segunda-feira, 11 de abril de 2016

Época de Sujeiras nas Minas Gerais

Exclusivo: Jornalista mineiro informou Janot sobre fundação ligada a Aécio Neves em Liechtenstein em março de 2015; revista Época escondeu o assunto por 3 anos e quatro meses

publicado em 10 de abril de 2016 às 22:19
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Aécio e a irmã Andréa, acusada de ameaçar prender jornalista caso ele publicasse a denúncia; Vaduz, em Liechtenstein, também era sede da Sanud, empresa de fachada de Ricardo Teixeira; Aécio de mãos dadas com a mãe e ao lado da bilionária Angela Gutierrez, uma das herdeiras da empreiteira Andrade Gutierrez
por Conceição Lemes
Neste momento, certamente, milhares de brasileiros gostariam de perguntar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot:
1) Por que apesar de o senador Aécio Neves, presidente Nacional do PSDB, ter sido citado por vários delatores na Operação Lava Jato, o senhor até hoje não abriu nenhum inquérito para investigá-lo?
2) Por que tamanha inação da PGR em relação ao seu conterrâneo tucano, considerando o enorme passivo judicial dele, guardado nas gavetas do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais?
Entre esses brasileiros, está o jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, que editava o site NovoJornal, onde publicava denúncias sobre os tucanos mineiros, especialmente Aécio, que governou Minas de 2003 a 2010.
Em 20 de janeiro de 2014, Carone foi preso. Seu jornal literalmente saqueado pela polícia de Minas: computadores, pen-drives, impressoras e documentos apreendidos sequer foram relacionados.
Ficou encarcerado até 4 de novembro de 2014, no complexo penitenciário segurança máxima Nélson Hungria, em Contagem, região metropolitana de BH.
Detalhe: nos três últimos meses, permaneceu incomunicável.
Mas não foi apenas por causa desses dois escândalos.
“Minha prisão teve a ver não só com denúncias anteriores, mas principalmente com as que eu iria fazer na sequência; uma delas era justamente sobre a Operação Norbert e a conta da família de Aécio no paraíso fiscal de Liechtenstein”, denuncia Carone ao Viomundo.
“Aécio, a mãe, dona Inês Maria, a irmã, Andréa, tinham conhecimento da matéria, pois haviam sido consultados peloNovojornal, para dar as suas versões das denúncias que iríamos publicar”, prossegue.
“O procurador-geral da República, doutor Rodrigo Janot, sabe disso há mais de um ano”, frisa o jornalista. “Em notificação (na íntegra, ao final) que lhe enviei em 23 de março de 2015, dou os detalhes.”
DELAÇÃO DE DELCÍDIO: FURNAS E BENEFICIÁRIO DE CONTA EM PARAÍSO FISCAL
Em delação premiada homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgada em 15 de março de 2016, Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, trouxe o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para o centro da Lava Jato.
Delcídio fez duas acusações.
Viomundo denunciou esse esquema, bem como a Lista de Furnas, que sustentou a campanha eleitoral dos tucanos de 2002. Por exemplo, aquiaquiaqui e aqui.
Janot e o seu antecessor na PGR, Roberto Gurgel, receberam diversas representações de parlamentares de Minas Gerais, pedindo-lhes que investigasse as denúncias.
A novidade na delação de Delcídio – embora não inédita – é a de que Aécio seria beneficiário de uma fundação sediada em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa, chamada Bogart & Taylor.
Menos de 24 horas depois, a revista Época publicou reportagem de Diego Escosteguy a respeito: Documentos revelam que doleiro abriu conta secreta da família de Aécio Neves em Liechtenstein.
Aécio - conta em inglês beneficiário





















De acordo com documento acima, publicado por Época, dona Inês Maria Neves Faria, mãe de Aécio, é a principal beneficiária da Fundação Bogart & Taylor, no Banco LGT, em Liechtenstein.
Em caso de falecimento, 100% dos seus direitos passariam para o filho Aécio Neves.
Em caso de Aécio morrer, 50% iriam para a sua filha Gabriela Falcão Neves Cunha, para sua irmã Andréa Neves Cunha caberiam 25% e os outros 25% para Ângela Neves Cunha, a irmã caçula.
De pronto, o perspicaz Fernando Brito observou noTijolaço:
Pela extensão e riqueza de detalhes da matéria publicada esta manhã pela Época, detalhando aos escaninhos da conta de uma fundação “fantasma”, a Bogart e Taylor, no banco LGT, do principado de Liechtenstein, um paraíso fiscal europeu, não foi escrita de ontem para hoje.
Estava pronta, apenas decidiu-se adaptar e publicar.
Até porque o assunto não é novidade: Luís Nassif o publicou em janeiro de 2015. Há mais de um ano, portanto.
Bingo. Bingo. Bingo.
Em 2 de janeiro de 2015, em A pá de cal na carreira política de Aécio, Nassif publicou em primeira mão que a família de Aécio Neves havia sido pega na Operação Norbert, da Polícia Federal (PF).
Deflagrada em 8 de fevereiro de 2007 para apurar denúncias de lavagem de dinheiro, a PF fez busca e apreensão no escritório e na residência do casal de doleiros Norbert Muller (daí o nome da operação) e Christine Puschmann, na cidade do Rio de Janeiro.
(…) os procuradores encontraram na mesa dos doleiros uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor — que abriu uma offshore no Ducado de Liechtenstein.
Os procuradores avançaram as investigações e constataram que a holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a esposa e a filha.
Desde o final de 2012, a Época sabia disso – e muito mais! –, mas nada publicou até 16 de março de 2016, após a delação de Delcídio.
Foram três anos e quatro meses na gaveta do “não vem ao caso”, da revista semanal da Globo.
OPERAÇÃO NORBERT: CASO DE AÉCIO É O ÚNICO AINDA NÃO JULGADO
A Operação Norbert foi conduzida pelos procuradores Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino.
Em meio ao papelório dos doleiros, eles encontraram documentos que conduziram a duas offshores em paraísos fiscais do desembargador aposentado Manoel Carpena Amorim, o ex-todo poderoso corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Entre 2005 e 2006, sem aparecer como o verdadeiro dono das contas, Carpena depositou US$ 478 mil no LGT Bank (principado de Liechtenstein) e no UBS Bank (Suíça).Confira aqui aqui.  Tanto que não declarou os valores ao Banco Central e à Receita Federal no Brasil.
Com o desenrolar dos trabalhos, o procuradores tiveram outra grande surpresa: a Fundação Bogart & Taylor, que abriu uma offshore em Lichtenstein. Estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a então esposa e a filha.
Devido a essas descobertas, eles desmembraram o inquérito principal em três processos:
1) o dos doleiros, tocado pelos procuradores Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino.
2) o do desembargador Amorim Carpena, que ficou a cargo do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro;
3) o caso da família de Aécio Neves, àquela altura das investigações já senador, foi encaminhado para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que o deixou na gaveta, como “herança”, para Janot.
O desembargador e os doleiros já foram julgados e declarados culpados.
Em 20 de abril de 2009, os procuradores denunciaram três integrantes da família do doleiro Norbert Muller, que falecera recentemente: a viúva Christine Puschmann e as filhas Christine Muller e Ingrid Maria Muller.
Em 10 de abril de 2013, elas foram condenadas a multa pecuniária e a reclusão: Christine Puschmann pegou quatro anos, e as filhas, dois anos e quatro meses. Mas, como sempre para este tipo de público, em regime aberto.
O único caso não julgado é o da família de Aécio, apesar de decorridos nove anos da deflagração de Operação Norbert.
Em 23 de março de 2015, Marco Aurélio Carone protocolou em Belo Horizonte, no Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais, uma notificação (na íntegra, ao final) ao PGR Rodrigo Janot.
Notificação - protocolo-003



















O jornalista-notificante põe o dedo na ferida:
“Senhor Procurador-Geral chega a assustar o fato da operadora do esquema criminoso e um desembargador já terem sido investigados, processados, julgados e condenados, enquanto o senador Aécio Neves e seus familiares permanecem impunes e intocados”.
Além de censurado – o site NovoJornal continua fora do ar –, Carone permaneceu preso por nove meses e 20 dias.
“Meu crime: Publicar matérias que denunciavam o esquema criminoso e corrupto montado por Aécio em Minas Gerais”.
“ANDRÉA CHEGOU A SUGERIR QUE EU FIZESSE COMO A REVISTA ÉPOCA EM 2012”
Na notificação a Janot, Carone relata o que aconteceu nos dias que antecederam ao seu encarceramento:
O notificante foi preso preventivamente, em janeiro de 2014, a pedido do MPMG, permanecendo nesta condição por nove meses e vinte dias na Penitenciaria de Segurança Máxima Nélson Hungria no município de Contagem, Minas Gerais, tudo, sem qualquer condenação. A justificativa: “manutenção da ordem pública e no intuito de evitar que fossem publicadas matérias que poderiam interferir nas eleições presidenciais”. Foi solto três dias após a eleição por: “excesso de prazo” (veja PS 1 de Viomundo).
Dez dias antes de sua prisão, surpreso, o requerente foi visitado pela senhora Andréa Neves, irmã do Senador Aécio Neves, em seu portal jornalístico. O intuito era “determinar” que diversas matérias, já pautadas, não deveriam ser publicadas. Os temas já eram de seu conhecimento uma vez que sua mãe, sua filha, seu irmão e sua sobrinha já tinham sido consultados por Novojornal para dar suas versões sobre os fatos que seriam noticiados.
Não era a primeira vez que a senhora Andréa tentava interferir na pauta do Novojornal. A conversa foi áspera, como nas demais vezes foi lhe informado que as matérias seriam publicadas, pois tínhamos toda documentação que comprovavam os fatos. Oferecendo a mesma a oportunidade de apresentar sua versão. Na ocasião a mesma disse textualmente: “você não vai publicar estas matérias, vou ficar livre de você”. “Você agora está mexendo com minha família”.
Dois dias depois o notificante recebeu em seu portal eletrônico a visita de um desembargador do TJMG [Veja PS2 do Viomundo], fato sob análise do CNJ, informando-lhe que se insistisse na publicação das matérias seria preso. Como tais ameaças eram comuns desde 2008, o notificante deu pouca importância. Porém, os fatos ocorridos posteriormente comprovam que o desembargador estava certo.
Uma das matérias que seriam publicadas relatava o ocorrido na “Operação Norbert” da Polícia Federal, Processo nº 503145-62.2005.4.02.5101 (2005.51.01.503145-3) (2005.51.01.503175-1) (2005.51.01.538314-3), (2009.51.01.810379-1 Inquérito Policial nº 12-208/08-DELEFIN/SR/SP), 2007.51.01.809024-6 Inquérito Policial nº 8/2007-DFIN/DECOR/DPF, (2007.51.01.807393-5), tudo conforme sentença do Juiz Federal substituto Dr. Tiago Pereira Macaciel.
“Lembro como se fosse hoje. Dez dias antes de eu ser preso, Andréa Neves foi-me visitar, de surpresa, no NovoJornal. Ela chegou a sugerir que deveríamos adotar o procedimento da revista Época, que, após ter acesso ao inquérito e ao processo, não publicou nada sobre a sua família”, reforça Carone.
“A sugestão da Andréa ocorreu após eu lhe mostrar que minha matéria tinha fundamentação documental”, relembra. “Mostrei que tinha a mesma documentação que a Justiça havia disponibilizado para a revista Época, no final de 2012.”
“Neste momento, a Andréa falou que, assim como ocorrera com a revista Época, eu não deveria noticiar nada sobre sua família e a conta no paraíso fiscal de Liechtenstein”, expõe Carone. “Foi uma conversa muito áspera.”
Carone expõe isso também a Janot na notificação:
Como demonstrado após a decisão do juiz da 5ª Vara Criminal, liberando cópia da ação para Revista Época, e a confissão da mesma que já tivera acesso ao inquérito da Polícia Federal, não havia nenhuma ilicitude ou impedimento para que o Novojornal publicasse a matéria sobre a “Operação Norbert” da Polícia Federal.
A senhora Andréa no encontro com o notificante antes de sua prisão, chegou a argumentar que deveríamos adotar o procedimento da Revista Época que, após ter acesso ao inquérito e ao processo, nada publicou. Sendo-lhe informado que publicaríamos em 30 janeiro de 2014, toda a lista dos usuários do esquema criminoso entre eles o Senador Aécio Neves, sua mãe, irmã, filha e sobrinha.
Na notificação, Carone inclui a decisão da Justiça (na íntegra, ao final), de 6 de outubro de 2012, que disponibilizou àÉpoca toda a cópia da ação referente à Operação Norbert. Abaixo, apenas uns trechos:
época 4




































AÉCIO NEVES NÃO RESPONDE AO VIOMUNDO
Nós perguntamos ao senador Aécio Neves, via sua assessoria de imprensa:
1) Sua mãe, o senhor, sua irmã, sua ex-esposa e filha são beneficiários da conta da Bogart &Taylor, no banco LGT, no paraíso fiscal de Liechtenstein?
2) O senhor disse à revista Época que o Ministério Público Federal (MPF) e a PGR arquivaram o caso. Por favor, nos envie os documentos comprovando isso.
Não respondeu. Insistimos. Nada.
PGR AO VIOMUNDO SOBRE AÉCIO-LIECHTENSTEIN E NOTIFICAÇÃO DE CARONE: “EM ANÁLISE”
Nós perguntamos também ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, via assessoria de imprensa da PGR:
1) A PGR já avaliou o caso da conta da família do senador Aécio Neves no paraíso fiscal de Liechtenstein e da qual ele é beneficiário de 100% em caso de falecimento da mãe?
2) Se sim, qual e por quê?
3) Se ainda não, por quê?
4) Em 23 de março de 2015, Marco Aurélio Flores Carone enviou ao senhor procurador-geral uma notificação referente à Operação Norbert e a conta da família de Aécio Neves no paraíso fiscal de Liechtenstein. Na PGR, foi aberto um procedimento em 2016, e a notificação transformada na Notícia de Fato nº 1.00.000.004160/2016-48. Como está o andamento dela?
Resposta da assessoria de imprensa da PGR ao Viomundo:
Sobre as perguntas 1, 2 e 3 informamos que, conforme solicitação do PGR, a delação do senador Delcídio do Amaral foi fatiada em 19 partes. Dessa forma, cada fato citado por ele será analisado em separado. Como a análise ainda está em curso, não podemos dar qualquer detalhe sobre os procedimentos.
Sobre a Notícia de Fato, informamos que ela também está em análise no gabinete do procurador-geral da República e não podemos fornecer outros detalhes.
CARONE A JANOT: “SOBRE AÉCIO, O MINISTÉRIO PÚBLICO NADA INVESTIGA OU DENUNCIA”
Cada vez mais se evidencia que o procurador-geral Rodrigo Janot age politicamente e não juridicamente, como o seu cargo exige. Blinda de forma escancarada os tucanos, em especial Aécio Neves, tal qual fez o ex-PGR Roberto Gurgel.
“Essa inércia é uma constante em relação a Aécio Neves”, diz Carone, enquanto relê a notificação a Janot. “Sobre ele, o Ministério Público nada investiga ou denuncia. E os poucos procuradores e promotores que cumprem suas atribuições, frustram-se diante da paralisação destes procedimentos junto à PGR.”
Carone pede a Janot que denuncie Aécio com base no que foi apurado pela Operação Norbert.
Aécio e Andréa, quando questionados sobre a origem dos seus bens, costumam dizer: “tudo foi dado pelo Gilberto Faria a minha mãe”.
Trata-se do falecido banqueiro Gilberto Faria, ex-marido de dona Inês Maria e ex- controlador do Banco Bandeirantes, envolvido numa grande fraude bancária na década de 1990.
De 1995 a 1997, o Banco Bandeirantes retirou ilegalmente valores das contas-correntes de seus clientes a título de “juros”, “seguros”, “diversos”, só que eram tarifas falsas.
Em valores de 1999, gerou um prejuízo de R$ 115 milhões a seus clientes. Em valores atualizados, algo em torno de R$ 336 milhões, se considerarmos o IPC-A (IBGE), o índice oficial de inflação. Pelo IGP-M (FGV), seriam cerca de R$ 417 milhões.
“Caso o doutor Janot entenda que a conta em Liechtenstein teria sido aberta por Gilberto Faria, que determine o bloqueio dos bens do senador Aécio e seus familiares que tenham como origem, transferência, doação ou herança do falecido banqueiro”, pede Carone ao PGR. “É pagar os prejudicados na fraude praticada no Banco Bandeirantes, do qual Gilberto Faria era o controlador.”
PS1 do Viomundo: Marco Aurélio Carone foi solto exatamente três dias após o segundo turno da eleição de 2014, quando o tucano Aécio Neves disputou a presidência com Dilma Rousseff e perdeu.
PS 2 do Viomundo: O desembargador Joaquim Herculano, na época presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, foi quem procurou Carone pouco antes de o jornalista ser preso. Após o PSDB perder o governo de Minas Gerais, em 2014, Herculano aposentou-se aos 64 anos. Portanto, seis anos antes da idade-limite. Segundo alguns colegas de tribunal, tal atitude teria sido para evitar que seus atos, praticados no governo do PSDB, continuassem a ser investigados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Fonte: VIOMUNDO
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Força Gaviões

Gaviões movem faixa para trás do gol, Globo usa ângulo aberto e se livra de “Globo manipuladora”

publicado em 11 de abril de 2016 às 01:24
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Da Redação
No replay da TV Bandeirantes é possível ver com clareza.
Foi mais para o final da partida Corinthians 3 x Novorizontino 0, no Itaquerão.
Sempre que o Corinthians atacava, no segundo tempo, apareciam atrás do gol do Novorizontino as faixas CPI da Merenda Já e Globo manipuladora.
Durante os últimos dias especulou-se que ataques da PM paulista, subordinada a Geraldo Alckmin, à organizada do Corinthians teriam o objetivo político de calar a torcida, já que um dos acusados de integrar a máfia da merenda é Fernando Capez, do PSDB, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo e aliado de Alckmin.
Capez, que é promotor de Justiça, ganhou notoriedade na mídia quando moveu ações contra as organizadas.
Na transmissão da Globo deste domingo, sempre que o Corinthians levava perigo ao gol das faixas, o diretor tentava cortar para imagens fechadas dos jogadores ou os próprios câmeras faziam movimentos que podem ter tido o objetivo de não deixar as faixas expostas no vídeo por tempo prolongado.
Captura de Tela 2016-04-11 às 01.03.41Mas, como fazer no replay dos gols? Naquele slow que permite ver detalhes da jogada?
Pode ter sido apenas uma grande coincidência, mas o fato é que o replay da Globo foi feito com uma câmera bem do alto. Para todos os efeitos, escondeu as faixas.
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PERSEGUIÇÃO
‘Mídia sempre criminalizou torcidas e esquerda’, diz fundador da Gaviões
Para Chico Malfitani, divulgação do suspeito pelos ataques contra diretores da torcida às vésperas de jogo contra o Palmeiras foi feita para “esquentar” o clima. Briga generalizada resultou em uma morte
São Paulo – Para Chico Malfitani, um dos fundadores da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada ligada ao Corinthians, a intolerância e a perseguição contra as torcidas não é novidade, mas sim repetição de um processo histórico já vivenciado por ele há 47 anos, quando iniciou o movimento que daria origem à chamada Democracia Corintiana.
“Em 1969 ou hoje é a mesma coisa: as torcidas organizadas e os movimentos de esquerda foram e continuam sendo criminalizados pela mídia”, afirmou ontem (5), em São Paulo.
“A organização do povo incomoda. O futebol reúne muitas pessoas e por essa grandeza as torcidas estão sendo de novo criminalizadas. Nossa torcida nunca foi só para gritar pelo time, mas também para defender o interesse do povo”, disse Malfitani, durante o debate Democracia Corintiana Contra o Golpe, que reuniu pelo menos 300 pessoas na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFCLH) da USP.
Além de historicamente a Gaviões da Fiel ter participado de movimentos pelas eleições diretas, pela anistia de presos políticos durante a ditadura civil-militar e por uma gestão democrática dos clubes de futebol, recentemente a torcida se mobilizou para apoiar a greve dos professores e a ocupação das escolas contra a reorganização escolar do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), que fecharia pelo menos 94 instituições de ensino.
Neste ano, torcedores vêm promovendo uma série de atos em São Paulo exigindo o fim do monopólio da transmissão de jogos pela Rede Globo e a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa que investigue os desvios de verba da merenda escolar na rede pública estadual. Dois dias após o último ato, realizado na quarta-feira passada (30), a sede da Gaviões foi invadida pela polícia, fortemente armada.
Na mesma semana um suspeito de ter agredido diretores da torcida no dia 2 de março, após uma reunião sobre o tema no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista, foi apresentado às vésperas da partida contra o Palmeiras, que terminou com quatro confrontos e uma morte no domingo (3).
Ontem, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo tornou obrigatória uma única torcida em clássicos até 31 de dezembro, proibiu faixas e adereços e exigiu um cadastro prévio de torcedores para venda on-line de ingressos.
“A violência está banalizada na nossa sociedade. Como a Secretaria de Segurança quer um torcedor com educação escandinava se ele vem da periferia, sofre a violência policial e vivencia conflitos de facções criminosas?”, indagou o fundador da torcida, criada em 1969 para reivindicar a saída do presidente do clube, o então deputado Wadih Helu, envolvido em esquemas de desvio de verbas.
Na opinião dele, a divulgação do suspeito pelos ataques contra a diretoria da torcida às vésperas de um jogo contra o Palmeiras foi feita para “esquentar” o clima e justificar as medidas adotadas pela Secretaria da Segurança Pública, enfraquecendo as torcidas. “Precisamos parar de ser hipócritas falando de uma ética de aparências. Tem parlamentares que aparecem em todas as listas de corrupção divulgadas e que ainda assim estão pedindo o impeachment de uma presidenta que foi democraticamente eleita pelo povo.”
O jornalista esportivo Juca Kfouri concordou. “Quem perdeu não admite jogar o jogo da democracia e quer um terceiro tempo pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Sabemos que esse é um mecanismo constitucional, mas sem motivo legal é golpe. Se acham que o governo está fraco, derrotem nas urnas. O povo escolheu Dilma”, disse. “Sabemos onde verdadeiramente queremos chegar: na felicidade geral do povo brasileiro e não só daqueles que há mais de 500 anos nos exploram. Não vai ter golpe!”
“É o que na filosofia se chama de ethos, que é a reação às condições iniciais”, completou o membro do coletivo Democracia Corintiana Walter Falceta. “O Corinthians foi criado em 1910 por operários e carroceiros. Em momentos decisivos, trazemos à tona esse ethos, que já arregimentou uma luta contra a ditadura. Hoje ele volta mais uma vez para defender a nossa democracia.”

Fonte: VIOMUNDO
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Está ficando difícil para Globo transmitir até mesmo uma partida de futebol.

Os repórteres mal podem sair às ruas, e agora nos estádios de futebol faixas tem sido colocadas com frequência criticando o papel nefasto que Globo exerce na sociedade.

A declaração do chefe da torcida do Corinthians faz sentido.

Brigas entre torcidas de times de futebol sempre existiram, no entanto, nos últimos vinte anos ou mais, as brigas se intensificaram, ficando cada vez mais frequentes e violentas.

No mesmo período o futebol foi ficando mais profissionalizado e os estádios, ou arenas, mais elitistas, afastando o torcedor tradicional do futebol

Natural que um comportamento civilizado seja algo desejável nos estádios de futebol, mas, daí querer transformar o torcedor de futebol em público de partidas de tênis , seria mutilar a paixão do torcedor.

Futebol não é tênis.

E aí vem a história das brigas entre torcedores, muitas, aliás, incentivadas pela própria imprensa esportiva, como no caso de programas esportivos de TV que já foram punidos por autoridades .

Quanto maior o conflito entre torcidas, melhor para aqueles que desejam elitizar o público nos estádios, alijando o povo do espetáculo.

Assim sendo, acredito que brigas - que produzam grande impacto midiático - sejam plantadas ou mesmo incentivadas por aqueles que comandam o futebol no Brasil, incluindo, claro, o grupo Globo.

As torcidas de times de futebol, umas mais outras menos, já começam a entender que os conflitos e brigas entre torcidas são prejudiciais à todos aqueles que desejam mudar a estrutura que comanda o futebol no Brasil.

Pensar que as brigas irão terminar é uma ilusão, no entanto as torcidas de grandes times, se unidas, terão força e poder para mudar a estrutura do futebol brasileiro.

Nesse aspecto a torcida do Corinthians sai na frente e tem autoridade para comandar o processo de união.

Que mais e mais faixas de protestos apareçam nos estádios como forma de conscientizar as pessoas.

Foi uma faixa da torcida italiana durante a copa do mundo de 1970 que deu nome a uma torcida organizada do Fluminense.

Para fugir das faixas, as transmissões e tomadas de Globo serão feitas por helicópteros ou drones, do alto, bem alto, como já fazem os repórteres da emissora em terraços de prédios ao cobrirem manifestações de esquerda.

Quem sabe faz a hora

Globo fracassou em exterminar Lula

Nogueira: a Jararaca está mais viva do que nunca
publicado 10/04/2016
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De Paulo Nogueira, no DCM:

O fracasso da mídia em exterminar Lula fica claro no Datafolha

Uma vez, numa conversa com Zé Dirceu já nem sei lá exatamente a propósito de que, ele disse o seguinte: “Os políticos têm pavor de 30 segundos no Jornal Nacional.”

Lembrei. Eu falava do vigor florescente da mídia digital e Dirceu retrucou com a força da mídia tradicional, mais especificamente a Globo.

Aquela conversa me veio à cabeça ao ver o Datafolha de hoje.

Lula nas últimas semanas sofreu massacres sucessivos do Jornal Nacional que foram muito, mas muito além dos 30 segundos citados por Dirceu.

Fernando Morais cronometrou 23 minutos num determinado dia.

Era para Lula estar carbonizado. Apartamento, sítio, ações pirotécnicas da Polícia Federal e da Lava Jato, grampos supostamente incriminadores em que conversas de Lula e Dilma foram interpretadas pelos locutores do JN: nada faltou.

Ao assassinato de reputação de Lula pela Globo se somou ainda o trabalho sujo de jornais e revistas como Veja, Época, IstoÉ, Folha, Estadão, Globo, para não falar de inumeráveis colunistas patronais.

A plutocracia jogou bombas atômicas em Lula. Ou o que ela julgava serem bombas atômicas.

Mas.

Eis que Lula aparece na liderança das pesquisas de intenções de voto para 2018.

E Aécio, tão poupado pela Globo, despenca rumo ao cemitério político. Moro, tão bajulado, aparece na rabeira.

Isso quer dizer o seguinte.

Primeiro, e acima de tudo: Lula é muito mais forte do que a plutocracia sonhava. A jararaca está aí. Sozinho, Lula comandou nas duas últimas semanas um formidável movimento popular de reação ao golpe que a direita imaginava ser coisa liquidada.

Segundo, está aí a prova cabal da perda de influência da Globo e da imprensa em geral.

Tanta perseguição do Jornal Nacional e coadjuvantes para Lula, em vez de estar morto, ser líder das intenções de voto?

É um fracasso espetacular.

Se tiver um mínimo de lucidez, a cúpula da Globo vai se reunir para tentar entender o fiasco miserável.

O antijornalismo que a Globo passou a adotar recentemente, claramente inspirado na Veja, já não funciona entre os brasileiros.

O JN parece, hoje, uma Veja eletrônica. A Globo como um todo, aliás. Uma pequena demonstração disso reside num diretor da casa, Erick Bretas, que conseguiu se fantasiar de Moro em sua conta no Facebook. Isso é um acinte, um insulto ao jornalismo decente.

Ao contrário de outros tempos, a internet funciona como um contraponto aos crimes jornalísticos das grandes corporações de mídia.

Quanto mais um veículo perde o pé no antipetismo radical, menos influência tem. A Veja é o exemplo maior. Ninguém exceto seus leitores, e eles mesmos em número sempre menor, a leva a sério.

A Globo tomou o mesmo caminho. Ficou aloprada.

Mas nem seus funcionários parecem acreditar nela mais. Estrelas de suas novelas queixaram-se publicamente, nas últimas semanas, da cobertura do Jornal Nacional, mesmo ao preço de arriscar o pescoço.

Do mar de lama em que se meteu a imprensa emergiu, paradoxalmente, Lula.

Quiseram exterminá-lo, e no entanto o que fizeram foi uma propaganda involuntária de Lula para 2018.

Não adianta tentar transformar Moro em herói. Não é. É um herói de mentirinha. Lula é, ele sim, um herói do povo, quer a plutocracia goste ou não.

Ciro: sem Golpe, Dilma recompõe a base

Convocar novas eleições é uma "marinice"
publicado 10/04/2016
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Se impeachment for aprovado, não haverá governo estável pelos próximos 20 anos
Conversa Afiada reproduz entrevista de Ciro Gomes a Rodrigo Martins, de CartaCapital:

Ciro Gomes: “Convocar novas eleições é um contragolpe, uma marinice”

Se impeachment for aprovado, não haverá governo estável pelos próximos 20 anos, emenda o presidenciável do PDT

Crítico do governo, mas ferrenho opositor do processo de impedimento de Dilma Rousseff, o ex-ministro Ciro Gomes tornou-se mais um alvo da intolerância política. No início de abril, um grupo pró-impeachment usou seu perfil no Facebook para oferecer 1 mil reais a quem hostilizasse o presidenciável do PDT no restaurante em que ele jantava, em São Paulo.

“Esse episódio é o retrato de uma fração muito pequena da sociedade, mas bastante barulhenta, que precisa ser enfrentada”, diz Ciro, em entrevista a CartaCapital. Na avaliação do ex-ministro, não haverá governo estável no Brasil pelos próximos 20 anos, caso o impeachment seja aprovado pelo Congresso.

Ele também rechaça a proposta de convocar novas eleições para presidente, mesmo que o pleito inclua a renovação dos mandatos de deputados e senadores: “Isso é uma pura e simples marinice, um contragolpe com jeitão charmoso de chamar o povo para votar de novo”.

CartaCapital: Recentemente, o Movimento Endireita Brasil, pró-impeachment, ofereceu 1 mil reais a quem hostilizasse o senhor em um restaurante e registrasse o ataque em vídeo. Como o senhor qualifica esse ato?
Ciro Gomes: Esse episódio é o retrato de uma fração muito pequena da sociedade, mas bastante barulhenta, que precisa ser enfrentada. O autor dessa proposta provavelmente estava presente no restaurante, mas não teve coragem de me enfrentar. Então ele vai para o anonimato da internet, refúgio dos covardes, e oferece dinheiro para alguém me hostilizar, o que é uma característica do fascista, do cara que detém poder econômico e vai suprir a frouxidão dele com esse tipo de artifício.

Reagi com deboche, até porque o ataque não foi feito pessoalmente. Acho que toda a sociedade brasileira precisa recuperar um princípio da democracia e do Estado de Direito, que é o da legítima defesa. Essa turma acha que pode agredir e insultar qualquer pessoa, como fizeram com o Eduardo Suplicy, que é um homem de bem, como fizeram com o ex-ministro Guido Mantega, dentro de um hospital. Eles partem da premissa que um homem público tem que cumprir certo atributo aristocrático de não exercer a legítima defesa.

CC: Essa é a primeira vez que o senhor torna-se alvo desse tipo de ação?
CG: Diretamente comigo, sim. Outro dia aconteceu com meu irmão (Cid Gomes, ex-governador do Ceará). Ele estava chegando em casa, por volta de 1h30 da madrugada, quando cercaram o carro dele, bateram na lataria, começaram a gritar insultos e palavrões. Minha cunhada ligou chorando, para pedir socorro, e eu fui lá para acudir. É curioso, pois nem eu nem ele estamos ocupando cargo público, é preciso ter clareza. A última vez que fui candidato faz dez anos. Basicamente, a ideia dessa turma é intimidar, fazer coação moral. Isso se alimenta de um analfabetismo político muito sofrido. No fundo, são pessoas que merecem pena, não outra coisa.

Esse tipo de ação é um produto imediato da falta de escrúpulos da grande mídia, a incitar o ódio, casado com problemas da sociedade. Tem muita gente que tem problema com os pais, falta amor em casa, e extravasa esse rancor fora. Uma pessoa bem amada, que tem carinho em casa, não tem esse tipo de comportamento. É intolerante na rua porque é vítima, dentro de casa, da grosseria ou da omissão dos pais, por exemplo.

CC: Caso o processo de impeachment seja aprovado no Congresso, qual é o cenário político que o senhor vislumbra depois?
CG: Se esse golpe for consumado, não vejo mais a possibilidade de um governo estável pelos próximos 20 anos. Repare bem, a generalização da raiva e do ódio se dá por três grandes grupos. O primeiro é composto pelos eleitores frustrados do Aécio Neves, que nunca aceitaram a derrota nas urnas ou a atribuem a uma fraude, a uma mentira da campanha petista, não sem alguma dose de razão.

O segundo grupo é integrado por aqueles que sofrem as consequências da decadência econômica e da recessão, este com razões muito mais objetivas para estar insatisfeito. O terceiro grupo é o que está chocado com a novelização do escândalo pela grande mídia. Mas esses três grupos só se juntam na negação. Não tem moralidade intrínseca, não tem apego à moralidade, tanto que Eduardo Cunha se junta a essa turma na negação.

Essa coalização negativa vai se dissolver nessa dança. Quem assume o poder é alguém vinculado a tudo que mais podre e corrupto há no Brasil. Os problemas econômicos vão se agravar, porque haverá um componente de ilegitimidade do governante e de entreguismo aos interesses internacionais, flagrantemente entranhados nesse assunto, sobretudo quando falamos de petróleo. E o eleitor do Aécio vai ver de longe essa nova frente de governo. Pior: com uma grande parte do País desacreditando na linguagem da democracia e, portanto, sentindo-se autorizado a valer-se da violência e outras linguagens.

CC: Mesmo que consiga derrotar o impeachment, Dilma teria condições de recompor o governo em um ambiente tão conturbado?
CG: Tem toda a condição do mundo. Basicamente, a presidente Dilma Rousseff precisa sinalizar para esse grupo que se sentiu enganado nas últimas eleições, entre eles eu, e buscar uma reconciliação com os grupos sociais e políticos que lhe deram a vitória. Precisa mudar radicalmente os rumos da economia, assumir um compromisso com a produção brasileira, com os trabalhadores do País, e confrontar o que precisa ser confrontado.

Ela pode obter maiorias quando houver mérito das decisões dela, denunciando à população aquilo que for sabotagem de uma fração corrompida do Congresso. Aliás, ela deveria fazer isso hoje, não precisa esperar o desfecho do processo de impeachment.

CC: E o que o senhor acha da ideia de convocar novas eleições?
CG: É um contragolpe, uma marinice. Para isso prosperar, seria preciso aprovar uma emenda à Constituição, e qualquer deputado, senador ou mesmo um cidadão, que se sentir prejudicado pela interrupção dos mandatos, pode ingressar com uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal, que seria obrigado a intervir. Claro que é um golpe muito menos enojante, menos repugnante que este pilotado por Michel Temer e Eduardo Cunha, pois entrega ao povo a soberania final. Mas é uma pura e simples marinice, um contragolpe com jeitão charmoso de chamar o povo para votar de novo
Fonte: CONVERSA AFIADA
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Já era algo previsto o fracasso de Globo.

O mesmo se deu com o mensalão em 2005 e com as eleições em 2006.

Naqueles anos Lula também foi duramente atacado por Globo; menos que hoje, é certo, mas também foi uma campanha violentíssima contra Lula.

Lula também é um mito, e mito são indestrutíveis.

Neste momento de definições, Lula voltou às ruas, convocou o povo, e uma grande frente de esquerda surgiu. Algo até alguns meses atrás impensável.

Como bem disse o prefeito da cidade de Maricá, Washington Qua´Quá, uma nova esquerda está surgindo das ruas .

Essa nova esquerda, ainda que não totalmente definida, deve ser observada pelo governo Dilma, em caso, provável, de o impeachment ser derrotado no plenário da Câmara.

A nova composição da base aliada do governo Dilma, não pode, em hipótese alguma, ignorar os movimentos sociais e a nova esquerda.

O momento político do país também é favorável para conseguir o número necessário de assinaturas para o projeto de iniciativa popular que propõe a novas regras para os meios de comunicação.

O projeto já conseguiu mais da metade das assinaturas necessárias e deve voltar às ruas neste momento em que mais e mais pessoas tomam consciência do papel nefasto e criminoso exercido pelos meios de comunicação privados do país.

Quanto a liderança de Lula nas pesquisas de intenção de voto para presidente, isso não é novidade.

sábado, 9 de abril de 2016

O Cargueiro e as Hidrelétricas. Et latrare canes caravanis transit

O CARGUEIRO E AS HIDRELÉTRICAS.




(Jornal do Brasil) - O céu era “de brigadeiro”.

Mas, para a maior parte da mídia passou em brancas nuvens a apresentação do novo cargueiro militar KC-390 da EMBRAER à Presidente da República, ao Ministro da Defesa, Aldo Rebelo, e ao Ministro da Aeronaútica, Nivaldo Luiz Rossato, após viagem de Gavião Peixoto à Capital Federal, nesta semana, na Base Aérea de Brasília.

E, no entanto, tratava-se apenas da maior aeronave já construída no Brasil, com capacidade de transporte de blindados, de brigadas de paraquedistas, de operar como avião-tanque para reabastecimento aéreo de caças, ou como unidade de salvamento, em um projeto que custou 7 bilhões de reais, em grande parte financiado pelo Governo Federal, que teve também  participação minoritária de outros países, como Portugal, Argentina e a República Tcheca, destinada a substituir, no mercado internacional, nada menos que o Hércules C-130 norte-americano.

A mesma indiferença, para não dizer, desprezo, ou  deliberada desinformação, ocorreu com o início do processo de geração da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, a terceira maior do mundo, com capacidade de 11.000 megawatts, na semana passada.

Ou com a hidrelétrica de Santo Antônio, situada no Rio Madeira, em Rondônia, a quarta maior do país, que colocou em operação sua 39ª turbina geradora há alguns dias.

Como sempre se dá com os grandes projetos erguidos nos últimos 13 anos neste país – e põe obra nisso – escolheu-se dar atenção, prioridade e  divulgação preferencial a aspectos negativos, discutíveis e polêmicos como eventuais “estouros” de orçamento, atrasos ou suspeita de corrupção, do que às próprias obras.

Projetos que, depois de prontos, passarão a pertencer, inexoravelmente, ao patrimônio nacional e ao domínio do concreto, da realidade – e que, querendo ou não seus detratores – continuarão, agora e no futuro, beneficiando o país com mais empregos, mais energia, melhora no nível tecnológico de nossa indústria bélica e aeroespacial e da capacidade de defesa da Nação.

Bom mesmo, para essa gente, deve ter sido o governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que, segundo o Banco Mundial, conseguiu encolher o PIB e a renda per capita do Brasil em dólares nos oito anos em que permaneceu à frente do Palácio do Planalto, aumentou a carga tributária em vários pontos percentuais e duplicou a relação dívida líquida-PIB, além de deixar uma dívida de dezenas de bilhões de dólares o FMI, sendo obrigado a racionar energia por falta de investimentos na geração de eletricidade - além de deixar que desaparecessem empresas como a ENGESA, sem forjar um simples parafuso para as forças armadas.

Naquele tempo não se discutia a suspeita de irregularidades na construção de usinas, refinarias, plataformas de petróleo, gigantescos sistemas de irrigação e saneamento, ferrovias, tanques, submarinos – até mesmo atômicos - usinas nucleares, estádios, aviões, mísseis, porque não se fazia quase nada disso em nosso país, e, quando havia encomendas, poucas, eram para o exterior, e não para aqui dentro.

Aludia-se, sim – muito timidamente com relação ao que se faz hoje – à possibilidade da existência de irregularidades na compra da emenda da reeleição no Congresso; e na sabotagem, esquartejamento, destruição, por exemplo, de grandes empresas nacionais, algumas delas centenárias, a maioria estratégicas, para sua entrega, a preço de banana, para estrangeiros, com financiamento farto, subsidiado, do BNDES.

Lembrando George Orwell - em seu inesquecível e cada vez mais atual “1984” - o Ministério da Verdade, ou Miniver, em “novilíngua” - formado pela parte mais seletiva, parcial, ideologicamente  engajada e entreguista da mídia brasileira - pode fazer o que quiser – um diário chegou a trocar a foto de Dilma na cabine do KC-390, por outra, menos “favorável”, em pleno processo de impressão da tiragem do dia seguinte ao fato - que não se conseguirá derrubar  obras como Belo Monte, Telles Pires,  Santo Antônio, ou Jirau, ou o novo trecho da ferrovia norte-sul, que já leva soja de Anápolis ao Porto de  Itaqui, no Maranhão, ou paralisar – com a desculpa de que vão dar ou deram prejuízo (prejuízo contábil, virtual, não interessa, afinal, dinheiro se necessário, como fazem os EUA, se fabrica), como se não bastassem o 1 trilhão e 500 bilhões de reais em reservas internacionais que o Brasil possui – a construção da Transposição do São Francisco ou a expansão da refinaria Abreu e Lima, que já está processando, em sua primeira fase, cerca de 100.000 barris de petróleo  por dia.

As obras e as armas construídas, para o Brasil, como os fuzis de assalto IA-2, ou os radares SABER, ou o Sistema Astros 2020 – até mesmo porque as Forças Armadas não vão permitir que esses programas venham a ser destruídos e sucateados - vão ficar, por mais que muitos queiram  que elas desapareçam em pleno ar, em uma nuvem de fumaça ou nunca venham a ser vistos em um livro de história.

Et latrare canes caravanis transit – ouviu, certa vez um romano, em um ponto qualquer da rota da seda, entre as dunas do deserto do Saara.
O calendário da pátria não se mede com o ponteiro fugaz das vaidades humanas.

O que importa para o Brasil é o que fica.

No futuro, o povo saberá datar essas conquistas - separando o joio do trigo - no tempo e nas circunstâncias.

Fonte: MAURO SANTAYANA
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Resistência ao golpe continua crescendo no país

Panamá Papers: Escritórios da Mossack Fonseca são alvos de buscas

Policiais apreenderam um computador no escritório de El Salvador

As autoridades policiais de El Salvador fizeram buscas noescritórios da empresa que está no centro da investigação Panamá Papers, a Mossack Fonseca. Os policiais apreenderam um computador, informou neste sábado (9) a Procuradoria-Geral do país pela rede social Twitter.

Na quarta-feira, as autoridades de El Salvador já haviam anunciado a abertura de uma investigação sobre os 33 cidadãos citados no escândalo para apurar se teriam violado alguma lei.

O procurador estatal, Douglas Melendez, que visitou as instalações da empresa de advocacia na sexta-feira, disse aos jornalistas que cerca de 20 computadores e vários documentosforam confiscados. E sete funcionários foram ouvidos. Eles não chegaram a ser detidos.

A decisão de fazer as buscas foi tomada após ter sido constatado que funcionários da empresa estariam retirando a marca da companhia do exterior do edifício.

“Vamos levar a cabo uma investigação completa, de acordo com a lei”, acrescentou Melendez, que apelou às empresas que tenham tido negócios no passado com a Mossack Fonseca para entrarem em contato com a procuradoria.

Os clientes salvadorenhos da empresa Mossack Fonseca usavam offshores para fazer operções envolvendo milhares de dólares, que serviam para comprar imóveis em El Salvador “sob o radar das autoridades locais”, revelou o jornal local El Faro.

A Panamá Papers é uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) sobre a indústria de empresas offshore. Esse tipo de empresa pode ser usada para esconder dinheiro e dificultar o rastreamento de seus verdadeiros donos.

O ICIJ, com apoio do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, teve acesso a 11,5 milhões de documentos ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Os milhões de documentos vazados foram esmiuçados por mais de 370 jornalistas de 76 países. Os documentos mostraram que a Mossack Fonseca, que tem escritórios em outros países, é uma das maiores criadoras de empresas de fachada do mundo. A documentação analisada apontou a criação de 214 mil empresas offshore ligadas a pessoas em mais de 200 países e territórios.
Fonte: Jornal do Brasil
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Mano Brown: Quem quer o impeachment não está preocupado com o país 

Rapper do Racionais MC´s afirmou que políticos querem substituir quem está no poder, mas não estão preocupados com o Brasil


POLÍTICA#NãoVaiTerGolpe
Postado por Agência PT, em 9 de abril de 2016 às 12:10:29

Em entrevista à Radio Band News, o rapper Mano Brown afirmou que a oposição e aqueles que querem derrubar o governo da presidenta Dilma Rouseff querem apenas trocar o comando, mas não estão verdadeiramente preocupados com os problemas do país.

“O triste é ver que eles não estão preocupados com Brasil. Eles estão preocupados em substituir quem está no poder”, afirmou o músico, da banda Racionais MC´s, que estourou na década de 1990 com raps densos e de crítica social.

Mano Brown afirmou que o começo do governo Lula foi brilhante. “A ideia do Bolsa Família tirou o Brasil de uma condição e levou para outra”, afirmou. Nessa época, diz ele, as pessoas se encheram de um orgulho de ser brasileiro. “Quando o Brasil pagou a dívida do FMI. Quando teve uma crise mundial e o Brasil passou por ela”, diz ele.

Mas, segundo o músico, essa estratégia foi sabotada por quem se sentiu prejudicado pelas novas divisões sociais mais igualitárias possibilitadas pelo governo Lula. “Nas novas divisões o dinheiro teve que ser repartido por pessoas que antes não comiam, não vestiam, não tinham vontade de viver mais”, afirmou o artista.

“Tem gente que vivia melhor antes. Vivia do privilégio e não da Justiça. E milhões de pessoas que viviam abaixo da Justiça, abaixo da humanidade”, afirmou Brown.


Fonte: Agência PT
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Edgar Vasques: Mortos-vivos

publicado em 09 de abril de 2016 às 13:05
vasques


















Fonte: VIOMUNDO
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Até o momento na divulgação dos panama papers, o foco foi no Brasil e na Rússia. Não apareceu, ou não foi divulgado, nada sobre EUA, Inglaterra e outros.

Logo os EUA, onde a trapaça é a regra, é estranho que nada tenha sido divulgado.

Com o capitalismo vivendo uma de suas maiores crises, impedir que projetos alternativos sejam bem sucedidos parece ser a regra.

Neste momento de crise profunda no mundo, é importante que exemplos alternativos sejam destruídos.

É o que está acontecendo no Brasil com a tentativa de golpe.

Com a proximidade das votações, na Comissão e bem provável no plenário da Câmara, cresce um clima de pressão, irracional, alucinado, alimentado pela velha mídia, onde denúncias e factóides emergirão, ganharão destaques absurdos na velha mídia por alguns dias, e sairão de cena quando não mais tiverem utilidade.

O golpe em curso contra a Democracia brasileira é bem maior, mais extenso, que o pedido de impeachment que tramita no congresso nacional. Se o impeachment não passar na Câmara, que hoje admite-se que deve acontecer, o processo do golpe continua.

Com a proximidade das votações, políticos de oposição, como o ex-presidente Fernando Henrique, preocupados e assutados com a mobilização popular que cresce no país contrária ao golpe e em defesa da Democracia, fazem advertências contra o possível caos social, o que poderia levar a indesejáveis intervenções.

É o processo do golpe se manifestando.

A mobilização popular contra o golpe, que assusta os golpistas, é justamente o oposto do caos desejado por FHC e sua turma. A mobilização popular é a ordem orgânica, viva, que não admite perder o que se conquistou ao longo deste século.

Derrotar o impeachment que tramita no congresso e restabelecer a ordem jurídica e democrática.

A mobilização popular veio para ficar e para garantir a governabilidade ao governo.