabalhistas, ataque a direitos.

O objetivo é elevar a extração de mais valia, esmagar os pobres, derrubar empresas nacionais, extinguir ideias de independência. Em suma, transferir riqueza da sociedade para poucos, numa regressão fulminante. Previdência, Petrobras, SUS, tudo é implodido com a conversa de que não há dinheiro. Para os juros, contudo, sempre há.

Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo. Sem líderes, deixa-se levar pela miragem da lógica mundial financista e imediatista, que detesta a democracia.

Amargando uma derrota histórica, a esquerda precisa se reinventar, superar divisões, construir um projeto nacional e encontrar liderança à altura do momento.

A novidade vem da energia das ruas, das ocupações, dos gritos de “Fora, Temer!”. Não vai ser um passeio a retirada de direitos e de perspectiva de futuro. Milhões saborearam um naco de vida melhor. Nem a “teologia da prosperidade” talvez segure o rojão. A velha luta de classes está escrachada nas esquinas.

*Eleonora de Lucena é repórter especial da Folha e foi Editora-executiva do jornal de 2000 a 2010



Fonte: TIJOLAÇO

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Roberto Requião
Dia 31 vamos as ruas dizer que o Brasil é dos brasileiros, não é dos banqueiros, nem dos interesses geopolíticos de outros países. Soberania

Emir Sader
Stédile: “Se não aceitarem Dilma de volta, vamos parar este País”



Carta Maior
Em Aracaju, Dilma convoca a resistência para dia 31: 'A força do povo brasileiro é o mais forte argumento que temos para colocar na mesa'



  1. Pesquisa Ipsos também mostra que apoio ao impeachment de Dilma cai. De 61% em março para 48% hoje 



  2. Paulo Nogueira Jr: 'A percepção (no mundo) é que a renda está se concentrando, que as elites não são confiáveis (daí) Brexit, Trump, etc

    Dia 31/07 de qual lado você está? Confirme presença no evento: http://bit.ly/29T9do9 #ForaTemer


Fonte: CARTA MAIOR
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BBC: pesquisa da Ipsos mostra o contrário do Datafolha. Cai apoio ao impechment, eleição é a saída

POR FERNANDO BRITO · 26/07/2016



Só 16% dos brasileiros querem que Michel Temer permaneça até o final do atual mandato presidencial.

Um número completamente diferente do que alegou a Folha ao exibir a pesquisa Datafolha, há dez dias.

É isso o que aponta o Ipsos, uma consultoria que faz pesquisas em toda a América Latina, publicada hoje pela BBC e pelo Valor, este exclusivo para assinantes.

52% querem a convocação de nova eleição presidencial, seja convocada por Temer (38%) ou por Dilma (14%). 20% querem a volta de Dilma até a conclusão de seu mandato e só 16% querem que Temer fique até 2018, restando 12% que não sabem ou não quiseram responder.



É esta “pequena diferença”, que a Folha descreve como “sem interesse jornalístico” que torna escandalosa a fraude jornalística cometida contra seus leitores.

Fraude, não erro, porque o dado estava disponível para os editores – ou diretores – do jornal, embora tivessem ficado ocultos na versão divulgada do questionário, como denunciou The Intercerpt e este blog teve a felicidade de encontrar.

Para que não haja dúvida do que a Folha achou que era “jornalístico”, reproduzo ao lado a miniatura de sua manchete do domingo, 17 de julho.

Há mais na pesquisa.

O apoio ao impeachment de Dilma perdeu a maioria absoluta que registrava até a pesquisa anterior da Ipsos: agora são 48% que o desejam (11% a menos do que em abril, quando a Câmara autorizou o início do processo) e 34% que são contrários.

Mais dados, do site da BBC:

“Quanto a avaliação pessoal de Temer e Dilma, a rejeição a ambos permanece bastante elevada.

De acordo com o levantamento, entre junho e julho, a porcentagem de pessoas que desaprovava totalmente ou um pouco o interino recuou de 70% para 68%. Para a petista, o indicador recuou de 75% para 71%. A aprovação de Dilma, por sua vez, foi de 20% para 25%. E a de Temer ficou estável em 19%.

Os resultados, em geral, indicam que o apoio à Dilma é maior no Nordeste e entre pessoas de menor renda e escolaridade. Temer tem mais aprovação nas demais regiões do país e entre os mais ricos e com mais anos de estudos.”

A aprovação a Temer, estimada pela Folha em 14%, fica, segundo o Ipsos, na metade: 7%.

Fonte: TIJOLAÇO
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Um golpe misógino, elitista e midiático, que tem o apoio de uma classe média semi-culta, semi- informada e alienada que acredita pertencer a uma casta superior. Uma legião de midiotas que circula diariamente pelas catedrais de consumo a procura de capas de livro para decoração de estantes em uma verdadeira procissão de embotados, zumbis chiques, reféns de folhetins midiáticos decadentes, pessoas carentes de mentiras sinceras.

Um golpe que, se consolidado, mergulhará o país em um caos social e ainda se estenderá por toda a America latina.

Uma elite suicida, assim como em atos de terrorismo, causará sofrimento em grande parte da população brasileira.

Em um momento de radicalização mundial, o golpe significa o assassinato do futuro, um retrocesso de décadas.

Impedir o golpe é tarefa diária e, assim sendo, o escracho, as ocupações e manifestações nas ruas devem se intensificar nos próximos dias, aproveitando a vitrine dos jogos olímpicos.

Dia 31, um domingo que não será apenas mais um domingo - onde o auge da idiotice toma conta da grande mídia e invade a solidão das pessoas das grandes cidades - uma grande manifestação vai acontecer nas ruas das principais cidades brasileiras em defesa da democracia e contra o golpe do retrocesso, elitista, misógino, midiático, anti-democrático.

O Brasil não é um sistema financeiro.

O Brasil é um conjunto de pessoas que ocupa um território bem definido, e que tem necessidades reais, evolutivas.


A Ipsos é uma empresa francesa de pesquisas, que atua em 80 países, e financiou a própria enquete cujo resultado escancarou a rejeição ao golpe. Pesquisa Ipsos: 89% consideram que o Brasil está no rumo errado; gestão Temer tem 7 vezes mais desaprovação que aprovação. E aí Datagolpe?

Fonte: CARTA MAIOR

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Curtas - 25.07.2016

'A tendência geral é de radicalização de todo mundo' (relatório da Europol, serviço de polícia da UE).

Fonte: CARTA MAIOR
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Atletas russos encontram obstáculos fora do comum a caminho do pódio

Fonte: DIÁRIO DA RUSSIA
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Fonte: CARTA MAIOR
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ALERTA: TRÊS MIL PESSOAS MORRERAM EM 2016 TENTANDO CHEGAR NA EUROPA

Cerca de 3 mil pessoas morreram este ano tentando entrar na Europa pelo Mar Mediterrâneo, segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações). Pelo terceiro ano consecutivo, o número de mortes de imigrantes e refugiados ultrapassa 3 mil.
Fonte: IG
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O golpe acabou com os jogos



    Fonte: Redes Sociais
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    Al-Qaeda exorta a sequestro de cidadãos ocidentais e atentados nas Olimpíadas no Rio



© East News/ Pacific Press
08:49 25.07.2016URL curta
062810

O atual líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, teria pedido aos seus companheiros que sequestrassem pessoas do Ocidente para trocá-los por jihadistas presos até que o último muçulmano preso seja libertado.

O apelo foi feito em uma entrevista de áudio com o chefe do grupo terrorista, postada na Internet, informou o SITE Intelligence Group.

"Na gravação al-Zawahiri exorta à luta contra "os cruzados, traidores e inimigos do Islã", luta que ele pretende lançar tomando reféns nos países ocidentais. Ele sugere trocar ocidentais capturados por jihadistas mantidos em prisões dos "ateístas" até que o último homem muçulmano aprisionado e a última muçulmana aprisionada sejam libertados".

© AFP 2016/ EVARISTO SA
Itamaraty confirma presença de 45 chefes de Estado e de Governo na abertura das Olimpíadas

Não é pela primeira vez que Al-Zawahiri, envolvido na organização de vários atentados terroristas por todo o mundo, inclusive o 9/11, apela a sequestros de pessoas. Em 2012 ele chamou os jihadistas a tomarem como reféns turistas ocidentais nos países muçulmanos.

Segundo as informações, o líder do grupo terrorista, que atualmente está foragido dos serviços de segurança ocidentais, poderá se esconder em uma base do Talibã na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

Ainda não se sabe se a recente gravação é verdadeira.

Na quarta-feira o site The Foreign Desk informou sobre diretivas aos islamistas para realizar ataques durante os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, emitidas por um grupo afiliado da Al-Qaeda. De acordo com as instruções que apareceram na mídia social, os alvos prioritários dos jihadistas seriam atletas britânicos, americanos, franceses e israelenses, bem como espectadores e hóspedes de alto nível, tais como chefes de Estado dos países ocidentais.

"Um pequeno ataque à faca contra americanos/israelenses nestes locais terá um efeito maior na mídia do que quaisquer ataques em outros lugares", indica uma das mensagens citadas pelo site The Foreign Desk.



ROGÉRIO SANTANA/GERJ
Preso último suspeito de planejar ataque nos Jogos Olímpicos 2016"Entre os meios de realização de ataques é indicado o veneno, explosivos e armas de fogo que podem ser adquiridas facilmente nas "favelas" brasileiras. Também segundo tais diretivas, as bombas podem ser facilmente instaladas em drones e direcionadas contra multidões".

No último dia, as forças de segurança brasileiras prenderam dez suspeitos de planejar ataques durante as Olimpíadas

Fonte: DIÁRIO DA RUSSIA
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