terça-feira, 14 de abril de 2015

Folha Corrida da TV Globo

Em evento da Globo, manifestante é preso no Congresso depois de gritar que emissora apoiou a ditadura

publicado em 14 de abril de 2015 às 12:54
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Da Redação
O militante Pedro Rafael, da Frente Nacional pelo Direito à Comunicação, foi preso hoje cedo no Congresso depois de gritar “A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura” durante sessão solene em homenagem aos 50 anos da Globo.
O evento foi convocado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, atendendo a requerimento dos deputados Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e Rômulo Gouveia (PSD-PB).
FNDC, coordenado pela secretária de comunicação da CUT, Rosane Bertotti, é uma das principais entidades envolvidas na luta pela democratização da mídia.
( ...)
Entidades de todo o Brasil organizam manifestações para “descomemorar” o aniversário de 50 anos da Globo no próximo dia 26 de abril.
Fonte: VIOMUNDO
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PRISÃO DE ATIVISTAS E CENSURA A FAIXA SOBRE APOIO À DITADURA MARCAM HOMENAGEM À GLOBO NA CÂMARA


Um grupo de militantes de organizações de juventude e do movimento de democratização da comunicação foi reprimido pela Polícia Legislativa, em sessão solene em homenagem aos 50 anos da Rede Globo, na Câmara dos Deputados, na manhã desta terça-feira.

Três ativistas tentaram estender uma faixa no auditório com a frase “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”, quando foram detidos pela Policia Legislativa. Depois da sessão, foram liberados.

O deputados Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e Rômulo Gouveia (PSD-PB) propuseram o evento, que foi convocado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

A “descomemoração” dos 50 anos da Globo cresce em todo país. Já tem protestos marcados contra a Globo em São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná em 26 de abril, dia do aniversário da emissora.

Cunha comanda com mão de ferro a Polícia Legislativa, que reprimiu na semana passada sindicalistas que protestavam contra a aprovação da PL das Terceirizações.

(…)
Fonte: CONVERSA AFIADA



O manifestante que foi detido no Congresso Nacional por falar a verdade.
Será a verdade proibida naquela Casa?
Em homenagem a Pedro Rafael, O PAPIRO a presenta abaixo o conto A História que A Imprensa Não Conta, da série Encontros Cariocas.
O Conto pode ser entendido como uma folha corrida da TV Globo, um grupo empresarial que sempre se posicionou contrário a democracia e a verdade, apoiando todo tipo de iniciativa que venha a prejudicar a maioria da população brasileira.
Uma leitura obrigatória nesse momento em que a TV Globo comemora 50 anos de crimes contra o povo brasileiro e contra  e a democracia.


Encontros Cariocas - 2     

A História que a Imprensa Não Conta



Então, Carninha. Você falava do estreitamento, da manipulação  que a imprensa promove no debate. 
Mas isso não é novo, não é ?

- não. Mas hoje é muito mais acentuado.
Gandhi disse certa ocasião:
" Quando o mais fraco começa uma luta contra um sistema forte e poderoso, o sistema ignora o fraco. Se o fraco continua na luta e insiste, o forte passa, então , a ridicularizar o mais fraco. Se mesmo assim o fraco não desiste e continua na luta, o forte passa a lutar contra ele. Nesse ponto é sinal que o fraco venceu "

- o que você quer dizer com isso ?

- que é necessário um olhar na história, na nossa história recente. A grande imprensa no Brasil é o braço mantenedor do atraso e do retrocesso , no tocante as conquistas necessárias para o povo. A imprensa nunca esteve ao lado do povo .
Vamos partir de 1982, na eleição do Brizola. Naquela ocasião, a primeira eleição para governador depois do golpe de 1964, era inconcebível para o governo da ditadura que Brizola ganhasse aqui no Rio. Acreditavam, os militares e a imprensa, que Brizola era passado, teria ficado 15 anos no exílio  e as novas gerações não o conheciam. Com o desenvolvimento da campanha , o engenheiro começou a subir nas pesquisas e foi um deus nos acuda, nos palácios do atraso. Estávamos lá, lembra ? Com a proximidade do dia da eleição já se sabia que Brizola iria disputar o primeiro lugar, e aí, entraram os golpistas de sempre. A empresa contratada para compilar os votos, Proconsult, em conluio com os militares e a TV globo, armou um esquema para evitar a vitória do engenheiro. Com o decorrer da apuração, grande parte dos votos destinados ao Brizola eram separados e não apresentados na contagem. Assim o candidato dos militares e da globo, aparecia em primeiro lugar e se distanciando  para a vitória. O objetivo era desmotivar a militância brizolista, e ganhar no grito. A TV globo funcionava como  o local para divulgação da farsa armada. Acontece que a militância não se desmotivou, e um jornalista da rádio JB descobriu a farsa, assim como a apuração paralela do PDT e mostraram que aquilo que a TV globo apresentava como resultado parcial era falso. A máscara caiu e imediatamente, e sem nenhuma explicação para os telespectadores , a TV globo passou a mostrar Brizola na frente. E não deu outra, ganhamos, mas ninguém foi punido. Seria o caso de retirar a concessão da TV globo, mas...

- Roberto Marinho e Figueiredo andavam de braços dados.

- é verdade. Passamos para 1983, um ano  depois, lá pelo final do ano, crescia a movimentação popular por eleições diretas para presidente da república. Um comício em Curitiba, em novembro daquele ano, reuniu 50 mil pessoas na rua. Nenhum comentário na grande imprensa. A campanha pelas diretas crescia e nada de informação. Um comício gigante em São Paulo, já em janeiro de 1984, foi noticiado pela TV globo como festa pelo aniversário da cidade de SP. A TV globo, que detinha uma audiência avassaladora na época ,escondia da população brasileira o que acontecia nas ruas. Como a campanha crescia mais e mais, não foi mais possível esconder, e aí o que fez a TV dos marinhos ? Passou  a noticiar o movimento como uma festa popular, uma festa da democracia, uma festa por eleições diretas. Ou seja, mudou o foco, e deu um caráter festivo. Falou em festa a burguesia se anima, e também foi para as ruas, passeatas e comícios, exibir suas jóias. Uma colunista social chegou a dizer que iria ao comício para cantar o hino nacional, pois era emocionante ouvir o povo cantar. Alugou um apartamento de um hotel em frente da candelária, onde acontecia o comício de 1 milhão de pessoas, para cantar o hino, bebendo vinho francês.

- que gracinha....

- e era irmã de cantora. Assim a TV globo aprontou mais uma, não noticiando  o que acontecia e manipulando os fatos. E continua. Em 1986, já com o fim dos governos militares, e com o governo de Sarney que assumiu em 1985, foi lançado  o plano cruzado, com o objetivo de sanear a economia e acabar com a inflação. O plano foi uma comédia. No ano de 1986 tínhamos eleições para governadores, e o plano foi lançado para eleger os candidatos do governo. Brizola, como sempre, foi o único a dizer que o plano era furado e que não daria certo. Foi massacrado pela imprensa, mas não desistiu.

- aquele não desistia nunca.

- é verdade .O governo Sarney fez malabarismos para segurar o plano, com o auxílio, claro , da TV globo, que não informou a  população que aquilo não iria a lugar nenhum, garantindo, assim, a eleição dos candidatos do PMDB, partido de Sarney. Consolidada a eleição o plano cruzado desabou e tudo voltou a mesma zona de sempre, como previra Brizola que tinha Darcy Ribeiro como o candidato ao governo do Rio. Darcy perdeu a eleição e a TV globo mais uma vez enganou o povo.

- Sarney governou com Roberto Marinho, não foi ?

- é verdade. Como foi o primeiro governo civil depois do golpe, Roberto Marinho tentava preservar os ideais do golpe que ele tanto amava, ajudando a manipular o caminho para as eleições para presidente que só iriam ocorrer em,1989.

- os militares e a imprensa barraram as diretas em 1984 com medo do Brizola ganhar, não foi ?

- também por isso e talvez principalmente por isso , pois Brizola, em pesquisas, estava bem na fita. A nova armação aconteceu em 1988. Naquele ano aconteciam eleições para prefeito das cidades. Já tínhamos quase quatro anos do governo Sarney/Marinho, e as greves, que durante a ditadura foram proibidas, voltaram com a pré-democratização daqueles anos. E naturalmente. com anos de opressão, guando voltaram alguns excessos foram cometidos, tanto por patrões como por empregados. A mais emblemática foi a greve da CSN em Volta Redonda, quando a siderúrgica foi ocupada pelos operários . Houve conflito, o exército entrou em ação, com truculência desnecessária, e alguns operários foram mortos. O fato pegou mal para o governo federal, e devido a proximidade das eleições, a população brasileira deu a resposta nas urnas, proporcionando grande votação para os candidatos do PT em grandes cidades, principalmente Rio e São Paulo. E aí entra a TV globo. Após aquelas eleições a TV globo fez uma intensa campanha pela proibição de greves no país, o que seria um retrocesso no processo de pré-democratização que se vivia.

- sempre na contra mão da democracia.

- sempre. Mas não conseguiu colar, e as greves foram se acomodando sem excessos. E surgia com força a estrela do PT, o que foi motivo de reportagens preconceituosas e racistas por parte da imprensa brasileira.

- lembro que em um telejornal da globo, uma daquelas mediocridades, um repórter assim falou sobre a militância do PT; " eles se consideram petistas" alertando para um possível "perigo" no partido que crescia. lembra disso ?

- lembro, foi motivo de piada lá no diretório.  E a história continua. Chegamos no ano de 1989 e a campanha para presidente.

- foi um ano fantástico.

- com certeza, não apenas aqui no Brasil , mas em todo mundo. Por aqui a campanha ferveu. Foram momentos cômicos , dramáticos, patéticos protagonizados pelos candidatos. Quem não se lembra do surgimento do Dr, Enéas, ou o Dr Aureliano que no debate não sabia o preço de um pão francês, ou os recursos de computação gráfica amplamente utilizados por Collor, certamente com assessoria dos profissionais da globo, e as tiradas inteligentes e bem humoradas de Lula e Brizola.  Foram , de fato, dias fantásticos. Porém a coisa ficou feia foi no segundo turno. Definidos Collor e Lula, aquele segundo turno foi uma briga de foice. A TV globo apoiava abertamente Collor, e tinha arrepios em imaginar um operário  oriundo do nordeste na presidência da república. A campanha de Lula crescia e a militância petista foi importantíssima. Próximo do dia da eleição, as pesquisas encomendadas pelo PT, que não apareciam na imprensa, apontavam Lula em crescimento e Collor em declínio, se aproximando de um empate. Mais precisamente, três dias antes da eleição, quando a propaganda na TV se encerrara. uma pesquisa do PT apontava empate entre Lula e Collor , com Lula numa ascendente. Era a possibilidade de vitória. Na TV globo, as pesquisas indicavam Collor com vantagem, sem mesmo apresentar a possibilidade de empate técnico. O que fez a militância do PT. Em tempos sem internete, e sem espaço nos meios de comunicação, a militância foi para as ruas, em pontos estratégicos da cidade portando cartazes que apontavam a real situação dos candidatos nas pesquisas e indicando uma possível vitória de Lula. No mesmo dia, o jornal nacional da TV globo, apresentado pelo Alexandre Garcia...

- o machão que posou nu para a revista gay ??

- ha, ha, ele mesmo. Mas como dizia, o jornal nacional noticiou que Lula e Collor estavam tecnicamente empatados, contrariando as pesquisas que eles mesmos apresentaram no dia anterior. Por quê isso ? O jornal nacional respondia aos militantes nas ruas com os cartazes, tentando desmentir que Lula estava  subindo, mas ao mesmo tempo assumindo que mentiam nas pesquisas anteriores. Nós percebemos isso, mas a maioria da população não sacou. Aí veio a manipulação e edição do debate entre Lula e Collor. O jornal nacional escolheu e editou uma matéria com os melhores momentos de Collor no debate e os piores de Lula, no mesmo debate, distorcendo os fatos e induzindo a opinião pública a vitoria de Collor.

- estava tudo armado para evitar a vitória de lula.

- claro. Logo no início do segundo turno, quando Collor e Lula já estavam definidos, o general Geisel , foi a público dizer, em alto e bom som, que não seria ainda o momento para uma vitória da esquerda no Brasil.

- deu a senha para fraudes , se necessário fosse.

- claro. E assim aconteceu. Lula foi roubado. No dia da eleição , cidades no interior da Bahia e de outros estados , onde Lula teria expressiva votação, tiveram os ônibus retirados de circulação, impedindo milhares de pessoas de votar. E mais uma vez, a TV globo esteve presente em um atentado contra a democracia e os interesses do povo brasileiro, desinformando manipulando e mentindo. E não parou por aí. Em 1992, aqui no Rio, na eleição para prefeito, a TV dos marinhos aprontou mais uma. O PT, através da candidata Benedita da Silva, liderava as pesquisas e tudo indicava que venceria no primeiro turno. Cinco dias antes da eleição, César Maia, na época pelo PMDB, tinha apenas traços nas pesquisas de intenção de votos. Iniciou-se um violenta campanha contra Benedita, campanha coordenada e conduzida pela TV globo. Apelando para o racismo, o preconceito, chamaram Benedita de analfabeta, favelada e que , caso eleita, traria a escória das favelas para a cidade. Ao mesmo tempo, essa campanha enaltecia César Maia, com economista, culto, branco e competente. Não ficou por aí. Para espalhar  pânico, principalmente na classe média, a TV globo incitou a criminalidade a agir na cidade. Foram dias de invasões de prédios residenciais, destruição de portas de garagem de edifícios e assaltos em profusão. Tudo incitado pela TV dos marinhos
.
- assim como aqueles arrastões nas praias em que sempre tinha um cinegrafista deles presente para registrar as cenas.

- é por aí. Eles espalharam o preconceito e o pânico na cidade. Não deu outra , César Maia cresce nas pesquisas, foi para o segundo turno com Benedita , usou e abusou do preconceito e venceu as eleições. Isso naquele ano de 1992, que o então presidente da república, Fernando Collor não mais servia aos marinhos.

- a história dos caras pintadas...

- por aí, Ocorre que bem antes disso , o PT, logo depois da eleição de 1989, criou um governo paralelo, que tinha por objetivo fiscalizar, denunciar e propor soluções para os problemas do país. Quando aconteceu o movimento dos caras pintadas, o PT e outros partidos de esquerda , já estavam na estrada há um bom tempo pedindo o fora Collor. Os caras pintadas foi mais uma da TV globo e de toda a imprensa que resolveu abandonar o Collor e apoiar uma manifestação pelo seu impeachment. Foi então que o pessoal foi para as ruas, muitos, inclusive, eleitores do Collor, outros que nunca tinham votado, se juntaram aqueles que já estavam na luta. A TV globo aproveitou, que naquele ano  e naquele momento, estava apresentando uma mini novela sobre os anos 60, quando os jovens foram as ruas lutar contra  a ditadura militar.

- não só aproveitou para fazer propaganda de sua novela, como a usou para levar a garotada para as ruas.

- é isso aí. A maior parte dos caras pintadas foi massa de manobra, mesmo porque o afastamento de Collor aconteceria com ou sem eles. O mérito foi para o governo paralelo do PT e as esquerdas,que ficaram diluídas na manifestação maior dos caras pintadas, mas não foi essa a história contada. Então, já em 1992, sem o socialismo real, e com a eleição de Clinton, criavam-se as condições para uma intensa propaganda pelo novo que surgia, o neoliberalismo vencedor, o progresso, a vanguarda.

- ha, ha que piada.

- Clinton chegou ao poder substituindo Bush I. O vice de Clinton, Al Gore  tinha afinidades com o movimento ambientalista e lutara na guerra do Vietnam. Saía Bush I, veterano da segunda guerra mundial, ator durante o período da guerra fria, e entrava o jovem Clinton, simbolizando a chegada da era de aquário ao poder.

- tudo perfeito para mostrar o novo.

- exato. Entretanto Clinton tinha os mesmos compromissos com o neoliberalismo, e atuava da mesma forma como os anteriores, talvez até pior. Iniciou-se uma intensa propaganda pelo ideário neoliberal, com amplo apoio dos meios de comunicação, sem a possibilidade de qualquer análise crítica. As prefeituras, com a daqui do Rio, a partir de 1992, transformaram-se em balcões de negócios, com grande favorecimento para a iniciativa privada. As obras, que quase sempre de impacto visual para a população, favoreciam grandes empresas.

- é o caso do projeto Rio Cidade , que foi utilizado para passar os cabos subterrâneos da TV a cabo da rede globo..

- é por aí. Tudo com grande favorecimento para a iniciativa privada, privatizações de empresas estatais, favorecimento da indústria da construção civil

- mas nada de saneamento básico, saúde de qualidade e educação.

- é verdade. Saneamento não aparece, já um obelisco...

- ha, ha.

- Os anos da década de 1990 foram do besteirol neoliberal, fim da história, sem qualquer possibilidade do contraditório e com intensa propaganda. No período, as empresas de propaganda e marketing tiveram grande expansão. Porém, chegava, o verdadeiro novo, o renovador, o revolucionário, que era a rede mundial de computadores, internete. Aqui no Brasil  a partir de 1994, sem nenhuma análise de fundo por parte da imprensa. Em 1999, o poder da internete se fez presente. Pela primeira vez uma grande manifestação foi organizada pela internete, o que chamou a atenção de todos, A reunião da OMC em Seattle, nos EUA, foi palco de uma gigantesca manifestação popular, gerada e organizada através da internete. Nada disso foi comentado pela imprensa  que se limitou a apresentar a manifestação como , festa, barulho ou hippyes deslocados da realidade. Mas a partir dali outras se sucederam, nos anos seguintes em Génova, onde tivemos a primeira morte de um ativista anti-globalização. Algo de novo acontecia, e a imprensa omitia os fatos. A primeira reunião do Fórum Social Mundial , em 2001, foi ignorada pela imprensa, em um momento de  expansão da internete e das redes sociais. No ano de 2002, aqui no Rio, o governador , Antony Garotinho, deixava o governo do estado para se candidatar a presidência da república. Em seu lugar assumiu o vice, Benedita da Silva, que governaria até o final de 2002. Mais uma vez a TV globo aprontou. Em perseguição clara a governadora, e exalando preconceito por todos os lados, a TV dos marinhos criou um clima de guerra no Rio de Janeiro. Usando suas táticas de terrorismo, incitou a criminalidade a prática de violência, transformando a cidade em um caos. Acuada, mas determinada a enfrentar a violência dos marinhos, Benedita gritou, clamou pelas forças de segurança pública, e disse estar a democracia em perigo pela ação de poderes que incitam o crime  e o caos na cidade. A atitude de Benedita intimidou a TV globo, que recuou. No dia seguinte, o jornal do Brasil, em editorial de primeira página, elogiou a atitude da governadora com o seguinte título; " O dia da Bené". As mídias dos marinhos ignoraram a atitude da governadora. Mais uma vez a TV globo espalhava o caos e o terror na cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, a internete, já com força naquele ano, não deixava nenhuma mentira impune. Na eleição de 2002, que elegeu Lula, mais uma vez a TV globo destilou preconceitos de toda sorte na tentativa de evitar a eleição do candidato do PT. Nos anos seguintes, da primeira década do século, a internete se consolidou como o palco das grandes transformações, da organização de protestos, de fonte de excelentes conteúdos e trincheira de resistência para as mentiras da imprensa decadente.

- e essa grande imprensa não viu nada disso ?

- claro que viu, mas não soube e ainda não sabe como atuar nesse novo paradigma de produção e divulgação de conteúdos. A grande imprensa ainda está atrelada ao quantitativo. Ela necessita,sobre a internet, informações de visibilidade e audiência para expandir com seus parceiros comerciais, assim como ocorre em outras mídias. Acontece que na internete as percepções não seguem o padrão de TV's , rádios, jornais e outdoors.  A TV globo, por exemplo, quer saber quantas pessoas são impactadas pelos anúncios de seus parceiros, quando na internete o que importa é de que maneira um assunto vai ganhar ou não divulgação e correr pelas redes sociais. Na internete o que importa não é apenas o anúncio, mas como ele pode correr pelas redes sociais ,ser comentado, virar referência. Isso é o qualitativo, que também oferece informações sobre a quantidade pessoas que comentam. O que a grande imprensa quer é o quantitativo, mas as ferramentas usadas para essa métrica são inadequadas e impróprias para a avaliação.

- estão querendo levantar voo com um navio, não é ?

- ha, ha. é por aí. Eles se parecem com aquele personagem do filme do Herzog que atravessou um navio pela montanha

- será que eles se preocupam se o navio tem ou não chaminés ?

- ha, ha, isso é com o Teo.

- quando estou na internete eu vejo os anúncios até mesmo para saber quem financia aquele portal, aquele blogue. Meu foco é esse. Não guardo o conteúdo do anúncio .

- mas a maioria não é assim. Não vê, vê e ignora, vê e se interessa. A internete é um boca a boca turbinado, é assim que funciona, como no antigo boca a boca, apenas com uma velocidade muito maior , tanto na aceitação como no descarte. Tudo surge e desaparece em pouco tempo. Trabalhar essas características para se manter no foco é o desafio.

- e as empresas de publicidade não veem isso ?

- parece que não. Estão focadas em quantas pessoas vão ver o anúncio em um portal ou em um site e não de que maneira o anúncio pode se transformar em algo mais comentado. É um tremendo desafio, pois exigirá dessa turma um vigor intelectual e criativo gigantesco, considerando também o tempo de exposição que é menor que nas outras mídias.Tem que mudar rápido, e sempre fazendo algo impactante. É agora que nós vamos ver quem é bom.

- esses caras de publicidade são umas figuraças. Usam paletó e gravata com bermudas, calvice com rabo de cavalo, suspensórios, barba sem bigode.

- eles devem se inspirar na essência do negócio deles e devem se achar como criação deles mesmos. Então. A grande imprensa está em decadência, não sabe como lutar com a internete, e vem sofrendo deliciosas derrotas. As mentiras que produzem não duram nem um dia e , atualmente,,estão envolvidas em crime de formação de quadrilha, corrupção e até mesmo participação de assassinatos para eliminar adversários.

- ainda como nos tempos da ditadura..

- pois é. a diferença atualmente é que se sabe , se comprova e esse é o momento perfeito para se passar esse passado golpista e antidemocrático a limpo, resgatar e apresentar a verdadeira história do período da ditadura, dar nome as empresas que participaram e financiaram os crimes contra o povo, desmascarar e acabar com a prática de associação de empresas , inclusive de imprensa, com o crime organizado para promover golpes e atentados contra a democracia, regulamentar o setor da comunicações no Brasil, eliminando monopólios, garantindo a pluralidade, garantindo espaço para produção e divulgação de conteúdos nacionais valorizando nossa cultura, manter um controle social sobre os meios de comunicação, criar e aplicar regras claras para punição e cassação de emissoras de TV e rádios.

- uma boa hora...

- então. No início dos anos da década de 1990 éramos totalmente ignorados. Se falássemos de socialismo nos davam as costas. Diziam que estávamos ressuscitando defuntos. Na virada do século, lá pelo ano 2000, não mais nos ignoravam, mas nos ridicularizavam. Diziam que éramos saudosistas , neo hyppies, jurássicos, ultrapassados. Hoje, lutam contra a gente no debate de idéias, na produção de conteúdos. Perseguem blogues, processam internautas. Tudo isso , claro, tentando estreitar o debate, mas não é mais possível. A resposta, em todo o mundo vem das urnas, das redes sociais e das ruas. Eles, os mais fortes,os neoliberais, estão lutando contra nós, os mais fracos. O gigante caiu. Eles perderam.

A volta do Sustincal

Ricaça francesa da indústria de perfume e moda, Arlette Ricci é condenada a três anos de prisão e multa de US$ 1,1 milhão por ocultar depósitos de US$ 22 milhões no HSBC da Suíça. No Brasil, congêneres foram preservados até agora graças ao jornalista dos Frias, Fernando Rodrigues, que tem a lista e a sonegou à CPI
Fonte: CARTA MAIOR

Cidadão pede intervenção militar, para o carro de som num lugar proibido, a polícia avisa que vai guinchar e o amigo reclama: “falta de liberdade”
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO

FHC pula do barco da derrota.  Ele convocou as manifestações e agora tira o time.
Fonte: CONVERSA AFIADA

Fotógrafo é agredido por se parecer com Lula.
Beto Novaes, do ‘Estado de Minas’, disse ter sido chutado durante protesto contra governo em Belo Horizonte

Fonte: O DIA
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Para a maioria das pessoas lúcidas, as notícias acima, de hoje, podem parecer brincadeiras ou piadas.

Não são brincadeiras, são todas verdadeiras.

Em uma pequena amostra da situação atual das oposições políticas do  país, a irracionalidade reina em uma parcela da população que a imprensa tenta impor como representativa do total.

O escândalo das contas do HSBC recebe da velha mídia um tratamento netuniano, ou seja, nebuloso, oculto e, de acordo com a decisão de não entregar a lista à CPI, até mesmo os conceitos do jornalismo foram ainda mais violados.

O jornalista Fernando Rodrigues, do Grupo Folha de SP, alegou sigilo de fonte para não divulgar a lista de brasileiros com contas suspeitas na filial suíça do HSBC.

Como bem escreveu  Fernando Brito recentemente em um artigo no seu TIJOLAÇO , a lista de correntistas é fruto , resultado final, de um trabalho  jornalístico investigativo e de cruzamento de dados, que para alcançar  os resultados, necessariamente  se utilizou de fontes em alguma fase da investigação. 

O produto final, a lista de contas com os nomes dos correntistas, não é oriunda de uma fonte, não chegou as mãos de Rodrigues por uma fonte, mas sim como o resultado final  de uma investigação para ser divulgado e conhecido por todos. 

No entanto, a lista continua na moita, na encolha, nas mãos de poucos, que provavelmente ou são citados, ou tentam preservar aliados citados.

Esse  excesso de cuidado por parte dos jornalistas em não divulgar uma lista que certamente flagra uma legião de sonegadores de impostos milionários, e sabe-se lá que outros crimes mais, não foi o mesmo cuidado quando um ex-ministro de Lula foi acusado de usar dinheiro público para comprar uma tapioca, ao valor de dois reais. 

Por uma tapioca de dois reais a velha mídia ficou excitadíssima, já por  milhões de reais provavelmente sonegados por aliados políticos  , o "sigilo da fonte" é apresentado como justificativa para  sonegar uma informação relevante e de importância para a sociedade brasileira.

Com esse alinhamento político, a velha imprensa brasileira deixa de fazer jornalismo pensando estar fazendo política, quando de fato, não faz nem uma coisa nem outra, e ainda se parece com uma organização criminosa.

Enquanto o juiz de direito na operação lava jato vaza, seletivamente,  para essa mesma imprensa fazer barulho, informações de depoimentos que deveriam ocorrer em sigilo, informações sobre possíveis  criminosos envolvidos em grandes esquemas de sonegação de impostos são mantidas por essa mesma  imprensa  sob alegação de sigilo.

Uma total inversão de valores, onde a justiça e a imprensa atuam como criminosos.

Não muito diferente do exposto até aqui, foram as manifestações do último domingo , 15 deste mês. 

Diante do fracasso das manifestações, que perdem força e mantêm nas ruas um resíduo fascista como  centro motivador e idealizador das manifestações, o PSDB ,de FHC ,Aécio, Serra e outros oportunistas,  trata de arremeter em pleno procedimento de pouso,  em um voo cego  e suicida que alçaram em meio  a névoa netuniana de um possível  impítimam da presidenta da república. 

Como não colou, o PSDB , agora, voa para se descolar dos manifestantes que, dentre outras coisas , pedem o fim da república e a volta da bebida sustincal, a vaca mecânica,  tão comum nos anos da década de 1960.

Os partidos políticos que embarcaram no voo cego e suicida dessas manifestações, certamente pagarão um preço alto nas próximas eleições.

O centro motivador das manifestações, representado por alguns movimentos sociais juvenis e pela velha mídia,  sensibiliza  uma pequena parcela da sociedade, de orientação fascista e anti democrática, resíduo natural da diversidade política em uma democracia, mas que ganhou notoriedade pelo apoio que recebeu da velha mídia e mesmo do PSDB, como o intuito de criar um clima propício para desgastar o governo.

Nesse segundo protesto, com a ausência do fígado e  com um tímido ressurgimento  dos neurônios, a adesão desabou, e obviamente, os oportunistas bateram em retirada.

No entanto, as pessoas que estiveram nas ruas nesse último domingo, e que pediam a intervenção militar no Brasil, protagonizaram cenas que até mesmo os militares da ditadura, caso estivessem vivos, ficariam perplexos diante de tamanhas burrice e ignorância.

Um fotógrafo do jornal Estado de Minas, que trabalhava cobrindo a manifestação,  foi agredido violentamente por manifestantes pelo simples fato de se parecer fisicamente com o ex-presidente Lula. 

A névoa netuniana pode confundir, mas nesse caso a estupidez ultrapassou todos os limites de civilidade, revelando que para os grupos remanescentes, ou seja, os que desejam continuar nos protestos, a razão deve ser ignorada e a violência é  a norma a ser adotada com o intuito de fazer prevalecer suas vontades.

Esse processo é idêntico ao que ocorreu na Venezuela  na última eleição por ocasião da vitória de Nicolas Maduro, quando um grupo de oposição ao governo, inicialmente e com a ajuda da mídia oposicionista local e logo após a vitória de Maduro, sensibilizou a parcela  da população que não votou em Maduro - aproveitando ainda o clima acirrado da eleição - para sair às ruas contra o governo - culpado por tudo de ruim - até mesmo com o intuito de derrubá - lo. 

Com o passar dos protestos a adesão foi se reduzindo, e somente os grupos violentos permaneceram nas ruas.

Nada disso acontece por acaso e não é apenas uma coincidência.

No entanto, o melhor da estupidez e da ignorância, pelo menos sem agredir fisicamente nenhuma pessoa, daí ser o melhor, o Oscar, foi para o manifestante que pedia intervenção militar no país e ao estacionar seu carro em local proibido, ouviu de um policial que o carro seria guinchado, o que motivou do amigo ao seu lado o seguinte comentário: falta de liberdade.

Isso demonstra que os jovens alucinados não tem a menor idéia do que seria um governo com militares , uma ditadura.

Talvez, até mesmo por  terem nascido e crescido  em uma democracia não saibam o valor de um regime democrático e livre, no entanto, o pedido da volta do sustincal não é de todo ruim.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Seleção natural diminui força de manifestação golpista




12.abr.2015 - O internauta Luis Carlos Ramos, 70, empresário, enviou imagem via WhatsApp (11) 97500-1925 do local onde esperava encontrar outras pessoas para o protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff neste domingo (12) em Macapá, no Amapá. "Infelizmente, muita chuva em Macapá. Não apareceu ninguém, só eu. Local da concentração"

Fonte: BOL
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As milícias da imprensa

Por Luciano Martins Costa em 13/04/2015 
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 13/4/2015
Os jornais de segunda-feira (13/4) absorvem cautelosamente a frustração com o menor impacto das manifestações de domingo, projetando novos lances dos grupos que se organizaram nas redes sociais e se corporificaram nas ruas. As redações registram desentendimentos entre líderes do movimento, concentrando as fichas em apenas dois deles, mas não conseguem dissimular o fato de que os protestos eram uma grande aposta da própria imprensa hegemônica.
Os jornais de sábado haviam divulgado com destaque declarações do presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e uma nota oficial do partido, apoiando irrestritamente as manifestações do dia seguinte. Desde a sexta-feira (10/4), os três diários de circulação nacional vinham publicando chamamentos explícitos para estimular a adesão aos protestos, procurando selecionar os grupos e isolar os aloprados que ainda pregam o golpe militar e ações violentas. Não fica bem ser visto em tal companhia.
Não havia qualquer dúvida, portanto, de que a manifestação programada para manter acesa a crise política passava a ser um ato partidário sob a bandeira do PSDB, com patrocínio indiscutível da mídia tradicional.
A “pesquisa” Datafolha publicada na manhã de domingo mostrava que a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff havia estabilizado, o que pode ser creditado à nomeação do vice-presidente Michel Temer como negociador com o Congresso e à maior visibilidade das medidas econômicas recentes, tratadas com superficialidade pela imprensa.
Na mesma edição da consulta, o Datafolha havia inserido uma pergunta maliciosa: “Considerando tudo que se sabe até o momento a respeito da Operação Lava Jato, o Congresso deveria abrir processo de impeachment para afastar a presidente Dilma da Presidência?”
A resposta majoritária (63%) a favor de um processo era apresentada pelo jornal como apoio ao impeachment, registrando-se, ao mesmo tempo, que só 12% dos que se declararam a favor de um processo para afastamento da presidente sabiam que, em caso de impeachment, Michel Temer seria seu sucessor.

Projeto comum
É nesse contexto de desinformação e ignorância política que os jornais tentam manipular os números da manifestação, procurando dar a ela uma abrangência que nunca tiveram.
Segundo levantamento feito pelo Datafolha no decorrer dos protestos, 83% dos manifestantes que foram às ruas no domingo haviam votado em Aécio Neves na eleição presidencial. Temos, portanto, um contexto em que homens (56% do total) brancos (73%), com educação superior (77%) e idade média de 45 anos saíram às ruas para exigir um terceiro turno da eleição que perderam nas urnas.
A análise da sequência de números selecionados pelo Datafolha autoriza a concluir que está em curso um golpe contra a vontade da maioria que elegeu a presidente Dilma Rousseff, no qual a imprensa seleciona fatos e opiniões, organiza e dá densidade a uma disposição antidemocrática que até então era difusa nas camadas privilegiadas da sociedade.
Embora os jornais insistam em dar aos protestos um caráter mais amplo, os fatos do fim de semana demonstram que há um processo deliberado, com base na imprensa, de levar às ruas manifestantes com perfil conservador e tentar apresentá-los como uma representação majoritária da população. Aposta-se, claramente, que essa onda acabe contaminando as classes de renda emergentes, cujos integrantes, em boa parte, almejam ser vistos como membros da classe média tradicional.
Observe-se que alguns institutos de pesquisa, entre os quais o próprio Datafolha, vem registrando, na esteira das manifestações, uma mudança no posicionamento político das classes médias urbanas, com o crescimento do número de pessoas que se declaram “direitistas” ou de “centro-direita”. Cansada de perder seguidamente a disputa nas urnas democráticas, a mídia se empenha em validar e dar visibilidade a expressões políticas reacionárias e antidemocráticas.
Registre-se, como curiosidade que um dos artigos publicados na edição de segunda-feira (13) da Folha de S. Paulo termina com a seguinte observação sobre a passeata de domingo no Rio de Janeiro: “(…) foi fácil perceber que não havia em Copacabana gente em situação financeira precária. Eram 10 mil pessoas de uma classe média que segue a pauta dos grupos de comunicação, claramente favoráveis aos protestos. Se a crise se instalar com a força que se espera e os mais pobres saírem às ruas, é possível que a turma deste domingo corra para seus apartamentos. E chame a polícia”.
Não seria esse mesmo o projeto da imprensa hegemônica?

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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O relato de um “comunista de merda” infiltrado na manifestação em Copacabana

Postado em 13 abr 2015
Negros, outra vez, são vistos mais carregando um isopor do que cartazes
Negros, outra vez, são vistos mais carregando um isopor do que cartazes
Três enormes carros de som guiam algumas milhares de pessoas pela orla de Copacabana no protesto desse domingo contra o PT.
No alto de cada um deles, um grupo de homens e mulheres bem definidos reveza o microfone, mas os discursos também são bastante parecidos.
Todos exigem a saída do PT do poder, e assim intervencionistas militares, jurídicos ou favoráveis à renúncia marcham lado a lado pacificamente.
O clima é de um jogo da seleção da CBF no Maracanã, visto do setor mais caro das arquibacandas. Muitas famílias que capricharam no look em degradês de verde-amarelo, sorrisos, selfies e cerveja gelada.
Um jogo em que o juíz é ladrão e o único responsável pelo mau desempenho do time.
“Fora Dilma!” grita então o alto-falante, e é acompanhado em coro pela pequena multidão ,que logo cansa de repetir o mantra. O trio elétrico anúncia que é hora de música.
“Diz aí Gabriel o Pensador!”. Em seguida tocam O Rappa e Geraldo Vandré.
“Para não dizer que não falei das flores”, um hino contra a ditadura, ganha uma paródia surrealista na voz de manifestantes pró-intervenção militar, não se sabe ainda se por cinismo, psicopatia ou ignorância. Acredito que os artistas devem se manifestar a respeito.
A música é interrompida quando o carro de som chama a polícia para “retirar” do protesto um “comunista de merda” visto com uma bandeira vermelha.
Há vários registros de violência contra pessoas identificadas com símbolos ou cores comunistas durante esses protestos. O melhor talvez seja o de um senhor que vestia uma camisa com a clássica imagem da foice e do martelo e dançava, sem dizer nada, e foi chutado e derrubado por manifestantes, antes de ser salvo ou preso pela polícia.
“Muito obrigado Polícia Militar. Vocês são nossos herois!”, grita o auto-falante, e a pequena multidão aplaude.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro – que essa semana matou um menino de 10 anos na porta de casa, em uma favela com intervenção militar “contra as drogas” – recebeu durante o protesto só carinho e gratidão. Além de expulsar comunistas infiltrados, era requisitada para muitas fotos entre sorrisos e metralhadoras.
“Traficante tem que mandar é pra Indonésia, quem aqui não ajuda a pagar a passagem de um traficante pra Indonésia, passagem só de ida! HAHAHA”, grita o alto-falante.
Alguns policiais sorriem, muitos manifestantes levantam a mão e também gritam.
Como fazem com diversos outros personagens apresentados pelos líderes com a entonação e a pausa calculada, à espera da catarse da pequena multidão.
“Dilma saco de merda!” “Lula chefe da quadrilha!”
Em 1984, de George Orwell, foi instituída a “Semana do Ódio”, em que as pessoas se reuniam para odiar um inimigo apresentado pelas autoridades. Em Copacabana, os líderes não são autoridades, mas pessoas comuns que viram nos protestos uma oportunidade de liderar revoluções, golpes, processos democráticos… ou simplesmente de ganhar dinheiro.
“Aceitamos doações, o que cada um quiser contribuir para fortalecer a nossa luta contra a corrupção, contra esse governo corrupto, dominado pelo Foro de São Paulo comunista!”, diz um dos líderes com a camisa polo do kit pró-impeachment.
A luta e os negócios, porém, parecem chegar numa fase delicada.
Em comparação com os protestos de março, os desse domingo sofreram uma queda drástica no número de participantes. Em comparação com 1964, parecem a história repetida já como farsa.
A classe pobre ou miserável, que não era menos pobre nos governos anteriores, em que a corrupção do sistema e as desigualdades já existiam, continua longe desses protestos e parece ter mais medo da polícia do que dos comunistas do Foro de São Paulo.
Participa de outras manisfestações, contra a chacina de crianças nas favelas, contra as terceirizações, contra a desigualdade, mas muito pouco do “Fora Dilma”.
“É porque são vagabundos que querem viver de bolsa ou ignorantes. Mas por isso precisamos levar nossa mensagem a todos, esclarecer a população sobre a urgência de tirar essa quadrilha do poder”, explica em tom didático e pacífico um dos líder de camisa polo.
“Nem que seja à força!” grita outro no microfone.
Muitos manifestantes aplaudem e também gritam.
Militares aposentados com a farda empoeirada batem continência para selfies e senhorinhas bem arrumadas, maquiadas e cheirosas, dançam felizes.
Negros, outra vez, são vistos mais carregando um isopor do que cartazes.
Crianças dão gargalhadas com os palavrões ditos no alto-falante.
Alguns tem lágrimas nos olhos e outros parecem emocionados ou indiferentes em silêncio.
Alguns permanecem em transe, reviram os olhos e babam.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Altamiro Borges: Há algo de podre na venda das camisetas anti-Dilma, como a falta de pagamento de impostos

publicado em 12 de abril de 2015 às 20:40
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Estadão: “Embora cobrem transparência e lisura do governo federal, Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line não fornecem nota fiscal de venda das camisetas que levam suas marcas”.

O lucrativo negócio dos golpistas


O jornal Estadão, que não esconde a sua simpatia pelas marchas golpistas contra o governo Dilma, publicou neste domingo (12) uma curiosa reportagem –- assinada pelos jornalistas Ricardo Galhardo, Vamar Hupsel, Ricardo Chapola e Fábio Leite. Ela questiona as fontes de arrecadação dos grupos que organizaram os recentes protestos –- que pedem desde o impeachment da presidenta até o retorno dos militares.

“Embora cobrem transparência e lisura do governo federal, Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line não fornecem nota fiscal de venda das camisetas que levam suas marcas e serão usadas por muitos manifestantes nos protestos de hoje. A comercialização das peças, bem como as doações recebidas, são as justificativas usadas por eles para financiar suas atividades”.

Ainda segundo a minúscula matéria, “Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre vendem seus produtos pela internet e as entregam pelo correio sem o documento fiscal. Ambos argumentam que não são uma empresa formal. O Vem Pra Rua montou um ponto de venda na papelaria Paperchase, no Itaim Bibi, bairro nobre da zona sul de São Paulo. A reportagem comprou uma camiseta e pediu a nota, mas não recebeu. Somente depois de questionar o porta-­voz do movimento, Rogério Chequer, o documento foi fornecido ­ em nome da papelaria… Na segunda-­feira, oEstado enviou questões aos três movimentos sobre fontes de recursos, organização jurídica, nomes de integrantes, ligações externas e processos decisórios. O Vem Pra Rua respondeu parcialmente. Marcello Reis, do Revoltados On Line, alegou falta de tempo. Renan Santos, do MBL, não respondeu”.

A breve reportagem do Estadão indica que não dará para esconder por muito tempo as nebulosas transações – e os suspeitos vínculos – destes grupos fascistoides. Através dos blogs e redes sociais, inúmeras denúncias já circularam pela internet. Aos poucos e em doses discretas, a mídia golpista vai sendo forçada a abordar as fontes de financiamento destas sinistras organizações.

Na semana passada, a própria CBN – a rádio que toca mentira da Rede Globo – deu mais algumas pistas num comentário do radialista Leopoldo Rosa. Vale conferir alguns trechos da reportagem intitulada “Grupos que organizam protestos contra a presidente Dilma Rousseff atingem profissionalização”.

“O maior trio elétrico do Brasil. Equipamentos alugados a diárias de R$ 20 mil. Filiais em 130 cidades. Pelo menos quatro grandes entidades organizadoras. Essa descrição caberia muito bem a qualquer show ou grande evento, mas a estrutura e organização é para o protesto contra a presidente Dilma Rousseff, no dia 12 de abril. Os grupos que convocam os atos estão cada vez mais organizados. Alguns viraram pessoa jurídica, outros estão ganhando administradores em diversos estados, além de páginas na internet e pessoas que ajudam a convocar e divulgar os atos. O fundador do Revoltados Online, Marcello Reis, diz que o grupo, que defende o impeachment da presidente quer se transformar em associação para ampliar a arrecadação por meio de mensalidades”.

“Deve ser deste grupo o maior carro de som na Avenida Paulista, a diária do equipamento custa R$ 20 mil. No Rio de Janeiro, o grupo deve levar cinco carros que já vão começar a rodar nesta semana, anunciando a manifestação. Em outros estados, o número de carros ainda não foi definido. Depende de quanto os grupos vão arrecadar até lá. Além das doações que já recebe, o Revoltados Online também comercializa camisetas. Uma peça chega a custar R$ 175. OMovimento Brasil Livre, um dos maiores organizadores do protesto também investe na venda de itens pela internet. No entanto, Renan Santos, líder do movimento rejeita o que chamou de gourmetização das manifestações”.

A reportagem até tenta aliviar a barra dos grupelhos oportunistas, mas não consegue esconder totalmente a sujeira fascistoide. Pelo jeito, há algo de muito podre nos porões destas marchas!
Fonte: VIOMUNDO
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A charge de Laerte sobre a mídia e o dia 12
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12 de abril 6
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Já se esperava que a manifestação anti governo, de ontem, teria uma adesão bem menor.

Cada manifestação, ou protesto, que venha a reunir um número significativo de pessoas nas ruas é motivo de análises, debates, avaliações.

E foi assim com a manifestação de 15 de março último, que em função das circunstâncias e da conjuntura política, conseguiu mobilizar um grande número de pessoas às ruas, principalmente na meca do reacionarisno brasileiro, a cidade de São Paulo.

Misture a frustração  e a raiva pela quarta derrota seguida para o PT, com o noticiário seletivo sobre a corrupção no país acusando somente o governo do PT,  com a crise econômica mundial que afeta o Brasil ,com uma grande dose de desinformação, e  com um panelaço resultante da mistura dos ingredientes acima.

Pronto, o resultado é uma gororoba fascista, que explodiu em ódio acéfalo insuflado pela velha mídia nas ruas do dia 15 de março.

Essa massa , devidamente manobrada, permite  que a oposição, como afirma hoje o jornal o globo, continue com o mau humor contra o governo e o estado de direito.

Nada como um pretexto  artificialmente criado para se revelar, assim como usar todo tipo de violência e truculência para mascarar a própria incompetência.

No entanto, a manifestação de ontem, perdeu , e muito, em força, apesar do amplo e irrestrito apoio que os manifestantes tiveram dos grandes meios de comunicação.

Natural que tenha perdido, já que depois da euforia excessiva, vem a depressão, depois do estravazamento da raiva, vem o recolhimento coberto com um verniz de um suposto equilíbrio.

No dia 15 de março a irracionalidade comandou o espetáculo, com o ódio na comissão de frente.

Depois de um ataque furioso, o cachorro descansa.

Natural que muitos dos manifestantes manobrados, ontem, quisessem descansar.

Outro aspecto diz respeito as análises e debates que surgiram, em todas as mídias e redes sociais, logo após a manifestação do dia 15 de março, além, claro, de outras denúncias de corrupção e sonegação envolvendo partidos de oposição ao governo, empresários de mídia e empresas do setor financeiro.

Parcialmente refeitos da raiva, muitos manifestantes puderam pensar e refletir, ainda que com dificuldades, sobre os resultados de suas ações e motivações que os levaram às ruas no mês de março.

Não tem como fugir, se atacou , logo depois será questionado sobre o ataque, e o questionamento leva necessariamente a uma reflexão, profunda ou não.

Isso significa que muitos manifestantes que estiveram presentes em março, depois da raiva, perceberam o mico e se recolheram.

Outros tantos, perceberam o mico e continuam firmes em mais micos, tanto que saíram às ruas ontem.

Já uma outra parcela, ainda não fez a análise crítica e continua mordendo todo mundo que aparece pela frente.

Além do processo e da seleção natural que fez diminuir o número de manifestantes, outros aspectos relacionados com a economia e  com a política, frutos de decisões acertadas do governo , também contribuíram para diminuir a força do movimento golpista.

O mau humor contra o governo, como afirma o globo de hoje em perfeito papel de porta voz das oposições políticas e também como mentor das milícias anti -democracia, pode vir a ser mais um tiro no próprio pé das oposições, já que o governo emite sinais que teria saído da UTI e já respira sem a ajuda de aparelhos.

A Política,  a partir de agora, ditará os caminhos vencedores.

Protesto vazios de conteúdos e com forte apelo ao retrocesso, perderão  sempre.

O mundo mudou e a internete já faz a diferença nos debates, fazendo com que a imprensa não detenha mais, como detinha em 1964, o monopólio da comunicação.

Foi lamentável e vergonhoso ver nos protestos de ontem alas dos integralistas, de ordem místicas reacionárias, militares de pijama,tal qual ocorreu nos movimentos de rua  que antecederam o golpe militar de 1964.

Nesses 51 anos que se passaram desde o golpe militar de 1964, a seleção natural seguiu seu curso, e o passado é uma roupa que não serve mais.

O terceiro turno das eleições de outubro de 2014 tão desejado pelas oposições e pela velha mídia, morreu ontem, na solidão do manifestante de Macapá, nos cartazes pedindo pelo fim da república, no pedido delirante de impitimam da presidenta Dilma e ainda nos pedidos pelo volta do ano de 1964.

O enterro do terceiro turno acontecerá hoje, no bairro de Higienópolis na cidade de São Paulo, local onde outra múmia está sepultada.
O féretro sairá de uma capela da cidade de Cláudio próxima ao aeroporto da cidade , nas Minas Gerias.