quarta-feira, 13 de abril de 2016

O Mundo Perplexo com o Golpe no Brasil

Secretário-geral da OEA ao 'El País': “Preocupa o processo contra Dilma, que não é acusada de nada”

El País publicou nesta quarta-feira (13) entrevista com Luis Luis Almagro que afirma que Dilma não responde por nenhum ato ilegal que justifique o impeachmenAlmagro (Uruguai, 1963, que) está prestes a completar um ano como secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse período, seu objetivo foi levantar uma instituição que havia perdido peso no continente. O ponto fundamental para Almagro, ex-ministro das Relações Exteriores do Uruguai, passa por um aprofundamento democrático. Somente assim, afirma, os males da região como a violência, a desigualdade e a corrupção poderão ser combatido


Almagro: "entre os que podem acionar o processo de impeachment existem congressistas acusados e culpados"
Almagro: "entre os que podem acionar o processo de impeachment existem congressistas acusados e culpados"

Pergunta. Como o senhor vê a incertezapolítica no Brasil?
Resposta. O Brasil tem instituições muito fortes que têm a capacidade para responder. Para nós o fundamental é a realização de um processo de impeachment de uma presidenta [Dilma Rousseff] que não é acusada de nada, não responde por nenhum ato ilegal. É algo que verdadeiramente nos preocupa, sobretudo porque vemos que entre os que podem acionar o processo de impeachment existem congressistas acusados e culpados. É o mundo ao contrário.
P. O senhor chegou com o objetivo de revitalizar a OEA. O que está fazendo para consegui-lo?
R. Existem algumas variáveis objetivas que indicam que há uma mudança e que a organização está mais envolvida nos assuntos regionais. Durante minha campanha para ser secretário-geral ouvia-se que era uma organização irrelevante. Sempre considerei isso injusto. E se olharmos com perspectiva, as queixas vêm agora pelo excesso de zelo profissional e de ação da OEA.
P. Como o senhor tentou reverter a situação?
R. A organização foi onde os problemas estão. Tiramos do papel os consensos aprovados por todos e passamos à ação. No momento de defender a democracia, assumimos responsabilidades, assim como na luta contra a corrupção e na defesa dos direitos humanos.
P. Qual é o principal desafio agora: corrupção, direitos humanos, desigualdade…?
R. Não podemos compartimenta-los. Fizemos estudos, nos quais levamos em consideração por volta de 10.000 variáveis, sobre os conceitos fundamentais de democracia. Sem democracia é impossível combater a corrupção, impossível conseguir condições de desenvolvimento, gerar direitos e eliminar as discriminações que ainda existem no continente.
P. O senhor criticou a atuação do Governo da Venezuela contra a Lei de Anistia aprovada no Parlamento, mas declarada anticonstitucional. O que espera que aconteça na Venezuela?
R. Nós gostaríamos que não existissem presos políticos na Venezuela, que os três poderes do Estado agissem para acabar com essa situação. Esperamos que ocorra um diálogo institucional mais fluido para a conquista de resultados concretos, especialmente pela difícil situação de desabastecimento sofrida pelo país. Todos nós devemos almejar isso. Os primeiros, os venezuelanos.
P. O que a OEA pode fazer?
R. Dar uma opinião muito clara sobre o funcionamento do sistema e procurar um diálogo entre as partes. Não mantemos uma neutralidade sobre a situação. A neutralidade moral não é possível quando existem presos políticos e a democracia não está funcionando.
P. O Governo de Maduro não parece disposto a ceder…
R. A história de nosso continente está infestada de casos piores. No Cone Sul foram superadas ditaduras ignominiosas e violações de direitos humanos e isso mudou. Mas muda com a voz e a atitude responsável da comunidade internacional.
P. E o povo venezuelano?
R. O povo venezuelano deve ser o primeiro a ser respeitado. Deve encontrar os caminhos adequados para se expressar e sua expressão deve ser respeitada. Os direitos essenciais, de saúde, alimentação, de ordem pública... precisam ser respeitados.
P. A publicação dos papéis do Panamá dinamita a confiança da população nas elites políticas e econômicas?
R. É possível ser rico e fazer política e ser pobre e fazer política. Os dois devem ter a mesma possibilidade. O importante é que, na política, o dinheiro não grude nas mãos. O problema é que muitos de nossos políticos têm cola e o dinheiro gruda em suas mãos. São fundos de evasão fiscal, de lavagem de dinheiro, e isso é dinheiro que pertence à população. É dinheiro retirado de planos de emergência, de planos sociais, de educação... Não deve existir margem de tolerância. É preciso ser muito duro, muito drástico com essas questões.
P. Mas os paraísos fiscais continuam existindo.
R. Os paraísos fiscais não devem mais existir. Os países precisam de desenvolvimento caminhando pela avenida principal, cumprindo com as regras do jogo, de transparência e de legalidade do sistema financeiro. O que acontece no cruel mundo de hoje é que os países competem por esses fundos. Os Estados Unidos têm Delaware. Do que estamos falando? Competem pelos fundos do narcotráfico. Estamos falando de 400 bilhões de dólares (1,4 trilhão de reais)... É um problema que temos e precisa ser resolvido.
P. Que análise o senhor faz do primeiro turno das eleições no Peru?
R. Eu espero que ocorra o fortalecimento institucional para que o Peru continue o desenvolvimento econômico e social.
P. O senhor acredita que o assassinato da ativista hondurenha Berta Cáceres será algum dia esclarecido?
R. Espero que seja logo esclarecido por Honduras, por sua população, por Berta. Que todos os elementos que obscurecem esse crime sejam esclarecidos. A impunidade no assassinato de indígenas no continente é um sinal de corrupção política muito forte

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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NY Times: “Dilma é uma das raras figuras não acusadas de enriquecimento ilícito"

Reportagem do jornal norte-americano destacou que os adversários dela são “incapazes de acusá-la por corrupção"
Revista Fórum
Declaração ocorre em meio a processo de impeachment - Créditos: Agência Brasil
Declaração ocorre em meio a processo de impeachment / Agência Brasil

O jornal The New York Times divulgou na terça-feira (12) uma reportagem em que destaca o resultado da votação do relatório de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A publicação ressaltou que os ânimos estavam exaltados durante a sessão, que terminou com 38 votos favoráveis e 27 contra o afastamento de Dilma.
Diante do confuso cenário político, a reportagem reforçou a ironia da situação: “Incapazes de acusá-la por corrupção, seus adversários estão tentando impeachment por manipulação orçamental envolvendo o uso de recursos de bancos estatais para cobrir lacunas de orçamento. Deve-se lembrar que Dilma é uma das raras figuras políticas no Brasil que não estão enfrentando acusações de enriquecimento pessoal ilícito.”
O texto segue explicando que aliados da presidenta denunciam que, nessas condições, o procedimento passa a ser considerado um golpe de Estado. “Se a medida de impeachment for aprovada na Câmara, o processo seguirá para o Senado, que decidirá o futuro da presidente. Se o Senado opta por avançar, Dilma será suspensa e substituída pelo vice-presidente, Michel Temer”, informou
Fonte: BRASIL DE FATO
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Jornal britânico The Guardian publica apoio de artistas a Dilma
Em carta, grupo composto por artistas e intelectuais afirma que processo de impeachment é antidemocrático; músico Brian Eno está entre os signatários

Em carta publicada pelo jornal britânico ‘The Guardian“, na segunda-feira (11), um grupo de 19 intelectuais, artistas e políticos estrangeiros se posiciona contra o impeachment da presidentaDilma Rousseff.
Segundo eles, a “tentativa de tirar a presidente Dilma Rousseff é antidemocrática”.
“Nos opomos a esta tentativa golpista, ecoamos o apoio dado pela Unasul ao Brasil e defendemos a democracia brasileira”, afirma a carta.
“Estamos extremamente preocupados com os contínuos esforços de partes da direita oposicionista do Brasil para desestabilizar – e por fim derrubar do poder – o governo eleito e constitucional”, diz o texto publicada pelo jornal britânico.
carta-the-guardian-dilma-defesa-democracia
Para os signatários da carta, “esta campanha tem envolvido demonstrações por ‘mudança de regime’ por meio da retirada da presidente antes do fim do seu mandato. Estas incluíram até mesmo pedidos abertos aos militares para realizar um golpe de Estado’”. O texto fala, ainda, das agressões físicas sofridas pelos apoiadores do governo.
“Esta é também uma bruta campanha destinada a descredenciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o documento. “O objetivo aqui parece ser não apenas derrubar Dilma, mas também legalmente barrar Lula como um potencial candidato à Presidência em 2018”.
Assinam a carta nomes como o produtor musical Brian Eno, o diretor de estudos brasileiros da Universidade Middlesex, Francisco Dominguez, três parlamentares britânicos, um diretor da União Nacional dos Professores da Inglaterra, Kevin Courtney e a professora Julia Buxton, da Central European University.
A declaração de apoio a Dilma acontece menos de um mês depois do manifesto assinado por acadêmicos estrangeiros, e aprovado como documento oficial da conferência da Brazilian Studies Association (Brasa

Fonte: AGÊNCIA PT
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94,7% dos deputados que votaram pró-golpe são acusados de crime

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Neoliberalismo. Um Defunto que se Recusa a Morrer


Alerta geral contra o golpe midiático

Por Breno Altman, em seu blog:

Os monopólios de comunicação tratam de vender uma imagem de derrota e rendição do governo diante da votação do impeachment. Os objetivos são claros: provocar o chamado efeito-manada entre os deputados e enfraquecer a mobilização democrática.

As informações passadas por estes veículos constituem pura guerra psicológica. A situação é difícil e perigosa, não resta dúvida, mas o placar real demonstra que a batalha contra o golpe poderá ser vitoriosa.

A oposição de direita, somando todas as últimas adesões e já contando os indecisos que pendem para o seu lado, reúne 308 votos. A bancada da democracia alcança 161 votos. A disputa se dá principalmente na conquista dos 44 votos ainda indefinidos.

A hora é dramática e de combate, mas jamais de baixar a guarda ou cair no desanimo, pois isso é tudo que desejam os golpistas.

Vamos continuar lutando por cada palmo de rua e cada voto no parlamento. Está em jogo o futuro de nosso país.

Fonte: Blog do Miro
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Essa guerra psicológica vai continuar até o momento da votação, no domingo.

A guerra dos números.

Naturalmente a velha mídia, em bloco, que não é o bloco do funk ,o bloco do povo, o bloco da cidadania, o bloco da Democracia, repetirá diariamente que o impeachment já venceu, que já tem 342 votos necessários para retirar a presidenta Dilma.

Do lado dos que são contrários ao impeachment, também dirão que o impeachment não irá passar, pois já teriam assegurados os 172 votos necessários para barrar o impeachment.

A velha mídia dá destaque ao fato do Partido Progressista - PP - ter embarcado a favor do impeachment.

Os defensores da Democracia dizem que uma coisa é uma sigla a favor do impeachment, e outra são os votos dos deputados dessa sigla.

O objetivo da velha mídia está em tentar conduzir , no grito, no vento e na sugestão, deputados ainda indecisos quanto ao voto, e, também, tentar desmobilizar a luta de rua contra o golpe, passando uma ideia errada de que existe um pessimismo no governo e nos grupos contrários ao impeachment.

De fato e de concreto, é que os dois lados não sairão por aí abertamente dizendo quantos votos possuem.

Quando declaram o número de votos , certamente estão blefando.

Pelo duelo de declarações, pode-se concluir que nenhum dos lados tem segurança quanto ao resultado.

Um dado que não tem sido debatido diz respeito a abstenção na hora de votar, e , também a ausência de alguns deputados no dia da votação.

Tudo isso embaralha ainda mais a votação, com prejuízos, claro, para o lado que defende o impeachment.

De concreto e real, pelo resultado da Comissão e pelas manifestações de rua, o país ficou dividido.

Uma divisão que, devido aos ânimos acirrados , fará com que o lado que seja derrotado não desista da luta , não saia de cena, ou mais, implemente mais mecanismos de desestabilização do governo.

A turma favorável ao impeachment, claramente configurado como um golpe de estado, caso seja derrotada no domingo, continuará tentando o golpe de todas as maneiras, formas e meios, já que a Democracia e o Estado Democrático de Direito deve ser aquilo que o Capital deseja. E para o Capital, os caminhos alternativos devem ser interrompidos, seja no Brasil ou em qualquer outro país.

Para tanto, por maiores que sejam as arbitrariedades cometidas contra o povo, leis e Democracia, tais arbitrariedades serão resignificadas e recontextualizadas , de forma que possuam um lastro legal e democrático, como aliás pode ser percebido pelos discursos oriundos de pessoas e organizações alinhadas com o impeachment.

A exceção, o estado de exceção, tão temido por todos aqueles defensores da democracia, é um processo mundial que está em curso já por alguns anos, e que agora investe de forma mais acintosa no Brasil.

Esse processo teve início com a crise de 2008 e deixou o capitalismo anêmico, fragilizado, sujeito as mais variadas críticas e ,principalmente, abriu oportunidades para questionamentos de novas formas de organização social.

Alguns movimentos de esquerda no mundo - occupy, podemos, syryza, etc - já perceberam o processo e tentam sair da armadilha esquerda-direita que existe dentro do neoliberalismo

No Brasil , os programas da direita e da esquerda se esgotaram, e o pior, não existe uma alternativa ao neoliberalismo.

Assim sendo, os dois lados ainda continuarão disputando, com poucas vantagens para a maioria da população, com muitos prejuízos para a ordem democrática, e , com políticas e práticas de um retrocesso civilizatório em franca ascensão.

Por fim, a vontade da maioria do povo deve prevalecer, desde que não interferia nos interesses do Capital, caso contrário, a democracia, as leis, serão flexibilizadas, adaptadas as necessidades do sistema financeiro, mesmo que para isso o Estado de Exceção se faça claramente presente.

Naturalmente, neste cenário, a luta não cessará, em nenhum dos lados, com desdobramentos imprevisíveis.



O processo de impeachment necessita de 2/3 dos votos para ser aprovado.

Curiosamente, 2/3 é o percentual de deputados envolvidos ou acusados de crime, ou investigados por crimes, trabalhando nas salas do Congresso com imagens de Cristo na cruz, e inciando discursos com orações

Em Deus confiamos. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Nada de Golpe. Tente Outra vez em 2018



Cai o apoio ao golpe

A mesma pesquisa Data Folha, realizada nos dias 7 e 8 de, abril indica que a população aos poucos vai percebendo que a ação da oposição é na verdade um golpe e passa a rejeitar a ideia de afastar a presidenta Dilma. Na pesquisa anterior, realizada nos dias 17 e 18 de março, 68% das pessoas defendiam o afastamento da presidenta da República e agora, apenas três semanas depois o percentual caiu para 61%. Também caiu o apoio à renúncia de Dilma que em março era de 65% e agora é de 60%. 


Do Portal Vermelho, com informações do Data Folha

Fonte: VERMELHO
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É a voz das ruas.



Cuidado, golpistas. Um golpe, hoje, pode ter desdobramentos inimagináveis.

É preciso aprender a perder.

Se querem a presidência, tentem mais uma vez em 2018.

Aprendam com a mensagem, abaixo, de uma canção de Raul Seixas:


Tente Outra Vez

Raul Seixas

Veja!
Não diga que a canção
Está perdida
Tenha fé em Deus
Tenha fé na vida
Tente outra vez!

Beba! (Beba!)
Pois a água viva
Ainda tá na fonte
(Tente outra vez!)
Você tem dois pés
Para cruzar a ponte
Nada acabou!
Não! Não! Não!

Oh! Oh! Oh! Oh!
Tente!
Levante sua mão sedenta
E recomece a andar
Não pense
Que a cabeça aguenta
Se você parar
Não! Não! Não!
Não! Não! Não!
Há uma voz que canta
Uma voz que dança
Uma voz que gira
(Gira!)
Bailando no ar
Uh! Uh! Uh!

Queira! (Queira!)
Basta ser sincero
E desejar profundo
Você será capaz
De sacudir o mundo
Vai!
Tente outra vez!
Humrum!

Tente! (Tente!)
E não diga
Que a vitória está perdida
Se é de batalhas
Que se vive a vida
Han!
Tente outra vez!

É a voz do povo

É isso a liberdade de imprensa?
Sonegar à população imagens da impressionante multidão reunida ontem, na Lapa, no Rio, em ato contra o golpe?
A Lapa é, nesse momento, a mais bela expressão da reação popular contra o golpe!
Fonte: CARTA MAIOR
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publicado em 11 de abril de 2016 às 21:56
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Da Redação
Em discurso na noite desta segunda-feira 11, nos arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula nomeou os líderes da conspiração que pretende afastar Dilma Rousseff do Planalto: o vice-presidente Michel Temer e outros cinco líderes do PMDB — Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Henrique Eduardo Alves e Moreira Franco.
Foi depois do ato “Cultura pela Democracia”, do qual participaram Chico Buarque e Beth Carvalho, dentre outros.
Milhares de pessoas acompanharam ao vivo a fala do ex-presidente.
Lula afirmou que, apesar de três derrotas em disputas pelo Planalto, nunca tentou o golpe. “Eu perdi em 1989, roubado pela Globo, e fiquei quieto”, relembrou.
Voltou a mencionar a emissora carioca quando falou de empresas offshore que teriam ligação com o triplex atribuído a Lula no Guarujá: “Inventaram um offshore, que depois descobriram que cuidava do triplex dos irmãos Marinho em Paraty”.
É uma referência à empresa Vaincre LLC, baseada em Las Vegas, Nevada. É uma das donas da mansão de concreto com a qual os Marinho negam ter relação. No entanto, conforme denúncia do Viomundo, o nome de uma das herdeiras da Globo, Paula Marinho, aparece em anotações encontradas na sede da empresa panamenha Mossack & Fonseca em São Paulo. Paula, que é filha de João Roberto Marinho, teria pago taxas de manutenção não só da Vaincre LLC, mas de duas outras offshore: A Plus Holdings e Juste International. Em nota oficial, a Globo atribuiu a mansão ao ex-marido dela, Alexandre Chiappetta Azevedo.
Em seu discurso, Lula lembrou que a principal lei que regulamenta a mídia eletrônica no Brasil é de 1962: “Eu quero uma regulamentação que nos livre das mentiras da Veja, da IstoÉ, do Jornal Nacional”.
O ex-presidente também falou como candidato em 2018 ao tratar do aborto: “Eu sou contra o aborto, mas como presidente da República vou tratá-lo como [caso de] saúde pública”. Ele parecia determinado a convocar as mulheres a defender Dilma: “A gente está defendendo a honra das mulheres brasileiras, que sempre foram tratadas como objeto de cama e mesa”.
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A fala do ex-presidente começou logo depois da comissão do impeachment na Câmara dos Deputados ter aprovado o relatório do deputado Jovair Arantes, do PTB de Goiás, por 38 votos a 27.
Em 1992, no impeachment de Collor, lembrou o perfil @charlesnisz no twitter, o resultado foi de 32 a 1.
Sobre o resultado, Lula comentou:
Isso não quer dizer nada. A comissão foi montada pelo Eduardo Cunha.
A deputada Luciana Santos, do PCdoB de Pernambuco, reagiu:
A aprovação do relatório do deputado Jovair Arantes já era esperada. Este relatório teve caráter eminentemente político, não levou em consideração todos os argumentos técnicos e jurídicos que foram apresentados pelo ministro Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União, e pelos parlamentares que fizeram parte da Comissão. A oposição obteve 58% dos votos na comissão, o mínimo para aprovação no plenário é de 66%. Os defensores do golpe, que tentam a todo custo interromper o mandato da presidenta Dilma Rousseff, precisam, portanto, percorrer um longo caminho para atingir os necessários dois terços do plenário. Assim esse resultado não é decisivo e nem aponta vitória para nenhum dos lados. O quadro geral é de indefinição.
O plenário deve apreciar o relatório no próximo domingo.
O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, previu vitória:
A disputa final acontecerá no domingo, dia em que sairemos vitoriosos com mais de 200 votos contrários ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Será a vitória do time que precisava fazer sete gols e fez dois. Pode até comemorar a vitória, mas sabe que não levou porque não corresponde ao que eles precisam no plenário.
IMG_6156Horas antes da votação, vazou ou foi vazado áudio do vice-presidente Michel Temer em que ele ensaia seu discurso já como presidente da República. O ponto principal é a pregação de um governo de união nacional, com a promessa de que não haverá cortes nos programas sociais.
Petistas atacaram o discurso de Temer. O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disse que Temer disputa uma eleição indireta:
Ele está confundindo a apuração de eventual crime de responsabilidade da presidenta Dilma com eleição indireta. Está disputando votos. Esse áudio demonstra as características golpistas do vice. Transformou o processo numa eleição indireta para conseguir votos em favor do impeachment.
Para o principal assessor político de Dilma, Jacques Wagner, se for derrotado domingo Temer deveria renunciar ao cargo de vice:
Se a presidente passar pelo impeachment, o mínimo de coerência, uma vez derrotada a conspiração, é que Temer deveria renunciar. Ele gravou o áudio imaginando estar com a faixa presidencial. O áudio macula a história do Temer. É uma nota triste para democracia brasileira. Não há educação para conspiradores. Conspirador não tem código de ética.
No Facebook, o senador Lindbergh Farias ironizou:
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O blogueiro Antonio Mello lembrou que Joaquim Silvério dos Reis também traiu Tiradentes num 11 de abril, só que em 1789.
Ouça a íntegra da fala de Lula no ato:


Fonte: VIOMUNDO
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A multidão que não sai no jornal. Mas que existe e não vai desaparecer

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A foto aí de cima é a da multidão presente ao ato contra o golpe ontem, no Rio de Janeiro, vista dos Arcos da Lapa. Dentro do post você verá outra, de cima, onde o velho aqueduto carioca vai servir de referência para avaliar o tamanho da aglomeração de pessoas.
Fosse uma manifestação da direita, seriam 200 ou 300 mil pessoas e as fotos estariam na capa dos jornais que se penduram, como cartazes, nas bancas de jornal.
Como foi contra o golpismo, não está em nenhuma delas – a exceção é O Dia, que dá uma foto de Lula no palanque – e aquelas pessoas mal existem.
Mas existem. Olhe só:
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E são mais, a cada manifestação.
E serão mais, à medida em que fica claro quem subirá ao poder se acontecesse a derrubada de Dilma.
Temer, Cunha, a turma de famintos que baba por tudo o que invocam para dar o golpe.
O ódio se esvai com a agressão estúpida.
A honra se afirma nas dificuldades.
Debaixo do manto de intolerância que estenderam sobre o país, há um povo digno, honrado.
Que se levanta, mas lenta e progressivamente.
E que não vai parar.
Porque nunca parou e a esta caminhada chamamos História.
Fonte: TIJOLAÇO
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Furacão 2000 defende Dilma Rousseff na orla de Copacabana

Rômulo Costa espera a presença maciça dos moradores de comunidades próximas, como Rocinha, Vidigal, Cantagalo

O DIA


Rio - A Furacão 2000 vai pela primeira vez à orla de Copacabana. E não se trata de um simples baile funk, mas de um ato contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dois carros de som serão os responsáveis por mobilizar o povo contra o que a organização chama de “golpe”.

Rômulo Costa, fundador da Furacão 2000 e idealizador da manifestação, explica que a expectativa é colocar mais de 100 mil pessoas na orla. Para isso, conta com a presença maciça dos moradores de comunidades próximas, como Rocinha, Vidigal, Pavão Pavãozinho e Cantagalo.

A fim de convocar os residentes de regiões mais afastadas da Orla, Costa tem uma ideia ambiciosa: negociar a liberação, durante um certo período de tempo, das catracas da Supervia e do Metrô Rio. Não há, porém, nada confirmado nesse sentido, assim como no que diz respeito aos MC’s que estarão no ato. “Teremos uma reunião amanhã (hoje) à noite para definir e liberar o nome deles”, esclarece.

Fã do ex-presidente Lula, Costa rechaça as críticas ao petista, principalmente a preocupação alheia com os bens do político. “Ele tinha que morar em um prédio de dez andares na Vieira Souto, por tudo o que já fez pelo país”, opinou.

O principal alvo do funkeiro é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Temos um presidente ilegítimo para comandar o processo. O paraíso fiscal do Cunha, no Rio, é a Assembleia de Deus”, acusa Costa, que, apesar de evangélico e frequentador da Igreja Universal, tece fortes críticas ao modo como as igrejas são conduzidas, com isenção de impostos. “E os evangélicos de Brasília não me representam”, concluiu.

Fonte: O DIA
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No meu tempo de vestibular para se entrar em uma faculdade o candidato tinha que garantir uma nota igual ou maior do que cinco.

No entanto , mesmo conseguindo cinco ou mais não teria a vaga garantida, já que as melhores notas acima de cinco definiam quem ficaria com as vagas disponíveis.

Foi mais ou menos o que aconteceu na Comissão que aprovou a proposta do impeachment.

No início do processo de impeachment os golpistas davam como certa uma vitória na Comissão por 45 a 20, o que daria moral para conseguir os 66% dos votos no plenário da Câmara, considerando, com as devidas ressalvas, que a Comissão pode ser considerada como uma amostra do que pode ocorrer na votação no plenário da Câmara.

O placar real, 38 a 27, revela que o movimento contra o golpe do impeachment, que cresce mais e mais a cada dia, já faz efeito entre os parlamentares no congresso nacional.

Diferentemente da multidão de milhões de pessoas que saíram às ruas no domingo 13 de março a favor do impeachment, convocada pela grande mídia e protegida pela polícia e pelos governos estaduais, o movimento contra o golpe está nas ruas do país diariamente, crescendo, cada vez mais forte, e revelando de forma clara que a Democracia não vai ser atropelada por um grupo de criminosos travestidos de políticos e de juristas.

O evento de ontem no Rio de Janeiro, nos arcos da Lapa - edificação que no Brasil colônia servia para transportar água para partes mais baixas do centro da cidade - reuniu um caudaloso rio de gente. Gente alegre, consciente, pacífica, contente, tendo nas mãos a História, e que não hesitará em remover, assim como a força das águas, todos aqueles empenhados em implantar um retrocesso no país.

Tanto é assim que domingo, dia de votação no plenário da Câmara, uma manifestação está marcada para a orla da praia de Copacabana, manifestação organizada por grupos de funk, onde espera-se que as comunidades, os morros, desçam em grande quantidade para dizer não ao golpe, que caso aconteça, fará das vidas das pessoas mais pobres um inferno ainda maior.

Que venham Rocinha, Vidigal, Cantagalo, Pavão, Pavãozinho, Turano, São Carlos, Matriz, Dona Marta, Prazeres, e mais, muitos mais.

E que os parlamentares no congresso nacional saibam o que está acontecendo nas ruas do país, nas crescentes manifestações contra o golpe e a favor da Democracia.

Detalhe: a multidão que você vê acima se reuniu em uma segunda-feira, dia útil, após o horário de trabalho.

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Fátima Oliveira: “É melhor morrer em pé do que viver de joelhos”

publicado em 12 de abril de 2016 às 10:38
fascismo não passará
“É melhor morrer em pé do que viver de joelhos”
Médica – fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_
Quem ama as liberdades democráticas que se mire em La Pasionaria – Isidora Dolores Ibárruri Gómez (1895-1989), comunista espanhola que bradou: “É melhor morrer em pé do que viver de joelhos”.
Imaginar viver sob o ideário fascista é terrorismo político! A última dose de fascismo foi a ditadura militar de 1964. E quem possui dois neurônios íntegros não deseja repeti-la!
O fascismo crê que há seres humanos melhores e com mais direitos do que outros e que só alguns podem ser usufrutuários da Terra e de tudo o que nela há! O fascismo, que aprofunda as opressões de gênero, racial/étnica e de classe, é uma irracionalidade!
Pontuo que o nazismo é uma forma de fascismo – perseguição à democracia, desde o início, na Itália no pós-Primeira Guerra Mundial, para suplantar as ideias socialistas. O vocábulo “fascismo” deriva do italiano “fascio” (“aliança” ou “federação”), cuja origem é “fasci”: “feixe”, simbolizando, desde a Roma Antiga, a força de muitos galhos juntos.
Como movimento político, o fascismo foi criado por Benito Mussolini (1883-1945), em 23.3.1919, ao fundar a associação Fasci Italiani di Combatimento; e se formalizou partido político em 1921, com definição doutrinária antidemocrática e de defesa da “autossuficiência do Estado e suas razões, superiores ao direito e à moral”. O símbolo do Partido Nacional Fascista é um feixe de lenha com um machado sobre as cores da bandeira italiana.
Em 28.10.1922, com a Marcha Sobre Roma, os fascistas tomaram o poder, e Mussolini, com o apoio do rei Vittorio Emanuelle III (1869-1947), virou chefe de governo, autoproclamado “duce”, em italiano: “líder”, assim como “der führer”: “líder” em alemão, adotado por Adolf Hitler. Ele passou a ter poderes outorgados pelo Parlamento Nacional e amplo apoio de massa, setores do operariado e da pequena burguesia rural e urbana, convencidos de que seus inimigos eram o grande capital e o sindicalismo comunista e que só um regime nacionalista de força, que conferisse ao Estado e ao “duce” poderes “acima daqueles que as democracias lhes entregavam” salvaria a Itália! Um embuste.
Em represália às denúncias de violência e corrupção do fascismo, o deputado socialista Giacomo Matteotti (1885-1924) foi assassinado por um comando fascista em 10.6.1924. A oposição abandonou o Parlamento, e, em janeiro de 1925, Mussolini decretou um Estado totalitário, proibindo partidos e sindicatos não fascistas. De 1928 a 1943, o Partido Nacional Fascista era o único legalizado e só foi dissolvido em julho de 1943 com a prisão de Mussolini e a debacle do regime fascista na Itália!
Além de Itália e Alemanha, o fascismo vigorou em Portugal – de 1932 a 1968, com a ditadura salazarista (António de Oliveira Salazar, 1989-1970) – e na Espanha – de 1936 a 1975, com a ditadura franquista (Francisco Franco, 1892-1975). Com a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sistemas fascistas sobreviveram na Europa. As ditaduras latino-americanas foram de inspiração fascista, incluindo a ditadura militar de 1964 no Brasil!
O ideário fascista persiste em partidos conservadores e de extrema direita na Europa. Na conjuntura brasileira, o fascismo medra, na não aceitação da derrota do PSDB nas eleições presidenciais de 2014; no cerceamento do direito de ir e vir; no fato de não podermos enterrar nossos mortos em paz; no desrespeito à autonomia universitária; e na pretensão de usurpar, via impeachment, o mandato da presidente eleita Dilma Rousseff. Ao arrepio da lei. E da República. “Não passarão!”

 Fonte: VIOMUNDO