domingo, 3 de fevereiro de 2013

Palavras + Leis = Golpe

Imprensa e toga: a tentação do golpe

Não deve ser motivo de surpresa que os membros dos dois campos (midiático e jurídico) se vejam empenhados em mudar as regras formais do jogo político, inaugurando uma série de eventos dramáticos com o objetivo último de deslegitimar o governo eleito pelo povo.



Como realizar uma tarefa desmedida, a retomada da agenda neoliberal, se na direita nada há que não seja um imenso vazio? A sua ideologia, incapaz de se reciclar, continua se apoiando em um pensamento econômico que, além do fracasso retumbante, exige para sua implantação, a derrocada das mínimas condições democráticas vigentes.

Para operar a demolição do país é necessário modificar profundamente a estrutura de poder no Brasil. E não nos iludamos. O protagonismo do judiciário, traduzido em confronto permanente com o Legislativo e outras instâncias da organização republicana, nomeadamente, o Poder Executivo, é peça central de uma onda golpista que tende a se acirrar em 2013.

É bom lembrar, como destaca a tradição marxista, a capacidade das classes dominantes de deslocar o centro do poder real de um aparelho para outro tão logo a relação de forças no seio de um deles pareça oscilar para o lado das massas populares. A estratégia é restabelecer, sob nova forma, a relação de forças em favor do capital rentista. É à luz da perda de importância dos partidos conservadores, em especial do PSDB, que se estabelece a proeminência das corporações midiáticas e de um STF por elas pautado.

Não deve ser motivo de surpresa que os membros dos dois campos (midiático e jurídico) se vejam empenhados em mudar as regras formais do jogo político, inaugurando uma série de eventos dramáticos com o objetivo último de deslegitimar o governo eleito pelo povo.

E por que tal empreitada ainda se afigura no horizonte das viúvas do consórcio demotucano? Porque nossas elites estão pouco acostumadas com a vida democrática, sendo incapaz de enriquecer o debate político. A democracia, como todos sabemos, não prospera sem o compromisso de todos com sua manutenção.

Seria preciso que a imprensa, o sistema educacional, as lideranças empresariais e intelectuais apoiassem a ideia democrática como única forma que legaliza e legitima o conflito. Nada mais incompatível com a prática e o discurso que caracterizam a falange neoliberal brasileira, forjada a ferro e fogo em uma formação autoritária secular que considera a negociação de interesses opostos como fator impeditivo para a adoção das medidas necessárias solicitadas pelo mercado. Estamos diante de atores que, como sabemos há muito tempo, não recuam de medidas mais radicais para a execução das tarefas a que se propõem: o desmonte do Estado e o aniquilamento da cidadania.

A maior presença, dia a dia, do Poder Judiciário reconstitucionalizando o direito ordinário à luz dos editoriais (estatutos) da mídia corporativa, não é um episódio isolado, uma carta encomendada apenas para o julgamento da Ação Penal 470. A nova direita brasileira, cega e surda, arrogante e displicente, irá às últimas consequências para o cumprimento de suas metas. Nem que para isso tenha que levar à desmoralização o seu próprio braço parlamentar.
Não há limites para o golpismo. Se dessa vez o estamento militar opera nos marcos da legalidade, não há problemas. Que se troquem as fardas por togas dóceis. A margem de manobra é mínima, mas a tentação é grande.

A tarefa mais urgente, pois, é continuar mobilizando a vontade nacional, atuando em todos os movimentos sociais organizados. É preciso deflagrar uma campanha orgânica de desmistificação do noticiário envolvendo questões legais. Ao país interessa um Poder Judiciário que , como guardião da Constituição Federal, dinamize os instrumentos processuais constitucionais previstos para garantir o funcionamento da democracia. E isso significa evitar que o Estado volte a ser atropelado pela insanidade dos golpistas, ficando sem condições para cumprir e fazer cumprir as leis.
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Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil



O assunto de uma tentativa de golpe de estado nos governos do PT está presente quase que diariamente nas mídias alternativas, ou "sujas", como são chamadas.  

Importante que seja assim.

De fato, desde a primeira vitória do PT, isso lá pelo final de 2002 -quando os EUA se preparavam para inavadir o "perigosíssimo" Iraque que ameaçava o mundo "civilizado" com um arsenal de armas de destruição em massa  - que a  grande imprensa brasileira e também todo o grande aparato midiático trabalha diariamente para inviavilizar os governos populares e democráticos do PT.

E foram muitas as tentativas, explícitas, para alterar a agenda vitoriosa escolhida pelo povo. Sim, o povo que votou em Lula e Dilma, votou e escolheu não apenas candidatos, mas também uma agenda de governo.

O primeiro grande movimento para derrubar Lula e o PT aconteceu em 2005, quando surgiu a denúncia do chamado mensalão e fez com que a aprovação de Lula e seu governo atingissem os percentuais mais baixos, que comparados com o governo anterior ainda eram índices expressivos.

Os rejeitados pelo povo, com o auxílio da mídia e da imprensa, querendo alterar a vontade popular e a agenda vitoriosa.

A partir de meados de 2005 até a eleição presidencial de 2006, algo em torno de 16 meses, foi um bombardeio diário promovido pela grande imprensa e pelo aparato midiático, contra Lula e o governo do PT. Dezembro de 2005 era comum encontrar na sopa de letras do caldo direitista golpista expressões do tipo: " Lula está morto",   "dificlmente vai se reeleger", "está acabado"

O desejo  e a realidade  caminhavam separadas.

Algumas vozes, mesmo do campo da direita, alertavam contra o otimismo que dominava os quartéis midáticos da estrutura golpista. Em dezembro de 2005 , ouvimos:
- FHC ao questionar uma  afirmação de um otimista repórter da grande imprensa ao entrevistá-lo, afirmando que Lula estava politicamnete morto; " você acha ? Não tenho certeza disso "
- Delfin Neto, alertando aos otimistas da grande imprensa:
"Lula é um líder, tem um capital político gigantesco. Ele não só está vivo como tem grandes chances de vencer as eleiçoes de outubro"

A estratégia usada pela grande imprensa, para atacar Lula e o PT, nos desesseis messes que antecederam o pleito de 2006  foi cuidadosamente tecida, até mesmo com detalhes rococó, em um revezamento no lançamemto de supostas novas denúncias entre os principais veículos de imprensa.  Veja trazia um factóide que, obviamente seria repercutido a exautão pelos demais. Na semana seguinte o jornal nacional da tv globo, apresentava denúncias "fantásticas" e inquestionáveis sobre o governo. Dias ou meses seguintes, seria a vez da Folha de SP, com reportagem  "cuidadosamente investigada" por seus funcionários cumpridores de ordens, e assim o mesmo com o Estadão e outros jornais da grande imprensa.

E foi assim até o primeiro turno da eleição de 2006, que apontava o "morto" Lula como favorito , até mesmo para vencer em primeiro  turno.
E aí, mais uma vez, em uma tentativa derradeira, a grande imprensa e o aparato midiático lançaram-se nas vazias e desertas avenidas de suas letras, sons e imagens, para alterar a vontade popular das avenidas reais que se delineavam para Lula. 
Surgia, aos decibéis do desespero midiático, um factóide que ficou conhecido como a compra de um suposto dôssie sobre o PSDB por partidários de Lula, com a intençao de prejudicar o candidato do PSDB,. A farsa foi montada. 
Cuidadosamente montada, inclusive com o dinheiro vivo que seria utilizado para pagar os donos do tal dossiê. 
As fotos dos jornais e as imagens no sensacionalista e "ético" jornal nacional da tv globo,nas véspera da eleição, foram feitas para que não surgissem dúvidas; O PT queria melar a eleição com métodos nada democráticos. 
A verdade revelou o oposto, mas mesmo assim o clima criado pela grande imprensa e pelo aparato midiático foi o suficiente para impedir a vitória de Lula já no primeiro turno, fazendo com que a eleição fosse para o segundo turno entre Lula e o candidato do PSDB. 
Foi um clima tão estérico e focado em alterar a vontade popular que tv globo , omitiu, no jornal nacional daquele dia, um dos maiores acidentes da aviãção comercial da história brasileira, o avião da empresa Gol, que se chocou com um pequeno jato, e caiu na floresta amazônica, matando todos os seus ocupantes.  
Nada poderia alterar o foco da opinião pública, na visão dos feiticeiros da redação da casa dos marinhos.

Consolidado o segunto turno, o país inteiro sentiu uma enorme sensação de vazio e perplexidade, por conta do silêncio imediato da grande imprensa e do aparato midiático ( que fazaim um barulho ensurdecedor por quase dois anos), que , de certa forma, acreditavam ter cumprido seu papel até aquele momento, ou seja, conseguir pelo menos um segundo turno. Porém esqueceram-se que gastaram toda sua força no primeiro turno e Lula venceu  até com facilidade e ainda a eleição revelou algo inusitado:
 - o candidato do PSDB, no segundo truno teve menos votos que os obtidos no primeiro turno.
Compreende-se , pois no primeiro turno a população sofreu uma violenta pressão midiática e algumas pessoas ainda são sujeitas a esse tipo de pressão.

Lula aprendeu a lição e no seu segundo governo dedicou-se mais ao povo e entendeu que não há nenhum tipo de acordo com os setores da elites retrógrados e reacionários e aí entende-se toda a grande imprensa e o aparato midiático.

Cascudo em livrar-se das armadilhas, Lula fez um segundo governo com total desenvoltura , projetando ainda mais o país internacionalmente, para desespero da imprensa que insistia em apresentar sempre um noticário negativo em relação ao governo.  A realidade sempre vence e Lula emplacou Dilma na presidência, para desepero ainda maior da direita , agora ainda mais fragilizada.

Não faltaram, porém, as mesmas técnicas de manipulação de distorção dos fatos sempre para beneficiar o candidato da oposição, que em 2010 era representado pelo fervoroso religioso José Serra. Ficou famosa , inclusive com status internacional, o "atentado com uma bolinha de papel na área de calvice do candidato da oposição". Sabemos todos, que  a tv globo quis transformar o fato em um atentado contra a integridade física do candidato religioso da oposição. 
Com as redes sociais já bem mais disseminadas e atuantes que em 2006, a farsa da bolinha de papel foi desmascarada, transformando-se em um dos maiores micos da tv globo.

Dilma chegava ao poder, emplacando o terceiro governo sucessivo da bem sucedida agenda do PT.
Os três primeiros meses do governo Dilma foram marcados, no noticiário da grande imprensa e do aparato midiátio, em diários e violentos ataques contra Lula e seu governo , inclusive com ataques de cunho pessoal , até mesmo tangenciando xingamentos . Lula deixara o governo, e não podia responder pela mídia, como sempre fizera quando  governo. 
A grande imprensa e o aparato midiático, através de seu comportamento nesses três meses iniciais, revelaram para todos o seu ódio e como deve ter doído, para a imprensa e elites retrógradas, as verdades que Lula apresentava na imprensa enquanto governo.

O foco da imprensa e do aparato midiático, mudou e tentativas inúeis fracassaram ao se tentar apresentar a Presidenta Dilma como deslocada de Lula e PT. A idéia de uma governante apenas técnica foi um fiasco.

Enquanto Lula se recuperava de uma cirurgia para tratar de um cancer, a imprensa seguiu seu mantra de apresentar somente aspectos negativos do governo Dilma. O Brasil"era um caos" na leitura dessa imprensa.

Até que é chegado o momento do julgamento da ação penal 470, rorulada pela imprensa como mensalão.

Para todos nós conhecedores do comportamento da grande imprensa e do aparato midiático, inclusive o caro leitor, claro, o início do julgamento da AP 470 foi revelador
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No dia em se inicou o julgamento dos réus, toda a grande imprensa e o aparato midiático disponibilizaram um farto material jornalistico que, entre outras coisas, revelava uma enorme expectativa pelo o que se iniciava e, também uma grande ansiedade por resultados possívelmente conhecidos. Ao ver o farto material nas bancas, pela manhã, conclui de imediato:

- aí tem coisa.

Por outro lado, e o tempo demonstrou ser o lado realista, a população brasileira não nutria da mesma expectativa  e menos ainda demonstrava ansiedade pelo que viria.

Excesso de expectativa e de ansiedade também cegam.

A grande imprensa, que sempre quando acusada se defende que apenas retrata os movimentos e anseios da população, criava uma pauta instiutcional que se prolongou diariamente por meses, o que , com certeza, deve ter contribuído para mais um de seus fracassos. Não que o povo não se interesse por assuntos dos poderes da república, porém esses assuntos tomaram o lugar da realidade, da vida cotidiana nas cidades e ainda contribuiram para omitir ainda mais as realizações positivas do governo federal que afetam diretamente a vida do povo. Na visão , ou desejo, ou ambos, da imprensa e do aparato midiático, o Brasil se resumia a expressões áridas, de difícil entendimento para a maioria do povo, e ainda sobre um assunto polêmico na compreensão popular, que é a corrupção. 

O tempo e a experiência tem demonstrado que o brasileiro não confere um peso excessivo a corrupção para a escolha de seus rerpresentantes políticos. Até o momento ninguém consegue explicar tal comportamento, entretanto um amigo delegado de polícia me confidenciou o seguinte:

- no sistema prisional brasileiro, cadeias , penitenciárias , etc, os  presos por  "crimes" políticos e ideológicos e os presos por crimes financeiros, são os que menos sofrem represálias  e violências pelas lideranças de dententos mais antigos. Parece haver um respeito e admiração, pelo mundo do crime, por estas modalidades de práticas criminosas. Talvez esse respeito tenha eco nas populações mais carentes podendo até mesmo afetar a classe média.

A declaração do amigo delegado, um homem da lei, merece uma atenção e um estudo mais detalhado.

Voltando ao julgamento da AP 470, o que se viu, nunca dantes na história do páis, foi um desfile de egos togados, que devido a visibilidade, sufocavam a população até mesmo em locais remotos.

Todo o discurso midiático encaminhava para uma condenação exmplar dos réus,antes mesmo que que as sentenças fossem apresentadas. Para isso , não faltaram jornalistas e colunistas apresentando variadas teses que não poderiam deixar dúvidas quanto a um resultado que não fosse pela condenação dos réus.

Parece para os mais atentos, e o caro leitor se inclui no grupo, que houve um direcionamento para um resultado que fosse somente aquele desejado pela imprensa e pelo aparato midiático.

A pressão foi intensa, desproporcional e  absurda.

Juízes do STF que ousaram  apresentar pareceres contrários ao desejo comum da imprensa, sofreram represálias pelos meios de comunicação que chegaram, inclusive, a sugerir protestos da população contra tais juízes, em uma ação clara de violência e intimidação. 

Tudo isso acontecia a margem  da realidade do povo e , como ficou demonstrado, em nenhum momento o assunto seduziu a população, apesar de tentativas por parte de jornais populares em popularizar os juízes do STF.

Não deu samba. 

O ponto alto da articulação midiática foi "coincidir" a apresentação das sentenças dos réus com as eleições municipais de outubro de 2012. onde  toda a imprensa e o aparato midiático acreditava cegamente que uma vez declarados culpados, o PT e os candidatos do governo sofreriam grande derrotas.

Erraram feio. E mais uma vez. 

Se não bastasse o fracasso da imprensa  em tentar  conduzir a opinião pública, o PT e os partidos da base aliada do governo foram os grandes vitoriosos das eleições, com destaque para a conquista da prefeitura da cidade de São Paulo, um reduto conhecidamente oposicionista. Nesse aspecto surgia a figura do ex-presidente Lula como o grande vitorioso das eleições.

Certamente não foi uma bala de prata na cabeça de grande imprensa, mas provocou inúmeros e sérios ferimentos na já combalida e desmoralizada estrutura de oposição do país. Essa mesma estrutura que durante meses a fio trabalhou de forma ordenada para ordenhar até a última gota do mais precioso elixir que acreditavam , eles da imprensa, seria a fórmula para transmutar a realidade democrática e polítca do país.

As palavras não foram eficazes.

Confirmado como o grande vencedor das eleições, Lula passou a ser perseguido ainda mais, como já era de se esperar. Aliás em um pronunciamento recente em um fórum em Havana, Cuba, ao se referir a imprensa Lula disse que é atacado por que é um vencedor, e os setores que o atacam não tem compromisso com o Brasil e muito menos com as necesidades do povo. 

Sempre exato e preciso e ex-presidente.

Voltando ao desdobramento da vitória esmagadora do PT e do governo nas eleições, a grande imprensa e aparato midiático imediatamente, demosntarndo nehuma racionalidade e uma  inteligência limitada, partiram para o ataque contra Lula com acusações desprovidas de qualquer aproximação com a realidade do ex-presidente. Até a vida pessoal e íntima de Lula foi atacada, em um dos momentos em que a imprensa brasileira e o aparato midiático revelaram todas  as entranhas de sua mediocrídade.

Nunca dantes na história do país a imprensa e o aparatao midiático se expuseram tanto na tentativa de alterar a vontade popular, a ponto de colapsar todo e qualquer resquício de credibilidade que ainda pudesse existir para esses meios.

Lula não se intimidou e como resposta anunciou a retomada das caravanas pelo país, onde estará ao lado do povo, discutindo e debatendo os principais problemas.

Ao tomar conhecimento da resposta de Lula a imprensa enlouqueceu ainda mais. Não mais sabia o que pautar, a AP 470 que estava definida, a tentativa de incriminar de alguma forma o ex-presidente, ou ainda atacar o governo Dilma. 
Optou pela última.
Foi quando teve início, de forma repentina como é de praxe no ordenamento midiático, uma séria de notícias negativas sobre o governo Dilma. O País estava um caos. Com Lula em stand by, para novas investidas quando for o caso, a grande imprensa e o aparato midiático resolveram  acabar literalmente com o pais.
Teve início a gritaria sobre um fictício apagão de energia  que poderia ocorrer a qualquer momento, tamanha era a gravidade do setor de energia elétrica do país.
Para sustentar o delírio não faltaram, claro, os especialistas de plantão que circularam por vários veículos de imprensa para sustentar a tese desejada, não a realidade.

Foi a gota d'água no reservatório presidencial.

Devidos as mentiras alarmistas que visavam desestabilizar a ordem  democrática, a Presidenta Dilma ocupou o espaço eletromagnético e , em cadeia nacional de rádio e TV, no horário nobre, esfarelou toda a farsa montada pela frágil oposição e pela imprensa.

Foi mais um massacre sofrido  por uma imprensa, agora claramente e indiscutivelmente orientada para o conflito e a desestabilização da ordem democrática, ou seja o golpe.

Daí, meu caro leitor, a insistência proativa desse blogueiro e de outros sites, portais e blogues "sujos" em tratar quase que diariamente desse assunto, pois como bem colocado pelo artigo publicado em CARTA MAIOR, motivador desse meu comentário, novos passos serão dados pela imprensa e pelo aparato midiático  na tentativa de desestabilizar e alterar a ordem democrática. Com a proximidade das eleições de 2014, faltam pouco mais de vinte meses, esses passos serão uma constante e o alinhamento e parceria com setores do judiciário podem viabilzar o chamado "golpe democrático" a exemplo de Honduras e Paraguai.

Toda a atenção é necessária e deve se estender para além do noticário político e econômico. A título de exemplo, convido o caro leitor, ainda neste  artigo, a me acompanhar na análise de como outros assuntos de âmbito midiático contribuem para os ideiais opressores e  golpistas. 

A cultura, ou a ausência desta, é uma estratégia em curso para desmobilizar a população. 
Já vem de duas décadas, desde a queda dos regimes comunistas do leste europeu, que um movimento de idiotização e imbecilização cultural está em curso. 
A décadade 1990 viu a chegada desse movimento, com intensidade e extremo frenesi, que rapidamente contaminou e ocupou todas as emissoras de rádio e tv. 
As artes , no pior do popular e de consumo fácil, consolidavam-se como referência em nossa cultura e em todo o ocidente. 
Ganhava corpo a cultura da exibição, o sucesso a qualquer preço.
O brasileiro nunca foi tão exibicionista. 
Chegamos ao ápice, hoje, com a cultura de reality shows de vermos profissionais como artistas, esportistas, jornalistas e outros ( ou seja , profissionais em que a própria profissão confere visibilidade) participando de reality shows para externar mediocridades e vulgaridades de suas vidas pessoais, que em nada interessam para o público. 
O exibicionismo chegou a um ponto em que o Brasil lidera o ranking de cirurgias  íntimas, que para surpresa do público, são detalhadamente apresentadas pelas pessoas que a elas se submetem. 
Os relatos de intervenções cirúrgicas plásticas em vaginas e bolsas escrotais ( para o leitor pouco familiarizado com termos técnicos, bolsa escrotal é aquela parte da genitália masculina vulgarmente conhecida como saco ), ganham contornos cômicos, se não fossem ridículos e imbecis.
Pessoas que desejam se exibir, desejam se exibir para alguém.  
Relatos de cirurgias em vaginas e em bolsas escrotais, trazem as genitálias para o foco das atenções.
Para quem deve ser direcionadas a nova vagina e o novo saco duro ? 
É a questão que se impõe.
O caro leitor concorda que essas pessoas são cômicas.
O ponto culminate desse movimento de imbecilização e exibicionisno são os reality shows, com destaque para o principal deles, o big brother brasil , da tv globo.  
É o exibicionismo na exibição. 
Chegamos ao ponto do meta exibicionismo.

Entretanto, caro leitor, não se iluda nem mesmo leve o asunto para o campo apenas cômico. 
Uma população majoritariamente imbecil e idiota, que não desenvolva um pensamento crítico sobre os temas da realidade é facilmente conduzida e cooptável.

Os blogues ditos sujos, deveriam ter um selo como os dizeres:

" Penso, logo insisto".


Em paralelo a esse movimento de imbecilização cultural e idiotização da população ,visando o não exercício de formas de pensamento crítico, atuam os chamados think tanks, do campo midiático conservador. 

A fórmula é perfeita.

Aos transformados em idiotas e imbecis colam-se conceitos e visões sobre a realidade.
É comum ouvirmos do campo conservador declarações do tipo:
" não existe mais luta de classes" ou ainda " as pessoas , atualmente, se ocupam apenas de necessidades próximas e comportamentais " 

O caro leitor sabe muito bem que a luta de classes se reinventa, se transforma, e nunca acaba enquanto não acabar a dominação dos mais ricos sobre os pobres.
No final da década de 1990, acontecia a primeira grande manifestação contra o poder do capital. 
A reunião da OMC em Seattle, nos EUA, foi palco de uma grande manifestação, onde diferentes grupos tinham em comum o mesmo inimigo. 
Entre os manifestanmtes encontravam-se  grupos representando o mundo do trabalho, grupos de movimentos pelos direitos humanos, grupos pacifistas, grupos de movimentos ambiental, e outros. Talvez, e com certeza, alguns desses grupos tivessem grandes diferenças entre suas reinvidicações, mas todos tinham em comum o mesmo inimigo.
O que talvez melhor possa retratar essa nova luta de classes em um mundo globalizado, foi o movimento Occupy WS, nos EUA, que apresentou como lema a famosa frase:
' We are the 99%
De fato o 1% que domina não só os EUA mas todo o mundo ( nesse caso o percentual é simbólico pois pode ser para mais ou para menos ) é o responsável pela maior crise civilizacional que o mundo enfrenta, e, consequentemente, o que pode significar uma agenda mínima para a internacionalização dessa nova fase da luta de classes.
Cabe ainda ressaltar que todos os grandes movimentos que revelaram estar a História ainda bem viva e atuante, tiveram como principal demanda a radicalização do processo democrático ( outro ítem para uma agrnda mínima internacionalizada), exigindo a participação popular em todas as esferas de decisões que possam afetar a vida das pessoas. 
Os caso do 15 M espanhol e Occupy WS  são emblemáticos. 
Vale ainda lembrar que durante o período da guerra fria, o capital criticava duramente a ausência de democracia nos regimes comunistas  e, a partir da década de 1990, estamos assistindo a uma contenção e a um retrocesso na democracia de grande países tradicionalmente chamados democráticos.
O debate sobre democracia participativa com a participação das massas é totalmente interditado e ignorado por governos e pela grande mídia, em todos os grande países do ocidente, com exceção para os governos populares da América Latina
Logo, ao ouvir um think tanks do aparato conservador afirmar que não existem mais luta de classes é mais uma fraude intelectual para conduzir a opinião pública. 

Uma outra afirmação que circula com desenvoltura no meio conservador diz respeito ao fim das ideologias , e consequentemente a um novo tipo de cidadão-consumidor  que teria, apenas, preocupações próximas , pessoais e comportamentais como por exemplo:
" que religião sigo, católico ou evangélico ? "
" que roupa da moda eu compro, primeiro a camisa ou o sapato ? " 
" para que time de futebol devo torcer "
" se devo ou não comprar o novo modelo do carro X " .
Caso essa tendência se  consolide, estaríamos assistindo a uma das maiores regressões da espécie humana. Em um período da história onde as pessoas se tornam cada vez mais inteligentes por conta das tecnologias de informação disponíveis , imaginar que assumiriam  um comprotamento desprovido de pensamento crítico e, pior ainda, teriam comportamentos condicionados ao comportamento da maioria, seria algo parecido como emplacar nos seres humanos um estilo pavloviano, ou seja de reflexos condicionados.
Esse tipo de comportamento sugerido pelos think tanks do conservadorismo de fato existe, mas não acredito que tenha força para ser dominante no futuro próximo.
 O último baile do  Império , na ilha fiscal  no Rio de Janeiro, foi uma demonstração de riqueza, opulência e força. O Imperio caiu poucos dias depois. 

Chegando até aqui, convido o caro leitor a refletire sobre esses assuntos etambém participar na campánha pela valorização e reconhecimento da mídia conhecida como " penso, logo insisto".
Muitos blogues e portais da mídia pensante e insistente, tem um número de visitantes diários superior, até mesmo, ao número de jornais impressos diariamente para uma grande jornal, por exmplo. 
Por outro lado esses blogues e portais não recebem do governo federal ( isso para os pouco que recebem) as verbas de publicidade proporcionais ao alcance desses blogues e portais.
É necessário e urgente que o governo federal reveja sua política de distribuição de verbas de publicidade e privilegie , proporcionalmente, todas as mídias existentes e  atuantes .
É inaceitável que determinados veículos da grande imprensa e do aparato midiático continuem recebendo
valores da publicidade bem acima de suas participações proporcionais na audiência e visibilidade desses meios.

Quando a realidade se desloca e o poder ultrapassado ainda se mantem, os conflitos são inevitáveis.




















sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Coice Mijado






Do UOL, em São Paulo
A rede de restaurantes Burger King admitiu que um de seus fornecedores utilizou carne de cavalo na fabricação de hambúrgueres. A empresa disse que testes feitos com a carne produzida em fábrica, e utilizada nas lanchonetes do grupo, possuíam "traços muito pequenos" de dna do animal. O Burger King acusa uma fornecedora irlandesa de ter quebrado contrato e ter agido sem o seu conhecimento. Na semana passada, a rede de fast-food já havia anunciado o cancelamento do contrato com a empresa acusada. Porém, testes feitos pelo próprio Burger King não acusaram a presença de carne de cavalo em produtos de suas lojas . "Nossos resultados independentes sobre o produto retirado de restaurantes foram negativos para qualquer tipo de carne de cavalo", disse, em nota. Investigação revelou presença de carne de cavalo Uma investigação realizada pelas autoridades irlandesas revelou recentemente a presença de DNA de cavalo na carne de hambúrgueres na Grã-Bretanha e Irlanda. Uma das três fábricas incriminadas, Silvercrest, fornecedora do Burger King, reconheceu a adulteração da carne em um comunicado. "Por precaução, decidimos no último fim de semana substituir todos os produtos Silvercrest no Reino Unido e Irlanda pelos de um outro fornecedor aprovado por Burger King", indicou o grupo, ressaltando tratar-se de uma medida voluntária. A Autoridade de Segurança Alimentar da Irlanda (FSAI) havia testado 27 hambúrgueres que diziam ser exclusivamente a base de carne de boi e encontrou traços de DNA de cavalo em 10 amostras e de porco em 23. Em sua maioria foi encontrado pouca carne de cavalo, menos em uma amostra vendida em um supermercado Tesco, no qual havia 29%. Mesmo se os hambúrgueres adulterados não representem perigo à saúde humana, o caso provocou um escândalo no Reino Unido e na Irlanda, dois países onde comer carne de cavalo se tornou um tabu. O primeiro-ministro britânico David Cameron considerou o caso como "extremamente grave".  



Sanduba de Cavalo



Em 22.12.12 publiquei um texto, neste blogue, com o título "O Sanduba Mijado"

Na ocasião o texto foi um comentário sobre um artigo que acusava os 
hamburguers do Mac Donad's de  utilizarem a substância hidróxido de amônio
na preparação da carne moída e prensada, que o caro leitor conhece como 
hamburguer. 

Na ocasião expliquei  que  a substância hidróxido de amônio tem um o dor semelhante ao da urina humana, daí o título do artigo.

Hoje, quarenta dias após o sanduba mijado, aparece mais uma denúncia  sobre
a carne utilizada nos produtos vendidos em cadeias fast food. 

Agora é o concorrente do Mac Donald's a rede de lanchonetes Burguer King, que, conforme o texto acima, estaria comercializando, na Inglaterra, por enquanto, hamburguers de carne bovina misturados com carnes de cavalo e também de porco. 

Um zoológico na composição da carne. 

Consta, ainda, que se não bastasse a mistura de outras fontes de carne animal na preparação do hamburguer, a carne de cavalo estaria contaminada.

A rede Burguer King alega que a culpa é do fornecedor de hamburguers. 

Isso é ridículo.

É o mesmo que comprar um automóvel com os pneus defeituosos e a montadora colocar a culpa no fabricante de pneus.

A rede Burguer King é a principal responsável por todos os produtos adquiridos em outros fornecedores que venham a compor o produto que a rede vende em suas lojas.

Será que a Burguer King não tem um sistema de testes e ensaios, para avaliar os produtos que compra de terceiros ?

Um sistema de controle de qualidade no recebimento, se utilizando de métodos estatísticos confiáveis  já em algo bem antigo no mundo corporativo. 

Atualmente os sistemas de garantia de qualidade compreendem os ensaios e teste durante a fabricação dos produtos, na instalação dos fornecedores, com pessoal capacitado da Burguer King, por exemplo. 

Claro que tudo isso representa um custo. 

Um custo de qualidade e segurança para seus produtos.

Nesses tempos de capitalismo cavalar , tais custos são tidos como desnecessários.

E tudo isso acontece no Reino Unido, local onde surgiu a doença da vaca louca, e que é tido como um excelente exemplo de fiscalização em assuntos sanitários. 

Fica a preocupação do que poderia existir em muita marcas de hamburgues  e também nos produtos comercializados pelas redes de lanchonetes fast food.

Que outras carnes poderiam estar sendo utilizadas ? 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Mente Global

  A  Mente  Global

 

INTERNET NA VISÃO DE AL GORE


Al Gore on How the Internet is Changing the Way We Think


29/01/2013 na edição 731


Informações de Al Gore [The Atlantic, 25/1/13]



In an excerpt from his new book, The Future, the Nobel Prize winner and former vice president talks global networks, Marshall McLuhan, and how computing is changing what it means to be human.

Technology and the "World Brain"

Writers have used the human nervous system to describe electronic communication since the invention of the telegraph. In 1851, only six years after Samuel Morse received the message "What hath God wrought?" Nathaniel Hawthorne wrote: "By means of electricity, the world of matter has become a great nerve vibrating thousands of miles in a breathless point of time. The round globe is a vast brain, instinct with intelligence." Less than a century later, H. G. Wells modified Hawthorne's metaphor when he offered a proposal to develop a "world brain" -- which he described as a commonwealth of all the world's information, accessible to all the world's people as "a sort of mental clearinghouse for the mind: a depot where knowledge and ideas are received, sorted, summarized, digested, clarified and compared." In the way Wells used the phrase "world brain," what began as a metaphor is now a reality. You can look it up right now on Wikipedia or search the World Wide Web on Google for some of the estimated one trillion web pages.

Since the nervous system connects to the human brain and the brain gives rise to the mind, it was understandable that one of the twentieth century's greatest theologians, Teilhard de Chardin, would modify Hawthorne's metaphor yet again. In the 1950s, he envisioned the "planetization" of consciousness within a technologically enabled network of human thoughts that he termed the "Global Mind." And while the current reality may not yet match Teilhard's expansive meaning when he used that provocative image, some technologists believe that what is emerging may nevertheless mark the beginning of an entirely new era. To paraphrase Descartes, "It thinks; therefore it is." [1]

The supercomputers and software in use have all been designed by human beings, but as Marshall McLuhan once said, "We shape our tools, and thereafter, our tools shape us." Since the global Internet and the billions of intelligent devices and machines connected to it---the Global Mind -- represent what is arguably far and away the most powerful tool that human beings have ever used, it should not be surprising that it is beginning to reshape the way we think in ways both trivial and profound -- but sweeping and ubiquitous.

In the same way that multinational corporations have become far more efficient and productive by outsourcing work to other countries and robosourcing work to intelligent, interconnected machines, we as individuals are becoming far more efficient and productive by instantly connecting our thoughts to computers, servers, and databases all over the world. Just as radical changes in the global economy have been driven by a positive feedback loop between outsourcing and robosourcing, the spread of computing power and the increasing number of people connected to the Internet are mutually reinforcing trends. Just as Earth Inc. is changing the role of human beings in the production process, the Global Mind is changing our relationship to the world of information.

The change being driven by the wholesale adoption of the Internet as the principal means of information exchange is simultaneously disruptive and creative. The futurist Kevin Kelly says that our new technological world -- infused with intelligence -- more and more resembles "a very complex organism that often follows its own urges." In this case, the large complex system includes not only the Internet and the computers, but also us.

Consider the impact on conversations. Many of us now routinely reach for smartphones to find the answers to questions that arise at the dinner table by searching the Internet with our fingertips. Indeed, many now spend so much time on their smartphones and other mobile Internet -- connected devices that oral conversation sometimes almost ceases. As a distinguished philosopher of the Internet, Sherry Turkle, recently wrote, we are spending more and more time "alone together."

The deeply engaging and immersive nature of online technologies has led many to ask whether their use might be addictive for some people. The Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), when it is updated in May 2013, will include "Internet Use Disorder" in its appendix for the first time, as a category targeted for further study. There are an estimated 500 million people in the world now playing online games at least one hour per day. In the United States, the average person under the age of twenty-one now spends almost as much time playing online games as they spend in classrooms from the sixth through twelfth grades. And it's not just young people: the average online social games player is a woman in her mid-forties. An estimated 55 percent of those playing social games in the U.S. -- and 60 percent in the U.K. -- are women. (Worldwide, women also generate 60 percent of the comments and post 70 percent of the pictures on Facebook.)

Of Memory, "Marks," and the Gutenberg Effect

Although these changes in behavior may seem trivial, the larger trend they illustrate is anything but. One of the most interesting debates among experts who study the relationship between people and the Internet is over how we may be adapting the internal organization of our brains -- and the nature of consciousness -- to the amount of time we are spending online.

Human memory has always been affected by each new advance in communications technology. Psychological studies have shown that when people are asked to remember a list of facts, those told in advance that the facts will later be retrievable on the Internet are not able to remember the list as well as a control group not informed that the facts could be found online. Similar studies have shown that regular users of GPS devices began to lose some of their innate sense of direction.

The implication is that many of us use the Internet -- and the devices, programs, and databases connected to it -- as an extension of our brains. This is not a metaphor; the studies indicate that it is a literal reallocation of mental energy. In a way, it makes sense to conserve our brain capacity by storing only the meager data that will allow us to retrieve facts from an external storage device. Or at least Albert Einstein thought so, once remarking: "Never memorize what you can look up in books."




Ctrl+C  e  Ctrl+V

Na década de 1970 dois americanos, Richard Bandler e John Grinder, desenvolveram a programação Neuro linguística - PNL .  
Um matemático e outro linguísta mergulharam na estrutura da linguagem e do pensamento, usando para isso os recursos de informática. 
A PNL, inicialmente usada para modelar e copiar ( Ctrl + C  e  Ctrl + V ) experiências humanas bem sucedidas,foi muito mais além. 
Não sendo considerada uma  ciência, nem um método ou uma ramificação de formas tradicionais do conhecimento, mas ao mesmo tempo se relacionanado horizontalmente com inúmeras formas do conhecimento,  a PNL é classificada ( principalmente por editores) como uma psicotecnologia. 
Sistematizando as estratégias de pensamento e formas de comunicação humana ( verbais e não verbais )  tem sido utilizada como uma excelente ferramenta para mudanças pessoais potencializando e despertando habilidades.Alinhando inicialmente o pensamento lógico, analítico e racional, com a intuição, em uma clara interdependência entre corpo e mente, conduz invarialvelmente seus praticantes, ao longo do tempo, à uma ecologia humana. 
Em suma, a experiência humana analisada através de modelo matemático,criou uma base para desenvolvimento de um melhor aprendizado,mudanças comportamentais, de crenças, valores e  de percepção da realidade, contribuindo tembém em formas de aprendizado acelerado. 

A partir da década de 1980,um pouco mais ou  um pouco menos ,em todo o mundo intensificava o uso do computador pessoal, mundialmente conhecido como PC. 
A título de lembrança, na década de 1970 um alto executivo da IBM, na época maior fabricante de computadores, disse em alto e bom som:
" acho um absurdo investir em computadores pessoais,quem vai querer ter um negócio desses em casa ?" 
Executivos erram. 

Com o uso cada vez maior dos computadores domésticos era natural que os usuários desenvolvessem mais suas inteligências, independente se utilizam tais máquinas para produzir softwares, hardwares ou outros serviços ligados ao equipamento. 
O simples uso já exige um pensamento lógico, mesmo com a facilidade criada com a chegada dos softwares estilo janelas. 
Os games também contribuem para um foco objetivo e alinhado do usuário, devido a velocidade das respostas exigidas.
Como em tudo , também tem o lado negativo, pois há registro de casos de usuários, principalmente de games, que foram vítimas de ataques epiléticos e outros distúrbios neuro vegetativos por conta  do uso excessivo e exagerado para algumas finalidades. 
Assim sendo, creio que o uso de computadores pela maioria das pessoas tem contribuído para incrementar a inteligência dessas pessoas. O que assistimos hoje, mais ou menos  30 anos depois da chegada dos computadores pessoais ,é que a geração que já nasceu e cresceu com os computadores tem um desenvolvimento fantástico na inteligência. 
São chamadas ,inclusive de crianças azuis.  

A partir da década de 1990, asistimos a chegada da rede mundial de computadores,a internete, que abriu infinitas possibilidades na criação de produtos e serviços na e para a internete,além de contribuir para novas formas de relacionamento interpessoal,conectando o mundo e o tranformando em uma pequena aldeia, compartilhando emoções, informações, sensações em tempo real. 
O chalé eletrônico de Alvin Toffler se realizava. 
De qualquer canto do planeta se sabe de tudo em tempo real, tranformando a vida de pessoas principalmente em locais remotos, que antes viviam quase que isoladas dos acontecimentos. E mais, atualmente qualquer pessoa motivada por questões estéticas pode viver, com todo conforto e bem informada, no alto de uma montanha, por exemplo. 

O que estamos assistindo e vivenciando são tranformações profundas, isso em menos de trinta anos. Já vivemos em um mundo onde quase tudo é imaterial, fluido talvez o melhor exemplo seja a imprensa e os impressos, como os livros, por exemplo. Para muitas pesoas de idade mais avançada é quase impossível ler um livro, um texto, um jornal, sem o contato físico com as mãos e os dedos. " tenho a sensação de que não li nada" disse uma pessoa ao se iniciar nos computadores e na internete. O mesmo se aplica para relações interpessoais, onde se conversa por horas, vivenciando sensações  e emoções, sem nehum contato físico com os interlocutores. Até flores virtuais são enviadas. Em breve a internete irá viabilizar para seus usuários a vivência de outros sentidos, como o olfato, por exemplo. Em um mundo onde o real é virtual e o virtual é real, certamente desdobramentos na psiquê , individual e coletiva , estão em andamento.
É bem provável, que em duas décadas , ou menos, todas as pessoas se utilizem diariamente dos recursos da informática  conhecidos e certamente por muitos outros que ainda virão. 

Com o desenvolvimento da informática e da internete,estamos fazendo o caminho contrário de Bandler e Grinder, ou seja mudando comportamentos, crenças, valores, através do meio que utilizamos para realizar a maioria de nossas atividades,profissionais ou não.
A parte lógica e recional assim se desenvolve.  

Por outro lado é necessário o alinhamento com os aspectos intuitivos, emocionais e sentimentais, que através da internete somente em parte tem algum crescimento. 
Verificamos, em todo o mundo,um número crescente de pessoas envolvidas em práticas de yoga , exercícios respiratórios, atividades físicas, e alimentação saudável. caminho necessário para o alinhamento razão emoção e a ecologia humana.
Uma boa imagem para ilustrar o processo em que estamos inseridos  é a imagem de um círculo, onde as linhas que dão o contorno do círculo representam todos os recursos e ferramentas da tecnologia da informática, computação e informação, e o interior do círculo as técnicas utilizadas para alinhar e desenvolver os aspectos da intuição, da emoção e dos sentimentos. 
Já são muitos os que trilham este caminho há muito tempo  e que hoje, certamente, já desfrutam por conta da expansão de nossas mentes que a internete proporciona, formas de comunicação pessoa -pessoa, sem qualquer tipo de sinal elétrico ou eletrônico, a telepatia.

Quanto ao surgimento de uma mente global, proporcionado pela extensão de nossas mentes via internete, a idéia é fascinante e poderosa, no que concerne a sua existência. 
Cabe lembrar que tal mente é composta pelo conjunto de todas as mentes individuais, que contem, cada uma,  toda a mente global em si
.
Acredito , também, que em menos de duas décadas essa mente global se fará presente em grandes transformações no planeta, que hoje, já são percebidas  e também necessárias, principalmente  em assuntos de preservação do planeta, seus recursos naturais, suas formas de extração e as trocas entre pessoas  e países, além da criação de um novo pacto civilizatório.

Quanto a futuro, creio que é impossível dizer como ele será, entretanto acredito que ele será aquilo que a mente global desejar. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Culpa é da Lâmpada

A  CULPA  É  DA  LÂMPADA

 

El País’ caiu no conto do vigário

Por Alberto Dines em 29/01/2013 na edição 731
“Barriga” do ano, dizemos nós. “Tremendo error” acusa Tomàs Delclós, o “defensor del lector” (ouvidor, ombudsman).
“Una de las mayores equivocaciones de su historia”, admite o próprio El País na capa da edição de domingo (27/1). A dramática matéria de duas páginas com os pormenores, minuto a minuto, do espetacular fiasco teve um título destinado a entrar para os anais da autoflagelação e autocrítica: “El gran patinazo”, a grande derrapagem.
A falsa foto de Hugo Chávez entubado publicada na capa da edição da quinta-feira (24/1) não pode ser interpretada como um novo revés da mídia impressa. Ao contrário: é mais uma demonstração dos embustes e engodos que circulam e envolvem a rede mundial de computadores.
Os 37 anos de uma incomparável história de sucesso jornalístico e empresarial protagonizada pelo “periódico global en español” foram maculados não por uma desgraçada decisão, mas por uma incrível e arrastada indecisão.
Apesar da firmeza e presteza com que o jornal logo depois procurou interromper e reparar a divulgação da falsidade assumindo plenamente todas as responsabilidades, ficou registrada uma indelével e inadmissível vacilação. Vacilo, como dizem os nossos jovens.
História inverossímil
A partir da legenda da foto falsa até o relato do trágico suspense que a antecedeu [ver remissões abaixo] flagrou-se uma hesitação impensável, um espantoso titubeio num organismo que deveria estar firmemente amarrado por convicções seminais.
A premissa elementar que rege o processo decisório de um veículo jornalístico é que a sua credibilidade não pode ser colocada em risco. Ponto. Sob nenhuma hipótese. Ponto de exclamação.
Assumido este compromisso crucial, ontológico, torna-se mais fácil lidar com qualquer das dúvidas, desafios e, sobretudo, as infernais tentações do dia a dia.
A ausência do diretor de Redação, Javier Moreno – naquele momento em Davos, Suíça, acompanhando o Fórum Econômico Mundial –, contribuiu de alguma maneira para amaciar o dogma intocável. A cadeia de comando do El País funciona impecavelmente e não poderia ser diferente num jornal construído para ostentar um padrão contínuo de qualidade em todas as edições, páginas e secções.
Faltou, porém, logo no início do episódio, o murro na mesa destinado a dissolver, de saída, as primeiras dúvidas e consolidar certezas. Isso se comprova quando no meio da tarde da quarta (23/1), o diretor-adjunto Vicente Jimenez faz uma videoconferência pelo Facetime com o seu superior, Javier Moreno:
– Temos a foto de uma pessoa que parece Hugo Chávez em um centro cirúrgico. Está sendo oferecida por uma agência e estamos fazendo gestões para consegui-la porque primeiro foi oferecida a El Mundo [principal competidor, de tendência claramente conservadora].
– O que sabemos desta fotografia? – pergunta Moreno, experimentado jornalista, professor de jornalismo, químico de profissão, figura firme e tranquila.
Neste exato momento, e a partir da inocente pergunta, começa a fatal sucessão de erros: o prudente diretor caíra na armadilha da competição. O ardiloso vírus da disputa concorrencial trincou a cláusula pétrea da credibilidade. Moreno fascinou-se com o produto, sem se importar com as suspeições que o envolviam.
– Não entramos neste tipo de leilão, mandem a Gtres Online [nome da agência vendedora] enfiar a foto no... – teria dito o mesmo Javier Moreno se fosse dado a este tipo de imprecação e não estivesse a cerca de mil e quinhentos quilômetros da redação.
Aparentemente, os negociadores do El País não sabiam que o concorrente desistira do negócio. Mas sabiam – sem estranhar – que a agência vendedora da foto havia feito uma redução de 50% no preço do trambique (de 30 mil para 15 mil euros).
Pechincha dessas proporções é gritantemente suspeita, comprometedora. Coisa de embusteiro. A direção do diário também não desconfiou quando a agência ofereceu alguns dados sobre a foto: fora tirada por uma enfermeira cubana, enviada por e-mail à sua irmã, moradora na Espanha, que, por sua vez, procurou uma amiga que colaborava na agência.
Um estagiário recém-admitido no poderoso rotativo Voz de Cabrobó dos Matos teria percebido que o relato não se sustentava: uma enfermeira em Cuba – um estado policial – conseguiria entrar na sala de cirurgia ou UTI com uma câmera ou celular para fotografar o paciente mais vigiado do mundo e escapar incólume? Nem em filme de James Bond.
Imagem fajuta
Como exercício dialético, imagine-se agora se a foto fosse verdadeira: El País poderia badalar o furo de reportagem ou teria que admitir que comprou a foto na feira de bugigangas digitais? E o que aconteceria 24 horas depois de publicada a façanha? Além das congratulações de leitores bajuladores, matérias autogratulatórias, promessas de prêmios e outras mundanidades durante um par de dias (a fama tem vida curta também no segmento de jornais), qual seria a efetiva contribuição da foto para acabar com o secretismo que envolve a cirurgia na “região pélvica” do caudilho bolivariano?
Que interesse para o leitor e para a opinião pública teria a publicação da penosa foto de um líder político visivelmente sofrido, anestesiado e entubado num hospital? Se o paciente estivesse morto – ao contrário do que apregoa o governo venezuelano – a foto verdadeira teria um valor informativo. Mas estando vivo e a foto, verdadeira, constituiria uma clara invasão de privacidade.
Se o desafio jornalístico era questionar a cortina de silêncio em torno da saúde de Hugo Chávez (protegido há dois meses num bunker hospitalar cubano), existe pelo menos uma dúzia de opções menos arriscadas, mais legítimas e jornalísticas.
O erro maior dessa incrível coleção de infelicidades foi o de não mostrar a foto falsa ao correspondente em Caracas, Ewald Scharfenberg, por receio de que a conexão fosse interceptada pelas autoridades venezuelanas. Ou por concorrentes. Recomendaram apenas que ficasse atento às reações do governo porque preparavam algo importante.
Se a imagem fosse mostrada ao experimentado correspondente ele teria negado prontamente a sua autenticidade, como de fato o fez, quando já era demasiado tarde: a versão online do jornal já estava na rede e o jornal rodando (inclusive em São Paulo, onde se imprime a edição “brasileira”). Na verdade não se tratava de uma foto, mas do frame de um vídeo de 3m39s que rolava na web há vários dias, já conhecido na Venezuela e sem qualquer sinal de legitimidade ou veracidade.
Sentimento trágico
Moral da história: a internet é uma rede de comunicação, ferramenta de busca, arquivo de dados, não um veículo jornalístico. Ponto. É uma selva onde convivem grandes, médios e pequenos predadores, igualmente empenhados em ludibriar. Ponto de exclamação.
Há na web blogs, sites e portais que obedecem estritamente aos preceitos do bom jornalismo. A agência Gtres Online, acompanhada por milhões de cúmplices, não faz parte deste grupo. Estão no negócio do vale-tudo e da rapinagem.
El País caiu num conto do vigário. Ponto. Seu infortúnio – passageiro, certamente – servirá de lição aos tolos e basbaques que apregoam o triunfo próximo e definitivo do jornalismo cibernético. Ponto de exclamação.
A dignidade com que o jornal enfrenta a adversidade – herdeira do celebrado sentimento trágico da vida – jamais poderia prosperar nas nuvens digitais.



OS  LIMPOS E SAUDÁVEIS  BLOGUES  SUJOS



Não é de hoje que o jornalista Alberto Dines não aceita a tese da internete como um veículo  de jornalismo. 

Isso fica claro em muitos de seus textos, assim como é escancarada sua admiração pelo jornal espanhol El País.  

São posições, normais, em um ambiente novo, transformador e fascinante.

De fato na internete temos de tudo, até mesmo esse blogue e o observatório da imprensa. 

A internete não é boa nem má, ela é um espaço, anárquico, onde proliferam todas as formas de conteúdo, até mesmo conteúdos jornalísticos  praticados por pessoas que não passaram pelos ritos de iniciação na profissão de jornalista.

Profissão, aliás, que não é exigida uma qualificação, formação de nível superior para exercê-la. 
A título de exemplo, o jornalista do jornal nacional da tv globo, Willian Bonner, declarou , em alto e bom som, que necessita apenas de quatro meses para formar um jornalista. 
Formar ou adestrar ?
Formar ou iniciar ?  
Estamos em um ambiente, o ambiente da imprensa, onde os incensados jornalistas não necesariamente são formados, informados e na maioria esmagadora dos veículos da grande imprensa, reproduzem, com ecos poderosos, a voz do dono dessas mídias.  
É fato, queira ou não o nobre observador, que o jornalismo vive um momento de crise existencial. 

Já a internete protagonizou muitos momentos em que informações, cuidadosamente bloqueadas pela grande imprensa, foram disponibilizadas para o público.  
Talvez o wikileaks seja um bom exemplo e, cabe lembrar, que o portal de Julian Assange atuou como uma agência fornecendo conteúdos para inúmeros jornais, ou melhor, jornalões.  
Em função do conteúdo disponibilizado por  Wikileaks, muitos jornalões e jornalistas colocaram em dúvida divulgar ou não as informações, claro, levando em conta os filtros ideológicos e políticos dessas mídias. 

Informação é poder, não é meu caro observador ?  

Algumas informações de wikileaks, é bom lembrar, envolviam a imprensa e alguns jornalistas no furos apresentados.  
Mas isso, apesar da semelhança com o que tratamos agora, é um outro assunto em que podemos aprofundar esse debate, que aliás é sempre saudável e muito agradável.

Voltando ao seu artigo,  agência Gtres online é apenas mais uma agência, entre muitas que existem por aí, ou não ?

Cabe então ao jornal, no caso o espanhol El País, verificar a veracidade das informações fornecidas antes de publicá-las e a internte, no caso, não tem nada a ver com isso. Ao colocar a responsabilidade na internte, o nobre observador, imagino, deve culpar o fabricante de lâmpadas pela falta de energia elétrica.

O El País errou e errou feio. 
Recentemente, aqui no Brasil maravilha, a revista Veja publicou na capa um foto de Hugo Chavez totalmente modificada com os recursos do photo shop (que imagino que o nobre observador conheça. não o photo shop mas  a capa de veja). 

O objetivo era transformar o rosto de Chavez em alguém ameaçador e cruel, algo que  sua expressão de bonachão não contempla.  A foto alterada propositalmente ocupou a capa da revista Veja, mas, como tem ocorrido com frequência, a farsa foi desmascarada na internete que disponibilizou a  foto verdadeira sem maquiagens. 

Cabe ainda lembrar a fúria do Rei de Espanha, aquele que gosta de matar elefantes, ( os elefantes nunca esquecem) quando se dirigiu a Hugo Chavez , no melhor estilo colonizador, pedindo para que o presidente venezuelano se calasse.

O que tem em comum o jornal El País, a revista Veja e o Rei .Ponto de interrogação. A resposta é simples e até mesmo um jornalista iniciante sabe responder: A oposição a Hugo Chavez. Isso seria normal se fosse uma oposição sadia  e civilizada, porém sabemos todos, até mesmo os inocentes do leblon, que todo e qualquer regime que se oponha a ordem, ou melhor, a desordem neoliberal vigente é alvo de tentativas de golpes( alguns com a participação da grande imprensa como no caso da Venezuela no início da década de 2000) de estado. 

A História recente da América Latina nos últimos 15 anos está aí para comprovar o que escrevo, tanto na tentaiva de golpes  quanto na participação popular na preservação de novos caminhos civilizatórios e democráticos, o que também derruba a tese que a História teria acabado. Mas isso também é uma outra história em que terei o imenso prazer de debater com o nobre observador.

Voltando ao assunto, o nobre observador refere-se a internação de Hugo Chavez em um bunker, protegido de todas as formas de atentado e sem a fartura de informação para a imprensa. Penso , que pelo histórico de atentados, tal preocupação é justificável. 
No caso de Wikileaks, o excesso de informação foi duramente criticada pela grande imprensa. Interessante, não é meu caro. Ponto de interrogação. 

Cabe ainda lembrar que  a secretária de estado Hilary Clinton, recentemente, teve desmaios e internações para tratar de um suposto "coágulo" sem que o assunto ganhasse tanto destaque na grande imprensa. Nenhuma enfermeira, em um ambiente supostamente democrático e livre,( imagino que ela Sr. Clinton não esteve internada em um bunker) se interessou em tirar fotos da secretária para vender `a grande imprensa. Ponto. 

E que dizer do  ex-primeiro ministro israelene, Ariel Sharon, vítima de um AVC e em coma já por alguns anos. ponto de interrogação. Além obviamente da ausência de supostas fotos do  ex primeiro ministro no leito hospitalar, nada se produz na grande imprensa. 

Então, meu caro observador, o diário espanhol, errou feio  por conta de sua obsessão política, e  que nada tem a ver com a produção da internete, o futuro do jornalismo. 

A credibilidade é algo que se conquista, independente de nossas orientações políticas que em hipótese alguma podem influenciar os conteúdos a ponto de distorcer os fatos e a realidade. 

Infelizmente a grande imprensa, não apenas brasileira mas de todo ocidente, está mergulhada em um esgoto de mentiras, falsificações, manipulações e tentativas de golpes de estado. 

Vida longa para a internete e para o jornalismo alternativo.

A propósito, meu texto teve como referência  informações obtidas na Agência Carta Maior e no Jornal Brasil de Fato. Ponto final.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O DRIBLE






Nesta segunda-feira em que o país amanheceu de luto fica difícil não escrever
sobre o incêndio na boate da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Muito gente já escreveu,escreve, falou ou ainda fala sobre a tragédia.

Assim sendo, e por não ser politicamente correto e também por sempre estar na contra corrente, vou tratar de outro assunto, o drible.

O drible é a arte no futebol.

Futebol sem brible é o mesmo que um texto sem palavras.

Estamos vivendo um momento em que se deseja tolher a criatividade,
por todos os meios, em todos os meios, com péssimos fins.

A arte do brible, a crítica cirúrgica, a originalidade criativa não podem despertar novas formas de entendimento e menos ainda consolidar talentos que procurem a expressão  fora do centro padronizado, hegemônico, único.

No futebol, jogadores como Neymar e Wellington Nem tem sido constantemente ameaçados por seus colegas de profissão e , por incrível que possa parecer,  com o aval de alguns "profissionais" da imprensa esportiva.

Sim, caro leitor, as ameaças são públicas  e não entram em pautas de julgamentos na justiça esportiva logo os "valentões" não são punidos.
A imprensa , que tanto se preocupa com aeroportos para a copa, pouco fala dessas ameaças.

E o que tem em comum Nem e Neymar ?
O talento, a arte, a ousadia criativa, que em função de códigos que se consolidam sem espaço para a crítica, são caçados , pois no limitado mundo do ultra conservadorismo politicamente correto, não há mais espaço para a originalidade.

O nivelamento é sultilmente sugerido seguindo regras de contenção, homogeinização e submissão total aos grandes investidores e patrocinadores, seja no futebol, na crítica,na arte, na cultura.

Nas emissoras de rádio e de tv, proliferam a arte padronizada, de lucro fácil, de qualidade medíocre, onde os artistas são a expressão da idiotice, da repetição lucrativa, do entendimento infantil.

O conjunto de valores,percepções, ações, práticas e comportamentos, obsessivamente e diariamente divulgados pelos meios de comunicação,não pode sequer ser criticado, mesmo que corretamente, pois os críticos serão alvos de perseguições constantes e implacáveis.

O lucro fácil e a acumulação constante, não permitem a presença de dissidentes, e até mesmo de novas formas de qualidade de vida.

Paradoxalmente, Neymar é uma galinha dos ovos de ouro para os meios de comunicação.

Com ele a audiência cresce, os lucros crescem e o exemplo de sucesso para as
crianças é amplamente sugerido.

Em paralelo quem não ouviu, na tv globo, comentários da figura exótica do  profissional que analisa as arbitragens dos jogos de futebol ?

Via de regra é assim:
" ele( Neymar  ou Nem) faz teatro", " vive caindo", "futebol é assim mesmo, é jogo duro, pesado", "ele fica driblando, vai apanhar " e outras coisas mais.

No mundo governado pelas corporações, nada pode atrapalhar o lucro.

No mundo do ultra conservadorismo retrógrado, o drible pode ser considerado como um pecado, talvez a luxúria.

O drible de Neymar sugere o assunto da realização da copa do mundo de futebol no Brasil.

Hoje, depois da tragédia de Santa Maria, o jornal Folha de SP estampou em primeira página:

" imagine se fosse durante copa do mundo ! "

Ora, todos sabemos que tragédias como a que ocorreu ontem devem se repetir, em algum lugar do planeta, nos próximos dias, meses, anos.

Com o objetivo do lucro cada vez maior, o drible fácil e ousado na segurança e na qualidade tem sido uma constante no mundo dos negócios, em todos os cantos do planeta.

Com alguma criatividade e muita esperteza, casas de espetáculo, concessionárias de transporte coletivo (aéreo, marítimo e terrestre), indústrias de alimentos, serviços médicos,e outros tantos reduzem seus custos de segurança e qualidade, sempre colocando o lucro em primeiro lugar.
Enquanto isso, a vida das pessoas é um mero detalhe.
O capitalismo neoliberal conservador não gosta de gente, gosta de lucro.

Na copa do mundo do Brasil, grandes obras estão sendo realizadas.
Vou me deter aos estádios.
Reformulados para receber um público conservador, assim como nos grandes templos religiosos, as novas arenas priorizam, também, a saída das pessoas em caso de acidente.
Para o Maracanã, que receberá como capacidade máxima 79 mil pessoas, várias saídas foram planejadas para evacuar o estádio em no máximo oito minutos ( peço desculpa  ao leitor se esse tempo for um pouco diferente, tanto para mais ou para menos  ) em caso de acidente .
Isso na teoria, isto é, se o público usar proprocionalmente as saídas em um momento de pânico.
Para que isso aconteça, é necessário o investimento em segurança e pessoal treinado para orientar o público.
Um custo que talvez prevaleça na copa, somente na copa.

No mundo dos negócios, o drible esperto e abusado não só é válido como é enaltecido como sinal de grande inteligência.

Essa mesma "inteligência" também é sempre usada para politizar até mesmo tragédias, sem o menor respeito pela dor dos familiares das vítmas e até a dor , não só do povo brasileiro, mas em todo o mundo conforme a repercussão pelo planeta. 
Um drible "esperto", para tentar lucrar na luta pelo poder, com foi a manchete da Folha de SP e a charge de Chico Caruso, publicada em primeira página no jornal o globo.
Esse é o humor que globo aprova; já outros ela move processos judiciais.
caruso
O humor de o globo. A mulher com as mãos na cabeça é a Presidenta Dilma






                 









Como disse ao caro leitor no início desse texto, o assunto de hoje é o drible.                                                                                                                   

domingo, 27 de janeiro de 2013

A Morte de um Modelo Decadente

      A  Morte de um Modelo Decadente

Morte

BRASÍLIA - Morte, morte, morte, morte, morte. É impressionante como o Brasil, que se escandaliza com as matanças em escolas e cinemas nos EUA, se acostumou com histórias cinematográficas de assassinatos em toda a parte do país.
O dono de um restaurante do litoral paulista esfaqueia e mata um cliente por causa de R$ 7. Um cliente faz o contrário no DF: liquida a tiros o dono de um "self-service" que não admitia restos no prato.
Uma moça em final de gravidez leva um tiro e morre. Por causa de uma mochila barata, uma adolescente é atingida, sem chance de socorro, em um bairro nobre paulistano.
Já uma menininha com uma bala na cabeça, mas com chance de sobreviver, espera por oito horas o cirurgião que não vem e acaba morrendo num hospital no Rio.
Um cidadão é morto, na frente da mulher e da enteada, por uma garota de 15 anos. Nada menos que 56 mulheres foram assassinadas no Paraná no ano passado.
E, numa periferia de Brasília, a cena macabra: as cabeças de um casal gay expostas no meio da rua, enquanto a casa deles vira cinzas.
Em São Paulo, os índices são chocantes: em 2012, os homicídios cresceram mais de 15% no Estado e 34%, numa versão, ou 40%, em outra, na capital. E são materializados nas chacinas e nas mortes em sequência de policiais.
O governo Alckmin gaba-se de que os índices ainda estão entre os melhores do país, mas isso não ameniza o fato de que a tendência de queda foi interrompida e de que a meta de 10 homicídios por 100 mil habitantes não foi atingida.
É preocupante para um candidato à reeleição em 2014, com Lula a mil por hora no seu encalço, mas é desesperador para a população que não sabe mais como morar, dirigir, andar --ou seja, como viver.
A jabuticaba, azeda como ela só, é que a onda de violência no país coincide com recordes de arrecadação de impostos: mais de R$ 1 trilhão.
Eliane Cantanhêde Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal "Globonews em Pauta" e da Rádio Metrópole da Bahia.



Vida

A colunista confundiu jaboticada com azeitona.
O assunto a ser debatido é a escalada da violência, mas não uma violência qualquer, uma violência com alvos bem definidos. 
Estamos falando de um fenômeno mundial, não apenas das cidades brasileiras.
Um fenômeno que nesta década já assume caracaterísticas de epidemia mundial.
Se é mundial, como de fato é, estaria ligado ao novo "pacto civilizatório" pós queda dos regimes comunistas em 1990 ? 
Teria relação direta com o modelo econômico vigente no planeta ?
Seria uma onda de afirmação do patriarcado ?
As mulheres tem sido as principais vítimas dessa onda de violência. Seja no Brasil , ou em outros  países temos assistido a um aumento assustador dos casos de estupro de mulheres, algumas crianças.
Em reforço a onda de violência, o primeiro ministro japonês sugeriu que os idosos morram logo, para amenizar as contas da previdência social.  Outros na lista da violência; os idosos.
O modelo econômico mundial joga os pobres na exclusão, em favelas e guetos, onde proliferam o consumo de drogas. Mais na lista da violência; os pobres.
Nos últimos vinte anos o mundo tem assistido uma onda  crescente de racismo. Outro grupo na lista; os negros.
As mortes por roubo de mochilas, tenis, tem em comum o desejo , por parte do assaltante, em fazer parte, estar incluído, em um grupo onde todos vestem-se e usam os mesmos objetos, tão alardeados e incentivados pelos meios de comunicação como símbolos de sucesso e modismo. A violência do consumismo enquanto um valor universal.
Uma pessoa que morre por 7 reais está diretamente ligada a prática capitalista de agiotagem, onde se não paga, morre. O dinheiro, não pode ser alvo de enganação , de uma pessoa para outra, no universo dominantemente capitalista. Já o adultério não é um problema, nem a mentira, muito menos a manipulação das informações.
Com o declínio do modelo neoliberal , a crise mundial em curso, e as sucessivas vitórias de governos de muitos países contrários ao modelo vigente, mesmo que ainda estejam inseridos no modelo, cresce uma forma de autoritarismo e violência que ignora os pincípios democráticos, em uma tentativa de impedir novas formas de governança. Como resultado mundial, escancara-se o enfraquecimento dos organismos internacionais na resolução de conflitos e tomadas de decisões.
Com uma participação mais ativa na difusão de informação e troca de conhecimentos, a internte e suas redes sociais também são percebidas, por aqueles que desejam manter o satus quo, como uma ameaça  ao modelo vigente decadente. Daí a a violência e perseguição de ativistas digitais, com prisões arbitrárias, e processos judiciais absurdos.
O crescimento da intolerância religiosa também é um fenômeno que ganha destaque na última década. Por algumas vezes, o próprioVaticano, através de declarações de seus generais, atacou outras religiões, dando a senha para que a mídia ocidental alinhada fizesse o restante do serviço, através da  informaçõae do entretenimento. 
O " pacto civilizatório" vigente , acentuou na última década, o estreitamento das idéias, tentando evitar toda e qualquer forma de pluralidade ideológica, debates sobre temas que não sejam de seu interesse, difundido a crença falsa da inevitabilidade de outras opções.
E para terminar, sem imaginar em esgotar um assunto tão amplo, fica a frase senha do momento de barbárie que o mundo vive.
Em 2001, Bush II disse :
" aqueles que não concordam conosco devem ser tratados como inimigos "
Voltando rapidinho. 
Precisamos de um estado cada vez mais forte, onde todos paguem seus impostos e que o povo tenha participação direta nas tomadas de decisões, e uma justiça que puna , igualmente perante a lei, pobres e ricos.


sábado, 26 de janeiro de 2013

O Choque

 O   CHOQUE

Essa foto poderia muito bem  ter sido tirada logo após o pronunciamento da Presidenta Dilma, na última quinta-feira, quando anunciou a redução da tarifa de energia elétrica.

Temendo Dilma, PSDB apela para a distribuição de cargos