sábado, 9 de janeiro de 2016

Marvada em alta

A Cachaça: o resgate



Recentemente fui jantar no Restaurante Brigite’s, no Leblon e a dupla Leo “Black”, o bartender e Isadora Bello Fornari, especialista em cachaças (cachacelière?) me convenceu a provar um Negroni “tropical”.



Receita: Carpano Punta e Mês, Vermute (seco) e (em vez de gim) … cachaça envelhecida em barris de carvalho. Uma delícia.

Observação: eu não poderia “falar” de cachaça sem mencionar a minha amida Deise Novakovsky que há um par de anos (e põe tempo nisso) entende, defende e … prova as melhores Cachaças.



Ou seja, de uns 50 anos para cá (eu acho), a Cachaça saiu do botequim e vem ganhando status de bebida de entendidos em blogs, “clubes”, bares chiques e restaurantes da moda. Participa de concursos. Está no display de hotéis quatro e cinco estrelas. Industrializada ou artesanal.



Mas nem sempre foi assim. Durante todo o ciclo da cana de açúcar, do ouro e do café, a marvada foi a bebida do escravo, do negro … do cachaceiro.



Isso explica, talvez, porque o substantivo Cachaça é o vocábulo em português com mais sinônimos (para uns, 2000, para outros, 5000). Fazia parte da psicologia “do imigrante” desses despossuídos totais disfarçarem seu gostos, seus sentimentos — com medo do pelourinho.

Mas, e talvez por isso mesmo, como bem observou Câmara Cascudo no seu livro Preludio da Cachaça, publicado na sua Natal, em 1967, “ ela assegurou a sua sobrevivência ficando com o povo”.

Sobrevivência e expansão: a Cachaça era produzida em larga escala nos engenhos de Pernambuco, Bahia, sul do Rio de Janeiro e nas Minas Gerais. Paraty chegou a engarrafar 800 mil litros por ano, no final do século XVII. E assim foi até a abolição da escravatura, quando a produção entrou em franco declínio por óbvios motivos.

Mas mesmo durante essa gangorra que durou cerca de 400 anos, a imagem da Cachaça sempre esteve associada à escumalha.

Foi preciso que fatos políticos primeiro, e só depois econômicos, viessem em seu socorro.

O primeiro, A Revolução de Arte Moderna, em 1922. O manifesto/movimento Pau-Brasil defendia a cachaça no elenco de produtos brasileiros a serem valorizados em detrimento dos estrangeiros e o chamado Grupo dos cinco, integrado pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e pelas pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, bebia cachaça nos restaurantes chiques de São Paulo e nos salões da Av Paulista.

Mais de 70 anos depois coube a outro carioca-paulista, o sofisticado FHC, assinar o decreto Decreto n° 4.072/2002 que regulamentou a Lei n° 8.918/1994. No texto, se protege a propriedade da denominação da cachaça como aguardente de cana típica e exclusivamente produzida no Brasil. A bebida também conquistou o interesse da academia no desenvolvimento de estudos, fomentando, gradativamente, a especialização profissional daqueles que atuam no setor.

Resultado: depois de uma humilhada peregrinação por nosso território, nossa cultura e nossa sociedade, sempre de 3º classe, mas durante a qual chegou a gerar filhotes como o quentão de pinga (misturada com gengibre) e a batida de limão (originariamente com mel ou rapadura, para aliviar a garganta dos seresteiros) a Cachaça chegou aos dias atuais como um dos valiosos produtos de consumo no Brasil e no exterior.

Uma commodity verde-amarela.

E além de ser servida “in natura” ela transferiu o seu DNA para um dos drinques mais consumidos aqui — e lá fora: a caipirinha, também declarada verde e amarelo(a) por decreto.



Em 2013, o IBRAC (Instituto Brasileiro da Cachaça) informou que a Cachaça é o segundo destilado mais consumido no país. E o terceiro no mundo. A capacidade produtiva instalada hoje, em fronteiras nacionais, é de 1,2 bilhão de litros por ano. São cerca de 4 mil marcas registradas e mais de 600 mil empregos gerados, direta e indiretamente.

Passou de capote o Rum, a Tequila, as bagaceiras, eau-de-vies e congêneres… Viva ela!

E por falar na escalada da Cachaça para ganhar status, outro passo de gigante foi o aval do então presidente Lula. Ele sempre assumiu que um operário alivia as mágoas com goles da “marvada” e também regulamentou a composição da cachaça.

..

Obs: foto publicada no site www.futepoca.com.br (futebol, política e cachaça).

Mas a glória, mesmo, se deu em abril de 2012, quando a Presidente Dilma aproveitando a visita a Washington, assinou um acordo com o governo dos EUA pelo qual ambos os signatários reconheciam – de uma lado, que a nossa tão querida cachaça é um produto genuinamente brasileiro e, do outro, que o Tenessee Bourbon (uísques de milho) também é uma bebiba genuianamente (norte)americana.

E, para celebrar, ambos brindaram com cachaça!!!



Mas independentemente desses “picos de prestígio”, a cachaça vem ganhando um novo espaço na área cultural e do turismo, principalmente no Estado do Rio. Para nossa sorte (cariocas-fluminenses), a Primeira-Dama do Estado, D. Maria Lúcia Horta Jardim, está pessoalmente empenhada na criação do Museu da Cachaça, no Rio. Aliás, graças a ela (e outros “devotos”, é claro) foi criado o Polo da Cachaça do Vale do Café, que envolve 14 municípios da região e 15 alambiques.

Industrializada ou artesanal, envelhecida em tonéis de carvalho por 2 a 10 anos ou novinha, a Cachaça está na mídia. E aqui vai a lista das 50 marcas preferidas pela Seleção dos Especialistas, publicada no O Dia de dezembro agora (2015), pelo Dirley Fernandes, também colunista da Revista Gula e titular do blog Devotos da Cachaça

Anísio Santiago/ Havana
Áurea Custódio 3 anos
Authoral
Bento Albino Extra Premium
Canabella Ouro
Canarinha
Caraçuipe Ouro
Casa Bucco Ouro
Cedro do Líbano
Claudionor
Companheira Extra Premium
Coqueiro Prata (amendoim)
Da Quinta Umburana
Da Tulha Carvalho
Dona Beja Extra Premium
Engenho Pequeno
Espírito de Minas
Germana
Germana Heritage
Harmonie Schnaps Extra Premium
Harmonie Schnaps Prata
Havaninha
Indaiazinha
Leblon Signature Merlet
Magnifica Carvalho
Magnifica Reserva Soleira
Maria Izabel Carvalho
Mato Dentro Amendoim
Mazzaropi Carvalho Francês
Porto Morretes 12 anos Exp.
Porto Morretes Premium
Reserva 51
Reserva do Gerente Carvalho
Reserva do Nosco Ouro
Reserva do Nosco Prata
Sanhaçú Amburana
Sanhaçú Freijó
Santo Grau Cel Xavier Chaves
Santo Grau Paraty
Santo Grau PX
Sapucaia Reserva Família
Sebastiana Castanheira
Serra Limpa
Vale Verde 12 anos
Vale Verde 3 anos
Weber Haus Amburana
Weber Haus Carvalho/Cabriuva
Weber Haus Lote 48
Werneck Ouro
Werneck Safira Régia


Haja fígado!

Postado por reinaldo | Comentar


Fonte: JORNAL DO BRASIL
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Alarme na Venezuela

Alarme na Venezuela


A América Latina não merece ver uma Síria ser criada no seu território - isso seria o pior dos mundos.
Jeferson Miola




A Nota Oficial das Forças Armadas da Venezuela, que adiante publicamos traduzida para o português, pode assumir uma dimensão histórico -jornalística de grande alcance. Não se pode desprezar que a evolução dos acontecimentos na nação bolivariana poderá trazer desfechos indesejáveis.

A Nota tem a linguagem e o tom que são próprios do apaixonado debate político-ideológico na Venezuela, com chavistas e oposição [da moderada à fascista] duelando em elevados decibéis.

O texto, duríssimo na mensagem, é escrito por um ator cujo poder está gravado na Constituição Bolivariana e nas Leis do país. O poder da República Bolivariana, é bom lembrar, é sustentado pela “coalizão cívico-militar” bolivariana.

A oposição recém empossada para dirigir a Assembléia Nacional do país pretende converter o Parlamento no contra-poder à Revolução Bolivariana; na própria Contra-Revolução. Nos primeiros gestos, agride os valores, símbolos e imagens que, goste-se ou não, estão escritos na Constituição promulgada em 1999.

Aparentemente, por essa razão os militares venezuelanos se manifestaram com indisfarçável gravidade. O texto pode ser tomado como o prelúdio de escaramuças no país vizinho. Melhor seria a oposição exercer sua legitimidade na plenitude, porém no marco da mais absoluta constitucionalidade e legalidade.

Do contrário, a temperatura política e a conflitividade social poderão aumentar, assumindo padrões preocupantes. No curso da história, quando o embate evolui para a violência, o impasse pode desembocar em situações de guerra civil.

Oxalá não seja esta a evolução dos acontecimentos na Venezuela, porque de outro modo estaríamos ingressando numa etapa perturbadora da geopolítica regional e também mundial. Os Estados Unidos, como a história ensina, não ficariam indiferentes à crise na Venezuela, assim como não são indiferentes hoje – vide as intromissões e desestabilizações diretas ou apoiadas/financiadas que promove no país petro-caribenho.

A América Latina não merece ver uma Síria ser criada no seu território – isso seria o pior dos mundos.

Comunicado da Força Armada Nacional Bolivariana em desagravo ao ultraje da memória do libertador Simón Bolivar, à memória do comandante supremo Hugo Chávez, ao presidente constitucional da República como personificação do Estado e Comandante da Força Armada Nacional Bolivariana e à honra militar

A Força Armada Nacional Bolivariana, em inquebrantável unidade, e consciente do momento histórico que vive nosso país, expressa a todo o povo venezuelano sua profunda indignação pela forma desrespeitosa, carregada de desprezo e soberba, onde se ordenou a retirada das imagens de nosso libertador Simón Bolivar, do comandante supremo da revolução bolivariana Hugo Chávez e do cidadão Nicolás Maduro Moros, Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, das instalações do Palácio Federal Legislativo, onde ocorreu a recém instalada Assembleia Nacional.

Simón Bolívar é o pai da pátria, homem de altíssima honra, um símbolo sagrado para todos nós e de especialíssimo valor para a América Latina. Sua gigantesca obra emancipatória deu a independência a cinco nações e permitiu a fundação de outra, epopéia heróica reconhecida no mundo inteiro que permanece incólume na consciência coletiva de todos os seres humanos amantes da liberdade, por tal razão, as representações materiais que dele foram feitas, de qualquer natureza e origem, serão sempre objeto de admiração e respeito de quem orgulhosamente somos herdeiros de suas glórias. A nova imagem de seu rosto sendo usada oficialmente nas dependências públicas, é o produto de uma investigação científica com com participação de atores nacionais e internacionais, cujo objetivo não foi outro além de exaltar sua memória

A história de Bolívar é a história da Venezuela, e a história da Venezuela é a história da América!

Nossa Carta Magna, que nasceu de um processo constituinte sem precedentes, invoca o exemplo histórico do libertador e por tal motivo, neste mesmo processo, a República adquiriu ser caráter bolivariano; continua sendo hoje a República Bolivariana da Venezuela, a transformação política, social e econômica que ocorre na Venezuela surge destas raízes, desta mesma doutrina instituída pelo próprio libertador; é indefectivelmente a Revolução Bolivariana. Como consequência, os soldados e soldadas da Pátria estamos orgulhosos de ser, de sentirmo-nos e de nos chamarmos bolivarianos, e agora sermos a Força Armada Nacional Bolivariana.

De outro lado, o Comandante Supremo Hugo Rafael Chávez Frías é um filho desta nação, forjado no calor de nossas academias militares.

Em sua Carreira militar, desde onde, sempre embasado no ideário e ação de Bolívar, empreendeu a colossal transformação dos destinos do País, para resgatar um povo oprimido pela oligarquia que promovia o sistema de capitalista de exploração, para colocar sua visão de um mundo multipolar, da necessária integração latinoamericana, socialista, anti-imperialista e profundamente humanista, transcendeu nossas fronteiras para levar benefícios aos mais despossuídos e vulneráveis em distintas latitudes, colocando os pobres em um altar, suas conquistas do ponto de vista social são inumeráveis: milhões de compatriotas foram beneficiados, orientados sempre a garantir a maior soma de felicidade possível. Tal como fez Bolívar, dedicou e ofereceu sua vida a serviço de sua nação, à sua defesa e desenvolvimento, despertando a consciência nacionalista de todos os venezuelanos e venezuelanas que habitam esta terra graciosa.

Da mesma maneira, o presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Comandante da Força Armada Nacional Bolivariana, Nicolás Maduro Moros é a máxima autoridade do Estado, eleito pelo voto popular, enfrentou complexos obstáculos, adversidades de todo tipo e seguindo os passos de Bolívar, hoje defende o interesse nacional, pelo qual reiteramos nossa absoluta lealdade e irrestrito apoio.

Agredir a memória eterna daqueles que já não estão mais fisicamente entre nós é um ato decadente e nojento que acaba com o princípio da honra militar, que se materializa diante da tomada de consciência no contexto de uma sociedade que se rege por princípios cidadãos. Ultrajaram a honra militar! Por tudo isso, a Força Armada Nacional Bolivariana, cujos integrantes somos de irredutível vocação bolivariana e consequentemente chavista, rechaçamos categoricamente qualquer ato no qual se desrespeite e se manche a memória de homens tão destacados, defensores da justiça e da igualdade, pois ao fazê-lo se ofende também a dignidade e as mais puras tradições venezuelanas e de toda América. Exigimos que acabem imediatamente com atos desta natureza, que em nada contribuem com a harmonia, e entendimento e a paz entre nossos conterrâneos.


“Chávez vive, a Pátria segue”


“Independência e Pátria Socialista…”


“Viveremos e venceremos”


Vladimir Padrino Lópes


General


Ministro do Poder Popular para a defesa e comandante estratégico operacional



Fonte: CARTA MAIOR
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Globo na vanguarda da destruição dos valores da sociedade brasileira

Novela global incita escárnio e intolerância
religiosa


Walmyr Junior *
Vimos nessa última terça-feira (5), na novela A Regra do Jogo mais um caso de desrespeito com as religiões de matrizes africanas. A prática decorrente da emissora Rede Globo agride não só aos adeptos da religião, mas a todos nós que buscamos a paz universal entre todos os povos e todas as religiões.

As cenas interpretadas pela atriz Alexandra Richter reitera os preconceitos e estereótipos de uma suposta incorporação de uma entidade religiosa na passagem de ano em Copacabana, e depois em várias outras cenas dos recorrentes capítulos da novela. Cenas assim contribuem para o recrudescimento do ódio e perseguição que diariamente os praticantes das religiões de matrizes africanas sofrem.

O escárnio representado pela personagem Dalila contribui profundamente para a manutenção da discriminação religiosa perpetrada na história do nosso país.

Lucas de Deus, Candomblecista e membro do Coletivo Nuvem Negra - PUC-Rio, vê a cena como um ultraje. Para ele a “a violência cometida pela novela Regra do Jogo legitima e prolifera os preconceitos e 'pedradas na cabeça' de milhões de afrorreligiosos/as".

“A Rede Globo mais uma vez utiliza suas novelas para discriminar e fazer escárnio das religiões de matrizes africanas. Discriminação religiosa é crime! É intolerável que nossas tradições religiosas continuem sendo desrespeitadas, estereotipadas, caricaturadas. São estas cenas que legitimam e motivam tantas outras agressões simbólicas e físicas que nós, religiosos de matrizes africanas, sofremos diariamente” concluiu Lucas, em entrevista para a coluna Juventude de fé.

Fazer escárnio do culto ou entidades religiosas em rede nacional é crime previsto no Art. 20 da Lei 7.716/89. Sabemos que existe uma série de estigmas, decorrente do racismo e da falta de informação referente às religiões de matrizes africanas.

Erica Portilho, da família JejeBogun, militante da Renafro, caracteriza a cena como “uma falta de respeito a nossos Orixás e a todas as entidades cultuadas no candomblé e na umbanda”. Para ela, a TV aberta brasileira ainda é formadora por opinião de grande influência dentro da nossa sociedade.

Para ela, “colocar em cena ritos de algumas religiões de matriz africana, da forma sarcástica e irresponsável como foi feito nos capítulos da novela A Regra do jogo, misturando mulheres de axé que dançavam vestidas de branco, sinal de culto aos orixás, com a personagem fingindo receber uma entidade de rua, que não faz parte do mesmo rito e da forma pejorativa como foi colocada, só reforça o estigma social do preconceito e da discriminação de nossa religião, além de deturpar a verdadeira essência de nossos ritos.”

Fica aqui um ato de repúdio de uma juventude de fé que ousa acreditar no amor, independentemente da cor, raça ou religião. A civilização do amor, ensinada por Cristo e descrita por São João Paulo II, nos impulsiona para o outro de coração aberto ao encontro da alteridade e diferenças. Que o desserviço de algumas instituições de comunicação não nos impeça de buscar o respeito, a solidariedade, a justiça e o amor.

“A civilização do amor

No final destas considerações, porém, sinto o dever de recordar que, para a instauração da verdadeira paz no mundo, a justiça deve ser completada pela caridade. O direito é certamente a primeira estrada a seguir para se chegar à paz; e os povos devem ser educados para o respeito do mesmo. Mas, não será possível chegar ao termo do caminho, se a justiça não for integrada pelo amor. Justiça e amor aparecem às vezes como forças antagonistas, quando, na verdade, não passam de duas faces duma mesma realidade, duas dimensões da existência humana que devem completar-se reciprocamente”

Trecho da mensagem de S.João Paulo II para a celebração do Dia Mundial da Paz – 2004)

* Walmyr Júnior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor e representante do Coletivo Enegrecer como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Ligações Perigosas: Cena de estupro de Cecília faz com que popularidade de Augusto de Valmont caia e internautas acusam série de fazer apologia ao estupro

A cena que foi ao ar nesta quinta-feira surpreendeu a todos que acompanhavam ‘Ligações Perigosas’. O sedutor Augusto de Valmont, interpretado brilhamente por Selton Mello, estuprou a jovem Cecília durante a noite, e gerou uma espécie de repúdio na Internet.No Twitter, muitas pessoas pensavam que a minissérie não seria como o texto original e acharam até que Cecília, personagem de Alice Wegmann, se apaixonaria pelo bom vivant. Mas foi sem o menor romantismo que o jogo de sedução se transformou em pesadelo. Na cena que sucedeu, podemos perceber o horror e pânico de Cecília durante as investidas de Augusto em seu quarto. As ameaças e a coação mostradas na cena foram violentas e bastante agressiva aos olhos do telespectador. Desde o estupro de ‘Larissa’ em ‘Verdades Secretas’, as pessoas não se chocavam tanto.





Os comentários de que Cecília gostou do que ocorreu foram feitos nas redes sociais, mas sinceramente, quem pensa dessa forma só mostra o quanto ainda precisamos de mudança e consciência social. A cena levantou questões bem sérias e mostrou que estupro não é apenas em forma de força física e, sim, psicológica. Coagir e fazer algo contra a vontade ou por medo é, sim, um estupro psicológico.Cecília é uma menina recém-saída de um internato, que não sabe nada sobre relações sexuais e é apaixonada pelo seu professor de violoncelo. A ponte arquitetada com Isabel, para que Augusto se tornasse seu confidente fez com que a menina se sentisse coagida e tivesse medo de perder todo o contato que ela ainda teria com Felipe, seu grande amor na série.



Crédito: Globo



O fato é que não sabemos se Cecília irá se apaixonar pelo seu algoz, influenciada por sua tia Isabel. Mas as imagens deixaram o público perturbado e confuso.

Augusto de Valmont perdeu o charme e a fama de sedutor e ganhou a alcunha de monstro, canalha e diabo nas redes sociais. Mulheres que estavam se derretendo em elogios ao personagem, se disseram desapontadas com as atitude criminosa. Percebe-se que o bom vivant não sente nada além do próprio ego, tanto por Mariana e agora por Cecília. Estou no aguardo dos próximos capítulos.Eu não gosto mais do Augusto, não depois do estupro. #LigacoesPerigosas— Satine. (@Satine_D) 8 janeiro 2016



Augusto devia ter seduzido a Cecília, mas afsss ele pegou ela a força, isso é ESTUPRO! To chocada… #LigaçõesPerigosas


— Flor roxa ✿ (@FeRoxosa) 8 janeiro 2016


gente achei essa cena do augusto com a cecilia bem sinistra tava parecendo mais estupro do que seduçao…


— daiane (@fuckerzac) 8 janeiro 2016


Que horror esse Augusto sem vergonha E ainda tem gente que não vai considerar estupro#LigacoesPerigosas


— Verônica (@veronicafdiaz) 8 janeiro 2016


#ligaçõesPerigosas Isso para mim não foi uma cena de sedução,e sim apologia ao estupro. Alô ministério Público!!!!!!!


— GLENDA BENTES (@GLENDABENTES) 8 janeiro 2016


CECILIA MENINA BATIA NELE SOCORRO PEGAVA O ABAJUR QUALQUER COISA MDSSSSS#LigacoesPerigosas


— vicky (@pfvsavinon) 8 janeiro 2016


Estava adorando Ligações Perigosas… até assistir a cena de estupro. Pesou, Rede Globo.


— LP (@larissapaess) 8 janeiro 2016


Que foi isso na Globo, um estupro romântico? #LigacoesPerigosas


— Jerfferson Ferrugem (@JerFerrugem) 8 janeiro 2016


Aí galera que não sabe o que relação abusiva e cultura do estupro, foi essa cena de Cecilia e Augusto aí #LigacoesPerigosas


— Monique (@moni_eam) 8 janeiro 2016


Eu tava até gostando do augusto aí ele vem com isso de querer forçar a menina epa epa isso não é sedução #LigaçõesPerigosas


— alanenha ✨ (@Girl_Deathbat) 8 janeiro 2016


A personagem é menor, foi obrigada a ceder à investida d Augusto.O fato d ter gostado depois não descaracteriza o estupro #LigacoesPerigosas


— Senhorita_i (@Senhorita_i) 8 janeiro 2016


Eu sei que é um livro do séc 18 – 19 mas eu fico triste com essa cena escrota #LigacoesPerigosas


— Biaoncé (@biancalais) 8 janeiro 2016


Eu to pedindo a Deus que Ligações Perigosas não romantize o estupro. SÉRIO.


— Nalu (@_NoAnna) 8 janeiro 2016

Fonte: O DIA
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A Globo acha bonito romantizar estupro? Por Nathalí Macedo

Postado em 09 jan 2016

Sem noção: repulsa nas redes sociais

Eis a verdade que talvez doa (muito) em quem cresceu ouvindo a voz irritante de Faustão aos domingos: A globo erra mesmo quando tenta acertar – se é que tenta.

Pelas notícias – cada vez mais esdrúxulas – nas timelines da vida, tenho notado, há algum tempo, um latente desespero da emissora. Outro dia, lésbicas se beijaram no horário nobre, sob os reclames da intragável família tradicional brasileira: “Como vou explicar isso aos meus filhos?”

Vez ou outra, eles tentam nos comprar: Uma cena gay aqui, uma tentativa de abordagem do racismo ali – e sempre fazem besteira (vide a abordagem bizarra do HIV na Malhação ou a intragável novela – ou minissérie, confesso que não sei bem – Sexo & as negas).

Às vezes me parece que a emissora finalmente entendeu que o cerco está se fechando. As pessoas estão se politizando. A popularização da internet abriu milhares de outras possibilidades, o machismo e o racismo estão sendo problematizados como nunca antes, e a audiência da maior emissora brasileira só despenca.

“Vamos colocar um beijo gay no ar”, eles pensam. “Vamos colocar a Fernanda Montenegro pra viver uma lésbica.”

Não funciona, porque a essência de cada programa continua tendenciosa, burra, vazia, e, por que não dizer, canalha.

Desta vez passaram dos limites. Televisionaram o que deveria ser uma cena de ‘sedução’, mas foi, claramente, um estupro – mais uma vez a romantização da violência adentrando a casa dos brasileiros que o permitem. Mais uma vez, tentam naturalizar um crime repugnante – como se a cultura do estupro já não fosse suficientemente devastadora.

A indignação dos telespectadores foi quase inexpressiva – mas o que esperar dos telespectadores da Globo?

Quase nada perto do choque quando duas mulheres se beijaram no horário nobre. A intragável família tradicional brasileira não consegue explicar aos filhos que duas pessoas do mesmo sexo podem se apaixonar, mas deixa que uma cena de estupro adentre suas casas sem a menor cerimônia ou estranhamento.

Convenciona-se, do jeito mais nojento possível, que um estupro não é tão grave assim se estiver envolto por uma proposital atmosfera de sedução. Fortalece-se a ideia de que talvez a vítima quisesse, talvez ela estivesse envolvida, talvez o estuprador fosse um galã global – e, na já terrível vida real, a culpabiliação da vítima persiste, motivada pela alienação de massas que a rede globo insiste em promover.

Mães apontam armas para seus filhos no horário nobre, velhinhos são assassinados em plena novela das oito, mulheres são estupradas por um garanhão sedutor no maior estilo Christian Gray e quase ninguém se indigna – eis a razão pela qual este e outros lixos televisivos permanecem vivos.

Desligue a TV e descubra que há um mundo de entretenimento sadio pronto para ser descoberto – boas produções cinematográficas, música independente de primeira, peças teatrais a preços populares, livros incríveis prontos para serem descobertos.

A TV aberta só se afoga na própria lama. Absolutamente nada parece estar a salvo no mar de lodo da programação global. Não há esperança: a plimplim é um poço de racismo, hipocrisia, alienação e machismo romantizado.

E isso sim é que é difícil de explicar aos nossos filhos.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Em um mesmo dia, duas novelas da TV Globo são alvo de duras críticas por parte de espectadores que acusam a emissora de fazer apologia ao estupro de menor de idade e  ainda de tratar com escárnio e deboche religiões de matriz africana.

Cabe lembrar que dentro de poucos dias vem ao ar na emissora  o big brother brasil, com todo tipo de putaria que se possa imaginar.

Para a TV Globo, o período de dezembro até o final de fevereiro é uma época de férias  e, portanto, momento de diversão e de relaxamento, o que no entendimento da emissora significa fazer apologia ao estupro de incapaz, incentivar a intolerância religiosa, mergulhar na mais alta mediocridade e idiotice através do big brother brasil e ainda, aproveitando o ano de jogos olímpicos na cidade, incentivar e validar o extermínio de pobres, negros moradores de rua.

Por anda o Ministério Público ?

Globo na vanguarda da destruição do futebol brasileiro

Torcedores do Nordeste criticam a Globo

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O monopólio da Rede Globo sobre os direitos de transmissão do futebol brasileiro tem gerado revolta nos torcedores de clubes do Nordeste. Após o lançamento da campanha Jogo 10 da Noite Não, levada a cabo pelo coletivo Futebol Mídia e Democracia e que denuncia a arbitrariedade da emissora ao determinar o horário das partidas de acordo com seus interesses comerciais, as torcidas expressam indignação pelo fato de a emissora 'esquecer' determinadas regiões do país, obrigando-as a assistir o Campeonato Carioca.



Conforme denuncia a postagem da página Lampions League nas redes sociais, apenas cinco das nove afiliadas da Globo no Nordeste transmitirão seus campeonatos regionais. Enquanto isso, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte – todos os estados com clubes tradicionais e de torcidas numerosas – terão de acompanhar os jogos de equipes cariocas.

A página comemora o fato de que, pela primeira vez desde 2009, todos os nove estados nordestinos terão representantes nas séries A, B ou C do Campeonato Brasileiro, fruto do fortalecimento do futebol e dos campeonatos da região – o maior exemplo é o sucesso da Copa do Nordeste (apelidada 'Lampions League' em referência à glamourosa e bilionária Champions Leagueeuropeia).

O recado dos torcedores à Globo é claro: “Já chegou o momento dessas emissoras passarem a respeitar mais nossos clubes”. A postagem exige a valorização do futebol regional, afirmando ser “notório que jogos como ABC x América, Sampaio Correa x Moto Club, River x Flamengo e Treze x Campinense dariam mais audiência que jogos como, por exemplo, Boa Vista x Botafogo ou Cabofriense x Fluminense”.

O coletivo Futebol, Mídia e Democracia, que congrega torcedores, jornalistas e movimentos sociais, já encampou a luta. #QueroVerMeuTimeTB é a palavra de ordem nas redes e que promete, no retorno do calendário do futebol brasileiro, chegar também aos estádios.

Curta a página do Coletivo Futebol Mídia e Democracia no Facebook: http://bit.ly/coletivofmd

Fonte: Blog do Miro
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ESTADOS DO NORDESTE TERÃO QUE ASSISTIR O CAMPEONATO CARIOCA.

E TORCEDORES PROTESTAM CONTRA A GLOBO

janeiro 8, 2016 11:32

Estados do Nordeste terão que assistir o campeonato carioca. E torcedores protestam contra a Globo

Fonte: IG
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Em São Paulo, torcedores do Santos e do Palmeiras tem criticado constantemente a TV Globo por conta das opções da emissora na escolha de jogos que serão transmitidos.

No nordeste  já vem de longa data a insatisfação dos torcedores com a TV Globo.

O Bom Senso F.C. , em crítica a emissora, disse que é inadmissível que partidas de futebol comecem apenas após o beijo da novela, em uma referência aos jogos de quarta-feira com início às 22 horas.

As críticas e a insatisfação com o monopólio da TV Globo acontecem em todas as regiões do Brasil, e tem aumentado a cada dia.

No entanto, a maioria da imprensa esportiva continua com cara de paisagem, e, algumas emissoras de rádio ainda apoiam a TV Globo e criticam, principalmente, a iniciativa dos jogadores do Bom Senso F.C.

Se a maioria dos torcedores  pelo Brasil não concorda com as práticas  de Globo, será que a culpa é dos torcedores e somente Globo está certa ?

Quanto a maioria da imprensa esportiva, a ausência de críticas contundentes quanto  ao papel nefasto que Globo desempenha no futebol brasileiro  se deve ao medo de represálias por parte da emissora, que como é de conhecimento do leitor, não aceita críticas e  nem concorrência.

Cabe ainda lembrar que não é apenas no futebol que Globo vem sendo duramente questionada.

No mundo do samba, muitas escolas de samba estão descontentes com o papel de Globo como emissora exclusiva na transmissão dos desfiles das escolas do Rio de Janeiro.

Quanto aos torcedores do nordeste do país, de fato, ter que engolir um campeonato carioca sem nenhum atrativo é dose para leão, já que até mesmo para nós, cariocas e torcedores dos grandes times do Rio, assistir as partidas da competição estadual deixou de ser interessante já faz tempo.

Globo é um câncer no país.

Quando o jornalismo passa a ser exibicionismo

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Por Débora Cristine Rocha, no Observatório da Imprensa:

Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução destes nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade.

O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? Em primeiro lugar, o jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

A entrada do sensacionalismo

Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir este método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

Enfim, quando um jornalista trata o colega como gatão no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo, outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo no telejornal com toda a força.

O jornalismo serve ao poder que deveria criticar

Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. Os meus alunos sabem: interesse do público é o que o público quer ver, interesse público é o que possui importância para a sociedade. O público muitas vezes quer ver o vocabulário informal, os gracejos, as pautas sem profundidade, a violência e a adrenalina, o happy end. Edgar Morin nos mostrou muito bem os temas da cultura de massa, que seduzem o público e hoje são explorados por esta nova forma de telejornalismo.

Já o interesse público diz respeito ao que afeta a sociedade, evidencia os mecanismos de funcionamento do poder. E quem disse que o público brasileiro não quer saber disso? Os estudantes paulistanos batalham contra o fechamento de suas escolas. Penso que estão querendo saber, sim, sobre o significado do poder. Aliás, cadê os meninos sendo entrevistados sobre o assunto? Aí, quando os garotos vão para as ruas dizem que a imprensa é um braço do poder. E a gente fala o que?

Ficamos aí nas piadinhas, nos vídeos caseiros dando bom-dia e esquecemos que jornalismo não é nada disso. O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

* Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Blog do Miro
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Malandragem federal

Receita Federal indica que aumento de bens em R$ 1,8 milhão de Cunha é injustificado


Segundo relatório, o crescimento é incompatível com a renda do deputado e de seus familiares e que a variação patrimonial tem relação com gastos no cartão de crédito.
07/01/2016

Da Redação

Cunha e sua esposa Cláudia Cruz | Foto: Reprodução
A Receita Federal aponta em um relatório que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sua mulher e sua filha tiveram um aumento patrimonial incompatível com os seus rendimentos nos últimos anos. Segundo o documento, os valores considerados como aumento patrimonial "a descoberto" da família totalizam R$ 1,8 milhão, entre 2011 e 2014.
Além do salário de R$ 33,7 mil como deputado, Cunha e Cláudia Cruz, sua esposa, também são sócios de empresas na área de comunicação, como a C3 produções e Jesus.com. Segundo a Folha de São Paulo, o deputado disse que o dinheiro vem de negócios do exterior.
A investigação aponta que a filha, Danielle Dytz da Cunha, teve aumento de sete vezes no patrimônio. De acordo com dados do seu Imposto de Renda, ela passou de R$ 208 mil em 2010, a R$ 1,5 milhão em 2014. Uma transferência de R$ 800 mil feita por Cunha em 2013 influenciou significativamente esse aumento.
O pedido para a apuração da Receita foi feito pela Procuradoria-Geral da República, nos marcos da Operação Lava Jato. A Folhateve acesso a este relatório que está sob sigilo e foi finalizado em 29 de outubro.
A assessoria de Cunha informou à reportagem da Folha que ele não possui patrimônio "a descoberto" e que desconhece o relatório da Receita Federal. A investigação, caso comprove irregularidades, pode resultar na cobrança de impostos devidos e de multas, além de fundamentar investigações criminais.
Cunha e sua família já são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de terem mantido contas secretas no exterior abastecidas com recursos desviados da Petrobras, no valor de US$ 5 milhões. Cunha também é alvo de um pedido de afastamento do comando da Câmara feito pela Procuradoria-Geral da República e responde a um processo de cassação na Câmara.
Fonte: BRASIL DE FATO
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FHC carrega um general golpista no peito
Florestan não o reconhecia mais...


publicado 07/01/2016
                
florestan e fhc
Florestan lhe foi útil para subir na carreira (acadêmica). Depois...

A partir do twitter do Emir Sader, o Conversa Afiada reproduz artigo de Laurez Cerqueira:


Fernando Henrique carrega um general golpista dentro dele

No discurso de despedida de Fernando Henrique Cardoso, do Congresso Nacional, antes da posse para o exercício do seu primeiro mandato, estava no meio dos parlamentares, elegantemente vestido, sentado na cadeira de sempre, como um aluno disciplinado, já bastante debilitado pela doença hepática, segurando uma bengalinha, o Professor Florestan Fernandes, reeleito por São Paulo.

Fernando Henrique o viu no plenário. Pediu licença ao senador Humberto Lucena, que presidia a sessão, disse que quebraria o protocolo para cumprimentar uma pessoa.

Desceu os degraus do alto da Mesa, embrenhou-se entre os parlamentares que o assediavam calorosamente, postou-se frente ao mestre e o abraçou. Florestan desejou-lhe boa sorte e êxito no governo.

No final daquele momento, como que movido por um lampejo de confiança no ex-aluno, Florestan disse a Fernando Henrique: “Veja bem, Fernando: não crio gatos. Crio tigres”.

Disse isso sob forte emoção, certamente lembrando-se de que ele teria sido um dos professores mais influentes na formação acadêmica dele.

Foi num bar em São Paulo que Florestan conheceu Fernando Henrique, ainda rapazinho, em dúvida sobre que curso faria na universidade.

Florestan teve uma conversa impactante com ele, falou sobre a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, sobre o curso de sociologia, e da importância de se formar sociólogos nas nossas universidades para ajudar nos estudos, nas pesquisas, sobretudo no desenvolvimento do pensamento e na interpretação do Brasil pelos próprios brasileiros.

Foi com base nessa conversa que Fernando Henrique decidiu fazer o exame para cursar sociologia na USP. Florestan foi professor dele, orientador no mestrado e no doutorado.

Ficaram tão amigos que Fernando Henrique mudou-se para a mesma rua que morava o mestre para conviver, frequentar a biblioteca e ouvi-lo mais. Florestan o tinha em alta consideração fraterna e intelectual.

Aquele momento da cerimônia de posse foi marcante para Florestan, mais marcante ainda a decepção com o rumo dado por Fernando Henrique ao governo, que apenas se somou a outras decepções políticas acumuladas ao longo da carreira do ex-aluno presidente. Mas nada disso abalou a relação pessoal e o respeito que tinham um pelo outro.

Em 1996, Fernando Henrique havia dado um golpe na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que estava sendo debatida na Câmara, sob a coordenação do então deputado Florestan Fernandes, com apoio do Fórum Nacional de Educação.

Numa articulação comandada pelo seu vice-presidente Marco Maciel, ele aprovou no Senado o projeto de lei do governo tornando regimentalmente prejudicado o projeto de LDB da Câmara, que acabou sendo arquivado.

Esse fato deixou Florestan indignado e decepcionado, por ter sido colocado por terra anos de debate e de construção democrática, com a participação da sociedade, de uma proposta de educação que provocaria uma transformação profunda no país.

Dias depois, numa conversa sobre o golpe da LDB, ele sentado, tirou os óculos de hastes e lentes grossas, colocou-os sobre a mesa, passou os dedos nas sobrancelhas de fios compridos, e disse, referindo-se a Fernando Henrique, com todo o cuidado que tinha no trato com as pessoas: “É… Fernando está ficando politicamente irreconhecível”.

O mundo girou e hoje Fernando Henrique rola ladeira abaixo numa decadência ética inimaginável. Lidera a tentativa de um golpe parlamentar contra a Presidenta Dilma e contra a ordem institucional da República, sem o menor constrangimento público, mesmo sabendo que ela é uma mulher íntegra, honesta, de conduta ética ilibada, e que contra ela não há nenhum indício de crime de responsabilidade.

A impressão que passa é que Fernando Henrique guarda um general golpista dentro dele. Tudo indica que é um general integrante da UDN, que andava incubado e agora aflorou.

Parece muito com o que tentou derrubar Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck, ajudou a eleger Jânio Quadros e derrubou João Goulart.

Em matéria de falta de constrangimento público, de aridez interna, ele e Eduardo Cunha se parecem. Não sentem vergonha do que estão tramando. Aliás, estão juntos na empreitada do “golpe paraguaio” no Brasil.

O fato é que o golpe não vai acontecer, porque a sociedade está com a democracia e vai defender a ordem institucional vigente.

Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Cunha e Michel Temer entrarão para a história, mas pela porta dos fundos e farão parte da ala dos golpistas onde estão Carlos Lacerda, os generais Castelo Branco, Costa e Silva, Médice, Geisel, Figueiredo e outros políticos que não toleram a democracia.

Na ala da história onde está Florestan Fernandes, seguramente Fernando Henrique não estará.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Homenagem Ao Malandro
Chico Buarque
  
Eu fui fazer um samba em homenagem
À nata da malandragem
Que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem
Que aquela tal malandragem
Não existe mais

Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal

Mas o malandro pra valer
- Não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central

Os racistas do deserto de ideias


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Douglas Belchior: Preto, preta, sorria. Você está sendo filmado. E morto, na cidade olímpica

publicado em 08 de janeiro de 2016 às 11:53
Globo e governos: o que fazer com os corpos negros na cidade olímpica?
Como pedir calma, paciência e paz aos que sofrem historicamente com a violência, a tortura e a morte?
O empresário branco denuncia.
O telejornal de maior audiência do país noticia.
O tenente-coronel, militar branco, comenta: “Nos últimos 3 meses, 69 menores foram apreendidos; 120 foram encaminhados a setores competentes“.
O delegado da Policia Civil, branco, reafirma: “Em 2015, foram 80 operações em que 120 menores foram apreendidos”.
O representante do governo, branco também, diz: “A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social faz ações junto com a polícia no Centro do Rio“.
E, para fechar com chave de ouro, como endosso técnico para dar credibilidade à matéria, um especialista faz leitura labial no preto que, segundo o jornal, treina o bando: “Com violência, sem dó nem piedade”.
Esse foi e enredo de uma reportagem levada ao ar na segunda, dia 5 de janeiro de 2016, pelo Jornal Nacional da TV Globo. O mesmo conteúdo fora veiculado repetidas vezes nos noticiários locais da emissora durante o dia e devem ser repercutidos por toda a semana.
A narrativa criminalizante somada à força das imagens faz da peça jornalística uma verdadeira apologia ao ódio contra aqueles que na verdade, são as principais vítimas da contradição social e econômica que vivemos: moradores de rua ou favelados, jovens e negros em sua maioria, e não só homens, mulheres também.
Novidade alguma, já que tais conteúdos tem lugar cativo nos programas policiais de qualidade duvidosa, nas tardes de emissoras de menor audiência.
Mas o que nos importa aqui é a promoção do tema ao patamar do “padrão globo de qualidade”, alçado ao horário nobre, no jornal de maior audiência da principal rede de TV do país. Isso, com certeza, não é por acaso.
O Rio de Janeiro sediará, daqui a poucos meses, o maior evento esportivo do planeta, as Olimpíadas de 2016. As ruas precisam ficar livres e limpas. Corpos negros, indisciplinados, mal educados, sujos e perigosos precisam ser varridos para longe. E a opinião pública precisa estar de acordo.
Cito as Olímpidas por ser, sem dúvida, prioridade atual dos governos Municipal e Estadual do Rio, bem como do Governo Federal. Mas a verdade é que a lógica higienista, racista e genocida de atuação do Estado está presente na história e no cotidiano do Rio de Janeiro. Sua política de segurança pública é, com absoluta certeza, a principal prova desta afirmação.
Menores infratores que roubam à luz do dia, atacam quaisquer desavisados, inclusive idosos e mulheres, dondocas e trabalhadoras, não há critério objetivo. “Bandidos violentos”, “vândalos”, “monstros”. Todos, quase sempre, negros.
Mas quem são eles? Por que moram nas ruas ou vêm sempre dos morros? Por que não têm emprego? Por que não estudam? Por que eles têm ódio?
São vagabundos? Roubam porque querem? Poderiam estar lendo? Viajando? Pedalando? Malhando… mas estão ali, roubando?
Se eu não conhecesse e não compreendesse a história do Brasil, talvez até os condenasse. Mas eu conheço. Por isso não os condeno. E digo mais: a sociedade brasileira não tem moral para condenar adolescentes que batem carteiras, roubam celulares, relógios ou correntes nas esquinas do Rio de Janeiro ou qualquer outra cidade do país.
Não temos – nós enquanto sociedade – moral sequer para condenar os que esfaqueiam ou engrossam as fileiras do crime organizado. Aliás, como bem já descreveu jornalista Mariana Albanese em texto publicado por este Blog, “Perto de quem realmente manda, esses moleques são tão perigosos quanto o Patati e Patatá”. O Brasil não tem moral.
Não se trata, entendam, de defesa a mau feitos ou mal feitores e sim de buscar compreender, de um ponto de vista histórico e sociológico, os porquês de determinadas práticas.
Crimes contra a vida, violência e brutalidade não costumam servir como solução de problemas sociais, econômicos ou políticos. Mas um país que tem na violência e na violação de direitos a prática habitual no trato à significativa parcela da população, tem alguma condição de cobrar postura diferente? Como pedir calma, paciência e paz aos que sofrem historicamente com a violência, a tortura e a morte? Os poetas dos Racionais Mc’s, em poucas palavras, diriam: “Vocês dão taça de veneno e quer suflair?”
Não me parece justo imputar responsabilidade apenas aos que vivem em condições de séria vulnerabilidade, como se estes fossem os únicos responsáveis por essa condição.
No mais, sempre é bom lembrar que a violência e a prática criminosa não são patrimônio exclusivo dos ricos, dos maus políticos, das polícias ou da grande imprensa. Por que pretos e pobres deveriam abdicar dessa possibilidade?
Pezão quer acabar com Fundação para a Infância e Adolescência
A hipocrisia é tanta que, ao mesmo tempo em que as elites racistas querem limpar as ruas e varrer essa gente preta e mal cheirosa para longe, o governo do Rio quer fechar a fundação que acolhe adolescentes em medida de internação.
A notícia foi manchete das grandes redes de comunicação, no dia seguinte à veiculação da maldita reportagem no JN. O governo encaminhou para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro no fim de 2015 projeto de lei em que propõe a extinção da FIA (Fundação para a Infância e Adolescência).
O governador alega que faltarão recursos para manter os serviços de atendimento às crianças e adolescentes, bem como registrado na nota enviada pelo Palácio Guanabara:
“O projeto de lei, que ainda está em discussão na Alerj, estabelece a extinção de uma autarquia e seis fundações estaduais com base na brusca queda de arrecadação das receitas, agregada à previsão de sua diminuição para os próximos exercícios financeiros, especialmente em razão das incertezas dos cenários econômicos nacional e internacional.”
Como entender? Há, por um lado, a necessidade de “higienizar” a cidade maravilhosa para deleite do turismo olímpico. Já por outro, a iniciativa absurda de acabar com o principal ente público de ação de proteção à criança e ao adolescente no Estado.
Para onde, afinal de contas, seriam removidos os seres desprovidos de humanidade suficiente para dividir o espaço urbano? Cadeias dos adultos? Ainda não dá. Cunha não conseguiu terminar o serviço sujo da aprovação da redução da maioridade penal no Congresso. Então, que fazer?
O que fazer com os corpos negros fora da lei? Sumir com eles!
Sim, afinal, assassinar e deixar corpos expostos tem chamado muito a atenção. Será necessário mudar a prática, coisa que as milícias têm feito com primazia. Desaparecimentos em grande escala. Limpeza das ruas. Corpos às valas.
Mas estamos falando de órgãos governamentais, da guarda municipal da cidade do Rio e da PM do Estado do Rio. São coisas diferentes. Práticas de milícias são outra coisa.
Sabemos que não.
Um estudo do sociólogo e professor Ignácio Cano, responsável pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio, revela um aumento drástico no índice de desaparecidos, a partir da ação de milícias.
Os números são dramáticos. Desde 2008 a quantidade de desaparecidos supera o de homicídios no estado. Em 2015 foram registrados 2533 desaparecimentos contra 995 mortes.
Em 2005 os números apontavam 1455 desaparecidos contra 2030 homicídios. Os dados correspondem a aferições nas Zonas Oeste, Norte, Sul e Subúrbio do Rio. O aumento varia de 47% à 125%.
Síntese da hipótese: TV Globo e demais emissoras expõem o cotidiano de violência das ruas do Rio, o que fortalece o sentimento de insegurança, medo e ódio em relação aos pretos e pobres moradores de ruas e favelas. Estes configuram, portanto, criminosos perigosos à solta.
A crise econômica impede o aprisionamento de tantos mais corpos vivos. Afinal, presos tem alto custo, precisam comer, vestir, dormir e, muito embora superlotar prisões seja ideal para a prática de desvios de verba que acontecem país afora, os tempos são de vacas magras. Exterminar e sumir com os corpos é barato, prático, silencioso e eficaz.
Hipótese ou desvario irresponsável? Estariam os argumentos aqui descritos, fora da realidade? Não creio.
Nenhuma novidade para a cidade que até ontem fora capital do nosso império escravocrata. Nada de novo no país da democracia racial, do futebol, do carnaval e agora, das olimpíadas.
Nenhum absurdo para o país que mais mata negros no mundo e onde a emissora que detém 80% da audiência nacional se coloca a serviço da formação da opinião pública para o apoio ao genocídio e à barbárie.
Preto, preta, sorria. Você está sendo filmado. E morto.
Fonte: VIOMUNDO
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Uma grande parcela da classe média do Rio de Janeiro se transformou em um deserto de ideias.As areias das praias da zona sul da cidade são testemunhas.

De frente para o mar e de costas para a cidade, a aversão ao povo cresceu e se multiplicou.

De alguma forma esse novo comportamento tem influenciado até mesmo os turistas que visitam o Rio de Janeiro, que preferem o Rio além do circuito turístico tradicional e , principalmente, além das aparências.

Cresce no Rio, como em todo mundo, um tipo de turismo que se baseia no livre caminhar pela cidade, em contato direto com a realidade.

Assim sendo, as notas musicais nas calçadas do boulevard 28 de setembro no bairro de Vila Isabel, os passeios na floresta da Tijuca, a cantoria dos pássaros ao entardecer na Av. Maracanã , um caminhar pelo bairro de Santa Tereza, um olhar na confeitaria Colombo no centro da cidade e as amendoeiras do bairro Maria da Graça, ganham cada vez mais relevância.

Os racistas, no entanto, não perdem a oportunidade de conseguir uma vaga para desfilar em uma escola de samba, de maneira que possam sacudir suas joias para as disponíveis câmaras da emissora de TV, e assim aparecer, mesmo que em meio a uma festa do povo, na tela da TV no meio do mesmo povo que tanto rejeitam e matam.