Standard
& Poor's rebaixa a nota de crédito do Brasil: a mesma agêencia de
risco deu ao banco Lehman Brothers um triplo A em agosto de 2008; em
setembro o Lehman Brothers quebrou disparando a maior crise do
capitalismo desde 1929.
Ações da Petrobras disparam na Bolsa enquanto o PSDB ataca a gestão da estatal.
Investidor estrangeiro despreza alarido ortodoxo e faz investimentos produtivos de US$ 9,2 bi no país no 1º bimestre.
Fonte: CARTA MAIOR
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por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
“E então a S&P rebaixou a França.
E o que isso nos diz?
Não muito sobre a França. Não podemos subestimar que as agências de classificação não têm – repetindo, não têm – informações privilegiadas sobre solvência de grandes países.”
Clap, clap.
Assim se iniciou um artigo, no final do ano passado, do Nobel de Economia Paul Krugman, americano.
Troque França por Brasil, e o conteúdo continua inteiramente válido.
Krugman – que em outra ocasião chamara os economistas da S&P de “idiotas”, depois que eles rebaixaram os Estados Unidos – notava o seguinte: a França no fundo estava sendo rebaixada porque o presidente Hollande aumentara o imposto sobre os ricos e não desmontara o estado de bem estar social.
Na França, a nota da S&P esteve longe de causar comoção nacional.
Mas no Brasil o caso vai ser absurdamente explorado – muito mais por razões políticas do que econômicas.
É um ano eleitoral, e a oposição a Dilma vai usar a S&P como prova de que o país está afundando, assim como vem acontecendo com a compra de uma refinaria em Pasadena pela Petrobras.
É o chamado triunfo do desespero. Na falta de uma candidatura oposicionista que empolgue os brasileiros, e diante da vantagem de Dilma a poucos meses das eleições, vale qualquer coisa.
Mas pouco vai mudar eleitoralmente. As pessoas que se comovem com notas de agência de classificação de crédito – e nunca é demais lembrar que elas falharam miseravelmente em não perceber a grande crise de 2008 – não votam em Dilma.
As agências refletem, como notou Krugman, o chamado “mercado” – ou, para usar uma linguagem mais apropriada, o “1%”.
Sob Lula, o Brasil atingiu seu grau máximo para as agências. Isso porque, como o próprio Lula tantas vezes disse, nunca bancos e empresas ganharam tanto no Brasil.
Se Dilma recebeu uma “luz amarela”, como dizem alguns investidores estrangeiros interessados em coisas como juros altíssimos, é porque deve estar fazendo alguma coisa certa para os “99%”.
Menos do que deveria, com certeza, mas mais do que gostaria gente que, como a S&P, representa o “1%”.
Fonte: VI O MUNDO
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crítica - PAPIRO
Na velha mídia, hoje, há um clima de euforia.
No embalo da agência, as notícias trazem truculência e a já conhecida agressividade, principalmente com o blá, blá, blá da Petrobras.
Já a realidade é bem diferente das notícias dos jornais.
Além das manchetes trigêmeas, sobre o suposto fim de mundo que se abateu sobre o pais, o jornal folha de SP apresenta um editorial sobre a questão da água.
Como a trapalhada com a gestão dos recursos hídricos tem o DNA tucano, Folha diz que a questão é nacional em uma referência ao bate boca de Alckmin com Cabral.
De fato, a questão da água é nacional, porém a questão que emerge foi a falta de investimento do governo de SP, que acarretou o racionamento que hoje que já existe , principalmente na região metropolitana de SP e para as populações pobres.
A declaração do governador de SP de que irá captar água do Rio Paraíba do Sul, foi apenas uma jogada para criar uma polêmica e retirar o foco da incompetência e da falta de planejamento do PSDB nos governos de SP
Dizer ainda que o Paraíba é propriedade do estado de SP assim como a baía da Guanabara é dos cariocas , é uma besteira sem tamanho.
A baía da Guanabara banha vários municípios do estado do Rio de Janeiro, e não apenas a cidade carioca.
Com seu conhecimento sobre águas e baías, o governador paulista certamente quando vai à praia, por exemplo em Ipanema, caso vá marcar um local de encontro com outra pessoa deve assim se manifestar:
- a gente se encontra lá praia de Ipanema, na areia, em frente a água .
E assim, meu caro leitor, é a velha mídia no que diz respeito as notícias sobre a conceituadíssima agência e o blá, blá, bla da Petrobras.
É o já conhecido noticiário, na areia, em frente a água.
Ações da Petrobras disparam na Bolsa enquanto o PSDB ataca a gestão da estatal.
Investidor estrangeiro despreza alarido ortodoxo e faz investimentos produtivos de US$ 9,2 bi no país no 1º bimestre.
Fonte: CARTA MAIOR
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Alarmismo em tom de campanha
Por Luciano Martins Costa em 25/03/2014 na edição 791
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 25/3/2014
Os três principais diários de circulação nacional produzem nas edições
de terça-feira (25/3) o fenômeno das manchetes trigêmeas: “Agência
rebaixa nota do Brasil”, dizem a Folha e o Globo. Com mínima variação, O Estado de S. Paulo anuncia: “Agência de risco rebaixa nota do Brasil”.
O tema é a esperada avaliação negativa da economia brasileira feita
pela agência americana de classificação de risco Standard & Poors, a
mesma que foi acusada de haver compactuado com as fraudes que levaram à
crise financeira de 2008. O fato é uma variação, para baixo, da nota de
crédito do país, que resulta de uma elevação teórica na percepção de
risco para investidores.
Com a nova classificação, o Brasil foi rebaixado do nível “BBB” para
“BBB-”, o que significa que continua no patamar da categoria chamada
“grau de investimento”, selecionado entre os mais seguros do mundo como
destino do mercado financeiro. O nível imediatamente abaixo seria o
“grau especulativo”, que igualmente atrai investimentos, mas indica
certa volatilidade da economia.
O detalhe que os jornais destacam, sem dissimular certo contentamento
com a realização de uma profecia muitas vezes anunciada por eles mesmos,
é o arrazoado produzido pela agência, que repete em muitos aspectos a
opinião dos editoriais e dos principais articulistas dos grandes
diários.
Trata-se, basicamente, de uma aposta negativa na capacidade do Brasil
de manter em equilíbrio os fundamentos de sua economia, com crescimento
razoável, tarifas públicas alinhadas aos custos e redução dos gastos
públicos. A reação do governo, alegando que os dados utilizados pela
agência para rebaixar a nota do Brasil são inconsistentes, foi
praticamente ignorada pelos jornais.
Basicamente, as autoridades questionam algumas contradições na análise,
como a avaliação negativa da capacidade de crescimento do país, feita
justamente no período em que há uma retomada que surpreendeu o mercado.
Além disso, a avaliação que a agência faz da evolução do investimento
estrangeiro direto no Brasil contradiz o que a própria imprensa vem
registrando nos últimos meses.
Noticiário contaminado
No patamar em que se encontra a economia brasileira desde 2008, quando
obteve o status de grau de investimento, as notas de avaliação de risco
não costumam afetar os grandes investidores, que se valem de estudos
mais complexos para tomar suas decisões. No entanto, o noticiário
intensamente negativo pode produzir um “efeito manada” de consequências
graves, principalmente em período eleitoral, quando a racionalidade cede
espaço para os interesses partidários, que costumam definir as escolhas
da imprensa.
Observe-se, por exemplo, que nas edições de terça-feira sobre a decisão
da agência Standard & Poors, os jornais compram pelo valor de face
as justificativas para o rebaixamento da nota do Brasil, mas não
confrontam esses dados com os indicadores correspondentes. Por exemplo, é
fato que os investimentos estrangeiros diretos no Brasil caíram 3,9% em
2013, em comparação com o ano anterior, mas se mantêm em nível
historicamente elevado, e o país segue sendo o principal destino desse
dinheiro na América Latina.
A imprensa não costuma explicar aos seus leitores a diferença entre os
principais tipos de investimento no mercado global, intensamente
disputados pelos países em desenvolvimento.
Para países como o Brasil, o IED – Investimento Estrangeiro Direto – é a
joia da coroa do capitalismo, porque representa dinheiro investido na
construção de infraestrutura, de fábricas, na consolidação de atividades
de empresas multinacionais, em fusões e aquisições. O outro tipo de
aplicação, investimento em portfólio, é destinado à compra de ações e
títulos.
As notas de avaliação de risco de agências como a Standard & Poors
têm como foco principal justamente o investimento em portfólio, ou seja,
tendem a contemplar o aspecto mais especulativo dos movimentos de
capitais. Coincidentemente, esse é o ângulo mais percebido pela imprensa
brasileira quando analisa a economia nacional. Trata-se de um ambiente
extremamente volátil, cujas oscilações afetam principalmente o câmbio e o
mercado de ações.
Sem essas observações complementares, o noticiário do dia se revela alarmista e contaminado pelo viés político. Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA______________________________________________________________________
Paulo Nogueira: Se S&P rebaixou Brasil, Dilma deve estar fazendo algo de bom
publicado em 25 de março de 2014 às 13:12
por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
“E então a S&P rebaixou a França.
E o que isso nos diz?
Não muito sobre a França. Não podemos subestimar que as agências de classificação não têm – repetindo, não têm – informações privilegiadas sobre solvência de grandes países.”
Clap, clap.
Assim se iniciou um artigo, no final do ano passado, do Nobel de Economia Paul Krugman, americano.
Troque França por Brasil, e o conteúdo continua inteiramente válido.
Krugman – que em outra ocasião chamara os economistas da S&P de “idiotas”, depois que eles rebaixaram os Estados Unidos – notava o seguinte: a França no fundo estava sendo rebaixada porque o presidente Hollande aumentara o imposto sobre os ricos e não desmontara o estado de bem estar social.
Na França, a nota da S&P esteve longe de causar comoção nacional.
Mas no Brasil o caso vai ser absurdamente explorado – muito mais por razões políticas do que econômicas.
É um ano eleitoral, e a oposição a Dilma vai usar a S&P como prova de que o país está afundando, assim como vem acontecendo com a compra de uma refinaria em Pasadena pela Petrobras.
É o chamado triunfo do desespero. Na falta de uma candidatura oposicionista que empolgue os brasileiros, e diante da vantagem de Dilma a poucos meses das eleições, vale qualquer coisa.
Mas pouco vai mudar eleitoralmente. As pessoas que se comovem com notas de agência de classificação de crédito – e nunca é demais lembrar que elas falharam miseravelmente em não perceber a grande crise de 2008 – não votam em Dilma.
As agências refletem, como notou Krugman, o chamado “mercado” – ou, para usar uma linguagem mais apropriada, o “1%”.
Sob Lula, o Brasil atingiu seu grau máximo para as agências. Isso porque, como o próprio Lula tantas vezes disse, nunca bancos e empresas ganharam tanto no Brasil.
Se Dilma recebeu uma “luz amarela”, como dizem alguns investidores estrangeiros interessados em coisas como juros altíssimos, é porque deve estar fazendo alguma coisa certa para os “99%”.
Menos do que deveria, com certeza, mas mais do que gostaria gente que, como a S&P, representa o “1%”.
Fonte: VI O MUNDO
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Na velha mídia, hoje, há um clima de euforia.
No embalo da agência, as notícias trazem truculência e a já conhecida agressividade, principalmente com o blá, blá, blá da Petrobras.
Já a realidade é bem diferente das notícias dos jornais.
Além das manchetes trigêmeas, sobre o suposto fim de mundo que se abateu sobre o pais, o jornal folha de SP apresenta um editorial sobre a questão da água.
Como a trapalhada com a gestão dos recursos hídricos tem o DNA tucano, Folha diz que a questão é nacional em uma referência ao bate boca de Alckmin com Cabral.
De fato, a questão da água é nacional, porém a questão que emerge foi a falta de investimento do governo de SP, que acarretou o racionamento que hoje que já existe , principalmente na região metropolitana de SP e para as populações pobres.
A declaração do governador de SP de que irá captar água do Rio Paraíba do Sul, foi apenas uma jogada para criar uma polêmica e retirar o foco da incompetência e da falta de planejamento do PSDB nos governos de SP
Dizer ainda que o Paraíba é propriedade do estado de SP assim como a baía da Guanabara é dos cariocas , é uma besteira sem tamanho.
A baía da Guanabara banha vários municípios do estado do Rio de Janeiro, e não apenas a cidade carioca.
Com seu conhecimento sobre águas e baías, o governador paulista certamente quando vai à praia, por exemplo em Ipanema, caso vá marcar um local de encontro com outra pessoa deve assim se manifestar:
- a gente se encontra lá praia de Ipanema, na areia, em frente a água .
E assim, meu caro leitor, é a velha mídia no que diz respeito as notícias sobre a conceituadíssima agência e o blá, blá, bla da Petrobras.
É o já conhecido noticiário, na areia, em frente a água.