sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Time sem vergonha



Em 4 de setembro deste ano escrevi o artigo abaixo - MAIS UM ANO PERDIDO - onde afirmava que o Fluminense não estava disputando vaga na Libertadores e sim , na melhor das hipóteses, uma vaga na pré-libertadores.


Passados 75 dias e 18 jogos do artigo abaixo, nada mudou no cenário do tricolor.

Faltando três rodadas para o término do campeonato brasileiro, o Fluminense apenas tem raras chances de uma vaga na pré-libertadores, isso se for aberto um G- 5 no campeonato brasileiro e, como previ no artigo citado, o time terminará o campeonato com um aproveitamento de algo em torno de 51%, com uma pontuação entre 65 e 57 pontos, o que torna a vaga na pré-libertadores algo quase que impossível.

Dito isto, mais uma vez o time fez um papelão jogando em casa, no Maracanã, contra a modesta, porém aguerrida e determinada, equipe da Chapecoense. 
Os jogadores do Fluminense entraram em campo imbuídos de uma soberba, achando que por estarem jogando contra uma equipe modesta venceriam o jogo quando quisessem. 
Erraram mais uma vez.

Também errou o treinador, que adotou um estilo de jogo ultrapassado e , justo o treinador que no início da competição apresentava um estilo de jogo moderno e vibrante para o time.
O time do Fluminense tem um padrão de jogo ultrapassado e a maioria dos jogadores  parece que sente um peso enorme nas pernas. 
É um time sem vibração, sem garra, sem determinação, sem vontade e com jogadas previsíveis. 

Ao final do vexame de ontem, o principal jogador do time - Fred -  foi entrevistado e atribuiu o papelão que proporcionaram  como  " coisas do futebol ". 
Disse ainda, em tom de crítica ao torcedor, que o torcedor é passional , pois quando o time ganha os jogadores são guerreiros e quando o time perde o time é de jogadores sem vergonha. Errou também em sua declaração.
Não são apenas os torcedores que são passionais, ou que tem alterações de humor com o futebol. 
O próprio jogador Fred, quando entrevistado após uma vitória de sua equipe, demonstra alegria, bom humor e apresenta várias explicações para o sucesso obtido no jogo, ficando um bom tempo a disposição dos repórteres. 
Jamais ouvi do jogador depois de uma vitória, em entrevista após o jogo, de forma seca e rápida como ontem, que a vitória " são coisas do futebol". 
Isso demonstra que os jogadores também são passionais ?
Talvez, assim como os torcedores , os jornalistas, repórteres e até o Papa. 
Se nada disso existisse, ou seja as variações de humor com os resultados, talvez o futebol nem existisse, e a razão não estaria sendo manifestada de forma tão clara neste artigo.
Logo , sair de campo criticando os torcedores e ainda dizendo seco e rápido que a derrota são " coisas do futebol", é fugir das responsabilidades , é tergiversar é ser sem vergonha, como corretamente gritaram os torcedores que estavam ontem no Maracanã.

A direção de futebol do Fluminense deve fazer uma profunda reformulação no elenco.
Agradecemos a todos os jogadores que escreveram um belo capítulo na História do clube, porém entendemos que já passou da hora de mudarem de ares, para o bem deles - jogadores - e do clube.

Como torcedores passionais e racionais que somos , queremos um time de jogadores jovens, comprometidos com o clube, vibrantes , comprometidos com a essência do futebol , e que entrem em campo com chuteiras e não com chinelos de salto alto.

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014


Mais um ano perdido




E o Fluminense não para de aprontar.
A bola da vez foi a eliminação precoce - mais uma - na Copa Sul americana.
E não adianta o discurso de maratona de jogos, pois a maratona é igual para todos os times.
A outra eliminação inadmissível foi na Copa do Brasil.

Definitivamente algo precisa ser feito no clube.
O elenco de jogadores do Fluminense, com jogadores qualificados e salários altíssimos, não pode em hipótese alguma ser eliminado das competições citadas da maneira como aconteceu.
Ninguém mais aguenta ouvir dirigentes, membros da comissão  técnica e jogadores com o discurso de que está tudo bem.
Não está , e não é de hoje que mudanças precisam acontecer.
E as mudanças que me refiro não passam por troca de treinadores.

Desde julho de 2013 quando o time foi eliminado na Taça Libertadores , o elenco do Fluminense deveria passar por uma reformulação, uma oxigenação.
É público e notório que existem jogadores com vontade de vencer, com espírito competitivo, enquanto um "grupo unido" joga de forma burocrática e com pouca competitividade.
Certamente depois de mais uma eliminação, os jogadores, comissão técnica, membros da diretoria e grande parte da imprensa esportiva, dirão que o time está bem no campeonato brasileiro, em 5° lugar, lutando pelo título e por uma vaga na libertadores de 2015 e que esses comentários são exagerados.
Não é de todo verdadeiro.

O Fluminense deixou de brigar pelo título do campeonato brasileiro não pela distancia que o separa do líder - 12 pontos - e sim pelo futebol pouco competitivo e irregular que apresenta para um time que almeja o título.
No tocante a uma vaga na libertadores de 2015, também é mentira que o time esteja na briga.
No máximo pode-se afirmar que o time briga pela  última vaga, na pré-libertadores.
Os números não mentem:
Nas nove rodadas do campeonato brasileiro antes da copa do mundo, o time somou 15 pontos ganhos, o mesmo número de pontos  que o time somou  nas nove rodadas depois da paralisação da copa.
Nos últimos treze jogos que o time jogou  depois da copa do mundo ( 9 do brasileiro, 2 da copa do Brasil e 2 da sul americana) o time teve 6 vitórias 2 empates e 5 derrotas, um  aproveitamento de 51%.
Ganhou 6 jogos e deixou de ganhar 7. 
É pouco para o elenco que tem.

Os treze jogos depois da copa são uma amostra significativa para avaliar o comportamento do time e projetar o desempenho da equipe nos 20 jogos restantes do campeonato brasileiro.
Mantendo um aproveitamento de 51%, o time terminará o campeonato brasileiro  na faixa de 60 pontos ganhos, o que dificilmente o colocaria na última vaga, a vaga para disputar a libertadores.
Os números estão aí, só não vê quem não quer.

A campanha do Fluminense no campeonato brasileiro, caminha para uma campanha de time coadjuvante na competição. 
Muito pouco para o elenco que tem e pelos salários que paga .

Também de nada adianta o time conseguir uma vaga na pré-libertadores e disputar a competição com o mesmo time. 
Talvez seja eliminado na fase pré e nem alcance a fase de grupos.
O time não sabe administrar  as vantagens, em jogos e em competições.
Assim sendo, Cristóvão jamais conquistará  a América.

Além do mais é visível um certo descontrole emocional em parte do elenco, já que  3 jogadores foram expulsos nos últimos  5 jogos, o que prejudicou ainda mais o time.
Nos últimos 13 jogos depois da copa, o time jogou 4 de forma excelente, 4 de forma burocrática e 5 se comportando como um bando em campo.
Não se sabe como o time irá se comportar nos jogos.

Uma reformulação no elenco, feita de forma planejada e responsável, deve ser implementada com urgência.
Os dirigentes, comissão técnica e jogadores não devem esperar o apoio da torcida nos jogos restantes do campeonato brasileiro.
O torcedor consciente vai deixar de comparecer aos estádios em jogos do time.
Os  torcedores que comparecerem certamente irão protestar, e com toda razão.

De minha parte já deixei de lado o campeonato brasileiro deste ano.
Vou , a partir de agora, acompanhar os preparativos da Vila Isabel para o carnaval de 2015  e torcer pelo tricolor suburbano, o Madureira, que faz uma bela campanha no campeonato brasileiro da série C.

Esse Fluminense não me representa.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dinheiro bicudo

'Veja' está preocupada com o facebook da equipe do Lava Jato, sob investigação da PF; os policiais externavam apoio a Aécio enquanto vazavam 'informações' do doleiro Youssef.
'Veja' deu uma capa com isso que quase tirou a eleição de Dilma; sobraram rastros da parceria?

Empreiteiro preso, da UTC, diz que o 'Dr. Freitas', Sergio da Silva Freitas, ex-executivo do Itaú, era o arrecadador de Aécio junto à turma.
Nenhum veículo do jornalismo isento deu isso na primeira página.

A lisura de toda a operação Lava Jato pode estar resumida neste episódio: o delegado tucano da PF, Marcio Adriano Anselmo, expõe o diretor da Petrobras, José Carlos Consenza, à execração pública, como corrupto. 
Arguido, confessa não ter provas. 
Era só presunção ideológica.

Escândalos que não abalaram o Brasil: o caso Banestado envolveu remessas fraudulentas de R$ 150 bilhões das privatizações; tinha entre seus personagens o mesmo doleiro Alberto Youssef e o juiz Moro. Não deu em nada. Por quê?

Fonte: CARTA MAIOR
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O “maior roubo” foi o dos tucanos no Banestado

Youssef, porém, é seletivo. Só lava de quem prejudique a Dilma … – PHA



O Conversa Afiada reproduz esclarecedor artigo do deputado Iriny Lopes, da Carta Maior:



O Caso Banestado, a Petrobras e o feitiço do tempo


A Lava Jato tem ligação com o Caso Banestado mais do que se possa imaginar. Caso se tivesse ido até as últimas consequências, a situação poderia ser outra.


“Foi o maior roubo de dinheiro público que eu já vi”. A declaração do deputado federal oposicionista Fernando Francischini, do PSDB, não é sobre a Petrobras, ou o que a mídia convencionou chamar de Mensalão, mas sobre o Escândalo do Banestado (Banco do Estado do Paraná). O Banestado, por meio de contas CC5, facilitou a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, na ordem de R$ 150 bilhões. O caso se transformou em na CPMI do Banestado, em 2003, da qual fui integrante em meu primeiro mandato.



Foi uma longa investigação que resultou no relatório final com pedidos de indiciamento de 91 pessoas pelo envio irregular de dinheiro a paraísos fiscais, dentre eles o ex-presidente do Banco Central do governo FHC, Gustavo Franco, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi arrecadador de fundos para campanhas de FHC e José Serra, funcionários do Banestado, doleiros e empresários.


Na época da CPMI, o presidente da comissão, o então senador tucano Antero Paes de Barros, encerrou os trabalhos da CPMI antes que o relatório fosse apresentado. O motivo principal era poupar seus pares, sobretudo Gustavo Franco e Ricardo Sérgio de Oliveira. A ação do PSDB para soterrar o relatório tinha como objetivo impedir que a sociedade tomasse conhecimento de um amplo esquema de desvios de recursos públicos, sobretudo vindos das privatizações do período FHC, para contas em paraísos fiscais. A história que não saiu na mídia está contada no livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., lançado em 2011.



O desfecho das investigações levadas adiante pela Polícia Federal e mesmo de parte do Ministério Público Federal morreu na praia. Algumas pessoas, é verdade, foram condenadas, mas só laranjas, gente muito pequena perto do enorme esquema de corrupção.



O enredo do Banestado parece semelhante ao caso Petrobras, mas tem uma diferença: neste momento há uma determinação da presidenta Dilma em não deixar “pedra sobre pedra” sobre o caso da petrolífera, algo que não aconteceu no governo FHC – o Procurador da República na gestão tucana, Geraldo Brindeiro, mesmo sabendo dos malfeitos desde 1998, só decidiu pela abertura de processo quando estava de saída, no apagar das luzes da gestão tucana e pressionado pela abertura de uma CPMI.



A importância de o governo federal demonstrar empenho para que tudo fique esclarecido é determinante para se erradicar um mecanismo perverso de desvios de dinheiro público, de relações entre a iniciativa privada e o universo político e que determina, inclusive o perfil dos eleitos, principalmente no Congresso Nacional.



A Operação Lava Jato tem ligação com o Caso Banestado mais do que se possa imaginar. Se no caso Banestado se tivesse ido até as últimas consequências, provavelmente estaríamos hoje em outro patamar. As condenações necessárias a políticos, grandes empresários e doleiros, teria evitado a dilapidação de recursos públicos em todas as instâncias. A impunidade amplia os limites de corruptos e corruptores. Basta lembrar do esquema de licitação fraudulenta dos metrôs e trens de São Paulo, que atravessou mais de uma década de governos do PSDB, e a ausência de investigação e punição para entender do que estamos falando.



Os personagens do enredo da Lava Jato remetem, não por acaso, a muitos do Banestado, inclusive Alberto Youssef, que conseguiu não responder pelos crimes de corrupção ativa e de participação em gestão fraudulenta de instituição financeira (Banestado), por acordo, com MPF de delação premiada, em 2004.


Youssef entregou o que quis e continuou sua vida criminal sem ser incomodado até este ano, quando o juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável pelas prisões da Operação Lava Jato – este também outro personagem coincidente com Banestado, resolveu que o doleiro cumpriria quatro anos e quatro meses de cadeia, por uma sentença transitada em julgado.


“Após a quebra do acordo de delação premiada, este Juízo decretou, a pedido do MPF, a prisão preventiva de Alberto Youssef em decisão de 23/05/2014 no processo 2009.7000019131-5 (decisão de 23/05/2014 naqueles autos, cópia no evento 1, auto2)”, diz o despacho de Sergio Moro, datado de 17 de setembro deste ano. (ver mais em http://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/acao_penal_no_5035707_sentenca_youssef.pdf).


Além de Youssef, do juiz Sérgio Moro, as operações de investigação do Banestado e da Lava Jato tem como lugar comum o Paraná. Apesar do Banestado ter sido privatizado, Youssef e outros encontraram caminhos que drenaram recursos públicos para paraísos fiscais a partir de lá.


Se no caso Banestado foram remetidos R$ 150 bilhões de recursos públicos adquiridos nas privatizações da era FHC para contas fantasmas em paraísos fiscais, na Petrobrás a estimativa da Polícia Federal até o momento é que tenham sido desviados R$ 10 bilhões.


Importante ressaltar que pouco importa os valores. A verdade é que estamos pagando uma conta do passado, em que parte das instituições fez corpo mole e deixou crimes dessa natureza prescreverem. Essa omissão (deliberada ou não) nos trouxe até aqui. Não por acaso, Alberto Youssef está de novo em cena. Sua punição no caso Banestado foi extinta em 2004 e quando revogada, neste ano, foi apenas para que MPF e Judiciário não passassem recibo de seus erros anteriores. Deram um benefício a alguém que mentiu e continuou sua trajetória criminosa.


Por isso tudo é admirável a disposição da presidenta Dilma, em encarar um esquema que mistura grandes empresários multinacionais, políticos e criminosos de porte. Afinal, que ninguém se iluda: numa dessas pontas tem o narcotráfico, o tráfico internacional de armas e toda ordem de ilícitos que se alimenta e retroalimenta a lavagem de dinheiro.


Dito isso, acho importante destacar o que é fundamental ser feito a partir da Operação Lava Jato:


1- Apoiar todas as ações que visam investigar, julgar e condenar corruptos e corruptores;


2- Constatar que as investigações comprovam que o financiamento empresarial das campanhas eleitorais, supostamente baseado em doações de empresas privadas, na verdade está apoiada, ao menos parcialmente, em desvio de recursos públicos;


3- Que portanto, para além de atos criminosos, estamos diante de um mecanismo sistêmico que corrompe cotidianamente as liberdades democráticas, pois no lugar do voto cidadão o financiamento privado reintroduz de fato o voto censitário;


4- Que este é mais um motivo para apoiarmos a reforma política, especialmente a proibição de todo e qualquer financiamento empresarial;


5- Por fim, conclamar os funcionários das empresas corruptoras a virem a público contar o que sabem, para que se possa colaborar com a Justiça. E vigiar para que as instituições envolvidas não se deixem manipular, no processo de investigação e julgamento, pelos mesmos interesses políticos e empresariais que se faz necessário punir.


Todo o Brasil sabe, afinal, que a corrupção institucionalizada esteve presente na história do Brasil, nos períodos democráticos e especialmente nos períodos ditatoriais. O desafio proposto pela presidenta Dilma, de não deixar “pedra sobre pedra” é imenso e depende das instituições cumprirem o seu dever.


O que Dilma quer, o que eu quero e toda a sociedade brasileira deseja é não ver a repetição dessa história e seus velhos personagens livres para reprisar o mesmo roteiro policial. Concordo com a frase do deputado oposicionista Francischini, que o Banestado foi o maior escândalo de corrupção de que se teve notícia no país.

Portanto, tenhamos memória e que ela não seja seletiva e nem refém do feitiço do tempo.

 

Fonte: CONVERSA AFIADA

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Como ser tucano sem ser hipócrita: um texto para a história

21 de novembro de 2014 | 11:50 Autor: Fernando Brito
anesia
O empresário Ricardo Semler, que ficou nacionalmente conhecido com seu best-seller “Virando a própria mesa – uma história de sucesso empresarial Made in Brazil”, escreve hoje, na Folha, o melhor texto que já li sobre o escândalo da Operação Lava-Jato.
Semler esclarece logo que não é petista, mas tucano, filiado ao partido por nada mais que gente como Montoro, Covas, Serra e FHC. E que votou contra Dilma.
Tem suas convicções neoliberais, certamente, mas não é um cínico.
E diz com todas as letras que a corrupção nunca foi tão pequena no Brasil.
O que não é, claro, razão para tolerá-la ou para “deixar para lá” a roubalheira, mesmo que em escala melhor.
Semler dá uma bordoada em quem acha que tudo está acontecendo “contra” Dilma e é claro ao afirmar que é ela quem está criando as condições para que a lama venha à tona: “É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer outro presidente. Com roubalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo”
É algo para que se faça o que jamais recomendo aqui, por deixar que cada um chegue às suas conclusões. Mas que, neste caso, o faço: reproduzir e mandar para todos.
Leia, e você vai ler de um tirada só, sem parar, porque a honradez intelectual e moral  não tem partido.

Nunca se roubou tão pouco

Ricardo Semler
Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país
Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.
Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos “cochons des dix pour cent”, os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.
Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão –cem vezes mais do que o caso Petrobras– pelos empresários?
Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?
Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.
Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.
É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo.
Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.
Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito.
A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas.
O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.
É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país.
A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento.
Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre.
Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?
Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido.
O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar.

Fonte: TIJOLAÇO
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Mais um papelão da velha mídia e das oposições.

O desespero pela quarta derrota consecutiva para o PT e o surto na tentativa de manipular o noticiário das investigações da Polícia Federal, atribuindo tudo de errado e corrupção ao PT, começa a desabar.

Até mesmo tucanos reconhecem que o governo Dilma é o governo que mais combate a corrupção.

Depois desse surto gigantesco, a velha mídia e as oposições terão muito trabalho para costurar e organizar seus estados internos.

A mídia perde ainda mais na pouca credibilidade que ainda tem
.
As oposições que na última década tem se revelado fracas e inoperantes, se revelam ainda mais fracas e desprovidas de ideias pró ativas para o país.

Por outro lado, o PT e o governo Dilma se fortalecem ainda mais junto a opinião pública.

Momento para colocar em prática a  reforma da mídia.
 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Cachaça em alta

Revolta da Cachaça: nosso primeiro exercício de democracia


A revolta virou até peça de teatro
No dia 8 de novembro foram completos 354 anos do estopim da Revolta da Cachaça, que o jornalista/escritor Pedro Doria considera como "o primeiro exercício de democracia do Brasil" (leia aqui). Durante cinco meses, entre novembro de 1660 e abril de 1661, o Rio de Janeiro foi governado pelos próprios nativos. Apesar de pouco lembrada ou valorizada, essa insurreição ocorreu 24 anos antes da Revolta de Beckman, no Maranhão, uma das primeiras registradas no período colonial brasileiro (leia aqui). E é extremamente sintomático que uma das primeiras revoltas brasileiras, senão a primeira, tenha sido motivada pela "marvada" cachaça...
Para ser mais preciso, o estopim foi a quebra de um acordo que envolvia a permissão da venda de cachaça. Esse acordo havia sido feito Salvador Correia de Sá e Benevides, governador do Rio naquela época, pertencente à terceira geração da família Sá no comando do território, desde o fundador da cidade, em 1565, Estácio de Sá. No início de 1659, visando obter mais recursos para reaparelhar suas tropas coloniais, Salvador instituiu uma nova taxa sobre as posses dos habitantes. Como a economia local estava em crise e a população não podia arcar com mais esse imposto, os vereadores sugeriram que, em troca, o comércio de cachaça fosse liberado.

Salvador Correia de Sá e Benevides
Assim, os cariocas teriam um novo canal de subsistência e de geração de renda. Salvador de Sá aceitou e liberou esse comércio por decreto, em 31 de janeiro de 1660. Porém, desde o ano anterior, o governo português havia proscrito a cachaça no Brasil, determinando, inclusive, que fossem destruídos todos os alambiques da Colônia, inclusive os navios que transportassem o produto. Tal medida visava proteger a produção portuguesa de vinho e de bagaceira (cachaça ibérica), que começavam a perder mercado para a "branquinha" brasileira. Portanto, ao liberar o comércio da cachaça no Rio, Salvador de Sá estava contrariando uma determinação do rei.
Rapidamente, a Companhia Geral do Comércio do Brasil forçou a revogação do decreto e a venda de cachaça voltou a ser proibida. Acontece que o governo do Rio de Janeiro não deixou de cobrar a nova taxa criada - e que só tinha sido aprovada pelos vereadores se houvesse a contrapartida da liberação do "mé". Tal situação provocou um clima geral de rebeldia na cidade (tanto pelo aumento dos impostos quanto, presumo, pela vedação do acesso à pinga). Aproveitando a insatisfação popular, os senhores de engenho do Norte da Baía da Guanabara, atuais municípios de São Gonçalo e Niterói, começaram a fazer reuniões e conspirar contra o governo de Salvador de Sá.

Cidade do Rio de Janeiro, no século XVII
A oportunidade de uma ação concreta viria no início de novembro de 1660, quando o governador do Rio fez uma viagem à São Paulo - e deixou em seu lugar um tio, Tomé de Sousa Alvarenga, encarregado expressamente da cobrança de taxas, mesmo que à força. Na madrugada de 8 de novembro, liderados pelo fazendeiro Jerônimo Barbalho Bezerra, os revoltosos atravessaram a Baía de Guanabara e, sob o toque de sinos, convocaram o povo a se reunir em frente à Câmara. Prenderam Alvarenga, saquearam as casas da família Correia de Sá e enviaram uma carta à Portugal com uma série de reclamações e acusações contra a família que mandava no Rio há décadas.

Nesse curto período, os revoltosos governaram com total apoio popular. Mas Salvador de Sá, o governador destituído que continuava em São Paulo, ainda tinha o comando da frota da Companhia Geral do Comércio. Ele aguardou que estes navios retornassem de Portugal ao Rio, para a regular coleta de produtos da Colônia, em 6 de abril de 1661, e atacou a cidade com uma tropa de índios tupis. Pegos de surpresa, os rebeldes não opuseram resistência. Muitos foram presos e enviados a Lisboa para serem julgados. O líder, Jerônimo Barbalho Bezerra, foi decapitado e sua cabeça exposta em praça pública. Salvador de Sá parecia ter retomado o poder. Só parecia...

Luísa de Gusmão liberou geral
O Conselho Ultramarino decidiu acatar muitas das denúncias dos rebeldes derrotados e destituiu Salvador de Sá definitivamente do governo do Rio. Ele teve que ir a Portugal para explicar seus excessos e a família Sá perdeu todo o prestígio e o poder político que mantinha desde a fundação da cidade. Os revoltosos condenados foram libertados. Mais que isso: ainda em 1661, a regente Luísa de Gusmão liberou a produção da cachaça no Brasil. A medida impulsionou o tráfico com Angola e a economia carioca. O comércio local continuava vedado, mas a repressão era nula. Prova disso é que João da Silva e Sousa, que governou o Rio de 1670 a 75, era o principal contrabandista.

Fonte:  FUTEPOCA
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Não se pode negar que a marvada faz parte da nossa identidade, e que o perfil anárquico do Rio de Janeiro vem de longa data.

Até a maior autoridade da cidade era contrabandista.

E  foi uma mulher que liberou geral a marvada. 
Sugiro que Luisa de Gusmão seja proclamada a madrinha da cachaça e que a data de aniversário de seu nascimento seja decretado feriado na cidade do Rio de janeiro, com comemorações, festas, eventos para a população degustar a marvada e outras atividades.

Talvez isso ajude a explicar que a fiscalização e a repressão , em todas as esferas possíveis, aqui no Rio funcionam não de acordo com as leis, mas sim em função das decisões e consensos da população. Um bom exemplo é a energia elétrica. Algumas distribuidoras de energia elétrica cobram taxa de gato aos moradores. Ora, o gato é roubo de energia, já que a população entende, corretamente, que esse é um serviço que deveria ser gratuito. Como as companhias distribuidoras de energia não conseguem acabar com  os gatos, passaram a cobrar uma taxa de gato às residências que desviam energia elétrica da rede. Cabe lembrar, que os funcionários das companhias de distribuição de energia elétrica são muito requisitados para fazer os gatos, o que fazem com preços acessíveis à todos os moradores. 

Salvador de Sá virou nome de rua, a mesma rua onde se encontra a sede da  escola de samba Estácio de Sá e onde , também, recentemente, um quartel da Polícia Militar foi assaltado e 40 pistolas foram roubadas.

Isso é que dá mexer com a cachaça.

Um surto gigantesco de pessoas e instituições que odeiam a democracia


Boechat:

oportunismo seletivo de FHC e o ridículo dos fascistas nas ruas




O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público para dizer que sentia vergonha do que estava acontecendo na Petrobras. Eu queria fazer a seguinte observação: Acho que ele [Fernando Henrique Cardoso] está sendo oportunista quando começa a sentir vergonha com a roubalheira ocorrida na gestão alheia. É o tipo de vergonha que tem memória controlada pelo tempo. A partir de um certo tempo para trás ou para frente você começa a sentir vergonha, porque o presidente Fernando Henrique Cardoso é um homem suficientemente experiente e bem informado para saber que na Petrobras se roubou também durante o seu governo. ‘Ah, mas não pegaram ninguém!” Ora presidente! Dá um desconto porque só falta o senhor achar que na gestão do Sarney não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Fernando Collor não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Itamar Franco não teve gente roubando na Petrobras. A Petrobras sempre teve em maior ou menor escala denúncias que apontavam desvios. Eu ganhei um Prêmio Esso em 89 denunciando roubalheira na Petrobras. […] A Petrobras sempre foi vítima de quadrilhas que operavam lá dentro formada por gente dos seus quadros ou que foram indicados por políticos e por empresários, fornecedores, empreiteiras. Então essa vergonha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é sim uma tentativa de manipulação política partidária da questão policial”.


(…) “Eu acho mais o que saudável que as pessoas se manifestem politicamente. Contra e a favor do Governo. Eu acho muito bom que se manifestem contra principalmente porque governos sob pressão tendem a ser mais claros, objetivos, focados no interesse coletivo, mas acho que pegar essas manifestações para vender a ideia de que está se trabalhando um impeachment, ou se pedindo um impeachment da presidente Dilma é tão ridículo quanto estar nessas manifestações para pedir a volta a ditadura militar. Quem está pedindo o impeachment, mesmo que não peça a volta da ditadura militar está trabalhando com o mesmo DNA golpista, o mesmo tipo de idiotice, de imbecilidade, porque a Dilma, queiram ou não, foi eleita legitimamente não pelos nordestinos como parte deles prefere de forma neurótica e preconceituosa propagar, mas pelos mineiros que Aécio Neves governou, cariocas e fluminenses que jamais foram dados a votar em governantes da situação. Então ela foi eleita pela maioria dos votos do Brasil. Pronto, acabou, vira essa página e vamos em frente”.

Fonte: MARIA FRÔ
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A Rede Bandeirantes e seu jornalismo não são referência para mim.

Como velha mídia  pouco acrescenta no cenário informativo e também de entretenimento.

No entanto, em raras ocasiões procuram demonstrar equilíbrio nas informações, talvez pelo excesso de manipulações diárias que apresentam.

Foi o caso do jornalista acima citado, que durante a campanha eleitoral em nenhum momento criticou as tentativas de golpe e os factóides lançados por veja e globo e que foram reproduzidos sem críticas por todas emissoras de tv e de rádio.

O que estamos assistindo nesses dias pós eleição ainda são desdobramentos  das expectativas  , planos, estratégias e armações que o campo da oposição colocou em prática na tentativa de ganhar as eleições.

Foi a quarta derrota seguida do PSDB, logo também da velha mídia , para o PT.

Ficou claro, até mesmo para os inocentes midiotas, que as oposições e a velha mídia investiram pesado e apostaram tudo na vitória de Aécio.

Perderam, pela quarta vez.

Uma grande expectativa quando não atingidos os objetivos, gera uma frustração de mesma intensidade.

Foi o que ocorreu com as oposições e a velha mídia com a quarta derrota seguida para o PT.

No dia em que as urnas deram o veredicto - a quarta vitória seguida do PT - as pessoas das oposições mais envolvidas no processo eleitoral foram  tomadas por uma profunda tristeza, inicialmente, que depois é transformada em uma nova esperança, fruto de fantasias criadas para não aceitar a realidade.

A primeira fantasia , logo nos dois dias seguintes a confirmação da quarta vitória consecutiva do PT, foi a necessidade de uma recontagem dos votos, na esperança infantil associada a fuga ante o real, de ainda vencer o pleito  e assim evitar a quarta vitória do PT.

Fantasia por um lado e desprezo pela democracia por outro, se fundem na tristeza, desespero, raiva e negação da realidade.

Como a recontagem dos votos caiu no ridículo que já era esperado, as oposições e a velha mídia - ainda no processo de negação da realidade e desprezo pela democracia - embarcaram em mais uma fantasia que pudesse amenizar o sofrimento pela quarta derrota seguida para o PT, e com isso criar uma  nova esperança de vitória nas eleições que se encerraram em 26 de outubro deste ano e deram de forma clara e inequívoca a vitória para Dilma, do PT, a quarta seguida do Partido dos trabalhadores desde as eleições de 2002.

Os desdobramentos das ações da Polícia Federal nas investigações de corrupção em empresas do governo - algo que os governos do PT fazem e nenhum outro governo fez - abriram possibilidades para a oposição e a velha mídia que ainda não aceitam a realidade - a quarta vitória seguida do PT - de engendrar caminhos possíveis que possam  especular sobre um possível impeachment da presidenta Dilma, não apenas pela corrupção na Petrobras - que existe desde sempre - até mesmo pelas contas  da campanha eleitoral de Dilma,contas que estão sendo analisadas com todo interesse e dedicação por um  Ministro do STF frustradíssimo pela quarta vitória consecutiva do PT nas eleições presidenciais.

Primeiro a derrota nas eleições, em seguida  os sentimentos embaralhados de raiva, frustração e tristeza pela derrota, logo após, a criação de fantasias e estratégias para ainda tentar vencer as eleições.

Tudo isso combinado, expõe alguns aspectos dos valores reinantes nas oposições e na velha mídia.

Em primeiro um desprezo pela democracia.

Em segundo lugar um cinismo e uma hipocrisia que pegam carona nas ações do governo - revelando o que acontece com todos os governos  anteriores através do governo que resolve investigar os fatos - quando a velha mídia disponibiliza espaço para declarações como a de FHC - citada na declaração de Boechat acima - e mesmo pelo noticiário da velha mídia totalmente distorcido da realidade , em função da apresentação de aspectos das investigações  pinçados com uma seletividade golpista .

Um terceiro aspecto que emerge são a suposta civilidade e equilíbrio demonstrados pelos setores de oposição, políticos e jornalistas.

Todos se apresentam  diante das câmeras ou nas linhas impressas, com um discurso pretensamente civilizado e livre de contaminações sentimentais e/ou emocionais, valorizando a plenitude da razão redentora e fria.

Ocorre que isso não é verdadeiro.

O pretenso discurso racional e equilibrado, é apenas uma construção cosmética que no caso dessas eleições não consegue esconder as emoções e os sentimentos que dominam a maioria das oposições, políticos, colunistas e jornalistas.

Quando tais emoções e sentimentos são exacerbados, a ponto de não aceitar a realidade ( a quarta vitória consecutiva do PT ) o discurso racional torna-se grotesco e até mesmo cômico. 

A título de exemplo imagine, caro leitor, um deputado falando para o outro:

- " vossa excelência que vá tomar no cú"

O exemplo acima, com algum exagero, ajuda a ilustrar o que se passa com os setores oposicionistas mais radicais da sociedade, incluindo aí a velha mídia e os políticos de oposição.

Longe de um um equilíbrio civilizado e de uma abordagem que privilegie a razão, as pessoas da velha mídia e da oposição já não mais percebem as emoções e os sentimentos em que estão imersos, fazendo desta forma do discurso racional algo inócuo, já que o que salta aos olhos é tão alto, claro e  escancarado que não se consegue ouvi-los.

Em outra palavras , o que se passa no momento com as pessoas da velha mídia e das oposições os psicólogos costumam  chamar de surto.

Por outro lado,o surto quando se manifesta sempre revela outros aspectos da personalidade das pessoas , que caso em questão são aversão e desprezo pela democracia e pela vontade popular.

Antes de qualquer discussão sobre os temas de interesse da população, o  que se precisa é dar um choque de realidade na velha mídia e nas oposições.

Feito isso, o debate será possível depois dessa quarta vitória consecutiva do PT.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A imprensa como instrumento desestabilizador do país


Quem está alimentando os corvos que atacaram o repórter do CQC?

Postado em 18 nov 2014
Guga mostrou caráter
Guga mostrou caráter
Primeiro: toda a solidariedade do DCM ao jornalista do CQC agredido verbalmente por extremistas de direita num protesto contra Dilma.
Aconteceu uma coisa parecida em outro protesto com um repórter do DCM, Pedro Zambarda de Araújo.
Assisti ao vídeo.
Fiquei admirado com a atitude do jornalista.  Foi minha primeira surpresa. Soube se comportar. Foi altivo num ambiente de alto risco. Poderia ter apanhado. Dado ódio dos manifestantes, poderia ter sido linchado.
Minha segunda surpresa foi ao saber que se tratava do filho de Ricardo Noblat, Guga Noblat.
Havia uma ironia ali. Guga foi chamado repetidas vezes de chapa-branca e de mídia vendida.
A ironia é que Noblat insistentemente chama sites fora das grandes empresas jornalísticas de chapa branca.
Guga recebeu, de maníacos, o mesmo insulto que o pai aplica a tantos sites.
Vou passar pelo absurdo que é de alguma forma associar o CQC ao PT. Algum tempo atrás, para lembrar apenas uma passagem, o CQC massacrou Genoino ao vivo com um expediente vergonhoso. Usou uma criança como isca para tripudiar sobre ele.
Marcelo Tas, que só agora vai deixando o comando do CQC, é sabidamente um dos homens mais reacionários da tevê brasileira.
“Mídia vendida?”
A direita brasileira enlouqueceu.
Ao comentar o vídeo, que viralizou nas redes sociais, várias pessoas lembraram de um filme do diretor espanhol Carlos Saura, Cria Cuervos.
Essencialmente: você alimenta corvos e corre o risco de ser devorado por eles.
Ricardo Noblat pertence a um mundo que vem, desde que o PT ascendeu ao poder, criando corvos, como este que ameaçou o jovem Guga.
É o mundo das grandes empresas jornalísticas.
Veja como Jabor se refere ao PT e aos petistas em todas as mídias da Globo – tevê, rádio, jornal, internet.
Os petistas são bolcheviques prestes a instaurar uma ditadura estalinista no país, conforme Jabor.
Como ele, tantos outros fazem a mesma pregação de ódio e ignorância: Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Augusto Nunes, Ricardo Setti, Rachel Sheherazade, Merval Pereira, Pondé, Mainardi etc.
Noblat pertence a este grupo.
É fácil e difícil a vida deles. Fácil porque têm ocupação garantida, desde que criem corvos. Difícil porque, se ousarem expressar opiniões diferentes daquelas pelas quais são pagos, são rapidamente descartados.
Barbara Gancia, por exemplo, começou a escrever coisas fora do habitual, e foi encostada pela Folha.
Sou pai, e sei como Noblat deve ter se sentido ao ver a violência a que Guga foi submetido.
Noblat teve sucesso na educação do filho valente, fica claro no vídeo.
Como pai, brilhou.
Mas como jornalista ele está ajudando a criar os corvos que poderiam vitimar seu filho.
Fonte:  DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Fala-se por todos os cantos, lados e centros que o surgimento da internete e consequentemente das redes sociais, abriu espaço para um tipo de crítica violenta e de comentários das mais variadas ideologias, já que a rede garante uma certa privacidade aos autores de tais comentários.

Isso é verdade.

No entanto, nos últimos anos, principalmente nos anos de governos do PT com Lula e Dilma, o que se vê é a velha mídia e seus meios tradicionais de produção de conteúdos como o centro disseminador de uma cultura de violência e de intolerância.

Por outro lado, essa cultura de violência na mídia se intensificou a partir do início da década de 1990, não apenas no Brasil, como em todo o mundo ocidental. 
A mídia passou a exercer o papel de cão de guarda do lado vencedor, o capitalismo, atuando de forma a confirmar todas as teorias "vencedoras" e perseguir de forma implacável todo e qualquer conteúdo que não estivesse de acordo com tais teorias.

Como nos anos da década de 1990 o Brasil teve governos alinhados com o pensamento dominante e "vencedor", e ainda apoiados pela velha mídia, não se viu na imprensa grandes manifestações de intolerância e ódio, mesmo que tais manifestações ocorressem principalmente contra os movimentos populares, com destaque para o MST que mereceu críticas e ataques não menos violentos que os ataques de hoje contra os governos do PT.

Daí se conclui que essa postura violenta da velha mídia nada tem a ver com o surgimento da internete, já que suas origens são outras.

No entanto, como o setor que em tese tem o papel  de mediador da opinião pública, a velha mídia se constitui como um centro desestabilizador da sociedade e , devido a isso, precisa de todas as formas e meios ser detido.