segunda-feira, 23 de maio de 2016

Todos às ruas para derrubar o golpe dos ladrões, corruptos e bandidos

Temer está tecnicamente morto depois das inconfidências de Jucá. 

Postado em 23 May 2016
Temer e Jucá com Delfim: rindo do quê?
O governo Temer, que já vinha se arrastando, está agora tecnicamente morto.
Não há salvação possível depois que veio a público, pela Folha, uma conversa entre o ministro Romero Jucá e um investigado na Lava Jato.
A conversa, numa linha, confirma o que já se sabia sobre o golpe: uma mulher honesta foi derrubada por homens corruptos.
A diferença, agora, é que isto foi claramente exposto por Jucá, um dos articuladores do impeachment e espécie de primeiro ministro de Temer.
O objetivo jamais foi combater a corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio Jucá e tantos outros.
Não sobra ninguém da conversa. Temer, por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”.
Em sua superior mediocridade, Temer passou uma vida inteira como como um figurante. Só foi notado pelos brasileiros quando apareceu com uma mulher que poderia ser sua neta. Agora, ele se consagra como o “homem do Cunha”.
Jucá cita também o Supremo como parte da trama. Afirma que esteve com vários ministros do STF para discutir o golpe.
Não os cita. Mas você pode deduzir facilmente que juízes militantes como Gilmar Mendes e Dias Toffoli falaram com Jucá.
Gilmar jamais fez questão de esconder sua militância. Numa cena infame, apareceu às vésperas do impeachment numa fotografia ao lado de Serra, e sequer ficou vermelho. Para ele, ficou natural ser um político desvairado com toga.
Nunca mais você verá uma sessão do STF da mesma forma, isto é certo. Aqueles senhores (e senhoras) circunspectos e com capas ridículas parecerão um bando de golpistas.
Rosa Weber há dias intimou Dilma a dizer por que ela anda chamando o golpe de golpe. Dilma pode entregar a Rosa uma cópia da conversa de Jucá.
Aécio também é citado na conversa: “Todo mundo conhece o esquema do PSDB.” Menos a mídia, talvez, quejamais tratou decentemente do assunto.
Isso permite ainda hoje a velhos demagogos como FHC, Serra e Aécio posarem de homens acima de qualquer suspeita e falarem de corrupção como se fosse alguma coisa da qual estivessem imaculadamente distantes.
A mídia também está lá na conversa gravada. Os barões da imprensa, está registrado, tinham todo o interesse em tirar Dilma.
Nenhuma novidade, mais uma vez. Colocar um presidente amigo, como Temer, daria às grandes empresas jornalísticas livre acesso ao dinheiro público, por meio de publicidade oficial, empréstimos do BNDES e outras mamatas que fizeram a fortuna bilionária dos Marinhos, dos Civitas e dos Frias.
A Folha, que participou ativamente da trama que derrubou Dilma, parece ter dado um golpe de mestre com esta história.
Enquanto a Globo descaradamente passou a praticar um jornalismo chapa branca, a Folha tenta mostrar que não tem rabo preso com ninguém, como disse seu marketing durante muitos anos.
É uma espécie de retorno aos últimos tempos da ditadura, quando a Folha pregava as diretas já e a Globo continuava a defender os militares.
Como a Globo vai-se sair dessa – se é que vai – é uma incógnita.
Quem, definitivamente, não tem como se livrar das consequências das inconfidências de Jucá é Temer, o Breve.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Supremo levou uma bofetada de Jucá. Ou o prende, ou se enterra no golpe sem exceções

jucastf
O que há de diferente nas gravações comprometedoras de Romero Jucá e Delcídio do Amaral?
A de Jucá é incomparavelmente mais grave e comprometedora.
Delcídio queria obter uma liberdade condicional para Nestor Cerveró, a fim de que ele não fizesse ou fosse econômico numa delação premiada para, depois, ajuda-lo a fugir.
Por maior que fosse o crime, ele se circunscreve em “cantar” ministros do Supremo para libertarem um homem e, assim, evitar as acusações que ele pudesse fazer a alguns, em especial ao próprio Delcídio.
Jucá diz ter feito o mesmo “diálogo” que Delcídio diz que fez ou arranjou que se fizesse, com ministros.
Mas não foi para soltar um acusado, foi para dar um golpe de Estado que livrasse todos os acusados ou investigados do PMDB e do PSDBque estão na fila.
E para que o furor moralizante se contentasse com os que já abocanhou e os mastigasse.
Jucá disse claramente que era preciso fazer com que Dilma caísse para que parasse tudo.
Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária “uma coisa política e rápida”.(…)
Jucá acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “aí parava tudo”. “É. Delimitava onde está, pronto”, respondeu Jucá, a respeito das investigações.
O senador relatou ainda que havia mantido conversas com “ministros do Supremo”, os quais não nominou. Na versão de Jucá ao aliado, eles teriam relacionado a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato.
Jucá afirmou que tem “poucos caras ali [no STF]” ao quais não tem acesso e um deles seria o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, a quem classificou de “um cara fechado”.
Portanto, só quem ficou de fora, nas palavras de Jucá, foi Teori. O resto dos ministros está sob suspeitas (para não dizer que alguns “sob certeza”) de que estavam na tramóia.
O STF levou uma bofetada.
É como se dissessem que o Excelentíssimo Dr. Ministro é um fdp.
O que vai fazer, solicitar à Procuradoria que “vá lá em casa e veja o que mamãe anda fazendo?”
Os ministros que não estiverem nessa trampa vão aceitar este conceito?
Não há desculpa para uma reação minimamente diferente da que tiveram com Delcídio, onde o processo se atropelou e mandaram prender em flagrante, porque havia, no plano, a “continuidade delitiva”.
E o plano do golpe, não está em pleno curso?
Como é que Ricardo Levandowski vai presidir o julgamento de Dilma no Senado se Jucá não o excluiu da lista dos que teriam topado o “pacto para frear a Lava Jato” onde está?
Se a bancada do PT não fosse molóide, estaria protocolando agora um requerimento na Comissão de Ética do Senado, porque a declaração foi dada com Jucá exercendo o cargo de Senador, antes de virar ministro.
Se é que vai continuar, porque Temer talvez não possa resistir à pressão para largar seu aliado na beira da estrada.
Se não o fizer, e já, estará assumindo quase que formalmente o que todo mundo sabe que fazia: agir em conluio do Romero Jucá para derrubar o Governo.
Jucá revelou os intestinos dos arranjos das tais “instituições”.
E o conteúdo deles corresponde ao continente
Fonte: TIJOLAÇO
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Romero Jucá coloca 

um ponto final no 

governo Temer



do processo de impeachment.
juca
Quando essa sua conversa com Sérgio Machado vem à tona, o que
se revela não é apenas um papo de amigos, mas os intestinos do golpe.
Fica claro que Dilma não foi afastada nem pelos seus erros e muito
menos por ter cometido crime de responsabilidade. Mas porque não 
aceitou participar da máfia da qual, segundo Jucá, fazem parte ministros 
do Supremo e setores das Forças Armadas, além de Aécio, seu PSDB 
e a mídia, que segundo Jucá, só pararia de falar na Lava Jato se Dilma 
sofresse o impeachment.
Essa gravação da conversa de Jucá e Sérgio Machado é muito mais
grave do que a delação de Delcídio ou a de Roberto Jefferson. 
Porque é algo espontâneo, onde tudo que é dito não faz parte de 
um roteiro. E revela os bastidores do golpe com uma nitidez 
impressionante.
Não há mais como dizer que o Brasil não vive um golpe de Estado
depois da revelação deste áudio. Internacionalmente isso será a prova
que muitos órgãos de imprensa precisavam para não ter mais dúvida
alguma sobre isso e democratas mundo afora vão se solidarizar
com Dilma.
O governo ilegítimo e interino de Temer foi atingido no coração.
É claro que a mídia que participou ativamente do golpe vai buscar
salvá-lo, mas essa operação tem chance zero de dar certo.
Esta dada a grande oportunidade para Dilma. Ela precisa sentar com
os senadores que não estão diretamente envolvidos no motim, articular
uma base ampla na sociedade civil, levando em consideração a força dos movimentos sociais que lhe deram apoio, conversar com grandes
empresários que não participaram dessa articulação e pactuar uma
nova agenda.
Um novo governo que teria como objetivo tirar o Brasil do impasse,
montando, de fato, um ministério de pessoas sérias e respeitadíssimas 
e que não dialogassem apenas com o Congresso, mas com o país como 
um todo.
Jucá, o maior dos conspiradores, abriu uma porta imensa para que se
possa salvar a democracia brasileira. É preciso aproveitá-la, mas com
muita tranquilidade e habilidade.
PS: Prestem bem atenção no que Jucá e Sérgio Machado falam 
sobre Aécio.
Nesta conversa, o tucano, aparece como é. 
E como todos os políticos o retratamem off.

Fonte: Blog do Rovai
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Em gravações, Jucá sugere que ministros
do Supremo pregavam golpe contra
Dilma para abafar Lava Jato
23 de maio de 2016 às 09h53



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Em diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato
Em conversas ocorridas em março passado, o ministro do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos.
Gravados de forma oculta, os diálogos entre Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. As conversas somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O advogado do ministro do Planejamento, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente “jamais pensaria em fazer qualquer interferência” na Lava Jato e que as conversas não contêm ilegalidades.
Machado passou a procurar líderes do PMDB porque temia que as apurações contra ele fossem enviadas de Brasília, onde tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), para a vara do juiz Sergio Moro, em Curitiba (PR).
Em um dos trechos, Machado disse a Jucá: “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. […] Ele acha que eu sou o caixa de vocês”.
Na visão de Machado, o envio do seu caso para Curitiba seria uma estratégia para que ele fizesse uma delação e incriminasse líderes do PMDB.
Machado fez uma ameaça velada e pediu que fosse montada uma “estrutura” para protegê-lo: “Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu ‘desça’? Se eu ‘descer’…”.
Mais adiante, ele voltou a dizer: “Então eu estou preocupado com o quê? Comigo e com vocês. A gente tem que encontrar uma saída”.
Machado disse que novas delações na Lava Jato não deixariam “pedra sobre pedra”. Jucá concordou que o caso de Machado “não pode ficar na mão desse [Moro]”.
O atual ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária “uma coisa política e rápida”.
“Eu acho que a gente precisa articular uma ação política”, concordou Jucá, que orientou Machado a se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).
Machado quis saber se não poderia ser feita reunião conjunta. “Não pode”, disse Jucá, acrescentando que a ideia poderia ser mal interpretada.
O atual ministro concordou que o envio do processo para o juiz Moro não seria uma boa opção. “Não é um desastre porque não tem nada a ver. Mas é um desgaste, porque você, pô, vai ficar exposto de uma forma sem necessidade.”
E chamou Moro de “uma ‘Torre de Londres'”, em referência ao castelo da Inglaterra em que ocorreram torturas e execuções entre os séculos 15 e 16. Segundo ele, os suspeitos eram enviados para lá “para o cara confessar”.
Jucá acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “aí parava tudo”. “É. Delimitava onde está, pronto”, respondeu Jucá, a respeito das investigações.
O senador relatou ainda que havia mantido conversas com “ministros do Supremo”, os quais não nominou. Na versão de Jucá ao aliado, eles teriam relacionado a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato.
Jucá afirmou que tem “poucos caras ali [no STF]” ao quais não tem acesso e um deles seria o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, a quem classificou de “um cara fechado”.
Machado presidiu a Transpetro, subsidiária da Petrobras, por mais de dez anos (2003-2014), e foi indicado “pelo PMDB nacional”, como admitiu em depoimento à Polícia Federal. No STF, é alvo de inquérito ao lado de Renan Calheiros.
Dois delatores relacionaram Machado a um esquema de pagamentos que teria Renan “remotamente, como destinatário” dos valores, segundo a PF. Um dos colaboradores, Paulo Roberto Costa disse que recebeu R$ 500 mil das mãos de Machado.
Jucá é alvo de um inquérito no STF derivado da Lava Jato por suposto recebimento de propina. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em delação que o peemedebista o procurou para ajudar na campanha de seu filho, candidato a vice-governador de Roraima, e que por isso doou R$ 1,5 milhão.
O valor foi considerado contrapartida à obtenção da obra de Angra 3. Jucá diz que os repasses foram legais.
LEIA TRECHOS DOS DIÁLOGOS
Data das conversas não foi especificada
SÉRGIO MACHADO – Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ – Eu ontem fui muito claro. […] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO – Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ – Sim.
MACHADO – Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ – Eu acho que…
MACHADO – Tem que ter um impeachment.
JUCÁ – Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO – E quem segurar, segura.
JUCÁ – Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.
MACHADO – Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ – Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO – Odebrecht vai fazer.
JUCÁ – Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO – Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que… O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[…]
JUCÁ – Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[…]
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ – Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ – Com o Supremo, com tudo.
MACHADO – Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ – É. Delimitava onde está, pronto.
[…]
MACHADO – O Renan [Calheiros] é totalmente ‘voador’. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
JUCÁ – Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
***
MACHADO – A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado…
JUCÁ – Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com…
MACHADO – Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.
JUCÁ – Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].
MACHADO – Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?
JUCÁ – Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.
[…]
MACHADO – O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
JUCÁ – Todos, porra. E vão pegando e vão…
MACHADO – [Sussurrando] O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? [Mudando de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.
JUCÁ – Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.
MACHADO – Porque se a gente não tiver saída… Porque não tem muito tempo.
JUCÁ – Não, o tempo é emergencial.
MACHADO – É emergencial, então preciso ter uma conversa emergencial com vocês.
JUCÁ – Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? […] Eu acho que você deve procurar o [ex-senador do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.
MACHADO – Acha que não pode ter reunião a três?
JUCÁ – Não pode. Isso de ficar juntando para combinar coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é… Depois a gente conversa os três sem você.
MACHADO – Eu acho o seguinte: se não houver uma solução a curto prazo, o nosso risco é grande.
***
MACHADO – É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…
JUCÁ – Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
MACHADO – O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…
JUCÁ – É, a gente viveu tudo.
***
JUCÁ – [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
MACHADO – Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava Jato].
JUCÁ – Os caras fizeram para poder inviabilizar ele de ir para um ministério. Agora vira obstrução da Justiça, não está deixando o cara, entendeu? Foi um ato violento…
MACHADO -…E burro […] Tem que ter uma paz, um…
JUCÁ – Eu acho que tem que ter um pacto.
[…]
MACHADO – Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém.
JUCÁ – Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara… Burocrata da… Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal de Justiça].
Fonte: VIOMUNDO
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Dilma deveria responder à Rosa Weber com uma cópia da gravação do Jucá e um bilhetinho: 'Ajudo assim?. Disponha'.

Fonte: CARTA MAIOR
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Por aqui no PAPIRO, e em outros sites e blogues independentes, o golpe sempre foi tratado como golpe.

A armação para a acabar com a Lava jato depois do golpe e preservar os bandidos golpistas, também sempre foi citada na blogosfera independente.

O fato de um bando de ladrões, bandidos e corruptos, com o apoio do STF e de toda a grande mídia terem tramado o golpe, também sempre foi denunciado por aqui.

E eis que agora, nas conversa de Jucá, a verdade veio à tona em forma de esgoto sólido, ou seja, tudo aquilo que os blogues e sites independentes já denunciavam desde a releição de Dilma em outubro de 2014, explode como uma bomba.

Diante dos fatos o governo Temer sofrerá uma pressão terrível das ruas para que o presidente interino golpista pegue sua bela ,recatada e do lar, e deixe a presidência, já que não há mais sustentação para o governo. Mesmo que os golpistas venham a sacrificar Jucá para preservar o golpe - chamando Jucá de louco, drogado, ou qualquer coisa parecida - o governo interino de Temer está morto.

O golpe foi confirmado por um ministro de Temer, e não um ministro qualquer , já que Jucá tem funções e poderes similares a de um primeiro ministro.

A partir de hoje, e bem mais do que ontem, os protestos de rua contra o golpe se intensificarão, em qualidade e em quantidade, já que somente a sociedade pode barrar esse golpe sujo, uma vez que até mesmo o Poder Judiciário, como afirmou Jucá, é parte do golpe.

Assim sendo, ministra,o golpe está claro. Ou precisa desenhar ?

sábado, 21 de maio de 2016

Posso falar em golpe, ministra ?

Posso andar na rua?

Dilma e a multidão, em Belo Horizonte


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Fonte: TIJOLAÇO
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Pxeira: Vice vigarista
21 de maio de 2016 às 08h02
Fonte: VIOMUNDO
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O papel do vice-presidente durante o processo de impeachment


Brasília- DF- Brasil- 18/05/2016 Presidente Michel Temer recebe o ministro Geddel Vieira Lima e líderes do Senado Federal.
 
Foto: Marcos Corrêa/ Vice Presidência da República
por Ricardo Lodi Ribeiro e Nina Pencak, no Consultor Jurídico

No início do dia 12 de maio de 2016, com base no artigo 86 da Constituição, sacramentou-se, com mais de dois terços dos integrantes do Congresso, a abertura do processo deimpeachment da presidente Dilma Rousseff.
O encerramento da votação no Senado Federal significou, nos termos da Constituição, a admissibilidade do pedido de impeachment, que, por se tratar de requerimento embasado em suposto crime de responsabilidade, passará a tramitar na Câmara Alta, sob presidência do presidente do STF.
Ocorre que, com o afastamento da presidente Dilma e, ato contínuo, assunção do cargo pelo vice-presidente Michel Temer, instaurou-se, no país, momento político e jurídico sem qualquer precedente.
Hoje, é possível afirmar que temos dois presidentes: Michel Temer, eleito como vice, que se convencionou chamar de presidente em exercício ou presidente interino, e Dilma Rousseff, presidente afastada por, no máximo, 180 dias.
Diferente da postura de Itamar Franco, que iniciou, oficialmente, a escolha de seus eventuais ministros quando assumiu a Presidência provisoriamente no período de afastamento de Collor, Temer, após a primeira fase da admissibilidade do julgamento de Dilma, ocorrida na Câmara, já se reunia com partidos de oposição e com conhecidos nomes políticos a fim de compor seus ministérios, como amplamente noticiado.
Essa postura do vice, apesar de dentro da normalidade do ponto de vista jurídico, por ser um tanto quanto precipitada, causou perplexidade, posto que somente a primeira fase da admissibilidade do pedido havia se encerrado. E, nesse momento, relembramos, ao menos, dois atos praticados por Temer, não reprováveis juridicamente, porém, cuja lembrança é necessária para entender o panorama político criado pelo então vice-presidente:
i) em 7/12/2015, cinco dias após a autorização para abertura do processo de impeachmentna Câmara por Eduardo Cunha, há a divulgação de carta à Dilma Rousseff, enumerando os momentos em que se sentiu desprestigiado e apontando episódios em que teria restado clara a desconfiança de Dilma em relação ao PMDB, tornando público o distanciamento — para não falar em ruptura — do vice em relação à presidente;
ii) em 11/4/2016, seis dias antes da votação da admissibilidade do pedido de impeachmentpela Câmara, Temer envia a aliados gravação de 14 minutos em que fala dos rumos do país, assumindo que a votação da Câmara teria decidido pela admissibilidade do pedido, em discurso que seria feito caso essa situação se concretizasse. Nessa fala, o vice-presidente já apresenta prévia de seu programa de governo caso chegasse à Presidência, mencionando tópicos como reforma tributária, revisão do pacto federativo, mudança nas leis trabalhistas e reforma previdenciária.
Após destacar fatos relevantes para delimitação das circunstâncias políticas anteriores à admissibilidade do processo de impeachment, passaremos à análise dos dispositivos constitucionais que devem pautar a atuação do vice-presidente na condição de presidente em exercício, durante os 180 dias de afastamento da presidente.
Em primeiro lugar, as atribuições do vice estão dispostas nos artigo 78 e 79 da Constituição, com destaque para o caput do último:
“Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente (...)”.
Verifica-se que o artigo 79 dispõe sobre duas situações distintas em que o vice passa a ocupar o cargo de presidente: i) impedimento, em que o vice substitui o presidente; e ii) vacância, em que o vice o sucede.
Ao tratar das duas hipóteses, José Afonso da Silva as diferencia da seguinte forma:
“‘Impedimento’ é qualquer causa que obsta ao exercício de cargo ou função pública. Esse obstáculo pode ser de fato ou de direito. (...)
A suspensão também é um impedimento jurídico. Assim, quando o presidente fica suspenso de suas funções, por recebimento da denúncia nos crimes comuns ou instauração do processo de crime de responsabilidade, tem-se uma causa que o impede de exercer aquelas mesmas funções (art. 85, §1º). (...)
O impedimento é, assim, uma situação temporária, de fato ou de direito, que não permite ao titular cumprir os deveres e responsabilidades de seu cargo ou função. Por isso se lhe dá substituto.
impeachment é ato de cassação do mandato do presidente da República. É, pois, impedimento definitivo, que tem como consequência a vacância do cargo. A hipótese, pois, já não é substituição, mas de sucessão”[1].
Assim, a primeira conclusão a que se chega é a de que o vice só sucede o presidente na vacância do cargo, que, no caso do processo de impeachment, ocorre com a aplicação da sanção de perda do cargo ao final do julgamento. Michel Temer, portanto, está substituindo a presidente Dilma Rousseff durante o afastamento que pode durar até 180 dias.
Passando à análise do artigo 86, parágrafo 1º, II e parágrafo 2º, da Constituição, que trata do rito do processo de impeachment, no caso de crime de responsabilidade, observa-se que:
“Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
(...)
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (...)”.
Desse modo, após o reconhecimento da denúncia pelo Congresso, inicia-se o seu julgamento, com fase de contraditório e produção de provas.
O constituinte previu no parágrafo 2º, do artigo 86 da Constituição, o afastamento por até 180 dias do réu do cargo de presidente. Como visto, o afastamento temporário não configura vacância do cargo, mas impedimento, porque, nesse estágio do processo deimpeachment, não houve condenação, somente indícios de que o réu teria cometido crime de responsabilidade. Trata-se, contudo, de mera plausibilidade de ação ilícita que justifica o início da fase de julgamento do processo de impeachment, de modo que não ocorre a sucessão do presidente afastado pelo vice-presidente. Como observado, o vice-presidente substitui o presidente no exercício do cargo, sendo daí que decorre a utilização da expressão “presidente em exercício” ou “presidente interino”.
E o papel ocupado pelo vice durante o período de 180 dias é inerente a essa condição provisória, pois, antes do julgamento final do mérito do processo, não há qualquer decisão condenatória. Quando o processo é admitido pelo Senado, é forçoso que se reconheça, em interpretação teleológica do artigo 86, parágrafo 2º, da Constituição, que o presidente é afastado do cargo, pois se verificou a fumaça do bom Direito em que se baseou o pedido de impeachment.
Havendo, portanto, um juízo político prévio que reconheceu a verossimilhança das alegações, afasta-se o presidente, assumindo o vice, sob espécie de condição suspensiva, já que assume a função que só se torna definitiva após o julgamento do processo no Senado, no caso de condenação do presidente eleito por crime de responsabilidade.
Tanto é precário o exercício da Presidência pelo vice no período de afastamento, que o constituinte, no parágrafo 2º, do artigo 86 prevê a possibilidade de retorno do presidente afastado caso o julgamento se prolongue por mais tempo do que o referido prazo.
Da leitura do artigo 86 da Constituição, portanto, verifica-se que o constituinte, em claro exercício de ponderação, em sede de juízo preliminar sobre o mérito do processo deimpeachment, decidiu:
  • considerando a verossimilhança do direito em que se fundamentou o pedido, pelo afastamento, por 180 dias, em caráter cautelar do presidente, após a admissibilidade do processo de impeachment;
  • tendo em vista o alto grau de irreversibilidade desse afastamento, pelo retorno do presidente eleito para o cargo, ainda que o julgamento não tenha sido concluído.
A partir dessas duas premissas, conclui-se que, durante o afastamento do presidente, o vice assume precariamente, com o fim de substituição, podendo, apenas, tomar medidas de urgência, sem alterações na ordem vigente e no programa de governo do presidente eleito.
Isso porque, entender que o vice, em exercício precário da Presidência, possui competência para colocar em prática reformas institucionais, econômicas e sociais e/ou romper com os programas instaurados pelo presidente afastado, é assumir que o constituinte permitiu a ocorrência de gravíssimo periculum in mora in reverso.
Em outras palavras, o constituinte definiu que o melhor cenário seria aquele em que, durante o julgamento, o presidente permanecesse afastado, tendo em vista que se encontra impossibilitado de exercer plenamente as atribuições constitucionais descritas no artigo 84, vez que se tornou réu e precisa produzir os elementos necessários à sua defesa. Afirmar que a previsão de afastamento implica em presunção de culpa pelo constituinte é admitir que há contradição na Constituição de 1988, que confere status de direito fundamental à presunção de inocência, no artigo 5º, LVII.
Portanto, deve-se reconhecer que o constituinte não conferiu plenos poderes presidenciais ao vice durante o período de afastamento, pelo seguinte: i) o vice-presidente não foi eleito para ocupar a função do presidente da República; ii) seria, no mínimo, leviano por parte do constituinte assumirpericulum in mora in reverso de tamanha monta, aos custos da sociedade brasileira, já que a previsão constitucional é clara no sentido de afastamento temporário; iii) não menos importante, o constituinte não previu que o vice presidente não estaria alinhado com o presidente, de modo a não dar continuidade ao programa de governo até então praticado e iniciar seu próprio mandato, como ocorre atualmente.
Ressalta-se o último tópico acima: era imprevisível, quando da elaboração do artigo 86, que o vice não estaria alinhado com o governo.
Quanto à imprevisibilidade de um cenário de ruptura política entre o vice e a presidente, que ficou claro, é necessário que se reconheça que era impossível ao constituinte cogitar essa hipótese quando impôs que o vice assumiria no período de afastamento, antes de sentença condenatória, e mudaria radicalmente os rumos dos programas até então praticados. O constituinte delineou o rito do impeachment contando que o vice assumiria de forma precária, no período de afastamento da presidente, dando, ao menos nesse primeiro momento, continuidade ao programa em andamento. Deve-se reconhecer que é contrária à vontade do constituinte, e, por óbvio, à própria Constituição, qualquer alteração significativa na ordem social, econômica e institucional vigente, devendo o presidente em exercício se ater à tomada de medidas emergenciais.
Dessa forma, a série de mudanças propostas ou já implementadas por Temer que rompem com o programa de governo da presidente Dilma são, no presente momento, inconstitucionais. Exemplifica-se: redução no número de ministérios, com extinção de pastas de relevância ímpar para as políticas públicas consagradas pelos eleitores, como Cultura, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Agrário, Direitos Humanos e Previdência Social; redução da autonomia da Controladoria-Geral da União com a sua transformação em ministério; implementação de reformas tributárias e previdenciárias; venda de participação da União nos Correios e na Casa da Moeda; flexibilização nas regras sobre privatizações; redução de direitos trabalhistas, distribuição de cargos para partidos de oposição ao da presidente afastada; alteração de programas sociais; a anulação de atos praticados pela presidente durante o regular exercício mandato, no período entre a autorização da Câmara e antes da abertura do processo pelo Senado, dentre outras.
Ou seja, desde o primeiro dia no exercício da Presidência, Michel Temer se comporta não só como presidente efetivo, mas como líder de um movimento que subverte todas as políticas públicas que avalizou nas eleições.
Trata-se de rompimento com o programa de governo em andamento para a adoção de ideias que fragilizam o Estado Social e que, por isso, nunca foram levadas aos eleitores pelos principais candidatos ao pleito de 2014. Essas modificações bruscas na formulação de políticas públicas em nosso país criam um cenário político, social e econômico irreversível, contribuindo para que a presidente afastada não retorne para o seu cargo e, caso retorne, encontre um país impossível de se governar.
Não cabe, ainda, o argumento de que o vice-presidente também foi eleito democraticamente, possuindo, portanto, competência para conduzir o país, atualmente, sem qualquer parâmetro. O constituinte de 1988 abandonou o modelo vigente na Constituição de 1946 que permitia que o vice fosse eleito por chapa diferente daquela do presidente. Se aquele modelo admitia a independência programática entre o presidente e o vice, gerando a possibilidade de crises institucionais, como a verificada em 1961 com a renúncia do presidente Jânio Quadros e o veto militar à posse do vice-presidente João Goulart, a Carta atual pressupõe o alinhamento político e programático dos dois mandatários maiores do país.
Assim, no sistema atual, o vice, na verdade, é eleito para cumprir as suas próprias atribuições constitucionais, podendo vir a substituir a presidente em caso de impedimento temporário, ou sucedê-la, em caso de vacância do cargo, dando cumprimento ao programa apresentado por ambos e que foi sufragado pelos eleitores. Por isso, caso qualquer impedimento permanente venha a ocorrer, espera-se que o vice dê continuidade ao programa iniciado pelo presidente impossibilitado de ocupar o cargo em caráter permanente. Afinal, aquele também se comprometeu com o programa escolhido pelos eleitores. Com mais razão, a necessária continuidade programática exige-se quando o afastamento é transitório.
Por essas razões, antes da conclusão do julgamento definitivo do processo deimpeachmentda presidente Dilma Rousseff pelo Senado Federal, não é compatível com a Constituição Federal que o exercício provisório da Presidência pelo vice seja marcado por decisões de cunho permanente, especialmente quando claramente distintas dos compromissos assumidos pela presidente eleita pelo povo brasileiro, como as medidas acima enumeradas.
Corre-se o risco de vermos o poder deixando de ter origem direta no povo e passando a ser intermediado pela vontade do Congresso, que aprovou a abertura do processo deimpeachment, o que, decerto, não encontra fundamento na Constituição e no Estado Democrático de Direito.

[1] José Afonso da Silva, Comentário contextual à Constituição, Malheiros: 2007, p. 478

Fonte: O CAFEZINHO
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Posso escrever um comentário ?
Posso sair de casa ?
Posso comer um pastel ?
Posso usar cueca samba canção?

Cresce a resistência popular ao golpe de estado

  1. Começou a Virada Cultural contra o golpe em SP. As ruas já não dormem mais. O repúdio à ilegitimidade dos interventores toma conta do Brasil

    Nas lutas ‎@PersonalEscrito

    Protest 'Temer get out', in Paulista Avenue, #SãoPaulo today. #ForaTemer #Brazil



    Pela 3ª vez nesta 1ª semana do golpe, manifestantes bloqueiam a av Paulista em SP, c/ gritos de 'Fora Temer e faixas c/ o rosto de Dilma

    jornalistaslivres ‎@j_livres
    Essa é a recepção do povo de Belo Horizonte para ver Dilma Foto: Bruno Bou/ CUCA da UNE


    Midia NINJA ‎@MidiaNINJA

    50 MIL PESSOAS EM BELO HORIZONTE CLAMAM: #ForaTemer



    Midia NINJA ‎@MidiaNINJA

    Caetano Veloso no #OcupaMINCRJ Fotos: Katiana Tortorelle


    Midia NINJA ‎@MidiaNINJA

    #OcupaMinCRJ lotado hoje para a programação artística, que conta com Caetano Veloso, Erasmo Carlos e Seu Jorge.



    Midia NINJA ‎@MidiaNINJA

    Manifestantes em ato #ForaTemer na capital federal ocupam o eixo monumental e seguem em direção ao Ocupa MinC DF.



  2. Fonte: CARTA MAIOR
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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Além do golpe de estado, pessoas sendo perseguidas por falar em golpe

Dilma "responde" a Ministra

A mesma literatura que enforcou o Dirceu
publicado 20/05/2016dilma e rosa weber
Como se sabe, a Ministra Rosa Weber concedeu o prazo de dez dias para que a presidenta Dilma Rousseff explicasse por que usa a palavra "golpe" para designar o Golpe!

O processo em curso no Supremo não tem pé nem cabeça.

E, por isso, tem por objetivo cortar a cabeça da Dilma!

Essa foi a resposta que os blogueiros sujos ofereceram à Presidente.

Como se sabe, José Dirceu, condenado a 23 anos pelo Moro, foi condenado pela Ministra (assessorada pelo Moro) porque a literatura permitia - sem provas!

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Com linguagem do macartismo, Globo convoca Temer a adotar caça às bruxas contra “dissidentes”; Rimoli desconhece Justiça e assume a EBC

20 de maio de 2016 às 11h09


 


Captura de Tela 2016-05-20 às 11.04.58
Eu tenho aqui em minhas mãos uma lista de 205… uma lista de nomes que foi entregue ao secretário de Estado de integrantes do Partido Comunista que continuam trabalhando e definindo a política do Departamento de Estado. Joseph McCarthy, em discurso de 9 de fevereiro de 1950
Deputado: O sr. tem alguém trabalhando em seu estúdio atualmente que acredita ser comunista ou fascista? Walt Disney: Não, atualmente sinto que todos no meu estúdio são 100% americanos.Walt Disney, depondo no Comitê de Atividades Antiamericanas do Congresso, nos anos 50
Deputado: Já informaram ao senhor se algum membro do sindicato é comunista? Ronald Reagan: Sim senhor, ouvi algumas discussões nas quais alguns foram tachados de comunistas. Reagan, então dirigente do sindicato de atores de Hollywood, depondo no mesmo comitê
doc_1964
Da Redação, sugerido por Conceição Oliveira
Logo depois do golpe de 1964, o jornal O Globo republicou um manifesto do Comando dos Trabalhadores Intelectuais que, segundo o jornal, “trabalhou ativamente pela implantação do regime comunista no Brasil”.
A republicação teria sido paga por “um grupo de democratas”.
Paulo Henrique Amorim, em seu livro O Quarto Poder, chamou de “a lista de Schindler ao contrário”.
Foi deduragem grosseira: “Chamamos a atenção do alto-comando militar para os nomes que o assinaram”, diz o texto introdutório.
Seguem-se as assinaturas, entre outros, de Barbosa Lima Sobrinho, Dias Gomes, Carlos Heitor Cony, Gianfrancesco Guarnieri, Ary Toledo, Nelson Pereira dos Santos, Carlos Diegues, Chico Anísio, Janete Clair, Nara Leão e Paulo Francis.
Roberto Marinho apoiou fervorosamente o golpe. Documentos revelam que, quando ainda se cogitava realizar eleições presidenciais, Marinho atuou nos bastidores para que Castelo Branco se mantivesse no poder — como acabou acontecendo.
Nenhuma empresa tirou mais proveito dos 21 anos de ditadura que a Globo.
Nenhuma empresa tem potencial para tirar mais proveito da interinidade de Michel Temer do que a Globo.
Um presidente fraco é tudo de que o Grupo Globo precisa para impor seus interesses, inclusive os mais paroquiais.
E o jornal O Globo, agora, incita Temer a praticar um macartismo tosco, a começar da EBC, onde os golpistas pretendem instalar… um ex-funcionário da Globo.
Em editorial, o jornal dos herdeiros de Marinho escreveu que “era preciso começar, e uma primeira medida correta foi a exoneração, pelo ministro da Secretaria de Governo, Eliseu Padilha, do diretor-presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Ricardo Melo. Caso exemplar de aparelhamento, a EBC, controladora da TV Brasil, rádio e agência de notícia, fora convertida em instrumento de propaganda lulopetista. A um custo anual de R$ 750 milhões, dinheiro que estaria sendo várias vezes mais bem empregado se de fato a empresa se pautasse pelo interesse público e não partidário. E nem isto ela fazia bem, pois a audiência de seu veículo potencialmente mais poderoso, a TV, é traço. Não alcança sequer a militância, servia apenas para abrigar apaniguados”.
A Globo sempre sonhou com a extinção da TV Brasil, não pelo que ela hoje representa, mas pelo potencial que tem de fazer sombra à programação abjeta imposta aos brasileiros pelo monopólio.
Instalado um diretor-presidente do gosto da Globo na EBC, podem ter certeza que a TV Brasil não vai deixar de existir: vai se tornar uma sucursal de luxo dos Marinho, uma produtora terceirizada para, com dinheiro público, fazer aquilo que comercialmente não dá retorno financeiro à Globo.
Isso sim, é o verdadeiro aparelhamento, que já aconteceu na TV Cultura de São Paulo.
Diz mais o editorial: “Costuma-se alegar que muitos servidores concursados ocupam estes postos. Mas isso não significa que não haja entre eles militantes do partido. É quase certo que aqueles que fizeram uma manifestação contra o novo ministro da Educação, Mendonça Filho, na frente dele, no dia seguinte à posse, eram servidores estáveis”. Aqui, os Marinho rasgam a fantasia e falam em fazer limpeza ideológica, pura e simplesmente.
O texto avança: “No momento, está em curso mais uma história típica patrocinada pelo conhecido aparelho há muito tempo instalado na Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Dominada pelo menos por parte do PT fluminense, ela se recusa a aceitar determinações judiciais, do TCU e até do governo para que o Jardim Botânico recupere toda a sua área, afinal em fase de legalização. A SPU ainda tenta, com manobras, regularizar a propriedade de imóveis dentro do JB, apesar da decisão contrária já tomada em várias instâncias”. Trata-se aqui de uma antiga campanha que interessa pessoalmente à família Marinho. A Globo acredita que a presença de moradores desvaloriza os imóveis da própria emissora no Jardim Botânico.
Curiosamente, O Globo não trata de denunciar a ocupação ilegal do estádio do remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O estádio público foi entregue sem licitação ao casal Alexandre-Paula Marinho, a filha de João Roberto Marinho, faz quase 20 anos, recebeu quase R$ 30 milhões em investimento público mas continua servindo essencialmente a interesses privados.
A fúria dos Marinho ressurge na frase final, quando é sugerida uma caçada aos dissidentes com menção à palavra “aparelho”, como aqueles que eram estourados pelos militares durante a ditadura com ampla cobertura do Globo, replicando as mentiras do governo: “O potencial de descalabros neste universo de cargos comissionados é enorme. Pois, ao todo, chegam à faixa de 100 mil. O novo governo tem de se preocupar com esta infiltração gigantesca. Não só devido a aspecto financeiro, mas também por segurança, autoproteção, pois cada aparelho mantido deverá funcionar com intenções de sabotar a administração”.
Joseph McCarthy não faria melhor.
PS do Viomundo: Laerte Rimoli, que trabalhou na Globo e nas campanhas de Geraldo Alckmin e Aécio Neves, assumiu a presidência da EBC mesmo com um mandado de segurança em andamento no STF. Indicou Christiane Samarco para a direção geral.
Fonte: VIOMUNDO
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Dias e o ataque de Temer aos blogs sujos: isso é velho!

Catalão vai puxar o pé do Temer à noite...
publicado 20/05/2016
catalao
Na foto, dois perigosos petistas!
Conversa Afiada publica artigo de Mauricio Dias, extraído de CartaCapital:

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Senador Jorge Vianna diz que Dilma estaria 

sitiada no Palácio do Alvorada

19 de May de 2016

Em discurso realizado na tribuna do Senado há pouco o senador Jorge Vianna (PT-AC) 

afirmou que há um controle absoluto do Palácio do Alvorada, que está sendo controlado 

por militares fortemente armados para que qualquer pessoa visite a presidenta Dilma.

Disse que ele mesmo foi constrangido a apresentar documentos e esperar por um tempo na 

barreira para que pudesse visitá-lá. 

E perguntou que país e esse? Que governo provisório é esse? É essa a plena democracia?



Vianna fez um apelo aos ministros militares e ao presidente 
interino Michel Temer para 

que não haja esse controle absoluto em relação a quem queira contatar a presidenta Dilma

Considerado moderado no PT, Vianna disse que Dilma está sitiada. A denúncia é de altíssima 

gravidade e deveria ser investigada por órgãos de imprensa internacional.


Fonte: Blog do Rovai

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O que acontece no Brasil é um golpe de estado.

Um golpe escancarado, assim entendido pela maioria da população brasileira, pela imprensa estrangeira, e por organismos internacionais.

Um golpe que tem como principais atores o legislativo, o judiciário, parcela do empresariado e toda a grande mídia corporativa.

Essa compreensão majoritária da população de que se trata de um golpe está tirando o sono dos golpistas.

Não se permitir falar em golpe revela a fragilidade dos golpistas, defensores de um processo de impeachment forjado, estupradores da democracia.

Como explicar que a maioria da população brasileira entenda o processo como golpe, sendo essa maioria informada, diariamente, por grandes meios de comunicação que apoiaram e apoiam de forma incondicional o golpe, chamado por esses meios de impeachment ?

Isso seria o suficiente para que a ministra do STF entendesse o alinhamento da presidenta Dilma com a maioria, maioria que entende e sabe que tratar-se de um golpe.

No entanto, a citada ministra que já assumiu que condenou José Dirceu mesmo não tendo provas contra o político, quer provas da presidenta Dilma sobre o golpe que a presidenta afirma , corretamente, estar em curso no Brasil.

Os ministros do STF deveriam se concentrar em analisar e julgar, de preferência de maneira imparcial - se possível for - assuntos de interesse para o país.

Por outro lado, o comportamento da ministra está alinhado com o comportamento, recente, dos grandes meios de comunicação que apoiam o golpe, como no caso do protesto em Cannes em que o diretor do filme já está sendo perseguido no Brasil pela mídia e pelo governo golpista. Adicione-se , no desdobramento do golpe, a exoneração ilegal do presidente da EBC e a indicação para o cargo de pessoa alinhada como grupo Globo.

Enquanto isso, o STF deveria explicar para a população brasileira se existe amparo legal para que um presidente interino, durante o período em que estiver como interino, possa mudar radicalmente ministros, cargos dos demais escalões, extinguir ministérios , mudar a agenda vencedora nas urnas, demitir garçon e, grave, sitiar a presidenta Dilma ao criar dificuldades para que a presidenta receba pessoas ?


Ministros do governo interino, com grande desenvoltura, produzem declarações de que o país mudou ( mudou ????) e que novas medidas devem ser tomadas. Mudou ou se deseja, na marra, mudar o país, enfiando pela goela abaixo das pessoas um governo interino com ares de permanente ? O comportamento do governo interino não poder chamado de imoral, mas, na visão popular, é no mínimo, amoral.

Ora, ministra, o senso comum também é sábio, e não é por acaso que percebe que um estado de exceção se forja no país.

Provas cabias do golpe  que a ministra pede a presidenta Dilma ainda não existem, já que até o momento somente a admissibilidade do processo de impeachment foi julgada no legislativo.O julgamento do mérito agora se inicia no Senado. A presidenta  tem para apresentar as provas da sabedoria popular, o que não é pouca coisa.

Será que além de ouvir as declarações corretas da presidenta, a ministra do STF não vê e não ouve o que de mais acontece no país, seja com os novos ministros e nas ruas ?

Como cidadão, defensor radical do processo democrático e dos direitos humanos, acredito que tenho o direito e o dever de interpelá-la, já que a Constituição assim me permite.

Em linguagem popular e com todo respeito:

A excelentíssima ministra não tem mais o que fazer ?

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A luz do povo matará o vampiro


O golpista rejeitado pelo povo brasileiro

O presidente ilegítimo

O vampiro das causas sociais

Uma ratazana a serviço de interesses dos EUA


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Solução Temer - Créditos: Vitor Teixeira

beijo temer e cunha



  O povo na rua, em breve,  comemorando a queda do vampiro

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Curtas


"Um dia de outono chuvoso e frio.
 Da janela vejo a chuva fina caindo da luminária  de  luz amarela "

" O trem que balança é o tempo que avança "

" Vivendo cada instante, o dia de amanhã é algo        muito distante"



quarta-feira, 18 de maio de 2016

Velha mídia mais suja que rua em final de feira livre

Cade abre processo para investigar monopólio da Globo no futebol

Divulgação Globo/Alex Carvalho

Galvão Bueno, o narrador oficial do futebol na Globo

Pela primeira vez desde que foi fundado (no início dos anos 60) o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu analisar a legalidade do monopólio das transmissões do futebol pela Rede Globo de Televisão.

O processo em andamento é o de número 0800.000721/2016-18.

A Globo tem hoje a exclusividade de transmissão dos principais campeonatos regionais e nacionais de futebol e há suspeitas de irregularidades e infrações à chamada livre concorrência.

O Cade foi instado a abrir o processo a pedido de outras emissoras de TV, que consideram o monopólio da Globo inaceitável. Desde março o conselho já acompanhava as negociações entre a Globo e os principais clubes brasileiros.

Tal "pacote" daria direito à exclusividade não só na TV aberta, mas também na TV paga e na internet.

Além disso, o Cade vai analisar a legalidade de a Globo exigir que as partidas de futebol no meio de semana ocorram apenas depois da novela, o que faz com que as partidas terminem perto da meia-noite.

Tal "cláusula" estaria ferindo os direitos do torcedor, obrigado a usar transporte público em horário ingrato.

Além do processo aberto pelo Cade, a Globo está sofrendo concorrência de empresa estrangeira na negociação dos direitos do futebol: o canal pago EI (Esporte Interativo).

Em 2012, por exemplo, a Globo acionou seu famoso "rolo compressor" durante a chegada do canal Fox Sports ao Brasil. O FS detinha a exclusividade de transmissão da Libertadores, e o torneio começou sem transmissão na TV aberta, porque o FS decidiu optar por sua exclusividade.

"Coincidentemente", após essa afirmação as principais operadoras, Net e Sky, retaliaram o canal ameaçando não incluí-lo em seus menus.

Somente depois de a Fox Sports aceitar "parceria" com o SporTV (Globosat) é que o FS passou a ser incluído em pacotes menores das operadoras. Essa negociação também deve ser alvo de investigação pelo Cade.

Desde o ano passado, a Globo tenta fechar um acordo com os principais clubes que, estima-se, ultrapassaria R$ 1 bilhão. A emissora pretende fechar um pacote de exclusividade até pelo menos 2020 (já fechou com o Corinthians).

Segundo esta coluna apurou, a emissora estudava deixar os campeonatos regionais apenas na TV paga, e mesmo os torneios nacionais só teriam uma partida exibida na TV aberta semanalmente.

Cinco anos atrás, a TV Record também tentou comprar os direitos de exclusividade do futebol, negociando diretamente com o finado Clube dos 13, mas por iniciativa do Cortinthians, que rapidamente fechou acordo com a Globo, a entidade acabou sendo implodida.

OUTRO LADO

A reportagem está aguardando o posicionamento da TV Globo a respeito da análise do Cade. A versão da emissora será incluída neste texto assim que chegar.



Ricardo Feltrin

Fonte: UOL
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Mario Vitor e o apocalipse do PiG

"Quando informações em "off" dão as cartas e o outro lado é uma formalidade, o jornalismo não existe senão como contrafação"
publicado 18/05/2016



O Conversa Afiada reproduz da Fel-lha excelente análise de Mario Vitor Santos:

Apocalipse do jornalismo

A ruptura institucional em via de ser completada no Brasil é resultado direto da degradação do jornalismo posto em prática por quase todos os meios de comunicação no país. Os cuidados éticos foram sacrificados a tal ponto que o jornalismo promove a derrubada de uma presidente até agora considerada honesta.

Jornalismo deve informar os fatos de pontos de vista diferentes e contrários, encarnar ideias em disputa, canalizar o entrechoque de versões, sublimar antagonismos.

Veículos brasileiros, ao contrário, quase todos em dificuldades financeiras e assediados pelos novos hábitos do público, uniram esforços na defesa de uma ideia única. Compactaram-se em exageros, catastrofismo e idiossincrasias. Agruparam-se de um lado só da balança, fortes para nocautear um governo, mas fracos para manter sua própria razão de existir, a autonomia.

Poderia ser diferente. As denúncias de corrupção da Operação Lava Jato deveriam mesmo merecer toda a atenção de uma imprensa aguerrida. Deveriam mobilizar controles e cuidados na mesma proporção. No entanto, se a justiça da Lava Jato tem alvo preferencial, o jornalismo não deveria ter. Quem defende o equilíbrio quando justiça seletiva e jornalismo discricionário se fundem?

Normas e técnicas jornalísticas não são meros enfeites para códigos ou lições esquecidas nos bancos da escola. São peças essenciais para a sobrevivência da democracia. Na Lava Jato, o que deveria motivar uma custosa operação de checagem independente e edição autônoma derivou numa repetição inglória dos piores momentos do jornalismo do passado. A audição generosa e justa do chamado outro lado das denúncias, tanto na apuração das informações como em sua edição, não existiu.

O abuso de reportagens baseadas exclusivamente em fontes mantidas em sigilo tornou-se a regra. Vazamentos com objetivo manipulatório foram a tônica. Quando informações em "off" dão as cartas e o outro lado é uma formalidade, o jornalismo não existe senão como contrafação.

O que foi feito do esforço de convivência de tantos profissionais de ponta com outras culturas jornalísticas mais avançadas, tolerantes e variadas? Onde estão as intenções de controle técnico, equidistância, sobriedade e isenção?

Os ombudsmans, os rigores autonomistas das técnicas de investigação independentes e as autocríticas não serviram para nada. Virou pó o empenho de ao menos uma geração de profissionais para que o jornalismo, depois do infame apoio majoritário ao golpe de 1964, viesse a seguir melhores padrões.

Não pode haver fracasso maior para quem ao longo dos anos aspirou a se legitimar como instituição pilar de uma jovem democracia. Veículos de mídia cederam ao populismo que inflama os ódios de classe e leva o país a vivenciar mais um golpe contra as instituições.

Fica para conferir se a mídia terá no governo Temer a mesma obsessão higienizadora e incriminatória que exibe contra a ordem petista.

Já se diz que a queda do governo Dilma marca o ocaso do arranjo democrático da Constituição de 1988. Corporifica também o fim do breve ensaio de jornalismo surgido no bojo do movimento que levou à Nova República.

Parodiando o poema trágico de Murilo Mendes, essa mídia nativa, em busca da sobrevivência, nasceu para a catástrofe.

MARIO VITOR SANTOS é jornalista. Na Folha, foi diretor da sucursal de Brasília, secretário de Redação e ombudsman (1991-93 e 97). É mestre em drama antigo pela Universidade de Exeter (Inglaterra) e doutor em letras clássicas pela USP

Fonte: CONVERSA AFIADA
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