terça-feira, 28 de maio de 2013

Venenos Na Mesa

Piada do dia:

Todas as fotos e textos abaixo foram copiadas dos jornais o globo, folha de SP, estado de SP e também da revista veja.
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Hungria destrói todas as plantações da Monsanto

A Hungria deu uma machadada no tronco infectado da gigante Monsanto e as suas modificações genéticas destruindo quase 500 hectares de culturas de milho plantadas  com sementes geneticamente modificadas.

 

Monsanto perde processo criminal contra movimentos sociais

A decisão do TJ demonstra o reconhecimento da legitimidade dos sujeitos coletivos de direitos em meio ao processo de democratização da sociedade brasileira

 

Marcha Mundial contra a Monsanto denuncia perigos dos transgênicos

Milhões de manifestantes pararam as ruas de diversas cidades em todo o mundo para protestar contra as práticas da maior transnacional fabricante de sementes transgênicas

Hungria destrói plantações com sementes transgênicas da Monsanto

Na semana passada, foram queimados cerca de 500 hectares de lavouras de milho – cada hectare equivale a um campo de futebol



Laranja da Morte











Guantânamo

Na década de 1970 o filme Laranja Mecânica chocou o mundo com uma abordagem crítica sobre a violência.

Ainda na décade de 1970 a seleção de futebol da Holanda encantou o mundo e ficou conhecida como a laranja mecância pelo seu belo futebol.

Hoje mais um espanto com os presos de guantámano, vestidos com roupas laranjas, encapuzados, em cortejo assustador para mais algumas horas de tortura.

Na cidade do Rio de Janeiro, um exército de homens e mulheres vestem-se com roupas da cor laranja para recolher o lixo das ruas.

Segundo estudos comprovados, os refrigerantes de sabor laranja são altamente cancerígenos.

Tá na rede

Alô Polícia Federal, segue mapeamento da ação na Internet contra o Bolsa Família

28/05/2013 | Publicado por Renato Rovai em Geral


A Interagentes é uma empresa especializada em análise de redes que trabalha em parceria com a Publisher Brasil, editora responsável pela Fórum. Seu responsável técnico é o sociólogo Tiago Pimentel, que acaba de me enviar um relatório produzido a partir da análise que realizou dos termos relacionados ao Bolsa Família, nos dias em que houve a boataria que levou milhares de pessoas às agências da CEF. A análise do Tiago corrobora a tese de que houve uma ação offline antes da história ganhar a rede. Segue o relatório da Interagentes com o incremento de algumas observações realizadas por este blogueiro.

Atividade suspeita na rede

Desde a quarta-feira (15) circulava no Twitter uma mensagem curta e enigmática: ‘Bolsa família começa sexta’. A mensagem, que dizia apenas isso, foi postada por um perfil que vamos denominar aqui de líder e foi retuitado por 14 outros perfis que pareciam pertencer a uma rede de perfis falsos destinados a retuitar todas as mensagens do perfil líder, cujos indícios apontam ser  da Paraíba. Curiosamente, a Paraiba é o mesmo Estado que, dias depois, voltaria a aparecer em nossa pesquisa como o primeiro a espalhar os boatos do fim do Programa Bolsa Família.
Os perfis dessa rede não estão sendo revelados porque a suspeita não comprova o crime e também por zelo à investigação que a Polícia Federal deve estar realizando, mas caso haja interesse de agentes públicos sobre o que foi apurado, a Interagentes se compromete e entregar os resultados deste trabalho.
A mensagem original do perfil líder foi postada na quarta-feira (15)às 18:39:40, portanto três dias antes do início da grande movimentação nas agências da Caixa Econômica Federal. Ainda mais intrigante é que depois dos boatos o perfil líder foi deletado do Twitter e reapareceu no último dia 25 com o número 1 acrescentado ao seu nome e iniciou a rearticulação da sua rede fake. Só para recordar, na quarta-feira, o perfil líder anunciou: “bolsa família começa na sexta”. E a boataria começou na sexta, mas não pela internet.

Alguns dados gerais

As buscas retornaram um total de 81.452 ítens, sendo 58.118 resultados do Twitter e 23.334 resultados do Facebook. Os dados da pesquisa corroboram as informacões de saques feitos nas agências divulgadas pela Caixa Econômica Federal. Segundo a CEF, o aumento no ritmo de saques só começou por volta das 13h do sábado (18/5). Os resultados da análise da disseminacão do boato nas redes confirmam os dados da Caixa.
Até as 13h do sábado (18/5), a média era de 74,9 mensagens por hora. Entre às 13h e a meia-noite esta média sobe para 196 mensagens por hora. O pico é por volta das 22h, com 744 mensagens/hora.
O boato aparece no monitoramento por volta das 8h do sábado (18) em uma postagem feita a partir do município de Cajazeiras, na Paraíba. Ainda que as primeiras mencões apareçam no início da manhã, a sua presença na rede passa a ser mais significativa a partir das 13h, com disseminacão especialmente a partir do município do Rio de Janeiro.
Citações ao Bolsa Família – Facebook – (por hora)

Citações ao Bolsa Família – Facebook
Citações ao Bolsa Família – Twitter – (por hora)

Citações ao Bolsa Família – Twitter
Ainda que nos dias precedentes mensagens suspeitas tenham aparecido e que ecos do boato tenham se feito sentir nas redes, a análise geral dos dados sugere que as redes não foram o lugar privilegiado da disseminação. A maior movimentacão se deu por conta dos comentários sobre a grande concentração de pessoas nas agências da Caixa Econômica Federal e nas casas Lotéricas. O que mais se espalhou nas redes não foi o boato, mas a repercussão dos seus efeitos nas ruas.
Ao longo dos dias seguintes a repercussão do caso levou a picos cada vez maiores. No domingo (20) na faixa das 20h às 21h registrou-se o ponto máximo na frequência de mensagens/hora: 3.707 postagens. Neste horário grandes veículos de comunicação tratavam do tema.
A repercussão do boato do fim do Bolsa Família
Após os relatos de tumultos nas agências da CEF houve uma rápida difusão de “memes” sobre o caso. Na segunda-feira (20) a página do Anonymous Brasil no Facebook postou um meme que conta com mais de 71.000 compartilhamentos. Um dia depois a página ‘Movimento Contra a Corrupção’ posta o mesmo meme e alcança outros 35.334 compartilhamentos. Ainda na terça-feira (21) a página ‘Controlados, não’ também posta o mesmo meme e alcança ainda outros 17.198 compartilhamentos.

originalmente postada pela página Anonymous Brasil, esta imagem ultrapassou
os 123.500 compartilhamentos
Outro meme de destaque no período foi postado pela página ‘Rede Esgoto de Televisão’ e, até o fechamento desta pesquisa contava com 47.649 compartilhamentos.

apenas a partir da página ‘Rede Esgoto de Televisão’ esta imagem ultrapassou
os 47.600 compartilhamentos
Ainda em destaque, a charge postada pela página ‘A Verdade Nua & Crua’ contava com 45.775 compartilhamentos.

apenas a partir da página ‘A Verdade Nua & Crua’ esta charge ultrapassou os 45.750 compartilhamentos


O caro leitor tem excelentes informações sobre o terrorismo do bolsa família,com a matéria acima do blog do Rovai.

Curiosamente, hoje, no jornal o globo, a manchete principal da primeira página "informa" que o terrorismo começou dentro do próprio governo Dilma, na Caixa Econômica Federal, através de ações de um um funcionário sub, do sub, do sub, como diz 
o jornal.

De acordo com o conteúdo da matéria acima, o terrorismo se intensificou na sexta-feira e no sábado, e foi no sábado que o jornal o globo estampou em primeira página , em letras garrafais, uma manchete elogiando o programa bolsa família.

De todas os veículos da grande e velha imprensa, o globo  está empenhado em noticiar o caso do terrorismo assim como em definir , se possível de imediato, os culpados.

Ao que fica claro pelos dados apresentados a ação foi pensada e orquestrada, com o  objetivo de criar um caos.

Indubitavelmente trata-se de um ato terrorista, em que setores da velha imprensa tentam apresentar como ato do governo federal.

Esse comportamento da velha imprensa tem sido muito estranho, talvez porque saibam sobre a autoria do atentado, ou, quem sabe, estejam diretamente envolvidos com o terrorismo.

Há algo de muito podre no ar das redações e nos ninhos da oposição e o governo federal deve tomar mediadas corretivas para evitar problemas maiores em um futuro bem pŕoximo.


domingo, 26 de maio de 2013

O Planeta dos Primatas

Economia verde e financeirização da natureza

Transformar a atmosfera, o oxigênio, os rios, os oceanos, as florestas, os subsolos em mercadorias já é movimento bastante problemático. Permanecer aceitando que os rumos desse tipo de atividade sejam determinados apenas pelo ritmo da especulação financeira é colocar uma verdadeira pá de cal na já exígua credibilidade do conceito de economia verde.

Fonte: CARTA MAIOR




Às vésperas de completarmos um ano da organização da tão badalada “Rio + 20”, realizada em meados de junho de 2012, muito pouco temos a comemorar no campo das mudanças efetivas no modelo que determina, de forma hegemônica, as relações econômicas no mundo globalizado.

O clima de grandes expectativas criadas em torno do evento, que deveria propiciar um balanço de 2 décadas após a realização da Conferência da ONU de 1992, foi por demais otimista. Estava claro que tal animação não correspondia à realidade da crise econômica internacional e da quase impossibilidade de que os países mais importantes do mundo avançassem alguns milímetros na direção de um sistema menos comprometedor do futuro da Humanidade.

“Rio + 20” e a economia verde

A polêmica toda se deu em torno da avaliação de supostos avanços ou recuos que poderiam estar contidos nos termos da declaração final do encontro. O famoso documento “O futuro que queremos” sintetizava os limites da costura possível entre as proposições das delegações oficiais e das representações das associações e entidades da sociedade civil organizada. Ora, como toda peça resultante de evento de natureza multilateral, o documento procurava expressar algum grau de consenso, a ser obtido entre as representações diplomáticas participantes, a respeito dos temas em questão. Assim, o fato de incorporar o conceito de “economia verde” foi muito criticado por correntes vinculadas ao movimento ambientalista, ao passo que o fato do termo sempre estar acompanhado da expressão “no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” era saudado por outros grupos como sinalização de um avanço importante.

O fato concreto é que a Rio + 20 deu-se num contexto de dominação política, social e econômica dos valores associados a um modelo que privilegia a exploração descontrolada e desregulada dos recursos naturais e da força de trabalho, na perspectiva da geração e da apropriação privada dos lucros de tais empreendimentos. Some-se a esse quadro a crença de que a solução do ainda tão idolatrado “mercado” seja sempre o mecanismo mais “eficiente” para a busca das soluções de equilíbrio entre os diversos fatores e atores envolvidos no complexo jogo de interesses do mundo globalizado.

Toda e qualquer avaliação mais realista e dotada de bom senso deveria levar em consideração os limites de tal conjuntura. Infelizmente, havia - como ainda continua a haver - pouco espaço para avanços expressivos no campo dos consensos diplomáticos. Afinal, nem mesmo os Estados Unidos aceitaram assinar o já antigo Protocolo de Kyoto (já referendado por mais de 170 países), a respeito de um compromisso para redução da emissão de gases comprometedores do efeito estufa. De outra parte, é necessário recordar que a maioria dos países se volta atualmente para a China, na esperança de que o ritmo de crescimento do gigante asiático seja o elemento de salvação para a recuperação da economia internacional.

As diferentes interpretações da economia verde

O termo “economia verde” vem sendo utilizado há mais tempo em vários circuitos: ambientalista, empresarial, governamental, organismos multilaterais, meios de comunicação, entre outros. Como toda novidade que ainda não foi devidamente digerida e serve para cobrir um nível de ansiedade social a respeito de tema que não apresenta soluções fáceis a curto prazo, ele ocupa o vácuo e preenche a carência. Assim a expressão é muitas vezes apresentada com uma verdadeira panacéia para todos os malefícios que o capitalismo tem proporcionado para o meio ambiente em escala planetária. No entanto, os problemas associados ao processo de degradação ambiental são muito mais complexos do que aparentam numa abordagem superficial. Não basta apenas adjetivar a dinâmica econômica de “verde” para que tudo se resolva, como num passe de mágica.

Exatamente por isso ainda existem diversas acepções do conceito circulando pelos circuitos que tratam do tema. De um lado, permanecem algumas interpretações ainda bem intencionadas no campo dos que estão sinceramente preocupados com a deterioração do sistema ambiental. De outro lado, porém, estão aquelas proposições que estão mais preocupadas em oferecer uma alternativa estratégica de sobrevivência para as grandes corporações multinacionais. Assim, a economia verde se amplia no largo espectro que vai desde os ambientalistas mais ingênuos até aqueles que defendem os interesses do grande capital em seu permanente processo de acumulação e reprodução.

Mecanismos de financiamento: do Protocolo de Kyoto aos dias de hoje

A realidade do sistema capitalista apresenta uma característica essencial: sua tendência a universalizar o conjunto dos processos sociais e transformá-los em relações mercantis. Com isso, o sistema econômico nos tempos mais modernos passou a incorporar a dimensão do “meio-ambiente” também como mecanismo de acumulação e de dinamização do mercado. As primeiras tentativas concentraram-se no espaço da emissão de gases do efeito estufa (GEE). Tendo por base as alternativas previstas no Protocolo de Kyoto, começaram a aparecer os “créditos de carbono”, que se converteram aos poucos em mecanismo de transação no interior do mercado financeiro. De acordo com as normas previstas, as empresas que diminuíssem sua quantidade de emissão de GEE teriam direito a lançar tais títulos de crédito de carbono. Estas novas modalidades de papéis passaram a ter seus preços cotados e negociados no mercado. Segundo os padrões atuais, um crédito de carbono seria equivalente à redução da emissão de 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2). Portanto, em tese, a cotação de crédito de carbono deveria ser correspondente ao custo monetário do investimento necessário para obter tal redução de gases poluentes.

A intenção subjacente é que estaria em marcha um mecanismo para estimular, inclusive em termos de ganhos econômicos, a substituição de processos de produção considerados “sujos” por novos sistemas produtivos “limpos”. Esse tipo de ação passou a ficar conhecido como “mecanismo de desenvolvimento limpo” (MDL) e deveria contar com apoio da ONU para fins de regulação e fiscalização, com o objetivo de evitar que os títulos de crédito de carbono pudessem ser fonte de ações fraudulentas e sem nenhum tipo descontrole. O aumento da quantidade de títulos emitidos e a ampliação da escala de sua negociação terminaram por consolidar um verdadeiro mercado, com uma série de produtos financeiros associados. Os créditos de carbono passaram a ser cotados nas Bolsas de Mercadorias, com preços no mercado diário, no mercado futuro e demais características do mercado financeiro em geral. Em conseqüência, a exemplo do que ocorre com outros títulos similares, eles estão também bastante sujeitos a muita especulação.

A partir dessa experiência inicial, novos títulos de natureza financeira foram sendo incorporados pelas empresas multinacionais, mas ainda não contam com mecanismos de controle ou regulamentação. Trata-se dos papéis de “redução de emissão por desmatamento e degradação evitados” (REED), por meio do qual os conglomerados e seus empreendimentos de larga escala buscam obter retornos financeiros a partir de iniciativas que podem reduzir o ritmo de destruição ambiental. É o caso da diminuição de áreas de floresta ou de regiões com atividades de extração mineral. Os mercados financeiros podem facilitar a realização dos negócios e a obtenção de recursos para os projetos, pois todo o processo ocorre por meio de emissões de títulos que têm um valor definido e que são transacionados nos balcões de negócios em todas as principais praças do mundo. No entanto, o problema é que esses papéis – em tese, associados a atividades de “economia verde” - são operados também com base na especulação, a exemplo dos demais títulos financeiros. Ou seja, trata-se um nicho voltado para o meio-ambiente, mas sem quase nenhum lastro no setor real da economia.

Os riscos da financeirização sem regulação

Em termos mais gerais, o processo de financeirização pode ser compreendido como uma etapa de aprofundamento do processo de mercantilização. Assim, em uma primeira fase, observa-se a transformação generalizada dos recursos naturais, bens, serviços e relações sociais em mercadorias. Tudo passa a ser sintetizado e tratado sob a forma de preços e quantidades, tudo passa a ser analisado segundo a ótica da oferta e da demanda. A mercantilização em larga escala abre novas oportunidades à produção nos moldes capitalistas, ampliando os espaços para os mecanismos de acumulação de capital.

Em um momento posterior, não apenas a transformação em mercadorias se consolida pelo conjunto de setores e áreas da economia e da sociedade, mas também os instrumentos financeiros associados a elas se espraiam pelos mercados. Um dos aspectos que fascina e intriga no processo de financeirização é sua dupla face. De um lado, a capacidade de criar as condições de geração de recursos para as atividades onde esteja envolvido.

De outro lado, a sua capacidade de se tornar autônomo em relação ao próprio objeto que foi a razão de seu surgimento. E assim, ele ganha vida independente nos circuitos e searas dos mercados financeiros primários, secundários, terciários e por aí vai. Nos mercados especulativos espalhados pelo mundo, por exemplo, as cotações dos papéis de carbono caíram mais de 90% entre as vésperas da crise de 2008 e os dias de hoje. Ou seja, um movimento no circuito financeiro que tem muito pouco a ver com a realidade concreta dos setores da economia verde.

A resistência dos interesses do financismo em aceitar critérios mais sérios de regulamentação, fiscalização e controle das operações dos mercados de títulos converte-se em um grande obstáculo. As catástrofes observadas a partir da crise financeira não foram suficiente para tanto. Uma das causas foi, sem dúvida, o exagerado grau de financeirização e o descontrole sobre os mercados especulativos. Assim, a insistência na ilusória “liberdade de ação das forças dos mercados” termina por comprometer qualquer busca mais responsável para criação de mecanismos de financiamento de uma economia verde, que seja sustentável em termos econômicos, sociais e ambientais.

Transformar a atmosfera, o oxigênio, o gás carbônico, os rios, os oceanos, as florestas, os subsolos, enfim a natureza, em mercadorias já é movimento bastante problemático. Permanecer aceitando que os rumos de empreendimentos nesse tipo de atividade sejam determinados apenas pelo ritmo da especulação na esfera puramente financeira é colocar uma verdadeira pá de cal na já exígua credibilidade do conceito de economia verde.


Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Desde tempos remotos que o homem destrói o ambiente. 

Com algumas exceções de civilizações, o único animal a destruir a vida , é o homem.

Também é o único pensante, tido como o mais evoluído.

O caminho para a compreensão da natureza e do equilíbrio ambiental tem se revelado ineficaz quando a sistemas políticos, economia e até mesmo com a ciência, mesmo que nas fronteiras do conhecimento científico a natureza tenha uma outra compreensão, bem diferente da compreensão dominante. 

Os povos que viveram em proximidade de harmonia com o ambiente tinham na natureza uma concepção espiritual e, a partir dessa concepção, desenvolviam os sistemas políticos, econômicos e sociais.

Hoje em dia, participar de uma campanha para coleta de assinaturas pelo desmatamento zero na Amazônia, por exemplo, , e é necessário para salvar a floresta e a vida do planeta, mas, ao mesmo tempo, considerando a engrenagem econômica real, pode significar prejuízos para o país.

A questão ecológica não pode ser pontual e o mercado é ateu.

As antigas civilizações que desapareceram devido a problemas de esgotamento de recursos naturais , ou mesmo de ignorância em relação ao meio ambiente, não serviram de referência para a civilização atual.

São tratadas como casos pontuais e , na lógica pensante atual, ninguém acredita que possa acontecer comigo, por exemplo.

Entretanto, a questão chave é que hoje a civilização global é a antiga civilização da Ilha de Páscoa.

Se no passado as civilizações desapareciam e o restante do mundo não tomava conhecimento , ou quando tomava isso se dava anos e anos depois, atualmente é a própria civilização planetária que pode ser extinta.

Não apenas pelo esgotamento de recursos, mas sim, e principalmente, pela forma totalmente equivocada de extração e utilização dos recursos naturais e, também, pelas formas delirantes e erradas de organização social.

Em meio a  esse surto civilizacional em que vivemos atuam os partidos políticos chamados verdes e muitas ong"s em "defesa" do meio ambiente.

Maquiando praças, ruas e avenidas ou criando parques os partidos verdes se apresentam, assim, como defensores da vida.

No lado das ong's, são criados programas específicos para salvar as tartarugas, pererecas e, na flora, o ipê amarelo.

A plutocracia não só gosta de todas essas iniciativas verdes, como participa de muitas através de doações e financiamentos , pois sabe que a questão de fundo não é abordada e uma aparência supostamente verde no sistema e desejável para cooptar incautos.

Assim surgiu a balela da economia verde.

Não é a solução, pelo contrário, alimenta o satus quo com maquiagem ambientalmente correta através de um discurso de sutentabilidade.

A título de exemplo, um dos maiores defensores da sustentabilidade no país é um dos donos das organizações globo ( filho do falecido Roberto Marinho), justamente as empresas de comunicação e jornalismo que mais trabalham para desinformar, manipular e distorcer as informações relativas as questões ambientais.

Sem informação de qualidade, sem pluralidade  e diversidade de meios de comunicação, não se pode construir uma sociedade democrática, livre.

A ecologia e a sustentabilidade também passam pela informação.

A solução para a crise civilizacional atual certamente chegará em algum momento.

Momento que ao que tudo indica não será tranquilo, pelo contrário, caminha para um efeito devastador da vida no planeta.

Quem sabe então, depois da tragédia consolidada, uma nova consciência possa surgir na terra,  afinal, o homem é o único animal que pensa.

A grande tragédia poderá gerar um reflexo condicionado na humanidade e então despertar o pensamento e a razão nos humanos, criando as condições para construir civilizações em harmonia com a vida.

sábado, 25 de maio de 2013

Os Brinquedos da Pequena Loja de Horrores

 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Deuses em Conflito

Cobertura rala, redações alienadas

Por Luciano Martins Costa em 24/05/2013 na edição 747
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 24/5/2013
O Globo reproduz, na edição de sexta-feira (24/5), resumo de artigo publicado no dia 15/5 na versão digital da revista britânica The Lancet, que os clichês da imprensa chamam de "a Bíblia da medicina". O texto informa que o programa Bolsa Família reduziu a mortalidade de crianças de zero a cinco anos de idade no Brasil, no período de 2004 a 2009.
O artigo, assinado pelos pesquisadores Davide Rasella, Rosana Aquino, Carlos Santos, Rômulo Paes-Souza e Maurício Barreto, está disponível em inglês, gratuitamente, no no site da publicação da publicação, para leitores registrados. Segundo o estudo, o programa social de transferência condicional de renda contribuiu com 17% na redução da mortalidade infantil em todo o Brasil.
Nos 2.800 municípios com maior número de beneficiários, os pesquisadores constataram que houve uma queda de 19,4% no número de óbitos, e uma das conclusões é de que a transferência de renda para a população miserável tem contribuição decisiva para melhorar a expectativa de vida da população em geral, particularmente por diminuir o total de mortes relacionadas à pobreza, como desnutrição e diarreia, além dos casos de problemas respiratórios.
Os pesquisadores consideram que o efeito positivo foi mais forte porque o governo não apenas manteve o programa como aumentou a área de cobertura no período estudado. Com maior visibilidade, as condições de vida da população mais pobre puderam ser melhoradas com outras iniciativas, como a inserção das famílias em programas oficiais de vacinação, acompanhamento pré-natal e outras medidas preventivas.
O artigo também observa que, mesmo um subsídio de baixo valor, como é o caso do Bolsa Família, produz efeitos significativos porque representa um reforço substancial, proporcionalmente à renda das famílias mais vulneráveis. Por outro lado, os pesquisadores consideram que foi possível produzir um estudo consistente pela grande disponibilidade de informações de qualidade adequada em muitos municípios atendidos pelo Bolsa Família. Além disso, concluem que a exigência de que os beneficiários do programa levem as crianças regularmente aos postos de saúde e as gestantes façam o acompanhamento pré-natal, como condições para receber a ajuda financeira, teve um efeito educativo de largo espectro sobre as famílias mais pobres.
De olhos vendados
O artigo foi publicado na revista científica há mais de uma semana. O Globo foi o único dos grandes jornais a dar algum espaço para o assunto, que foi tema de seminário em Brasília na quinta-feira (23/5). De modo geral, a imprensa tem evitado confrontar os resultados de certas políticas públicas adotadas a partir de 2003, como o Bolsa Família, a diplomacia menos dependente dos Estados Unidos, o fortalecimento dos bancos estatais como estratégia para estimular a concorrência no sistema financeiro, pela oferta de crédito, e outras mudanças que fazem a diferença entre o modelo adotado após o Plano Real e as políticas implementadas na última década.
Mesmo considerando que a mortalidade infantil começou a cair mais fortemente há quinze anos, o que faz justiça a medidas tomadas ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, os jornais não parecem interessados em analisar as políticas sociais. Nem mesmo para reconhecer o trabalho desenvolvido pela falecida ex-primeira dama Ruth Cardoso, que deu uma contribuição fundamental para a compreensão dos efeitos econômicos e políticos de programas sociais: seu livro intitulado Comunidade Solidária: fortalecendo a sociedade, promovendo o desenvolvimento, publicado em 2002, é tido como inspirador de alguns dos autores do Bolsa Família.
Além disso, têm acontecido desde 2006 importantes seminários anuais sobre os resultados econômicos das políticas de distribuição condicional de renda, muitos deles promovidos por um instituto cultural ligado a um dos grandes bancos privados do país, com sucessivas demonstrações de que a orientação social da economia reduz desigualdades e produz mais riqueza do que o modelo inspirado na absoluta liberdade do mercado.
Curiosamente, é o Valor Econômico, principal jornal especializado em economia e negócios, que tem dado mais destaque a essa questão. A imprensa generalista hegemônica segue achando que o Bolsa Família é uma herança das políticas clientelistas tradicionais – sendo que esse cordão umbilical já havia sido cortado por Ruth Cardoso ao oficializar o papel das organizações não-governamentais no desenvolvimento econômico-social.
Agarradas a dogmas do mercado, as redações se alienam da realidade.

O caro leitor, mais uma vez, tem um exemplo concreto de como a nossa grande imprensa apresenta os fatos.

Dizer que as redações dos grandes jornais e também dos telejornais não conhecem a realidade, não é verdade.

Eles não apenas conhecem como manipulam.

E aí que sempre de uma maneira bem didática, os textos do Observatório da imprensa iluminam o debate.

Esse oligopólio dos meios de comunicação, como bem escreveu o autor do texto, vive lastreado por dogmas, seja na religião seja na economia.

O resultado, o caro leitor já sabe, é uma fuga ante o real como tentativa de salvação dos deuses, seja na religião, seja na economia.

O deus mercado, tão adorado pela mídia dominante, é incompatível com o deus das religiões dessa mesma mídia.

Uma esquizofrenia total que desemboca em um contorcionismo informativo delirante, isso quando essa mídia se propõe a explicar alguma coisa.

Na maioria das vezes , o que se observa a olho nu, é um eclipse de informações.

O fenômeno vem se repetindo com frequência nesses tempos de novas tecnologias da informação e de alterações climáticas e ambientais.

Mais uma vez, como tem ocorrido em outras vezes, ao longo de alguns anos, e por quase uma década, a imprensa adoradora de deuses e dogmas com suas proto informações, em nada contribui na compreensão da realidade do país da terra do cruzeiro e também do mundo.

Inevitavelmente voltamos ao tema da regulamentação dos meios de comunicação do país. de maneira que, com um novo marco para o setor, a população possa desfrutar de uma gama de opções de conteúdos informativos e de entretenimento, independente de deuses e livre da esquizofrenia dominante do setor.

Assim sendo, venho lembrar ao caro amigo leitor  que a campanha de iniciativa popular para democratização dos meios de comunicação está nas ruas do país colhendo o números de assinaturas necessárias para que o projeto de lei seja encaminhado diretamente para votação no congresso nacional.

Assine !

Participe!

Divulgue! 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Vá ser poeta, dotô !






Vai ser poeta, meu filho!...


Jornal do BrasilWander Lourenço*




No poema O menino que carregava água na peneira, de Manoel de Barros, o eu-lírico observa que a mãe reparou nos despropósitos, cismas e esquisitices das atitudes do filho até perceber que ele aprendera a lidar com as palavras e seus prodígios; e, com ternura, lhe diz: “– Você vai ser poeta!” Em tempos de banalização da poesia, porém, desconfio que o sujeito contemporâneo, quando não se adapta ao emprego, estudo ou casamento, por uma espécie de inspiração divina, desvairadamente se habilita a rascunhar odes, elegias e sonetos.
Ao se julgar um Manuel Bandeira, Gabriela Mistral, Pessoa, Drummond, João Cabral ou Cecília Meireles, sem se dar conta acaba por azucrinar a paciência de um pobre cristão, que se torna pouco afeito à lira de Orfeu, justo por não se entusiasmar com a deturpação da arte de Camões, Neruda e Vinicius de Moraes. É poesia de procedência duvidosa made in Brazil, como o leite malhado do Rio Grande do Sul.  Se o leitor ainda não parou para observar, peço que atente para alguns casos típicos de trovadores a varejo, espalhados pelos botequins ou saraus a recitar ao cidadão que, constrangido, ainda é obrigado a adquirir um livro ou folheto artesanal.
Sem sombra de dúvida, a poesia é a “profissão” do momento, uma vez que brotam poetas como mato, embora, com exceção de Manoel de Barros, Ferreira Gullar, Ivan Junqueira e Carlos Nejar, daria para se contar nos dedos da mão direita o número de bardos detentores de originalidade e talento. De outra feita, a safra é tão significativa em gênero, número e grau (etílico homérico!), que penso em aconselhar o governo federal que os exporte para o Oriente Médio, EUA ou China, a fim de que se aumente o tal bendito pibinho da presidenta Dilma Rousseff. Deus que os perdoe, mas há quem sugira que se organize um Concurso Nacional de Poesia, com a seguinte premiação: Primeiro lugar, um passe do pastor Marcos Pereira; ao segundo colocado, um tour de ônibus pela cidade do Rio de Janeiro. Ao terceiro lugar, uma bicicleta.
São os tempos pós-modernos que produzem poesia tipo C em toneladas, sem controle de qualidade e estoque, mas com prazo de fabricação, validade e entrega (delivery ou self service?), assegurados pelo direito do consumidor. Na contemporaneidade lírica, para ser admirado pelo espectador ou leitor, é fato que bastaria ao poeta, para reconhecimento público e editorial, dar sete cambalhotas e dois saltos mortais; plantar três bananeiras sem perder o fio da meada do recital; se atirar ao chão a simular espasmos de epilepsia ou coisa parecida; e mostrar seios ou bunda à farta para delírio da plateia, sob o slogan em néon ou laser: uma imagem vale por mil vocábulos. Mas, afinal, o poema é feito da visceral e sagrada Palavra posta em versos ou de pirotecnia acrobática provinda da caraminhola da Deborah Colker e do Circo de Soleil?
Posteriormente, o performer dana-se a discursar a não poder mais a favor da inconstitucionalidade do aumento da maioridade penal, a denunciar o absurdo da legalização do plantio de cana-de-açúcar na Amazônia, a clamar pelo cúmulo dos desperdícios tupiniquins das obras faraônicas para a Copa do Mundo e Olimpíadas ou a esbravejar diante da queda de braço entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Poesia que é bom, necas!... Aliás, por que pensar em estética estilística ou versificação, já que obra dever ser escancarada, livre, leve e solta para orgasmo coletivo e catarse alheia, fincados no âmago de cada declamação apoteótica ou apocalíptica, conforme a cosmologia ou o Big-Bang da explosão bíblica: “No princípio era o Verbo...”.
Para fácil identificação, eis o perfil social deste indivíduo que se matriculou em sete cursos universitários, e, por ser autodidata anarquista e livre pensador, não se encontrou em nenhum percurso acadêmico; se aventurou em treze ofícios e, por ser alternativo e transgressor, não conseguiu se adaptar ao trabalho regular com horário e carteira assinada; casou-se quatorze vezes, divorciou-se, e mora com a mãe do poema em epígrafe, até se deparar com a alma gêmea de sua musa amada. E como a vida imita a arte, a venerável senhora lhe aconselharia: “– Vai ser poeta, meu filho, e vê se não enche o saco do bode velho do Dionísio!...”.
*Wander Lourenço de Oliveira, doutor em letras pela UFF, é escritor e professor universitário. Seus livros mais recentes são ‘O enigma Diadorim’ (Nitpress) e ‘Antologia teatral’ (Ed. Macabéa). - wanderlourenco@uol.com.br


Muito bom!

O caro leitor, sempre atento, percebeu que a partir de agora, segundo a observação do  autor, um doutor em letras e escritor, temos um perfil, ou quiça um texto base, dos neopoetas brasileiros.

Sim, caro leitor, o perfil, ou quiça esboço esforçado, fala de um novo poeta que surge em grandes quantidades, tal qual os cupins em fuga desesperados com o fogo na colméia.

São os neopoetas, pois todos, ou a maioria, manifestam-se sobre questões do cotidiano , seja no campo político , seja no campo social.

Independente da crítica do autor, bem formulada no tocante a concepção acadêmica que por sua vez nem  sempre dialoga com a realidade social, o poeta nada faz do que extrair da realidade o óbvio esquecido, ignorado, ocultado pela cegueira da cultura de massa supercial vigente em tempos de exaltação a imagem.

"a silutea caminhava pela noite escura , com a luz trêmula da lamparina"

um trecho de uma poesia , de um grande poeta iraquiano, que revela nada mais que o óbvio, o cotidiano, o invisível para a maioria das pessoas.

O poeta é esse sujeito, que independente de sua profissão de diplomata, engenheiro, professor , ou mesmo escritor e poeta, relata aquilo que todos veem , diariamente, mas não enxergam, eternamente.

" da janela de minha casa observava a menina, na casa do outro lado da rua, se lambuzando com chocolate"

Uma passagem do poema Tabacaria , de Fernando Pessoa.

Comer o chocolate, sentada na porta da casa , talvez seja algo que a maioria não perceba e, menos ainda, dê algum sentido.

Somente os poetas podem fazẽ-lo, e mais, dar vida e sentido as coisa mais simples.

O autor, com um discurso que tangencia o político, tangência similiar a passagem de alguém por uma grande bunda em um trem lotado ,já que o autor se manifestou sobre as proliferações de bundas na poesia performática, o que não necessariamente significa que o acadêmico tenha  uma inclinação pelas regiões glúteas, apenas uma constatação, se coloca no mesmo lugar dos poetas que se utilizam de questões sociais e políticas em suas performances.

Os trovadores a varejo, citados pelo autor, via de regra são manifestações da periferia dos grandes centros urbanos e, essas pessoas, poetas, se utilizam do seu dia  a dia, de suas aflições, da vivência em suas comunidades, do esquecimento por parte das autoridades, da opressão história que vivenciam para externar suas percepções da realidade que, inevitavelmente não podem estar dissociadas da luta pela vida, pela sobrevivência.

Esses , imagino, e o caro e atento leitor também , que seriam os trovadores a varejo, os que brotam como mato, segundo a crítica do autor.

Esse movimento, sim, considero como um movimento, pode ser comparado ao movimento da poesia marginal, surgido nos anos da década de 1960 e 1970, onde um forte conteúdo político, social estava associado a uma estética estilística livre.

Talvez isso incomode o autor, acadêmico, de orientação política de direita como se percebe nas entrelinhas do texto, e atento observador de bundas , peitos, e acrobacias, talvez marcadas por imagens bíblicas que a mamãe o obrigou a ver.

A poesia, talvez o autor não saiba, está presente nas vida de grandes homens, que  durante suas vidas , se dedicaram de forma brilhante as suas profissões, fosse no campo da arquitetura, o poeta Niemeyer, da física, os poetas Einsten ( também músico) e David Bohn, na psicologia, Karl Jung,  apenas para citar alguns.

A poesia, entendo , deve ser livre, sem amarras, sem preconceitos, sem esteriótipos e, mais ainda, deve ser incentivada, assim como o ensino da Filosofia e das Ciências Sociais, em todas as instituições de ensino da rede pública, desde cedo, bem cedo, sem que a mamaẽ precise dizer para o filho que ele deve ser  poeta, pois a poesia , em essẽncia, assim como os artes de uma maneira geral, são indispensáveis para o sucesso de qualquer pessoa, em qualquer profissão, inclusive no ensino das letras.

Vá ser poeta, dotô !