sábado, 15 de dezembro de 2012

Vamos Descartar Essa Caretice

Vamos Descartar Essa Caretice


Uma nova Tropicália contra a caretice

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A crise mostra que dez anos depois uma nova globalização não apenas é possível como necessária e os novos heróis do imaginário popular estão mais no Youtube que na televisão
Por Aline Carvalho, do Canal Ibase
Muito se fala da Tropicália. Muito já se falou, e muito ainda se vai falar. Parece que o projeto de Caetano de trazer o Brasil para a Segunda Revolução Industrial, segundo Tom Zé, foi alcançado. Há os que gostem menos, há os que gostem mais, mas uma coisa não se pode negar: A Tropicália marcou o imaginário popular do país.
Naquele momento, a ditadura militar buscava assolar uma criação artística da qual muito pouco ou nada compreendia, sob a forma da censura. Em resposta – e em convergência – a televisão em expansão canalizava as inquietudes de toda uma geração, que se reconhecia em figuras populares quase que eleitas para representá-las na telinha. Uma narrativa de país era construída no eixo Rio-São Paulo e se propagava por satélite com mais velocidade do que se poderiam construir rodovias. Não é à toa que o sistema brasileiro de televisão e publicidade nos anos 60 e 70 foi em grande parte financiado por recursos governamentais, estes, por sua vez, apoiados pelos vizinhos do andar de cima e seu projeto capitalista em plena Guerra Fria.
Ao mesmo tempo, no mundo inteiro, uma juventude começava a questionar valores morais da sociedade, cada qual em seu contexto particular: contra a guerra, contra o consumo, contra o sistema educativo, contra o regime militar. Naturalmente, os ventos revolucionários não demoraram a chegar ao país, desflorando também suas contradições internas. E como nem a sociedade, nem a juventude – e nem a arte – são tão simples a ponto de se limitarem a uma rivalidade entre engajados e alienados, foram estes encontros e desencontros territoriais e afetivos que construíram a narrativa deste período da nossa história. Mas todo conto fica mais atraente com mocinhos e vilões. Assim, passeatas, festivais e ismos foram registrados num imaginário coletivo, que embora já tantas vezes re-contado, sempre tem algo novo a revelar.
Mas e aí, a História parou?
Se a Tropicália foi, naquele momento, um grande catalisador de subjetividades em torno de uma recusa ao dualismo que colocava a MPB versus o iêiêiê, ela também contribuiu para a construção deste mesmo cenário. A televisão popular, que permitia o diálogo com um público mais amplo, centrava seus holofotes mais no “ismo”do que no “ália”. O tropical visto apenas como uma alternativa mais criativa e impactante, ofusca – até hoje – um questionamento mais profundo: como “desenquadrar” as formas de pensamento e compreensão da realidade, ontem, hoje e sempre, em, seus contextos culturais, políticos e econômicos específicos?
Aquele país que se dizia do futuro já chegou no presente, e está construindo a pleno vapor o futuro, que está batendo à porta. Mas hoje a ditadura mudou de ditador, a crise mostra que dez anos depois uma nova globalização não apenas é possível como necessária e os novos heróis do imaginário popular estão mais no Youtube que na televisão.
E se a Tropicália já ganhou estantes da mesma elite que ela criticava, é preciso ressignificá-la. Isso não significa de alguma maneira buscar novos heróis tropicalistas para nos salvar da caretice habitual. Muito pelo contrário. Se bem entendemos as entrelinhas, a questão é: quais são as margarinas, Carolinas e gasolinas das quais precisamos saber, e quais prateleiras, estantes e vidraças devemos derrubar hoje?
Aline Carvalho é ativista da cultura digital brasileira e pesquisadora na Universidade Paris 8 na França. Outros ensaios em www.tropicaline.wordpress.com.
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Uma Nova Globalização



A caretice é assustadora.
Na grande imprensa, colunistas destilam conceitos e apelam para uma moral medieval, em que o sofrimento e dor se fazem necessário para a evolução das consciências. As pernas sangram e quanto mais sangram, mais se congratulam com deus pela dor da salvação. A obra de deus não permite vacilos e o caminho deve ser de espinhos, ou melhor, de ferro ponteagudo cravado na carne. Jesus vive no sangue dos medievais, cravado nas mídas anacronicas e servis. Bota cartetice nisso.
Nas tv's a moda é ser idiota, ignorante, vulgar. sarado, peituda e bunduda .O sucesso pede volume, mesmo que químico. 
Na época da tropicália, ou um pouco antes, os cabelos grandes mudavam nossa cara, o que foi motivo de muitas críticas como por ex. cabelos longos e idéias curtas.
Não foi bem assim , as idéias foram tão longas e férteis como os cabelos e produziram conteúdos que até hoje são reverenciados pelas novas gerações.
Infelizmente, hoje, na era dos grandes volumes, são peitos e bundas grandes com corpos sarados que se incluem perfeitamente no perfil das idéias curtas, o vazio é gigantesco. 
E que vazio. A forma tomou lugar do conteúdo, do mérito.
Você precisa saber da Banda Mais Bonita da Cidade, do Brasil de Fato, de Carta Maior, do blogue do Ricardo. Você precisa saber da pirâmide de Saqqara, da \procissão do Samba se arrastando como cobra pelo chão. Você precisa saber sobre os seus alimentos, tomar uma açaí na esquina, ouvir a nova canção do Gil. Você precisa saber da polítca, da democracia sequestrada, da linguagem hipnótica. Uma nova tropicália certamente não levará em conta os mesmos movimentos da primeira. Quando antes se misturavam para evoluir, hoje, devidamente enquadrados se mistura para reduzir. A nova globalização pede o  regional, o original  para que seja global  transformador. São nas características específicas de cada manisfestação, artistica, jornalista, polítca, social, inseridas em um contexto global que a nova tropicálica pode e deve florescer. É na experiência polítca boliviana, no índice de felicidade bruta do Butão, nos ritmos africanos e caribenhos que uma nova globalização se manifesta. A homogeinização é burra e limitante. A mistura necessariamente deve produzir algo novo e chicletes estão fora de moda.

Recorde: 100% dos Brasileiros Ignoram a Grande Imprensa

Recorde: 100% dos Brasileiros Ignoram a Grande Imprensa


Recorde: 78% dos brasileiros aprovam o governo Dilma Rousseff


A aprovação do governo Dilma Rousseff ficou estável em dezembro. No total, 62% da população avaliaram a gestão como boa ou ótima – mesmo índice registrado em setembro pela pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, que teve o último levantamento de 2012 divulgado nesta sexta-feira (14).


A estabilidade na avaliação se manteve também no que se refere ao percentual de pessoas que consideram o governo regular (29%) e ruim/péssimo (7%).

Apenas o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo mandato, obteve avaliação mais alta no mesmo período: 73%. Em dezembro de seu segundo mandato, o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi avaliado como bom ou ótimo por 25% da população. Para 59% dos entrevistados, o governo Dilma é igual ao governo Lula, enquanto 29% o considera pior, e 19%, melhor.

Já a aprovação do modo de governar da presidenta subiu um ponto percentual, passando dos 77% registrados em março, junho e setembro, para 78% em dezembro. Estável e em patamar elevado ficou também a confiança da população em Dilma, com 73% em dezembro (mesmo índice registrado em setembro).

Houve estabilidade também na expectativa positiva das pessoas em relação ao restante de governo, com 62% (ótimo/bom) – mesmo índice da pesquisa anterior. Em relação às áreas de atuação, o combate à fome e à pobreza registrou recorde de aprovação (62%), bem como as medidas para conter o desemprego (56%). A área da saúde foi a pior avaliada, com apenas 25% de aprovação. Impostos e segurança pública registraram 30% de aprovação; taxa de juros, 41%.

O índice de pessoas que consideram as notícias recentes mais favoráveis ao governo registrou queda de 29%, em setembro, para 24% em dezembro, enquanto 18% consideram as notícias foram desfavoráveis.

A Pesquisa CNI/Ibope fez 2.002 entrevistas em 142 municípios entre os dias 6 e 9 de dezembro. A margem de erro é 2 pontos percentuais, e o grau de confiança, 95%.

Fonte: Agência


Uma Grande Imprensa Irrelevante

Definitivamente a grande imprensa brasileira é irrelevante
Obcecada e alucinada em destruir o PT e seus quadros, principalmente o ex-presidente Lula, a grande imprensa vem martelando  diariamente, desde junho deste ano, notícias ruins sobre o governo popular e democrático do PT.
Apostou que o chamado mensalão seria suficiente para impor uma gigantesca derrota ao PT nas eleições de outubro. Errou feio. O PT saiu vitorioso das eleições e ainda fez a prefeitura de São Paulo, a maior do país.
Descontrolados com uma fera faminta e raivosa, a grande imprensa partiu para uma sérier de supostos escandalos envolvendo o PT e a figura do ex-presidente Lula, que atualmente na Europa acaba de receber mais um prêmio, para a sua coleção de dezenas de honrarias e prêmios.
A imprensa daqui não gosta de prêmios. A grande imprensa, atualmente, gosta de escandalos, verdadeiros ou não.
 Apésar da imprensa , a popularidade da presidenta Dilma disparou, alcançando índices nunca dantes observados. Mais uma prova que a grande imprensa é irrelevante, não sabe nada de opinião pública, não conhece o novo mundo das mídias digitas, não conhece o povo brasileiro, e ainda se encontra no tempo dos programas de calouros.
Um instante, maestro. Hoje qualquer garoto organiza uma banda , ou ele mesmo produz seu conteúdo e disponibiliza na internete. Se for de agrado é garantia de sucesso, sem a necessidade de padronização e homogeinização das gravadoras associadas as emissoras de tv.
Um instante, maestro, seu tempo passou. A voz , pode ser encontrada em qualquer site, sem a necessidade de tutores que apenas visam o lucro fácil e o descarte. 
Um instante, maestro, seu tempo passou.
O maior escandalo do momento  é a anacrocidade da grande imprensa.

Os Donos Somos Nós, Os Usuários

Os Donos Somos Nós, Os usuários


>>Tecnologia e ruptura
>>A mídia ainda é relevante?

Por Luciano Martins Costa em 14/12/2012 no programa nº 1958 | 0 comentários
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Tecnologia e ruptura
Uma reportagem publicada nesta quinta-feira, dia 13, na revista online Business Insider, tenta esclarecer especulações sobre uma nova e até certo ponto surpreendente, para os analistas, ação de investimentos por parte da Apple, a gigante dos aparelhos e aplicativos digitais.
Rompendo um estado de aparente letargia do setor, com alguma acomodação nos esforços de inovação por parte de concorrentes como Samsung e Intel e de outras empresas da nova economia, como Google, Amazon e Microsoft, a companhia criada por Steve Jobs vem promovendo inversões que chamaram a atenção dos observadores da cena tecnológica, mas ainda não produziram mais do que especulações.
Alguns desses analistas começam a apostar em uma nova ruptura no contexto sempre mutante das tecnologias de informação e comunicação.
Os artigos distribuídos por agências especializadas não permitem fazer apostas seguras, mas há um elemento comum a todas as análises: será mais um duro golpe contra o setor das indústrias maduras de comunicação.
Nos Estados Unidos, o noticiário sobre negócios digitais já trata de maneira marginal as empresas tradicionais de mídia, colocando-as num nicho semelhante ao do setor de petróleo, uma espécie de museu de curiosidades econômicas.
As atenções dos investidores também se deslocaram há muito tempo para o outro lado, de onde brotam os sinais do futuro.
Um olhar macroscópico para a realidade do mercado de informação pode produzir reflexões inquietantes.
Essa observação distanciada do dia-a-dia dos jornais, comparada à dinâmica do mercado de tecnologia, provoca algumas dúvidas sobre a importância daquilo que costumamos tratar como notícia, opinião ou informação jornalística.
Como consequência, torna-se inevitável questionar o valor real daquilo que costumamos tratar como produto da imprensa.
Em termos de criação de cultura, por exemplo, já se pode afirmar que o Youtube, uma iniciativa isolada de mídia digital, compete com vantagens com toda a imprensa do mundo.
Quanto às informações financeiras, boletins eletrônicos de bancos levam grande vantagem sobre a mídia tradicional e, no ramo do entretenimento, mais vale o Facebook que uma revista semanal.
A mídia ainda é relevante?
A tecnologia atropela os mais lentos e a mídia tradicional tem ficado para trás. Se entrarmos no campo da administração, precisaremos de muito tempo e espaço para alinhavar os principais erros desses conglomerados, desde a metade dos anos 1990, quando a internet se tornou uma realidade global.
Apenas para citar alguns, basta lembrar que as empresas tradicionais de comunicação, no Brasil e na América Latina, ignoraram ou adotaram tardia e parcialmente algumas das melhores ferramentas de gestão, como os sistemas de planejamento de qualidade, os estudos de processos e a reengenharia, recursos que foram usados basicamente para cortar empregos e aumentar a carga de trabalho dos jornalistas.
Porém, ainda não é aí que se desenrola o verdadeiro drama da mídia tradicional. Ele tem outros aspectos, alguns mais peculiares da América Latina.
A propriedade cruzada dos meios de comunicação, a tradição da imprensa nas mãos de empresas familiares, que construíram núcleos de poder simbólico sobre a opinião do público, as vinculações tradicionais dessas famílias com os donos do poder político e econômico, tudo isso, embora deva ser considerado, está se tornando apenas causa marginal no processo de desvalorização dos veículos.
A questão central é que a mídia está se tornando irrelevante.
Esse modelo esgotou sua capacidade de formular uma ideia de sociedade moderna e pluralista, deslocando-se do centro de inteligência social na razão proporcional em que a democracia se consolidava formalmente.
Como a imprensa tradicional não contempla os objetivos de uma democracia real, sua função se esgota na formalização de um simulacro de sociedade democrática que se caracteriza pela simulação de instituições funcionais, contexto ao qual ainda falta muito para se tornar de fato e de direito uma democracia social.
Quando a imprensa falha em seu papel de educar para a cidadania, por exemplo, agindo como instrumento de intolerância e preconceito, ela está simplesmente revelando seu verdadeiro caráter: sua origem oligárquica e natureza oligopolista não admitem avançar além do formalismo no que se refere à democracia.
Resta saber se o jornalismo, como o concebemos até aqui, ainda é relevante.
Voltaremos ao assunto.


A Notícia da Barriga


O que é notícia ?
Ontem, em primeira página do popular extra, da famiglia marinho, a principal notícia era a barriga de Ronaldo, também conhecido por fenômeno,não se sabe agora se pela barriga ou pelo passado nos gramados. Quando a barriga de um ex-jogador é notícia em um dos jornais mais vendidos do país é um sinal de que a mídia imprensa está cada vez mais irrelevante.
Em um mundo onde os acontecimentos se multiplicam por segundos, com fatos e situações de conteúdos relevantes, apostar em uma grotesca barriga como notícia é o mesmpo que pedir para sair de cena. E é o que vem ocorrendo com a mídia impressa. 
Notícias de longo tempo e duração, como a questão Palestina, a guerra da Síria, a guerra fria EUA e Irã, por exemplo não tem nehuma relevância no contexto das mídias impressas e televisivas. Um cidadão bem informado, certamente irá procurar análises de especialistas, ou mesmo participar de seminários e foruns de debates, on lines ou não, sobre os assuntos citados, sem a necessidade de acompanhar diariamente o que é produzido pelos jornais impressos e pela tv sobre os assuntos. E certamente estará bem informado e atualizado.
No tocante a violência doméstica, aqui no Brasil, nas cidades, o procedimento é o mesmo. Diariamente os jornais impressos e as tv's despejam uma quantidade imensa de notícias, repetitivas,  sem nenhuma relevância sobre o assunto e que também em nada contribuem para aprofundar e esclarecer o tema.
O cidadão comum, dispõe, atualmente de foruns de debates sobre segurança pública, drogas e violência urbana, onde pode participar, aprofundar o conhecimento sobre essas questões e ter elementos para produzir sua própria opinião. TV's e jornais e impressos , neste caso , também são irrelevantes.
Se não bastasse, a facilidade de debates e trocas de informações nas redes sociais, de conteúdo político ou mesmo sobre entretenimento,  essas trocas disponibilizam para os usuários conteúdos de entretenimento, filmes, músicas, shows, bem mais interessantes que os maçantes e repetitvos entretenimentos da tv, que comparados com o universo da produção independente, revelam-se de péssima qualidade.
Mais uma vez , as emissoras de tv's, jornais impressos e emisoras de rádio se apresentam como irrelevantes.
Hoje, em todos os jornais impressos, emissoras de tv, e emissoras de rádio, a notícia sobre mais uma massacre de atirador nos EUA domina essas mídias. Mais uma vez a notícia se repete, assim como as imagens de dor dos familiares das vítimas, presidente que usa drone para matar inocentes aparece chorando em foto de primeira página, e as mídias também já se encaminham para repetir o diagnóstico como de outras vezes, alertando para o fato de ter sido uma ação isolada de alguém com problemas mentais.
Ou seja, mais uma vez a irrelevância do noticiário midiático é explícita. Certamente, em pouco tempo, um outro atirador fará o mesmo e a notícia será a mesma, assim como o diagnóstico.
Nas redes sociais, o asunto pode ser debatido, especialistas opinam, e as possíveis causas que emergem de uma sociedade podre e corroída, podem ser avaliadas.
Hoje, 15.12.12, a justiça argentina declarou constitucional a nova lei de medios para país. Uma notícia relevante, um assunto que deve ser amplamente debatido , e uma necessidade para as medias do Brasil. Entretanto, não é notícia na midia brasileira irrelevante

Na Moral

Na  Moral

 

A privatização da moral pública

Por Luciano Martins Costa em 13/12/2012 na edição 724
Comentário para o programa radiofônico do OI, 13/12/2012

A impossibilidade eventual de sair batendo perna pela cidade (já que este observador se encontra temporariamente com pouca mobilidade física) abre a oportunidade para a bisbilhotagem continuada, por longas horas, das redes sociais digitais. E o que se vê, basicamente, é a construção de um abismo onde deveriam vicejar naturalmente novos vínculos sociais e onde antigos vínculos podem ser retomados e reanimados pelo encontro virtual.
Aparentemente, após três dias de imersão nas redes sociais, pode-se concluir que a imprensa brasileira está trabalhando ativamente na desconstrução do conceito de sociedade democrática.
Ao se colocar agressivamente contra determinadas figuras da República, usando critérios diferenciados para fatos similares, as principais empresas de comunicação do país estabelecem um padrão para o jornalismo sobre o qual um dia haverão de ser cobradas. Esse padrão é composto por elementos de preconceito e manipulação, mas apresentado sob o manto virtuoso da defesa da moralidade pública.
Manipulação de imagens
A palavra mágica é, como sempre, ética. O contexto, porém, é o dos tribunais de inquisição.
Dois presidentes da República. Um deles foi acusado de comprar apoio no Congresso para fazer aprovar o direito de disputar a reeleição. O outro, tendo a possibilidade de se reeleger quanto quisesse, cumpriu a lei e deixou o poder.
Para um, o olhar da imprensa é complacente. Afinal, ele estabilizou a moeda, reorganizou o sistema financeiro, atuou dentro dos paradigmas do mercado. Para o outro, a lei. Mas não apenas a lei aplicada pela Justiça: principalmente a lei do arbítrio, quando a sentença é anterior ao julgamento.
Considerem-se apropriadas todas as decisões tomadas recentemente pelo Supremo Tribunal Federal no caso chamado de mensalão. Ainda assim, nada justifica a sanha da imprensa, em ataques pessoais, a não ser um ódio que precede o caso em si.
Ao abandonar a linguagem jornalística apropriada para adotar o discurso político, a imprensa induz boa parte da sociedade a adotar retórica semelhante, com o que, então, se dá adeus à racionalidade. Um dos resultados pode ser a ruptura do tecido social.
Mas há uma ironia nessa história: observando-se manifestações nas redes sociais, parece que a parcela de opiniões críticas sobre esse desempenho da imprensa cresce mais do que aquela parcela que compartilha as opiniões do noticiário editorializado.
O tema está a merecer uma pesquisa de comunicadores, mas pode-se afirmar que o campo político onde se situam aqueles que discordam da imprensa se transformou em terreno minado onde nunca mais haverão de brotar assinaturas desses jornais e revistas – e onde a publicidade veiculada nessas mídias tende a produzir efeito negativo para os anunciantes.
São decisões editoriais que comprometem o futuro da mídia tradicional, e o principal erro da imprensa tem sido quanto ao uso de seu suposto poder de influenciar pessoas: não é de hoje que pesquisadores como o britânico Paul Johnson (católico e conservador) observam que a manipulação de imagens em favor de interpretações preconcebidas, antes um vício da televisão, acabou dominando a mídia impressa.
Processo em curso
Há mais de dez anos, Johnson já dizia que os pecados típicos da imprensa tradicional quando ela começou a se apropriar das tecnologias digitais de informação e comunicação eram preconceito, manipulação, precipitação e editorialização.
A observação da imprensa brasileira faz lembrar uma das frases mais emblemáticas criadas por Paul Johnson nesse período: “A mídia é uma arma carregada quando utilizada com hostilidade”.
Hostilidade e agressividade são as palavras centrais para descrever o conteúdo jornalístico que tem sido oferecido aos leitores e telespectadores nos últimos anos, no seu esforço desenfreado e irracional para criar e aprofundar uma divisão na sociedade brasileira.
Preconceito, manipulação, precipitação e editorialização são expressões que ficam mal dissimuladas sob o discurso moralizante que domina a linguagem jornalística.
A denúncia dos maus procedimentos, a fiscalização dos poderes, o papel essencial da imprensa de organizar a agenda pública para manter em evidência os valores fundamentais da vida republicana, implicam equilíbrio e algum compromisso com a busca da verdade.
O que se vê, claramente, é o uso político de informações fora de contexto, em nome da ética. Não se trata, nesse sentido, de ética propriamente, mas de moralidade, expressão definida especificamente na Constituição brasileira. Trata-se, claramente, de um processo de privatização da moralidade pública.
A IMPRENSA PERDIDA


Felizmente temos as mídias sociais e a internete.
A grande imprensa, tão logo percebeu o alcance dessas mídias, colocou, também, todo seu arsenal para tumultuar, desinformar, dividir e como isso, minimizar os efeitos que ela, grande imprensa, sente na sua suposta capacidade de formatar as consciências. Editar, omitir, manipular, mentir tem sido práticas comuns na imprensa, aí independente de meios tradicionais ou não.
Várias questões estão em jogo. Em primeiro lugar as vitórias do PT, desde 2002, que acabaram por produzir na grande imprensa um efeito perseguição ao PT sem precedentes na nossa história. Como acreditavam que Lula e PT fracassariam e com isso os mesmos de sempre poderiam retomar o poder, deram início, com o início do primeiro governo de Lula, de um processo de demonização do PT e Lula, omitindo, ridicularizando todas as ações do governo
Governo de origem popular
Não foram bem sucedidos até que um de seus parceiros resolveu gritar e denunciar as práticas do PT, que na realidade são práticas históricas de todos os partidos políticos e de políticos que chegam ou orbitam o poder, que deu origem no chamado mensalão.
Para o leitor que não esteja envolvido devidamente com esses assuntos o que fizeram foi denunciar criminalmente alguém por jogar papel nas ruas. Ora, imaginemos que jogar papel nas ruas é crime, mas todo mundo joga e aí um que joga sempre denuncia o outro, apenas com o objetivo de atingir seu adversário político. Essa , caro leitor, é uma imagem alegórica do que ocorreu no processo do mensalão.
Não há nada de ética ou mudança de uma postura histórica no Brasil por causa das condenações do mensalão. Pelo contrário, o que se vê é um cinsimo , uma hipocrisia, uma manipulação dos fatos, com um único objetivo de desacreditar o PT e seus quadros.
O que fez o STF ? Julgou e condenou sem levar em consideração práticas históricas na cultura política brasileira, A pergunta que atormenta a todos é se o STF terá a mesma postura quando do julgamento de políticos e organizações que não façam parte do campo popular e domocrático que governa o país. A princípio, e em tese, muitos argumentam que o próprio STF é aparte da organização para destituir o PT do poder, tendo vista que criminoso de notório saber, devidamente qualificado em práticas criminosas, foi agraciado pelo STF com dois habeas corpus, em apenas três dias, ancorados em justificativas processuais burocráticas e de regimento.
Se o STF mantiver suas postura e firmeza em outros julgamentos, como fez com o processo do mensalão, pelo menos saberemos que a tentativa de impedir Lula e o PT fica apenas com os frágeis partidos de oposição e a grande imprensa. No entanto, processoos em que os partidos e políticos de oposição estão envolvidos , com farta quantidade provas, não ganham a devida atenção por parte da imprensa e até até mesmo do Ministério Público Federal, criando, com isso, um grande clima de desconfiança na instituições envolvidas.
Como bem definiu o autor do artigo, o primeiro presidente foi acusado de comprar parlamentares do congresso nacional para aprovar a emenda da reeleição ( mensalão da reeleição), que acabou favorecendo o presidente que ganhou mais um mandato, enquanto o segundo, no caso Lula, foi eleito e reeleito democráticamente. Sobre o mensalão da reeleição , nada se fala na imprensa, assim como o filho na moita do ex-presidente com uma jornalista da tv glob, que a emissora tão logo soube da existência do filho, exilou a funcionária na Espanha, para evitar complicações futuras para o presidente que ela, tv gobo, apoiava e defendia. Por ironia da história, soube-se, mais tarde por exames de dna, que o filho, já reconhecido pelo pai, não era filho. Isso dá uma boa novela. No meio dessa confusão do filho que é mas não é, a imprensa omitiu e depois disse que aquilo que ela, imprensa omitia, não era verdade pois o filho não era filho Entendeu, caro leitor ?
A imprensa não falava nada , mas passou a falar quando não tinha o que falar, pois o filho não era filho. Seria cômico se não fosse jornalístico.
E assim continuou a imprensa a perseguir diariamente Lula e o PT com um único intuito de derrubar um governo eleito democraticamente pelo seu povo e que deixou a presidência com índices de aprovação estrattsféricos, algo que seu antecessor não teve, nem em sonho pelo tamnaho dos índices. Atualmente a grande imprensa, em total desespero e querendo a todo custo retomar o poder para os mesmos de sempre que pouco fizeram pelo Brasil e pelo povo, já entrou, e entrou de sola, na campanha presidencial de 2014, tentando por todos os caminhos inviabilizar uma nova , e altamanete provável, vitória de Lula, Dilma, PT e do povo.
Enquanto o país é saudado no exterior, The Economist não vale pois foi notícia/perseguição plantada daqui para lá, por aqui a grande imprensa pinta um quadro de tragédia onde tudo vai mal, o que é uma grande mentira.
Nas redes socias, sempre mais críticas a atuação dessa imprensa despresível para aqueles que consomem informação de qualidade, a grande imprensa aposta no conflito , na violência e como muito bem citou o autor do artigo, na tentativa de de rasgar o tecido social acreditando que a violência, a intolerância e a gressividade possam produzir um caldo de insegurança e insatisfaçaõ que poderá ser devidamente capitalizado pela oposição , rendendo dividendos eleitorais. É o que também está em jogo, a criação, se necessário for, de conflitos e perturbações sociais para tentar culpar o governo e com isso minimizar os efeitos de voto do PT.
Nos tribunais, nas cyber vias e nas ruas a grande imprensa aposta no caos, jamais na ética ou na moral, aliás ética e moral jamais existiram neste setor , desde tempos imemoriais.

Tv Globo. O Fim do Mundo É Aqui

TV  Globo.  O FIM do  MUNDO  É  AQUI

 

2012 – o fim do mundo

A importância da astronomia maia em face às crenças

Jornal do BrasilRonaldo Rogériio Mourão de Freitas

Nas selvas do Iucatã, no México, e nas regiões vizinhas da Guatemala e de Honduras encontram-se ruínas que, minuciosamente estudadas, vêm podendo comprovar o grande desenvolvimento intelectual, cultural, religioso e artístico dos maias. A origem da civilização maia permanece desconhecida, mas sabe-se que data de muitos séculos antes do advento do cristianismo; seu apogeu, no entanto, só foi alcançado entre os anos 250 e 1000 da nossa era.
Contudo, seus conhecimentos astronômicos, aritméticos e de cronologia talvez não sejam jamais conhecidos em toda a sua extensão, pois, em julho de 1562, vinte manuscritos - códigos - maias e cerca de 5 mil estelas com inscrições foram destruídos sob ordens de frei Diego de Landa. Mais tarde, na Espanha, ao escrever sua obra Relación de las cosas de Yucatan, Landa relatou que os sacerdotes maias eram peritos em astronomia, e que seus conhecimentos se transmitiam de geração em geração.
Atualmente, só se dispõe de três destes manuscritos para estudar e avaliar os conhecimentos desta civilização pré-colombiana: o Codex dresdensis, na Biblioteca de Dresden, na Alemanha; o Codex peresianus, na Biblioteca Nacional de Paris; e o Codex tro-cortesianus, no Museu Arqueológico de Madri. Estes documentos, habitualmente denominados Códigos de Dresden, Paris, e Madri, comprovam que o desenvolvimento dos maias em assuntos aritméticos e astronômicos era equivalente ou mesmo superior ao de outras civilizações ocidentais contemporâneas. Um dos bons exemplos disto é o fato de terem conhecido o conceito do zero muito antes da sua introdução na Europa.
Contudo, o estudo detalhado destes hieróglifos também ainda não se completou, já que a própria escrita maia não foi, até o momento, totalmente decifrada. Os progressos neste sentido referem-se, sobretudo aos glifos de significado astronômico ou cronológico, devendo-se este trabalho ao abade Brasseur de Bourgoug, que no século 19 encontrou a Relación, de Landa, e a partir dela conseguiu identificar os pictogramas dos dias e interpretar o seu tema de numeração.
Além deste trabalho específico, não se foi muito longe. O próprio Landa legou-nos um alfabeto maia com 29 símbolos. No entanto, houve malogro completo quando alguns especialistas bastante conceituados tentaram obter decifrações baseadas unicamente nos princípios fonéticos sugeridos por este alfabeto. Partiu-se então para a concepção de que a escrita maia seria ideográfica, com símbolos fonéticos nela encaixados. Nestas pesquisas destacou-se o soviético Yuri Knorosov, um estudioso da escrita hieroglífica dos egípcios. Seu ponto de partida foi o próprio alfabeto de Landa, e suas bica da língua maia. Além disto, há fortes suspeitas de que tivessem sido acrescentados complementos fonéticos aos ideogramas, com o objetivo de facilitar a sua leitura. O processo de decifração segue este caminho, mas a grande dificuldade encontrada tem sido a identificação destes complementos fonéticos.

Sistema numérico
No que se refere ao sistema numérico, os maias operavam somente com três símbolos: um ponto para representar o algarismo um, um traço horizontal para significar o algarismo cinco e uma concha estilizada para o zero. E, adotando o princípio da numeração posicional, eles chegaram ao que o historiador da ciência Otto Neugebauer classifica de "uma das mais férteis invenções da humanidade". Enquanto os romanos utilizavam o complexo sistema de números aditivos, os maias adotavam um sistema em que a posição de um símbolo numérico determinava o seu valor. Desta maneira, apenas três símbolos eram suficientes para expressar quaisquer números, por maiores que fossem.
Ao contrário do nosso sistema decimal, de origem hindu, os maias empregavam um sistema vigesimal em que os valores aumentavam de baixo para cima, em colunas verticais. Desse modo, um ponto no primeiro e mais baixo nível simbolizava o valor um; um ponto no nível superior, o valor vinte; aquele que ocupava uma posição acima desse último valor, quatrocentos; depois seguia-se o oito mil, etc. O vinte era representado por um ponto acima da concha estilizada, símbolo do zero.
O conceito do zero, tal como os maias o concebiam, só surgiu na Europa trazido pelo árabes e hindus muitos anos depois de já ser conhecido pelos sábios da América. Foi o célebre matemático indiano Bhâskara quem estabeleceu, no século 12, as regras do zero como sinônimo de nada, definindo-o como um número com o qual se poderia efetuar operações tais como a a+0= a ou ax0 = 0. Estas noções, ao que tudo indica, parecem ter sido também utilizadas pelos maias, que realizavam operações de soma, subtração e mesmo de multiplicação e divisão, embora ainda não tenham sido encontradas provas de utilização das duas últimas.

Concordância entre os calendários maia e o nosso calendário
O problema da concordância entre o nosso calendário e os calendários maia é conhecido como correlação. Este ajuste ou concordância é realizado por intermédio do dia do período juliano. Essa correlação é o valor da diferença entre a origem da longa contagem maia e a origem do período juliano. Se alguém conhecesse o valor dessa correlação, bastaria adicioná-la a conta longa para obter o dia juliano, para depois aplicar esta data no calendário de nossa escolha (calendário juliano ou calendário gregoriano).
Desde o início do século 20, muitos estudiosos (historiadores ou astrônomos) estudaram este problema e mais de 60 soluções foram propostas, quase todas muito dispersas (cerca de mil anos de intervalo entre as correlações extremas), o que é fator indicador das dificuldades do problema.
As primeiras pesquisas foram realizadas por historiadores. As correlações entre os calendários maias e o nosso calendário foram estabelecidas com base na concordância entre as datas do calendário juliano e o calendário ritual em uso na época da conquista espanhola. Depois de muitas divergências, os historiadores, desde meados do século 20, adotaram a chamada correlação GMT 584 283 (de Goodman-Martinez-Thompson). Se essa correlação se ajusta claramente às datas do calendário ritual do pós-clássico, apresenta discordâncias com as datas dos fenômenos astronômicos registrados nas tábuas astronômicas do Códex Dresde – o mais antigo dos quatros Códex maia conhecido até hoje. Os astrônomos também propuseram soluções baseadas na interpretação de tábuas do códice e datas das estações gravadas nas estelas (Copán, Quirigua e Piedras Negras). Mas, novamente, várias soluções têm sido desenvolvidas com base nestas suposições. O problema da interpretação das datas do códice é complexo.
Em 1996, V. Böhm e B. Böhm, na suposição de que as primeiras datas de início nas tábuas eram datas de observações e usando um método estatístico, levando a quatro valores possíveis para a correlação (438.906, 530.584, 600.070 e 622.261). Entre esses quatro valores, apenas o último, a correlação 622 261, permite recuperar as máximas elongações de Mercúrio. Doze anos depois, o mesmo estudo foi repetido utilizando um método estatístico mais rigoroso e novas datas para outros fenômenos astronômicos (conjunções planetárias).
A correlação 622 261 foi confirmada, com explicações convincentes, baseada no salto 17 dias do ano, emitidas para apontar as concordâncias da época do bispo espanhol Diego de Landa (1524-1579), que ordenou a destruição de vários Códex maia, em 1562. No entanto, esta nova correlação ainda não convenceu os historiadores, e eles continuam a usar a correlação GMT, que se impôs ao longo dos anos.

As profecias maias
Por que o fim do mundo vai ocorrer, precisamente, em 2012? Se você acredita nos livros, nos sites, nos documentários, etc, que tratam do assunto, é bom saber que esta data foi estabelecida pelo calendário maia. Só que essa civilização não profetizou o dia 21 de dezembro de 2012. Esta data é resultado de uma convenção usada para contar a passagem do tempo. Acontece que, no calendário amerindo (denominado longo), esta data é escrita em algoritmos redondos: 13.00.0.0. Os maias não usavam o sistema de numeração decimal como usamos, mas uma numeração com uma base 20. O último dígito se refere aos dias (kin); o penúltimo aos "meses" de 20 dias (uinal), o terceiro dos "anos" de 18 meses de 20 dias ou 360 dias (haab); a segunda duração de 20 vezes 360, ou seja, 7.200 dias (katun) e, finalmente, o primeiro de 20 X 20 X 360 = 144.000 dias (baktun). A passagem a partir da data 12.19.19.17.19 para 13.0.0.0.0 seguinte é digitalmente marcante, tanto quanto a passagem de 999 anos para o ano de 1000 em nosso calendário. Esta transição é natural e não profética.
Por que este o ponto de inflexão vai cair em 21 de dezembro de 2012? Se o calendário maia estabelece uma duração (144 000 X 13 = 1 872 mil dias, ou cerca, de 5125 anos), é necessário conhecer a origem e saber o que é a data da 13.0.00.0. O astrônomo francês Patrick Rocher, do IMCCE (Instituto de Mecânica Celeste e Cálculo de Efemérides), encontrou mais de 14 hipóteses sobre a origem, fazendo as flutuações do fim do ciclo de vários dias, sendo 21 de dezembro de 2012 apenas um deles.
Essas suposições são baseadas em interpretações dos poucos documentos maias que mencionam eventos astronômicos, como fases da Lua, e local em sua programação. Algum consenso, no entanto, defende uma origem a 3114 a.C. e, em seguida, um "fim" em 21 de dezembro de 2012. A data de fundação permanece remota surpreendente, porque nem astrônomos nem historiadores podem associá-lo como um marco.
* Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, astrônomo, é autor do livro 'Astronomia e budismo'. - mourao@ronaldomourao.com



O FIM DE MUNDO NA GLOBO

Um belo e esclarecedor artigo de quem é qualificado para falar sobre o assunto.
Durante dias, messes, e atualmente horas, os meios de comunicação vem explorando o assunto do calendário Maia com o objetivo de não informar nada e ainda vender fantasias sobre profeciais que eles mesmos, os meios de comunicação, criam para enganar os incautos.
 Recentemente no Programa de Xuxa, sim, ela ainda tem programa,apesar do Pica Pau, "especialistas" debatiam o assunto, com expressões de preocupação, prevendo um cataclisma mundial. Toda essa onda de desinformação e apelação para profecias, se já não fosse comum em finais de ano, esse ano ganha contornos apocalípticos por conta de uma suposta data final atribuída ao calendário dos Mais.
 Na televisão, historicamente não se sabe nada, ou se sabe nada de muito, e tratar de assunto sério, profundo e complexo, que nem mesmos os historiadores e especialistas do assunto apodem afirmar com certeza, só poderia resultar e acabar em programas de Xuxa. É lamentável a escalada de mediocridade na tv brasileira.
 Nas bancas de jornais são várias as publicações, principalemnete das editoras globo e abril, que abordam o assunto como mais uma historinha de profecias de final de ano e, claro, apelando para o medo e a ignorância.
 A cultura Maiia, riquíssima, complexa e altamente evoluída ainda é motivo de estudo e muitas questões sobre essa civilização ainda permanecem em aberto, o que requer uma atitude de precaução para quaisquer observações a respeito, Infelizmente, em um ambiente midiático onde somente, e tão somente , o lucro é a mola mestre dos "conteúdos", informações desprovidas de quaisquer conteúdos e alucinatórias são veiculadas diariamente em ritmo de festa.
Aliás , na tv globo, que todos os anos tem o mesmo e enfadonho especial de fim de ano, talvez este ano tenha o especial de fim de mundo, pela repetição da atração já pelo final dos tempos, e pelo final do mundo.
Esperamos que de fato seja , agora em dezembro, o final dos tempos, e do mundo, mas do mundo da imbecilidade , e da ignorância, da carectice e da mediocridade, dando lugar a um mundo novo rico em conteúdos, inteligência e qualidade. " Jesus Cristo eu estou aqui "... " quando eu estou aqui , vivendo esse momento lindo"...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um Bom Roteiro

Um Bom Roteiro

 

Glória Perez chama Guilherme de Pádua de 'michê vagabundo'

E se ele fosse ator ?


Portal Terra

A autora Glória Perez comentou no Twitter a entrevista do ator Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato da filha dela, a atriz Daniella Perez, ocorrido em 1992, veiculada neste domingo no programa Domingo Espetacular, da Rede Record. A escritora postou uma foto da filha morta argumentando que, antes do crime, Daniella levou um soco no rosto. 
"Quem quiser saber porque esse michê vagabundo foi condenado, aqui está o processo", escreveu, disponibilizando um link para um site pessoal, que ficou fora do ar logo depois.
"Esse FDP pq estava sendo reduzido na novela vingou-se: emboscou Daniela, desacordou com um soco, deu 18 estocadas e foi abraçar nossa família", postou a escritora. Na entrevista, Guilherme assumiu que participou do crime, mas afirmou que os golpes de tesoura que ocasionaram a morte de Daniella foram dados por Paula Thomaz, sua mulher na época.
Segundo o ator, Paula golpeou a atriz, já desacordada, com uma tesoura para criar um falso álibi. "Eu perguntei por que ela tinha feito, e ela disse: 'Isso é para eles pensarem que foi algum fã maluco, porque fãs malucos fazem isso'", contou. Ambos foram condenados a 18 anos de reclusão pelo assassinato. A pena já foi cumprida.
A autora da atual novela das 21h Salve Jorge, da TV Globo, também retuitou mensagens de vários internautas que criticaram a Rede Record por exibir a entrevista. "A Record tá com raiva pq tá perdendo audiência pra novela da @gloriafperez agora querendo 'atacar' ela... vergonha hein Rede Record!", diz uma das mensagens, disponibilizada pela autora para todos os seus seguidores no microblog. "Revoltada com essa emissora ser tão cruel", escreveu outra internauta.
Na entrevista, o jornalista Marcelo Rezende perguntou o que Guilherme falaria para Glória Perez. "É tanta coisa, não sei, não sei. Eu pediria perdão só. Não tem como fazer nada por ela, eu não tenho esse poder. Eu sou a pessoa que fez mal a ela", respondeu o ator. Ele também disse que a primeira ligação que recebeu após o crime foi de um amigo, depois foi da autora, perguntando se ele sabia de algo. "Eu nunca encontrei a Glória (depois do crime), jamais encontrei", disse.


Não vejo problema algum a TV Record apresentar entrevista sobre um caso que chocou o país. Os assassinos foram detidos, julgados, condenados, presos e cumpriram pena. 
Muitos filmes e novelas, de sucesso, basearam-se em histórias reais com esta envolvendo o casal Pádua e a filha da escritora Gória Perez. É compreensível a dor , ainda hoje, da mãe que teve sua filha brutalmente assassinada , daí os xingamentos  proferidos pela escritora. Entretanto, cabe lembrar, que por ocasião do crime, o assunto despertou muitos comentários, nem sempre assimiladas e repercutidos pela emissora de tv, no caso tv globo, sobre outras implicações da tragédia. 
É prática na emissora a contratação de profissionais, para a área de teledramturgia , sem nenhuma formação profissional para a função.  A emissora aposta em rostos e corpos bonitos, baratos e descartáveis, não priorizando a formação e com isso garantindo lucro fácil. 
Ocorre que em novelas , o produto dos "atores" é a emoção, e não corpos e rostos. Trabalhando diariamente com diferentes emoções em função dos personagenes, a função de ator requer uma formação específica. 
São comuns os relatos de atores experientes, formados e consagrados, que necessitaram até mesmo de auxílo psicoterapêutico para que conseguissem se livrar de seus personagens, tamano o envolvimento adquirido. 
O ator, junto com a mulher, mergulharam em um grande surto psicótico levando a morte da atriz , filha da escritora. Cabe lembrar que tanto o ator e a atriz  assassinada estavam envolvidos, como personagens, em uma trama em uma novela da tv globo por ocasião do asaassinato. 
Nada disso que escrevi exclui a culpa do ator  como autor dos crimes, porém não se pode encobrir outros aspectos que se tivessem um tratamento profissional, sério e competente, por parte da tv globo, minimizariam a ocorrência de crimes como este. 
O assunto abre possibilidades para um roteiro sobre filme, ou mesmo novela, onde profissionais sem qualificação, emissora de tv buscando lucro fácil e rápido, pessoas em surto psicótico e até garotos de programa, envolvidos em uma produção para televisão termina em morte de um dos envolvidos, com toda a espetacularização presente na mídia e também toda a omissão de outros aspectos que contribuiram para o crime.
 Uma novela sobre a verdade de uma trágica novela.

Niemeyer. Orgulho do Brasil

*) Publicado originalmente no blog de Leonardo Boff.

Com a morte de Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade ouviram-se vozes do mundo inteiro cheias de admiração, respeito e reverência face a sua obra genial, absolutamente inovadora e inspiradora de novas formas de leveza, simplicidade e elegância na arquitetura. Oscar Niemeyer foi e é uma pessoa que o Brasil e a humanidade podem se orgulhar.

E o fazemos por duas razões principais: a primeira, porque Oscar humildemente nunca considerou a arquitetura a coisa principal da vida; ela pertence ao campo da fantasia, da invenção e do lúdico. Para ele era um jogo das formas, jogado com a seriedade com que as crianças jogam.

A segunda, para Oscar, o principal era a vida. Ela é apenas um sopro, passageira e contraditória. Feliz para alguns mas para as grandes maiorias cruel e sem piedade. Por isso, a vida impõe uma tarefa que ele assumiu com coragem e com sérios riscos pessoais: a da transformação. E para transformar a vida e torná-la menos perversa, dizia, devemos nos dar as mãos, sermos solidários uns para com os outros, criarmos laços de afeto e de amorosidade entre todos. Numa palavra, nós humanos devemos aprender a nos tratar humanamente, sem considerar as classes, a cor da pele e o nível de sua instrução.

Isso foi que alimentou de sentido e de esperança a vida desse gênio brasileiro. Por aí se entende que escolheu o comunismo como a forma e o caminho para dar corpo a este sonho, pois, o comunismo, em seu ideário generoso, sempre se propôs a transformação social a partir das vítimas e dos mais invisíveis. Oscar Niemeyer foi um fiel militante comunista.

Mas seu comunismo era singular: no meu modo de ver, próximo dos cristãos originários pois era um comunismo ético, humanitário, solidário, doce, jocoso, alegre e leve. Foi fiel a esse sonho a vida inteira, para além de todos os avatares passados pelas várias formas de socialismo e de marxismo.

Na medida em que pudemos observar, a grande maioria da opinião pública mundial, foi unânime na celebração de sua arte e do significado humanista de sua vida. Curiosamente a revista VEJA de domingo, dedica-lhe 10 belas páginas. Outra coisa, porém, é a revista VEJA online de 7 de dezembro com um artigo do blog do jornalista Reinado Azevedo que a revista abriga.

Ele foi a voz destoante e de reles mau gosto. Até agora a VEJA não se distanciou daquele conteúdo, totalmente, contraditório àquele da edição impressa de domingo. Entende-se porque a ideologia de um é a ideologia do outro. Pouco importa que o jornalista Azevedo, de forma confusa, face às críticas vindas de todos os lados, procure se explicar. Ora se identifica com a revista, ora se distancia, mas finalmente seu blog é por ela publicado.

Notoriamente, VEJA se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro. Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana. Ela dá a impressão de não amar os brasileiros, ao contrário expõe ao ridículo o que eles são e o que criam. Já o titulo da matéria referente a Oscar Niemeyer da autoria de Azevedo, revela seu caráter viciado e malevolente: ”Para instruir a canalha ignorante. O gênio e o idiota em imagens”. Seu texto piora mais ainda quando, se esforça, titubeante, em responder às críticas em seu blog do dia 8/12 também na VEJA online com um título que revela seu caráter despectivo e anti-democrático:”Metade gênio e metade idiota- Niemeyer na capa da VEJA com todas as honras! O que o bloco dos Sujos diz agora?” Sujo é ele que quer contaminar os outros com a própria sujeira de uma matéria tendenciosa e injusta.

O que se quer insinuar com os tipos de formulação usados? Que brasileiro não pode ser gênio; os gênios estão lá fora; se for gênio, porque lá fora assim o reconhecem, é apenas em sua terceira parte e, se melhor analisarmos, apenas numa quarta parte. Vamos e venhamos: Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado. Seguramente Azevedo está inscrito no número bem definido por Albert Einstein: ”conheço dois infinitos: o infinito do universo e o infinito dos idiotas; do primeiro tenho dúvidas, do segundo certeza”. O articulista nos deu a certeza que ele e a revista que o abriga possuem um lugar de honra no altar da idiotice.

O que não tolera em Oscar Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor. Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado, defendida por VEJA e seu albergado, que só sabe de concorrência, de “greed is good”(cobiça é coisa boa), de acumulação à custa da exploração ou da especulação, da falta de solidariedade e de justiça em nível internacional.

Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros. Ela é um monumento à razão cínica. Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso, condenado a viver na periferia. Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade daqui, da cultura brasileira.

A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer. Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente. Nada de surpreendente, portanto.

Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama. Reproduzo igualmente dois testemunhos indignados de duas pessoas respeitáveis: Antonio Veronese, artista plástico vivendo em Paris e João Cândido Portinari, filho do genial pintor Cândido Portinari, cujas telas grandiosas estão na entrada do edifício da ONU em Nova York e cuja imagem foi desfigurada e deturpada, repetidas vezes, pela revista-escaravelho.

Oscar Niemeyer e a imprensa tupiniquim- Antonio Veronese

Crítica mesquinha, que pune o Talento, essa ousadia imperdoável de alçar os cornos acima da manada. No Brasil, Talento, como em nenhum outro país do mundo, é indigerível por parte da imprensa, que se acocora, devorada por inveja intestina. Capitania hereditária de raivosos bufões que já classificou a voz de Pavarotti de ruído de pia entupida; a música de Tom Jobim de americanizada; João Gilberto de desafinado e Cândido Portinari de copista…

Quando morre um homem de Talento, como agora o grande Niemeyer, os raivosos bufões babam diante do espelho matinal sedentos de escárnio.

Não discuto a liberdade da imprensa. Mas a pergunta que se impõe é como um cidadão, com a dimensão internacional de Oscar Niemeyer, (sua morte foi reverenciada na primeira página de todos os grandes jornais do mundo) pode ser chamado, por um jornalista mequetrefe, num órgão de imprensa de cobertura nacional, de metade-gênio-metade idiota? Isso após sua morte, quando não é mais capaz de defender-se, e ainda que sob a desculpa covarde, de reproduzir citação de terceiros…
O consolo que me resta é que a História desinteressa-se desses espasmos da estupidez. Quem se lembra hoje dos críticos da bossa nova ou de Villa-Lobos? Ao talent, no entanto, está reservada a reverência da eternidade.


Antonio Veronese (mideart@gmail.com)

Meu caro Antonio,
Que beleza o seu texto, um verdadeiro bálsamo para os que ainda acreditam no mundo de amanhã nascendo do espírito, da fé e do caráter dos homens de hoje!

Não é toda a imprensa, felizmente. Há também muita dignidade e valor na mídia brasileira. Mas não devemos nos surpreender com a revista semanal. Em termos de vileza, ela sempre consegue se superar. Ela terá, mais cedo ou mais tarde, o destino de todas as iniquidades: a vala comum do lixo, onde nem a história se dará o trabalho de julgá-la.

Os arquivos do Projeto Portinari guardam um sem número de artigos desta rancorosa revista, assim como de outras da mesma editora, sobre meu pai, Cândido Portinari e outros seus companheiros de geração. Sempre pérfidos, infames e covardes, como este que vem agora tentar apequenar um grande homem que para sempre enaltecerá a nossa terra e o nosso povo.

Caro amigo, é impossível ficar calado, diante de tanta indignidade.

Com o carinho e a admiração do
Professor João Candido Portinari (portinari@portinari.org.br)


Leonardo Boff é teólogo e escritor.