terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Talvez já se possa falar em fascismo

Riqueza de 1% da população supera a de 99% em 2015, mostra Oxfam



Para mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade

Fonte: BRASIL DE FATO
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HSBC, Zelotes e os anunciantes da mídia

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Em 29 de dezembro de 2015, portanto há 19 dias, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão da Câmara que acompanha a Operação Zelotes, reuniu-se com o delegado Rogério Galloro, diretor-geral substituto da Polícia Federal, e fez vários questionamentos, entre os quais:

* Por que estão paradas as investigações que apuravam desvios de R$ 20 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) da Receita Federal? As investigações apontaram que os conselheiros do Carf recebiam propina para anular multas de grandes empresas com a Receita Federal.

* Por que denúncias contra grandes sonegadores envolvidos no escândalo do Carf, como Bradesco, Santander, Mitsubishi, Gerdau, Grupo RBS, que eram o objetivo inicial da Operação Zelotes, nunca apareceram?

* Por que a Polícia Federal mudou o foco da Lava Jato e abriu uma investigação paralela para apurar a compra de medidas provisórias no governo federal?


Fonte: Blog do Miro
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Paulo Pimenta: Travaram a investigação da Zelotes e do HSBC para não atrapalhar aliança entre a PF, o MPF e a mídia; grandes anunciantes são poupados

Fonte: VIOMUNDO
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FÓRUM 21 e Frente Brasil Popular:
A quem serve o Banco Central?
Unânimes contra a elevação dos juros, intelectuais e lideranças da sociedade civil divulgam uma nota em repúdio ao aumento da taxa SELIC.


FÓRUM 21 e Frente Brasil Popular

            
Representantes do Fórum 21 reuniram-se em Assembleia Geral, na última sexta-feira (18.01), em São Paulo, para debater e aprovar o estatuto da entidade, a ONG Fórum 21: ideias para o avanço social. Durante o encontro, também foi discutido o aumento da taxa de juros SELIC, programado para os próximos dias, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Em repúdio à elevação dos juros, intelectuais, professores universitários, jornalistas, lideranças da sociedade civil, sindicalistas e militantes políticos que compõem o Fórum 21 e a Frente Brasil Popular divulgam, nesta segunda-feira (18.01), uma nota denunciando a irresponsabilidade do Banco Central e as consequências nefastas da elevação dos juros ao país.

%u20B“Isso nada contribui para reduzir a inflação, mas é um poderoso mecanismo de transferência de renda da parcela mais pobre e mais produtiva para a parcela mais rica e menos produtiva da população”, aponta a nota. Segundo as entidades, “uma nova rodada de aumento da taxa de juros significa que o Banco Central almeja abertamente uma contração maior da demanda, mais desemprego e mais redução do salário real médio”.

O Fórum 21 e a Frente Brasil Popular também questionam o que pretende o Banco Central: “produzir a maior recessão da história brasileira e uma trajetória explosiva da dívida pública, gerando mais desvalorização cambial e mais pressão inflacionária? A quem isso pode interessar? ”

Fonte: CARTA MAIOR
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Por que o Moro opera em rede nacional? A Vara não é de Curitiba?

Rábula de Maringá

Moro corrompe a teoria do domínio do fato. Não é o primeiro...

Evandro L. Silva

Julgador não pode ser o investigador

Nabor Bulhões

Fonte: CONVERSA AFIADA
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O populismo judicial de Mário Sérgio Conti



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por Luís Nassif, no GGN
Desde os anos 90, com o fim da ditadura, criou-se no país uma visão primária e maniqueísta de direitos civis. Como há diferenças óbvias entre o excesso de direitos dos influentes e a falta de direitos dos despossuídos, ambos precisam ter o mesmo tratamento. Como é impossível, no quadro processual, e do próprio modelo jurídico das democracias de mercado, dar ao pobre o mesmo tratamento do rico, que sejam igualados na falta de direitos.
Trata-se de um primarismo acachapante, uma ignorância ampla em relação a princípios básicos de direito. É desconhecimento de conceitos que, desde o Iluminismo, passaram a diferenciar sociedades civilizadas das comunidades bárbaras.


Fonte: O CAFEZINHO
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Criminosos de colarinho branco recebem anistia ampla. Nem um pio da mídia

publicado em 18 de janeiro de 2016 às 13:29
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Angélica Aparecida Souza Barbosa, que passou 128 dias presa em São Paulo por tentar furtar um pote de manteiga de R$ 3,20
Para Alessandro Fonseca, sócio do escritório Mattos Filho, a segurança jurídica é um de seus principais aspectos do projeto porque os contribuintes que aderirem não poderão ser processados por crimes como sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e descaminho. Da Folha
As classes dominantes continuam zombando da igualdade. Sempre querem ser mais iguais que os outros. Adoram e não abrem mão dos privilégios. O Iluminismo, que retrata o tempo da modernidade, ainda não chegou ao Brasil. Crimes das classes dominadas, ao contrário, são resolvidos (inescapavelmente) com a prisão. E não precisa o marginalizado (o apartheidizado) fazer muita coisa não. Sua vulnerabilidade é extrema. Não é dessa maneira que vamos construir uma nação. De Luiz Flávio Gomes, advogado


Fonte: VIOMUNDO
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Seca na Etiópia é uma ameaça tão séria para crianças quanto a guerra na Síria, alerta ONG

18 janeiro, 2016 - 10:33 — Simone

Segundo dados da ONU, a pior seca na nação africana em 30 anos impacta na vida de 400 mil crianças, que estão sofrendo de 'severa desnutrição aguda'.


Fonte: BRASIL DE FATO
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Rio Doce: ''O impacto ainda está acontecendo''

Em entrevista, pesquisador afirma que impacto na cabeceira do Rio é muito grande e provavelmente vai demorar muitos anos para recuperá-la.




Riqueza de 1% da população supera a de 99% em 2015, diz a primeira manchete acima.

Por vários anos, talvez já se possa falar em década, o assunto da concentração de riqueza vem sendo debatido nas mídias alternativas.

Na velha mídia não há interesse em debater o assunto, ao contrário , tal tema é omitido e quando abordado é apresentado como algo normal, inevitável, karma natural do processo capitalista e da democracia.

Já por alguns meses, talvez já se possa falar em um ano, ou mais, a Operação Zelotes e o caso HSBC surgiram no noticiário, para , logo em seguida, desaparecerem quase por completo.

Nas mídias alternativas se debateu o assunto, com dados e provas sobre as trapaças de grandes empresas, inclusive de mídia, empresários e figurões da vida política nacional

Na velha mídia, que tanto defende a democracia principalmente quando se vê diante de manifestações e ações com características de desobediência civil, nada , ou quase nada, é apresentado sobre o assunto.

Prioriza-se na velha mídia a operação lava jato, aliás, sem parar um dia, e omite-se as trapaças de empresas aliadas da mídia ou mesmo da própria mídia.

Nada democrático para esses grupos que tanto defendem a democracia.

Seguindo na estrada da "democracia", mais uma vez, como tem acontecido em outras ocasiões, políticas de austeridade são enaltecidas pela velha mídia.

Austeridade para os pobres, que ficam mais pobres, e caminho livre e "democrático" para os ricos, que ficam mais ricos.

Tudo em nome da "democracia" e do karma neoliberal, intocáveis.

Já o juiz Sergio Moro e a sua operação Lava jato, o ganha pão da velha mídia, além do futebol, fazem o que bem entendem da "democracia".

Velha mídia e o todo poderoso magistrado , criam novas formas e modalidades dos processos da democracia e do direito, em um espetáculo jurídico - midiático, patrocinado por empresas envolvidas em escândalos de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.

Toda a operação comandada pelo juiz Moro e pela velha mídia, tem sido motivo de longos e extensos textos e debates nas mídias alternativas.

Talvez por mais de um ano, talvez, mesmo, já se possa falar em mais de doze meses.

E eis que arrebenta a barragem da Samarco , e o Brasil vivencia o maior desastre ambiental de sua história.

Não é de hoje que as mídias alternativas vem alertando para o agravamento das questões ambientais.

Na velha mídia, o assunto mudança climática e ambientalismo, é tratado, quando abordado, de forma infantil, ou algo que não é problema de ninguém, ou ainda, algo futurista.

Já por alguns anos, talvez já se possa falar em mais de dez décadas, que o assunto das questões ambientais e das mudanças climáticas vem sendo abordado nas mídias alternativas.

E então, caro e atento leitor, me pergunto se em todos os assuntos tratados até aqui a Democracia - Democracia com D maiúsculo e de verdade - tem sido respeitada.

Os direitos das pessoas tem sido respeitados e assegurados, também pergunto.

As respostas são fáceis.

A democracia mundial, tão enaltecida como o caminho vitorioso do capitalismo a partir da década de 1990, é apenas uma figura de retórica, já que na pratica, no dia a dia das pessoas, o que prevalece é o crescimento mundial de um novo tipo de autoritarismo, um fascismo, que tem sequestrado os governos e as instituições.

Uma nova expressão de crime organizado, talvez a mais cruel de todas, já que em nome da democracia os direitos das pessoas, do planeta e da vida são violentados diariamente.

Assim sendo, o combate contra essas violações não pode acontecer dentro dos limites da Democracia, sendo natural que movimentos sociais tenham , cada vez mais, adotado práticas de desobediência civil em suas ações.

Estamos entrando na fase da arte da guerra, da criatividade, nas manifestações contra o crime organizado que domina o Brasil e o mundo.

Talvez já se possa falar em fascismo dominando o mundo ?

Antonio Luiz Costa:
Saída à esquerda ou fascismo
publicado em 19 de janeiro de 2016 às 12:08

Munchau vê saída à esquerda

Encruzilhada do capital

Financial Times: a extrema-esquerda está certa

Como nos anos 1930, algum tipo de ruptura é inevitável e se não for para a esquerda, pode ser na direção do fascismo ou do fundamentalismo

por Antonio Luiz M. C. Costa — 26/11/2014, CartaCapital

Quando um editor e colunista de primeira linha de um jornal financeiro mundialmente respeitado dá razão à extrema-esquerda, é hora de parar, ler e pensar. Referimo-nos a Wolfgang Münchau, editor associado do Financial Times, no qual mantém uma coluna semanal sobre a economia europeia. O título desta, na edição do domingo, 23 de novembro foi: “a esquerda radical está certa sobre a dívida europeia”.

Refere-se, em especial, ao partido espanhol Podemos, ao grego Syriza e ao alemão Die Linke (“A Esquerda”), as duas primeiras formações novas criadas a partir de núcleos de origem no trotskismo e no movimento “antiglobalização” e o terceiro um descendente direto do Partido Comunista da antiga Alemanha Oriental. E explica: o consenso internacional dos analistas econômicos, não necessariamente de esquerda, é que a Zona do Euro precisa de reestruturação da dívida e investimentos no setor público, mas partidos como esses são os únicos nos quais se pode votar para defender esse programa. Social-democratas e socialistas, uma vez no governo, aceitaram a agenda conservadora de Angela Merkel em todos os seus pontos essenciais.

A coluna analisa com mais detalhe o Podemos, o mais jovem desses partidos e “o que chega mais perto de oferecer um enfoque consistente para uma política econômica pós-crise”. O programa exposto pelo economista Nacho Álvarez, um dos membros da cúpula do partido, baseia-se em renegociação das taxas de juros, períodos de graça, reescalonamento e anulação parcial da dívida, à maneira de alguns países sul-americanos. Ao contrário do “Movimento 5 Estrelas italiano”, cujo objetivo declarado é tirar o país do euro, o Podemos “não é a favor de sair do euro, nem de fazer mais sacrifícios por ele”.

Para Münchau, é uma posição equilibrada, por mais que se queira tachá-la de bolivariana. “A tragédia da Zona do Euro é o senso de resignação com que os partidos do centro-esquerda e centro-direita estão deixando a Europa deslizar para o equivalente econômico de um inverno nuclear. É uma tragédia particular que partidos da ultra-esquerda sejam os únicos a apoiar políticas sensatas como a reestruturação da dívida”.

No atual estado de coisas, o absurdo está em pensar que a dívida é sustentável e o problema se resolverá por si só, como se fosse possível ignorar que o continente caminha para uma longa estagnação que, mais cedo ou mais tarde, tornará impossível cumprir esses compromissos financeiros e pode levar à desintegração política e econômica.

A começar dos anos 1980, se não desde o maio de 1968, tornou-se uma obsessão por parte dos agentes do poder financeiro e político não permitir que movimentos políticos e sociais proponham alternativas reais sem serem ridicularizados. Qualquer tentativa de mudar o mundo deve ser percebida como fantasia ociosa. TINA, “There is no alternative”, era o lema favorito de Margaret Thatcher e desde então o consenso dominante da mídia e da política não fazem mais do que repeti-lo em diferentes formulações.

Acontece que o rumo ao qual conduz o pensamento único no qual se embutiu a ideia de que os interesses do sistema financeiro são supremos e sagrados começa a se tornar visivelmente inviável. É evidentemente insustentável a longo prazo por razões ecológicas, mas antes disso cai na pura impossibilidade de contábil e política de pagar as dívidas públicas e privadas e poupar as instituições financeiras das consequências de seus próprios erros, enquanto se mantém uma grande parte da população desempregada e ameaçada de perder suas moradias e os serviços sociais dos quais depende para sobreviver com dignidade. Como nos anos 1930, algum tipo de ruptura é inevitável e se não for para a esquerda, pode ser na direção do fascismo ou do fundamentalismo.

Fonte: VIOMUNDO

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Para avançar é preciso lutar

Essa juventude não está entendendo nada…


Por Renato Rovai janeiro 16, 2016 12:42
Essa juventude não está entendendo nada…
É assim. Sempre foi assim. Mas também podia ser algo como: “na minha época…”.
Quando alguém começa a frase com um na minha época sobram arrepios. Em geral, o que virá depois é algo idealizado do que não se viveu. É mentira embalada em moralismo barato.
O essa juventude não está entendendo nada faz parte deste contexto.
Imagino que a galera que foi pras ruas em 68 ouviu isso. Que os que eram estudantes em 1977 e peitaram a ditadura cansaram de ouvir isso. E lembro-me bem dos que fundaram o PT sendo chamados de irresponsáveis pela turma do partidão e do PMDB por dividir a oposição em 82. Segundo eles, o partido era obra do Golbery.
Pois é, pois é. Tempo, tempo, tempo que talvez seja o segredo desta vida.
Alguns petistas e supostamente gente madura que se diz de esquerda e que já ouviu isso quando jovem agora se junta ao discurso de que essa juventude não está entendendo nada para ajudar a massacrar o MPL e os que estão dizendo que transporte deveria ser um direito público. Que a tarifa não deveria ser tão cara.
Não se trata de concordar com todas as pautas e todos os métodos de luta do MPL, mas no mínimo de tentar entender que existe algo novo, um movimento que tem conseguido catalizar energias para discutir direitos.
Trata-se de imaginar que ali estão se formando novas lideranças que podem oxigenar espaços de participação. E trata-se de reconhecer que esses movimentos tem conseguido mobilizar jovens.
Ou as ocupações de escolas por secundaristas que levaram o governador Alckmin a recuar no seu projeto de fechar escolas e fizeram seu secretário de Educação entregar o cargo porque apostou no confronto com os estudantes não foi uma vitória desta moçada? Ou o recuo no aumento da passagem em 2013 também não foi uma vitória deles?
Não há país que tenha evoluído na conquista de direitos sem que em algum momento seus cidadãos não tenham tido que forçar a porta. Não é por dádiva que se amplia a cidadania.
Mas ao mesmo tempo, sempre o velho se enfrenta com o novo.
E o conflito de gerações no mesmo campo é algo comum. Boa parte dos que envelhecem não conseguem entender as novas formas de luta e de atuação daqueles que estão chegando. E que percebem que não conseguirão nada se fizerem tudo do mesmo jeito.
Você acha que o MPL comete erros? E você e o seu movimento, não?
Você acha que há gente oportunista no meio dos que estão nas ruas? Certo, certo e nunca foi assim, né?
Você acha a proposta deles oportunista é irresponsável? Talvez você não lembre, mas era isso que muitos falavam (pasmem!) em 84 quando se organizou o primeiro comício das Diretas num 25 de janeiro.
Um dia, amigos, a sociedade vai entender que é melhor cobrar um pouco mais de imposto para que todo cidadão possa andar de graça de transporte público. Porque ou será isso ou o caos da imobilidade.
E aí, esses jovens talvez já estejam maduros. E alguns deles (ou talvez muitos) podem vir a criticar a irresponsabilidade dos filhos dos outros que estarão lutando por uma outra ousadia. Ou mesmo por uma utopia.
Que assim seja.
Que venha a juventude que lute. E que ela continue não entendendo nada.
Só assim  as coisas acontecem.

Fonte: Blog do Rovai
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Brilhante.

Se fala e escreve muito sobre as manifestações do MPL, mas poucos conseguem dizer algo útil.

Rovai foi ao ponto.

O velho sempre vê o novo, o diferente, como algo errado, e mesmo por vezes perigoso.

Cristalizados em seus conceitos, que provavelmente outrora foram questionados, os velhos, e eles são maioria em idade e em ideias, tremem de medo pelo novo.

Mudar é algo que coloca a maioria das pessoas em pânico, já que o novo é desconhecido, logo gera insegurança.

Assim sendo, qualquer ideia , movimento, que ultrapasse os limites do arcabouço de ideias definido como dominante,  é imediatamente bombardeado, questionado.

A velha mídia, o túmulo da modernidade, o sarcófago onde  habita o pior dos conservadorismos se apressa em rotular e bombardear novas formas de expressão, como no caso do MPL.

O movimento tem sido acusado diariamente nos telejornais rochosos de violar os conceitos básicos do regime democrático, o que em parte pode ser verdade, no entanto, o que é democracia nos dias atuais, pergunta-se.

Tarifas de transporte público caras e serviços de qualidade ruim, são uma violência contra a população, e , principalmente, uma violação dos princípios democráticos estabelecidos na constituição.

A democracia tem sido, diariamente ao longo de anos, violentada e desrespeitada por aqueles que acusam o MPL de ser anti- democrático.

Qualquer mudança e qualquer evolução não se dão por  ideias cristalizadas, mas sim por novas ideias, novas formas de expressão e, principalmente, de luta.

Isso não significa uma defesa ou uma condenação a atuação do MPL, mas apenas uma constatação da realidade.

Novas ideias não são resolvidas com velhas ideias cristalizadas.

Não se consegue avançar sem luta.
 



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Ditadura midiático-judicial

Principais advogados do país denunciam ditadura midiático-judicial

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Mais de uma centena de advogados assinam uma dura carta-denúncia contra os abusos da Lava Jato.
Se o conteúdo está correto, a forma me parece absolutamente equivocada.
Os advogados foram ingênuos, embora seja incrível atribuir ingenuidade aos maiores causídicos do país.
Eles pagaram a publicação da carta nos três principais jornais do país, ou seja, exatamente no núcleo duro do golpe midiático-judicial.
Era tudo que os jornais queriam: os mesmos três jornais embolsaram o pagamento pela publicação da carta, publicaram a carta, e em seguida já começaram a desconstruí-la e a ridicularizá-la.
O motivo é óbvio.
A carta repete o que o Cafezinho - e todos os blogs progressistas - denuncia há vários anos, e o que a ciência política já detectou há muito tempo em outros países: a formação de um bloco político midiático-judicial de cunho autoritário e antidemocrático.
No caso do Brasil, esse bloco é particularmente perigoso e antidemocrático, porque temos o ministério público mais conservador, mais fechado, mais antipoular e mais poderoso do mundo. E temos a mídia mais concentrada, mais conservadora e mais autoritária do mundo. Esses dois atores, juntos, formam um bloco protofascista com poder de intimidar qualquer magistrado.
Ninguém resista à sua pressão: vide a incapacidade, mesmo entre os ministros do STF mais combativos, mais independentes, como o presidente do STF, Ricardo Lewandoswki, de enfrentar a mídia e Sergio Moro e conceder habeas corpus a executivos que não representam, após todo esse tempo atrás das grades, mais obstáculo nenhum às investigações, quanto mais perigo à ordem pública.
A concentração da mídia, como se vê, causa problemas em todos os níveis da democracia: prejudica a cultura, a economia, a comunicação social, os direitos humanos.
Espera-se que um dia surjam políticos dotados de coragem, por um lado, e capacidade intelectual, de outro, para fazer esse embate necessário e urgente contra esse novo leviatã.
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Leia abaixo a carta e a lista dos advogados que a assinaram:
“No plano do desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados, a Lava Jato já ocupa um lugar de destaque na história do país. Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática. O desrespeito à presunção de inocência, ao direito de defesa, à garantia da imparcialidade da jurisdição e ao princípio do juiz natural, o desvirtuamento do uso da prisão provisória, o vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas, a sonegação de documentos às defesas dos acusados, a execração pública dos réus e o desrespeito às prerrogativas da advocacia, dentre outros graves vícios, estão se consolidando como marca da Lava Jato, com consequências nefastas para o presente e o futuro da justiça criminal brasileira. O que se tem visto nos últimos tempos é uma espécie de inquisição (ou neoinquisição), em que já se sabe, antes mesmo de começarem os processos, qual será o seu resultado, servindo as etapas processuais que se seguem entre a denúncia e a sentença apenas para cumprir ‘indesejáveis’ formalidades.
Nesta última semana, a reportagem de capa de uma das revistas semanais brasileiras não deixa dúvida quanto à gravidade do que aqui se passa. Numa atitude inconstitucional, ignominiosa e tipicamente sensacionalista, fotografias de alguns dos réus (extraídas indevidamente de seus prontuários na Unidade Prisional em que aguardam julgamento) foram estampadas de forma vil e espetaculosa, com o claro intento de promover-lhes o enxovalhamento e instigar a execração pública. Trata-se, sem dúvida, de mais uma manifestação da estratégia de uso irresponsável e inconsequente da mídia, não para informar, como deveria ser, mas para prejudicar o direito de defesa, criando uma imagem desfavorável dos acusados em prejuízo da presunção da inocência e da imparcialidade que haveria de imperar em seus julgamentos – o que tem marcado, desde o começo das investigações, o comportamento perverso e desvirtuado estabelecido entre os órgãos de persecução e alguns setores da imprensa.
Ainda que parcela significativa da população não se dê conta disso, esta estratégia de massacre midiático passou a fazer parte de um verdadeiro plano de comunicação, desenvolvido em conjunto e em paralelo às acusações formais, e que tem por espúrios objetivos incutir na coletividade a crença de que os acusados são culpados (mesmo antes deles serem julgados) e pressionar instâncias do Poder Judiciário a manter injustas e desnecessárias medidas restritivas de direitos e prisões provisórias, engrenagem fundamental do programa de coerção estatal à celebração de acordos de delação premiada.
Está é uma prática absurda e que não pode ser tolerada numa sociedade que se pretenda democrática, sendo preciso reagir e denunciar tudo isso, dando vazão ao sentimento de indignação que toma conta de quem tem testemunhado esse conjunto de acontecimentos. A operação Lava Jato se transformou numa Justiça à parte. Uma especiosa Justiça que se orienta pela tônica de que os fins justificam os meios, o que representa um retrocesso histórico de vários séculos, com a supressão de garantias e direitos duramente conquistados, sem os quais o que sobra é um simulacro de processo; enfim, uma tentativa de justiçamento, como não se via nem mesmo na época da ditadura.
Magistrados das altas Cortes do país estão sendo atacados ou colocados sob suspeita para não decidirem favoravelmente aos acusados em recursos e habeas corpus ou porque decidiram ou votaram (de acordo com seus convencimentos e consciências) pelo restabelecimento da liberdade de acusados no âmbito da Operação Lava Jato, a ponto de se ter suscitado, em desagravo, a manifestação de apoio e solidariedade de entidades associativas de juízes contra esses abusos, preocupadas em garantir a higidez da jurisdição. Isto é gravíssimo e, além de representar uma tentativa de supressão da independência judicial, revela que aos acusados não está sendo assegurado o direito a um justo processo.
É de todo inaceitável, numa Justiça que se pretenda democrática, que a prisão provisória seja indisfarçavelmente utilizada para forçar a celebração de acordos de delação premiada, como, aliás, já defenderam publicamente alguns Procuradores que atuam no caso. Num dia os réus estão encarcerados por força de decisões que afirmam a imprescindibilidade de suas prisões, dado que suas liberdades representariam gravíssimo risco à ordem pública; no dia seguinte, fazem acordo de delação premiada e são postos em liberdade, como se num passe de mágica toda essa imprescindibilidade da prisão desaparecesse. No mínimo, a prática evidencia o quão artificiais e puramente retóricos são os fundamentos utilizados nos decretos de prisão. É grave o atentado à Constituição e ao Estado de Direito e é inadmissível que Poder Judiciário não se oponha a esse artifício.
É inconcebível que os processos sejam conduzidos por magistrado que atua com parcialidade, comportando-se de maneira mais acusadora do que a própria acusação. Não há processo justo quando o juiz da causa já externa seu convencimento acerca da culpabilidade dos réus em decretos de prisão expedidos antes ainda do início das ações penais. Ademais, a sobreposição de decretos de prisão (para embaraçar o exame de legalidade pelas Cortes Superiores e, consequentemente, para dificultar a soltura dos réus) e mesmo a resistência ou insurgência de um magistrado quanto ao cumprimento de decisões de outras instâncias, igualmente revelam uma atuação judicial arbitrária e absolutista, de todo incompatível com o papel que se espera ver desempenhado por um juiz, na vigência de um Estado de Direito.
Por tudo isso, os advogados, professores, juristas e integrantes da comunidade jurídica que subscrevem esta carta vêm manifestar publicamente indignação e repúdio ao regime de supressão episódica de direitos e garantias que está contaminando o sistema de justiça do país. Não podemos nos calar diante do que vem acontecendo neste caso. É fundamental que nos insurjamos contra estes abusos. O Estado de Direito está sob ameaça e a atuação do Poder Judiciário não pode ser influenciada pela publicidade opressiva que tem sido lançada em desfavor dos acusados e que lhes retira, como consequência, o direito a um julgamento justo e imparcial – direito inalienável de todo e qualquer cidadão e base fundamental da democracia. Urge uma postura rigorosa de respeito e observância às leis e à Constituição brasileira.”
Alexandre Aroeira Salles
Alexandre Lopes
Alexandre Wunderlich
André de Luizi Correia
André Karam Trindade
André Machado Maya
Antonio Carlos de Almeida Castro
Antonio Claudio Mariz de Oliveira
Antonio Pedro Melchior
Antônio Sérgio A. de Moraes Pitombo
Antonio Tovo
Antonio Vieira
Ary Bergher
Augusto de Arruda Botelho
Augusto Jobim do Amaral
Aury Lopes Jr.
Bartira Macedo de Miranda Santos
Bruno Aurélio
Camila Vargas do Amaral
Camile Eltz de Lima
Celso Antônio Bandeira de Mello
Cezar Roberto Bitencourt
Cleber Lopes de Oliveira
Daniela Portugal
David Rechulski
Denis Sampaio
Djefferson Amadeus
Dora Cavalcanti
Eduardo Carnelós
Eduardo de Moraes
Eduardo Sanz
Edward de Carvalho
Felipe Martins Pinto
Fernando da Costa Tourinho neto
Fernando Santana
Flavia Rahal
Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto
Francisco Ortigão
Gabriela Zancaner
Guilherme Henrique Magaldi Netto
Guilherme San Juan
Guilherme Ziliani Carnelós
Gustavo Alberine Pereira
Gustavo Badaró
Hortênsia M. V. Medina
Ilídio Moura
Jacinto Nelson de Miranda Coutinho
Jader Marques
João Geraldo Piquet Carneiro
João Porto Silvério Júnior
José Carlos Porciúncula
Julia Sandroni
Kleber Luiz Zanchim
Lenio Luiz Streck
Leonardo Avelar Guimarães
Leonardo Canabrava Turra
Leonardo Vilela
Letícia Lins e Silva
Liliane de Carvalho Gabriel
Lourival Vieira
Luiz Carlos Bettiol
Luiz Guilherme Arcaro Conci
Luiz Henrique Merlin
Luiz Tarcisio T. Ferreira
Maira Salomi
Marcelo Turbay Freiria
Marco Aurélio Nunes da Silveira
Marcos Ebehardt
Marcos Paulo Veríssimo
Mariana Madera
Marina Cerqueira
Maurício Dieter
Maurício Portugal Ribeiro
Maurício Zockun
Miguel Tedesco Wedy
Nabor Bulhões
Nélio Machado
Nestor Eduardo Araruna Santiago
Nilson Naves
Paulo Emílio Catta Preta
Pedro Estevam Serrano
Pedro Ivo Velloso
Pedro Machado de Almeida Castro
Rafael Nunes da Silveira
Rafael Rucherman
Rafael Valim
Raphael Mattos
Renato de Moraes
Roberta Cristina Ribeiro de Castro Queiroz
Roberto Garcia
Roberto Podval
Roberto Telhada
Rogerio Maia Garcia
Salah H. Khaled Jr.
Sergio Ferraz
Técio Lins e Silva
Thigo M. Minagé
Thiago Neuwert
Tiago Lins e Silva
Ticiano Figueiredo
Tito Amaral de Andrade
Victoria de Sulocki
Weida Zancaner
Fonte: O CAFEZINHO

Curta PAPIRO - 15.01.2016


 
  Curtas


1 - Quase

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA

2 - Foi até manchete

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA




3 - PIG. Barrigas em série

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA


4 - Tiranossauro e Pterossauro
patoserra
Fonte: TIJOLAÇO



5 - Apoio de longa data
Serra: Candidato preferido dos golpistas

                                



















Fonte: BRASIL DE FATO

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Progresso Encantador

Antropoceno: a era da manipulação da informação

85,5% das importações audiovisuais da América Latina são originárias dos EUA, e elas estão tentando construir a ideia de que não existe aquecimento global.



Najar Tubino reprodução

Enojar é o verbo inspirador deste texto. Depois de muito pesquisar sobre a concentração de poder no mundo hoje, onde 147 transnacionais controlam outras 43 mil, o que corresponde a 40% do mercado mundial, onde os três principais veículos de economia do mundo ocidental fazem parte da carteira de clãs conhecidos há séculos, como os Rothschild, Agnelli, ou já na era moderna, os Murdoch, donos do The Wall Street Journal, do Dow Jones e da Fox News, que divulga diariamente as mentiras sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global. The Economist, a revista inglesa de 1873 é a outra fonte, muito celebrada pelos neoliberais e conservadores por sua respeitabilidade, transparência e ética.

Ao iniciar 2016, a revista publicou uma capa sobre o Brasil quebrado e desorganizado, com uma foto da presidenta Dilma Rousseff cabisbaixa. Em agosto de 2015 a Pearson, dona da revista vendeu 50% das ações – 27,3% foram compradas pela família Agnelli, os outros 23,7% pelo próprio Grupo Economist. Ocorre o seguinte: os outros 50% pertencem aos Rothscild, aos agentes financeiros Schroder, aos Agnelli e a Cadbury, maior fabricante de doces do Reino Unidos, que foi engolido pela Kraft Foods, dos Estados Unidos. O detalhe: estas famílias detêm a maioria das ações classe A, que dão direito a indicar a maioria dos 13 membros da diretoria. Ou seja: eles mandam e estabelecem as diretrizes editoriais.

Negócio perfeito no capitalismo

Pior: o grande negócio da The Economist é o Economist Intelligence Unit, que em 2014 faturou US$93 milhões, mais do que os US$37 milhões do Financial Time Group, que publica o jornal FT, que também era da Pearson e foi vendido no ano passado para o grupo japonês Nikkei por US$1,3bi. Este é o funcionamento perfeito do capitalismo: os cães farejadores levantam a situação das empresas, dos setores econômicos em todo o mundo – inclusive faturando com a publicidade- depois entregam para os seus patrões, que no mesmo momento, sairão pelo mundo comprando ações, empresas, terras, de barbada. Um golpe que o clã dos Rothschild britânico instituiu no então poderoso império por Nathan, que se instalou na City londrina em 1809.

A estratégia límpida e transparente, naquela época não tinha o sustentável, conhecida historicamente como o Golpe na Bolsa de Londres consistiu no seguinte: seus informantes presentes na Batalha de Waterloo forneceram o resultado final da carnificina ao patrão, logo em seguida começou a vender os papéis na Bolsa espalhando o boato que Napoleão vencera. Ao mesmo tempo, seus agentes passaram a comprar os papéis por ninharia. Logo depois, o poderoso império ficou sabendo da vitória do seu exército e os papéis explodiram. Então caía o Império Napoleônico e nascia oficialmente o império especulativo dos Rothschild.

No Planeta Mentira não há mudanças climáticas

Mas vamos voltar ao Antropoceno, o novo período geológico que será definido este ano, com as mudanças da espécie humana. Na realidade os mais de sete bilhões de habitantes do mundo não sabem exatamente em que planeta vivem. O controle exercido pelos 30 maiores conglomerados de mídia expõe apenas a sua visão da Terra. Nela, as mudanças climáticas, a destruição de florestas, a extinção de espécies, da miséria da própria espécie são apenas ingredientes do mercado, do sistema econômico que necessita crescer infinitamente, porque sem crescimento não haveria planeta. E afinal, como os 85 bilionários – com mais de 20 bilhões de dólares - poderiam viver e usufruir das maravilhas da natureza, com seus iates, seus clubes de golfe, seus carros esportivos, suas ilhas exclusivas?

Sem contar os outros 300, que estão na lista da Bloomberg, que possuem juntos US$3,7 trilhões e que ao longo de 2014 ganharam mais US$524 bilhões, segundo a pesquisa do professor Luiz Marques, no livro “Capitalismo e Colapso Ambiental”. Para reforçar um pouco mais o poder: as sete principais holdings financeiras dos Estados Unidos – JP Morgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Goldman Sachs, Metlife e Morgan Stanley detêm mais de US$10 trilhões em ativos consolidados, o que corresponde a 70,1% de todos os ativos dos Estados Unidos. São eles que controlam a riqueza mundial, dos 147 grupos que controlam os 43 mil – uma pesquisa do ETH Instituto Federal Suíço de Pesquisas Tecnológicas, de Zurique, selecionaram as 43 mil corporações entre 30 milhões.

Ricos não podem pagar impostos

Eles constataram que os banqueiros são os intermediários que possibilitam a articulação da rede. É claro que as famílias bilionárias do mundo participam de tudo isso. Sem esquecer, que parte desta fortuna, segundo a Tax Justice Network, pelo menos US$21 trilhões estão em paraísos fiscais. Porque o Planeta ficcional criado pelos conglomerados da mídia instituiu que os ricos não podem pagar impostos. Prejudica os negócios, o crescimento. Uma citação do final do livro de Thomas Piketty – O Capital no século XXI – que definiu 300 anos de dados sobre a desigualdade econômica em 669 páginas:

“- A desigualdade entre a taxa de crescimento do capital e da renda e da produção faz com que os patrimônios originados no passado se recapitalizem mais rápido do que a progressão da produção e dos salários. Essa desigualdade exprime uma contradição lógica fundamental. O empresário tende a se transformar, inevitavelmente, em rentista e a dominar cada vez mais aqueles que só possuem sua força do trabalho. Uma vez constituído o capital se reproduz sozinho, mais rápido do que cresce a produção. O passado devora o futuro”.

A desigualdade será a norma no século XXI

E pode investir em educação, conhecimento e tecnologias não poluentes, nada disso elevará as taxas a 4 ou 5% ao ano, como rende o capital. A experiência histórica indica que apenas países em recuperação econômica, como a Europa nos 30 anos gloriosos pós- segunda guerra, ou a China e os emergentes podem crescer neste ritmo por um tempo.

“- Para os que se situam na fronteira tecnológica mundial e em última instância para o planeta como um todo, tudo leva a crer que a taxa de crescimento não pode ultrapassar 1 a 1,5% ao ano, no longo prazo, quaisquer que sejam as políticas a serem seguidas. Com o retorno médio do capital na ordem de 4 a 5% é provável que a desigualdade das taxas de crescimento já citadas voltem a ser a norma no século XXI, como sempre foi na história.”

O divertimento ao invés da realidade

Conclusão: o Planeta criado pelos conglomerados continua executando a mesma plataforma, desde o século XIX, sendo que somente nos períodos posteriores às guerras mundiais que as fortunas foram taxadas. E o que faremos nós no século XXI? Já sabemos que o aquecimento aumenta, os eventos climáticos se aceleram e o agronegócio continua dominando mais áreas de floresta do planeta. Neste momento, entra a outra parte dos conglomerados de mídia – o entretenimento. A força da Disney Company – faturou US$45 bi em 201- e pagou US$21bilhões pela franquia da séria Star Wars e ainda produzirão outros cinco filmes.

E pretendem vender US$5 bilhões em produtos licenciados – videogames, publicações, música, brinquedos. O mercado é grande: parques temáticos em Paris, Hong Kong, Tóquio, agora em 2016, Shangai, na China. Compraram todos os talentos, a Pixar, de Steve Jobs- era o maior acionista individual da Disney -, os heróis em quadrinhos da Marvel, na figura canhestra do Homem de Ferro, rico, cibernético e arrogante. Depois ainda compraram os estúdios de George Lucas. Total: mais de US$15 bilhões. Ou seja, não acreditem em caos climático, divirtam-se.

No Planeta de mentira informação é entretenimento

A revista das famílias poderosas, a The Economist – fez uma daquelas matérias pegajosas sobre “a força” da Disney, em dezembro de 2015. Um trecho:

“- A estratégia deles é a seguinte: os filmes aparecem no centro, a sua volta estão os parques temáticos, os licenciamentos, a música, as publicações e a televisão, Cada unidade da companhia produz conteúdo e impulsiona as vendas das demais”.

É perfeito, se aliar isso a canais de esportes – ESPN – que fatura a metade da grana na Disney, que é uma das quatro líderes mundiais. As outras são: Google, que mais fatura em publicidade, depois a Comcast, que tem a maior rede de televisão a cabo do mundo, e é proprietária da rede NBC e da Universal. Depois vêm a 21st Century Fox, da News Corporation, de Rupert Murdoch; Viacom, dona da MTV e da Paramount, mas dividiu a corporação, criando a CBS Corporation, outra rede dos Estados Unidos. Na lista agora constam Facebook e Baidu, o Google chinês, em faturamento de publicidade.

85,5% das importações audiovisuais dos Estados Unidos

Mas eles não têm o poder dos conglomerados tradicionais. Faltou a Time Warner Company, dona da CNN, que é outra das bases de informação no mundo, além do Carlos Slim, dono da telefonia na América Latina, que agora tem 16,8% das ações do The New York Times, maior acionista individual. Último dado enjoativo desta que é a praga maior desta era geológica: 85,5% das importações audiovisuais da América Latina – 150 mil horas de filmes, seriados e programas jornalísticos- são originários dos Estados Unidos. E em todos estes conglomerados tem a participação acionária dos maiores fundos de investimento ou de pensões do mundo, como é o caso da Vanguard Group – 160 fundos nos Estados Unidos e 120 fora deles -, que estão processando a Petrobras nos Estados Unidos, e que os Rothschild são acionistas.

A família Rothschild – significa a casa do escudo vermelho, baseado no escudo da cidade de Frankfurt, onde Mayer Amschel Bauer, considerado o primeiro banqueiro internacional começou o império. Segundo a versão popular, com uma fortuna do nobre alemão Guilherme IX, que fugia de Napoleão, e deixou três milhões de libras esterlinas em dinheiro e obras de arte, para ele administrar.

Outros negócios dos Rothschild

Ele investiu bem, conta a lenda, que não dividiu um centavo dos lucros. Também diz a lenda que não são judeus étnicos, mas se converteram ao judaísmo no século oito da era cristã. Os Rothschild, em seus vários ramos, são detentores de tudo o que é importante no mundo. A De Beeres, maior empresa de exploração, lapidação e comércio de diamantes, os extratores de minérios Rio Tinto e Anglo American, como acionistas. O Barão francês Edouard, já falecido, em 2005 comprou 37% do jornal Liberation, considerado um veículo que defende ideias de esquerda.

Recentemente se associaram com os Rockfellers na Rússia unindo ativos de US$40 bilhões. Até hoje, as cotações do ouro são definidas no prédio da N M Rothschild & Co, que no Brasil se chama Rothschild, e trabalha no ramo de assessoria financeira, focada em fusões e aquisições, reorganizações societárias. Conta com 50 escritórios espalhados pelo mundo. No Brasil já prestaram serviços para o Itaú Unibanco, no fechamento de capital da Redecard, fizeram o laudo de avaliação do Santander Brasil, que vendeu parte do controle, além da BM&F, Camargo Corrêa, OI e Ambev.

No Laudo de avaliação do Santander, a Rothschild Brasil esclarece: que não possui informações comerciais e creditícias de qualquer natureza que possam impactar o laudo; não possui conflito de interesse, que lhe diminua a independência necessária ao desempenho da função. E que receberia US$800 mil pelo laudo. Algumas linhas adiante: e mais US$4,5 milhões pelo trabalho de assessoria do Santander S.A., que não é o Santander Brasil. Entenderam: tudo ético, transparente e sustentável. E nós estamos ferrados com este planeta mentiroso, que os conglomerados inventaram.

Fonte: CARTA MAIOR
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Para superar o capitalismo (II): a indústria da moda

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Cultura do descarte: vestuário tornou-se indústria que mais emprega e segunda mais poluidora. Para consumo frenético, trabalho ultra-precário. Como escapar do “fast fashion”?
Por Mauro Lopes, editor do blogCaminho para Casa
Leia também:
Para superar o capitalismo, sistema de morte (I)Informado pela Teologia da Libertação e pensamento do papa Francisco, colunista escreve sobre grandes impasses contemporâneos. No primeiro texto, o papel dos bancos e da aristocracia financeira
Escrevo uma breve série de meditações sobre o capitalismo a partir do ensinamento da Igreja e do Papa Francisco, que no II Encontro dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), em julho de 2015, qualificou o sistema de “ditadura sutil”. Para o Papa, o capitalismo “é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos…” Antes, em abril, um dos líderes da reforma da Igreja, o cardeal de Tegucigalpa, Óscar Andrés Rodriguez Maradiaga, ex-presidente da Cáritas mundial e coordenador do grupo encarregado da reforma da Cúria romana havia afirmado que o capitalismo é “um sistema econômico que mata”. Não são ensaios nem artigos, apenas breves meditações que buscam colocar-se a serviço da Igreja, que busca retomar o caminho original dos ensinamentos de Jesus.
2. A indústria da moda
Tempos atrás, quando o dólar ainda estava ao preço “me engana que eu gosto” e a classe média se esbaldava na Flórida e pelo mundo afora, minha mulher e eu fomos a NY. Conhecemos algo novo. Roupa a preço de banana. Numa tal Forever 21 compramos um vestido a 7 dólares (algo como R$15 à época); numa outra H&M, preços inacreditáveis também. Numa japonesa, Uniqlo, igual. Ressoava em nossos ouvidos a cantilena da direita: é mais barato porque o mercado é imenso e porque eles não têm a quantidade de impostos daqui do Brasil! Mas eis que a Forever 21 abriu quase trinta lojas no Brasil e… praticam os mesmos preços!
Como assim? Mas não era mais barato “lá” e “aqui” é tudo mais caro? Pois é. Tudo bem que assim chamado “mercado consumidor” cresceu exponencialmente ao longo dos governos do PT e, afinal, a história de que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo é para enganar os trouxas – segundo a Fundação Heritage, a conservadora e americana, sinônimo de “insuspeita” para a direita brasileira, nossa carga tributária é a 32ª do mundo, atrás de países como Alemanha, Hungria, Holanda e outros. Mas, de fato, mesmo assim, o mercado brasileiro ainda é bem menor que o americano e a carga tributária no país é mais alta que na sede do capitalismo.
Então, qual o segredo? Como estas redes vendem a preços tão baixos tanto nos EUA como no Brasil?
Aquilo que faz a festa dos consumidores está baseado na mais abjeta exploração do trabalho humano que um setor econômico produziu na história recente do capitalismo.
Para entender isso, é preciso contextualizar brevemente a indústria da moda. Ela sofreu uma transformação radical no século 21, atingindo valores e volumes sem precedentes. Nenhuma outra cadeia de produção é tão dependente de trabalho humano como ela: são centenas de milhões de trabalhadoras e trabalhadores, desde as plantações de algodão à rede de indústrias, confecções e comércio em todo o mundo. Seu faturamento alcança US$ 3 trilhões/ano! Comercializa-se 80 bilhões de peças de roupas por ano, 400% a mais que há 20 anos.
Esses números estrondosos são a expressão de uma revolução chamada “moda rápida” (fast fashion), a moda do século 21. Tudo o que conhecemos da moda do século 20 foi enterrado. As mais velhas, os mais velhos lembram-se que existiu um tempo de duas estações da moda: a primavera/verão e outono/inverno. Dois momentos de lançamentos no ano. Isso acabou. Hoje há 52 estações por ano, uma a cada semana. Lançam-se modelos, estilos, novidades a cada semana. Mesmo as empresas da “alta moda”, como a Prada e a Louis Vuitton, agora produzem de quatro a seis coleções por ano, e não apenas duas.
No passado, comprava-se um casaco para durar 15, 20, 25 anos – hoje troca-se de casaco a cada ano; os homens compravam 4 ou 5 camisas por ano – compram 10 vezes mais; para cada festa uma roupa diferente; vai sair com alguém interessante? – compre uma blusa, uma camiseta, um lenço, um sapato! Moda rápida. Em velocidade alucinante. Porque tem de tudo o tempo todo a preços cada vez mais baratos.
Grandes marcas garantem a oferta. Zara e H&M (esta ainda está ensaiando entrar no Brasil) disputam a liderança do mercado mundial da “moda rápida” – os grupos a que pertencem faturam ao redor de US$ 20 bilhões cada uma por ano. H&M tem mais de 3 mil lojas em 54 países; a Zara teve lucro superior a US$ 700 milhões apenas no primeiro trimestre de 2015 (nada menos que 28% superior a igual período de 2014). Mas há outras marcas, como a Forever 21, GAP, Uniqlo, Levi’s… Há cinco marcas brasileiras inseridas neste mercado: Riachuelo, Renner, Marisa, C&A e Hering.
Números fantásticos, aplaudidos pelos comentaristas econômicos das mídias tradicionais, que fazem a delícia dos amantes do capitalismo neoliberal.
Mas o que sustenta estes números, ou qual a resultante deles para o mundo?
A indústria da moda é a segunda maior poluidora do planeta hoje, atrás apenas da do petróleo.
A indústria da moda tornou-se a maior terceirizadora de “mão-de-obra” (de trabalho humano na verdade) do mundo. Para que se tenha uma ideia, apenas 3% das roupas compradas nos EUA são produzidas no país. O resto é feito nos países periféricos. Um pouco no Brasil. Mas o volume de produção está concentrado na Ásia, em condições inacreditáveis, que lembram as primeiras fábricas do capitalismo, numa relação pautada pela brutalidade e exploração. As pessoas não são contratadas pelas grandes marcas; há uma rede quase infinita de fábricas e confecções, elas sim contratadas, com base em apenas um princípio, que fez e faz a delícia dos capitalistas, mesmo os “moderninhos” que se dizem preocupados com o meio ambiente: “mais por menos”. O único item do contrato: fazer mais, cada vez mais, por menos, cada vez menos.
Assim é na China, maior produtor de roupas do mundo, seguido por Bangladesh e Camboja. Assim, como é público, acontece no Brasil. Trabalhadores e trabalhadores recebem entre US$ 2 e US$ 3 por dia; não têm registro nem qualquer benefício, não estão integrados a sistemas públicos de saúde ou aposentadoria, são proibidos de reivindicar ou se organizar.
Um dos símbolos da exploração é o que ficou conhecido como a tragédia do Rana Plaza, acontecida em abril de 2013, em Dhaka, capital de Bangladesh –no desabamento do edifício, onde trabalhavam mais de 5 mil pessoas, 1124 morreram. O desabamento revelou pela enésima vez as condições de trabalho de mulheres e homens nas confecções –se quiser, leia aqui uma reportagem feita à época pela BBC.
No Camboja, a repressão às manifestações de trabalhadores e trabalhadoras da indústria da moda tem sido cruel. No massacre de Phnom Penh, capital do país, em janeiro de 2014, cinco jovens foram assassinados pelas forças de segurança. O que eles pediam? Pode parecer absurdo, mas nada mais que um salário mínimo de US$ 160 (algo entre R$ 400 ao câmbio da época e R$ 650 a preços de hoje). Veja aqui um relato da situação no país pela Anistia Internacional.
Se você quiser ter uma visão global sobre a indústria da moda, não pode deixar de assistir o documentário The True Cost, um relato agudo e jornalístico sobre o que acontece no mundo hoje. O documentário está disponível no Netflix com legendas em português, e você pode ter acesso a ele, ao trailer e a outras reportagens clicando no sitehttp://truecostmovie.com/.
E no Brasil?
O Ministério do Trabalho realiza fiscalização específica sobre o trabalho em condições análogas à escravidão desde 1995. Mas apenas no governo Lula elas passaram a ser significativas. Em 2003, primeiro ano do governo do PT, o número de fiscalizações mais do que dobrou, em relação ao governo FHC, de 30 ou ainda menos para 67. Em 2006, a quantidade de operações realizadas anualmente ultrapassou a casa da centena.
O que é trabalho nestas condições? A definição do Ministério ilumina o assunto e, ao mesmo tempo, por si só é capaz de causar consternação e indignação: “Considera-se trabalho realizado em condição análoga à de escravo a que resulte das seguintes situações, quer em conjunto, quer isoladamente: a submissão de trabalhador a trabalhos forçados; a submissão de trabalhador a jornada exaustiva; a sujeição de trabalhador a condições degradantes de trabalho; a restrição da locomoção do trabalhador, seja em razão de dívida contraída, seja por meio do cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, ou por qualquer outro meio com o fim de retê-lo no local de trabalho; a vigilância ostensiva no local de trabalho por parte do empregador ou seu preposto, com o fim de retê-lo no local de trabalho; a posse de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, por parte do empregador ou seu preposto, com o fim de retê-lo no local de trabalho”. Veja aqui esta definição e saiba o que faz o Ministério do Trabalho na busca da erradicação do trabalho em condições similares à escravidão.
O ano em que houve mais trabalhadores resgatados foi 2007; nada menos que 5.999. Há uma concentração grande de casos no campo. Mas, mesmo depois de anos de repressão e campanhas, os números ainda são impressionantes. Em 2015, quase mil pessoas foram resgatadas (936, exatamente). Veja aqui a nota do Ministério sobre o assunto.
A indústria da moda entrou em evidência em 2012, quando a ONG Repórter Brasil, fundada em 2001 com missão de denunciar o trabalho escravo, passou a dedicar atenção a ela. Veja o site da ONG aqui.
A partir de 2009 a ONG começou a publicar as primeiras reportagens em seu site revelando as condições de trabalho patrocinadas por grandes marcas, mas o assunto ganhou grande repercussão em 2012: veja aqui. Uma série de fiscalizações flagrou os trabalhadores, em especial bolivianos e peruanos, submetidos a condições análogas à escravidão em pleno centro da maior metrópole do país, São Paulo. As marcas denunciadas: Zara, Renner, Marisa, Pernambucanas, M.Officer, Colloins, Le Lis Blanc, Bobbô, Hyppychic, Gregory, Cori, Emme, Luigi Bertolli, Unique Chic, 775, Talita Kume, As Marias, Seiki, Atmosfera, Fenomenal, Gangster.
Desde então, uma série de ações e pactos foram firmados com as próprias marcas para coibir o trabalho escravo. No entanto, segundo líderes da Pastoral do Migrante de São Paulo, com quem conversei no início de 2015, há centenas de confecções que continuam produzindo nas mesmas condições, em especial na região central de São Paulo e zona norte da cidade.
Com as ações fiscalizatórias e as denúncias mais frequentes, grandes marcas brasileiras começaram a deslocar parte de sua produção para o Nordeste e lançam mão, cada vez mais, do modelo de “terceirização”. É o caso da Riachuelo, Hering, C&A e Renner. Reportagem de dezembro de 2015 no site da Repórter Brasil denunciou as práticas da indústria na região, leia aqui.
É revelador examinar o discurso dos promotores das condições degradantes de trabalho e ver como ele é sempre o mesmo, no Brasil ou no exterior. A visão é sempre a mesma, a velha visão do colonizador que “faz o favor” de colonizar – a mesma conversa desde o século 15.
Segundo Flávio Rocha, CEO da Riachuelo com carreira política vinculada à direita no país e hoje uma espécie de “estrela” da mídia econômica conservadora, o Estado atrapalha tudo. Ele declarou à Repórter Brasil que “o céu era o limite”, mas que as fiscalizações “intimidatórias” do Ministério do Trabalho têm prejudicado os negócios. “Para Rocha, a melhora das condições de vida dos trabalhadores não é alcançada através da criação de normas trabalhistas, e sim pela demanda e competição por mão de obra.” Ou seja, como as pessoas não tinham emprego, não tinham nada, deveriam ser gratas às empresas por condições de trabalho degradantes.
Em The True Cost, uma entrevista com Benjamin Powell, diretor do Instituto do Livre Mercado, as fábricas no Terceiro Mundo “são parte de um processo que eleva os padrões de vida e levarão a salários mais altos com o tempo”. Pois, afinal, ele proclamou ao repórter no documentário, “as alternativas existentes para esses trabalhadores são piores que as nossas”.
É a lógica do descarte. Ou, como tem afirmado o Papa Francisco, o tempo da cultura do descarte. Descartem-se as roupas porque elas são tão baratas que podemos adquirir outras. Descartem-se os trabalhadores e trabalhadoras porque eles são tão baratos que podemos adquirir outros. É a lógica da indústria.
O que significa atuar com outra lógica? Exigir dos governos ações fiscalizatórias; apoiar iniciativas de organização dos trabalhadores e trabalhadoras; acolher os imigrantes que são alvos preferenciais da escravização. Em nossa família decidimos também nunca mais comprar roupas muito baratas – o baixo preço das roupas é o aparente benefício que recebemos pelo suor, lágrimas e mesmo sangue dos que a fizeram.
Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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Realmente o progresso que vivenciamos nos tempos atuais é algo fantástico.

Imagino como seria a vida na cidade do Rio de Janeiro em um futuro próximo, bem próximo, alguns anos aí pela frente.

A mobilidade das pessoas terá um salto gigantesco, já que drones com capacidade para levar em torno de seis pessoas, circularão pelos céus da cidade em um grande número de aerovias, diminuindo o tempo de deslocamento .

Outros drones farão o serviço de entrega nas residências de compras em shopping centers e supermercados.

Os automóveis urbanos , ao estilo smart cars, movidos a eletricidade, dominarão a cena nas ruas da cidade.

Tanto o transporte aéreo como o transporte terrestre serão controlados por softwares, fabricados por outros softwares nos super- super computadores quânticos com seus qubits, milhares de vezes mais poderosos e eficientes do que o mais poderoso computador existente hoje no planeta.

Pouco a pouco irão substituir o doloroso trabalho das pessoas de pensar, isso mesmo , pensar.

A moda será cada vez mais descartável, pois as roupas terão um custo cada vez mais baixo, já que o trabalho escravo será cada vez mais comum, tendo em vista o crescimento da inteligência artificial que fará tudo, ou praticamente tudo, que as pessoas hoje fazem.

Por outro lado, as pessoas usarão um tipo de proteção em todo o corpo contra picadas de insetos, roupas que cobrirão todo o corpo, já que epidemias serão constantes devido as alterações climáticas e agressões sofridas pelo meio ambiente.

Além das epidemias alguns insetos terão um comportamento errático, já que por anos ingeriram grandes quantidades de agrotóxicos o que irá acarretar mutações, como acontecerá com um grupo de abelhas, que vez por outra, atacará as pessoas pelas ruas da cidade.

Devido ao aquecimento global, a cidade vivenciará terríveis ondas de calor, com a temperatura aproximando -se dos 50ºC , com sensação térmica em torno de 60ºC.

As praias da cidade desparecerão, já que elevação do nível dos mares tomará toda a areia das praias.

Grandes diques serão construídos em toda a orla da cidade, próximos as ruas da orla, onde o mar chegará e, vez por outra, com aumentos das marés e mesmo com ressacas, deixará com frequências as ruas e prédios da orla e mesmo de ruas próximas alagadas.

Os imóveis da orla e na proximidade da orla sofrerão um grande desvalorização e muitos ficarão abandonados ou mesmo serão invadidos por pessoas sem teto, principalmente oriundos de países dos continentes americano e africano.

Grandes conflitos acontecerão com moradores nas comunidades dos morros da cidade, já que os locais sofrerão um grande valorização, e as comunidades praticamente serão expulsas de suas casas, que darão lugar a grandes edifícios inteligentes e mesmo grandes condomínios de luxo.

O crime organizado crescerá ainda mais na cidade e dominará totalmente o Estado, como reflexo da situação mundial dominada por organizações criminosas.

Grandes eventos de entretenimento , como shows musicais, acontecerão com frequência na cidade, patrocinados por indústrias alimentícias e de bebidas.

A saúde e a educação pública serão destinadas somente as pessoas em situação de risco, o que não será um contingente desprezível.

O número de casos de morte por doenças degenerativas será altíssimo e dominará a causa de morte das pessoas, principalmente devido a constante e elevada exposição a radiação eletro magnética.

Realmente, o futuro é fantástico, até mesmo encantador.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A imprensa de um só lado


O DIA: Corrupção seletiva não existe


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Jornal O DIA desafia o coro dos contentes e denuncia o conceito de "corrupção seletiva" de seus coleguinhas.
Editorial: Corrupção seletiva não existe
É injusto sugerir expiar todos os males do Brasil na corrupção cometida por só um governo, a despeito dos equívocos acumulados, e relevar supostos erros no passado
Rio - Parece não haver dúvidas de que a corrupção no Brasil é endêmica e transcende governos, partidos e ideologias. Mas, no bojo das últimas denúncias, dá-se mais peso a este e àquele escândalo em detrimento de outros, conforme a conveniência. Como a recente revelação de que delação premiada de Nestor Cerveró afirmou ter havido pagamento de propina na Petrobras durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o que foi prontamente negado. O fato passou tímido na grande mídia.
Não se está argumentando perdoar pecados de uns porque outros também os cometeram: a engrenagem dos malfeitos no país é longeva e complexa, e as investigações em curso apenas começaram a entender o mecanismo.
Mas é injusto sugerir expiar todos os males do Brasil na corrupção cometida por só um governo, a despeito dos equívocos acumulados, e relevar supostos erros no passado. Esta é uma democracia que desenterra malfeitos; pior seria se fosse uma República que os engavetasse indiscriminadamente.
Fonte: O DIA